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Tipicidade
Crimes de omissão
A omissão também pode constituir um comportamento ou
conduta socialmente relevante. Tanto a acção como a omissão é uma
forma de comportamento humano.
A reprovabilidade da omissão, segundo o critério ético-social é
pressuposto da atribuição de relevância jurídico-penal à omissão, ou seja,
é condição da eventual criminalização da omissão.
A omissão de determinada acção, ético-socialmente exigível, na
medida em que a prática desta acção seja necessária para salvaguardar
interesses ou valores individuais ou sociais, pode ser jurídico-penalmente
imposta e, portanto, ser tipificada como crime.
A decisão legislativa de qualificar determinada omissão como
crime depende de vários factores, nomeadamente da especial
importância, individual e/ou social do bem jurídico em perigo e/ou da
relação entre o omitente e o bem e causa.
Nas considerações globais sobre a criminalização, ou não, das
omissões das acções adequadas a evitar a lesão ou o perigo de lesão dos
bens jurídico-penais, há-de estar sempre presente a ideia de um uma
excessiva criminalização da omissão poderá trazer mais desvantagens do
que benefícios, dada a generalizada intromissão na vida alheia a que tal
generalizada criminalização da omissão poderia conduzir.
Pressupostos
Os crimes de omissão próprias são:
1) Aqueles e todos aqueles que o legislador expressamente tipificar
Mas isso não significa que, por força do princípio da intervenção
mínima do direito penal, não haja uma racionalidade político-criminal
subjacente à decisão legislativa criadora de tipos de crime de omissão
própria.
São, portanto, fundamentalmente, dois os pressupostos da
criminalização de meras omissões:
- Estejam em causa bens jurídicos muito importantes
- Que se encontre numa posição-dever especial para com o bem
jurídico protegido, que constitui a ratio da imposição da acção.
2) O contrato
Ex: A pessoa contratada para guardar as instalações de uma empresa ou uma casa
de habitação, respondia, a título de comissão por omissão, pelo crime de furto, se a
pessoa contratada, podendo, sem grave risco para si, impedir que o ladrão
subtraísse determinados objectos, nada tivesse feito neste sentido.
3) A ingerência.
O omitente responderia com base no princípio de quem cria uma
situação de perigo tem a obrigação jurídica de praticar a acção (possível)
adequada a impedir a concretização do perigo, ou seja, a produção do
resultado.
Ex: Se A atropela B, tem o dever jurídico de chamar uma ambulância, sob pena de, não
praticando esta acção, responder pela morte deste (Crime de homicídio), se se vier a
comprovar que, se tivesse chamado a ambulância, o atropelado não teria morrido.
Critica
A teoria tradicional foi objecto das seguintes críticas:
1) Que a teoria violava o principio da legalidade penal, na exigência,
decorrente deste princípio, de lei aprovado pelo Parlamento
(Poder Legislativo) ou com autorização deste: ao elevar a lei em
geral, o contrato e a ingerência a fundamento do dever jurídico do
garante e, consequentemente, a fundamentos da criminalização
da omissão e da responsabilização do omitente pelo resultado,
estaria a violar o referido princípio da legalidade.
2) O facto de estes fundamentos formais (lei, contrato e ingerência)
restringirem demasiado a equiparação na omissão à acção,
deixando fora da responsabilização penal muitas situações de
omissão.