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CULTURA ORGANIZACIONAL

CULTURA ORGANIZACIONAL
Todas as empresas, independentemente do tamanho, do segmen-
Professora Mariela Ribeiro Nunes Cardoso to em que atuam e dos bens ou serviços que produzem, possuem
cultura organizacional, formalmente instituída ou não. Aliás, as em-
Jornalista e advogada na Área Civil e Direito de Família. presas são bem mais do que isso. Elas possuem personalidade própria
Especialização na Fundação Getúlio Vargas, graduada pelo e podem ser rígidas ou flexíveis, apoiadoras ou hostis, inovadoras ou
Centro Universitário Eurípides de Marília e pela Universidade conservadoras, de cultura fraca ou cultura forte.
de Marília. Assim, cultura organizacional é um sistema de valores compar-
tilhados pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma
Caro Candidato: organização das demais. Em última análise, trata-se de um conjunto
Para nós é uma imensa satisfação tê-lo como nosso leitor. Gra- de características-chave que a organização valoriza, compartilha e
ças a sua confiança nosso trabalho vem se expandindo por todo utiliza para atingir seus objetivos e adquirir a imortalidade.
o país. Esperamos atender suas expectativas e auxilia-lo em seu
estudo; oferecemos suporte para dúvidas que porventura venham Características
surgir. De acordo com pesquisadores do assunto, existem sete caracte-
A partir de agora serão analisados os temas em relação a esta rísticas básicas que, em conjunto, capturam a essência da cultura de
matéria. uma organização:
O objetivo do presente trabalho é potencializar os seus estu- - Inovação e assunção de riscos: o grau em que os funcionários
dos, sendo que procuramos trazer um conteúdo mais abrangente, são estimulados a inovar e assumir riscos.
viabilizando um estudo mais aprofundado do tema. - Atenção aos detalhes: o grau em que se espera que os funcioná-
O foco principal é disponibilizar um material didático, objeti- rios demonstrem precisão, análise e atenção aos detalhes.
vo e de conteúdo amplo, que os capacite para concursos públicos. - Orientação para os resultados: o grau em que os dirigentes fo-
Portanto, não deixe de fazer a leitura minuciosa de toda a le- cam mais os resultados do que as técnicas e os processos empregados
gislação pelo fato de que muitos artigos são autoexplicativos; ten- para seu alcance.
tar explica-los ou comenta-los poderia não ser didático. - Orientação para as pessoas: o grau em que as decisões dos
Diante disto, aproveitem o material fazendo-o bom uso e boa dirigentes levam em consideração o efeito dos resultados sobre as
sorte, para novas conquistas, com muita dedicação. pessoas dentro da organização.
Acredite em sua aprovação! Acreditar em um sonho é o pri- - Orientação para as equipes: o grau em que as atividades de
meiro passo para conseguir conquista-lo! trabalho são mais organizadas em termos de equipes do que de in-
divíduos.
- Agressividade: o grau em que as pessoas são competitivas e
agressivas em vez de dóceis e acomodadas.
- Estabilidade: o grau em que as atividades organizacionais en-
CONCEITO DE CULTURA fatizam a manutenção do status quo em contraste com o crescimento.
ORGANIZACIONAL. PRECEITOS DA
CULTURA ORGANIZACIONAL. Com base nesse conjunto, pode-se dizer que a cultura organi-
VANTAGENS E DESVANTAGENS DA zacional onde você está inserido é representada pela forma como os
CULTURA ORGANIZACIONAL. colaboradores em geral percebem as características da cultura da em-
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA presa. Não importa se eles gostam ou não. Na maioria das empresas,
ORGANIZACIONAL. CULTURA a maioria das pessoas não gosta.
EMPRESARIAL. Por que é importante entender a cultura organizacional? Aceitar
melhor a sua existência, compreender os seus meandros, entender
como ela é criada, sustentada e aprendida, pode melhorar a sua ca-
pacidade de sobrevivência na empresa, além de ajudá-lo a explicar e
prever o comportamento dos colegas no trabalho.
Se a empresa onde você trabalha possui valores essenciais bem
CONCEITO DE CULTURA ORGANIZACIONAL. definidos e amplamente compartilhados, maior o impacto positivo
das lideranças sobre o comportamento dos funcionários e, portanto,
O que é cultura organizacional? menor a rotatividade. Isso é o que se pode chamar de cultura organi-
Cultura organizacional é um sistema de valores compartilha- zacional forte.
dos pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma Por outro lado, quando os valores essenciais estão equivocados
organização das demais. Quanto mais você entender a cultura da e se chocam com os valores adotados pela maioria, menor o grau de
sua empresa, maior a chance de sobrevivência no mercado. comprometimento com eles e maior a probabilidade de a empresa su-
mir do mapa em uma ou duas gerações. Isso é o que se pode chamar
O que significa cultura organizacional? Talvez você não de cultura organizacional fraca.
conheça o real sentido do termo, mas, seguramente, é capaz de A questão da escolha e da permanência em qualquer uma delas
reconhecê-lo quando está inserido dentro dele. Talvez você o reco- depende exclusivamente de você. De minha parte, penso que você
nheça pelo lado negativo, por meio das suas amargas experiências nunca deve trabalhar para uma empresa dotada de valores que não
no ambiente de trabalho ou ainda pelo lado positivo decorrente de condizem com os seus nem para um patrão espiritualmente fraco.
uma carreira profissional de sucesso proporcionada pelo seu espí- Essa escolha será decisiva para atingir ou reduzir o grau de satisfação
rito empreendedor na organização. que você tanto almeja no trabalho. Por Jerônimo Mendes

Didatismo e Conhecimento 1
CULTURA ORGANIZACIONAL
PRECEITOS DA CULTURA ORGANIZACIONAL. pensar, princípios e crenças diferentes. A junção dessas pessoas
dentro de uma mesma organização leva a uma condensação de to-
A cultura organizacional é formada por seus valores éticos e dos esses pensamentos diferentes, formando uma só cultura para
morais, princípios, crenças, políticas internas e externas, sistemas, todos se guiarem. A cultura dominante tem uma visão macro da
e clima organizacional. São “regras” que todos os membros des- organização e trata apenas dos valores centrais. Além desta cultura
sa organização devem seguir e adotar como diretrizes e premissas principal, existem também as subculturas, que podem estar ou não
para guiar seu trabalho. relacionadas entre si, ou que podem até concorrer umas com as ou-
Cultura pode ser definida como um modelo de suposições bá- tras. Elas podem ser geográficas, departamentais ou situacionais.
sicas que os grupos inventam, descobrem ou desenvolvem com a Os valores centrais da cultura dominante estão presentes nessas
experiência para enfrentar seus problemas. subculturas, porém são incluídos valores adicionais e particulares
de alguns grupos, equipes ou departamentos.
Preceitos A contracultura também existe nas organizações, e nada mais
A cultura organizacional envolve artefatos (padrões de com- é do que um movimento reacionário, por parte de um grupo pe-
portamento), valores compartilhados (crenças) e pressupostos (va- queno, ou até mesmo grande, que quer reagir contra os valores
lores, verdades). Também pode conter componentes visíveis, que tradicionais, que está insatisfeito, e vive em busca de mudanças e
são sempre orientados pelos aspectos organizacionais, ou compo- inovações na cultura atual.
nentes ocultos, que são sempre orientados pela emoção e situações Na formação da cultura há também uma forte influência dos
afetivas. fundadores da instituição, que estabeleceram diretrizes culturais,
e que são vistos com muito respeito, ou até adorados, por grande
- Preceitos (implícitos ou explícitos) parte dos colaboradores. http://www.aguiareoliveira.com.br/
Normas, regulamentos, costumes, tradições, símbolos, estilos
de gerência, tipos de liderança, políticas administrativas, estrutura A seguir iremos extrair parte do artigo científico do professor
hierárquica, padrões de desempenho. Nelson Vieira da Silva e Rosivan Barbosa Gomes no qual abordam
- Tecnologia (instrumentos e processos utilizados) o tema pedido de forma simplificada e eficiente.
Máquinas, equipamentos, layout, distribuição e métodos de Os motivos de se fazer uma mudança organizacional são vá-
trabalhos. rios, porém antes de discorrer sobre os mesmos, será transcrito
- Caráter (Manifestação dos indivíduos) como que o indivíduo alguns conceitos de cultura organizacional.
se comporta diante da sociedade. De acordo com Chiavenato (2010, p.172) cultura organizacio-
Participação, criatividade, grupos informais, medo tensão, nal é “o conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas,
apatia, agressividade, comodismo. valores, atitudes e expectativas, compartilhadas por todos os mem-
Essa mesma cultura pode aparecer nas organizações de duas bros da organização”.
formas distintas. Como um subsistema que se liga à estrutura, à Mas segundo Araujo (Megginson; Mosley; Pietri Jr., 1998
estratégia, sistemas políticos e técnicos, ou ainda como uma su- apud Araujo 2006, p.308) já define cultura organizacional como
perestrutura que determina todos os demais componentes. Alguns sendo “o conjunto de valores, crenças e padrões de comportamen-
dos componentes da cultura são de origem histórica, do ambiente to que formam o núcleo de identidade de uma organização”.
e território em que ela se situa, de crenças e pressupostos (mitos, Moraes e Fadel (2007, p.03) no artigo cultura organizacional
ideologias, etc.), de regras, nomes e regulamentos, do processo de em cenários de mudança trazem o conceito de Sérgio Buarque de
comunicação (linguagem), de ritos, rituais e cerimônias, de heróis Holanda como sendo: Conjunto de valores, hábitos, influências
e tabus, ou ainda de produtos e serviços com que está envolvida. sociais e costumes reunidos ao longo do tempo, de um processo
Existem diversas funções que a cultura pode exercer dentro histórico de uma sociedade. Cultura é tudo que com o passar do
de uma organização: ela define os limites, a coerência nos atos dos tempo se incorpora na vida dos indivíduos, impregnando o seu co-
empregados; dá aos funcionários uma sensação de identidade, de tidiano. (HOLANDA Apud FADEL e MORAES 1975, p.74)
pertencer a algo grande, amplo e sério, trazendo motivação e ain- Marras (2009) define cultura organizacional citando outro au-
da fazendo-os se comprometer com interesses coletivos; reduz a tor, por ser um dos mais ricos e conhecedor sobre o assunto como:
ambiguidade, determinando exatamente como os trabalhos devem Cultura organizacional é o modelo de pressupostos básicos que
ser executados. Algumas vezes ela funciona até mesmo como um um grupo assimilou na medida em que resolveu os seus problemas
vínculo entre os funcionários e a empresa, ajudando a permanece- de adaptação externa e integração interna e que, por ter sido sufi-
rem unidos através de normas do que se deve fazer e dizer. Mas sua cientemente eficaz, foi considerado válido e repassado (ensinado)
principal função é distinguir uma organização de outra. aos demais (novos) membros como a maneira correta de perceber,
A cultura organizacional, assim como a gestão das organiza- pensar e sentir em relação àqueles problemas. (SCHEIN, 1997
ções, modifica-se com o tempo, já que também sofre influência apud MARRAS, 2009, p.290)
do ambiente externo e de mudanças na sociedade. Entretanto, a De acordo com as definições acima, pode-se considerar que
cultura de uma instituição também pode influenciar essa mesma cultura organizacional, é formada pelos valores, crenças e atitudes
sociedade. que os administradores da organização acreditam e são repassados
Em sua formação existem os princípios básicos da adminis- para todos os membros da organização, desde o nível mais alto da
tração, sua filosofia e valores que indicam a direção para guiar cúpula até os níveis mais inferiores da organização.
procedimentos, para ditar como as coisas devem acontecer. Ou- Diante destes vários conceitos descritivos, é válido dizer que
tra forte influência na formação da cultura de uma empresa é seu cultura organizacional é o aprendizado adquirido ao longo dos anos
capital humano, seu pessoal. Cada indivíduo tem uma forma de de vida da organização, na busca pela continuidade no mercado.

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CULTURA ORGANIZACIONAL
Segundo Wagner III e Hollenbeck (2006, p.367) “No cerne da racterísticas e preços das matérias-primas, prestadores de serviços
cultura de toda organização existe um conjunto de normas e valo- impõem diferentes condições e esquemas de trabalho, concorren-
res fundamentais que moldam os comportamentos dos membros e tes mudam suas estratégias, sindicatos iniciam novas reivindica-
os ajudam a entender a organização”. E muitas vezes a resistência ções, o governo impõe alterações em leis, e isso tudo nunca acaba.
a mudança se dá quando afetam essas normas e valores tidos pelos (CHIAVENATO, 2010, p.426)
colaboradores como fundamentais. Porém as mudanças na maioria Ou seja, a vida muda em torno da organização que passa por
das vezes são necessárias, uma vez que, com o passar dos anos, e mudanças, e ela por sua vez, necessita continuar no mercado. Sen-
o surgimento de novas tecnologias e outras descobertas, as orga- do isto uma das principais causas de mudanças em qualquer orga-
nizações tem que aderir às mudanças para sobreviver ao tempo. nização.
Na concepção de Salles e Vilas Boas (2007) fala que: A im- O fato de saber onde começar a mudança organizacional faz
plantação de novos modelos de gestão, faz-se mister no mundo com que o impacto na organização seja menor, porém, isto é algo
globalizado, pois as organizações buscam através de novas alter- que depende de cada organização segundo alguns pesquisadores.
nativas, melhorar seus índices de produtividade e qualidade para Segundo Chiavenato (2010): O processo de mudança se de-
manterem-se rentáveis aos seus acionistas. Dentro desta perspec- senvolve dentro de um campo dinâmico de forças que atuam in-
tiva, abrem-se novos caminhos para mudanças culturais, necessá- dividualmente em vários sentidos. Algumas dessas forças agem
rias, para adaptação dos colaboradores e da organização, a nova positivamente, enquanto outras agem negativamente em relação
gestão. (SALLES e VILLAS BOAS, 2007, p.1) à mudança. Assim, a mudança é o resultado da competição en-
A concepção das supracitadas autoras vem reforçar a necessi- tre forças impulsionadoras e forças restritivas. (CHIAVENATO,
dade da mudança ao longo dos anos. 2010, p.431)
A Cultura organizacional ultrapassada não tem valor nenhum, E para obter sucesso nas mudanças, causando um impacto po-
por isso os administradores têm que fazer mudanças organizacio- sitivo, é necessário que as mudanças aconteçam primeiramente,
nais periodicamente nas organizações. nos colaboradores e, de maneira positiva, onde o clima organiza-
Um dos métodos de mudança organizacional é mudar a cul- cional não pode ser alterado.
tura da empresa. De acordo com Chiavenato (2010): Mudança re- Dias (2009, p.182), traz que “O clima organizacional retra-
presenta a passagem de um estado para o outro. A mudança está ta o grau de satisfação das pessoas nos ambientes de trabalho e
em todas as partes, nas organizações, nas escolas, nas cidades, nos pode apontar a sua predisposição para apoiar a implantação e ma-
produtos e serviços, nas pessoas. Quando feita de maneira errada nutenção de novas filosofias gerenciais”. Daí pode-se tirar uma
pode arruinar e até mesmo causar a falência de uma determinada conclusão de que, se a mudança afetou de maneira positiva uma
empresa. (CHIAVENATO, 2010, p.425) organização, os impactos serão os melhores, e caso apareça pontos
Outro fator chave quanto às mudanças organizacionais é que negativos, estes serão superados.
as pessoas são resistentes às mudanças, elas já estão acostumadas Porém quando estas mudanças atingem de maneira negativa,
ao modelo antigo e não querem o novo. provocando o turnover, que é a rotatividade de funcionários, a in-
Segundo Cohen (2003, p.350) “que as pessoas resistem às satisfação dos trabalhadores com a mudança do clima organizacio-
mudanças quando percebem que as consequências das mudanças nal, e com as dificuldades de adaptação, serão de difícil superação,
são negativas”. podendo colocar toda a mudança organizacional a perder.
Robbins (2005) descreve as barreiras à mudança da seguin- Segundo Dias (2009): O clima organizacional está diretamen-
te maneira: Quando o ambiente passa por rápidas mudanças, uma te relacionado com a cultura das organizações. As modificações
cultura arraigada pode não ser mais adequada. Assim, a consistên- culturais geram expectativas, às vezes insatisfação e insegurança.
cia do comportamento é um ativo quando a empresa lida com um
Essas situações criam climas organizacionais que produzem uma
ambiente estável, entretanto, isso pode se tornar um fardo e dificul-
redução da capacidade de trabalho. São indicadores de um clima
tar a resposta às mudanças no ambiente. (ROBBINS, 2005, p.379)
organizacional negativo: o absenteísmo, alta rotatividade, desper-
Mas porque realizar as mudanças e onde elas devem começar?
dícios, rumores, conflitos etc.. (DIAS, 2009, p.182)
Para responder perguntas como esta é necessário uma pesqui-
Esta afirmação de Dias vem reforçar que, as mudanças não
sa bibliográfica intensa, e talvez não seja encontrada a resposta
podem trazer mais impactos negativos do que positivos, porque
procurada.
caso isso ocorra, a mudança não será bem sucedida, podendo pre-
Salles e Vilas Boas (2007) trazem que: Muito tem se falado
judicar a organização de tal modo que poderá levar muito tempo
da necessidade de mudança cultural nas organizações, para que as
mesmas se adaptem aos novos tempos, contudo, responder cienti- para reerguer, perdendo assim seu principal objetivo, que é man-
ficamente, como ocorre essas mudanças, quais ações, impactos e ter-se no mercado com competitividade.
contribuições destas para contexto organizacional e para o traba- Esses impactos negativos se devem a maneira encarada pela
lhador, somente através de pesquisa de campo. (SALLES e VILAS maioria dos trabalhadores, diante das mudanças oferecidas. Veja o
BOAS, 2007, p.01) que fala Chiavenato (2010, p.433) a esse respeito: “Dessa maneira,
Partindo do início, de acordo com alguns pesquisadores, as é a mudança, percebida pelas pessoas – e não a mudança real e
mudanças organizacionais são necessárias, para as empresas se objetiva – que determina o tipo de reação que elas desenvolverão”.
manterem no mercado. Desta maneira é preciso saber o porquê de os trabalhadores
Chiavenato (2010) em suas palavras nos explica alguns mo- terem recebido a mudança de tal maneira, a esse respeito Chiave-
tivos da necessidade da mudança: Nas organizações, as mudanças nato (2010, p.433), fala que: “Assim, o primeiro passo é conhecer
estão ocorrendo a todo instante. Do lado de fora, clientes mudam os motivos do medo e da resistência das pessoas às mudanças que
seus hábitos de compra e de preferência, fornecedores mudam ca- ocorrem ou precisam ocorrer na organização”.

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Nodari et al., (2010, p. 5) traz que “A produtividade e a satis- ajuda aos funcionários, para que estes compreendam melhor a ra-
fação de colaboradores no ambiente de trabalho têm sido eviden- zão das mudanças. Participação será impossível alguém resistir à
ciadas como grande fator diferenciador da competitividade em- mudança se dela tiver participado, contribuído. Facilitação e apoio
presarial”, ou seja, quanto maior a satisfação dos colaboradores, é uma forma de oferecer ajuda aos colaboradores com meios que
maior é seu rendimento no trabalho. facilite e apoiem nos momentos de medo e ansiedade. Negociação
Na empresa em analise nesse estudo não poderia ser diferente, é outra maneira de lidar com a resistência, oferece uma recompen-
ou seja, cada um teve uma reação com os impactos das mudanças sa em troca da facilitação à resistência.
organizacional. Manipulação e cooptação, a manipulação aqui refere à tentati-
“As consequências da insatisfação no trabalho podem re- va de influência em determinada atitude para que crie um ambiente
presentar altos custo para a organização. Esses podem refletir-se, favorável à mudança. Coerção esta é a última tática, pois o uso
tanto em aspectos financeiros, quanto morais ou até mesmo emo- de ameaças diretas ou de forças sobre os resistentes não é muito
cionais. As consequências mais comuns em empresas que têm di- aconselhável. Esta coerção refere à redução salarial, ou coisa do
ficuldade com a satisfação de sua mão-de-obra são o turnover (a tipo, serve para que a resistência seja quebrada.
rotatividade), o absenteísmo, conflitos no ambiente de trabalho, Junior et al., (2008, p.10) fala que para se ter credibilidade é
baixo comprometimento com os objetivos organizacionais, baixa necessário que as mudanças mexam com as empresas externa e
qualidade nos produtos e serviços e desperdício de materiais ou internamente. Mexer no exterior significa alterar sistemas, estrutu-
matéria-prima”. (DAVIS; NEWSTROM, 1992 apud NODARI et ras e processos. Mexer no interior diz respeito à maneira como as
al., 2010, p.5). pessoas pensam e se comportam. Se isso não muda, dificilmente
Segundo pesquisas a rotatividade representa hoje um dos pon- o resto mudará.
tos mais prejudicial às grandes organizações, isto porque, o turno- Portanto, para que as mudanças atendam as metas desejadas,
ver provoca um desgaste muito grande à organização, como dito primeiro é necessário se ter credibilidade nas mesmas, e mais, é
anteriormente. preciso que as mudanças sejam planejadas, trabalhadas e necessá-
rias, para que não torne apenas mais uma mudança.
AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA MUDANÇA Para que seja mudança de verdade é preciso empenho de to-
NA CULTURAL ORGANIZACIONAL
dos, e principalmente comprometimento, para que tenha sucesso
na mudança.
Para Wagner III; Hollenbeck (2006, p.376) mudança é o ato
Em conjunto, desde os proprietários, diretores, gerentes, su-
de variar ou de alterar modos convencionais de pensamento ou
pervisores e colaboradores, trabalhando e comprometendo-se com
comportamento, e quando isto acontece, muitas das vezes gera
as mudanças, pois a resistência sempre existirá a tudo que é novo.
desconforto em uma organização.
As mudanças culturais nas organizações causam grandes im-
pactos tanto negativos quantos positivos, para Cury (2007, p.286),
CULTURA EMPRESARIAL
isto acontece porque “a cultura compreende um conjunto de pro-
priedades do ambiente de trabalho, percebidas pelos empregados,
constituindo-se numa das forças importantes que influenciam o A cultura empresarial é uma propriedade que emerge num
comportamento”, desta forma cada colaborador ou empregado grupo que interage há muito tempo, não é algo que se possa em-
pode reagir de uma forma diferente. butir num sistema. Ela surge com a cristalização dos processos por
Wagner III; Hollenbeck (2006, p.376) traz que quanto mais meio dos quais a empresa tomou (boas) decisões no passado, e
intensa a mudança, mais intensa tende a ser a resistência, porque reflete os valores que nortearam a tomada dessas decisões.
para os colaboradores a intensidade traz o que eles consideram de De tanto fazer o que deu certo, a empresa (qualquer empresa)
radical, transformando por completo seu dia a dia. passa a pensar assim: “esses são os processos certos para planejar,
Segundo ROBBINS (2005, p.425): Uma das descobertas mais lançar produtos, abordar os segmentos que escolhemos, organizar
bem documentadas nos estudos sobre comportamento individual a venda, dar suporte ao cliente...”. Mas, quando tem de fazer coisas
e organizacional é que as organizações e seus membros resistem diferentes daquelas para as quais seus processos se cristalizaram,
às mudanças. De certo modo, essa resistência é positiva. Propor- não dá certo.
ciona certo grau de estabilidade e previsibilidade no interior das Processos que determinam a competência para fazer uma coi-
organizações. Se não houvesse resistência, o comportamento orga- sa ao mesmo tempo definem a incompetência para fazer outra.
nizacional assumiria características de casualidade caótica... Mas Conjunto dos valores, dos símbolos e sinais partilhados pelos
existe uma séria desvantagem à mudança, ela impede a adaptação membros de uma empresa e que marcam os seus comportamentos
ao progresso. e as suas atitudes. Sobre ela agem tanto variáveis culturais exter-
Diante das palavras de Robbins a resistência deve ser encara- nas como particularidades de cada empresa. É um conceito que
da como positiva, quando ela serve para melhorar o ambiente, não se vulgarizou a partir de 1981, com a publicação de várias obras
agindo com indiferença diante das mudanças. americanas relativas à excelência da gestão de certas empresas.
Porém a resistência pode ser motivo de negativismo, isto ge- Até 1985, coexistem duas orientações: a cultura como um dos ele-
ralmente acontece quando os colaboradores se fecham, não acei- mentos da empresa, ou seja, a empresa tem uma cultura, meio de
tando em hipótese alguma a mudança. aceder aos valores e comportamentos da mesma; a cultura como
Robbins (2005, p.425) traz os principais pontos a serem tra- sinónimo da empresa, isto é, a empresa é uma cultura, sistema de
balhados para superar a resistência. Dentre eles estão à educação e conhecimentos e de valores a interpretar por cada um dos seus
comunicação, que uma vez ajudará a minimizar a resistência com membros. É esta segunda que se tem imposto ultimamente.

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A cultura de empresa é aquele pequeno nada que faz com que O extremo oposto ao determinismo, representado por uma
toda a gente se reveja no todo ou na parte da sua atividade, nos concepção que acredita na liberdade total e absolutamente incon-
membros, na publicidade e nos produtos. dicionada, nega igualmente a ética, porque se resumiria apenas à
Não se decreta, vive-se. Ela recolhe e divulga os princípios, os liberdade de pensamento, sem a possibilidade de se agir, na práti-
valores e os objetivos da empresa. Entre os seus objetivos conta-se ca, de acordo com os pensamentos.
a homogeneização do espírito comum do grupo através da partilha Seria, então, uma liberdade abstrata, deixando que a liberdade
de aspetos como a comunicação, a integração, a motivação e a ani- real se resumisse a algo meramente interior.
mação. Por Clemente Nóbrega e Porto: Porto Editora, 2003-2014 Desta forma, vamos abordar a questão da ética de acordo com
a concepção original da reflexão grega, que não é apenas teórica,
mas que efetivamente se manifesta na conduta do ser humano li-
vre.
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, Para a maioria das pessoas, Ética e Moral têm o mesmo sig-
VALORES E VIRTUDES; NOÇÕES DE nificado, mas, numa análise mais rigorosa, podemos constatar que
ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIONAL. são conceitos diferentes. São palavras que diferem na origem e só
A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS se aproximam no significado, porque as condutas morais acabam
expressando um determinado tipo de postura ética.
PÚBLICAS E PRIVADAS.
O termo mos, do latim, dá origem à palavra “moral”, relacio-
nada aos costumes e hábitos, enquanto o termo ethos, do grego, dá
origem à palavra “ética”, relacionada ao modo de ser ou à maneira
pela qual alguém se expressa. Portanto, servem para nomear duas
ÉTICA APLICADA: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIR- disciplinas distintas, embora a primeira seja subordinada à segun-
TUDES da.
Os autores divergem, alguns afirmam que a Ética nada mais é
Ética constitui, de acordo com o entendimento do professor
do que a disciplina que estabelece regras de conduta para a socie-
João Maurício Aldeodato, além da doutrina do bom e do correto,
dade por influência de fatores de ordem religiosa, política, econô-
da “melhor” conduta, a teoria do conhecimento e realização desse
mica, enfim, ideológica. Dessa forma, o conceito tem sido usado
desiderato.
em códigos de conduta profissional ou partidária, compostos de
O postulado inicial aqui, continua o professor, é que não ape-
alguns elementos éticos que, na verdade, são conjuntos de normas
nas aquilo que tradicionalmente faz parte da moral, mas também o
que determinado grupo se dispõe a adotar.
que hoje se chamam o político e o jurídico pertencem ao significa-
Negam-lhe, assim, qualquer fundamento ontológico. Ao se
do do termo ética. Isso não implica dizer que normas morais, nor-
tratar a Ética como Moral, e essa como Religião, perde, aos olhos
mas de trato social, normas religiosas, normas jurídicas e políticas
não se distinguem, mas apenas vem confirmar sua origem comum, incrédulos dos homens da nossa época, o seu verdadeiro valor.
os limites imprecisos entre elas e, principalmente, sua função so- Políticos, governantes, líderes religiosos e mesmo professores
cial semelhante. empregam a palavra “ética”, nos seus discursos, para impressionar
os ouvintes, tal o peso que ela contém. Usam-na indevidamente e
Nos dias de hoje, muitos citam a palavra “ética”, mas, quando deslocada do seu real significado.
perguntados, não conseguem explicá-la nem defini-la. Por isso, o A raiz da Ética é de natureza antropológica e tem como objeto
objetivo deste tópico é colocar o conceito de Ética em crise com a o homem inserido concretamente na vida prática. Mas é, também,
intenção de torná-lo mais radical e profundo. ontológica porque tem como objeto o posicionamento do ser hu-
Num primeiro momento, ética lembra-nos norma e responsa- mano, que exige reflexão, escolha e apreciação de valores.
bilidade. Dessa forma, falar de ética significa falar de liberdade, A distinção entre Ética e Moral é mais nítida do que possa
pois não há sentido falar de norma ou de responsabilidade se não parecer à primeira vista, pois enquanto a Moral limita-se ao es-
partirmos da suposição de que o ser humano é realmente livre, ou tudo dos costumes e da variante das relações humanas, a Ética,
pode sê-lo. como disciplina filosófica, dedica-se à revelação de valores, que
A norma diz-nos como devemos agir. E, se devemos agir de norteiam o dever-ser dos humanos.
tal modo, é porque também podemos não agir deste modo. Isto é, Esses conceitos geralmente andam próximos e, por isso, têm
se devemos obedecer, é porque podemos desobedecer ou somos sido empregados com significados diferentes, nos mais diversos
capazes de desobedecer à norma. contextos, mas interpretados pelo público no sentido comum.
Também não haveria sentido falar de responsabilidade, pala- Portanto, é fundamental insistir na distinção entre Ética e Mo-
vra que deriva de resposta, se o condicionamento ou o determi- ral, para que possamos organizar os nossos pensamentos.
nismo fosse tão completo a ponto de considerar a resposta como Moral é o conjunto de regras que se impõem às pessoas por
mecânica ou automática. um impulso que move o grupo, numa ação coletiva que tende a
Se afirmarmos que o determinismo é total, não há o que falar agir de determinada maneira. É a consolidação de práticas e cos-
de Ética; pois a Ética refere-se às ações humanas, e, se elas são tumes, observadas no geral pelo receio de uma reprovação social
totalmente determinadas de fora para dentro, não há espaço para (a pressão é externa). Partindo desse pressuposto, todo ser humano
a liberdade, como autodeterminação e, consequentemente, não há é moral ao cumprir ou deixar de cumprir as regras sociais, sem
espaço para a Ética. questionar.

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Ética envolve reflexão, por isso não significa um conjunto Chamon Junior (2.004) relata que os valores são aplicados
qualquer de normas, mas sim, um conjunto de juízos valorativos, com o objetivo de se auferir finalidades específicas levando-se em
assumidos e manifestados na ação individual de cada um (a pressão conta o interesse de determinados grupos de indivíduos dentro da
é interna). sociedade. Assim, o conceito de “bom” sofre variações por possuir
Os gregos referiam-se ao “ethos” como uma força de raiz onto- visão parcial e pessoal, haja vista, o que é bom para um indivíduo
lógica, manifestada no indivíduo determinando sua conduta. Havia pode não ser para o outro.
um significado profundo, relacionado a um modo de ser remetido ao Ao expor sobre a diversidade dos valores, intrínseca na so-
princípio universal, pressupondo sempre que algo maior fala pelo ciedade Dworkin, faz o seguinte questionamento: “quantas ve-
humano, que é a expressão de algo anterior a ele. zes nos dizem que culturas diferentes têm valores diferentes e
Dessa forma, a Ética grega, que também significa uma maneira que, em nosso caso, não passa de uma forma de imperialismo
de ser em sociedade, é um campo de reflexão que envolve investiga- insistir que só os nossos valores estão certos e que os valores
ção e questionamento a respeito da conduta humana que se determi- diferentes estão errados?” (DWORKIN, 2.010, p. 151).
na a partir de princípios imutáveis. Na lição de Rodotá (2.010), o que se busca é reconstruir o
Essa incompreensão, predominante nos dias de hoje, é um fator sistema em sua integridade, reconhecendo a importância dos dife-
de confusão e prejuízo para o próprio homem, porque este, desvia- rentes componentes formais e informais e não substituir uma visão
do da visão nítida dos imperativos éticos, passou a compreender o unilateral por outra visão que não seja menor. A realidade dos com-
dever-ser, face a si mesmo, ao seu semelhante e, também, à nature- portamentos jurídicos não pode ser valorada, caso contrário, estar-
za, como apenas questões a serem reguladas por normas morais ou, -se-á sempre fortemente condicionada ao contexto em que estes
com mais rigor, por normas legais, ambas estabelecidas por outros valores se manifestam.
seres humanos, geralmente, de forma arbitrária. Dworkin, ao explicar o pluralismo moral e, por conseguinte,
Todos esses, que assim entendem, deixam de reconhecer que a colisão e a variação dos valores, cita o entendimento de Berlin.
a verdadeira essência do homem continua sendo o dever-ser que se Vale conferir: Nossos valores entram em conflito, insiste Ber-
frustra diante da vontade. Assim, o que caracteriza a Ética é a pos- lin, de uma maneira mais profunda que esta, motivo pelo qual
tura assumida pelo dever-ser autodeterminado por convicção, esta- ele afirma que o ideal de harmonia não é apenas inalcançável,
belecendo seus próprios limites para a atuação no mundo. www.sjt. mas incoerente, porque o fato de garantir ou proteger um va-
com.br lor implica, necessariamente, abandonar, outros ou fazer con-
cessões. Quer dizer, nossos valores colidem mesmo quando nos
empenhamos em fazer o melhor possível. (BERLIN, citado por
NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARIAL E PROFISSIO- DWORKIN, 2.010, p. 153-154).
NAL. Já os princípios, para se ter entendimento a respeito é preciso
que se entenda antes de tudo o conceito de regra.
Em um primeiro momento, necessário se faz explicar o conceito A regra tem uma única dimensão: a da validade. Se for válida,
de princípios em contraposição ao de valores. Aqueles pertencem ao a regra deverá ser aplicada integralmente, em sua inteireza, ou não
plano deontológico e estes ao axiológico. Galuppo, citando o pensa- ser aplicada. Esse aspecto da regra é também chamado de “tudo
mento defendido por Habermas expõe as quatro diferenças existen- ou nada”, ou a regra é totalmente aplicada, ou não. Não existem
tes entre normas e valores. Vê-se: Normas e valores distinguem-se diferentes graus de aplicação.
respectivamente, em primeiro lugar, por suas referências ao agir Ou seja, são normas válidas condizentes às expectações ge-
obrigatório ou teleológico; em segundo lugar, pela codificação rais da sociedade, havendo, portanto, a imposição de uma obriga-
respectivamente binária ou gradual de suas pretensões de va- ção, de um dever ser: Neste sentido, Galuppo (1.999) expõe que os
lidade; em terceiro lugar, por sua obrigatoriedade respectiva- princípios jurídicos levando-se em conta o plano da justificação,
mente absoluta ou relativa; e, em quarto lugar, pelos critérios são fundamentos formais normativos dos demais direitos, e, por
aos quais o conjunto de sistema de normas ou valores deve satis- conseguinte, o seu ponto inicial.
fazer (HABEMAS, citado por GALUPPO, 2.002, p. 181). Os princípios, por sua vez, são requisitos de otimização, deve-
Os valores dizem respeito às preferências de grupos sociais rão ser alcançados da melhor forma possível e possuem uma ideia
ou as experiências vivenciadas por estes, que, consequentemente, de gradação.
variam de um para outro indivíduo, haja vista, se tratar de regras Em outras palavras, podemos dizer que regras são comandos
morais adotadas por indivíduos indistintamente. definitivos (ou se aplicam ou não se aplicam) enquanto princípios
Neste sentido, Galuppo prevê que: Pois é apenas porque são são requisitos de otimização. Se a regra é válida e aplicável, esta
concebidos como valores que os seres podem ser objetos de men- requer que seja feito o que se prevê na sua íntegra. Já os princípios
suração por meio de preferibilidade, constitutiva do próprio são normas que exigem que algo seja realizado em seu maior nível
conceito de valor, uma vez que o valor, conforme aponta Lalan- possível, contendo assim uma ideia de gradação e que demonstra
de, pode ser entendido como o “caráter das coisas consistindo a grande diferença entre as regras e os princípios. Por Fernanda
em que elas são mais ou menos estimadas ou desejadas por um São José
sujeito ou, mais ordinariamente, por um grupo de sujeitos de- Ética aplicada é um estudo de ordem ética, que atua em um
terminados”.(…) Os valores indicam muito mais o registro de meio social, o seu comportamento, e sua aplicação nesse meio. Nos
uma preferibilidade em um grupo social do que um dever para anos de 1950 os meios de comunicação vigentes e o público em
esse mesmo grupo, o que implica a possibilidade de concebê-los geral já discutiam a ética da inseminação artificial e de transplantes
de forma hierarquizada. (GALUPPO, 1.999, p. 196). de órgãos que começavam a ser postos em prática.

Didatismo e Conhecimento 6
CULTURA ORGANIZACIONAL
Além da ética médica incluem-se em seu campo de pesquisa O código de ética médica em seu texto descreve: O presente
a bioética, a ética da ciência, a ética econômica ou ética empresa- código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos mé-
rial, a ética do trabalho, a ética ambiental, a ética do futuro, a ética dicos no exercício da profissão, independentemente da função ou
do direito, a ética política, a ética da informação ou infoética, a cargo que ocupem. A fiscalização do cumprimento das normas es-
ética dos meios de comunicação social, a engenharia ética, a ética tabelecidas neste código é atribuição dos Conselhos de Medicina,
administrativa, a ética da técnica, a ética social, a ética sexual e a das Comissões de ética, das autoridades de saúde e dos médicos
ética animal. em geral. Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas
A ética profissional é um conjunto de atitudes e valores posi- disciplinares previstas em lei.
tivos aplicados no ambiente de trabalho. A ética no ambiente de
trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento Ética Empresarial
das atividades da empresa e das relações de trabalho entre os fun- Há de se perguntar por que se tem falado tanto em ética. Por
cionários. que a ética tem aparecido como uma das estratégias não apenas
de sobrevivência, mas, sobretudo, de expansão dos negócios? O
Vantagens da ética aplicada ao ambiente de trabalho: presente capítulo pretende explicitar esta recente relação de par-
- Maior nível de produção na empresa; ceria entre dois domínios aparentemente incompatíveis: o do lucro
- Favorecimento para a criação de um ambiente de trabalho e o da educação das vontades, a ética. Nesta perspectiva, a ideia
harmonioso, respeitoso e agradável; é demonstrar que a ética nem sempre deve ser entendida como
- Aumento no índice de confiança entre os funcionários. ameaça ou obstáculo, mas como alavanca para o sucesso das em-
presas. Não há empresa, no cenário contemporâneo, com preten-
Exemplos de atitudes éticas num ambiente de trabalho: sões de aumento de sua competitividade, que escolha tratar a ética
- Educação e respeito entre os funcionários; não como aliada, mas como adversária. Certamente não há uma
- Cooperação e atitudes que visam à ajuda aos colegas de tra- causa única e explicativa deste movimento em torno da ética, mas
balho; é provável que a concorrência entre empresas, aliada às crescentes
- Divulgação de conhecimentos que possam melhorar o de- exigências de clientes cada vez menos tolerantes com abusos, es-
sempenho das atividades realizadas na empresa; tejam forçando as empresas a levar em conta este tema. Diante de
- Respeito à hierarquia dentro da empresa; clientes exigentes, as empresas pensam bastante antes de oferecer
- Busca de crescimento profissional sem prejudicar outros co- bens ou serviços que maculem negativamente suas imagens. Ao
perceberem que não podem ser abusivos em relação aos clientes,
legas de trabalho;
as empresas estão introduzindo a ética em suas práticas.
- Ações e comportamentos que visam criar um clima agra-
O presente texto está estruturado em cinco tópicos.
dável e positivo dentro da empresa como, por exemplo, manter o
O primeiro faz uma descrição do ambiente onde o novo líder
bom humor;
obriga-se a atuar. Sua atuação está cada vez mais condicionada
- Realização, em ambiente de trabalho, apenas de tarefas rela-
à necessidade de construir energias unificadoras interna e exter-
cionadas ao trabalho;
namente às organizações. Após a inevitável contextualização, são
- Respeito às regras e normas da empresa.
apresentadas, a seguir, algumas conceituações contemporâneas e
caracterizações da ética como fator de produção. Nas considera-
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam
ções finais, ficam evidenciadas algumas posições afirmativas dian-
a consciência do profissional e representam imperativos de sua te do encontro cada vez mais vigoroso da economia com a ética.
conduta. Antes de maiores aprofundamentos sobre os dilemas éticos no
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa mundo dos negócios, é fundamental compreender o ambiente onde
propriedade do caráter. Ser ético é agir dentro dos padrões con- compartilhamos nossa existência e suas influências sobre a ética.
vencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético Hoje é quase ponto pacífico o reconhecimento da importância do
é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive. ambiente externo na condução dos negócios de uma organização.
Ter ética profissional é o indivíduo cumprir com todas as ati- Apesar da mudança de paradigma ser uma realidade evidente, nem
vidades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela todos aqueles que estão à frente das empresas conseguem percebê-
sociedade e pelo seu grupo de trabalho. -la de maneira adequada. Assim, as proposições sobre grandes ten-
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode dências são essenciais para compreender as principais mudanças
variar ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação. No entan- que ocorreram e vêm ocorrendo no ambiente. As principais propo-
to, há elementos da ética profissional que são universais e por isso sições são as seguintes:
aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade, - Crescimento econômico global no final do segundo milênio:
responsabilidade, competência, etc. diferentemente dos cenários negativos tão disseminados, estamos
destinados a um período de prosperidade sem precedentes;
Código de Ética Profissional - Renascimento das artes: as artes permeiam a cultura de mas-
Código de ética profissional é o conjunto de normas éticas, sa como nunca anteriormente, substituindo os esportes como nossa
que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu atividade de lazer;
trabalho. - Emergência do Socialismo de Livre Mercado: das agitações
O código de ética profissional é elaborado pelos Conselhos, políticas no Bloco Oriental está brotando uma nova ideologia po-
que representam e fiscalizam o exercício da profissão. lítica e econômica;

Didatismo e Conhecimento 7
CULTURA ORGANIZACIONAL
- Surgimento de estilos de vida globais paralelos a naciona- O líder deve criar fé na superioridade do interesse comum, o
lismos culturais: a crescente tentativa de impor estilos únicos de que significa fazer as pessoas acreditarem na existência de uma
vida ao redor do mundo tem gerado resistências que se apoiam no probabilidade de sucesso coletivo, dentro do qual as motivações
desejo de valorizar o caráter único de cada cultura local; pessoais possam essencialmente ser satisfeitas desde que o grupo
- A privatização do Welfare State (Estado de bem-estar so- confie na integridade da autoridade objetiva exercida na liderança.
cial): a questão fundamental que continua desafiadora para os go- Sem estabelecer julgamento a respeito da superioridade de
vernos a partir da primeira década do terceiro milênio é de como uns sobre outros, devemos observar que cada membro de uma or-
auxiliar os pobres sem levar à bancarrota os Tesouros Nacionais. ganização possui diversos códigos privados que afetam suas deci-
Nota-se que tanto nos países periféricos como nos países centrais sões e seu comportamento.
do capitalismo, a mudança do controle governamental para a em- Significa que a posição executiva implica, para quem assumi-
presa privada tem sido o primeiro passo; -la, trabalhar com um número ainda maior de códigos.
- A consolidação econômica de alguns países do Pacífico: Adicionalmente aos códigos morais próprios e independente-
o foco da economia mundial vem mudando do Atlântico para o mente da posição que ocupe, tal incumbência implica a aceitação,
Pacífico, estando os estados da costa oeste americana tão bem pelo executivo, de diversos códigos adicionais da sua organiza-
posicionados quanto Tóquio; ção. Estes variam de organização para organização e constituem
- As mulheres na liderança: adaptadas às exigências de quali- uma acumulação de práticas habituais, experiências e tradições,
ficação profissional relacionadas à liderança institucional, as mu- incorporadas na cultura organizacional. São elementos intangíveis,
lheres vêm paulatinamente conquistando espaços, em números relacionados com a visão que a organização faz de si, bem como
expressivos, nas profissões antes reservadas aos profissionais de percepções de como ela é vista nas relações com a clientela.
sexo masculino; O comportamento e as decisões do executivo se estabelecem
- O sucesso da Biologia: com os avanços da Biotecnologia, como um símbolo da tonalidade moral da organização, tanto in-
afloram os polêmicos debates envolvendo a ética, a ciência e os ternamente quanto para a clientela. O executivo responsável está
interesses socioeconômicos; firmemente governado pelos próprios códigos morais, bem como
- O renascimento religioso do terceiro milênio: embora os pelos códigos da organização. Quando toma decisões apoiado em
meios de procura se diversifiquem, do fundamentalismo à New impulsos imediatos, desejos, interesses e/ou problemas que sur-
Age (Nova Era), a espiritualidade continua desempenhando pa- gem tende a desconsiderar os códigos da instituição que represen-
pel crescente com a aproximação da virada do milênio; ta, provocando tensões muitas vezes abusivas.
- Triunfo do indivíduo: uma nova consideração de integri- Se demonstra equilíbrio entre valores íntimos e valores da ins-
dade e crescimento do indivíduo está subjacente a todas as mu- tituição na tomada de decisão, o executivo é visto como um líder
danças globais. As novas tecnologias estão liberando as pessoas responsável, merecedor de posições mais altas no mundo organiza-
criativas e auto empregadas para viverem e trabalharem em lo- cional. Se não há sinceridade por parte do executivo a organização
cais onde se tenha maior qualidade de vida. tende a acumular problemas, pois ela é o elemento indispensável
Compreender esses novos paradigmas ou buscar a autodes- na criação do desejo de adesão por parte daqueles cujos esforços,
truição são as duas mega-opções entre as quais a comunidade voluntariamente dados, constituem a organização.
empresarial se debate.
As questões éticas estão presentes nessas novas situações. A Energia unificadora
maioria dos líderes acredita que pode manter padrões éticos nas Uma alta moralidade organizacional cria um ambiente capaz
práticas de negócios. de auto corrigir as decisões do executivo. Ações estas que, embora
Muitos administradores estão reexaminando a concepção de empreendidas com sinceridade, acabam se transformando em er-
ética empresarial, e este reexame surge justamente na compreen- ros táticos e estratégicos.
são sobre a responsabilidade social do executivo. O líder deve fazer as pessoas acreditarem na existência de
uma probabilidade de sucesso coletivo com impactos negativos
Novo líder na esfera econômica. Cada executivo, ainda que talentoso, comete
Qualquer cooperação organizada entre pessoas deve vencer enganos de tempos em tempos, que são percebidos como lapsos
certo número de fatores entrópicos, os quais drenam continua- pelos colaboradores na organização. Uma moralidade baixa não
mente a energia para liderar. Dentre eles, destacam-se: limitações sustenta a liderança por muito tempo; sua influência rapidamente
físicas e biológicas; incerteza quanto aos resultados; problemas esvanece, atrapalhando a própria sucessão da liderança. Uma mo-
de compreensão na comunicação de propósitos; tendências dis- ralidade organizacional alta é o fator capaz de superar as forças
persivas dos objetivos individuais; e complexidade e instabilida- desintegradoras dos interesses e motivações individuais, educando
de do comportamento humano. a tendência constante dos indivíduos de procurar os próprios ca-
A existência de organizações mostra ser possível a coopera- minhos.
ção humana sistemática. No entanto, as tendências dispersivas, Em razão da natureza humana, há necessidade de o líder reno-
encontradas nos interesses individuais, bem como a complexida- var constantemente o esforço cooperativo, que constitui elemento
de e instabilidade das motivações pessoais, tornam necessário ao fundamental para a existência de todas as organizações. Sem essa
líder desenvolver um clima de fé, como prelúdio e condição para energia unificadora a organização morre, tal como uma fogueira
a tal cooperação. não alimentada.

Didatismo e Conhecimento 8
CULTURA ORGANIZACIONAL
O caráter geral dessa energia unificadora é a tonalidade moral, Estaremos negando que o sucesso tanto das nações quanto das
expressa por meio de pontos de vista, atitudes fundamentais, leal- organizações diversas tem como pano de fundo a ética; a ação
dades e outros elementos intangíveis incorporados à autoimagem responsável em termos não apenas econômicos, mas principal-
da organização, os quais são moldados e expressos pela liderança mente socioambientais, é o sustentáculo de uma grande organi-
executiva. zação.
Todas as pessoas analisam o que está acontecendo e como de- Na perspectiva de Weber, a dimensão ética relacionada às
vem responder àquilo que percebem, mediante o uso de códigos crenças íntimas é de pouco proveito e, em certos casos, até pre-
múltiplos, aplicados seletivamente, de maneira situacional. Caso o judicial às tomadas de decisões. Para ele, (...) toda a atividade
executivo tenha sucesso na criação de um alto nível de moralidade orientada segundo a ética pode ser subordinada a duas máxi-
organizacional, passará a existir um tipo de ambiente favorável à mas inteiramente diversas e irredutivelmente opostas. Pode
autocorreção de decisões, que só tardiamente seriam percebidas orientar-se segundo a ética da responsabilidade ou segundo
como equivocadas. Se a moralidade é baixa, os erros acabam con- a ética da convicção. Isso não quer dizer que a ética da con-
duzindo à desintegração da organização. vicção equivalha a ausência de responsabilidade, e a ética da
responsabilidade a ausência de convicção. Não se trata disso,
O que é ética empresarial evidentemente. Não obstante, há oposição profunda entre a
Com a clara intenção de evitar a desintegração da organiza-
atitude de quem se conforma às máximas da ética da con-
ção, torna-se imperativo entender alguns significados mais profun-
vicção diríamos, em linguagem religiosa, O cristão cumpre
dos da ética e sua relação direta com o mundo dos negócios. Em
seu dever e, quanto aos resultados da ação, confia em Deus e
geral, as opiniões das pessoas sobre a ética tendem a ser absolutas
a atitude de quem se orienta pela ética da responsabilidade,
ou incondicionais. Sem muita reflexão tende-se a definir ética ba-
sicamente como fazer o bem. Qualquer ação que se distancie de tal que diz: Devemos responder pelas previsíveis consequências
perspectiva é imediatamente caracterizada como má e, em função de nossos atos. (WEBER, 1968, p.114).
disso, antiética. Assim, a relação entre senso comum e ética é uma Na formulação de Weber, a ética da convicção, por derivar
relação marcada pela unilateralidade, uma vez que ética é caracte- de uma ética religiosa, busca inspiração, autoridade e legitimi-
rizada de forma irrestrita e unidimensional. dade no passado, ao passo que a ética da responsabilidade legi-
Hoje o debate sobre a ética é cada vez mais intenso e distante tima-se e se orienta para o futuro. Em outras palavras, trata-se
da unilateralidade do senso comum. Marxistas, cristãos, empresá- do confronto clássico entre tradição e modernidade. Enquanto
rios e existencialistas debatem em conjunto questões relativas ao a ética da convicção tem seus fundamentos muito mais fincados
que é bom e o que é mau na conduta humana. nas tradições passadas e internalizadas pelos indivíduos como se
De David Hume, que viveu no século XVIII, aos dias atuais, fossem suas, a ética da responsabilidade busca sustentação no
muitos filósofos e estudiosos das mais diversas áreas do conhe- futuro prometido pelo humanismo antropocêntrico do período
cimento vêm se ocupando das questões e dos dilemas éticos que renascentista. A diferença fundamental é que a ética da responsa-
estão sempre rondando as experiências e os conflitos humanos. O bilidade induz o homem a se reposicionar diante de suas próprias
homem escrevia Sartre está condenado a decidir sobre seu próprio decisões, não cabendo remeter aos outros a responsabilidade fu-
destino. Antes dele, Nietzsche também foi categórico ao definir o tura pelos seus atos.
homem como um animal que valora, logo um animal ético, pois é o É perceptível que uma ética apoiada apenas em convicções
próprio Nietzsche que faz a genealogia do conceito de ética, resga- íntimas não é adequada para os tomadores de decisão, nem para
tando sua origem do grego ethos, que significa uso, comportamen- governos, nem para grandes corporações. É mais apropriada
to ou costume. Destes pensadores é que deriva a clareza de que a para funcionários executores de ordens com reduzidos espaços
ética está relacionada à ação prática dos homens, não a discursos para questionamentos. A decisão de estadistas, chefes políticos,
bem intencionados, mas sem qualquer conexão sólida com o mun- empresários ou quaisquer homens de ação, ao contrário, deve
do da vida. Portanto, é deles também que herdamos a capacidade estar apoiada em uma ética que vá além das convicções íntimas,
crítica de perceber o abismo existente entre o que é dito e o que é a ética da responsabilidade, que não concede espaço para dele-
efetivamente feito em nome da ética no interior das organizações gação de poderes. Assim, justifica-se a defesa de que a ética em-
formais. Se no plano discursivo a ética aparece como imperativo
presarial predominante é a da responsabilidade. Isto porque, cada
categórico, ou como valor universal, no mundo concreto da vida
vez mais se configuram cenários que obrigam empresas, institui-
nega-se tudo isto, invariavelmente, em nome do auto interesse.
ções e pessoas a optarem por decisões éticas não por bom-mo-
A tensão permanente entre valores universais e valores in-
cismo, mas, primeiro, por estratégias de sobrevivência e, depois,
dividuais é a tônica da investigação ética. Sendo assim, pode-se
definir a ética a partir de uma reflexão, da busca de uma teoria pela necessidade imperativa de expansão dos negócios.
sobre a conduta humana. A investigação ética, além de visar ao Fica evidente que Weber admite que organizações que se an-
estabelecimento de conceitos sobre o comportamento moral dos tecipam no que se refere a tomadas de decisões amparadas na éti-
seres humanos, pode ser entendida a partir do seguinte princípio: ca, diferentemente do que se poderia pensar, tendem a aumentar
toda decisão que implicar danos ou prejuízos diversos aos outros seus níveis de competitividade.
não pode ser considerada ética. Nos termos expressos, a ética não Fazer referências à ética empresarial ou à ética dos negócios
pode apresentar-se como ameaça ou como aquilo que as pessoas, implica estudar e tornar inteligível a moral vigente nas empre-
empresas ou governos jamais fariam se não fossem obrigadas. Se sas capitalistas contemporâneas contrariando outras análises que
aceitarmos estas percepções negativas da ética como verdadeiras, insistem em acentuar possíveis incompatibilidades entre ética e
estaremos negando sua dimensão civilizatória. sucesso empresarial.

Didatismo e Conhecimento 9
CULTURA ORGANIZACIONAL
Se para muitas pessoas associadas ao mundo dos negócios atingidos por tais escolhas. Estas últimas podem ser emancipató-
às supostas exigências da ética se apresentam invariavelmente rias ou abusivas, sobretudo para aqueles que estão envolvidos no
como verdadeiros obstáculos, para outras as dificuldades foram jogo, como fatores de produção, e não como seres humanos. Note-
transformadas em oportunidades de êxito e de expansão. -se que no centro da problemática exposta reina a questão ética. É
Neste particular, fazer referências à ética empresarial ou à éti- possível pensá-la, também, como fator de produção? É evidente
ca dos negócios implica estudar e tornar inteligível a moral vigente que sim. Se a trajetória da ascensão e expansão do capitalismo
nas empresas capitalistas contemporâneas e, em especial, a moral engendrou e legitimou percepções abusivas no que se refere aos
predominante em empresas de uma nacionalidade específica. fatores de produção, tais percepções veem-se obrigadas a receber
reparos.
Ética empresarial como fator de produção A ética vem conquistando o direito de se tornar fator de pro-
A caracterização da ética como fator de produção é feita de dução não por uma transformação espontânea, natural, positiva e
forma pioneira por um economista, Giannetti (1993 e 2000), em humanística dos gestores do capital, mas porque as pressões oriun-
seus diálogos interdisciplinares envolvendo as teorias clássicas da das da sociedade forçam essa nova tomada de consciência. Pelo
economia e as reflexões éticas herdadas da filosofia. A ideia central mundo afora não são poucos os casos de opção pela ética, não por
de Giannetti é demonstrar que, embora o mercado seja notadamen- bom-mocismo, mas por necessidade de sobrevivência e de expan-
te o melhor espaço para as trocas de bens e serviços, não pode são a médio e longo prazos. Alguns exemplos são ilustrativos.
prescindir da ética. Uma de suas conclusões é que a riqueza ou a Pesquisas na Universidade de Harvard vêm demonstrando
pobreza de uma nação deve ser buscada na qualidade ética de seus que empresas efetivamente preocupadas e direcionadas para os
jogadores, isto é, de todos os agentes econômicos, sociais e políti- stakeholders (fornecedores, acionistas, consumidores, emprega-
cos envolvidos. Com este raciocínio, Giannetti torna visível que a dos e comunidade) apresentam indicadores de crescimento muito
ética não pode ser apreendida como uma ameaça, e sim aliada para superiores aos de outras companhias que negligenciam tais estra-
o sistema econômico. tégias. Em termos de empregos, elas vêm gerando entre quatro e
Considerando que a ética, na abordagem não apenas de Gian- oito vezes mais do que as que se limitam a satisfazer acionistas.
netti, mas também de Lipovetski (1994), Srour (2000) e outros, é A título de ilustração, tome-se a experiência de determinada
um excelente negócio, é fundamental delimitar as noções de éti- empresa suíça, especializada em serviços financeiros éticos, que
ca empresarial a partir de questões práticas; de atos e não sim- criou o Dow Jones Sustainability Index (Índice de Sustentabilida-
plesmente de discursos bem intencionados dos líderes. As éticas de). O índice é composto por 229 empresas, tais como Honeywell,
empresariais constituem-se a partir de deliberações, em função de Unilever e Fujitsu e, de acordo com os parâmetros estabelecidos
análises das circunstâncias, dos propósitos, da razão, dos resul- pelo índice, às empresas citadas produzem, em média, maior retor-
tados previsíveis, dos prognósticos e dos fatores condicionantes. no para os acionistas do que outras empresas da mesma região, em
Elas têm como fundamentos níveis elevados de incertezas, flexibi- prazos médios de cinco anos. Além disso, cumpre destacar que as
lizações e análises de risco. empresas éticas foram mais bem-sucedidas que outras vinculadas
Assim, ao chamar para si a responsabilidade por seus atos, ao mesmo setor.
o líder transforma a ética em diferencial não apenas para si, mas, Há de se notar a preocupação de empresários em se antecipar
sobretudo, para a empresa diante de juízes cada vez mais exigen- a um movimento que parece decisivo ao processo de elevação dos
tes, ou seja, as sociedades contemporâneas. Empresas que se an- níveis de competitividade das corporações. O referido movimento
tecipam, isto é, que tomam decisões éticas, têm se destacado em já percebeu que a ética não pode mais ser encarada como inútil.
todos os domínios da vida associativa por uma razão: conseguem figura de retórica, e sim como fator fundamental ao êxito das or-
fidelizar clientes. ganizações formais.
Na busca pela fidelização de clientes, a organização, para ser Outro caso citado e analisado por Srour (2000) – digno de des-
classificada como ética, precisa: sentir-se livre em relação a subor- taque é o da Johnson & Johnson, no início da década de 1980, nos
nos e chantagens de governos, de fornecedores e de outros, para Estados Unidos. Ao ser notificada de que sete pessoas, em Chicago
tomar decisões; assumir responsabilidades pelas tomadas de deci- (EUA), haviam morrido envenenadas por um de seus produtos,
são; e, ainda, as decisões, conscientemente, não deverão ser abusi- o Tylenol (conhecido analgésico), a empresa imediatamente reco-
vas em relação ao outro, se considerarmos que ninguém é ético em lheu o medicamento cerca de 32 milhões de embalagens de todo o
relação a si mesmo, mas sempre em relação ao outro. território norte-americano. Na operação, a empresa enfrentou re-
No que diz respeito ao outro, é necessário qualificar de quem dução em seu faturamento mensal na ordem de 88%; de US$ 33
se trata ou quem ele é. Em termos concretos, o outro pode ser o milhões, baixou para US$ 4 milhões. Além dessa primeira iniciati-
vizinho, o pai, a mãe, o irmão, o sócio, a empresa, o governo, a va, a Johnson&Johnson assumiu total responsabilidade pelas víti-
sociedade, o Planeta. Retomando a definição, sempre que se age mas, indenizando-as junto a seus parentes e familiares. Em segui-
livremente, movido por princípios íntimos ou valores calculistas da, desembolsou US$ 100 milhões com a parte fiscal da devolução
e úteis à organização à qual se faz parte, está-se diante de possibi- dos remédios e, por último, ainda gastou mais US$ 150 milhões
lidades objetivas de ser mais ou menos abusivo em face de quem em campanhas publicitárias para recuperar o mercado perdido, ob-
quer que seja o outro. O raciocínio é válido para toda e qualquer tendo enorme sucesso dois anos depois do incidente.
circunstância que envolva seres vivos. Numa primeira análise das experiências expostas, as iniciati-
Sendo assim, a ética implica decidir o destino de outros seres vas da Johnson&Johnson foram louváveis porque agiram de acor-
que estão em volta. Quando um líder decide o que, como e quanto do com princípios éticos. Contudo, é fundamental enfatizar que o
produzir, e assim inicia o processo produtivo, não está decidindo grande motivador das ações éticas da empresa em questão foi à
apenas o seu destino, mas os destinos de todos aqueles que serão força de uma sociedade capaz de pressioná-la a agir da forma que

Didatismo e Conhecimento 10
CULTURA ORGANIZACIONAL
agiu. Em outros termos, a Johnson&Johnson agiu eticamente nos Não podemos desconsiderar o fato de que ética implica inves-
Estados Unidos porque dificilmente recuperaria sua imagem se ne- timento de médio e longo prazos. As análises expostas nos autori-
gligenciasse ou se passasse por cima dos fatos. O ocorrido ensina zam a concluir parcialmente que ao relacionar o conceito de ética à
que o mundo dos negócios já não pode fazer o que bem entende, possibilidade de reduzir dimensões abusivas das ações dos homens
já não pode ser abusivo; enfim, já não pode agir de acordo com sobre sociedade pode ser fértil para novos estudos preocupados em
suas paixões íntimas. As pessoas agem eticamente sempre que são demonstrar que não existe incompatibilidade entre ética e êxito
obrigadas a fazê-lo, não por espontaneidade ou voluntarismo um empresarial.
freio para estes possíveis abusos. Existe um fator que o obriga a Finalmente, é preciso destacar que ética não se aprende ouvin-
educar suas vontades: a ética. do ou lendo belos discursos. Ética é, fundamentalmente, emoção,
Em um mundo balizado pela lógica do lucro rápido, as vivência, experiência singular (HEEMANN, 2001). É preciso edu-
pessoas agem eticamente sempre que são obrigadas a fazê-lo, car a mente para sentir a ética penetrando e transformando nosso
não por espontaneidade ou voluntarismo. A prova disto é que a corpo por inteiro. A ética só se torna eficaz à medida que os toma-
Johnson&Johnson só se preocupou em recolher embalagens dos dores de decisões adquirem a capacidade de se indignar diante de
Estados Unidos; outras regiões do mundo, sem poder de pressão ações ou fatos que antes não lhes afetavam. Por Osmar Ponchirolli
ou desinformadas, permaneceram entregues à própria sorte. e José Edmilson de Souza Lima.
Infere-se da análise que a decisão ética de qualquer empresa é
refém de sociedades minimamente preparadas para reagir, para eli-
minar possíveis atalhos que as empresas queiram seguir, em nome A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLICAS E
de interesses particulares e abusivos face à coletividade. Quanto PRIVADAS
mais tolerante for à coletividade em relação aos desmandos, cor-
rupções e à impunidade, mais aberto estará o cenário para ações Quando se fala em ética no serviço público logo associamos
abusivas por parte das organizações. É importante ressaltar que, a corrupção, roubo, desvio de dinheiro etc. Na verdade, a ética
do ponto de vista das organizações, o sucesso está associado ao no setor público se refere a muito mais que isso, ela deve estar
maior controle, à maior redução dos níveis de incerteza, isto é, à presente em todo ato administrativo, a fim de que os princípios
maior capacidade de tomar decisões éticas em relação à sociedade. constitucionais sejam cumpridos.
Por carregar um enorme poder de irradiação pelos efeitos Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que
que provoca, nenhuma decisão empresarial é neutra. Em termos
o padrão ético dos servidores públicos advém de sua natureza, ou
práticos, direta ou indiretamente, as decisões costumam afetar os
seja, o caráter público e sua relação com o público.
stakeholders, os agentes que mantêm vínculos internos e externos
O servidor deve estar atento a esses padrões não apenas no
com a organização. O exemplo da Johnson&Johnson nos conduz à
exercício de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua
certeza de que ter atitude heroica abraçando os erros não compen-
vida. O caráter público do seu serviço deve se incorporar em sua
sa. É mais inteligente ter a transparência como diferencial e como
vida privada, com o fim de que os valores morais e a boa fé, am-
grande negócio.
parados constitucionalmente como princípios básicos e essenciais
Situações difíceis sempre existiram. O importante são os pe-
a uma vida equilibrada, se insiram, e seja uma constante em seu
quenos esforços, cuidadosos e práticos, vindos de pessoas que fi-
cam fora das luzes da ribalta. A atitude heroica de pedir demissão relacionamento com os colegas e com os usuários do serviço.
e denunciar o problema deveria ser o último e desesperado recurso Os princípios que devem ser observados pelos servidores são:
das pessoas em posição de liderança. Em primeiro, segundo e ter- - Legalidade: todo ato administrativo deve seguir fielmente os
ceiro lugares deveria estar a liderança ética. meandros da lei;
Por que a ética voltou a ser um dos temas mais trabalhados - Impessoalidade: aqui é aplicado como sinônimo de igualda-
no pensamento administrativo? Pode ser que as pessoas estejam de, todos devem ser tratados de forma igualitária, respeitando-se
começando a perceber que não é possível construir patrimônios o que a lei prevê;
estando apoiadas em ações administrativas que prescindam da éti- - Moralidade: respeito ao padrão moral para não comprometer
ca. É como se a antiga ilusão de ganhar dinheiro a qualquer custo os bons costumes da sociedade;
tivesse se transformado em desespero em face das vigorosas exi- - Publicidade: se refere à transparência de todo ato público,
gências éticas. No campo da administração, as grandes expectati- salvo os casos previstos em lei;
vas de um sucesso pretensamente neutro, alheio aos valores éticos - Eficiência: ser o mais eficiente possível na utilização dos
e humanos, tiveram resultados desalentadores. Ao deixar de ser meios que são postos a sua disposição para a execução do seu
uma ameaça, a ética conquista seu próprio espaço e se transforma mister.
em possibilidade concreta de sucesso. É importante também observar que todo ato do servidor
A ética é uma ótica e isto significa que existem múltiplas público deve observar o equilíbrio entre legalidade e finalidade
morais, historicamente fundamentadas, e que há éticas no plural para que o princípio da moralidade seja cumprido, ou seja, o ato só
que se desdobram em várias abordagens. Uma dessas abordagens terá a sua finalidade alcançada e válida se durante todo o processo,
considera a conciliação entre a ética da responsabilidade e a ética os meios utilizados forem legais e observarem o interesse público.
da convicção. O presente texto traz ao mundo empresarial uma A gestão ética nas empresas vai além do “bem proceder” com
modesta reflexão sobre a importância da ética no mundo dos ne- relação aos negócios que tal empresa ou entidade lucrativa pos-
gócios, tendo como base a necessidade do executivo de integrar a sam estar ligadas, o comportamento ético empresarial também se
ética da responsabilidade com a ética da convicção. Neste sentido, relaciona com a responsabilidade social das empresas perante seus
a responsabilidade do executivo aparece como o substrato moral. clientes e comunidade em geral.

Didatismo e Conhecimento 11
CULTURA ORGANIZACIONAL
As empresas que apresentam a postura ética mantêm ações - Quarentena:
que visam o bem estar da comunidade e a preocupação com o meio a) Restrições para atividades profissionais em função da ma-
ambiente e com outras questões que denotam um comportamento téria;
social responsável. b) Restrições para atividades profissionais em função da área
Dentro desse contexto de responsabilidade social e preocupa- de atuação ou relacionamento mantido enquanto no cargo público.
ção com os clientes, algumas empresas tem adotado medidas para Por Luis Guilherme Winther Neves
que a ética seja realmente um diferencial no relacionamento que
mantém com seus clientes. Ética e Responsabilidade Social
Já os órgãos públicos, por lei, devem criar comissões de ética A ética, como já explicitado, tem a ver com a conduta humana,
que, além de fiscalizar devem promover ações que despertem no com a forma como o ser humano se relaciona entre si. As relações
servidor a consciência ética no tratamento com o público e com os humanas são pautadas por um conjunto de princípios ou padrões,
equipamentos. nem sempre consensuais, mas que permitem a interação entre as
Um conflito de interesse acontece toda vez que um interesse pessoas. Até agora, pouco se conseguiu quanto a princípios univer-
particular possa se sobrepor a um interesse público. sais, aceitos por todos indistintamente. Catástrofes, por vezes, pelo
Os conflitos de interesses são tratados pela resolução nº 8 da impacto que causam, levam à produção de legislações aceitas por
Presidência da República. maiorias, pelo menos formalmente, como, por exemplo, a legisla-
Resolução nº 8 ção pactuada na ONU sobre os Direitos Humanos, apesar de suas
Todas as vezes que o exercício do cargo público puder ser im- constantes violações. O que tende a permanecer não são os pactos
propriamente afetado por interesse privado do agente público ou universais, mas os pactos locais, estabelecidos por forte consen-
de pessoa a ele ligada por laços de compadrio, parentesco ou ne- so e estratificados pelo tempo. O tradicional é exatamente isso,
gócio configura-se uma situação que suscita conflito de interesses. mesmo quando se confronta com valores limítrofes, próximos, e
tecnologias que se desenvolvem exponencialmente. O que é mate-
Situações de risco rial muda muito rapidamente, através de tecnologias de produtos,
1. Atividades profissionais paralelas ao exercício da função processos e operações, que são filtradas por valores culturais, que
pública: mudam também, mas de uma forma muito mais lenta. A tendência
a) no próprio setor público: de conflitos neste momento de globalização não parece ser uma
a1. participação em conselhos de empresas; quimera. Ainda são necessários novos pactos para que se possa
a2. docência; ter uma ética global, mais ampla, aceita por todos. Quando na
Academia as pesquisas são avaliadas pelo prisma da ética, a tarefa
b) no setor privado:
recomendada pelos Comitês de Ética em Pesquisa (SERRUYA &
b1. em empresas e sociedades com ou sem fins lucrativos;
MOTTA, 2006) consiste em analisar de maneira crítica e impar-
b2. em ONGs;
cial as ferramentas científicas (conceitos, teorias, paradigmas); os
b3. prestação de consultoria.
materiais e métodos; os valores e as crenças sobre o correto e o
2. Atividade político-partidária e em entidades associativas
incorreto; o justo e o errado, diretamente envolvidos pela pesquisa,
diversas.
seja ela pertencente ao âmbito das ciências naturais ou sociais (A
3. Investimentos e outras relações de negócio, inclusive parti-
Administração é uma ciência social aplicada e a Engenharia de
cipação em empresas.
Produção acrescenta a dimensão social às engenharias).
4. Exercício de atividades profissionais no setor privado após
A literatura apresenta trabalhos sobre o chamado “choque cul-
deixar o cargo: tural” em executivos expatriados (CHEW, 2004). Uma pesquisa
a) Atuar para pessoa física ou jurídica com quem se relaciona- baseada em relatório de multinacionais que alocaram executivos
va institucionalmente em função do cargo público; para projetos no exterior concluiu que: 40% deles deixaram o car-
b) Atuar em processo ou negócio que tenha sido objeto de sua go por não se ajustarem às novas culturas, e 50% dos remanescen-
participação em função do cargo público que ocupou; tes apresentaram desempenho abaixo da média, causando somente
c) Representar interesse privado junto ao órgão público onde o no aspecto performance, perdas de US$2 bilhões por ano para o
exerceu cargo ou com o qual tenha mantido relacionamento oficial conjunto dessas empresas.
direto e relevante. Agora, essas empresas estão sendo obrigadas a oferecerem
5. Relações de compadrio e parentesco Medidas para Prevenir treinamento e acompanhamento psicológico para os gerentes que
Conflitos: vão substituir os que retornam que, por sua vez, são igualmente
- Observar vedação para desenvolver certas atividades parale- submetidos a esses treinamentos e acompanhamentos.
las, em função do cargo público ocupado. Alguns exemplos podem ilustrar comportamentos diferentes
- Limitação para fazer investimentos em ativos cujo valor ou associados à ética das diferentes culturas: na Tailândia e nos países
cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental a árabes, não se pode cruzar as pernas e mostrar a sola do sapato para
respeito da qual o agente público tenha informações privilegiadas. quem quer que seja. Trata-se de um insulto, pois esta é considerada
- Transferir a gestão do patrimônio próprio para administrado- a parte mais suja da vestimenta das pessoas, logo, por uma questão
res independentes de respeito ao outro, não deve ser mostrada. Em algumas regiões
- Declarar-se impedido para participar do processo decisório do Oriente Médio, da África e da Ásia, é preciso ter cuidado com
a respeito de matéria que envolva interesse pessoal ou de pessoa as mãos, particularmente a esquerda, por ser utilizada na higiene
ligada por laços de parentesco ou negócio; pessoal.

Didatismo e Conhecimento 12
CULTURA ORGANIZACIONAL
Como as diferentes culturas produzem diferentes tipos de Para este autor, ser competente pressupõe ser ético, já que
ética, somente a responsabilidade social pode ser seu contra- não vale a pena para nenhuma empresa ter profissionais com-
ponto, já que, no dizer de Francisco Gomes de Mattos (2005), petentes e aéticos. Frequentemente esses profissionais ganham
consultor de Estratégia Empresarial, “a responsabilidade social é negócios, mas perdem a empresa. Geralmente agem com uma
uma exigência básica à atitude e ao comportamento ético, através visão imediatista, sem respeitar valores. Para esses profissionais
de práticas que demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja vale tudo para obter resultados: o concorrente tem que ser elimina-
preservação implica solidariedade e compromisso social”. do, o cliente “encantado” a qualquer preço.
Toda e qualquer cultura com suas respectivas éticas e pro- A educação ética, quando faz parte da cultura da empresa, é
cedimentos particulares, certamente será sensível a um sentido a contrapartida da organização aos profissionais aéticos, mesmo
moral que vincule o indivíduo à vida e aos interesses de seu competentes.
grupo social. A solidariedade atinge a todos, é universal e ética. Quanto ao lucro, condição necessária à perpetuidade da em-
Portanto, entendida por toda e qualquer cultura, já que denota presa, é importante que se acrescente a ele um conteúdo ético tam-
reciprocidade de interesses e obrigações. bém. Por Orlando Nunes Cosenza e Ilan Chamovitz
Os aspectos éticos na avaliação da responsabilidade social
da empresa referem-se, entre outros, às dimensões éticas na con-
dução dos negócios, às questões morais que se originam da rela- CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO
ção trabalho/empresa e ao acordo explícito entre os objetivos e BRASIL (DISPONÍVEL NO SÍTIO DO BB
metas da empresa com o cumprimento dos códigos de ética dos NA INTERNET).
profissionais que dela fazem parte.
Embora existam diferenças conceituais entre administrado-
res públicos e privados, de acordo com os compromissos de cada
um, existe um princípio que norteia o comportamento de todos na O Código de Ética do Banco do Brasil ratifica a contínua valo-
sociedade, o da probidade administrativa (MARTINS JR., 2001) rização dos preceitos éticos existentes na cultura da Organização,
e social. A probidade não pode ser uma falácia, uma contradi- reconhecidos pela comunidade.
ção entre o que se faz e o que se diz. O caráter de integridade e O Banco do Brasil reconhece a responsabilidade do funcio-
honradez deve ser legitimado por avaliações de natureza legal, nário pela imagem que detém na comunidade e pela disseminação
financeira e ética, como supõem as pontuações requeridas pela e manutenção dos princípios éticos envolvidos na sua atuação no
responsabilidade social, quando avaliam empresas e países que mercado.
se propõem a competir num mercado aberto, ou propenso a se Dessa forma, convidamos a todos que têm compromisso com
abrir. a marca BB para compartilhar a reflexão sobre esses valores, de
O consultor Matos lembra que em sociedade é impossível a forma a perpetuar a credibilidade e o sucesso da Empresa.
continuidade de um grupo que não tenha estrutura ética na for- Conselho de Administração
ma de valores, princípios, limites, respeito à pessoa e sentido de
bem comum. Informa da necessidade de Predisposição Ética, por Introdução
parte de empresas e pessoas, que se viabiliza através da sensi- Na sociedade contemporânea, a identidade de uma empre-
bilidade social, da percepção de valor e da relevância do bem sa, ou a maneira como ela é conhecida e lembrada pelas pessoas,
moral. Mas isso só é possível quando há Consciência Ética, que não está mais fundamentada apenas no seu catálogo de produtos e
corresponde à capacidade de avaliar e julgar. Ao mesmo tempo, serviços, por mais atrativo que este possa ser. O cenário mundial
recomenda a necessidade de substancial revisão na realidade or- globalizado, marcado por forte concorrência e rapidez do fluxo de
ganizacional que vige no país, tais como: informações, traz exigências novas - justificadas preocupações,
- Autoritarismo: concentração do poder, dominação, tendên- por exemplo, com a sustentabilidade, que começamos a ver em
concepção mais ampla, de preservação e renovação de recursos
cia à fragmentação (ilhas de poder nas organizações).
naturais, de posicionamento moral diante de comportamentos ou
- Paternalismo: corrupção do poder, privilégios, assistencia-
atitudes de pessoas ligadas à gestão de recursos financeiros, de
lismo opressor.
participação em decisões que possam afetar o desenvolvimento
- Individualismo: competição predatória, egoísmo, falta de
social.
visão social.
Consequentemente, o conjunto formado por Missão, Crenças
- Consumismo: possessividade, canibalismo social, ânsia de e Visão de Futuro, que indica diretrizes de política empresarial,
possuir sempre mais. também passa a ser considerado como tradução da razão de ser de
Segundo seus estudos, o foco deve ser sempre o homem, em uma organização. Em todos os níveis funcionais, influencia estra-
dignidade e oportunidades. O homem em equipes inteligentes, tégias, práticas e relacionamentos e, com isso, levanta implicações
integrado e interagindo. Essa sinergia resulta da consciência éti- morais que é preciso antever e sistematizar sob a compreensão da
ca, e a ética pressupõe 4 elementos: Ética.
- Liberdade; Como ciência da moral, a Ética é amplamente aceita como
- Dignidade/Responsabilidade; uma reflexão sobre a ação humana e suas consequências. Ela nos
- Igualdade de Oportunidades; e esclarece sobre o alcance das decisões que tomamos em socieda-
- Direitos Humanos. de, de modo a se tornar um guia para a escolha correta dos meios

Didatismo e Conhecimento 13
CULTURA ORGANIZACIONAL
empregados na busca de nossos objetivos. É nesse sentido que o 09. Zelamos pela segurança no ambiente de trabalho e asse-
Banco do Brasil vem assumindo a abordagem da ética: na perspec- guramos aos funcionários condições previdenciárias, assistenciais
tiva de empresa socialmente responsável. e de saúde que propiciem melhoria da qualidade de vida e do de-
De que maneira comunicar essa disposição, ou seja, como di- sempenho profissional.
zer claramente o nosso compromisso moral com todos os parceiros?
Como guiar nosso relacionamento, que queremos que seja íntegro, 10. Asseguramos a cada funcionário o acesso às informações
com colegas de trabalho, clientes, acionistas, fornecedores, agentes pertinentes à sua privacidade, bem como o sigilo destas informa-
governamentais e cidadãos das comunidades em que atuamos? ções, ressalvados os casos previstos em lei.
Temos uma história prestigiosa de participação positiva na for-
mação do País, não somente na esfera econômica, mas também no 11. Orientamos decisões relativas à retribuição, reconheci-
campo da cultura, da educação, da promoção social e, mais recen- mento e ascensão profissional por critérios previamente estabe-
temente, da preservação do planeta. Também estamos empenhados lecidos de desempenho, mérito, competência e contribuição ao
em continuar construindo e compartilhando valores morais, tradição
Conglomerado.
em nossa imagem institucional tão prezada pelos brasileiros. Em to-
dos os momentos, o profissionalismo dos funcionários foi decisivo
12. Adotamos os princípios de aprendizado contínuo e inves-
para que chegássemos ao bom êxito.
timos em educação corporativa para permitir o desenvolvimento
É assim que, acreditando nesse engajamento e levando adian-
te o programa de Gestão da Ética Corporativa da nossa Agenda 21 pessoal e profissional.
Empresarial, apresentamos o Código de Ética do Banco do Brasil.
Produto da participação representativa de conselho diretor, executi- 13. Mantemos contratos e convênios com instituições que as-
vos e funcionários, este documento confirma e expressa os valores seguram aos colaboradores condições previdenciárias, fiscais, de
éticos seguidos pela Empresa. Portanto, próprios a cada um de nós, segurança do trabalho e de saúde.
incumbidos de garantir a permanência dessa importante reflexão em
nossa atividade diária. 14. Reconhecemos, aceitamos e valorizamos a diversidade do
conjunto de pessoas que compõem o Conglomerado.
Código de Ética do Banco do Brasil
15. Zelamos pela melhoria dos processos de comunicação in-
CLIENTES terna, no sentido de facilitar a disseminação de informações rele-
vantes aos negócios e às decisões corporativas.
01. Oferecemos produtos, serviços e informações para o aten-
dimento das necessidades de clientes de cada segmento de mercado, 16. Apoiamos iniciativas que resultem em benefícios e me-
com inovação, qualidade e segurança. lhoria da qualidade de vida e da saúde do funcionário e de seus
familiares.
02. Oferecemos tratamento digno e cortês, respeitando os inte-
resses e os direitos do consumidor. 17. Repudiamos práticas ilícitas, como suborno, extorsão, cor-
rupção, propina, em todas as suas formas.
03. Oferecemos orientações e informações claras, confiáveis e
oportunas, para permitir aos clientes a melhor decisão nos negócios. 18. Orientamos os profissionais contratados a pautarem seus
comportamentos pelos princípios éticos do BB.
04. Estimulamos a comunicação dos clientes com a Empresa
e consideramos suas manifestações no desenvolvimento e melhoria FORNECEDORES
das soluções em produtos, serviços e relacionamento.
19. Adotamos, de forma imparcial e transparente, critérios
05. Asseguramos o sigilo das informações bancárias, ressalva-
de seleção, contratação e avaliação, que permitam pluralidade e
dos os casos previstos em lei.
concorrência entre fornecedores, que confirmem a idoneidade das
FUNCIONÁRIOS E COLABORADORES empresas e que zelem pela qualidade e melhor preço dos produtos
e serviços contratados.
06. Zelamos pelo estabelecimento de um ambiente de trabalho
saudável, pautando as relações entre superiores hierárquicos, subor- 20. Requeremos, no relacionamento com fornecedores, o
dinados e pares pelo respeito e pela cordialidade. cumprimento da legislação trabalhista, previdenciária e fiscal, bem
como a não-utilização de trabalho infantil ou escravo e a adoção de
07. Repudiamos condutas que possam caracterizar assédio de relações de trabalho adequadas e de boas práticas de preservação
qualquer natureza. ambiental, resguardadas as limitações legais.

08. Respeitamos a liberdade de associação sindical e buscamos ACIONISTAS, INVESTIDORES E CREDORES


conciliar os interesses da Empresa com os interesse dos funcioná-
rios e suas entidades representativas de forma transparente, tendo 21. Pautamos a gestão da Empresa pelos princípios da legali-
a negociação como prática permanente. dade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Didatismo e Conhecimento 14
CULTURA ORGANIZACIONAL
22. Somos transparentes e ágeis no fornecimento de informa- 36. Afirmamos nosso compromisso com a erradicação de to-
ções aos acionistas, aos investidores e aos credores. das as formas de trabalho infantil forçado ou escravo.

23. Consideramos toda informação passível de divulgação, 37. Afirmamos estrita conformidade à Lei na proibição ao
exceto a de caráter restrito que coloca em risco o desempenho e a financiamento apoio a partidos políticos ou candidatos a cargos
imagem institucional, ou que está protegida por lei. públicos.

PARCEIROS ÓRGÃOS REGULADORES

24. Consideramos os impactos socioambientais na realização 38. Trabalhamos em conformidade com as leis e demais nor-
de parcerias, convênios, protocolos de intenções e de cooperação mas do ordenamento jurídico.
técnico-financeira com entidades externas, privadas ou públicas.
39. Atendemos nos prazos estabelecidos às solicitações ori-
ginadas de órgãos externos de regulamentação e fiscalização e de
25. Estabelecemos parcerias que asseguram os mesmos va-
auditorias externa e interna.
lores de integridade, idoneidade e respeito à comunidade e ao
meio ambiente.

CONCORRENTES ESTATUTO SOCIAL DO BANCO


DO BRASIL.
26. Temos a ética e a civilidade como compromisso nas rela-
ções com a concorrência.

27. Conduzimos a troca de informações com a concorrência Aprovado pela Assembleia Geral Extraordinária realizada
de maneira lícita, transparente e fidedigna, preservando os prin- em 10.3.1942, arquivada no Registro do Comércio, sob o número
cípios do sigilo bancário e os interesses da Empresa. 17.298, em 74..1942; e modificado pelas seguintes Assembleias
Gerais com seus respectivos registros: 24.6.1952 (23.896 de
28. Quando solicitados, disponibilizamos informações fide- 15.07.52), 19.4.1956 (43.281 de 29.05.56), 03.08.1959 (68.010
dignas, por meio de fontes autorizadas. de 09.10.1959), 15.05.1961 (122 de 14.07.61), 06.11.1961 (205
de 15.12.61), 25.4.1962 (291 de 27.06.62), 26.4.1963 (439 de
GOVERNO 29.05.63), 03.08.1964 (675 de 10.09.64), 01.02.1965, (836 de
18.03.65) 04.02.1966 (1.162 de 29.03.66), 08 .07.1966 (1.305
29. Somos parceiros do Governo Federal na implementação de 18.08.66), 20.04.1967 (1.513 de 06.09.67), 15.08.1967
de políticas, projetos e programas socioeconômicos voltados (1544 de 11.10.67) 25 .02.1969 (2.028 de 22.05.69) 18.12.1969
para o desenvolvimento sustentável do País. (2.360 de 19.02.70), 31.07.1970 (2.638 de 06.10.70), 24.11.1971
(3.241 de 28.12.71), 17.04.1972, (3.466 de 11.07.72) 01.09.1972
30. Articulamos os interesses e as necessidades da Adminis- (3.648 de 21.11.72), 18.09.1973 (4.320 de 18.10.73) 09.10.1974
tração Pública com os vários segmentos econômicos da socie- (5.121 de 12.11.74), 15.04.1975 (5.429 de 22.04.75), 23.10.1975
dade. (5.853 de 25.11.75), 02.04.1976,(6.279 de 15.06.76) 08.11.1976
(6.689 de 02.12.76), 18.04.1977 (7.078 de 19.05.77), 10.11.1977
31. Relacionamo-nos com o poder público independente- (7.535 de 09.12.77), 12.03.1979 (8.591 de 08.05.79), 23.04.1980
mente das convicções ideológicas dos seus titulares. (53.925.4 de 09.05.80), 28.04.1981 (53.1002.9 de 01.06.81),
31.03.1982 (53.1.2908 de 03.06.82), 27.04.1983 (53.1.3670
de 25.07.83), 29.03.1984 (53.1.4194 de 21.05.84), 31.07.1984
COMUNIDADE
(53.1.4440 de 21.09.84), 05.03.1985 (53.1.4723 de 08.04.85),
23.12.1985 (15361 de 16.04.86) 07.04.1986 (15420 de 15.05.86),
32. Valorizamos os vínculos estabelecidos com as comuni-
27.04.1987 (16075 de 04.06.87), 05.08.1987 (16267 de 10.09.87),
dades em que atuamos e respeitamos seus valores culturais. 20.04.1988 (16681 de 26.05.88), 15.02.1989 (531711.0 de
10.03.89), 19.04.1989 (531719.1 de 22.05.89), 08.03.1990
33. Reconhecemos a importância das comunidades para o (531712.4 de 24.04.90), 14.05.1990 (531727.8 de 02.07.90),
sucesso da Empresa, bem como a necessidade de retribuir à co- 29.06.1990 (531735.6 de 01.08.90), 24.04.1991 (531780.2
munidade parcela do valor agregado aos negócios. de 31.05.91), 12.11.1991 (539724.2 de 06.12.91), 29.04.1992
(5310645.4 de 22.05.92), 10.12.1992 (5312340,0 de 01.02.93),
34. Apoiamos, nas comunidades, iniciativas de desenvolvi- 30.12.1992 (5312485,0 de 01.03.93), 30.04.1993 (5313236,6
mento sustentável e participamos de empreendimentos voltados de 24.06.93), 05.10.1993 (5314578,8 de 07.12.93), 27.12.1993
à melhoria das condições sociais da população. (5314948,6 de 28.01.94), 27.01.1994 (5312357,1 de 10.03.94),
28.04.1994 (5315254.1 de 20.07.94), 25.04.1995 (5317742,5
35. Zelamos pela transparência no financiamento da ação de 14.09.95), 14.11.1995 (5318223,1 de 13.12.95), 29.03.1996
social. (5318902,9 de 09.05.96), 23.04.1996 (5319068,7 de 12.06.96),

Didatismo e Conhecimento 15
CULTURA ORGANIZACIONAL
17.06.1996 (5319241,0 de 05.07.96), 25.09.1996 (960476369 Vedações
de 13.11.96), 23.04.1997 (970343256 de 20.06.97), 13.10.1997 Art. 4º Ao Banco é vedado, além das proibições fixadas em
(970662831 de 13.11.97), 24.04.1998 (980316812 de 02.07.98), lei:
29.09.1998 (980531535 de 09.11.98), 30.04.1999 (990269655 de I – realizar operações com garantia exclusiva de ações de
15.06.99), 25.04.2000 (000288004 de 26.05.2000), 30.04.2001 outras instituições financeiras;
(20010388893 de 13.07.2001), 27.08.2001 (20010578382 de II – conceder empréstimos ou adiantamentos, comprar ou
8.10.2001), 29.11.2001 (20020253346 de 10.5.2002), 07.06.2002 vender bens de qualquer natureza a membros do Conselho de
(20020425961, de 30.07.2002), 22.04.2003 (20030387515, Administração, do Comitê de Auditoria, da Diretoria Executiva
de 18.07.2003), 12.11.2003 (20030709806 de 11.12.2003), e do Conselho Fiscal;
22.12.2004 (20050003739 de 04.01.2005), 26.04.2005 III – participar do capital de outras sociedades, salvo se em
(20050420810 de 11.07.2005), 28.04.2006 (20060339098 percentuais iguais ou inferiores:
de 07.08.2006), 22.05.2006 (20060339101 de 07.08.2006), a) a 15% (quinze por cento) do patrimônio líquido do pró-
24.08.2006 (20060482842 de 05.10.2006), 28.12.2006 prio Banco, para tanto considerada a soma dos investimentos da
(20070117900 de 05.04.2007), 25.04.2007 (2007034397, espécie; e
de 14.06.2007), 12.07.2007 (20070517410 de 16.08.2007), b) a 10% (dez por cento) do capital da sociedade participada;
IV – emitir ações preferenciais ou de fruição, debêntures e
23.10.2007 (20070819807 de 19.12.2007), 24.01.2008
partes beneficiárias.
(20080389414, de 19.05.2008), 17.04.2008 (20080635695,
§ 1º As limitações do inciso III deste artigo não alcançam as
de 14.08.2008), 23.04.2009 (20091057000, de 10.12.2009),
participações societárias, no Brasil ou no exterior, em:
18.08.2009 (20091057477, de 10.12.2009), 30.11.2009 (a re-
I – sociedades das quais o Banco participe na data da apro-
gistrar), 13.04.2010 (20100628060, de 12.08.2010), 05.08.2010 vação do presente Estatuto;
(20100696040, de 02.09.2010) e 06.09.2011 (20110895207, de II – instituições financeiras e demais entidades autorizadas a
31.01.2012). funcionar pelo Banco Central do Brasil;
III – entidades de previdência privada, sociedades de capi-
Estatuto Social talização, de seguros ou de corretagem, financeiras, promotoras
CAPÍTULO I – DENOMINAÇÃO, CARACTERÍSTI- de vendas, sociedades de processamento de serviços de suporte
CAS E NATUREZ A DO BANCO operacional, e de processamento de cartões, desde que conexas
às atividades bancárias.
Art. 1º O Banco do Brasil S.A., pessoa jurídica de direito pri- IV – câmaras de compensação e liquidação e demais socie-
vado, sociedade anônima aberta, de economia mista, organizado dades ou associações que integram o sistema de pagamentos;
sob a forma de banco múltiplo, rege-se por este Estatuto e pelas V – sociedades ou associações de prestação de serviços de
disposições legais que Ihe sejam aplicáveis. cobrança e reestruturação de ativos, ou de apoio administrativo
§ 1º O prazo de duração da Sociedade é indeterminado. ou operacional ao próprio Banco;
§ 2º O Banco tem domicílio e sede em Brasília, podendo VI – associações ou sociedades sem fins lucrativos;
criar e suprimir sucursais, filiais ou agências, escritórios, depen- VII – sociedades em que a participação decorra de dispositi-
dências e outros pontos de atendimento nas demais praças do vo legal ou de operações de renegociação de créditos, tais como
País e no exterior. dação em pagamento, arrematação ou adjudicação judicial e con-
versão de debêntures em ações; e
CAPÍTULO II – OBJETO SOCIAL VIII – outras sociedades, mediante aprovação do Conselho
Seção I – Objeto social e vedações de Administração.
§ 2º Na limitação da alínea “a” do inciso III deste artigo não
Objeto social se incluem os investimentos relativos à aplicação de incentivos
Art. 2º O Banco tem por objeto a prática de todas as opera- fiscais.
ções bancárias ativas, passivas e acessórias, a prestação de servi- § 3º As participações de que trata o inciso VII do § 1º des-
te artigo, decorrentes de operações de renegociação de créditos,
ços bancários, de intermediação e suprimento financeiro sob suas
deverão ser alienadas no prazo fixado pelo Conselho de Admi-
múltiplas formas e o exercício de quaisquer atividades facultadas
nistração.
às instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional.
§ 1º O Banco poderá, também, atuar na comercialização de
Seção II – Relações com a União
produtos agropecuários e promover a circulação de bens.
§ 2º Compete-lhe, ainda, como instrumento de execução da Art. 5º O Banco contratará, na forma da lei, direta mente
política creditícia e financeira do Governo Federal, exercer as com a União ou com a sua interveniência:
funções que Ihe são atribuídas em lei, especialmente aquelas pre- I – a execução dos encargos e serviços pertinentes à função
vistas no art. 19 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, de agente financeiro do Tesouro Nacional e às demais funções
observado o disposto nos arts. 5º e 6º deste Estatuto. que lhe forem atribuídas por lei;
II – a realização de financiamentos de interesse governamen-
Art. 3º A administração de recursos de terceiros se rá realiza- tal e a execução de programas oficiais mediante aplicação de re-
da mediante a contratação de sociedade subsidiária ou controlada cursos da União ou de fundos de qualquer natureza; e
do Banco. III – a concessão de garantia em favor da União.

Didatismo e Conhecimento 16
CULTURA ORGANIZACIONAL
Parágrafo único. A contratação de que trata este artigo fica CAPÍTULO IV – ASSEMBLEIA GERAL
condicionada, conforme o caso:
I – à colocação dos recursos correspondentes à disposição do Convocação e funcionamento
Banco e ao estabelecimento da devida remuneração; Art. 9º A Assembleia Geral de Acionistas será convocada por
II – à prévia e formal definição da adequada remuneração deliberação do Conselho de Administração ou, nas hipóteses ad-
dos recursos a serem aplicados em caso de equalização de encar- mitidas em lei, pelo Conselho Diretor, pelo Conselho Fiscal, por
gos financeiros; e grupo de acionistas ou por acionista isoladamente.
III – à prévia e formal definição da assunção dos riscos e § 1º Os trabalhos da Assembleia Geral serão dirigidos pelo
da remuneração, nunca inferior aos custos dos serviços a serem Presidente do Banco, por seu substituto ou, na ausência ou im-
prestados. pedimento de ambos, por um dos acionistas ou administradores
do Banco presentes, escolhido pelos acionistas. O presidente da
Seção III – Relações com o Banco Central do Brasil mesa convidará dois acionistas ou administradores do Banco para
atuarem como secretários da Assembleia Geral.
§ 2º Nas Assembleias Gerais Extraordinárias, tratar-se-á, ex-
Art. 6º O Banco poderá contratar a execução de encargos,
clusivamente, do objeto declarado nos editais de convocação, não
serviços e operações de competência do Banco Central do Brasil,
se admitindo a inclusão, na pauta da Assembleia, de assuntos ge-
desde que observado o disposto no parágrafo único do art. 5º rais.
deste Estatuto. § 3º As atas da Assembleia Geral serão lavradas de forma su-
mária no que se refere aos fatos ocorridos, inclusive dissidências e
CAPÍTULO III – CAPITAL E AÇÕES protestos, e conterão a transcrição apenas das deliberações toma-
das, observadas as disposições legais.
Capital social e ações ordinárias
Art. 7º O Capital Social é de R$ 33.122.568.678,98 (trinta e Competência
três bilhões, cento e vinte e dois milhões, quinhentos e sessenta e Art. 10. Além dos poderes definidos em lei, competirá espe-
oito mil, seiscentos e setenta e oito reais e noventa e oito centa- cialmente à Assembleia Geral deliberar sobre:
vos), dividido em 2.865.417.020 (dois bilhões, oitocentos e ses- I – alienação, no todo ou em parte, de ações do capital social
senta e cinco milhões, quatrocentos e dezessete mil e vinte) ações do Banco ou de suas controladas; abertura do capital; aumento do
ordinárias representadas na forma escritural e sem valor nominal. capital social por subscrição de novas ações; renúncia a direitos
§ 1º Cada ação ordinária confere ao seu titular o direito de de subscrição de ações o u debêntures conversíveis em ações de
um voto nas deliberações da empresas controladas; venda de debêntures conversíveis em ações
Assembleia Geral, salvo na hipótese de adoção do voto múl- de titularidade do Banco de emissão de empresas controladas; ou,
ainda, emissão de quaisquer outros títulos ou valores mobiliários,
tiplo para a eleição de Conselheiros de Administração.
no País ou no exterior;
§ 2º As ações escriturais permanecerão em depósito neste
II – cisão, fusão ou incorporação;
Banco, em nome dos seus titulares, sem emissão de certificados,
III – permuta de ações ou outros valores mobiliário s;
podendo ser cobrada dos acionistas a remuneração prevista em IV – práticas diferenciadas de governança corporativa e cele-
lei. bração de contrato para essa finalidade com bolsa de valores.
§ 3º O Banco poderá adquirir as próprias ações, mediante Parágrafo único. A escolha da instituição ou empresa especia-
autorização do Conselho de lizada pela determinação do Valor Econômico da Companhia, na
Administração, a fim de cancelá-las ou mantê-las em tesou- hipótese prevista no art. 54 deste Estatuto, deverá ser deliberada,
raria para posterior alienação. pela maioria dos votos dos acionistas representantes das ações em
circulação, presentes na respectiva Assembleia Geral, não compu-
Capital autorizado tados os votos em branco. Se instalada em primeira convocação,
Art. 8º O Banco poderá, independentemente de reforma es- deverá contar com a presença de acionistas que representem, no
tatutária, por deliberação da Assembleia Geral e nas condições mínimo, 20% (vinte por cento) do total das ações em circulação
determinadas por aquele órgão, aumentar o capital social até o ou, se instalada em segunda convocação, poderá contar com a
limite de R$ 50.000.000.000,00 (cinquenta bilhões de reais), me- presença de qualquer número de acionistas representantes dessas
diante a emissão de ações ordinárias, concedendo-se aos acionis- ações.
tas preferência para a subscrição do aumento de capital, na pro-
porção do número de ações que possuírem, ressalvado o direito CAPÍTULO V – ADMINISTRAÇÃO E
de titulares de bônus de subscrição emitidos pela Companhia. ORGANIZAÇÃO DO BANCO
Seção I – Normas Comuns aos Órgãos de Administração
Parágrafo único. A emissão de ações, até o limite d o capi-
tal autorizado, para venda em Bolsas de Valores ou subscrição
Requisitos
pública, ou permuta por ações em oferta pública de aquisição Art. 11. São órgãos de administração do Banco, integrados
de controle, poderá ser efetuada sem a observância do direito de por brasileiros, dotados de notórios conhecimentos, inclusive so-
preferência aos antigos acionistas, ou com redução do prazo para bre as melhores práticas de governança corporativa, experiência,
o exercício desse direito, observado o disposto no inciso I do art. idoneidade moral, reputação ilibada e capacidade técnica compa-
10 deste Estatuto. tível com o cargo:

Didatismo e Conhecimento 17
CULTURA ORGANIZACIONAL
I – o Conselho de Administração; e Parágrafo único. É incompatível com a participação nos ór-
II – a Diretoria Executiva, composta pelo Conselho Diretor e gãos de administração do Banco a candidatura a mandato público
pelos demais Diretores, todos residentes no País, na forma estabele- eletivo, devendo o interessado requerer seu afastamento, sob pena
cida no art. 24 deste Estatuto. de perda do cargo, a partir do momento em que tornar pública sua
Parágrafo único. O Conselho de Administração tem, na forma pretensão à candidatura. Durante o período de afastamento não
prevista em lei e neste Estatuto, atribuições estratégicas, orientado- será devida qualquer remuneração ao membro do órgão de admi-
ras, eletivas e fiscalizadoras, não abrangendo funções operacionais nistração, o qual perderá o cargo a partir da data do registro da
ou executivas. candidatura.

Investidura Art. 14. Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado


Art. 12. Os membros dos órgãos de Administração serão in- intervir no estudo, deferimento, controle ou liquidação de qualquer
vestidos em seus cargos mediante assinatura de termos de posse no operação em que:
livro de atas do Conselho de Administração ou da Diretoria Execu- I – sejam interessadas, direta ou indiretamente, sociedades de
tiva, conforme o caso. que detenham o controle ou participação superior a 10% (dez por
§ 1º Os eleitos para os órgãos de Administração tomarão posse cento) do capital social;
independentemente da prestação de caução. II – tenham interesse conflitante com o do Banco.
§ 2º No ato da posse, os administradores eleitos deverão, ainda, Parágrafo único. O impedimento de que trata o inciso I se apli-
assinar o Termo de Anuência dos Administradores ao Regulamento ca, ainda, quando se tratar de empresa em que ocupem, ou tenham
de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA – Bolsa de ocupado em período imediatamente anterior à investidura no Ban-
Valores de São Paulo. co, cargo de administração.

Impedimentos e vedações Perda do cargo


Art. 13. Não podem participar dos órgãos de Administração, Art. 15. Perderá o cargo:
além dos impedidos por lei: I – salvo motivo de força maior ou caso fortuito, o membro
do Conselho de Administração que deixar de comparecer, com ou
I – os que estiverem inadimplentes com o Banco ou que lhe
sem justificativa, a três reuniões ordinárias consecutivas ou a qua-
tenham causado prejuízo ainda não ressarcido;
tro reuniões ordinárias alternadas durante o prazo do mandato; e
II – os que detenham controle ou participação relevante no ca-
II – o membro da Diretoria Executiva que se afastar, sem au-
pital social de pessoa jurídica inadimplente com o Banco ou que
torização, por mais de trinta dias.
lhe tenha causado prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse
impedimento aos que tenham ocupado cargo de administração em
Remuneração
pessoa jurídica nessa situação, no exercício social imediatamente
Art. 16. A remuneração dos integrantes dos órgãos de Admi-
anterior à data da eleição ou nomeação;
nistração será fixada anualmente pela Assembleia Geral, observa-
III – os que houverem sido condenados por crime de sonegação das as prescrições legais.
fiscal ou contra o Sistema Financeiro Nacional; Parágrafo único. A Assembleia Geral, nos exercícios em que
IV – os declarados inabilitados para cargos de administração forem pagos o dividendo obrigatório e a participação de lucros aos
em instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil empregados, poderá atribuir participação nos lucros do Banco aos
ou em outras instituições sujeitas a autorização, controle e fiscaliza- membros da Diretoria Executiva, desde que o total não ultrapasse
ção de órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta, a 50% (cinquenta por cento) da remuneração anual dos membros
incluídas as entidades de previdência privada, as sociedades segura- da Diretoria Executiva e nem cinco milésimos dos lucros (art. 190
doras, as sociedades de capitalização e as companhias abertas; da Lei nº 6404/76), prevalecendo o limite que for menor.
V – os que estiverem respondendo pessoalmente, ou como con-
trolador ou administrador de pessoa jurídica, por pendências rela- Dever de informar e outras obrigações
tivas a protesto de títulos, cobranças judiciais, emissão de cheques Art. 17. Sem prejuízo dos procedimentos de autorregulação
sem fundos, inadimplemento de obrigações e outras ocorrências ou atualmente adotados, os membros do Conselho de Administração
circunstâncias análogas; e da Diretoria Executiva do Banco deverão:
VI – os declarados falidos ou insolventes; I – comunicar ao Banco, à CVM – Comissão de Valores Mo-
VII – os que detiveram o controle ou participaram da admi- biliários e à bolsa de valores:
nistração de pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no a) imediatamente após a investidura no cargo, a quantidade
período de cinco anos anteriores à data da eleição ou nomeação, e as características dos valores mobiliários ou derivativos de que
salvo na condição de síndico, comissário ou administrador judicial; sejam titulares, direta ou indiretamente, de emissão do Banco, de
VIII – sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou suas controladas ou das sociedades coligadas relacionadas à sua
afim, até o terceiro grau, de membro do Conselho de Administração área de atuação, além daqueles de titularidade de seus respectivos
ou da Diretoria; cônjuges, companheiros e dependentes incluídos na declaração
IX – os que ocuparem cargos em sociedades que possam ser anual do imposto de renda;
consideradas concorrentes no mercado, em especial, em conselhos b) no momento da posse, ou de eventuais alterações poste-
consultivos, de administração ou fiscal, ou em Comitê de Auditoria, riores, os seus planos de negociação periódica dos valores mobi-
e os que tiverem interesse conflitante com a sociedade, salvo dispen- liários e derivativos referidos na alínea “a” deste inciso, inclusive
sa da Assembleia. suas subsequentes alterações; e

Didatismo e Conhecimento 18
CULTURA ORGANIZACIONAL
c) as negociações com os valores mobiliários e derivativos de Voto múltiplo
que trata a alínea “a” deste inciso, inclusive o preço, até o décimo Art. 19. É facultado aos acionistas, observado o percentual
dia do mês seguinte àquele em que se verificar a negociação; mínimo estabelecido pela Comissão de Valores Mobiliários –
II – abster-se de negociar com os valores mobiliários ou deriva- CVM, requerer, até 48 horas antes da Assembleia Geral, mediante
tivos de que trata a alínea “a” do inciso I deste artigo: requerimento escrito dirigido ao Presidente do Banco, a adoção do
a) no período de 15 (quinze) dias anteriores à divulgação das processo de voto múltiplo, para a eleição dos membros do Conse-
informações trimestrais (ITR) e anuais (DFP e IAN); e lho de Administração, de acordo com o disposto neste artigo.
b) nas demais hipóteses previstas na legislação aplicável. § 1º Caberá à mesa que dirigir os trabalhos da Assembleia in-
formar previamente aos acionistas, à vista do “Livro de Presença”,
Seção II – Conselho de Administração o número de votos necessários para a eleição de cada membro do
Conselho.
Composição e prazo de gestão § 2º Adotado o voto múltiplo, em substituição às prerrogativas
Art. 18. O Conselho de Administração será composto por pes- previstas no § 1º do art. 18 deste Estatuto, os acionistas que repre-
soas naturais, eleitas pela Assembleia Geral, e terá sete membros,
sentem, pelo menos, 15% (quinze por cento) do total das ações
com mandato unificado de dois anos, dentre os quais um Presiden-
com direito a voto, terão direito de eleger e destituir um membro e
te e um Vice-Presidente, permitida a reeleição. O prazo de gestão
seu suplente do Conselho de Administração, em votação em sepa-
estender-se-á até a investidura dos novos membros.
rado na Assembleia Geral, excluído o acionista controlador.
§ 1º É assegurado aos acionistas minoritários o direito de eleger
ao menos dois conselheiros de administração, se maior número não § 3º Somente poderão exercer o direito previsto no § 2º acima
lhes couber pelo processo de voto múltiplo. os acionistas que comprovarem a titularidade ininterrupta da par-
§ 2º A União indicará, à deliberação da Assembleia Geral, para ticipação acionária ali exigida durante o período de três meses, no
o preenchimento de cinco vagas no Conselho de Administração: mínimo, imediatamente anterior à realização da Assembleia Geral.
I – o Presidente do Banco, que será o Vice-Presidente do Con- § 4º Será mantido registro com a identificação dos acionistas
selho de Administração; que exercerem a prerrogativa a que se refere o § 2º deste artigo.
II – dois representantes indicados pelo Ministro de Estado da
Fazenda; Vacância e substituições
III – um representante indicado pelos empregados do Banco do Art. 20. Excetuada a hipótese de destituição de membro do
Brasil S.A., na forma do § 4º deste artigo; Conselho eleito pelo processo de voto múltiplo, no caso de va-
IV – um representante indicado pelo Ministro de Estado do Pla- cância do cargo de conselheiro, os membros remanescentes no
nejamento, Orçamento e Gestão. Colegiado nomearão acionista para completar o mandato do subs-
§ 3º O Presidente do Conselho será escolhido dentre os mem- tituído. Se houver a vacância da maioria dos cargos, estejam ou
bros indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda. não ocupados por substitutos nomeados, a Assembleia Geral será
§ 4º O representante dos empregados será escolhido pelo voto convocada para proceder a uma nova eleição.
direto de seus pares, dentre os empregados ativos da empresa, em Parágrafo único. O Presidente do Conselho será substituído
eleição organizada e regulamentada pelo Banco, em conjunto com pelo Vice-Presidente e, nas ausências deste, por outro conselhei-
as entidades sindicais que os representam, observadas as exigências ro indicado pelo Presidente. No caso de vacância, a substituição
e procedimentos previstos na legislação e o disposto nos parágrafos dar-se-á até a escolha do novo titular do Conselho, o que deverá
5º e 6º deste artigo. ocorrer na primeira reunião do Conselho de Administração subse-
§ 5º Para o exercício do cargo, o conselheiro representante dos quente.
empregados está sujeito a todos os critérios, exigências, requisitos,
impedimentos e vedações previstas em lei e neste Estatuto. Atribuições
§ 6º Sem prejuízo dos impedimentos e vedações previstos nos
Art. 21. Além das competências definidas em lei, são atribui-
artigos 13 e 14 deste Estatuto, o conselheiro representante dos em-
ções do Conselho de Administração:
pregados não participará das discussões e deliberações sobre as-
I – aprovar as políticas, a estratégia corporativa, o plano de
suntos que envolvam relações s indicais, remuneração, benefícios e
investimentos, o plano diretor e o orçamento geral do Banco;
vantagens, inclusive matérias de previdência complementar e assis-
tenciais, bem como nas demais hipóteses em que ficar configurado II– deliberar sobre:
o conflito de interesse. a) distribuição de dividendos intermediários, inclusive à conta
§ 7º Na composição do Conselho de Administração, observar- de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes no último
-se-ão, ainda, as seguintes regras: balanço anual ou semestral;
I – no mínimo, dois dos conselheiros deverão ser Conselhei- b) pagamento de juros sobre o capital próprio;
ros Independentes, assim definidos no Regulamento de Listagem do c) aquisição das próprias ações, em caráter não per manente;
Novo Mercado da BM&FBOVESPA – BOLSA DE VALORES DE d) participações do Banco em sociedades, no País e no exte-
SÃO PAULO – Bolsa de Valores de São Paulo, estando, ainda, nessa rior;
condição, os conselheiros eleitos nos termos do § 1° deste artigo; III – definir as atribuições da Auditoria Interna, regulamentar
II – a condição de Conselheiro Independente será expressamen- o seu funcionamento, bem como nomear e dispensar o seu titular;
te declarada na Ata da Assembleia Geral que o eleger. IV – escolher e destituir os auditores independentes, cujos no-
§ 8º Na hipótese de adoção do processo de voto múltiplo pre- mes poderão ser objeto de veto, devidamente fundamentado, pelo
visto no § 1º deste artigo, não será considerada a vaga destinada ao Conselheiro eleito na forma do § 2º do art. 19 deste Estatuto, se
representante dos empregados. houver;

Didatismo e Conhecimento 19
CULTURA ORGANIZACIONAL
V – fixar o número e eleger os membros da Diretoria Execu- § 1º As reuniões do Conselho de Administração serão convo-
tiva, observado o art. 24 deste Estatuto e o disposto no art. 21 da cadas pelo seu Presidente.
Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964; § 2º A reunião extraordinária solicitada pelos conselheiros,
VI – aprovar o seu regimento interno e decidir sobre a cria- na forma do inciso II deste artigo, deverá ser convocada pelo Pre-
ção, a extinção e o funcionamento de comitês no âmbito do pró- sidente nos se te dias que se seguirem ao pedido; esgotado esse
prio Conselho de Administração; prazo sem que o Presidente a tenha convocado, qualquer conse-
VII – aprovar o regimento interno da Diretoria Executiva e lheiro poderá fazê-lo.
do Comitê de Auditoria; § 3º O Conselho de Administração delibera por maioria de
VIII – decidir sobre a participação dos empregados nos lu- votos, sendo necessário:
cros ou resultados do Banco; I – o voto favorável de cinco conselheiros para a aprovação
IX – apresentar à Assembleia Geral lista tríplice de empresas das matérias de que tratam os incisos I, III, IV e VI do art. 21; ou
especializadas, para a finalidade prevista no parágrafo único do II – o voto favorável da maioria dos conselheiros presentes,
art. 10; para a aprovação das demais matérias, prevalecendo, em caso de
X – estabelecer meta de rentabilidade que assegure a ade- empate, o voto do Presidente do Conselho, ou do seu substituto no
quada remuneração do capital próprio; exercício das funções.
XI – eleger e destituir os membros do Comitê de Auditoria; § 4º Fica facultada, mediante justificativa, eventual participa-
XII – avaliar formalmente, ao término de cada ano, o desem- ção dos conselheiros na reunião, por telefone, videoconferência,
penho da Diretoria Executiva e do Comitê de Auditoria; e ou outro meio de comunicação que possa assegurar a participação
XIII – manifestar-se formalmente quando da realização de efetiva e a autenticidade do seu voto, que será considerado válido
ofertas públicas de aquisição de ações de emissão do Banco. para todos os efeitos legais e incorporado à ata da referida reunião.
§ 1º A estratégia corporativa do Banco será fixada para um
Avaliação
período de cinco anos, devendo ser revista, anualmente, até o
Art. 23. O Conselho de Administração realizará anualmente
mês de setembro de cada ano.
uma avaliação formal do seu desempenho.
§ 2º Para assessorar a deliberação do Conselho de Adminis-
§ 1º O processo de avaliação citado no caput será realizado
tração, as propostas de fixação das atribuições e de regulamen-
conforme procedimentos previamente definidos pelo próprio Con-
tação do funcionamento da Auditoria Interna, referidas no inciso
selho de Administração e que deverão estar descritos em seu regi-
III, deverão conter parecer prévio das áreas técnicas envolvidas e
mento interno.
do Comitê de Auditoria.
§ 2º Caberá ao Presidente do Conselho conduzir o processo
§ 3º A fiscalização da gestão dos membros da Diretoria Exe-
de avaliação.
cutiva, de que trata a Lei n° 6.404/76 poderá ser exercida isola-
damente por qualquer conselheiro, o qual terá acesso aos livros e Seção III – Diretoria Executiva
papéis do Banco e às informações sobre os contratos celebrados
ou em via de celebração e quaisquer outros atos que considere Composição e prazo de gestão
necessários ao desempenho de suas funções, podendo requisitá- Art. 24. A administração do Banco competirá à Diretoria Exe-
-los, diretamente, a qualquer membro da Diretoria Executiva. As cutiva, que terá entre dez e trinta e sete membros, sendo:
providências daí decorrentes, inclusive propostas para contrata- I – o Presidente, nomeado e demissível “ad nutum” pelo Presi-
ção de profissionais externos, serão submetidas à deliberação do dente da República; II – até nove Vice-Presidentes eleitos na forma
Conselho de Administração. da lei;
§ 4º A manifestação formal de que trata a alínea XIII será III – até vinte e sete Diretores eleitos na forma da lei.
por meio de parecer prévio fundamentado, divulgado em até 15 § 1º No âmbito da Diretoria Executiva, o Presidente e os Vice-
(quinze) dias da publicação do edital da oferta pública de ações, -Presidentes formarão o Conselho Diretor.
abordando, pelo menos: (i) a conveniência e a oportunidade da § 2º O cargo de Diretor é privativo de empregados da ativa
oferta pública de ações quanto ao interesse do conjunto dos acio- do Banco.
nistas e em relação à liquidez dos valores mobiliários de sua ti- § 3º Os eleitos para a Diretoria Executiva terão mandato de
tularidade; (ii) as repercussões da oferta pública de aquisição de três anos, permitida a reeleição. O prazo de gestão estender-se-á
ações sobre os interesses do Banco; (iii) os planos estratégicos até a in vestidura dos novos membros.
divulgados pelo ofertante em relação ao Banco; (iv) outros pon- § 4º Além dos requisitos previstos no art. 11 deste Estatuto,
tos que o Conselho de Administração considerar pertinentes, bem devem ser observadas, cumulativamente, as seguintes condições
como as informações exigidas pelas regras aplicáveis estabeleci- para o exercício de cargos na Diretoria Executiva do Banco:
das pela CVM. I – ser graduado em curso superior; e
II – ter exercido, nos últimos cinco anos:
Funcionamento a) por pelo menos dois anos, cargos gerenciais em instituições
Art. 22. O Conselho de Administração reunir-se-á com a pre- integrantes do Sistema Financeiro Nacional; ou
sença de, no mínimo, a maioria dos seus membros: b) por pelo menos quatro anos, cargos gerenciais na área fi-
I – ordinariamente, pelo menos uma vez por mês; e nanceira de outras entidades detentoras de patrimônio líquido não
II – extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu inferior a um quarto dos limites mínimos de capital realizado e
Presidente, ou a pedido de, no mínimo, dois conselheiros. patrimônio líquido exigidos pela regulamentação para o Banco; ou

Didatismo e Conhecimento 20
CULTURA ORGANIZACIONAL
c) por pelo menos dois anos, cargos relevantes em órgãos ou I – em sociedades subsidiárias ou controladas do Banco, ou em
entidades da administração pública. sociedades das quais este participe, direta ou indiretamente, observado
§ 5º Ressalvam-se, em relação às condições previstas nos inci- o § 1º deste artigo; ou
sos I e II do § 4º deste artigo, ex-administradores que tenham exer- II – em outras sociedades, por designação do Presidente da Repú-
cido cargos de diretor ou de sócio-gerente em outras instituições blica, ou por autorização prévia e expressa do Conselho de Adminis-
do Sistema Financeiro Nacional por mais de cinco anos, exceto em tração.
cooperativa de crédito. § 1º É vedado, ainda, a qualquer membro da Diretoria Executiva o
§ 6º Após o término da gestão, os ex-membros da Diretoria exercício de atividade em instituição ou empresa ligada ao Banco que
Executiva ficam impedidos, por um período de quatro meses, con- tenha por objeto a administração de recursos de terceiros, exceto na qua-
tados do término da gestão, se maior prazo não for fixado nas nor- lidade de membro de conselho de administração ou de conselho fiscal.
mas regulamentares, de: § 2º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, consideram-se
I – exercer atividades ou prestar qualquer serviço a sociedades ligadas ao Banco as instituições ou empresas assim definidas pelo Con-
ou entidades concorrentes das sociedades integrantes do Conglo- selho Monetário Nacional.
merado Banco do Brasil;
II – aceitar cargo de administrador ou conselheiro, ou esta- Vacância e substituições
belecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a Art. 26. Serão concedidos (as):
qual tenham mantido relacionamento oficial direto e relevante nos I – afastamentos de até 30 dias, exceto licenças, aos Vice-Presi-
seis meses anteriores ao término da gestão, se maior prazo não for dentes e Diretores, pelo Presidente, e ao Presidente, pelo Conselho de
fixado nas normas regulamentares; e Administração; e
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse de pessoa II – licenças ao Presidente do Banco, pelo Ministro de Estado da
física ou jurídica, perante órgão ou entidade da Administração Pú- Fazenda; aos demais membros da Diretoria Executiva, pelo Conselho
blica Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto e de Administração.
relevante nos seis meses anteriores ao término da gestão, se maior § 1º As atribuições individuais do Presidente do Banco serão exer-
prazo não for fixado nas normas regulamentares. cidas, durante seus afastamentos e demais licenças:
§ 7º Durante o período de impedimento, os ex-membros da I – de até trinta dias consecutivos, por um dos Vice-Presidentes
Diretoria Executiva fazem jus a remuneração compensatória equi- que designar; e
valente à da função que ocupavam neste órgão, observado o dis- II – superiores a trinta dias consecutivos, por quem, na forma da lei,
posto no § 8º deste artigo. for nomeado interinamente pelo Presidente da República .
§ 8º Não terão direito à remuneração compensatória de que § 2º No caso de vacância, o cargo de Presidente ser á ocupado, até
trata o § 7º deste artigo os ex-membros do Conselho Diretor não a posse do seu sucessor, pelo Vice-Presidente mais antigo; se de igual
antiguidade, pelo mais idoso.
oriundos do quadro de empregados do Banco que, respeitado o §
§ 3º As atribuições individuais dos Vice-Presidentes e dos Dire-
6º, deste artigo, optarem pelo retorno, antes do término do período
tores serão exercidas por outro Vice-Presidente ou Diretor, respectiva-
de impedimento, ao desempenho da função ou cargo, efetivo ou
mente, nos casos de afastamentos e demais licenças, bem como no caso
superior, que, anteriormente à sua investidura, ocupavam na admi-
de vacância, sendo:
nistração pública ou privada.
I – até trinta dias consecutivos, mediante designação do Presidente;
§ 9º Finda a gestão, os ex-Diretores e os ex-membros do
II – superior a trinta dias consecutivos, ou em caso de vacância,
Conselho Diretor oriundos do quadro de funcionários do Banco
até a posse do substituto eleito, mediante designação do Presidente e
sujeitam-se às normas internas aplicáveis a todos os empregados,
homologação, dentro do período em que exercer as funções do cargo,
observado o disposto no § 7º deste artigo. pelo Conselho de Administração.
§ 10. Salvo dispensa do Conselho de Administração, na for- § 4º Nas hipóteses previstas nos §§ 1º a 3º deste artigo, o Vice-
ma do § 11, o descumprimento da obrigação de que trata o § 6º -Presidente ou Diretor acumulará suas funções com as do Presidente, do
implica, além da perda da remuneração compensatória prevista no Vice-Presidente ou do Diretor, conforme for designado, sem acréscimo
§ 7º, a devolução do valor já recebido a esse título e o pagamento de remuneração.
de multa de 20% (vinte por cento) sobre o total da remuneração
compensatória que seria devida no período, sem prejuízo do res- Representação e constituição de mandatários
sarcimento das perdas e danos a que eventualmente der causa. Art. 27. A representação judicial e extrajudicial e a constituição
§ 11. O Conselho de Administração pode, a requerimento do de mandatários do Banco competem, isoladamente, ao Presidente ou a
ex-membro da Diretoria Executiva, dispensá-lo do cumprimento qualquer dos Vice-Presidentes e, nos limites de suas atribuições e pode-
da obrigação prevista no § 6º, sem prejuízo das demais obrigações res, aos Diretores. A outorga de mandato judicial compete ao Presiden-
legais a que esteja sujeito. Nessa hipótese, não é devido o paga- te, aos Vice-Presidentes e ao Diretor Jurídico.
mento da remuneração compensatória a que alude o § 7º, a partir § 1º Os instrumentos de mandato devem especificar os atos ou as
da data em que o requerimento for recebido. operações que poderão ser praticados e a duração do mandato, podendo
ser outorgados, isoladamente, por qualquer membro da Diretoria Exe-
Vedações cutiva, observada a hipótese do § 2º do art. 29 deste Estatuto. O mandato
Art. 25. A investidura em cargo da Diretoria Executiva requer judicial poderá ser por prazo indeterminado.
dedicação integral, sendo vedado a qualquer de seus membros, sob § 2º Os instrumentos de mandato serão válidos ainda que o seu
pena de perda do cargo, o exercício de atividades em outras socie- signatário deixe de integrar a Diretoria Executiva do Banco, salvo se o
dades com fim lucrativo, salvo: mandato for expressamente revogado.

Didatismo e Conhecimento 21
CULTURA ORGANIZACIONAL
Atribuições da Diretoria Executiva § 1º As decisões do Conselho Diretor obrigam toda a Diretoria
Art. 28. Cabe à Diretoria Executiva cumprir e fazer cumprir Executiva.
este Estatuto, as deliberações da Assembleia Geral de Acionistas § 2º As outorgas de poderes previstas nos incisos V, VIII, X e
e do Conselho de Administração e exercer as atribuições que lhe XI deste artigo, quando destinadas a produzir efeitos perante ter-
forem definidas por esse Conselho, sempre observando os prin- ceiros, serão formalizadas por meio de instrumento de mandato
cípios de boa técnica bancária e as boas práticas de governança assinado pelo Presidente e um Vice-Presidente ou por dois Vice-
corporativa. -Presidentes.

Atribuições do Conselho Diretor Atribuições individuais dos membros da Diretoria Executiva


Art. 29. São atribuições do Conselho Diretor: Art. 30. Cabe a cada um dos membros da Diretoria Executiva
I – submeter ao Conselho de Administração, por intermédio cumprir e fazer cumprir este Estatuto, as deliberações da Assem-
do Presidente do Banco, ou pelo Coordenador por este designado, bleia Geral de Acionistas e do Conselho de Administração e as
propostas à sua deliberação, em especial sobre as matérias relacio- decisões colegiadas do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva.
nadas nos incisos I, II, VII e VIII do art. 21 deste Estatuto; Além disso, são atribuições:
II – fazer executar as políticas, a estratégia corporativa, o pla- I – do Presidente:
no de investimentos, o plano diretor e o orçamento geral do Banco; a) presidir a Assembleia Geral de Acionistas, convocar e pre-
III – aprovar e fazer executar o plano de mercado e o acordo sidir as reuniões do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva e
de trabalho; supervisionar a sua atuação;
IV – aprovar e fazer executar a alocação de recursos para ati- b) propor, ao Conselho de Administração, o número d e mem-
vidades operacionais e para investimentos; bros da Diretoria Executiva, indicando-lhe, para eleição, os nomes
V – autorizar a alienação de bens do ativo permanente, a cons- dos Vice-Presidentes e dos Diretores;
tituição de ônus reais, a prestação de garantias a obrigações de ter- c) propor ao Conselho de Administração as atribuições dos
ceiros, a renúncia de direitos, a transação e o abatimento negocial, Vice-Presidentes e dos Diretores, bem como eventual remaneja-
facultada a outorga desses poderes com limitação expressa; mento;
VI – decidir sobre os planos de cargos, salários, vantagens e d) supervisionar e coordenar a atuação dos Vice-Presidentes,
dos Diretores e titulares de unidades que estiverem sob sua super-
benefícios, e aprovar o Regulamento de Pessoal do Banco, obser-
visão direta;
vada a legislação vigente;
e) nomear, remover, ceder, promover, comissionar, punir e de-
VII – distribuir e aplicar os lucros apurados, na forma da de-
mitir empregados, podendo outorgar esses poderes com limitação
liberação da Assembleia Geral de Acionistas ou do Conselho de
expressa;
Administração, observada a legislação vigente;
f) indicar, dentre os Vice-Presidentes, coordenador com a fina-
VIII – decidir sobre a criação, instalação e supressão de sucur-
lidade de convocar e presidir, em suas ausências ou impedimentos,
sais, filiais ou agências, escritórios, dependências e outros pontos
as reuniões do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva.
de atendimento no País e no exterior, facultada a outorga desses II – de cada Vice-Presidente:
poderes com limitação expressa; a) administrar, supervisionar e coordenar as áreas que lhe fo-
IX – decidir sobre a organização interna do Banco, a estrutura rem atribuídas e a atuação dos Diretores e dos titulares das unida-
administrativa das diretorias e a criação, extinção e funcionamento des que estiverem sob sua supervisão direta;
de comitês no âmbito da Diretoria Executiva e de unidades admi- b) coordenar as reuniões do Conselho Diretor e da Diretoria
nistrativas; Executiva, quando designado pelo Presidente.
X – fixar as alçadas da Diretoria Executiva e dos seus mem- III – de cada Diretor:
bros e as atribuições e alçadas dos comitês e das unidades admi- a) administrar, supervisionar e coordenar as atividades da di-
nistrativas, dos órgãos regionais, das redes de distribuição e dos retoria e unidades sob sua responsabilidade;
demais órgãos da estrutura interna, bem como dos empregados do b) prestar assessoria aos trabalhos do Conselho Diretor, no
Banco, facultada a outorga desses poderes com limitação expressa; âmbito das respectivas atribuições; e
XI – autorizar, verificada previamente a segurança e a adequa- c) executar outras tarefas que lhe forem atribuídas pelo mem-
da remuneração em cada caso, a concessão de créditos a entidades bro do Conselho Diretor ao qual estiver vinculado.
assistenciais e a empresas de comunicação, bem como o financia- § 1º O Coordenador designado pelo Presidente para convocar
mento de obras de utilidade pública, facultada a outorga desses e presidir as reuniões do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva
poderes com limitação expressa; não proferirá voto de qualidade no exercício dessa função.
XII – decidir sobre a concessão, a fundações criadas pelo Ban- § 2º As atribuições individuais do Presidente, dos Vice-Presi-
co, de contribuições para a consecução de seus objetivos sociais, dentes e dos Diretores serão exercidas, nas suas ausências ou im-
limitadas, em cada exercício, a 5% (cinco por cento) do resultado pedimentos, na forma do art. 26, observado o que dispuserem os
operacional; Regimentos Internos da Diretoria Executiva e do Conselho Dire-
XIII – aprovar os critérios de seleção e a indicação de conse- tor, as normas sobre competências, as alçadas decisórias e demais
lheiros para integrarem os conselhos de empresas e instituições das procedimentos fixados pelo Conselho Diretor.
quais o Banco, suas subsidiárias, controladas ou coligadas partici-
pem ou tenham direito de indicar representante; e Funcionamento
XIV – decidir sobre situações não compreendidas nas atribui- Art. 31. O funcionamento da Diretoria Executiva e do Conse-
ções de outro órgão de administração e sobre casos extraordiná- lho Diretor será disciplinado por meio do seu regimento interno,
rios. observado o disposto neste artigo.

Didatismo e Conhecimento 22
CULTURA ORGANIZACIONAL
§ 1º A Diretoria Executiva reunir-se-á, ordinariamente, uma § 2º O membro suplente auxiliará os titulares nos trabalhos
vez a cada três meses, e, extraordinariamente, sempre que con- do Comitê, porém sem direito a voto, quando nessa condição.
vocada pelo Presidente do Banco ou pelo Coordenador por este § 3º Perderá o cargo o membro do Comitê de Auditoria que
designado. deixar de comparecer, com ou sem justificativa, a três reuniões or-
§ 2º O Conselho Diretor: dinárias consecutivas ou a quatro reuniões alternadas durante o pe-
I – é órgão de deliberação colegiada, devendo reunir-se, or- ríodo de doze meses, salvo motivo de força maior ou caso fortuito,
dinariamente, pelo menos uma vez por semana e, extraordinaria- e, a qualquer tempo, por decisão do Conselho de Administração.
mente, sempre que convocado pelo Presidente ou pelo Coorde- § 4º São atribuições do Comitê de Auditoria, além de outras
nador por este designado, sendo necessária, em qualquer caso, a previstas na legislação própria:
presença de, no mínimo, a maioria de seus membros; I – assessorar o Conselho de Administração no que concerne
II – as deliberações exigem, no mínimo, aprovação da maio- ao exercício de suas funções de auditoria e fiscalização;
ria dos membros presentes; em caso de empate, prevalecerá o II – supervisionar as atividades e avaliar os trabalhos da audi-
voto do Presidente; e toria independente;
III – uma vez tomada a decisão, cabe aos membros do Con- III – exercer suas atribuições e responsabilidades junto às so-
selho Diretor a adoção das providências para sua implementação. ciedades controladas pelo Banco do Brasil que adotarem o regime
§ 3º O Conselho Diretor será assessorado por uma Secretaria de Comitê de Auditoria único.
Executiva, cabendo ao Presidente designar o seu titular. § 5º O funcionamento do Comitê de Auditoria será regulado
por meio do seu regimento interno, observado que:
Seção IV – Segregação de funções I – reunir-se-á, no mínimo trimestralmente, com o Conselho
Diretor, com os auditores independentes e com a Auditoria Interna,
Art. 32. Os órgãos de Administração devem, no âmbito das em conjunto ou separadamente, a seu critério;
respectivas atribuições, observar as seguintes regras de segrega- II– o Comitê de Auditoria poderá convidar para participar,
ção de funções: sem direito a voto, das suas reuniões:
I – as diretorias ou unidades responsáveis por funções de a) membros do Conselho Fiscal;
contadoria, controladoria e controles internos não podem ficar b) o titular e outros representantes da Auditoria Interna; e
sob a supervisão direta de Vice-Presidente a que estiver vincula- c) quaisquer membros da Diretoria Executiva ou empregados
do Diretor responsável por qualquer outra atividade administrati- do Banco.
§ 6º A remuneração dos membros do Comitê de Auditor ia, a
va, exceto Diretores ou unidades responsáveis por gestão de risco
ser definida pelo Conselho de Administração, será compatível com
ou por recuperação de créditos;
o plano de trabalho aprovado por este Colegiado, observado que:
II – as diretorias ou unidades responsáveis pelas atividades
I – a remuneração dos membros do Comitê não será superior
de análise de risco de crédito não podem ficar sob a supervisão
ao honorário médio percebido pelos Diretores;
direta de Vice-Presidente a que estiver vinculado Diretor respon-
II – no caso de servidores públicos, a sua remuneração pela
sável pelas atividades de concessão de créditos ou de garantias,
participação no Comitê de Auditoria ficará sujeita às disposições
exceto nos casos de recuperação de créditos; e
estabelecidas na legislação e regulamento pertinentes;
III – os Vice-Presidentes, Diretores ou quaisquer responsá-
III – o integrante do Comitê de Auditoria que for, também,
veis pela administração de recursos próprios do Banco não po- membro do Conselho de Administração deverá optar pela remune-
dem administrar recursos de terceiros, nem ter sob sua super- ração relativa a apenas um dos cargos.
visão subsidiária ou controlada do Banco responsável por essa § 7º Ao término do mandato, os ex-membros do Comitê de
atividade. Auditoria, titulares ou suplentes, sujeitam-se ao impedimento pre-
visto no § 6º do art. 24 deste Estatuto, observados os §§ 7º a 11 do
Seção V – Comitê de Auditoria mesmo artigo.
Art. 33. O Comitê de Auditoria, com as atribuições e en- Seção VI – Auditoria Interna
cargos previstos na legislação, será formado por três membros
efetivos e um suplente, os quais terão mandato anual, renovável Art. 34. O Banco disporá de uma Auditoria Interna, subordi-
até o máximo de cinco anos, nos termos da s normas aplicáveis. nada ao Conselho de Administração.
§ 1º Os membros do Comitê de Auditoria serão eleito s pelo Parágrafo único. O titular da Auditoria Interna será escolhi-
Conselho de Administração, obedecendo ao disposto neste Esta- do dentre empregados da ativa do Banco e nomeado e dispensado
tuto e aos seguintes critérios: pelo Conselho de Administração, observadas as disposições do art.
I – um membro titular será escolhido dentre os indicados 22, § 3º, I, deste Estatuto.
pelos Conselheiros de Administração eleitos pelos acionistas mi-
noritários; Seção VII – Ouvidoria
II – dois membros titulares serão escolhidos dentre os in-
dicados pelos Conselheiros de Administração representantes da Art. 35. O Banco disporá de uma Ouvidoria que terá a fina-
União; lidade de atuar como canal de comunicação entre a Instituição,
III – pelo menos um dos integrantes do Comitê de Auditoria clientes e usuário s, permitindo-lhes buscar a solução de proble-
deverá possuir comprovados conhecimentos nas áreas de conta- mas no seu relacionamento com o Banco do Brasil, mediante o
bilidade e auditoria. registro de reclamações, denúncias e sugestões.

Didatismo e Conhecimento 23
CULTURA ORGANIZACIONAL
§ 1º Além de outras previstas na legislação, constituem atri- § 1º O Conselho Fiscal reunir-se-á em sessão ordinária, uma
buições da Ouvidoria: vez por mês, e, extraordinariamente, sempre que julgado neces-
I – receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal sário por qualquer de seus membros ou pela Administração do
e adequado às reclamações dos clientes e usuários; Banco.
II – prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência acer- § 2º Perderá o cargo, salvo motivo de força maior ou caso
ca do andamento de suas demandas e das providências adotadas; fortuito, o membro do Conselho Fiscal que deixar de compare-
III – informar o prazo previsto para resposta final; cer, sem justificativa, a três reuniões ordinárias consecutivas ou a
IV – propor ao Conselho de Administração medidas corretivas quatro reuniões ordinárias alternadas durante o prazo do mandato.
ou de aprimoramento dos procedimentos e rotinas da instituição; § 3º Exceto nas hipóteses previstas no caput deste artigo, a
V – elaborar e encaminhar à Auditoria Interna, ao Comitê de aprovação das matérias submetidas à deliberação do Conselho
Auditoria e ao Conselho de Administração relatórios semestrais Fiscal exige voto favorável de, no mínimo, três de seus membros.
sobre sua atuação, contendo as proposições mencionadas no item
anterior. Art. 38. Os Conselheiros Fiscais assistirão às reuniões do
§ 2º A atuação da Ouvidoria será pautada pela transparência, Conselho de Administração em que se deliberar sobre os assuntos
independência, imparcialidade e isenção, sendo dotada de condi- em que devam opinar.
ções adequadas para o seu efetivo funcionamento. Parágrafo único. O Conselho Fiscal far-se-á representar por,
§ 3º A Ouvidoria terá assegurado o acesso às informações ne- pelo me nos, um de seus membros às reuniões da Assembleia
cessárias para sua atuação, podendo, para tanto, requisitar infor- Geral e responder á aos pedidos de informação formulados pelos
mações e documentos para o exercício de suas atividades, obser- acionistas.
vada a legislação relativa ao sigilo bancário.
§ 4º A função de Ouvidor será desempenhada por emprega- Dever de informar e outras obrigações
do da ativa, detentor de comissão compatível com as atribuições Art. 39. Os membros do Conselho Fiscal acionistas do Ban-
da Ouvidoria, o qual terá mandato de 1 (um) ano, renovável por co devem observar, também, os deveres previstos no art. 17 deste
iguais períodos, sendo designado e destituído, a qualquer tempo, Estatuto.
pelo Presidente do Banco.
§ 5º O empregado designado para o exercício das atribuições
CAPÍTULO VII – EXERCÍCIO SOCIAL, LUCRO,
de ouvidor não perceberá outra remuneração além daquela previs-
RESERVAS E DIVIDENDOS
ta para a comissão que originalmente ocupa.
Exercício social
CAPÍTULO VI – CONSELHO FISCAL
Art. 40. O exercício social coincidirá com o ano civil, com
término no dia 31 de dezembro de cada ano.
Composição
Art. 36. O Conselho Fiscal funcionará de modo permanente e
Demonstrações financeiras
será constituído por cinco membros efetivos e respectivos suplen-
tes, eleitos anualmente pela Assembleia Geral Ordinária, assegura- Art. 41. Serão levantadas demonstrações financeiras ao final
da aos acionistas minoritários a eleição de dois membros. de cada semestre e, facultativamente, balanços intermediários em
§ 1º Os representantes da União no Conselho Fiscal serão in- qualquer data, inclusive para pagamento de dividendos, observa-
dicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre os quais um das as prescrições legais.
representante do Tesouro Nacional. § 1º As demonstrações financeiras trimestrais, semestrais e
§ 2º A remuneração dos conselheiros fiscais será fixada pela anuais, além dos requisitos legais e regulamentares, devem conter:
Assembleia Geral que os eleger. I – balanço patrimonial consolidado, demonstrações do resul-
§ 3º Além das pessoas a que se refere o art. 13 deste Estatuto, tado consolidado e dos fluxos de caixa;
não podem ser eleitos para o Conselho Fiscal membros dos órgãos II – demonstração do valor adicionado;
de Administração e empregados do Banco, ou de sociedade por III – comentários acerca do desempenho consolidado;
este controlada, e o cônjuge ou parente, até o terceiro grau, de IV – posição acionária de todo aquele que detiver, direta ou
administrador do Banco. indiretamente, mais de 5% (cinco por cento) do capital social do
§ 4º Os membros do Conselho Fiscal serão investido s em Banco;
seus cargos, independentemente da assinatura de termo de posse, V – quantidade e características dos valores mobiliários de
desde a respectiva eleição. emissão do Banco de que o acionista controlador, os administra-
§ 5º Os conselheiros fiscais devem, até a primeira reunião do dores e os membros do Conselho Fiscal sejam titulares, direta ou
Conselho Fiscal que ocorrer após a respectiva eleição, assinar o indiretamente;
Termo de Anuência dos membros do Conselho Fiscal ao Regula- VI – evolução da participação das pessoas referidas no inciso
mento de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA – Bol- anterior, em relação aos respectivos valores mobiliários, nos doze
sa de Valores de São Paulo. meses imediatamente anteriores; e
VII – quantidade de ações em circulação e o seu percentual
Funcionamento em relação ao total emitido.
Art. 37. Observadas as disposições deste Estatuto, o Conselho § 2º Nas demonstrações financeiras do exercício, serão apre-
Fiscal, por voto favorável de, no mínimo, quatro de seus membros, sentados, também, indicadores e informações sobre o desempenho
elegerá o seu Presidente e aprovará o seu regimento interno. socioambiental do Banco.

Didatismo e Conhecimento 24
CULTURA ORGANIZACIONAL
Art. 42. As demonstrações financeiras trimestrais, semestrais e Juros sobre o capital próprio
anuais serão também elaboradas em inglês, sendo que pelo menos as Art. 45. Observada a legislação vigente e na forma da deliberação
demonstrações financeiras anuais serão também elaboradas de acordo do Conselho de Administração, o Conselho Diretor poderá autorizar o
com os padrões internacionais de contabilidade. pagamento ou crédito aos acionistas de juros, a título de remuneração
do capital próprio, bem como a imputação do seu valor ao dividendo
Destinação do lucro mínimo obrigatório.
Art. 43. Após a absorção de eventuais prejuízos acumulados e de- § 1º Caberá ao Conselho Diretor fixar o valor e a data d o paga-
duzida a provisão para pagamento do imposto de renda, do resultado mento ou crédito de cada parcela dos juros, autorizado na forma do
de cada semestre serão apartadas verbas que, observados os limites e caput deste artigo.
condições exigidos por lei, terão, pela ordem, a seguinte destinação: § 2º Os valores dos juros devidos aos acionistas, a título de re-
I – constituição de Reserva Legal; muneração sobre o capital próprio, sofrerão incidência de encargos
II – constituição, se for o caso, de Reserva de Contingência e de financeiros, na forma do § 2º do artigo precedente.
Reservas de Lucros a Realizar;
III – pagamento de dividendos, observado o disposto nos artigos CAPÍTULO VIII – RELAÇÕES COM O MERCADO
44 e 45 deste Estatuto;
IV – do saldo apurado após as destinações anteriores: Art. 46. O Banco:
a) constituição das seguintes Reservas Estatutárias: I – realizará, pelo menos uma vez por ano, reunião pública com
1- Reserva para Margem Operacional, com a finalidade de ga- analistas de mercado, investidores e outros interessados, para divulgar
rantir margem operacional compatível com o desenvolvimento das informações quanto à sua situação econômico-financeira, bem como
operações da sociedade, constituída pela parcela de até 100% (cem no tocante a projetos e perspectivas;
por cento) do saldo do lucro líquido, até o limite de 80% (oitenta por II – enviará à bolsa de valores em que suas ações forem mais ne-
cento) do capital social; gociadas, além de outros documentos a que esteja obrigado por força
2- Reserva para Equalização de Dividendos, com a finalidade de de lei:
assegurar recursos para o pagamento de dividendos, constituída pela a) o calendário anual de eventos corporativos;
parcela de até 50% (cinquenta por cento) do saldo do lucro líquido, até
b) programas de opções de aquisição de ações ou de outros títulos
o limite de 20% (vinte por cento) do capital social;
de emissão do Banco, destinados aos seus empregados e administra-
b) demais reservas e retenção de lucros previstos na legislação.
dores, se houver; e
Parágrafo único. Na constituição de reservas serão observadas,
c) os documentos colocados à disposição dos acionistas para de-
ainda, as seguintes normas:
liberação na Assembleia Geral;
I – as reservas e retenção de lucros de que trata o inciso IV não
III – divulgará, em sua página na Internet, além d e outras, as
poderão ser aprovadas em prejuízo da distribuição do dividendo mí-
informações:
nimo obrigatório;
II – o saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências e a) referidas nos arts. 41 e 42 deste Estatuto;
de lucros a realizar, não poderá ultrapassar o capital social; b) divulgadas na reunião pública referida no inciso I deste artigo;
III – as destinações do resultado, no curso do exercício, serão e
realizadas por proposta do Conselho Diretor, aprovada pelo Conselho c) prestadas à bolsa de valores na forma do inciso II deste artigo;
de Administração e deliberada pela Assembleia Geral Ordinária de IV – adotará medidas com vistas à dispersão acionária na distri-
que trata o § 1º do artigo 9º deste Estatuto, ocasião em que serão apre- buição de novas ações, tais como:
sentadas as justificativas dos percentuais aplicados na constituição das a) garantia de acesso a todos os investidores interessados; ou
reservas estatutárias de que trata a alínea “a” do inciso IV do caput b) distribuição, a pessoas físicas ou a investidores não institucio-
deste artigo. nais, de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações emitidas.

Dividendo obrigatório CAPÍTULO IX – DISPOSIÇÕES ESPECIAIS


Art. 44. Aos acionistas é assegurado o recebimento semestral de
dividendo mínimo e obrigatório equivalente a 25% (vinte e cinco por Ingresso nos quadros do Banco
cento) do lucro líquido ajustado, como definido em lei e neste Esta- Art. 47. Só a brasileiros será permitido ingressar no quadro de
tuto. empregados do Banco no País.
§ 1º O dividendo correspondente aos semestres de cada exercí- Parágrafo único. Os portugueses residentes no País poderão tam-
cio social será declarado por ato do Conselho Diretor, aprovado pelo bém ingressar nos serviços e quadros do Banco, desde que amparados
Conselho de Administração. por igualdade de direitos e obrigações civis e estejam no gozo de di-
§ 2º Os valores dos dividendos devidos aos acionistas sofrerão reitos políticos legalmente reconhecidos.
incidência de encargos financeiros na forma da legislação, a partir do
encerramento do semestre ou do exercício social em que forem apura- Art. 48. O ingresso no quadro de empregados do Banco dar-se-á
dos até o dia do efetivo recolhimento ou pagamento, sem prejuízo da mediante aprovação em concurso público.
incidência de juros moratórios quando esse recolhimento não se veri- § 1º Os empregados do Banco estão sujeitos à legislação do tra-
ficar na data fixada em lei, pela Assembleia Geral ou por deliberação balho e aos regulamentos internos da Companhia.
do Conselho Diretor. § 2º Poderão ser contratados, a termo e demissíveis “ad nutum”,
§ 3º É admitida a distribuição de dividendos intermediários em profissionais para exercerem as funções de assessoramento especial
períodos inferiores ao previsto no caput deste artigo, observado o dis- ao Presidente, observada a dotação máxima de três Assessores Espe-
posto nos artigos 21, II, “a”, 29, I e VII, e 44, § 1º, deste Estatuto. ciais do Presidente e um Secretário Particular do Presidente.

Didatismo e Conhecimento 25
CULTURA ORGANIZACIONAL
Publicações oficiais condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obri-
Art. 49. O Conselho Diretor fará publicar, no Diário Oficial da gue a, observando as condições e prazos previstos na legis lação
União, o Regulamento de Licitações do Banco do Brasil. vigente e no Regulamento de Listagem do Novo Mercado da
BM&FBOVESPA, fazer oferta pública de aquisição das ações
Avaliação dos processos de análise de riscos dos demais acionistas, assegurando-se a estes tratamento iguali-
Art. 50. O Banco contratará, periodicamente, empresa de audi- tário àquele dado ao acionista controlador alienante.
toria externa para avaliar o processo de análise de riscos de crédito, § 1º A oferta pública, prevista no caput deste artigo, será
de mercado, de liquidez e operacional, e o processo de deferimento também realizada quando houver cessão onerosa de direitos de
de operações da Instituição, submetendo os resultados do trabalho à subscrição de ações e de outros títulos ou direitos relativos a va-
apreciação dos Conselhos Diretor, Fiscal e de Administração. lores mobiliários conversíveis em ações, de que venha resultar a
alienação do controle do Banco.
Arbitragem § 2º Aquele que, sendo acionista do Banco, vier a adquirir
Art. 51. O Banco, seus acionistas, administradores e membros
o seu controle, além de fazer a oferta pública de que trata o ca-
do Conselho Fiscal obrigam-se a resolver, por meio de arbitragem,
put deste artigo, fica obrigado a ressarcir os acionistas de quem
toda e qualquer disputa ou controvérsia que possa surgir entre eles,
tenha comprado ações em bolsa nos seis meses anteriores à data
relacionada ou oriunda, em especial, da aplicação, validade, eficá-
da alienação do controle, pela diferença entre o preço pago ao
cia, interpretação, violação e seus efeitos, das disposições contidas
na Lei de Sociedades Anônimas, no Estatuto Social da Companhia, acionista controlador alienante e o valor de aquisição em bolsa,
nas normas editadas pelo Conselho Monetário Nacional, pelo Ban- devidamente atualizado.
co Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários, bem § 3º O acionista controlador alienante somente transferirá a
como nas demais normas aplicáveis ao funcionamento do mercado propriedade de suas ações se o comprador subscrever o Termo
de capitais em geral, além daquelas constantes do Regulamento de de Anuência dos Controladores. O Banco somente registrará a
Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA, do Regulamento transferência de ações para o comprado r, ou para aquele(s) que
de Arbitragem da Câmara de Arbitragem, do Contrato de Participa- vier(em) a deter o Poder de Controle, se este(s) subscrever(em) o
ção e do Regulamento de Sanções do Novo Mercado. Termo de Anuência dos Controladores a que alude o Regulamen-
§ 1º O disposto no caput não se aplica às disputas ou controvér- to de Listagem do Novo Mercado da BM&FBOVESPA.
sias que se refiram às atividades próprias do Banco, como instituição § 4º O Banco somente registrará acordo de acionistas que
integrante do Sistema Financeiro Nacional, e às atividades previstas disponha sobre o exercício do Poder de Controle se os seus sig-
no art. 19 da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e demais natários subscrever em o Termo de Anuência dos Controladores.
leis que lhe atribuam funções de agente financeiro, administrador ou
gestor de recursos públicos. Fechamento de capital
§ 2º Excluem-se, ainda, do disposto no caput, as disputas ou Art. 54. Na hipótese de fechamento de capital do Banco e
controvérsias que envolvam direitos indisponíveis. consequente cancelamento do registro de companhia aberta, de-
verá ser ofertado um preço mínimo às ações, correspondente ao
Art. 52. O Banco, na forma definida pelo Conselho de Admi- valor econômico apurado por empresa especializada escolhida
nistração, assegurará aos integrantes e ex-integrantes do Conselho pela Assembleia Geral, que tenha independência e experiência
de Administração, do Conselho Fiscal, da Diretoria Executiva, bem comprovada, n a forma da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
como do Comitê de Auditoria e de outros órgãos técnicos ou con- 1976.
sultivos criados por este Estatuto, a defesa em processos judiciais e § 1º A obrigatoriedade de que trata o caput aplica-se
administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no exer- também à hipótese de saída do Banco do Novo Mercado da
cício de cargo ou função, desde que não tenha sido constatado fato
BM&FBOVESPA nos casos de registro de ações do Banco para
que dê causa a ação de responsabilidade e que não haja incompati-
negociação fora do Novo Mercado, ou de reestruturação socie-
bilidade com os interesses da Companhia, ou de suas subsidiárias e
tária em que a empresa resultante não seja registrada no Novo
sociedades controladas e coligadas.
Mercado, observando as condições e prazos previstos na legis-
Parágrafo único. O Conselho de Administração poderá, ainda,
na forma por ele definida e observado, no que couber, o disposto lação vigente e no Regulamento de Listagem do Novo Mercado.
no caput deste artigo, autorizar a contratação de seguro em favor § 2º Os custos com a contratação de empresa especializada
dos integrantes e ex-integrantes dos órgãos estatutários relacionados de que trata o caput serão suportados pelo acionista controlador.
no caput para resguardá-los de responsabilidade por atos ou fatos
pelos quais eventualmente possam vir a ser demandados judicial ou Ações em circulação
administrativamente, cobrindo todo o prazo de exercício dos seus Art. 55. O acionista controlador promoverá medidas tenden-
respectivos mandatos. tes a manter em circulação, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
cento) das ações de emissão do Banco.
CAPÍTULO X – OBRIGAÇÕES DO ACIONISTA CON-
TROLADOR CAPÍTULO XI – DISPOSIÇÃO TRANSITÓRIA

Alienação de controle Art. 56. As medidas previstas no art. 42 deste Estatuto serão
Art. 53. A alienação do controle acionário do Banco, direta ou implementadas após definição de cronograma pelo Conselho.
indireta, tanto por meio de uma única operação, quanto por meio
de operações sucessivas, somente poderá ser contratada sob a Brasília (DF), 06 de setembro de 2011.

Didatismo e Conhecimento 26
CULTURA ORGANIZACIONAL
Além disso, o interesse em contribuir para o desenvolvimento
GESTÃO DA de um novo sistema de valores para a sociedade, que tem como re-
ferencial maior o respeito à vida humana e ao meio ambiente, con-
SUSTENTABILIDADE.
dição indispensável à sustentabilidade da própria humanidade.
Esses compromissos estão expressos na Carta de Princípios
de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil, apro-
vada pelo Conselho Diretor do Banco em julho de 2003.
Gestão da Sustentabilidade Por essa Carta de Princípios, o Banco do Brasil se compro-
mete a:
Responsabilidade Socioambiental do BB - Atuar em consonância com Valores Universais, tais como:
A responsabilidade socioambiental do BB é uma política em- Direitos Humanos, Princípios e Direitos Fundamentais do Traba-
presarial que propõe incorporar os princípios do desenvolvimento lho, Princípios sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
sustentável no planejamento de suas atividades, negócios e práticas - Reconhecer que todos os seres são interligados e toda for-
administrativas, envolvendo os seus públicos de relacionamento. ma de vida é importante.
Ou seja, para o Banco do Brasil, responsabilidade socioambiental - Repelir preconceitos e discriminações de gênero, orienta-
é “ter a ética como compromisso e o respeito como atitude nas re- ção sexual, etnia, raça, credo ou de qualquer espécie.
lações com funcionários, colaboradores, fornecedores, parceiros, - Fortalecer a visão da Responsabilidade Socioambiental
clientes, credores, acionistas, concorrentes, comunidade, governo como investimento permanente e necessário para o futuro da hu-
e meio ambiente”. manidade.
Com essa premissa, a avaliação do desempenho organizacio- - Perceber e valer-se da posição estratégica da corporação
nal vai além dos indicadores de natureza econômica, que é com- BB, nas relações com o Governo, o Mercado e a Sociedade Ci-
plementado com outros que avaliam a geração de valores sociais vil, para adotar modelo próprio de gestão da Responsabilidade
– como a defesa dos direitos humanos e do trabalho, o bem-estar Socioambiental à altura da corporação e dos desafios do Brasil
dos funcionários, a promoção da diversidade, o respeito às diferen- contemporâneo.
ças, a inclusão social e os investimentos diretos na comunidade –, - Ter a transparência, a ética e o respeito ao meio ambien-
e a preservação ambiental – como os que consideram os impactos te como balizadores das práticas administrativas e negociais da
diretos e indiretos de nossas atividades no ar, na água, na terra e Empresa.
na biodiversidade. - Pautar relacionamentos com terceiros a partir de critérios
que observem os princípios de responsabilidade socioambiental
Ontem e hoje: e promovam o desenvolvimento econômico e social.
A partir de 2003 os temas ligados a responsabilidade socio- - Estimular, difundir e implementar práticas de desenvolvi-
ambiental passaram a ser definitivamente pauta das decisões es- mento sustentável.
tratégicas e operacionais do Banco, quando o Conselho Diretor - Enxergar clientes e potenciais clientes, antes de tudo, como
aprovou a criação de estrutura organizacional específica para tratar cidadãos.
da matéria transversalmente na Empresa. - Estabelecer e difundir boas práticas de governança corpo-
Ainda em 2003 foi criada a Unidade Relações com Funcioná- rativa, preservando os compromissos com acionistas e investi-
rios e Responsabilidade Socioambiental – RSA e instituída equipe dores.
interdisciplinar, denominada Grupo RSA, com representantes de - Contribuir para que o potencial intelectual, profissional,
todas as áreas do BB, além da Fundação Banco do Brasil, a fim de artístico, ético e espiritual dos funcionários e colaboradores pos-
que as definições sobre o tema pudessem ser debatidas e dissemi- sam ser aproveitados, em sua plenitude, pela sociedade.
nadas por toda a organização. - Fundamentar o relacionamento com os funcionários e cola-
Como resultado, foram desenvolvidos diversas ações, inclusi- boradores na ética e no respeito.
ve a criação da Unidade de Desenvolvimento Sustentável – UDS - Contribuir para a universalização dos direitos sociais e da
- que unificou a gestão estratégica da Responsabilidade Socioam- cidadania.
biental - RSA e do Desenvolvimento Sustentável - DS do Banco - Contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência.
do Brasil. E o lançamento de documentos sobre o tema, entre eles
a Agenda 21 do BB e a Carta de Princípios de Responsabilidade Políticas Banco do Brasil
Socioambiental, ratificada pelo Presidente e Vice-Presidentes em Em 17 de maio de 2010, o Conselho de Administração apro-
setembro de 2009, durante o evento de lançamento do Fórum de vou a revisão das Políticas Gerais, que orientam o comporta-
Sustentabilidade BB. mento do Banco do Brasil. As empresas Controladas, Coligadas e
Participações podem definir seus direcionamentos a partir dessas
Carta de Princípios orientações, considerando as necessidades específicas e os aspec-
A postura de responsabilidade socioambiental do Banco do tos legais e regulamentares a que estão sujeitas.
Brasil tem como premissa a crença na viabilidade de se conciliar o Na Política de Escopo Institucional, o tópico Ética Empre-
atendimento aos interesses dos seus acionistas com o desenvolvi- sarial e Responsabilidade Socioambiental foi atualizado com
mento de negócios social e ecologicamente sustentáveis, mediante a contribuição do Grupo de Trabalho Ecoeficiência, visando a
o estabelecimento de relações eticamente responsáveis com seus inclusão de aspectos relacionados aos requisitos da norma ISO
diversos públicos de interesse, interna e externamente. 14001 e às mudanças climáticas.

Didatismo e Conhecimento 27
CULTURA ORGANIZACIONAL
Investimentos BB x RSA Diretrizes de Sustentabilidade BB para o Crédito
Nas Políticas vigentes, existem diversos enunciados que tra- Negócios Verdes
tam de aspectos socioambientais a serem considerados na realiza- Visam à divulgação das práticas negociais e administrativas
ção de investimentos pelo Banco do Brasil, tais como: adotadas pelo Banco do Brasil, reforçando os compromissos pú-
- Temos a transparência, a ética e a responsabilidade socioam- blicos assumidos, alinhados aos princípios de responsabilidade so-
biental como orientadores das práticas administrativas e negociais cioambiental presentes em suas políticas gerais e específicas.
da Empresa. Com essas práticas, o Banco do Brasil busca contribuir para
- Realizamos parcerias, convênios, protocolos de intenções e mitigar o risco socioambiental e reduzir os impactos de seus finan-
de cooperação técnico-financeira com entidades externas, privadas ciamentos e investimentos, bem como identificar oportunidades de
ou públicas, com exame prévio, entre outros, dos impactos socio- atuação na cadeia de valor dos negócios sustentáveis, a partir de
ambientais. questões socioambientais relevantes e de temas estratégicos para o
- Consideramos os interesses de clientes, acionistas, funcioná- desenvolvimento sustentável.
rios e da sociedade na realização de operações societárias e parce-
rias estratégicas.
Diretrizes Socioambientais para Assuntos Polêmicos
- Incentivamos as empresas nas quais temos participação a
As Diretrizes Socioambientais para Assuntos Polêmicos do
adotar princípios de responsabilidade socioambiental e boas práti-
Banco do Brasil têm a finalidade de tornar público o posiciona-
cas de governança corporativa.
- Não adquirimos participação em empresas que não obser- mento do Banco em temas controversos que, em razão dessa parti-
vam princípios relativos aos direitos humanos, ao trabalho e à pre- cularidade, ganharam notoriedade junto à sociedade.
servação ambiental. O documento está pautado em três segmentos de atuação:
- Não associamos nossas marcas às atividades que evidenciem - Atividades Não Atendidas;
preconceito ou discriminação de qualquer espécie, às atividades - Atividades Restritas;
que causem impacto negativo à saúde e ao meio ambiente, entre - Lista de alerta.
outras. As “Diretrizes Socioambientais para Assuntos Polêmicos”
têm aderência com as boas práticas internacionais e reforçam o
Diretrizes atendimento aos compromissos públicos assumidos pelo BB em
Diretrizes de Atuação alinhamento com os princípios de responsabilidade socioambien-
A postura de responsabilidade socioambiental do Banco do tal constantes de suas políticas gerais e específicas.
Brasil apresenta os seguintes direcionadores:
- Incorporar os princípios de responsabilidade socioambiental Pactos e Acordos
na prática administrativa e negocial e no discurso institucional do As ações de responsabilidade socioambiental do Banco do
Banco do Brasil - O Banco do Brasil pretende, em primeiro lugar, Brasil são inspiradas e estimuladas pelos seguintes compromissos
permear sua cultura organizacional com princípios de responsa- assumidos junto a entidades setoriais e a organismos de fomento
bilidade socioambiental, tornando-os efetivos no cotidiano da ao movimento de responsabilidade socioambiental em nível nacio-
Empresa. Postura que, para ser coerente e ter credibilidade, deve nal e internacional.
ocorrer de dentro para fora da Organização, conciliando práticas Conheça os pactos e acordos
administrativas e negociais com o discurso institucional. - Agenda 21 Empresarial
- Implementar visão articulada e integradora de responsa- - Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
bilidade socioambiental no Banco - A busca de uma postura de - Protocolo Verde
responsabilidade socioambiental é um processo contínuo, compro- - Pacto Global das Nações Unidas
misso presente em todas as áreas do Banco do Brasil. - Caring for Climate
- Disseminar os princípios e criar cultura de responsabilidade
- Princípios do Equador
socioambiental na comunidade BB - O Banco do Brasil deseja
- Pacto pelo Combate ao Trabalho Escravo
ser foco irradiador de uma postura empresarial social e ambien-
- Carbon Disclosure Project
talmente responsável. Para tanto, empregará esforços para que os
- Programa Brasileiro GHG Protocol
públicos da Comunidade BB envolvidos em sua esfera de atuação
também sejam estimulados a engajarem-se no movimento. Por - ODM - Objetivos do Milênio
Comunidade BB entende-se: funcionários da ativa e aposentados, - Empresas pelo Clima (EPC)
colaboradores, entidades representativas de funcionários, associa- - Índice Carbono Eficiente – ICO2
ções de funcionários e empresas coligadas, controladas e patroci- - Pró-Equidade de Gênero
nadas. - Princípios de Empoderamento das Mulheres
- Ouvir e considerar a diversidade dos interesses dos públicos - Fórum Amazônia Sustentável
de relacionamento - Para se considerar uma empresa social e am- - Código de Governança Corporativa
bientalmente responsável, o Banco do Brasil deverá ter suas ações - Adesão ao “The CEO Water Mandate”
e resultados legitimados por seus públicos de relacionamento. - Adesão ao “Grupo de Trabalho da Moratória da Soja”
- Influenciar a incorporação dos princípios de responsabilida- - PRI – Principles for Responsible Investment – Adesão
de socioambiental no País - O Banco do Brasil deseja utilizar-se - Selo “Empresa Amiga da Criança”
de sua relevância nacional para se tornar referência em responsa- - Carta Empresarial pelos Direitos Humanos e pela Promoção
bilidade socioambiental, inovando continuamente em suas ações. - Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção

Didatismo e Conhecimento 28
CULTURA ORGANIZACIONAL
Uma história de compromisso - avaliar políticas, normas e critérios para a atuação socioam-
A Agenda 21, compromisso mundial em prol da justiça social, bientalmente responsável do Banco do Brasil;
equilíbrio ambiental e eficiência econômica. - patrocinar e apoiar, por intermédio de seus membros, o pro-
Em 2003, inicia trabalho para definir os princípios e estraté- cesso de participação do BB em seleções (indicadores de sustentabi-
gias de responsabilidade socioambiental. Percebendo a aderência lidade), pesquisas e consultas sobre responsabilidade socioambien-
de suas intenções estratégicas com os princípios da Agenda 21, o tal, bem como adesão à acordos e protocolos relacionadas ao tema;
Banco do Brasil estabelece sua Agenda 21 Empresarial. - auxiliar a proposição de assuntos e informações a serem con-
Em junho de 2004, o Banco divulgou a intenção de desenvol- templadas no balanço social e nos relatórios de práticas e ações de
ver uma Agenda 21 Empresarial que traria o comprometimento do sustentabilidade, bem como em comunicações institucionais sobre
Banco com ações voltadas ao desenvolvimento sustentável de seus o tema.
negócios. Na ocasião, o Banco também assinou protocolo com o As proposições saídas do Fórum são encaminhadas para deli-
Ministério do Meio Ambiente no sentido de disseminar a Agenda beração nos comitês, subcomitês e no Conselho Diretor. Busca-se,
21 nos projetos de Desenvolvimento Regional Sustentável. dessa forma, um maior alinhamento e reforço das ações que colabo-
O Banco assume, com esta iniciativa, um papel relevante no ram para o avanço da atuação do BB em prol da sustentabilidade.
processo de criação das agendas 21 empresariais em nível nacio-
nal, estimulando outras empresas a se engajarem na questão. Assi- Grupo RSA
na, ainda, protocolo com o MMA no sentido de disseminar a Agen- Em 2003, foi instituída equipe interdisciplinar, denominada
da 21 na estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável. Grupo RSA, que atualmente conta com representantes de todas as
Em setembro de 2008 foi aprovada a nova Agenda 21 do Ban- áreas do BB, além da Fundação Banco do Brasil, a fim de que as
co do Brasil, para o período 2008-2012, revista a partir das con- definições sobre o tema pudessem ser debatidas e disseminadas por
tribuições de todo o funcionalismo, por meio Fórum BB 200 anos toda a organização.
pela Sustentabilidade, das percepções de consumidores. O Grupo RSA tem por finalidades:
Em dezembro de 2010 aconteceu em Brasília o Workshop De- - Analisar e propor medidas à UDS sobre iniciativas relaciona-
senvolvimento Sustentável em Brasília. O Workshop foi conduzi- das à responsabilidade socioambiental do Banco do Brasil;
- Apoiar a UDS no desenvolvimento de ações relativas à res-
do pela Fundação Dom Cabral tendo como público-alvo o Conse-
ponsabilidade socioambiental do BB, de forma interdisciplinar;
lho Diretor e a Diretoria Executiva, além de demais representantes
- Servir como canal de relacionamento da UDS com cada uma
de todas as áreas do Banco. O objetivo do Workshop foi atualizar
das unidades estratégicas do Banco e demais empresas do conglo-
a Agenda 21 do Banco do Brasil, por meio de um Plano de Ação
merado;
para o período 2011-2013, além de fortalecer o comprometimento
- Contribuir para a disseminação da cultura de responsabilidade
da cúpula do Banco com os princípios de RSA.
socioambiental por todo conglomerado;
- Acompanhar a execução das ações da Agenda 21 do BB, no
Fórum de Sustentabilidade BB âmbito de sua diretoria, unidade ou gerência autônoma.
Por entender que a responsabilidade socioambiental deve per-
mear todos os negócios e práticas administrativas da empresa é Conselho Diretor
que o BB instituiu, em 2009, um Fórum de Sustentabilidade que A responsabilidade socioambiental faz parte da tradição bicen-
reúne executivos de diversas unidades estratégicas do Banco do tenária do Banco do Brasil como um dos principais agentes de indu-
Brasil e Fundação Banco do Brasil. ção do desenvolvimento econômico e social do País.
Participam do Fórum de Sustentabilidade representantes em É desafio contínuo do Banco do Brasil fazer com que a respon-
nível executivo das áreas de varejo, atacado, crédito, governo, sabilidade socioambiental permeie todos os processos da empresa.
agronegócios, logística, tecnologia, alta renda, baixa renda, em- Inúmeros compromissos e políticas têm sido implementados pelo
préstimos e financiamentos, estratégia e organização, micro e pe- Conselho Diretor do BB, entre eles: a Estratégia 2011-2015, a Agen-
quenas empresas, seguridade, gestão de pessoas e marketing. da 21, a Carta de Princípios de Responsabilidade Socioambiental e
O Fórum tem por objetivo apoiar o processo de disseminação o Código de Ética. Esses documentos trazem as diretrizes corporati-
dos preceitos e práticas de responsabilidade socioambiental, ava- vas que norteiam os processos internos e demonstram a transparên-
liar a performance do BB no tocante à implementação das ações da cia das ações de Investimento Social Privado do banco.
Agenda 21, identificar oportunidades e riscos inerentes à atuação A Agenda 21, criada em 2005, consolida os compromissos do
do Conglomerado com relação ao tema, entre outras finalidades. BB com a sustentabilidade econômica, social e ambiental do Banco
As reuniões do Fórum são realizadas, ordinariamente, nos do Brasil. Revista periodicamente pelo Conselho Diretor, também
meses de fevereiro, abril, agosto e novembro com a seguinte fi- envolve o plano de ação para colocar aqueles compromissos na prá-
nalidade: tica do quotidiano organizacional de nossa empresa.
- acompanhar a evolução do tema sustentabilidade, buscando
identificar oportunidades e riscos para a atuação do conglomerado ISE
Banco do Brasil; ISE na BM&F BOVESPA
- promover o alinhamento e a interação do Banco do Brasil e O ISE, criado em dezembro de 2005, foi formulado com base
da Fundação Banco do Brasil no que se refere às ações de desen- no conceito internacional Triple Botton Line (TBL) que avalia, de
volvimento social das comunidades onde atuam; forma integrada, elementos ambientais, sociais e econômico-finan-
- avaliar e acompanhar o processo de implementação e a efe- ceiros. Aos princípios do TBL, foram adicionados outros três indi-
tividade das ações previstas na Agenda 21 do Banco do Brasil, cadores: governança corporativa, características gerais e natureza
sugerindo eventuais aprimoramentos; do produto.

Didatismo e Conhecimento 29
CULTURA ORGANIZACIONAL
As dimensões econômico-financeiras, sociais e ambientais das Adota, desde 2006, as diretrizes da Global Reporting Initia-
empresas foram abordadas no questionário a partir de quatro con- tive (GRI), modelo de prestação de contas reconhecido interna-
juntos de critérios: Políticas (indicadores de comprometimento); cionalmente. A partir do Relatório Anual 2013, passou a utilizar a
Gestão (planos, programas, metas e monitoramento); Desempenho versão G4 da metodologia GRI, com inclusão dos indicadores do
(indicadores de performance); e Cumprimento Legal (cumprimen- suplemento específico para o setor financeiro e seguindo a “opção
to de normas nas áreas ambiental, trabalhista, de concorrência, abrangente”.
junto ao consumidor entre outras). O Banco também segue os critérios propostos pelo Instituto
O Conselho do ISE é composto pelas entidades Associação Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pela Asso-
Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar ciação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
(Abrapp), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimen- Com isso, a Empresa pretende adequar sua publicação às prá-
to do Mercado de Capitais (Apimec), Associação Nacional dos ticas de mercado mais recorrentes e proporcionar ao leitor o me-
Bancos de Investimento (Anbid), Instituto Brasileiro de Gover- lhor entendimento possível de seu resultado. http://www.bb.com.
nança Corporativa (IBGC), Instituto Ethos de Empresas e Respon-
br/portalbb
sabilidade Social, International Finance Corporation (IFC), Pro-
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), além
da BM&FBOVESPA e do Ministério do Meio Ambiente. QUESTÕES
O ISE reflete o retorno de uma carteira composta por ações de
empresas com os melhores desempenhos em todas as dimensões 01. (Banco do Brasil - Escriturário - 2013 - FCC/2013).
que medem sustentabilidade empresarial. Foi criado para se tornar O Banco do Brasil adota a responsabilidade socioambiental como
benchmark (marca de referência) para o investimento socialmente política, ou seja, a gestão empresarial sustentável é o pano de fun-
responsável e também indutor de boas práticas no meio empresa- do para os processos decisórios. Isto significa
rial brasileiro. É calculado pela Bovespa em tempo real ao longo A) desconsiderar se há gestão socioambiental por parte dos
do pregão, considerando os preços dos últimos negócios efetuados seus fornecedores e parceiros.
no mercado à vista. As ações integrantes do ISE são selecionadas B) adotar, na análise de todas as modalidades operacionais, os
entre as mais negociadas na Bovespa em termos de liquidez e pon- padrões de desempenho socioambientais dos Princípios do Equa-
deradas na carteira pelo valor de mercado dos ativos disponíveis à dor.
negociação. O índice é revisado anualmente. C) desenhar processos, produtos e serviços à luz de seus im-
pactos sociais e ambientais.
Desempenho BB no ISE D) deixar de considerar critérios socioambientais na avaliação
A lista de integrantes do Índice de Sustentabilidade Empre- do estudo de limite de crédito de empresas.
sarial (ISE) para o período 2011, que foi divulgada em novembro E) atribuir, prioritariamente, a critérios econômico-financeiros
de 2010, indicou que o Banco do Brasil permaneceu na carteira
o foco de análise das empresas clientes e projetos de investimento.
pelo sexto ano consecutivo. A manutenção na carteira representa
reconhecimento do mercado de capitais brasileiro quanto ao alto
grau de comprometimento do BB com práticas de sustentabilidade 02. (Banco do Brasil - Escriturário - 2013 - FCC/2013).
e governança corporativa. Permanecer no ISE desde o lançamento Autores dedicados ao tema da cultura organizacional costumam
da carteira, em 2005, confirma os esforços que o Banco tem em- convergir no que diz respeito às dimensões componentes desse
preendido na otimização de uma gestão responsável de modo a conceito, que são,
agregar valor ao acionista e à sociedade. A) religiosa, familiar e sociológica.
B) material, individual e conceitual.
DJSI C) coletiva, profissional e hierárquica.
Dow ‘Jones Sustainability Index, criado em 1989, é um índice D) motivacional, tecnológica e ideológica.
mundial de benchmark da Dow Jones & Company constituído por E) material, psicossocial e ideológica.
empresas que atuam a partir de uma perspectiva de desenvolvi-
mento sustentável. O índice é revisado anualmente como resultado 03. (Banco do Brasil - Escriturário - 2013 - FCC/2013).
de processo de consulta as 2.500 empresas com maior valor de Está presente no Código de Ética do Banco do Brasil que
capitalização free-float, ranqueadas no Dow Jones Global Index A) os profissionais contratados são orientados a pautarem seus
– DJGI de 31 de dezembro do ano anterior. As empresas consul- comportamentos pelos seus princípios éticos familiares.
tadas respondem a um questionário onde terão que evidenciar que B) a transparência e a agilidade no fornecimento de informa-
sua busca pelo resultado econômico leva em consideração preo- ções prioriza o acionista controlador em relação aos investidores
cupações a respeito da sociedade e do ambiente. As respostas ao
e credores.
questionário com questões relacionadas às dimensões econômica,
C) a concorrência entre fornecedores se dá dentre aqueles que
social e ambiental são avaliadas e auditadas por organização suíça
denominada SAM – Sustainable Asset Management Research. também sejam clientes e tenham sido indicados pelas áreas de re-
lacionamento comercial.
Relatório Anual D) os clientes têm assegurado o sigilo das informações bancá-
O Banco do Brasil tem compromisso com a transparência de rias, ressalvados os casos previstos em lei.
suas práticas administrativas e negociais, o que se reflete na dis- E) as parcerias e os convênios são estabelecidos sem condi-
posição em prestar contas aos seus diversos públicos de relaciona- cionamento à prévia análise de valores de integridade, idoneidade
mento sobre a sustentabilidade. e respeito à comunidade e ao meio ambiente.

Didatismo e Conhecimento 30
CULTURA ORGANIZACIONAL
04. (Banco do Brasil - Escriturário - 2013 - FCC/2013). O 07. (ANVISA - Técnico Administrativo - Prova Anulada
Código de Ética do Banco do Brasil prevê - CETRO/2013). Pode-se conceituar a cultura organizacional
A) estrita conformidade à Lei na proibição ao financiamento como o conjunto de valores, crenças e tecnologias que mantém
a partidos políticos. unidos os mais diferentes membros, de todos os escalões hierár-
B) troca, sem limites, de informações com a concorrência, na quicos, perante as dificuldades, operações do cotidiano, metas e
busca de negócios rentáveis. objetivos. Sobre o assunto, marque V para verdadeiro ou F para
C) relacionamento com o poder público, dependente das falso e, em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequên-
convicções ideológicas dos seus titulares. cia correta.
D) responsabilidade aos parceiros pela avaliação de eventual ( ) Pode-se afirmar que é a cultura organizacional que produz
impacto socioambiental nas realizações conjuntas. junto aos mais diferentes públicos, diante da sociedade e mercados
E) contratação de fornecedores a partir de um grupo selecio- o conjunto de percepções, ícones, índices e símbolos que chama-
nado com parcialidade. mos de imagem corporativa.
( ) A cultura organizacional não é algo pronto e acabado, mas
está em constante transformação de acordo com sua história os
05. (Banco do Brasil - Escriturário - 2013 - FCC/2013).
seus atores e com a conjuntura.
O Banco do Brasil espera de seus colaboradores o atendimento a
( ) A cultura organizacional consiste em padrões explícitos e
elevados padrões de ética, moral, valores e virtudes, tais como:
implícitos de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo
A) aceitação de presentes oferecidos por clientes satisfeitos,
do tempo que constituem uma característica própria de cada em-
sem restrição de valor. presa.
B) associação a entidades representativas alinhadas ao pen- ( ) Uma cultura organizacional holística é um conjunto de
samento da diretoria. valores, conhecimentos e costumes ligados a uma visão não-
C) repúdio a condutas que possam caracterizar assédio de -fragmentada do mundo em que a organização é considerada um
qualquer natureza. organismo vivo em constante movimento, constituindo um sistema
D) imposição dos princípios pessoais dos chefes aos mem- de eventos com uma constante interação e interdependência de sis-
bros da sua equipe. temas maiores ou menores.
E) intolerância com a diversidade do conjunto das pessoas ( ) A cultura organizacional pode ser dividida no nível invi-
que trabalham no conglomerado. sível (onde estão os padrões e estilos de comportamento dos em-
pregados) e no nível visível (onde estão os valores compartilhados
06. (MTur - Analista Técnico - Administrativo - e crenças que permanecem durante um longo período de tempo).
ESAF/2014). “Muitos aspectos da cultura organizacional são A) V/ V/ F/ F/ V
percebidos mais facilmente, enquanto outros são menos visíveis B) V/ F/ F/ F/ V
e de difícil percepção. É como se estivéssemos observando um C) F/ V/ F/ V/ F
Iceberg. Sua parte superior é perfeitamente visível, pois se en- D) F/ F/ V/ V/ F
contra acima das águas. Contudo, sua parte inferior fica oculta E) V/ V/ V/ V/ F
sob as águas e totalmente fora da visão das pessoas.”(Chiavenato,
Administração nos Novos Tempos, 2003, p.173). Com este argu- 08. (SUSAM - Administrador - FGV/2014). A cultura orga-
mento foi construído o Iceberg da cultura organizacional no qual nizacional possui a aspectos formais que são visíveis e concretos,
os aspectos formais e abertos são representados na parte superior sendo facilmente identificados e observados. Por outro lado, há
do Iceberg e os aspectos informais e ocultos são representados aspectos da cultura organizacional mais profundos (ou informais)
pela parte submersa. Analise as alternativas que se seguem mar- e que não são claramente perceptíveis. Por isso, alguns autores
cando C para Certo e E para Errado. A seguir selecione a opção consideram a cultura organizacional como um iceberg metafó-
correta. rico, ou seja, as partes visíveis são a ponta do iceberg, enquan-
to que a parte invisível corresponde aos elementos abaixo do
( ) A estrutura organizacional, os objetivos e as estratégias
nível da água. Levando em consideração essa a analogia da cultura
são aspectos formais da cultura organizacional.
organizacional com um iceberg, assinale a opção que diz respeito
( ) Os títulos e descrição de cargos são aspectos formais da
a um aspecto formal de uma cultura organizacional.
cultura organizacional e os valores são aspectos informais.
A) Atitudes das pessoas
( ) As percepções e atitudes das pessoas e as normas grupais B) Normas grupais
são aspectos formais da cultura organizacional. C) Objetivos organizacionais
( ) Medidas de produtividade físico-financeiras são aspectos D) Relações afetivas
ocultos da cultura organizacional. E) Valores
( ) Padrões de poder, métodos e procedimentos são aspectos
formais da cultura organizacional. 09. (Caixa - Nível Superior - Conhecimentos Básicos -
A) C, C, E, E, E CESPE/2014). No que concerne a ética nas organizações, julgue
B) E, C, C, E, C os itens que se seguem. Ética empresarial corresponde ao conjunto
C) C, E, C, E, E de valores que guiam o comportamento das organizações.
D) E, C, E, C, E A) Certo
E) C, E, C, C, C B) Errado

Didatismo e Conhecimento 31
CULTURA ORGANIZACIONAL
10. (Caixa - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - C) violando a lei que permite o acesso de familiares às con-
CESPE/2014). No que concerne a ética nas organizações, julgue tas de todos os membros da família
os itens que se seguem. Os valores de uma organização represen- D) perdendo uma oportunidade de negócios, deixando de
tam suas características intrínsecas e, por isso, são inalteráveis. agradar à cliente.
A) Certo E) assegurando o sigilo da operação bancária, que deve ser
B) Errado protegido no caso.

11. (Caixa - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - 15. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos
CESPE/2014). Julgue os itens a seguir, relativos a códigos de Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). Uma as-
ética e conduta. As orientações do código de ética de uma orga- sistente administrativa de um banco que atua na área de câm-
nização restringem-se às ações de seus funcionários e colabora- bio, em épocas de muita procura, por vezes, tem necessidade
dores internos. de postular autorização do seu gerente para procurar numerário
A) Certo em outras Instituições financeiras, prometendo reciprocidade no
B) Errado caso de situações similares ocorreram nas outras empresas. Em
determinado dia, diante de procura excepcional, um dos funcio-
12. (Caixa - Nível Superior - Conhecimentos Básicos -
nários de uma das Instituições que auxiliara a funcionária pos-
CESPE/2014). Com relação a ética, ética empresarial e ética
tulou reforço do seu numerário em moeda estrangeira. Sabedora
profissional, julgue os itens a seguir. A ética profissional diz res-
da existência de reservas polpudas no seu banco, a assistente
peito às regras morais que os indivíduos devem observar em suas
solicitou o apoio do gerente que, em altos brados, chamou-a de
atividades laborais com o fim de valorizar sua profissão e atender
adequadamente àqueles que deles dependam mendaz e oportunista, acrescentando que não autorizaria a re-
A) Certo B) Errado messa postulada.
Nos termos do Código de Ética do Banco do Brasil, o ge-
13. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos rente estaria
Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). Um ge- A) exercendo naturalmente o seu poder de decisão gerencial
rente de pesquisa vinculado ao superintendente de propaganda, com autonomia
ambos subordinados à Diretoria de Marketing do Banco I, ve- B) impedindo que a Instituição financeira tivesse prejuízos
rifica, através de um dos projetos que gerencia, a necessidade diante da possibilidade de falta de espécie para outros atos
da divulgação dos serviços bancários prestados pela internet aos C) estabelecendo um ambiente não saudável de relaciona-
clientes dessa Instituição. Para vencer eventual resistência dos mento, contrariando a normativa preconizada.
usuários em aderir à inclusão digital, em conjunto com a área de D) atuando de acordo com o estresse provocado pelo traba-
Informática, o gerente apresenta-lhes um mecanismo de acesso à lho desempenhado.
rede com proteção avançada. E) defendendo a Instituição de um mau negócio em época
Nos termos do Código de Ética do Banco do Brasil, em re- de crises, o que lhe permitiria o uso de um palavreado mais rude.
lação aos clientes, do modo como foi elaborado, tal projeto de
inclusão realiza o primado da 16. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos
A) cortesia Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). O geren-
B) segurança te de relações com o mercado do Banco I divulga comunicado
C) competividade interno aos colaboradores da Instituição sobre a necessidade
D) precaução de divulgação aos novos acionistas dos relatórios apresentados
E) promoção à Comissão de Valores Mobiliários. Nesse comunicado, dá a
orientação de que os relatórios devem ser enviados, preferen-
14. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos cialmente, por meio eletrônico, ou em papel. Um dos colabora-
Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). Um casal
dores mostra-se contrário a essa ideia, aduzindo que, em mensa-
possui contas separadas em uma mesma agência bancária. A mu-
gem eletrônica, os relatórios seriam extensos e que, em papel, a
lher, curiosa quanto aos gastos do marido, segundo ela, excessi-
impressão de mais de duzentas folhas por acionista e os custos
vos, procura o gerente do Banco para pedir informações sobre
de postagem gerariam enorme despesa.
a movimentação financeira do cônjuge. O gerente, no entanto,
Nos termos do Código de Ética do Banco do Brasil, o envio
aduz que somente pode permitir-lhe o acesso aos dados bancários
mediante autorização do correntista titular. Nos termos do Códi- dos relatórios
go de Ética do Banco do Brasil, o gerente estaria. A) traduz um ato de burocracia que deve ser evitado.
Nos termos do Código de Ética do Banco do Brasil, o ge- B) induz a custos exagerados que devem sofrer corte.
rente estaria C) realiza o dever de transparência e informação aos acio-
A) protegendo o direito de imagem do correntista diante da nistas.
curiosidade da esposa. D) revela-se inadequado diante das modernas tecnologias.
B) burlando o dever de cortesia que permite o acesso preco- E) concretiza um ideal de prevalência da forma sobre o con-
nizado pela cliente. teúdo.

Didatismo e Conhecimento 32
CULTURA ORGANIZACIONAL
17. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos 20. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos
Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). A cultura Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). Uma em-
organizacional é composta por diversos elementos construídos presa do setor financeiro está passando por uma reestruturação
ao longo do tempo. A cultura organizacional absorve as mudan- para se adaptar ao novo ambiente macro- econômico que, nos
ças e a evolução ocorridas na empresa; por isso, cada organi- últimos anos, tem apresentado maior concorrência e mais dina-
zação possui a sua própria cultura. A cultura organizacional é mismo. Um dos diretores, que participava das discussões sobre
formada por essa reestruturação, argumentou que a mudança necessária seria
A) componentes relativos aos aspectos mercadológicos de- complexa porque, segundo ele, como a cultura da empresa esta-
finidos pelo setor no qual a empresa atua. va errada, seria necessário contratar um consultor para realizar
B) estratégias estabelecidas pelo nível institucional da em- as mudanças culturais identificadas como fundamentais para a
presa que decorrem das relações interpessoais nela existentes. atuação da empresa nesse novo ambiente.
C) dimensões do ambiente macroeconômico, definidas pe- Diante desses argumentos, constata-se que a proposição do
los concorrentes dos mercados interno e externo. diretor está
D) estruturas organizacionais determinadas pelo setor eco-
A) correta, porque uma empresa que tem uma cultura orga-
nômico em que a empresa atua e pelas relações comerciais es-
nizacional errada somente poderá consertá-la mediante a ajuda
tabelecidas.
de profissionais externos, que saberão identificar quais os pontos
E) elementos que são fruto das relações, experiências, dos
que precisam ser modificados.
conhecimentos e aspectos que têm participação e interação das
B) correta, porque a cultura é um elemento da empresa que
pessoas da organização.
é constituído por valores externos que, para serem modificados,
18. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos precisam do apoio de profissionais independentes dos processos
Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). Uma em- organizacionais.
presa do setor bancário atua de maneira bastante agressiva no C) correta, porque culturas erradas não permitem que a or-
mercado, sempre buscando informações dos concorrentes para ganização se torne competitiva, e somente consultores externos
poder antecipar-se ao lançamento de novos produtos. Com esse são capazes de identificar as mudanças necessárias.
objetivo, seus empregados são treinados constantemente para D) incorreta, porque não existe cultura certa ou errada, uma
serem participativos na criação de novos produtos e na identifi- vez que a cultura é formada pelos integrantes da empresa, atra-
cação das necessidades do mercado e de seus clientes. vés de seus aspectos formais e informais que facilitam ou impe-
As características apresentadas por essa empresa são rela- dem que os seus objetivos e as suas estratégias sejam atingidos
tivas à E) incorreta, porque culturas erradas somente podem ser
A) cultura organizacional corrigidas pelos diretores ou pelos proprietários da empresa, que
B) estrutura organizacional determinam as relações de mercado existentes no ambiente ex-
C) missão organizacional terno, sua estrutura de poder e hierarquia.
D) lucratividade organizacional
E) hierarquia organizacional Respostas:

19. (Banco do Brasil - Nível Superior - Conhecimentos 01. C


Básicos - Todos os Cargos - CESGRANRIO/2014). A cultura 02. E
existente em uma empresa pode ser fator agregador ou desagre- 03. D
gador, dependendo de sua homogeneidade e de sua aceitação 04. A
pelos seus componentes. Para a empresa, a existência de uma 05. C
cultura forte constitui-se em vantagem porque 06. A
A) a divergência existente entre os valores compartilhados 07. E
facilita a adaptação às necessidades dos ambientes interno e ex-
08. C
terno.
09. A
B) a necessidade de se estabelecerem limites rígidos gera a
10. B
criação de regras e regulamentos visando à orientação do com-
11. B
portamento dos empregados.
12. A
C) o comportamento dos empregados é individualizado, não
havendo, portanto, influência coletiva sobre as atitudes adotadas 13. B
na empresa por cada um de seus membros. 14. E
D) os empregados, ao compartilharem normas, valores e 15. C
percepções comuns estabelecem com a empresa um compromis- 16. C
so que se sobrepõe ao interesse individual. 17. E
E) os novos funcionários levarão mais tempo para a sua so- 18. A
cialização, estabelecendo, assim, maior segurança para os anti- 19. D
gos. 20. D

Didatismo e Conhecimento 33
CULTURA ORGANIZACIONAL

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Didatismo e Conhecimento 34
CULTURA ORGANIZACIONAL

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Didatismo e Conhecimento 35
CULTURA ORGANIZACIONAL

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Didatismo e Conhecimento 36
CULTURA ORGANIZACIONAL

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Didatismo e Conhecimento 37
CULTURA ORGANIZACIONAL

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