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SUPORTE BÁSICO DE VIDA PEDIÁTRICO E

PARTO

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Ana Cunha
Gabriela Galvão
Helena Dias
Liliana Vilela

UFCD3274 – Primeiros Socorros tipos de acidentes e formas de atuação


SIGLAS E ABREVIATURAS
 CDOS - Centro Distrital de Operações de Socorro
 CE - Corpo Estranho
 CODU - Centro de Orientação de Doentes Urgentes
 INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica
 OVA - Obstrução da Via Aérea
 OVACE - Obstrução da Via Aérea por Corpo Estranho
 PCR - Paragem Cárdio-Respiratória
 PLS - Posição Lateral de Segurança
 PSP - Polícia de Segurança Pública
 SAV - Suporte Avançado de Vida
 SBV - Suporte Básico de Vida
 SIEM - Sistema Integrado de Emergência Médica
 VOS - Ver, Ouvir e Sentir

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OBJETIVOS

 Compreender as particularidades anatómicas e fisiológicas das crianças


que justificam adaptações de procedimentos base de SBV;
 Identificar as principais causas da PCR na idade pediátrica;
 Listar e descrever as técnicas de reanimação na criança de acordo com o
algoritmo;
 Listar e descrever os passos para colocar a vítima em PLS;
 Reconhecer a obstrução da via aérea na criança;
 Listar e descrever a sequência de procedimentos adequada à
desobstrução da via aérea, de acordo com o grupo etário.

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 Descrever as fases do parto;
 Identificar as características do parto iminente;
 Conhecer os critérios para realização de parto no local;
 Listar e descrever os critérios de transporte da grávida em situação de
parto eminente;
 Conhecer o equipamento necessário à realização do parto;
 Descrever os cuidados a ter na preparação do parto;
 Descrever a actuação perante o parto eminente.

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INTRODUÇÃO

Todas as estruturas anatómicas são mais


frágeis pelo que todas as manobras têm que
ser feitas com maior suavidade, para não
causar traumatismos à criança.

A criança está particularmente sujeita a


situações de obstrução da via aérea, dado
que a mesma é de menor diâmetro e colapsa
com facilidade.

A principal causa de PCR na idade pediátrica


é a hipóxia. Por este facto, a prioridade na
reanimação pediátrica é a permeabilização
da via aérea e a oxigenação.
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6
As causas primárias de PCR de origem cardíaca, são raras, embora também
possam ocorrer.

Se esta situação se revelar como muito provável, o prognóstico poderá


estar dependente de uma desfibrilhação e nestas situações a ativação do
SIEM, através da chamada para o 112, deverá ser a prioridade.
DEFINIÇÃO DE IDADE

Lactente: um bebé até ao Criança: entre um ano e a


ano de idade. puberdade.
CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA PEDIÁTRICA

Genericamente, existem 4 pontos na cadeia:

 Reconhecimento precoce da gravidade da situação e pedido de ajuda (para prevenir a


PCR);
 Suporte Básico de Vida: para otimizar a oxigenação.
 Ligar 112: para pedir ajuda diferenciada.
 Suporte Avançado de Vida/Desfibrilhação/ Cuidados pós-reanimação: para restaurar a
qualidade de vida (estabilizar).
SBV EM PEDIATRIA
1. Avaliar condições de segurança
2. Avaliar a reatividade da criança

 Aproximação da criança e avaliar


se há resposta, perguntando em
voz alta “Estás bem, sentes-te
bem? “, enquanto se estimula
batendo suavemente nos
ombros.
 Quando se trata de uma criança
pequena não se deve abanar,
mas sim estimular (mexer nas
mãos e/ou nos pés ao mesmo
tempo que chama em voz alta).
 Se responder, mexendo-se, falando ou chorando, deve avaliar a
situação em causa e potenciais riscos e, se necessário, deixá-la
na posição em que está, ou na que ela pretender adotar e ligar
112, reavaliando-a frequentemente.

3. Caso não responda, passamos ao Pedido de Ajuda.

 Se estiver sozinho, pedir ajuda gritando em voz alta;


 No entanto, não devemos abandonar a criança para ir pedir
ajuda.
 Se houver uma segunda pessoa, ligar 112, enquanto prossegue
com o algoritmo.
4. Sequência ABC

A - Via Aérea – Permeabilizar a via aérea


Numa criança inconsciente, o relaxamento do palato mole e da epiglote, bem como a
própria língua, podem causar obstrução da via aérea.
Extensão da cabeça – elevação do queixo (igual ao adulto)

B – Ventilação
Avaliar se respira normalmente (VOS), efetuada durante 10 segundos.

Respira
Ligar 112 e
normalmente Posição de
reavaliar
e sem trauma recuperação
respiração
evidente
I. Relativamente ao lactente em decúbito dorsal, a cabeça fica habitualmente
fletida em relação ao pescoço.

II. A extensão da cabeça deve ser efetuada de forma a obter uma “posição neutra”,
isto é, a face do lactente deve ficar paralela ao plano onde está deitado.

III. Para facilitar, nesta situação, pode-se colocar uma elevação (toalha ou lençol) ao
nível dos ombros/costas do bebé, para conseguir esta posição.

IV. Nas crianças maiores, é necessário, habitualmente, uma maior extensão da


cabeça.
Manter Remover Iniciar
Não respira
permeabilidade qualquer ventilação com
normalmente
da via aérea obstrução óbvia 5 insuflações

Insuflações

Cada insuflação de ar deve ser lenta e feita durante 1 segundo, com um volume de
ar suficiente para causar uma expansão torácica visível.
Técnica de ventilação boca a boca-nariz

Manter a permeabilidade da via aérea, assegurando que a


cabeça está em posição neutra.

• Adaptar a boca à volta da boca e do nariz do lactente e


insuflar, como descrito anteriormente.

Nas situações em que não consegue efetuar uma boa


adaptação da boca à volta da boca e nariz é igualmente
adequado efectuar ventilação boca-boca ou boca-nariz Técnica
recomendada para
lactentes
• Em qualquer dos casos, as narinas ou a boca devem ser
ocluídas para evitar a fuga de ar.
Técnica de ventilação boca a boca

 Com os dedos da mão que faz a extensão da cabeça deve pinçar as narinas da criança
para evitar a fuga do ar insuflado.
ATENÇÃO: Não é a idade que determina a decisão de efetuar a ventilação boca a boca-
nariz ou boca a boca, mas efetivamente o tamanho da vítima.
 Se se tiver dificuldade em conseguir insuflações eficazes, deve-se rever a via aérea,
com reposicionamento da cabeça e garantir que não há fugas antes de tentar a
próxima insuflação.
 Se mesmo com o correcto procedimento, não conseguir adequada expansão torácica
deve ser considerada a possibilidade de obstrução da via aérea.

1. Abrir a boca da vítima e procurar objetos visíveis e caso


existam, removê-los;
2. Reposicionar a cabeça de forma a permeabilizar
adequadamente a via aérea;
3. Tentar ventilar de novo, fazendo-o somente até cinco
tentativas.
C – Circulação
Após as 5 insuflações inicias:

Determinar se a criança tem circulação espontânea,


através da pesquisa de sinais de vida (movimento,
tosse, respiração normal) ou se necessita de
compressões torácicas.

No lactente deve palpar o pulso


braquial, na parte interna do braço.

Na criança o pulso carotídeo.

NOTA: Em qualquer dos grupos pode-se palpar o


pulso femoral.
SE…..
 A criança apresenta alguns sinais de vida, mas não respira ou a respiração é
inadequada, continuar as insuflações com ar expirado numa frequência de 12 a 20
ciclos por minuto;

 Estiver sozinho, deve-se ligar 112, levando se possível a criança, de forma a manter
as insuflações. Reavaliar periodicamente e manter as insuflações até que a criança
respire normalmente ou chegue ajuda;

 A criança recuperar a respiração normal (sem trauma), colocá-la em posição de


recuperação;

 Não houver sinais de vida deve iniciar de imediato compressões torácicas,


mantendo uma alternância de 15 compressões com 2 insuflações.
NOTA: As compressões devem ser realizadas de forma a causar uma depressão de
pelo menos 4 cm no lactente e 5 cm na criança, a uma frequência de pelo menos
100 a 120 por minuto.

Compressões torácicas no lactente


1.Técnica dos 2 dedos (+ utilizada)
Colocar a ponta de dois dedos da outra mão sobre a metade inferior do esterno do
lactente e comprimir o tórax na vertical.
Depois de cada compressão, deve aliviar a pressão de forma a permitir ao tórax
retomar a sua forma.

2.Técnica do Abraço
1.Técnica dos 2 dedos
Compressões torácicas em crianças

1. Deve-se posicionar ao lado da criança;

2. Utilizando as referências anatómicas mencionadas anteriormente, coloca-se a base de


uma mão na metade inferior do esterno;

3. Deve levantar os dedos de forma a que só a base da mão faça pressão, para não
comprimir as costelas;

4. De seguida, mantendo o braço esticado, sem fletir o cotovelo, e de forma que o


ombro fique perpendicular ao ponto de apoio da mão, pressionar o tórax cerca de um
terço da sua altura, usando o peso do seu corpo;

5. Após cada 15 compressões, permeabilizar a via aérea e efetuar duas insuflações,


mantendo esta relação de 15:2 sucessivamente.
ALGORITMO SBV PEDIÁTRICO

Caso esteja presente apenas um reanimador


devem ser mantidas as manobras de SBV
durante 1 minuto (5 ciclos da sequência de 15
compressões e 2 insuflações) e só depois, se
ainda estiver sozinho, ligar 112.
OBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA NA IDADE PEDIÁTRICA
A obstrução da via aérea (OVA) nas crianças é uma situação frequente.

A maioria das situações nas crianças ocorre durante a alimentação ou quando


as crianças estão a brincar com objetos de pequenas dimensões.
ABORDAGEM
Se a criança tosse eficazmente, não são necessárias outras manobras. Encorajar a tosse e
vigiar continuamente.

Se a tosse é, ou se está a tornar ineficaz, deve gritar por ajuda de imediato e avaliar o
estado de consciência.

Nos lactentes podem ser utilizadas pancadas interescapulares e compressões torácicas.


Nas crianças com mais de 1 ano são usadas pancadas nas costas e compressões
abdominais.

O objetivo de qualquer das manobras recomendadas é provocar um aumento súbito da


pressão intra-torácica, que funcione como uma “tosse artificial” e desobstrua a via
aérea.
SEQUÊNCIA DE ATUAÇÃO NA OBSTRUÇÃO DA VIA
AÉREA DO LACTENTE/ CRIANÇA, CONSCIENTE

Lactente: Pancadas interescapulares e compressões torácicas


1. Segure o bebé em decúbito ventral, com a cabeça mais baixa que o resto do corpo,
suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax no antebraço e / ou na coxa
(neste último caso deverá estar sentado);

2. Aplique pancadas interescapulares (nas costas entre as 2 omoplatas) com o bordo da


mão, usando uma força adequada ao tamanho da criança, com o objetivo de remover
o corpo estranho. Se necessário aplique até um total de 5 pancadas interescapulares.
3. Se não conseguir deslocar o objeto e remover o corpo estranho com as pancadas
interescapulares, passe à aplicação de compressões torácicas;

4. Com uma mão segure a cabeça do bebé, na região occipital e rode-o em bloco, para
que este fique em decúbito dorsal sobre o outro antebraço. Mantenha a cabeça a
um nível inferior ao do resto do corpo;

5. Faça compressões torácicas, tal como explicado na técnica de compressões


torácicas com 2 dedos, mas mais lentas (frequência aproximada de 20/min), com o
objetivo de deslocar o corpo estranho.
6. Faça até 5 compressões, se necessário, para tentar desobstruir a via aérea;

7. Após as 5 compressões torácicas inspecione a cavidade oral, removendo algum


objeto apenas se for visível;

8. Repita sequências de 5 pancadas interescapulares, 5 compressões torácicas até a


obstrução ser resolvida ou o bebé ficar inconsciente.
Criança: Pancadas interescapulares e compressões abdominais.

o As pancadas interescapulares são


mais eficazes se a criança estiver
com a cabeça para baixo. Se a
criança for pequena, deve ser
colocada ao colo do reanimador,
como no lactente. Se isso não for
possível, deve apoiar-se a criança
numa posição inclinada para a
frente, e aplicar até 5 pancadas
interescapulares.

o Se a obstrução se mantém após as


pancadas interescapulares, deve
passar às compressões abdominais
– manobra de Heimlich, até 5
tentativas.
o O reanimador coloca-se de pé ou
ajoelhado atrás da criança e passa
os seus braços por baixo dos braços
da criança, envolvendo o tronco
pela frente.

o Fecha um punho e coloca-o entre o


umbigo e o apêndice xifóide.

o Apertando esse punho com a outra


mão, o reanimador puxa de forma
seca para trás e para cima,
aplicando até 5 compressões
abdominais.

o Deve ter cuidado para não aplicar


pressão sobre o esterno e a grelha
costal para evitar trauma torácico.
REAVALIAÇÃO:
o Após as 5 compressões torácicas ou abdominais verifique se houve saída do corpo
estranho ou inspecione a cavidade oral, removendo algum objeto apenas se for visível.

o Repita sequências de 5 pancadas interescapulares / 5 compressões torácicas ou


abdominais até a obstrução ser resolvida. Nesta fase, enquanto estiver consciente, a
sequência deve ser mantida sem que se abandone a vítima.

o Grite por ajuda, ou envie alguém para pedir ajuda, ligando 112, se ainda não foi feito.

o Se a obstrução for resolvida, com a expulsão do corpo estranho, deve avaliar o estado da
vítima. É possível que parte do corpo estranho que causou a obstrução ainda permaneça
no trato respiratório.

o Se existir qualquer dúvida deve procurar ajuda médica. As compressões abdominais


poderão eventualmente causar lesões internas, pelo que se foram realizadas, a criança
deve ser vista por um médico.
SEQUÊNCIA DE ATUAÇÃO NA OBSTRUÇÃO DA VIA
AÉREA DO LACTENTE/ CRIANÇA, INCONSCIENTE
 Se uma criança/lactente com OVACE está, ou se entretanto fica inconsciente, o
reanimador deve colocá-la sobre uma superfície plana e dura, e gritar por ajuda.

 Se estiver sozinho, não deve abandonar a vítima neste momento, mas antes iniciar SBV,
e mante-lo durante um minuto e só depois ligar 112.

Pesquisar a via aérea


Insuflações
Comece por verificar a existência de
Tente efetuar 5 insuflações com
algum corpo estranho na boca e se for
ar exalado, verificando a eficácia
visível remova-o. Não tente efetuar a
de cada uma: se a insuflação não
manobra digital para retirar o corpo
promove a expansão torácica,
estranho se este não estiver visível, nem
reposicione a cabeça antes de
repita este procedimento
nova tentativa.
continuamente. Isso pode causar lesões
ou impactar o objeto mais
profundamente na faringe.
 Se as 5 insuflações não foram eficazes (se não houve resposta: movimento, tosse,
respiração espontânea) prosseguir com as compressões torácicas sem avaliar a
existência de sinais de vida.

 Após cada 15 compressões, o reanimador deve permeabilizar a via aérea e


pesquisar a cavidade oral antes de tentar efetuar as 2 insuflações; se for observado
um corpo estranho, deve tentar removê-lo através da manobra digital.

 No lactente ou na criança, sempre que parecer que a obstrução foi resolvida, deve
ser permeabilizada a via aérea, como anteriormente referido, e reavaliada a
respiração (VOS).

 Se continuar sem respirar normalmente fazer novamente 5 insuflações e reiniciar o


algoritmo de SBV.

 Se a criança recuperar consciência e a sua respiração se tornar eficaz, deverá ser


colocada na posição de recuperação, vigiando e reavaliando continuamente o nível
de consciência e a respiração até à chegada da ajuda diferenciada.
POSIÇÃO DE RECUPERAÇÃO
 Uma criança inconsciente, a respirar espontaneamente deve ser colocada numa posição lateral
e segura, de modo a prevenir a obstrução da via aérea pela queda da língua e reduzir o risco de
aspiração de vómito ou secreções.
 Se há suspeita de trauma, a vítima só deve ser mobilizada se for impossível manter a
permeabilidade da via aérea de outro modo, e neste caso, deve ser sempre respeitado
simultaneamente o alinhamento da coluna cervical.
 A posição de recuperação usada nas crianças obedece aos mesmos princípios da PLS (posição
lateral de segurança) do adulto e pode ser usada a mesma técnica.
 Nos lactentes sugere-se a colocação em decúbito lateral, usando uma almofada ou um lençol
dobrado, colocado por trás, a nível das costas, para manter a posição estável.
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA
AÉREA - CONSCIENTE
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA
AÉREA - INCONSCIENTE
PARTO

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 Fases do Parto:
 Dilatação
 Expulsão

 Dequitadura

 Puerpério Imediato

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Dilatação
o A dilatação é a fase em que o orifício do colo do útero, a zona mais inferior
do útero, se vai dilatando até permitir a passagem da criança.

o A abertura da vagina (vulva) começa a dilatar-se e, em cada contração,


pode-se ver a cabeça do bebé, o que, em termos médicos, se denomina
por “apresentação da coroa cefálica”. Nesta altura, já falta pouco para o
nascimento.

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Expulsão

o Este período vai desde a completa dilatação do colo do útero até à


expulsão do feto. A expulsão deve ser rápida para evitar lesões por anóxia
no feto.

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Dequitadura
o Corresponde à expulsão da placenta, ocorrendo normalmente num
período até 30 minutos depois do nascimento.

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Puerpério Imediato
o Corresponde ao período de 2 horas após a dequitadura. Período de
recuperação imediata (estabelecimento da hemóstase).

o Este é um período de risco para puérpera, caso o seu útero não fique
devidamente contraído, pode ocorrer quadro de hemorragia vaginal, deve
ser mantida uma vigilância das perdas hemáticas e sinais vitais da
parturiente, com o objetivo de minimizar o risco de choque hipovolémico.

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ATUAÇÃO NA ASSISTÊNCIA AO PARTO

 A Primeira decisão a tomar é de transportar ou não a grávida para o hospital, esta


decisão vai depender da fase do trabalho de parto e das condições do local onde se
encontram a grávida.

 Se durante o transporte o parto se inicia (presença de coroa cefálica), deve parar o


veículo, assistir o parto e, só depois, continuar o transporte, sem velocidade e sem
sinais sonoros. Além do exame da grávida é fundamental obter as respostas às
seguintes questões:

 É o primeiro filho ? (Em regra, o trabalho de parto de um 1º filho demora mais


tempo que o dos seguintes)

 Tempo de gestação ?

 Sentia o bebé mexer normalmente nos últimos dias ?


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 Há quanto tempo começou com contrações ? Qual o intervalo entre elas ?

 Já ocorreu a ruptura da bolsa de águas ?

 Sente vontade de fazer força (evacuar) ?

 Já contactou com o médico ? Para onde é que deseja seja transportada (já é seguida
em alguma maternidade)?

 Prosseguir o exame da vítima utilizando a nomenclatura CHAMU.

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Perante a evidência dos sinais clínicos de trabalho de parto e perante a visualização
da coroa cefálica devem ser adotados os procedimentos necessários para assistir o
parto no local:

 1) Preparar o KIT de parto e o local onde vai ocorrer o parto.

 2) Colocar a mulher em decúbito dorsal com as pernas fletidas sobre o tronco,


puxando os joelhos para si e para fora;

 3) Colocar uma altura por baixo das nádegas da grávida possibilitando um elevação
da região perineal, fundamental para permitir a saída do feto. Essa altura pode ser
obtida por diversos meios, tais como: usar a caixa do Kit, usar cobertores, entre
outros.

 4) Colocar resguardo sob as nádegas da mulher, deixando a descoberto a região da


abertura vaginal;

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 5) Se prolapso do cordão, presença de mecónio ou qualquer outro sinal que
possa fazer suspeitar de sofrimento fetal ou materno informar CODU e
administrar oxigénio (manter oximetria ≥97%);

 6) Lavar e desinfetar as mãos;

 7) Equipar-se com o material disponível no KIT de partos, nomeadamente bata,


máscara e luvas esterilizadas;

 8) Encorajar a parturiente a só fazer força durante as contrações (período em


que a grávida sente verdadeiramente vontade de fazer força);

 9) Incentivar a mulher a respirar lenta e profundamente.

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 10) Coloque-se à frente do canal vaginal: colocar a palma da mão na cabeça
exposta do feto, apoiando a sua saída;

 11) Após a exteriorização da cabeça, verificar de imediato se existem


circulares do cordão umbilical em torno do pescoço. Se tal se verificar,
tentar soltar/deslizar a circular sobre a cabeça. Se a circular for muito
apertada e não se soltar sobre a cabeça, é necessário clampar rapidamente
o cordão (a presença do cordão umbilical em redor do pescoço pode causar
sofrimento fetal com asfixia do feto);

 12) Apoiar a cabeça do feto até que ocorra a restituição (rotação externa).
A cabeça sairá pela vagina, geralmente com a face voltada para baixo, roda
depois de lado, para uma das pernas da mãe;

 13) Após a restituição e pesquisa de circular cervical, com uma mão em


cada lado da cabeça do feto, exercer pressão suave para baixo, de forma a
libertar o ombro anterior (superior) que aparece assim sob a sínfise púbica.
Repetir a manobra em sentido contrário, de forma a libertar o ombro
posterior (inferior);
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 14) Nesta fase é provável que o resto do corpo seja exteriorizado rapidamente
pelo que são necessários cuidados adicionais no sentido de segurar o recém
nascido (RN) devidamente. Nesta altura cessam as contrações maternas;

 15) Se necessário, manter a cabeça do RN a um nível inferior ao do resto do


corpo de forma a facilitar a drenagem de secreções, aspirar a cavidade oral e
as narinas com a pêra existente no KIT de partos;

 16) Manter o RN ao nível do útero da mãe;

 17) Laquear e cortar o cordão umbilical (ver cuidados com o cordão após o
período expulsivo);

 18) Secar rapidamente de forma a evitar perdas de calor e embrulhar o RN no


lençol do KIT de partos agasalhando-o o mais possível incluindo a cabeça;

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 19) Permitir que a mãe veja o RN e que lhe pegue ao colo;

 20) Caso se verifique a dequitadura, colocar o material expulso num dos sacos
existentes no KIT de partos de forma a poder ser entregue juntamente com a mãe
no hospital;

 21) NUNCA AGUARDAR PELA DEQUITADURA, após o nascimento iniciar transporte


para maternidade;

 22) Proteger o períneo com penso higiénico;

 23) Colocar a mãe em posição confortável;

 24) Iniciar transporte para a unidade hospitalar com bloco de partos, sem esperar
pela dequitadura. Em condições normais, o parto decorre com naturalidade, não
sendo necessário mais que encorajar a mãe e apoiar o feto para evitar um
nascimento abrupto.

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DA ESQUERDA PARA A DIREITA CORRESPONDEM
À SEQUÊNCIA DESCRITA EM 9,10 E 12

49
O CORTE DO CORDÃO UMBILICAL A 5CM DE
DISTÂNCIA DO UMBIGO

50
CUIDADOS COM O CORDÃO APÓS O
PERÍODO EXPULSIVO

Existem kit´s de parto com um dispositivo que inclui as duas molas para clampar e a
lâmina de corte no centro. Deverá ser colocado a mais de 5cm de distância do umbigo
do bebé. No caso de tal não ser possível de utilizar como alternativa para laquear o
cordão, pode-se utilizar/atar uma fita de nastro à volta do cordão à distância superior a
5cm do umbigo do bebé e a cerca de 10 cm do 1º para o lado da mãe:

• Quando se atam as fitas, devem-se dar pelo menos 3 nós, apertando-os com cuidado
para não arrancar o cordão;

• Cortar entre os 2 nós com lâmina de corte;

• Confirmar que não existe perda de sangue por qualquer uma das pontas do cordão.

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KIT DE PARTO

Listagem de material do Kit de Parto

52
CASOS PARTICULARES:

 Apresentação Pélvica
Sequência de procedimentos na apresentação pélvica

53
 Prolapso do Cordão

54
 Exteriorização de um membro do feto

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 Convulsões da Grávida durante o parto

 Outra eventualidade que pode ocorrer durante o transporte, é o


desencadear de crises convulsivas por parte da grávida. Nestas
circunstâncias, a conduta a adoptar, deve ser a mesma que para quaisquer
convulsões.

56
 Gémeos
 O nascimento de 2 ou mais crianças não é, em si, um problema. O parto processa-se
do modo habitual. Pode haver um intervalo de alguns minutos entre o nascimento
de cada bebé. Geralmente, os gémeos são mais pequenos, devendo por isso,
redobrar-se os cuidados no sentido de os manter secos e aquecidos.

57
 Prematuros
 Um bebé que nasceu antes das 37 semanas de gestação, normalmente de baixo peso,
é considerado prematuro.
 Actuação no Prematuro:
 O parto deve ser assistido como qualquer outro, só que se deve ter especiais
cuidados com este bebé:
 • Informar imediatamente o CODU da situação;
 • Cobri-lo com um cobertor aquecido;
 • Laquear o cordão com muito cuidado devendo certificar-se que não fica a sangrar;
 • O prematuro é ainda mais susceptível a infecções que os outros recém-nascidos.
Por isso, não falar, tossir espirrar para cima dele (deverá usar, de preferência, uma
máscara protetora de modo a reduzir o risco de transmissão de infeções).

58
 Reanimação Neontal

 No algoritmo de reanimação neonatal não é possível dissociar-se entre o SBV e o SAV,


portanto se um RN necessitar de manobras de reanimação (SAV), estas devem ser
iniciadas 90 segundos após o nascimento. Sempre que possível o parto deve ocorrer
no hospital (com maternidade).

59
60
CONCLUSÃO

 Há diferenças na reanimação de acordo com a idade/tamanho da criança;


 O SBV deve ser de qualidade e ininterrupto;
 As compressões torácicas devem ser de elevada qualidade, devem
deprimir o esterno pelo menos 1/3 do diâmetro do tórax, ao ritmo de pelo
menos 100 compressões minuto e permitir uma boa re-expansão torácica;
 A OVA pode evoluir rapidamente para PCR, pelo que é importante
reconhecer e tratar precocemente.

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BIBLIOGRAFIA

 Manual de Suporte Básico de Vida Pediátrico https://www.inem.pt/wp-


content/uploads/2017/09/Suporte-B%C3%A1sico-de-Vida-
Pedi%C3%A1trico.pdf

 Capítulo V - Suporte Básico de Vida Pediátrico


https://www.prociv.azores.gov.pt/fotos/documentos/1490290487.pdf

 Normas, Emergências Pediátricas e Obstétricas - Manual TAS


https://www.inem.pt/wp-content/uploads/2017/06/Normas-
Emerg%C3%AAncias-Pedi%C3%A1tricas-e-Obst%C3%A9tricas.pdf

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