Sei sulla pagina 1di 11

FACULDADE ESTÁCIO DE SÃO LUÍS

CURSO DE DIREITO

REGINALDO PEREIRA DOS SANTOS

WELBERTH HALRY MOTA DOS SANTOS

INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

INQUÉRITO POLICIAL CIVIL E FEDERAL

São Luís/MA
2019
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL CONDUZIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

INQUÉRITO POLICIAL CIVIL E FEDERAL

CRIMINAL INVESTIGATION CONDUCTED BY THE PUBLIC MINISTRY

CIVIL AND FEDERAL POLICE INQUIRY

Reginaldo Pereira dos Santos

Welberth Halry Mota dos Santos

Resumo: O artigo em comento, tratou de investigar


acerca da possibilidade da investigação criminal ser conduzida pelo
Ministério Público. Objetivou-se com isto, perscrutar com afínco as teses
divergentes sobre tal questão. O presente estudo justifica-se pela
necessidade de observar com propriedade, a teor dos ditames da
Constituição Federal quanto à existência ou não do permissivo
constitucional quanto à legitimidade na investigação criminal pelo MP.
Ademais, utilizou-se a pesquisa descritiva, a qual permitiu, a partir da
ampla literatura jurídica, observar que a atuação do Parquet está adstrita
ao respeito aos direitos e garantias constitucionais assegurados a cada
indivíduo.

Palavras-chave: investigação Criminal; Ministério


Público; legitimidade.

Abstract: This academic paper approached about the


possibility of a criminal investigation is conducted by the Public Ministry.
The aim was exactly flip, with determination about the divergent thesis
concern this subject. Besides that, this paper can be justified by the need
of observing, the content of the rules of Federal Constitution, about the
existence of the legal permissive about the criminal investigation lead by
the Public Ministry. Furthermore, we used a descriptive research, which
allowed us, from a full legal literature, verify that the performance of
Parquet is conditioned to the respect and also constitutional guarantees
insured by each citizen.

Keywords: Criminal Investigation; Public ministry;


Legitimacy.

1 Introdução

È consabido entre os operadores do direito acerca da


terrível cizânia travada no mundo jurídico concernente aos poderes de
atuação do Ministério Público Brasileiro no âmbito da investigação
criminal. Algumas correntes refutam a possibilidade desta atribuição ao
Parquet porém por via oposta, existem a corrente doutrinária que ratifica a
possibilidade do processo investigatório ser conduzido pelo MP. Neste
viés, com supedâneo na Carta Republicana de 1988, bem como na
Legislação pertinente, buscou-se dirimir a celeuma atinente ao tema. Para
tanto, utilizou-se a pesquisa descritiva, cuja sustentação fundou-se em
relevante e peculiar literatura a fim de desenvolver o tema e
precipuamente tentar responder a grande celeuma provocada pelo tema
em comento.

2 Desenvolvimento

2.1. Digressão histórica às origens do Ministério Público

Na seara jurídica, grande é a cizânia no tocante às


origens do Ministério Público. Perpassando o Egito, Roma antiga e
Grécia, chega-se à França onde se pode vislumbrar nesta última, o
modelo mais afim à figura do Ministério Público brasileiro atual.
Cumpre destacar que a relevante discrepância entre o
modelo atual brasileiro e os do Egito, Roma e Grécia, reside no fato de
que, enquanto aqueles esmeravam-se em satisfazer os interesses
dominantes de seus soberanos, este último, assume uma postura parcial
à soberana vontade democrática oriunda da Lei Maior.
Na França, Felipe IV, através da Ordenança de março de
1302, reputado no meio das Ciências Sociais Jurídicas como um dos
precursores diplomas legais a versar sobre os procuradores, criou a figura
dos Procureurs du Roi (Procuradores do Rei), os quais ao se
reportarem ao aos Magistrados, ficavam de pé no parquet (assoalho em
francês).
Neste viés, verifica-se que os Procuradores do Rei,
considerado o patamar de equivalência ante aos magistrados, passaram
a ter relevante nível de independência em relação às cortes e aos
tribunais no âmbito criminal, consoante outorga declaratória de
renomada Corte francesa de Cassação Criminal.

2.2. Ministério Público pós Constituição de 1988

A Carta Constitucional trouxe ao Ministério Público


relevantes garantias, atuação e independência funcional, concedendo-o
posição de defensor da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme se vê na preleção
do dispositivo constitucional a seguir:

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à


função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem
jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.

Neste diapasão, rememora-se a Lei Complementar n° 40,


de 14 de dezembro de 1981, oriunda da Emenda Constitucional n° 7, de
13 de abril de 1977, sendo a mesma responsável pela outorga de poderes
para estabelecimento de normas gerais, contemplando relativa autonomia
e garantias funcionais ao Parquet , mesmo em meio a um período de
vigência do regime autoritário.
Importante salientar, conforme dicção do artigo 127 da
CRFB, § 1º, a independência funcional conferida ao MP, tema que,
associado às suas funções, terá abordagem posterior neste contexto.
§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional.

No tocante às funções institucionais do Ministério


Público, tem-se a seguinte previsão legal adiante exposta, ad litteram:

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção


do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros
interesses difusos e coletivos;

VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei


complementar mencionada no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito


policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais;

Como se vê, não somente a história, mas o próprio texto


constitucional corrobora o progresso da atuação do Parquet,
especialmente no âmbito brasileiro, por assim dizer sob a força motriz da
Carta Republicana.

2.3. Inquérito Policial Civil e Federal

Imperioso destacar o conceito de inquérito trazido por


Fernando Capez, o qual preleciona que o inquérito policial “é o conjunto
de diligências realizadas pela polícia judiciária para a apuração de uma
infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo.”

Neste sentido, verifica-se ainda que segundo Aury Lopes


Jr. “Inquérito é o ato ou efeito de inquirir, isto é, procurar informações
sobre algo, colher informações acerca de um fato, perquirir".
A investigação criminal, possui em seu escopo a figura
dos Inquéritos Policial Civil, Federal e Extrapolicial ou admnistrativo. Enquanto
os primeiros são de competência originária das Policias Civil e Federal, este
último é realizado, por autoridades administrativas, a exemplo dos Inquéritos
parlamentares.

A Legislação brasileira assinala nítida preleção quanto


ao Inquérito policial. Dispõe o artigo 4º do Código de Processo Penal:

"A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no


território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração
das infrações penais e da sua autoria."

Nesta senda, necessário saber quem é a Polícia


judiciária descrita pelo ordenamento jurídico. Para tanto recorre-se à nova
redação conferida ao artigo 144 da Constituição Federal:

Art. 144. A defesa e a preservação da ordem política, social, pública


e da paz dentre os aspectos do Estado Democrático de Direito
predominante na República Federativa do Brasil, como de interesse e
responsabilidade de todos, constitui dever do Estado, ofício,
obrigação e propósitos comuns atinentes aos órgãos de defesa
nacional e aos de segurança pública, indispensáveis à garantia:
I – da incolumidade das pessoas e dos bens patrimoniais públicos e
privados; II – do Estado e das instituições democráticas; III - da lei, da
ordem e da justiça; IV - da soberania nacional.

Art. 144-A. O Estado no cumprimento de seu dever de assegurar a


segurança como serviços de relevância pública, a prestará, através
dos seguintes órgãos policiais de segurança pública:
I – Policiais Federais, instituídos por lei como órgãos permanentes,
organizados, estruturados em carreiras, mantidos pela União e com
jurisdição em todo o território nacional, compreendem:
a) a polícia federal e a polícia federal científica;
§ 1º A Polícia Federal, na forma da lei, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
IV - exercer, com exclusividade, funções policiais investigativas sobre
infrações penais jurisdicionadas ao julgamento do competente poder
judiciário da União.
§ 6º Às Polícias Civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções policiais
investigativas sobre infrações penais jurisdicionadas ao julgamento
do competente poder judiciário estadual, exceto as militares; às
polícias civis científicas, dirigidas por peritos policiais de carreira,
incumbem as atividades de medicina legal envolvendo a coleta de
dados, exames periciais e emissão de laudos para fins de apuração
de infrações penais.

2.4. A Investigação Criminal conduzida pelo MP e o


Ordenamento jurídico

Diante dos fatos e fundamentos expendidos acerca da


persecução penal, haja vista as atribuições legais conferidas à Policia
Judiciária bem como também ao Ministério Público, frisa-se neste instante
a seguinte indagação: “Poderia o Ministério Público conduzir uma
investigação criminal”?

Eis o que se passa a examinar.

Pois bem. A primeira corrente doutrinária postula que em


função do modelo processual penal brasileiro ser acusatório, qual seja,
funções distintas distribuídas para determinados órgãos assumirem
papéis como protagonistas na forma de acusação, fiscalização,
investigação e julgamento, não poderiam ser confundidas ou até mesmo
usurpadas as atribuições peculiares a cada órgão.

Os defensores desta tese asseveram ainda que, por força


de expressa previsão dos artigos 129 e 144 da Carta Constitucional, além
da Lei 12.830/13, Lei 8.625/93 e Lei Complementar 75/93, o Ministério
Público configura-se como instituição de acusação e de controle externo
das polícias. Ademais, a corrente invoca também a figura do delegado
natural, o qual seria o legítimo representante da polícia judiciária,
porquanto apto e habilitado ex vi legis a comandar a investigação criminal.
Neste passo, rememora-se o voto do Ministro Marco
Aurélio, no qual pronunciou-se assertivamente declarando que
“inconcebível é um membro do Ministério Público colocar uma estrela no
peito, armar-se e investigar (...) prejudicando o contraditório e
inobservando o princípio da paridade de armas”.

Ora, ao revés da hipótese jurídica mencionada, existe a


corrente doutrinária contemporânea, cuja base funda-se na defesa de
que o MP sim pode conduzir uma investigação criminal.

Nas palavras de Sérgio Demoro Hamilton, o autor


assevera que os poderes conferidos ao Ministério Público no
artigo 129, inciso I, da CRFB/1988 de nada valeriam se não pudesse
promover, de forma autônoma, a investigação criminal.

Ainda nesta senda, Sérgio Demoro Hamilton, postula


que: “na verdade, como de fácil compreensão, a Constituição Federal,
ao conferir ao Ministério Público a faculdade de requisitar e de notificar
(art. 129, VI), defere-lhe, ipso facto, o poder de investigar, no qual
aquelas atribuições se subsumem”.
A Resolução nº 13 do Conselho nacional do Ministério
Público – CNMP, já regulava a investigação pelo Parquet, entrementes,
com base no entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal,
consolidou-se a possibilidade de investigação ministerial, mesmo não
havendo expressa previsão na letra da lei, porém a interpretação da
Suprema Corte foi de que o Ministério Público possui legitimidade para
promover, por autoridade e iniciativa próprias e por prazo razoável a
investigação criminal.
Cumpre enfatizar ainda que o STF corroborou a
legitimidade do Ministério Público para tal, ressalvando-se a condição do
respeito aos direitos e garantias que assistem, sobretudo considerando o
aspecto de subsidiário de sua atuação.
Frise-se neste ensejo o seguinte questionamento: “Se o
MP possui tal legitimidade balisada na interpretação do Guardião da
Constituição, não encontrando nenhum óbice quanto à sua polêmica
atuação, por que alguns parlamentares propuseram dar à luz à Proposta
de Emenda Constitucional nº 13 no ano de 2011, cuja redação
acrescentaria o § 10 ao art. 144 da Constituição Federal para definir a
competência para a investigação criminal pelas polícias federal e civis dos
Estados e do Distrito Federal ?
A presente corrente defende que a cizânia reside no fato
de que a referida PEC serviria como instrumento de monopólio das
investigações criminais por parte da classe dominante, interessada em
esquivar-se de futuras sanções, funcionando tal proposta como forma de
aniquilar a relevante atuação do Parquet no âmbito da apuração criminal.
Ora se o MP resta configurado como lídimo titular da ação
penal, não pode este ostentar posição confortável de mero expectador,
porquanto a persecução penal seria passível de falibidade de provas,
sendo impossível a obtenção do opnio delicti, não podendo de modo
algum prosperar para aquilo que se propõe o ordenamento jurídico pátrio.
Alguns processualistas da seara penal defendem a tese
de que caso a aludida PEC 37/2011 fosse aprovada, estariam as
investigações criminais mais intensamente comprometidas do que o atual
quadro, vez que, o que se verifica é um sistema escuso de
favorecimentos particulares, em troca de benesses, especialmente no
âmbito político.
Isto posto, depreende-se conforme defendido pela
doutrina, que a polícia judiciária não estaria integralmente ajustada em
desempenhar um trabalho imparcial de investigações, por conta de
ausência de independência funcional. Note-se com cautela que, a
doutrina não diz que o MP deve avocar para si toda a investigação
criminal em sua totalidade, haja vista não dispor de logística e demais
elementos cruciais ao procedimento, porém chama atenção para sua
efetiva participação, reputando-se sua independência funcional
assegurada pela CF, retando desta forma uma investigação genuína e
livre de ingerências escusas e sem comprometimento particular.
Corrobora o supra entendimento doutrinário as palavras
do insigne professor Luís Roberto Barroso ao afirmar que
a Constituição não estabeleceu o monopólio da investigação penal à
polícia. Assim, vê-se claramente que diante da ausência de monopólio
na Carta Constitucional, dada a relevante independência conferida ao
MP, este é o único que poderia desempenhar de maneira transparente e
eficaz, sem o ônus da sobrecarga das pressões externas a que são
submetidas as autoridades policiais.

3. Conclusão

Face ao exposto e com base no Ordenamento


jurídico, bem como na legislação pertinente e ainda no entendimento
jurisprudencial consolidado da Suprema Corte Brasileira, afere-se que a
investigação criminal conduzida pelo Ministério Público, não encontra óbice
frente aos ditames legais, porquanto não se constitui ofensa a nenhum dos
mandamentos constitucionais, ao revés, tem-se configurado relevante papel do
Parquet no âmbito da seara jurídica nacional.
4. REFERÊNCIAS

Disponível em:
http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%201359, Acesso
em 20/03/19

Disponível em :
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=291563,
Acesso em 20/03/19

Disponível em: https://brasil.mylex.net/legislacao/constituicao-federal-cf-


art129_9969.html, Acesso em 20/03/19

Disponível em:
https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/294488742/inquerito-civil-
resumo-esquematizado, Acesso em 20/03/19

Disponível em:
http://www.emerj.tjrj.jus.br/paginas/trabalhos_conclusao/2semestre2013/trabalh
os_22013/MarceloAzevedoGuedes.pdf, Acesso em 31/03/19

Disponível em: https://www.mprs.mp.br/hotsite/30anoscf/, Acesso em 01/04/19

Disponível em : https://armmis.jusbrasil.com.br/artigos/222005284/inquerito-
policial-seu-conceito-e-algumas-consideracoes-sobre-seus-artigos, Acesso em
02/04/19

Disponível em:
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=5
07965, Acesso em 02/04/19

Disponível em:
https://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/188967927/ministerio-publico-pode-
promover-investigacoes-criminais-diz-stf, Acesso em 03/004/19

Potrebbero piacerti anche