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“É triste… Aqui já não é mais o que era antes.” Nicole lança um olhar
desolado para a rotatória de Massibrand,1 que passou um tempo
ocupada pelos coletes amarelos de Ardèche. O vento mistral de janeiro
faz estalar uma faixa arrumada sobre uma pilha de paletes. “Tivemos de
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08/12/2019 Um ano com os coletes amarelos - Le Monde Diplomatique
O tempo da organização
Ao destruírem esses novos locais de sociabilidade, vivamente defendidos
por seus ocupantes, as autoridades retomaram um velho hábito – e um
conhecimento adquirido ao longo da história social: atacar os locais
onde as classes populares se reúnem impede que elas se organizem. Para
conseguir isso, também era preciso intervir a montante, junto aos
“líderes”. Assim, desde o fim de outubro de 2018, os administradores do
evento de 17 de novembro no Facebook passaram a receber telefonemas
intimidadores de origem duvidosa. “Eram ligações estranhas”, conta
Stéphanie, “que davam informações sempre vindas da mesma pessoa:
‘alguém do círculo de Macron’. A ideia era que tudo precisava parar, que
Primeiras divisões
Organizar-se. Sem o comitê restrito, imperceptivelmente três grupos se
formaram em Férenches. Dois deles, muito minoritários, começaram a
se enfrentar em janeiro. Um desses grupos, composto por muitos
profissionais de nível superior, homens na ativa ou aposentados, queria
– Camaradas.
Nicolas está convencido: “Eles começam tudo do zero. A tal ponto que, a
certa altura, muitos gostariam de tirar o colete, por se sentirem
estigmatizados, apontados… O problema: se ninguém diz a eles que eles
são a classe trabalhadora, o que é que eles são?”.
– Você não sabe como chegar a um lugar e ter uma conversa normal,
falar, ouvir?
Todos iguais
A simples palavra “transição” teria o imenso mérito de oferecer
perspectivas. O movimento precisa muito disso, pois já constatou que
“convergência das lutas” é apenas uma frase de efeito. “Isso não significa
mais nada”, esbraveja Vanessa logo após o 1º de Maio, “não assustamos
mais ninguém, andando em círculo todo sábado! Caímos na mesma
rotina dos sindicatos! Há cada vez menos gente, mas continuamos assim
mesmo, e cada vez mais entendemos menos a situação! Precisamos nos
reconectar com o início do movimento.” É verdade, porém, que a
suas plantas.
– Eles nos pegam pelo crédito, pelas dívidas… A grana. Então, temos de
refazer tudo, mas sem isso!
– Refazer o quê?
fictício.
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