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Análise dos Processos Tecnológicos na Confecção

Francys Peruzzi Saleh


Mestranda em Design, Educação e Inovação
Centro Universitário Ritter dos Reis
fpsaleh@gmail.com

Prof. Vinicius Gadis Ribeiro


Doutor em Ciência da Computação (UFRGS)
Centro Universitário Ritter dos Reis
vinicius@uniritter.edu.br

Resumo: O presente trabalho busca identificar e compreender por meio de


pesquisa qualitativa o processo evolutivo da tecnologia em uma empresa do setor
da confecção. O objetivo é analisar e cruzar os conceitos pesquisados e, com
base no resultado obtido, identificar qual dos princípios predominam na empresa
onde será realizada a pesquisa.

1 Introdução
O mercado da moda se desenvolve de forma veloz. Atualmente novos
processos tecnológicos são apresentados aos designers e às indústrias.
Rapidamente, antigos processos se tornam obsoletos. Assim, com base no
exposto, surge o seguinte questionamento: como se deu a evolução das
tecnologias dos processos de confecção?
O presente trabalho realiza um estudo sobre os processos tecnológicos
na indústria do vestuário, buscando identificar de que forma os mecanismos
evolutivos contribuem para a inovação neste setor.
O objetivo é analisar e cruzar os conceitos pesquisados e, com base no
resultado obtido, identificar qual dos princípios predominam na empresa que
será realizada a pesquisa.
A metodologia utilizada será a pesquisa qualitativa, com coleta e análise
de dados, comparando-as com as evidências analisadas em uma determinada
empresa do setor de vestuário.
A fundamentação teórica do artigo aborda a visão de George Basalla no
tocante aos mecanismos evolutivos e a de Brian Arthur a respeito da natureza
da tecnologia. De igual modo, será mostrada a metodologia, a discussão sobre

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o cenário a ser estudado, a empresa de confecção e seus processos. E
por fim, os resultados esperados e a conclusão serão também apresentados.

2 Mecanismos evolutivos: a visão de Basalla


Os mecanismos evolutivos são descritos e apresentados em um modelo
evolucionista, semelhantes ao modelo estudado pelo naturalista britânico
Charles Darwin em A origem das Espécies. Ambas as teorias, apresentadas a
seguir, seguem uma linha de raciocínio análoga, pois defendem a ideia de que
a tecnologia evolui de uma determinada tecnologia.
Primeiramente, partindo-se do ponto de vista histórico, Basalla (2001)
afirma que a história da tecnologia é parte de uma narrativa alargada das
aspirações humanas, e a abundância de coisas feitas é o produto das mentes
humanas repletas de fantasias, anseios e desejos. Arthur (2009) corrobora com
a ideia, sustentando que os seres humanos colocam as esperanças na
tecnologia.
Atualmente, a tecnologia é desenvolvida para satisfazer aquilo que é
considerado como uma necessidade do homem e não como um conjunto de
necessidades universais determinadas pela natureza.
Basalla (2001) apresenta três mecanismos que atuam na evolução
tecnológica. São eles: a diversidade, onde o reconhecimento do elevado
número de diferentes tipos de artefatos encontra-se, há muito tempo,
disponível; a necessidade, cuja crença é de que os seres humanos são levados
a inventar artefatos, a fim de satisfazer as necessidades biológicas básicas; e a
evolução tecnológica, que explica tanto o aparecimento como a seleção de
novos artefatos.
Uma necessidade para um povo, geração ou classe social pode não ter
valor utilitário, ou ser luxo indispensável para outro povo, geração ou classe
social. Este fenômeno explica porque em determinados locais há polos
industriais. Ao estabelecer seus objetivos variáveis são feitas escolhas
tecnológicas que podem afetar o bem-estar das gerações vindouras. Este
processo de seleção tem importância crucial para a história humana presente e
futura e, no entanto, não funciona de modo racional, sistemático ou
democrático.
Basalla (2001) ainda afirma ser possível encontrar um percentual fixo de
indivíduos com uma capacidade inventiva superior. Em qualquer país, à

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medida que a população cresce, o número de potenciais inventores aumenta
proporcionalmente. Se estes inventores nasceram numa cultura que fornece
treino técnico e recompensa e inovação, então é forçoso que um número de
invenções surja. Diante disso, cita o autor:

A tecnologia não pode ser toda traduzida em palavras, imagens ou


equações matemáticas, por esta razão, o trabalhador com um
conhecimento de utilização, seja de maquinário têxtil do século XVIII
seja de computadores do século XX, terá sempre um papel a
desempenhar na disseminação das inovações técnicas. A informação
oral tem de ser transmitida por pessoas conhecedoras da nova
tecnologia, e as inovações têm de ser adaptadas à economia e às
culturas receptoras (BASALLA, 2001, p.87).

Uma das respostas das sociedades modernas, tecnologicamente


versáteis à escassez, é à inovação tecnológica.
Outra solução tecnológica inovadora para a escassez de matéria-prima
é a simples substituição, que pode ter como resultado a invenção de materiais
completamente novos, como fibras sintéticas ou os plásticos, ou a alteração
das tecnologias existentes para acomodar uma matéria-prima substituta.
Algumas invenções são a base das indústrias totalmente novas, ou
modificam, de forma radical, a tecnologia existente. Já outras, são pequenos
melhoramentos de instrumentos de menor importância, e o grupo restante e
majoritário, tem pouco ou nenhum impacto econômico.
Quando selecionada uma invenção para ser desenvolvida,
desnecessário partir do principio de que a escolha inicial seja a única e óbvia
ditada pela natureza do artefato. Cada invenção oferece um leque de
oportunidades, das quais apenas poucas são desenvolvidas durante o seu
tempo de existência. As primeiras utilizações nem sempre são aquelas cuja
invenção se torna conhecida.
De início, as invenções são frequentemente modelos grosseiros que dão
corpo à ideias novas, requerendo refinamento adicional. Os fabricantes
baseiam a sua decisão de seleção nos primeiros protótipos que realmente
funcionam.

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Em certas alturas do desenvolvimento da tecnologia, a seleção da
inovação é motivada por caprichos de curta duração que invadem uma região
durante uma década, e depois desaparecem.

2.2 Brian Arthur: a natureza da tecnologia


A tecnologia está, constantemente, criando as questões dominantes e
revoltas do nosso tempo. O homem está passando de uma era onde as
máquinas agilizavam seus movimentos, poupavam seu suor e costuravam suas
roupas. O homem passou a intervir na natureza com o uso das tecnologias
(ARTHUR, 2009).
Buscando uma forma de estruturar a evolução da tecnologia, o autor
apresenta três fatores ou fenômenos: seleção, combinação e mutação.
De igual modo, o autor percebeu que as tecnologias não eram
invenções que surgiam do nada. Nesse sentido, Arthur (2009, p.7) cita que
“lentamente ficou claro que a combinação pode ser a chave para descobrir
mecanismos realistas da invenção e evolução da tecnologia”. E complementa
que: “se a evolução em seu sentido mais amplo detém em tecnologia, em
seguida todas as tecnologias, incluindo as novas, devem de alguma forma,
descender das tecnologias que as precederam” (ARTHUR, 2009, p. 23).
Uma determinada tecnologia existe em certo momento. Isso ocorre
pelos diferentes propósitos que tem para cumprir, ambientes variados para
operar, e designers que a utiliza com base em suas diversificadas ideias.
A partir destas variações, alguns dos que tiveram um rendimento melhor
são selecionados para posterior utilização e desenvolvimento em projetos
futuros, acrescentando melhorias. Pode-se, então, seguir Darwin quando diz: “é
o acúmulo constante, através da seleção natural, de tais diferenças, quando
benéfico para o indivíduo, que dá origem a todas as modificações mais
importantes da estrutura” (ARTHUR, 2009, p. 21).
Combinação sugere o modo pela qual surge uma nova tecnologia. No
entanto, apenas vincula as novidades tecnológicas individuais de volta para
determinadas tecnologias que eram inexistentes. Se as tecnologias são
realmente combinações de tecnologias anteriores, então, do estoque de
tecnologias existentes deve, de alguma forma, fornecer as partes para a
combinação. Assim, o próprio acúmulo de tecnologia anterior gera acúmulo
para uso futuro.

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Portanto, se for analisado o fato de que novas tecnologias surgem pela
combinação das tecnologias existentes e que por esse fato são geradas novas
tecnologias, chega-se a um mecanismo de evolução da tecnologia.

2.3 Design e a indústria do vestuário


De acordo com Araújo (1996) o design é um aspecto essencial para o
progresso do setor têxtil, não havendo dissociação entre os mesmos.
Além de produzir com qualidade e de responder aos prazos de entrega,
as empresas de vestuário terão que unir tecnologia e design para tornarem-se
competitivas.
Design pode ser definido como uma atividade de equipe cuja função visa
desenvolver tanto a inspiração como a percepção do possível e a sua
interpretação em termos de produtos que possam ser produzidos e
comercializados. Em complemento dos elementos estéticos e funcionais
necessários para a concepção de um produto, o designer precisa conhecer a
tecnologia de produção existente, bem como o mercado a que esse produto se
destina. Além disso, deve levar em conta a otimização dos custos de produção
e estimular a criatividade da sua equipe.
Liger (2012) defende a ideia de que é fundamental que o designer
empreendedor se coloque diante das tecnologias de forma receptiva, pois a
criatividade não possui limitações, mas as máquinas sim. Mesmo as pessoas
com maior experiência no setor devem estar abertas às inovações, atualizando
velhas metodologias, otimizando e abstraindo novas ideias e funcionalidades.
Esse é o desafio que proporciona progressos inesperados.
O setor da confecção se mantém de certa forma tradicional, dependendo
da antiga máquina de coser, de 1880. Nota-se que houve alterações e
inovações, mas o sistema continua similar.
No futuro, a inovação será o resultado do conjunto de inovações que se
realizam em torno das fibras, tecidos e acabamentos, buscando por novas
funcionalidades.
De acordo com Araújo (1996), na sala de costura as partes
bidimensionais e previamente cortadas são montadas com o propósito de
produzir uma peça tridimensional. Esta operação é complexa, sobretudo no
que diz respeito à manipulação do material durante a costura e, por
conseguinte, difícil de automatizar.

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Para produzir determinado tipo de costura torna-se necessário usar a
máquina certa, convenientemente afinada e com os acessórios próprios para a
produção desse tipo de costura da forma mais eficaz, e no mais curto espaço
de tempo.
A confecção de uma peça de vestuário requer, muitas vezes, a utilização
de vários tipos de máquinas, acessórios e aparelhos.
No setor da costura, a máquina de costura conta atualmente com
processos eletrônicos que facilitam o trabalho da costureira. No momento de
costurar a peça, a operadora pode decidir de antemão o número de pontos da
costura e no final, não será preciso cortar a linha, pois a máquina a corta
automaticamente. O uso de aparelhos desenvolvidos e adaptados também
facilita e encurta o tempo das peças no setor de produção. Alguns
desenvolvidos e adaptados de acordo com a necessidade, outros, por meio da
seleção, da mutação e, muitas vezes, da evolução.
A produção de qualquer porte é realizada com equilíbrio da tecnologia
disponível. Existe uma relação direta e proporcional entre produção e
maquinário que deve ser pensada em função da efetiva realização do trabalho
No processo de modelagem, existe o sistema CADCAM, e com ele
existe a possibilidade de armazenar individualmente cada molde na memória
do computador. Isso permitirá a utilização de um sistema de gradação e risco
computadorizado para constituir uma biblioteca de blocos e base de dados
individuais que podem ser combinados, de forma criativa, na produção de
novos estilos. O computador possibilita graduar e riscar rapidamente e com
precisão, aumentando, de forma significativa, a produtividade dos modelos.
Uma vez que os moldes entrem na memória do computador e aí fiquem
armazenados, podem ser examinados na tela inúmeras vezes, como também
podem ser alterados, graduados ou incorporados em novos riscos sem a
necessidade de traçá-lo novamente (ARAÚJO, 1996).
Esses são apenas alguns dos exemplos de tecnologias utilizadas no
processo de confecção.

3 Metodologia
Pela característica do tema, trata-se de uma pesquisa qualitativa dado
ao emprego de diferentes concepções filosóficas, estratégias de investigação e
métodos de coleta, análise e interpretação dos dados.

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Ainda que alguns dos processos sejam similares, os procedimentos
qualitativos baseiam-se em dados de texto e imagem, passos singulares na
análise dos dados, valendo-se de diferentes processos de estratégias de
investigação.
A escolha pelo método qualitativo prende-se ao fato de que os
pesquisadores são parte importante no processo de pesquisa, seja em termos
da presença pessoal na condição de pesquisadores, seja em razão de suas
experiências no campo e com a capacidade de reflexão.
Dessa forma, os pesquisadores qualitativos tendem a coletar dados no
campo e no local onde os participantes vivenciam a questão ou problema que
está sendo estudado dentro do seu ambiente natural.
Para a coleta de dados, pretende-se realizar visitas na empresa,
utilizando os instrumentos: entrevistas, documentos e fotografias.
O pesquisador atua como instrumento fundamental, uma vez que coleta
pessoalmente os dados por meio de exame de documentos.
A soma do material coletado, aproveitável e adequado variará de acordo
com a habilidade do investigador, de sua experiência e capacidade em
descobrir indícios ou subsídios importantes para o seu trabalho.
A pesquisa qualitativa é uma forma de investigação interpretativa em
que os pesquisadores fazem uma interpretação do que enxergam, ouvem e
entendem. Suas interpretações não podem ser separadas de suas origens,
história, contextos e entendimentos anteriores.
O enfoque qualitativo, em geral, é utilizado, sobretudo, para descobrir e
refinar as questões de pesquisa e testar as hipóteses estabelecidas
previamente.
Regularmente, questões e hipóteses surgem como parte do processo de
pesquisa, que é flexível e se move entre os eventos e sua interpretação, entre
as respostas e o desenvolvimento da teoria. Seu propósito consiste em
"reconstruir" a realidade, tal como é observada (SAMPIERI; COLLADO; LÚCIO,
2006, p.5).

3.1 Roteiro de pesquisa


O esquema do processo de pesquisa seguirá de acordo com a proposta
apresentada por Sampieri, Collado e Lúcio (2006), iniciando pelo
desenvolvimento da ideia, tema e área a ser investigada, seguindo com a

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seleção do ambiente ou o lugar de estudo e após, escolher os
participantes ou indivíduos do estudo.
Depois de realizada a ordem supracitada, passar-se-á à inspeção do
ambiente de estudo, onde serão feitos registros fotográficos, pesquisa
documental e entrevistas. Em seguida, será efetuada a análise dos dados
através do estudo minucioso dos documentos que serviram de suporte para a
investigação projetada. E por fim, será elaborado o relatório de pesquisa.

3.2 Empresa: dados gerais


A empresa escolhida para o estudo atua no ramo da confecção há mais
de 25 anos e é especializada no segmento da bombacha.
Situada em Piratini, no Rio Grande do Sul, conta atualmente com um
uma média de 100 colaboradores, destes, 80% se distribuem no setor da
confecção e elaboração dos produtos. A empresa é familiar, onde um dos
sócios é responsável pelo setor administrativo e de vendas, e a sócia,
responsável pela produção. A produção é de até 500 peças por dia.

4 Considerações finais
Este trabalho se propôs como objetivo geral, apresentar um conjunto de
elementos e conceitos sobre tecnologia através de fontes bibliográficas. A
metodologia e a forma como se dará a pesquisa também foram avaliadas,
sendo o norte para o aprofundamento deste estudo.
Espera-se com a pesquisa aprofundada obter respostas sobre como é
de fato a realidade da tecnologia apresentada na empresa a ser estudada,
quais os mecanismos que atuam de fato na realidade e de que forma se
desenvolvem.
Sabe-se que o estudo tecnologia é de extrema importância para a
inovação e crescimento de qualquer setor, e que o designer deve estar atento a
essas informações.

Referências
ARAÚJO, Mário de. Tecnologia do vestuário. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1996.

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ARTHUR, Brian.The nature of technology: What It Is and How It Evolves.
New York: Free Press, 2009.

BASALLA, George. A evolução da tecnologia. Porto: Porto Editora. 2001.

LIGER, Ilce. Moda em 360 graus: design, matéria-prima e produção para o


mercado global. São Paulo: SENAC São Paulo, 2012.

SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, Pilar


Baptista. Metodologia de pesquisa. Tradução Fátima Conceição Murad. São
Paulo: McGraw-Hill, 2006.

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