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RESUMO - Texto: Penas alternativas como instrumento de reintegração social do apenado

no sistema penal brasileiro

INTRODUÇÃO

O trabalho em questão tem como foco o a pena alternativa enquanto instrumento de


reintegração social no sistema penal brasileiro. Diante da deficiência do sistema carcerário,
com a visível falta de infraestrutura do Estado em manter e punir o apenado, as penas
alternativas se apresentam em compasso com as finalidades estabelecidas no Código Penal
pátrio. Surgidas com o advento da Lei 7.209/84, ganharam força e importância no
ordenamento jurídico a partir da Lei nº 9.714/98.

O foco, aqui, é manter o indivíduo condenado livre, desde que atendidos alguns requisitos
legais e cumpridos alguns deveres, quais sejam: prestação de serviços à comunidade;
limitação de fim de semana; interdição temporária de direitos; perda de bens e valores; ou
prestação pecuniária. Assim, além de menos onerosas, tais sanções têm maior efetividade
tanto na prevenção do crime quanto na ressocialização do indivíduo.

Ademais, o texto expõe a necessidade do Estado em dar condições estruturais para que a
norma jurídica, no que tange a finalidade da prisão - a ressocialização - seja efetivada e
cumpra sua função no sistema prisional brasileiro.

1. Regimes penais aplicados no Brasil

Atualmente, pelo CP, há três regimes de cumprimento de penas privativas de liberdade:


regime fechado; semiaberto; aberto. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
fechado, semiaberto ou aberto; a pena de detenção, em regime semiaberto ou aberto.

Segundo a LEP, o regime fechado aquele cuja pena é executada em estabelecimento de


segurança máxima ou média; o semiaberto será executado em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar; e, finalmente, o regime aberto será cumprido em casa de albergado
ou em estabelecimento adequado.

No regime fechado, o indivíduo deve trabalhar no período diurno, com isolamento no repouso
noturno. É admissível o trabalho externo (remunerado) em obras públicas, se cumprido ao
menos um sexto da pena.

Já no regime semiaberto, a pena será cumprida em colônia agrícola, industrial ou similar. Seu
tempo pode ser remido tanto pelo trabalho quanto pelos estudos. Quanto ao trabalho, ficará
sujeito durante o período diurno.

Enfim, o regime aberto: baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do


condenado. Será cumprido, via de regra, em casa de albergado. O condenado deverá, ainda,
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido
durante o período noturno e nos dias de folga. Desta forma, o indivíduo sofrerá o controle do
Estado sem está encarcerado. O diferencial desse regime é o contato do condenado com a sua
família e a sociedade, com uma vida útil e presente.

Sobre a progressão de regime, para que o condenado progrida, deverá ter cumprido ao menos
1/6 da pena no regime anterior, e ter bom comportamento. Já para os crimes hediondos, deve-
se cumprir de 2/5 da pena (primário) ou 3/5 da pena (reincidente).
1.1. Os princípios que regem o sistema penal brasileiro

No Brasil, tem-se um Direito Penal voltado à intervenção mínima, agindo apenas em ultima
ratio. Hodiernamente, está mais intervencionista e preventiva, pela necessidade de suavizar a
sensação de insegurança motivada pelo crescente aumento da criminalidade.

Val dizer que o sistema foi construído para proteger o indivíduo do arbítrio do jus puniendi
estatal. O direito penal, desse modo, precisa ser previsível no respeito às diretrizes impostas
pelos princípios do direito constitucional criminal. Alguns princípios penais descendem
diretamente do princípio da dignidade da pessoa humana; outros, de caráter garantista, estão
concretizados no notório art. 5º da Carta Magna pátria.

Dentre os princípios que advêm da dignidade humana, destaca-se: o princípio da alteridade;


princípio da intervenção mínima (fragmentariedade e subsidiariedade); princípio da
proporcionalidade (abstrata/legislativa; concreta/judicial; executória/administrativa); princípio
da humanidade.

Além dos princípios retro mencionados, a Constituição recepcionou vários outros do


garantismo penal. São eles: o princípio da legalidade penal e processual penal; da
taxatividade; da irretroatividade da lei; da presunção de inocência (o maior pilar de um EDD);
da culpabilidade ou da responsabilidade pessoal; do devido processo legal; da
individualização da pena; contraditório e ampla defesa.

2. Finalidade da pena

A pena é um modo de punir quem desobedeceu alguma norma penal. Sobre isso, fala-se de
uma teoria absoluta e outra relativa da pena. Na primeira, a finalidade da pena é retributiva:
visa-se punir o agente infrator (um mal justo ao mal injusto do crime). A crítica a esta é que a
pena não tem qualquer finalidade prática; mero instrumento de “vingança” do Estado contra o
criminoso. Já na teoria relativa, a pena é de caráter preventivo: visa evitar novos crimes. Tem
um viés negativo (intimidação coletiva; coerção) e outro positivo (tranquilizar a sociedade).

No que tange a finalidade da pena, o Brasil adota a Teoria Unitária,/Conciliatória. A pena tem
três fins: retribuição, prevenção geral e prevenção especial. Cada um é identificado em
momento próprio, ou seja, na pena em abstrato visa à prevenção (foco na sociedade) e atua
antes da prática do delito. Já na pena em concreto, foca-se no delinquente, buscando evitar a
reincidência e que retribua o mal causado; por fim, a pena na execução, que visa o
delinquente objetivando sua ressocialização.

2.1. Pressupostos de aplicabilidade das penas alternativas

Conforme determina o Art. 44 do CP, as penas restritivas de direitos (penas alternativas), são
autônomas e substituem as penas privativas, tendo como condição: ser a pena privativa de
liberdade não superior a 04 (quatro) anos e o crime não for cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo.

A pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser convertida em restritiva
de direitos, desde que: o condenado esteja em regime aberto; tenha cumprido pelo menos ¼
(um quarto) da pena; os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem. Se o
condenado, que, no exercício da pena, lhe resta cumprir um quantum igual ou inferior a
quatro anos, e preencher os demais requisitos, poderá converter a pena em restritiva de
direitos.

As infrações penais, aqui, são de pequeno ou de médio potencial ofensivo, sendo a sanção
alternativa imposta no lugar da privativa de liberdade. Porém, se no cumprimento da pena
alternativa, o condenado descumpre suas obrigações, haverá a reconversão obrigatória, com o
retorno do infrator ao cárcere.

2.2. Espécies de penas alternativas no sistema penal brasileiro

Dentre os tipos de penas alternativas (art. 43 do CP – rol taxativo), tem-se: prestação de


serviço à comunidade ou a entidades públicas; prestação pecuniária; perda de bens e valores;
interdição temporária de direitos; limitação de fim de semana. Também, as modalidades
previstas em outras legislações, tais como: Lei de Drogas, Lei Maria da Penha, Estatuto do
Idoso, Lei de Crimes Ambientais e CTB.

As vantagens: evitam que um condenado por crimes de menor potencial esteja com presos
mais “graves”; diminuem gastos com o Sistema Penitenciário; possibilitam a reeducação e
ressocialização dos presos, evitando a reincidência e transformando os serviços gratuitos
prestados pelo sentenciado em benefícios para a toda sociedade.

Com a anuência do Poder Judiciário, as verbas provenientes da aplicação de penas


alternativas são utilizadas com fins sociais. Essas verbas objetivam suprir o que o Estado não
supre. No geral, destinam-se para áreas de execução criminal e de segurança como o Fundo
Penitenciário Nacional (FUNPEN).

3. Penas alternativas como instrumento de reintegração social do apenado

A Lei 9.099/95 revolucionou o sistema de justiça criminal, popularizando as penas


alternativas e a reparação do dano. A Justiça Restaurativa é a ideia de reparar o dano causado
à vítima. O grande protagonista é a vítima, e não o Estado, partindo do ponto de que nem todo
crime afeta o interesse do Estado. Assim, deixa de lado a ideia de punição, para buscar a
conciliação entre os envolvidos. É a chamada terceira via do direito penal.

3.1. Necessidade da pena alternativa e a função ressocializadora da pena

A pena privativa de liberdade transforma os detentos em “coisas”: sem iniciativa, desprovidos


de qualquer responsabilidade, despersonalizados e desrespeitados. As atividades não
incentivam a reintegração, criando um ambiente contrário à realidade social. Já com as penas
alternativas, o apenado pode exercer suas atividades sociais e profissionais normalmente,
mantendo seu convívio com a família e sociedade. Dão possibilidade de reintegração social.

Há, ainda, o benefício ao Estado, pois o gasto com a aplicação dessas penas é muito menor
que o gasto com a aplicação das penas restritivas de liberdade. Também, as vantagens à
vítima do crime são bem maiores, já que o condenado reintegrado estará bem mais consciente
do dever de reparação do crime, e terá muito mais condições de reparar seu erro mais rápido.

As penas alternativas, assim, fornecem um caminho mais humano ao sentenciado. Não


deixam de puni-lo, ao mesmo tempo em que não o submetem a uma degradante vivência de
cárcere.
3.2. Vantagens da aplicação da pena alternativa ao apenado

As vantagens das penas alternativas são inúmeras tanto para a sociedade, para instituições
beneficiadas e para o apenado. Há a diminuição a superlotação carcerária; redução dos gastos
abusivos do Estado com cada condenado, podendo ele ficar livre para fazer investimentos
mais urgentes e primordiais; redução a reincidência; diminuição da criminalidade (mais
segurança social); não contaminar o infrator pelo convívio com detentos mais perigosos;
benéfica a entidades sem fins lucrativos.

No que tange aos pontos negativos não há muito que enumerar. A principal desvantagem diz
respeito à fiscalização do cumprimento desse tipo de pena. A efetiva execução da não-
restrição da liberdade como pena é ainda um desafio muito grande para a política penal atual.
É preciso existir um mecanismo eficiente para fiscalização que transmita segurança para a
sociedade e para os operadores do direito.

CONCLUSÃO

O Direito Penal Mínimo, que valoriza a pessoa humana e objetiva a recuperação, reeducação
e reintegração social do apenado, age por meio das penas alternativas que substituem a prisão.
Visa-se, a partir delas, colocar em prática o principal objetivo das penas: a reintegração à
sociedade. Portanto, embora toda atitude criminosa mereça uma punição, a pena alternativa
vem como forma punir e, também, tentar ressocializar o apenado, sem ferir sua dignidade ou
retirá-lo do tecido social.

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