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Filosofia
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
44
Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos
Morais
Introdução ao Problema
1
P.e. geralmente damos importância à honestidade, à justiça, à democracia, à amizade ou ao conhecimento.
Emitir juízos consiste em atribuir certas propriedades ou características
àquilo com que nos deparamos.
• Exemplos de juízos:
1 Beethoven compôs mais de oito sinfonias.
2 A Nona Sinfonia de Beethoven é sublime.
3 Alguns estados norte-americanos aboliram a pena de morte.
4 A pena de morte devia ser abolida.
• Os juízos (1) e (3) são diferentes dos juízos (2) e (4).
• Quais são as diferenças?
• Os juízos (1) e (3):
• São puramente descritivos (pretende-se que o juízo corresponda
à realidade).
• Têm valor de verdade (se descreverem corretamente a realidade,
então são verdadeiros).
• São objetivos (independentes das diversas perspetivas das pessoas).
• Designam-se como juízos de facto.
• Os juízos (2) e (4):
• São, pelo menos em parte, normativos (pretende-se que a
realidade corresponda ao juízo).
• Dizem-nos como as coisas devem ser.
• Envolvem a pretensão de expressar uma determinada avaliação
das coisas.
• Designam-se como juízos de valor.
Exercícios
44
Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos
Morais
Introdução ao Problema
Um tipo particular de juízo de valor são os juízos morais (os quais dizem
2
respeito aos valores morais ).
• Exemplos de juízos morais:
• Matar pessoas inocentes é errado.
• A pena de morte é injusta.
• O aborto é moralmente errado.
• Mas qual é a natureza dos juízos morais?
• O que significa dizer que “X é bom” ou “X é moralmente
correto”? Existem verdades morais?
2
Os valores morais estão diretamente ligados com aquilo que devemos/não devemos fazer, o que significa que os juízos
Introdução ao Problema da Natureza dos Juízos
Morais
Introdução ao Problema
morais são juízos que envolvem as noções de certo e de errado, justo e injusto, louvável e censurável, etc.
Formulação do Problema da Natureza dos Juízos
Morais
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Formulação do Problema da Natureza dos Juízos
Morais
Formulação do problema
44
Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Teorias
Sub-teorias:
• Não-cognitivismo:
• Emotivismo: os juízos morais são expressões de emoções: não
têm valor de verdade.
• Cognitivismo:
• Subjetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu
valor de verdade depende da perspetiva do sujeito que faz o
juízo.
• Relativismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor
de verdade depende da perspetiva de cada cultura.
• Objetivismo: os juízos morais têm valor de verdade, mas o seu valor
de verdade é independente da perspetiva de quaisquer sujeitos.
44
Respostas ao Problema da Natureza dos Juízos Morais
Mapa de Teorias
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Emotivismo
Argumentos a favor do
Emotivismo
Argumento do positivismo lógico:
• O positivismo lógico (PL) afirma que só dois tipos de frases
fazem genuínas afirmações de verdade:
• Empíricas (testáveis por intermédio da experiência sensível): “Está
a nevar”.
• Analíticas (verdadeiras por definição): “Todos os celibatários são
solteiros”.
Com base no (PL) pode-se argumentar que:
1 Qualquer genuína afirmação de verdade é empírica (testável
por intermédio da experiência) ou analítica (verdadeira por
definição).
2 As afirmações de carácter moral não são empíricas nem analíticas.
3 ∴ As afirmações de carácter moral não são afirmações de
verdade genuínas. [De 1 e 2]
Teoria do Emotivismo
Argumentos a favor do
Emotivismo
Será este um bom argumento?
Objeção ao argumento (PL):
• A premissa (1) refuta-se a si mesma:
• A premissa é empírica (testável por intermédio da experiência)?
Não parece.
• É analítica (verdadeira por definição)? Não parece.
• Logo, nos seus próprios termos, (1) não é uma genuína
afirmação de verdade — e, por isso, não pode ser verdadeira.
Argumento da parcimónia:
1 Em filosofia, como em ciência, um ponto de vista é melhor se
explica certos aspetos da realidade da maneira mais simples.
2 O emotivismo explica certos aspetos da moralidade da maneira
mais simples. (Ou seja, os juízos morais são apenas expressões de
emoções, são exclamações sem qualquer valor de verdade.)
3 ∴ O emotivismo é melhor que os outros pontos de vista. [De 1 e 2]
Será este um bom argumento?
44
Objeção ao argumento da parcimónia:
• Contra a premissa (2):
• O emotivismo nem sempre é simples, pois parece enfraquecer
a moralidade ao negar a existência de razões morais.
• Mas em determinados assuntos temos razões morais para
aceitarmos algo como correto ou errado.
• Problemas internos do emotivismo:
• Os juízos morais não são sempre emocionais.
• P.e. podemos fazer juízo moral de que “se existirem
extraterrestres devemos tratá-los com respeito” sem exprimir
qualquer emoção.
Emotivismo
Exercícios
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Subjetivismo
5
Na ética cada um tem «a sua verdade»; assim, quando uma pessoa exprime um juízo moral não pode estar enganada.
Teoria do Subjetivismo
Argumentos a favor do
Subjetivismo
6
O subjetivismo parece fazer da ética um domínio completamente arbitrário. P.e. se uma pessoa pensa que devemos
torturar inocentes, então para essa pessoa é verdade que devemos torturar inocentes.
7
P.e. se uma criança tiver um sentimento profundamente negativo em relação à escola, provavelmente pensará que não há
mal algum em faltar às aulas. E o subjetivista terá de aceitar que, para ela, é verdade que não há mal algum em faltar às
aulas.
Argumento do fomento da tolerância:
1 Se o valor de verdade dos juízos morais depende da perspetiva de
cada sujeito, então cada um tem as suas preferências (não
havendo uma preferência melhor ou pior).
2 Ora, se cada um tem as suas preferência (não havendo uma
preferência melhor ou pior), então tornamo-nos mais tolerantes a
respeito das pessoas com preferências diferentes.
3 ∴ Se o valor de verdade dos juízos morais depende da
perspetiva de cada sujeito, então tornamo-nos mais tolerantes.
[De 1 e 2, por silogismo hipotético]
Será este um bom argumento?
Objeção ao argumento do fomento da tolerância:
• Parece haver uma contradição neste argumento:
• Por um lado, sustenta-se que o bem depende da perspetiva de
cada sujeito.
• Mas, por outro lado, está a pressupor que a tolerância é um
bem objetivo e, por isso, há pelo menos um bem que não
depende da perspetiva de cada sujeito.8
• Para o subjetivista não há uma preferência ética melhor ou pior.
Mas isto tem graves consequências:
• Isso tira todo o sentido ao debate racional sobre questões morais.
• Nunca é possível que alguém esteja enganado em questões morais.
8
Além disso, será que devemos ser tolerantes para com todos os juízos de valor incluindo os das pessoas
intolerantes?
Imagine-se alguém a sustentar que “É bom e justo matar quem não concorda connosco”.
Teoria do Subjetivismo
Exercícios
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
44
Relativismo
Argumentos a favor do
Relativismo
Argumentos a favor do
9
Relativismo
Em sociedades diferentes prevalecem convicções morais diferentes acerca de assuntos como o aborto, a eutanásia, a pena
de morte, etc.
Objeção ao argumento da diversidade cultural:
• Contra a premissa (1):
• Há algumas regras morais que todas as sociedades têm em comum
(p.e. regras contra o homicídio).10
• Contra a premissa (2):
• O facto de haver culturas com códigos morais diferentes não é
uma condição suficiente para que não haja uma verdade moral
objetiva.11
• Pode suceder que haja culturas com códigos morais errados.
10
As sociedades podem diferir relativamente ao que encaram como exceções legítimas às regras.
11
P.e. o facto de haver diferentes opiniões relativamente à existência de Deus não é uma condição suficiente para
considerarmos que não há uma verdade objetiva acerca desse assunto.
Argumento da tolerância e coesão social:
1 O relativismo cultural promove a tolerância entre sociedades
diferentes (pois, leva-nos a não ter uma atitude destrutiva em
relação aos outros povos e culturas).
2 O relativismo cultural promove a coesão social fundamental para
a sobrevivência da sociedade (pois, aceitamos como certo aquilo
que a maioria determina).
3 Se o relativismo cultural promove a tolerância e a coesão social,
então essa é uma teoria plausível.
4 ∴ O relativismo cultural é uma teoria plausível. [De 1-3]
Será este um bom argumento?
Objeção ao argumento da tolerância e coesão social:
• Contra a premissa (1):
• A tolerância nem sempre é desejável.12
• O relativismo cultural pode conduzir à aprovação da intolerância.13
• Contra a premissa (2):
• O relativismo cultural conduz ao conformismo.14
• A maioria pode estar enganada.
12
Será que devemos tolerar as práticas das outras sociedades que nos parecem monstruosas? Parece que não.
13
Se uma sociedade entender que a intolerância é uma atitude correta, então a intolerância será aceitável nessa sociedade.
14
Um conformista limita-se a agir de acordo com as ideias dominantes na sociedade, anulando as suas opiniões
pessoais.
Teoria do Relativismo
Exercícios
Sumário
4 Teoria do Emotivismo
5 Teoria do Subjetivismo
6 Teoria do Relativismo
7 Teoria do Objetivismo
Objetivismo (Perspectiva do Observador Ideal)
Argumentos a favor do
Objetivismo
17
Argumento contra a intolerância:
1 Se o juízo moral de que a intolerância é errada fosse apenas
relativo à nossa sociedade, então seria aceitável que outras
sociedades fossem intolerantes.
2 Mas não é aceitável que as outras sociedades sejam intolerantes
18
(p.e. nazismo, Daesh, etc).
3 ∴ O juízo moral de que a intolerância é errada não é relativo à
nossa sociedade. [De 1 e 2, por modus tollens]
Será este um bom argumento?
17
Baseia-se na ideia de que a tolerância não é um valor meramente relativo às sociedades.
Teoria do Objetivismo
Argumentos a favor do
18
Objetivismo
Ver aqui, aqui, e aqui.
Objeção ao argumento contra a intolerância:
• Contra a premissa (2):
• Um relativista poderá dizer que ao condenarmos a intolerância
do nazismo estamos apenas a exprimir os juízos morais da
nossa própria sociedade.
• Mas daí não se segue que a tolerância seja um valor objetivo.
• Crítica mais geral:
• O argumento não prova que os juízos morais são objetivos (mas
que no máximo a tolerância não é relativa à sociedade ou
cultura).
44
Argumento da imparcialidade:
1 Se os juízos morais não são objetivamente verdadeiros (ou
falsos), então não podemos justificar os nossos juízos morais de
um ponto de vista imparcial.
2 Mas, podemos justificar os nossos juízos morais de um ponto de
19
vista imparcial (p.e.: A escravatura é injusta).
3 ∴ Os juízos morais são objetivamente verdadeiros (ou falsos).
[De 1 e 2, por modus tollens]
Será este um bom argumento?
19
Ver aqui.
Objeção ao argumento da imparcialidade:
• Como seria a vida humana se formos todos rigorosamente
imparciais?
20
• Contra a premissa (2) - objeção dos "santos morais":
• Considere-se a vida de um santo moral, uma pessoa
rigorosamente imparcial do ponto de vista moral.
• Dificilmente esta pessoa poderia ter uma vida pessoal
plenamente realizada, pois daria exatamente a mesma atenção a
todas as pessoas, independentemente de serem seus familiares e
amigas ou não.
• Assim, as relações morais humanas perdem o sentido se não
incluírem uma certa parcialidade.
20
Argumento defendido pela filósofa Susan Wolf no artigo “Moral Saints” (1982).
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Exercícios
44