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ALEF MALVEZE

INFLUÊNCIA DA COMPACTAÇÃO NA RESISTÊNCIA AO


CISALHAMENTO DE SOLOS

Londrina
2017
ALEF MALVEZE

INFLUÊNCIA DA COMPACTAÇÃO NA RESISTÊNCIA AO


CISALHAMENTO DE SOLOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras de Londrina, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Engenharia Civil.

LONDRINA

2017
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Curva de compactação..............................................................................12

Figura 2 – Influência de energias diferentes nas curvas de compactação.................14

Figura 3 – Diferenças na curva de compactação em relação aos tipos de solos......15

Figura 4 – Estrutura dos solos compactados..............................................................16

Figura 5 – Critérios de ruptura: de Coulomb (a) e de Mohr (b)..................................19

Figura 6 – Critério de ruptura Mohr-Coulomb.............................................................19


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características inerentes a cada energia de compactação.....................11

Quadro 2 – Resultados de ensaios de resistência ao cisalhamento em diferentes


estruturas.....................................................................................................................21

Quadro 3 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do Trabalho de


Conclusão de Curso....................................................................................................23
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................6

1.1 O Problema.............................................................................................................7

2 OBJETIVOS...............................................................................................................8

2.1 Objetivo Geral ou Primário......................................................................................8

2.2 Objetivos Específicos ou Secundários....................................................................8

3 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................9

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................................10

4.1 Compactação........................................................................................................10

4.1.1 Definição.............................................................................................................10

4.1.2 Ensaios laboratoriais..........................................................................................10

4.1.3 Curva de compactação......................................................................................12

4.1.4 Influência do tipo de energia de compactação..................................................13

4.1.5 Influência do tipo de solo...................................................................................14

4.1.6 Estrutura compactada........................................................................................15

4.1.7 Ensaios de campo..............................................................................................16

4.2 Resistência ao cisalhamento................................................................................17

4.2.1 Definição.............................................................................................................17

4.2.2 Atrito...................................................................................................................17

4.2.3 Coesão...............................................................................................................18

4.2.4 Critérios de Ruptura...........................................................................................18

4.2.5 Ensaios laboratoriais..........................................................................................20

4.2.6 Influência da compactação na resistência ao cisalhamento.............................20

5 METODOLOGIA.......................................................................................................22

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO...........................................................23
REFERÊNCIAS...........................................................................................................24
6

1 INTRODUÇÃO

A maioria das obras em Engenharia Civil utiliza-se da compactação para


melhoramento das características geotécnicas do solo em que serão apoiadas. Além
de alterar a deformabilidade e permeabilidade dos solos, o processo de
compactação melhora a capacidade resistiva do material, garantindo maior
sustentabilidade sob as cargas que é submetido.
Há diversos métodos de compactação que podem ser realizados em campo,
dependendo do tipo de solo e energia de compactação que deve ser empregado. A
viabilidade do transporte de material e equipamentos também deve ser observada
para otimizar o trabalho. Em laboratório, há um procedimento normatizado que deve
ser seguido para se obter a curva de compactação do solo estudado e os valores de
umidade ótima e massa específica seca aparente máxima.
A resistência ao cisalhamento dos solos é um fator determinante para o
projeto de fundações e obras de terra. A determinação dos parâmetros de
resistência ângulo de atrito e coesão são imprescindíveis para um projeto mais
adequado à situação exigida em campo.
Existem diversos métodos para se obter tais parâmetros de resistência ao
cisalhamento. Os mais usuais são o cisalhamento triaxial, o cisalhamento direto e a
compressão simples. Cada ensaio possui sua particularidade e deve ser escolhido o
ensaio mais viável à situação enfrentada.
A compactação, por alterar as características resistivas do solo, tem grande
influência nos valores dos parâmetros de resistência em relação à estrutura natural.
Geralmente, espera-se que o solo em sua estrutura compactada seja mais resistente
do que em sua estrutura natural.
Por isso, este trabalho irá apresentar as características da compactação e da
resistência ao cisalhamento e comparar valores dos parâmetros de resistência de
solos compactados e em sua estrutura natural.
7

1.1 O Problema

Diante do grande número de obras de Engenharia Civil que são feitas sobre
solos compactados, quais as vantagens desta compactação em relação ao solo
natural e como essa estrutura compactada influencia na resistência ao cisalhamento
dos solos?
8

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral ou Primário

Analisar as vantagens da compactação sobre a estrutura e comportamento do


solo e identificar qual a influência deste procedimento sobre os parâmetros de
resistência ao cisalhamento.

2.2 Objetivos Específicos ou Secundários

 Descrever os procedimentos de compactação do solo em laboratório e


em campo;
 Comparar o comportamento geotécnico do solo em sua estrutura
natural e compactada;
 Comparar valores de parâmetros de resistência encontrados por outros
autores utilizando solos em sua estrutura natural e compactada.
9

3 JUSTIFICATIVA

A compactação de solos é feita em grande parte das obras de Engenharia


Civil atualmente. Este procedimento melhora o comportamento geotécnico do solo,
garantindo uma melhor sustentação para a estrutura que virá se apoiar sobre ele.
Por isso, deve-se realizar o estudo da resistência ao cisalhamento do solo
compactado em laboratório, antes da execução da obra, para se obter os
parâmetros de resistência e aplicá-los no dimensionamento das fundações.
A resistência ao cisalhamento pode ser influenciada por diferentes fatores,
como por exemplo a estrutura do solo. A compactação altera esta estrutura,
modificando o comportamento resistivo do material. Dito isso, a análise da influência
da compactação é importante, pois irá mostrar o grau de alteração nos parâmetros
de resistência ao cisalhamento em comparação com a estrutura natural do solo.
Para se garantir a boa execução da compactação em campo e obter os
mesmos parâmetros encontrados em laboratório, torna-se importante entender o
método normatizado do ensaio de laboratório e a margem de erro de seus
resultados, assim como os métodos feitos em campo.
10

4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1 Compactação

4.1.1 Definição
Compactação é um processo mecânico que altera as propriedades e
comportamento do solo, modificando suas características físicas e estruturais para
atender as exigências de uso em determinados tipos de obras[CITATION Agu10 \l
1046 ].
A compactação também é definida como a expulsão mecânica do ar entre os
grãos do solo e, consequentemente, a diminuição do índice de vazios. Por meio de
rolos compressores ou soquetes manuais, este procedimento altera a estrutura do
solo, tornando-a mais homogênea e estável, além de mais resistente ao
cisalhamento e menos compressível e permeável [ CITATION Cap96 \l 1046 ].

4.1.2 Ensaios laboratoriais


Os ensaios de compactação do solo em laboratório podem ser realizados de
quatro maneiras [ CITATION Ric76 \l 1046 ]:
 Compactação estática: uma pressão estática constante é aplicada
sobre o solo;
 Compactação por amassamento: realizada com o auxílio de um pistão
com mola;
 Compactação por vibração: uma vibração é aplicada sobre a camada
de solo, podendo ou não estar submetida a uma sobrecarga;
 Compactação por impacto ou dinâmica: realizada por meio da queda
de um soquete sobre o solo.
A compactação estática é realizada em um cilindro de 15,24 cm de diâmetro
em 3 camadas, aplicando-se 25 golpes em cada uma com o auxílio de uma vareta
com ponta arredondada e pressão de 14 MPa, aproximadamente, mantida por 1
minuto [ CITATION Ric76 \l 1046 ].
Já o ensaio por amassamento, desenvolvido na Universidade de Harvard em
1948, utiliza equipamentos em miniatura, com um cilindro de 33,34 mm de diâmetro
e 71,5 mm de altura. O solo é compactado em 3 camadas, aplicando-se 25 golpes
11

em cada uma com uma haste de 12,7 mm de diâmetro acionada por uma mola com
um esforço de 180 N [ CITATION Hea84 \l 1046 ].
O ensaio mais utilizado em laboratório, e que será tratado neste trabalho, é o
do tipo dinâmico, ou por impacto, normatizado primeiramente pela American
Association of State Highway and Transportation Officials (AASHTO) dos EUA, e é
conhecido como Ensaio Proctor. As normas brasileiras para este procedimento são
a NBR 7182/86 “Solo – Ensaio de Compactação”, padronizada pela ABNT, e a
DNER-ME 129/94 “Solo – compactação utilizando amostras não trabalhadas”,
padronizada pelo DNER [ CITATION Cri07 \l 1046 ].
Este Ensaio Proctor consiste em dispor uma quantidade de solo em um
cilindro metálico, de altura e diâmetro definidos, e, com o auxílio de um soquete
manual, de altura de queda e massa padronizadas, aplicar um determinado número
de golpes sobre a superfície do solo. O ensaio pode ser realizado em três energias
diferentes, dependendo das condições do solo em campo: normal, intermediária e
modificada. Cada energia exige um tamanho de soquete, número de camadas de
solo e número de golpes aplicados em cada camada de acordo com o cilindro
utilizado, como mostra o Quadro 1 (ABNT, 1986).

Quadro 1 – Características inerentes a cada energia de compactação.


Cilindro Características inerentes a cada Energia de compactação
(diâm. x alt.) energia de compactação Normal Intermediária Modificada
Soquete (massa x alt. queda) Pequeno (2,5kg x 30,5cm) Grande (4,5kg x 45,7cm) Grande (4,5kg x 45,7cm)
Pequeno
Número de camadas 3 3 5
(10x12 cm)
Número de golpes por camada 26 21 27
Soquete (massa x alt. queda) Grande (4,5kg x 45,7cm) Grande (4,5kg x 45,7cm) Grande (4,5kg x 45,7cm)
Grande Número de camadas 5 5 5
(15x11,5 cm) Número de golpes por camada 12 26 55
Altura do disco espaçador (mm) 63,5 63,5 63,5

Fonte: Adaptado de ABNT - NBR 7182/86.

Alguns pontos devem ser considerados durante o procedimento do ensaio de


compactação Proctor [ CITATION Zan14 \l 1046 ]:
 Caso haja necessidade de remover o solo de dentro do cilindro, é
aconselhável passar óleo, ou algum outro lubrificante, nas paredes
internas do cilindro, para facilitar a remoção, por meio de um macaco
hidráulico, sem comprometer a estrutura do solo já compactado;
12

 Entre uma camada e outra, deve-se escarificar a superfície da camada


compactada anteriormente para que haja uma maior aderência entre
elas;
 Segundo a NBR 7182/86, é necessário que haja um controle de
qualidade da compactação. Sendo assim, a norma estipula que a
superfície do solo, após compactado, não deve estar abaixo ou
ultrapassar mais de 1 cm acima da borda do cilindro.

4.1.3 Curva de compactação


O ensaio de compactação tem como objetivo encontrar a umidade, chamada
de ótima, em que a massa específica aparente seca seja a máxima. Para isso, deve-
se realizar no mínimo 5 ensaios, em diferentes umidades, para se obter uma curva
(massa específica aparente seca versus umidade), chamada de curva de
compactação, como mostra a Figura 1 [ CITATION Zan14 \l 1046 ].

Figura 1 – Curva de compactação.

Fonte: Crispim, 2007.

Esta curva possui concavidade para baixo onde seu ponto máximo
corresponde ao par de valores massa específica aparente seca máxima (em g/cm³)
e umidade ótima (em %). Seu trecho ascendente é chamado de ramo seco e o
descendente de ramo úmido [ CITATION Cri07 \l 1046 ].
Pode-se entender desta curva de compactação que, quanto maior a umidade,
maior a massa específica seca aparente, pois há uma redução do índice de vazios
do solo e aumento da expulsão de ar no processo do ensaio. No entanto esta
13

condição só é válida até o ponto máximo da curva, correspondente à umidade ótima.


A partir deste ponto, por mais que se aumente a umidade do solo, a massa
específica aparente seca tende a diminuir [ CITATION Zan14 \l 1046 ].
No ramo seco da curva, onde o teor de umidade é baixo, a capilaridade ainda
tem influência na resistência do solo, proporcionando uma coesão aparente e
tornando as partículas mais unidas e dificultando o rearranjo entre elas. Quando há
um aumento gradativo da umidade, essa capilaridade vai perdendo o efeito e há
uma maior acomodação entre as partículas, aumentando assim a massa específica
aparente seca [ CITATION Bue79 \l 1046 ].
Já no ramo úmido, onde o teor de umidade é alto, há uma grande quantidade
de água no solo que absorve parte da energia empregada durante o processo de
compactação. Como a água é incompressível, esta energia é dissipada, diminuindo
a massa específica aparente seca e, consequentemente, a eficiência da
compactação [ CITATION Bue79 \l 1046 ].

4.1.4 Influência do tipo de energia de compactação


Para um mesmo tipo de solo, cada energia de compactação aplicada (normal,
intermediária ou modificada) resulta em diferentes valores de massa específica
aparente seca máxima e umidade ótima. Quando maior a energia aplicada, maior
será a massa específica aparente seca e menor será a umidade ótima, como mostra
a Figura 2 [ CITATION Sou06 \l 1046 ].

Figura 2 – Influência de energias diferentes nas curvas de compactação.


14

Fonte: Adaptado de Sousa Pinto, 2006.

4.1.5 Influência do tipo de solo


O tipo de solo, e consequentemente a sua granulometria, altera as
características resultantes do processo de compactação. A Figura 3 exemplifica esta
questão. Solos argilosos apresentam massas específicas aparentes secas mais
baixas e umidades ótimas mais elevadas, ao contrário dos solos arenosos, que
possuem massas específicas aparentes secas mais elevadas e umidades ótimas
mais baixas. Isso se justifica pelo fato dos solos argilosos possuírem grãos menores
e por isso índice de vazios maior em relação aos solos arenosos. Após o processo
de compactação, o solo argiloso retém mais água em seus vazios, apresentando
maior umidade ótima e menor massa específica aparente seca. Já os solos
arenosos, que possuem grãos de maiores dimensões, resultam, após a
compactação, em uma estrutura com menor índice de vazios com menor retenção
de água, conferindo maior massa específica aparente seca e menor úmida ótima
[ CITATION Zan14 \l 1046 ].
15

Figura 3 – Diferenças na curva de compactação em relação aos tipos de


solos.

Fonte: Adaptado de Sousa Pinto, 2006.

4.1.6 Estrutura compactada


A estrutura do solo compactado depende da umidade e da energia aplicada
durante o processo de compactação. Quando a umidade é baixa, a estrutura é
chamada de floculada, cuja atração face-aresta das partículas não são superadas
pela energia empregada. Quando a umidade é alta, a estrutura é denominada de
dispersa, onde a repulsão entre as partículas é maior e a compactação apenas as
posiciona paralelamente. Quando se analisa estruturas com o mesmo teor de
umidade, a dispersão é maior na estrutura onde é aplicada a maior energia
[ CITATION Sou06 \l 1046 ]. A Figura 4 mostra essas condições.

Figura 4 – Estrutura dos solos compactados.


16

Fonte: Adaptado de Sousa Pinto, 2006.

4.1.7 Ensaios de campo


Em campo, a compactação é realizada em diversas operações.
Primeiramente, deve-se escolher a área de empréstimo de solo mais adequada
técnica e economicamente. Leva-se em conta a distância da jazida e as
características geotécnicas do solo. Após isso, o solo emprestado é transportado até
a área onde será realizada a compactação e espalhado em camadas em torno de 22
a 23 cm. Estas camadas de solo solto resultarão em camadas de aproximadamente
15 cm após a compactação. Posteriormente é feito o ajuste da umidade deste solo
por meio de irrigação ou aeração, sempre havendo o revolvimento do solo para
homogeneizá-lo [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
A seguir é feita a compactação com a utilização de equipamentos específicos
de acordo com o tipo de solo. Para solos mais argilosos, recomenda-se o rolo pé de
carneiro, pois penetram mais fundo na camada evitando a formação de uma placa
na superfície, que diminuiria a eficiência do processo. Os rolos pneumáticos podem
ser usados em diversos tipos de solos, com exceção dos argilosos, tomando
cuidado de adaptar seu peso e pressão dos pneus para cada situação. Para solos
granulares, o rolo vibratório é uma boa opção. Em situações onde o aterro é
pequeno e não suportará grandes cargas, o próprio caminhão de transporte do solo
pode ser usado para a compactação. Nesses casos, deve-se atentar para que haja
uma homogeneidade na camada compactada, já que as dimensões dos pneus do
caminhão são pequenas [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
Mesmo em campo, um controle de compactação deve ser feito para que se
tenha resultados adequados e satisfatórios do processo. Para se realizar uma
17

compactação em campo é importante que antes se faça ensaios em laboratório do


solo que irá ser utilizado, caso não haja, para assim se ter a curva de compactação
do mesmo e seus valores de massa específica aparente seca máxima e umidade
ótima. Após feita a compactação em campo, amostras são retiradas para a
conferência da eficiência do procedimento. Normalmente se estipula um desvio
máximo de umidade em relação à umidade ótima (como ±1% ou ±2%). Também se
analisa o grau de compactação, que é a relação entre a massa específica aparente
seca obtida em campo e a massa específica aparente seca máxima obtida em
laboratório. Este grau de compactação, geralmente, deve ser de no mínimo 95%.
Dependendo do caso, estes valores de desvio de umidade e grau de compactação
podem ser alterados [ CITATION Sou06 \l 1046 ].

4.2 Resistência ao cisalhamento

4.2.1 Definição
A resistência ao cisalhamento do solo pode ser entendida como a maior
tensão cisalhante que este solo pode resistir antes de romper ou como a tensão de
cisalhamento que está ocorrendo no plano de ruptura. Este cisalhamento acontece
devido à movimentação das partículas do solo umas sobre as outras. O atrito e a
coesão são os dois fenômenos que influenciam em uma maior ou menor
movimentação das partículas [ CITATION Vie03 \l 1046 ].

4.2.2 Atrito
A resistência por atrito depende do ângulo de atrito máximo entre a tensão
cisalhante e a tensão normal ao plano, antes de haver deslizamento entre as
partículas [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
Há uma diferença entre o valor deste ângulo de atrito máximo entre um solo
argiloso e um solo arenoso. No primeiro, existem baixas tensões de contato entre os
grãos, fazendo com que não haja a expulsão da água adsorvida e,
consequentemente, menor área de contato. Assim, o ângulo de atrito de solos
argilosos é menor. Já no segundo caso, essas tensões de contato são altas e há
expulsão da água adsorvida, aumentando a área de contato entre as partículas, por
isso o ângulo de atrito é maior [ CITATION Bue79 \l 1046 ].
18

4.2.3 Coesão
Mesmo que todas as tensões aplicadas no solo forem cessadas, o solo ainda
terá uma parcela de resistência devido à coesão, que é definida como uma
cimentação química entre as partículas [ CITATION Bue79 \l 1046 ].
Deve-se tomar o cuidado de não se confundir esta coesão, denominada de
real, com a coesão que existe em solos argiloso úmidos não saturados, por causa
da pressão capilar causada pela água, denominada de aparente. Esta coesão
aparente cessa quando o solo argiloso é seco ou saturado completamente
[ CITATION Vie03 \l 1046 ].

4.2.4 Critérios de Ruptura


As condições de ruptura dos materiais são representadas por formulações
matemáticas chamadas de critérios de ruptura[CITATION Cav06 \l 1046 ].
Os dois critérios mais utilizados e que melhor representam os
comportamentos do solo são os de Coulomb e de Mohr [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
O critério de Coulomb define que se a tensão de cisalhamento não superar o
valor encontrado pela expressão c + f.σ, onde c e f são valores constantes de cada
material e σ a tensão normal no plano de cisalhamento, não há ruptura. Os termos c
e f da equação são chamados de parâmetros de resistência e representam,
respectivamente, a coesão e o coeficiente de atrito interno, dado pela tangente do
ângulo de atrito interno [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
Já o critério de Mohr define que:
[...] não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de tensões
se encontrar no interior de uma curva, que é a envoltória dos círculos
relativos a estados de ruptura, observados experimentalmente para o

material [ CITATION Sou06 \l 1046 ].


As retas definidas com as envoltórias de Coulomb (Figura 5 (a)) e de Mohr
(Figura 5 (b)) são análogas, podendo-se denominar este critério como critério de
Mohr-Coulomb, demonstrado na Figura 6 [ CITATION Sou06 \l 1046 ].

Figura 5 – Critérios de ruptura: de Coulomb (a) e de Mohr (b).


19

Fonte: Sousa Pinto, 2006.

Figura 6 – Critério de ruptura Mohr-Coulomb.

Fonte: Sousa Pinto, 2006.

No critério de Mohr-Coulomb, o parâmetro c, denominado de intercepto


coesivo, representa apenas o coeficiente da reta, em função da tensão normal, e
não se relaciona mais com a coesão citada anteriormente, independente da tensão
normal [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
Segundo este critério, nota-se que quando a envoltória tangenciar um círculo
de Mohr, haverá um plano de ruptura, onde a tensão cisalhante é menor que a
tensão cisalhante máxima [CITATION Cav06 \l 1046 ].

4.2.5 Ensaios laboratoriais


20

Os principais ensaios de laboratório que são realizados para se encontrar os


parâmetros de resistência ao cisalhamento são: compressão simples, cisalhamento
direto e cisalhamento triaxial [ CITATION Sou06 \l 1046 ].
O ensaio de resistência à compressão simples visa encontrar o valor da
tensão máxima que um corpo de prova resiste sem que haja uma ruptura por
compressão. Este ensaio é padronizado pela norma DNER-ME 004/94[ CITATION
Oya \l 1046 ].
O ensaio de resistência ao cisalhamento direto é o mais antigo ensaio dentre
os três e é baseado no critério de Coulomb. O ensaio consiste-se em aplicar uma
tensão cisalhante horizontal em um corpo de prova quadrado submetido a uma
tensão normal, onde a ruptura se dá em um plano horizontal. São realizados
diversos ensaios variando-se o valor de tensão normal para se obter a envoltória de
resistência e encontrar os valores dos parâmetros ângulo de atrito interno e coesão [
CITATION Zan14 \l 1046 ].
Já o ensaio de resistência ao cisalhamento triaxial é realizado com a
aplicação de um estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial em um
corpo de prova cilíndrico. Este estado hidrostático de tensões é obtido com o
preenchimento de uma câmara com água, onde o corpo de prova está centralizado e
impermeável. Aplica-se nesta água uma pressão chamada de pressão confinante,
que atua em todas as direções sobre o corpo de prova [ CITATION Sou06 \l 1046 ].

4.2.6 Influência da compactação na resistência ao cisalhamento


Para identificar a influência da compactação do solo sobre os valores dos
parâmetros de resistência, serão compilados dados de diversos trabalhos realizados
por outros autores, conforme o Quadro 2.
Estes autores utilizaram dois solos diferentes: um mais argiloso, coletado na
cidade de Londrina, e outro mais arenoso, coletado nas proximidades da cidade de
Mandaguaçu. Foram comparados os dados de solos e tipos de ensaios iguais, para
que essa comparação fosse válida e facilitasse a observação da influência da
compactação.

Quadro 2 – Resultados de ensaios de resistência ao cisalhamento em


diferentes estruturas.
21

Estrutura do solo Parâmetros


Autor Solo Tipo de ensaio
ensaiado Coesão (kPa) Ângulo de atrito (graus)
Souza (2015) Compactada 84,30 31,90
Arenoso - Cisalhamento
Mandaguaçu Direto
Martins (2017) Natural 30,69 34,77

Souza (2015) Compactada 81,60 28,80


Argiloso - Cisalhamento
Reus et. al. Londrina Direto
Natural 36,30 25,30
(2012)
Hauly (2010) Compactada 95,06 17,73
Argiloso - Cisalhamento
Londrina Triaxial
Braun (2014) Natural 73,33 41,33

Fonte: Do próprio autor, adaptado de Souza (2015), Martins (2017), Reus et. al. (2012),
Hauly (2010) e Braun (2014).

Segundo estes dados, nota-se que a compactação tem grande influência


sobre o valor do intercepto coesivo do solo. Para um mesmo solo, na sua estrutura
compactada, há um aumento do valor do intercepto coesivo e uma diminuição do
valor do ângulo de atrito interno em relação à sua estrutura natural. Isso se deve ao
fato de que o processo de compactação enrijece o solo e consequentemente há um
aumento de sua densidade e entrosamento entre os grãos. Com o aumento do valor
da coesão, a reta Mohr-Coulomb diminui sua inclinação, reduzindo assim o valor do
ângulo de atrito [ CITATION Zan14 \l 1046 ].
22

5 METODOLOGIA

Após a definição do tema e traçados os objetivos, será dado início à pesquisa


das fontes bibliográficas que possuem a mesma linha de pesquisa deste trabalho.
Estas fontes serão catalogadas e organizadas em tópicos de forma que a consulta
fique mais objetiva e rápida.
Com as fontes definidas, será feita a fundamentação teórica abrangendo
todos os tópicos relacionados ao tema para que haja melhor entendimento do
mesmo. Serão feitas definições de conceitos, como compactação e resistência,
explicações de ensaios e procedimentos, realizados em campo e em laboratório, e
seus resultados.
Toda a fundamentação teórica será baseada em conceitos e resultados
mencionados por outros autores que utilizaram um método científico em seus
trabalhos. Assim, uma maior credibilidade será dada à teoria discutida.
Com uma abordagem qualitativa, serão feitas comparações de resultados
obtidos por outros autores, que utilizaram uma abordagem quantitativa, a fim de se
confirmar a hipótese proposta por este trabalho. Serão compilados resultados de
parâmetros de resistência em diferentes estruturas para se observar a real influência
da compactação sobre eles.
23

6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

Quadro 3 – Cronograma de execução das atividades do Projeto e do


Trabalho de Conclusão de Curso.

2017
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema. Definição
do problema de pesquisa X X
Definição dos objetivos,
justificativa. X X
Definição da metodologia. X X
Pesquisa bibliográfica e
elaboração da
fundamentação teórica. X X
Entrega da primeira versão
do projeto. X X
Entrega da versão final do
projeto. X
Revisão das referências
para elaboração do TCC. X X
Elaboração do Capítulo 1. X X
Revisão e reestruturação do
Capítulo 1 e elaboração do
Capítulo 2. X X
Revisão e reestruturação
dos Capítulos 1 e 2.
Elaboração do Capítulo 3. X X
Elaboração das
considerações finais.
Revisão da Introdução. X X X
Reestruturação e revisão de
todo o texto. Verificação das
referências utilizadas. X X X
Elaboração de todos os
elementos pré e pós-
textuais. X X X
Entrega da monografia. X
Defesa da monografia. X

REFERÊNCIAS
24

AGUIAR, L. A. Contribuições para a análise do comportamento mecânico de


solos compactados para uso em barragens. 2010. Dissertação (Mestrado em
Geotecnia) - Universidade de Brasília. Brasília. 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7182: Solo - Ensaio


de compactação. Rio de Janeiro, 1986b.

BRAUN, N. Determinação dos parâmetros de comportamento do solo


superficial típico de Londrina, com vistas à sua utilização em projetos de
fundações rasas. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Engenharia Civil) - Universidade Estadual de Londrina. Londrina. 2014.

BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. São Carlos: Universidade de São
Paulo, v. I, 1979.

CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª. ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1996.

CAVALCANTE, E. H. Mecânica dos solos II. Universidade Federal de Sergipe.


Aracajú. 2006.

CRISPIM, F. A. Compactação de solos: influência de métodos e de parâmetros


de compactação na estrutura dos solos. 2007. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa. 2007.

HAULY, S. L. Parâmetros de comportamento do solo compactado da cidade de


Londrina. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil)
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