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07/05/2020 Ead.

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FILOSOFIA DO DIREITO E
DIREITOS HUMANOS
Me. Christiane Singh Bezerra Bou Khezam

INICIAR

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introdução
Introdução

Nesta unidade, serão trabalhados aspectos do espírito losó co greco-romano


e o despertar de justiça a partir da perspectiva so sta, destacando o relativismo
da justiça.

Na sequência será tratado o conceito de ética, educação, virtude e obediência a


partir das ideias de Sócrates, apresentando uma distinção desses conceitos em
relação ao pensamento de Platão, bem como as espécies de justiça segundo
Aristóteles, e a ética e justiça no pensamento de Cícero.

Em seguida, será analisado o conceito de justiça na idade média a partir do


pensamento de Santo Agostinho e Tomás de Aquino. E, para nalizar a unidade
e ingressando no universo do pensamento jus losó co moderno, faremos uma
breve análise do racionalismo contratualista e a ruptura com a visão teocrática
medieval a partir do jusnaturalismo de Kant, com especial destaque para a
análise do conceito de moralidade, justiça e direito no pensamento Kantiano.

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O Espírito Filosó co Greco-


Romano e o Despertar da
Justiça

A palavra justiça acompanha a humanidade desde as mais antigas civilizações,


trata-se de um termo que admite diversos signi cados e todos esses variam de
acordo com o tempo e com o grau de evolução e cultura da sociedade, certo é
que a compreender o alcance e signi cado da palavra justiça sempre foi um
desa o para os lósofos mundiais.

Mas exatamente quando a justiça tornou-se objeto de estudo e discussões na


sociedade?

A resposta para esse questionamento, obviamente, não é exata, mas a partir de


uma análise histórica, Dias destaca que

A questão do justo e do injusto não foi objeto da re exão losó ca


entre os pré-socráticos, entre os quais dominava a preocupação
cosmológica, isto é a análise de questões relativas aos fenômenos
meteorológicos, dos astros, do céu, bem como a análise de questões
relativas à natureza: a origem de tudo o que existe, as causas das
ocorrências naturais. No século V a. C. surge o movimento sofístico,
que rompe com a tradição losó ca pré-socrática. (...) as atenções

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voltam-se para questões que envolvem as ações humanas, tais como,


discussões políticas, problemas sociais (DIAS, 2010, p. 84).

Nesse contexto, então, começam a desenvolverem-se as primeiras discussões


envolvendo a ideia de justiça, que sempre esteve relacionada aos conceitos de
ética, educação, moral e política.

Uma característica importante dos so stas é a negativa da existência de um


critério estável e geral, inaugurando, assim, o relativismo, que se fundamenta
no fato de que  “Nada existe que possa ser conhecido; se pudesse ser
conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não
poderia ser compreendido” (MARCONDES, 2004, p. 44).

Observe que o pensamento so sta relativiza conceito promovendo a


possibilidade de discutir as questões na perspectiva dos acontecimentos.

Esse pensamento se opõe ao pensamento de Sócrates e Platão, que foram


ferrenhos opositores ao pensamento so sta, uma vez que para estes, não
existe verdade absoluta, toda verdade era relativa na medida em que estão
condicionadas às circunstâncias.

Na visão de Sócrates, a justiça tem um signi cado verdadeiro e de nitivo,


diferentemente do pensamento so sta que, conforme demonstrado acima,
relativizou essa premissa.

O estudo do conceito de justiça nos remete à análise de alguns outros


conceitos que são fundamentais para compreender a concepção ampla de
justiça.

Nesse sentido é importante analisar o conceito de ética, que na concepção de


Sócrates está vinculada ao conhecimento, uma vez que é ele a base do agir
ético. Para Sócrates, o erro é a consequência da ignorância, portanto, a
educação leva à virtude e, como consequência, o saber ético.

Na visão de Sócrates, ética, educação e virtude são conceitos que se relacionam


e, assim, conduzem a obediência, de modo que não podem ser analisados de
forma isolada.

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Nessa linha merece destaque também a contribuição de Platão, discípulo de


Sócrates. Para Platão, que tratou com muito propriedade dos conceitos de
Justiça, direito e política, destacando que a justiça é uma virtude da cidadão que
deve ser constantemente aperfeiçoada, isso se deve ao fato de que a
adequação do comportamento individual às normas sociais e aos padrões
preestabelecidos pela sociedade mostra-se, desde as mais antigas civilizações,
um desa o e esse, na visão tanto de Sócrates como de Platão, é o cerne do
conceito de obediência.

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atividade
atividade
Nas palavras de BOFF, “A ética é parte da loso a. Considera concepções de fundo,
princípios e valores que orientam pessoas e sociedades”. Com base nesse conceito
assinale a alternativa correta quanto à relação entre ética e moral.

BOFF, L. Ética e Moral. América Latina em Movimento, jul. 2003. Disponível em:
<https://www.alainet.org/pt/active/4005>. Acesso em: 27 mar. 2019.

a) A ética pode ser compreendida como ciência da moral, sendo que um de


seus grandes problemas é o relativismo moral, já que é determinada pela
cultura, enquanto que a ética é considerada objetiva é universal.
b) Mesmo sendo universal, a moral é estática, constituída de preceitos
concretos, objetivos e não relacionados aos aspectos culturais, sociais ou de
determinados grupos.
c) A moral pode ser compreendida como a área da loso a que investiga o agir
humano na perspectiva de valores, que o indivíduo traz consigo e por isso é
singular.
d) A sociologia é a ciência responsável pelo estudo da moral e da ética, seus
estudos permitem relativizar os valores éticos, pois esses são mutáveis na
medida que são preceitos coletivos.
e) Na perspectiva do estudo da ética, um dos grandes problemas é o
relativismo, fundado em seu caráter subjetivo, pessoal e restrito a um grupo
muito pequeno de indivíduos, não aplicando-se à coletividade.

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Política, Direito, Justiça e


Ética na Perspectiva do
Pensamento de Platão,
Aristóteles e Cícero

Nos próximos tópicos, vamos conhecer um pouco mais sobre a perspectiva de


Platão, Aristóteles e Cícero a respeito da Política, Direito, Justiça e Ética.

Platão: Política, Direito e Justiça


A palavra justiça acompanha a humanidade desde as mais antigas civilizações,
trata-se de um termo que admite diversos signi cados e todos esses variam de
acordo com o tempo e com o grau de evolução e cultura da sociedade. Certo é
que a compreender o alcance e signi cado da palavra justiça sempre foi um
desa o para os lósofos mundiais.

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Platão, assim como Aristóteles, reconhece a ética e a política como ciência,


sendo a ética relacionada com a moral individual, enquanto que a política
relaciona-se com a moral coletiva.

Na visão de Platão a política não é para todos, sendo que por essa razão a
administração das cidades deveria car a cargo dos lósofos, por serem estes
considerados mais capacitados. Sob a ótica de Platão, a política por ser uma
ciência que ordena a ética coletiva, seria o único meio de corrigir as injustiças.

A ideias de Platão sobre política, educação e justiça, conforme destaca


Menescal (2009, p. 20) foram de grande importância e deram origem a um
projeto político fundado em suas decepções com os modelos de governos
democráticos e também nas ações dos governos da época.

É interessante observar que nos dias atuais o que se observa é exatamente o


inverso, a política tornou-se, em verdade, o mecanismo promotor das injustiças
perpetradas contra a sociedade, o que gera a mais diversa afronta aos direitos
e o desequilíbrio social.

Aristóteles: A Justiça e suas Espécies

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A sociedade Grega antiga foi fundada no conceito de justiça, que Aristóteles


deve ser compreendido também sob a perspectiva da injustiça, desse modo “a
justiça é a disposição da alma que graças à qual elas dispõem a fazer o que é
justo, a agir justamente e a desejar o que é justo; de maneira idêntica, diz-se
que a injustiça é a disposição da alma de graças à qual elas agem injustamente
e desejam o que é injusto” (ARISTÓTELES, 1996, p. 193).

Nesse momento, nos interessa, especialmente, as espécies de justiça


desenvolvidas por Aristóteles, segundo o qual a Justiça é absoluta ou particular,
sendo que a justiça particular classi ca-se em: Justiça Distributiva, Corretiva e
Recíproca.

Assim a justiça distributiva vincula-se à ideia de proporcionalidade, sendo que o


que viola essa proporcionalidade torna-se injusto.

A justiça corretiva por sua vez, visa corrigir a injustiça, por isso é fundada na
ideia de compensação.

Ética e Justiça no Pensamento de Cícero

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O pensamento de Cícero foi in uenciado pelos ensinamentos de Platão e dos


Estoicos, para ele a Justiça é fonte primordial dos deveres, além de ser uma
virtude.

Toda a concepção de justiça para Cícero é alicerçada em valores e relaciona-se


de forma muito íntima com preceitos éticos. Neste sentido, Cícero a rma que
“o alicerce da justiça é a boa-fé, ou seja, a sinceridade nas palavras e a lealdade
das convenções”. (2007, p. 37).

Observa-se que a ideia de justiça de Cícero também é in uenciada pelos


conceitos Aristotélicos, especialmente com relação à compreensão de que a lei
não é um valor, mas sim uma razão que emana do ser, o que demonstra
inclusive o quanto os princípios e valores da pós modernidade são
in uenciados por esse pensamento. Pensando na construção histórica dos
direitos humanos, observa-se claramente a in uência dessa ideia de boa-fé e
ética como valores que devem nortear o ordenamento jurídico.

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atividade
atividade
A partir da perspectiva do espírito losó co greco-romano, especi camente na visão
Aristotélica, assinale a alternativa que corresponde ao conceito de Justiça traçado
pelo autor em sua obra “Ética a Nicômoco”:

a) Justiça caracteriza-se pela disposição pelo meio da qual as pessoas atuam


justamente e tenham como desejo o justo.
b) Justiça é um valor, por essa razão nunca é completa, seu conceito é sempre
aberto e admite muitas variações.
c) A justiça é sempre igual para todos, não existe, na visão de Aristóteles,
justiça proporcional.
d) O conceito de justiça distributiva é negado por Aristóteles, que entende que
a justiça é única e nunca proporcional.
e) A justiça e a lei, na visão de Aristóteles, são conceitos distintos e não se
relacionam.

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O Pensamento
Jus losó co da Idade
Média

A Idade Média cou marcada como um período sombrio, quando o


pensamento era in uenciado pelos dogmas da Igreja e a existência humana
ditada por tais dogmas. Assim, todos os pensamentos, conceitos e ações
gravitavam em torno da ideia teocêntrica vigente naquele período.

Conceitos como moral, ética e justiça estavam condicionados ao poder divino e


dele resultaram, não havia liberdade de pensamento e nem tampouco
valorização do homem ou daquilo que era terreno. Toda essa sistemática
in uenciou obviamente o pensamento jus losó co desse período e norteou
tudo o que foi produzido pelos pensadores de então.

A Justiça em Santo Agostinho


Para falar da justiça na concepção de Santo Agostinho é preciso retomar, ainda
que de forma breve, a seus antecessores, assim, conforme anteriormente visto,
desde Sócrates, passando por Platão, Aristóteles e Cícero a ideia de justiça
esteve presente e sua essência sempre atrelada a concepção de ética.

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Figura 1.4 - Santo Agostinho


Fonte:  Tetraktys /  Wikimedia Commons.

Nesse sentido, a ideia de justiça esboçada por Santo Agostinho sofreu


in uência do pensamento losó co greco-romano, representado por Sócrates,
Platão, Aristóteles e Cícero e também pelo pensamento judaico cristão. Sendo
que a partir desses preceitos, Santo Agostinho trata da concepção de justiça
através da compreensão de que a partir do conhecimento das verdades
eternas o homem pode de nir o que é justo, conforme explica Mattos

Há, na concepção agostiniana de justiça, a ideia de equilíbrio entre a


vida exterior e interior dos homens, isto é, antes de ser uma virtude
social, a justiça realiza-se no interior dos humanos, numa relação de
obediência e submissão à vontade divina (MATTOS, 2016, p. 106)

Nesta perspectiva, a concepção de justiça para Santo Agostinho é inspirada nas


Cartas de São Paulo aos Apóstolos, que prega o amor ao próximo e a
obediência a Deus como a fórmula para o homem agir em conformidade com a
justiça.

São Tomás de Aquino: o Tratado das Leis


e da Justiça

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O conceito de justiça na perspectiva de São Tomás de Aquino é fundado na


concepção por ele inaugurada de realismo jurídico, baseado na ideia de que o
direito é objeto da justiça e nessa medida ordena ao homem o que diz respeito
outro. Essa premissa nos remete à ideia de igualdade, seguindo essa
perspectiva, Souza e Pinheiro, ao analisarem a obra de São Tomás de Aquino,
explicam que

Para proceder tal atribuição do justo é necessária, portanto, uma


concepção de igualdade. Então, conclui Tomás de Aquino, o
fundamento da igualdade caracteriza o direito. A igualdade pode ser
em virtude da natureza da coisa ou pode ser uma igualdade
convencional (por uma convenção pública ou particular). Quando o
justo se funda em uma igualdade que não depende da vontade
humana (quer de um indivíduo, quer de um povo), trata-se do direito
natural. Quando, por outro lado, o justo decorre de uma convenção,
tem-se o direito positivo (SOUZA; PINHEIRO, 2016, p. 71).

Importante destacar que a partir dessa análise do pensamento de São Tomás é


possível estabelecer a relação existente entre direito e justiça, que pressupõe
outros valores que vão de encontro, por exemplo, com as teorias inauguradas
mais tarde pelas escolas jus losó cas. Representantes do pensamento

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moderno que se debruçaram sobre a questão da utilidade do direito positivo e


direito natural já na perspectiva da tutela dos direitos humanos que, como se
pode perceber, foi in uenciado pelos conceitos lançados por São Tomás.

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atividade
atividade
Para  Santo Agostinho, “é justa a alma que segundo os ditames da ciência e da razão
dá a cada um o que a cada um pertence, na vida e nos costumes” (SANTO
AGOSTINHO, 1998).  

SANTO AGOSTINHO. A Graça I: O Espírito e A Letra (De Spiritu et Littera). São Paulo:
Paulus, 1998.

Com base nesse conceito, assinale a alternativa correta.

A partir da a rmativa apresentada, assinale a alternativa correta:

a) A justiça humana é relativa, temporal e mutável, diferente da justiça divina


que é plena.
b) A de nição do que é justo provém de um pensamento racional e tangível,
portanto, só existe justiça divina.
c) A justiça feita pelos homens é a única que existe e não está vinculada a
autoridade divina.
d) A razão humana determina o que é justo ou injusto, logo, não está vinculado
a autoridade divina.
e) A justiça divina e a justiça dos homens são relativas, temporais e mutáveis,
portanto é sempre relativa.

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O Pensamento
Jus losó co Moderno

O pensamento que norteou os jus lósofos modernos, foi no sentido de romper


com as amarras impostas pela religião à sociedade e com o pensamento
medieval de trazer o indivíduo como um protagonista do ideal de justiça, direito
e moral, rompendo desse modo com a visão teocrática até então vigente na
sociedade.

A Passagem da Visão Teocrática Medieval


para a Modernidade
Na idade média não havia espaço para questionamentos sobre a relação entre
sujeito e sociedade, pois a sociedade se organizava segundo regras criadas a
partir da concepção teocrática, onde os governantes eram representante de
Deus na terra e assim agiam em seu nome, de modo que questionar suas
regras era o mesmo que questionar a autoridade divina.

Nesse cenário, a Europa do nal do século XV, com o objetivo de manter a


monarquia, cometeu muitas atrocidades, como perseguições políticas,

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utilização de tortura, penas cruéis e todo o tipo de atrocidades contra o ser


humano (CASADO FILHO, 2012).

Nesse período, a visão de igualdade era relativizada e em nada se aproximava


ao que temos hoje. A sociedade era dividida em nobreza, clero e povo, o que já
deixava muito claro a ausência de direitos, já que nem todos os direitos eram
garantidos a todos os cidadãos.

Diante de todo esse cenário de abuso cometido pela monarquia, surgem as


ideias iluministas, que colocam em xeque esse poder absoluto e desmedido
exercido pelos reis. Os iluministas questionaram, de forma veemente, o
pensamento medieval, se contrapondo, inclusive, às concepções católicas
reinantes, até então, para combater a ideologia de supremacia da fé sobre a
razão.

Questionou-se, ainda, o poder absoluto dos reis, como uma concessão divina e,
obviamente, abriu espaço para um pensamento humanizado, voltado para o
fato de que o homem deveria ser o centro do universo e não o divino. Essa,
certamente, foi, e ainda é, uma grande contribuição do iluminismo em matéria
de consolidação do conceito de direito humanos.

Nesse contexto merece destaque o pensamento de Kant sobre moralidade,


justiça e direito, sendo que para ele a liberdade é o primeiro bem que deve ser
garantido ao indivíduo, de modo que ninguém precisa de regras escritas para
decidir entre o bem e o mal pois todo ser humano é dotado de razão e
portanto, tem capacidade de discernir entre o certo e o errado.

Assim, Kant determinou a ação dos indivíduos a partir de seus imperativos


categóricos, que consistem em determinar

a ação dos indivíduos através da premissa e de uma máxima que o


agente daquela determinada sociedade executa esta ação baseada no
que ele quer ver transformado em lei universal. Ou seja, ele age de
acordo com o que ele gostaria que fosse feito a todas as outras
pessoas. Ou aquela frase de senso comum de não fazer para os
outros o que você gostaria que não zessem para você (BOREGAS;
RÊGO, 2016, p. 5).

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Assim, para Kant a função do direito é a de garantir a liberdade dos indivíduos


que seriam regidos por suas regras morais e assim a justiça se consolidava.

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atividade
atividade
Sobre os imperativos hipotéticos e categóricos de Kant, assinale a alternativa correta.

a) Os imperativos hipotéticos correspondem à relação que se estabelece entre


a lei e a vontade dirigida a um m real ou possível.
b) O imperativo categórico corresponde a relação entre a lei e a vontade de
alcançar um determinado m.
c) A relação entre a lei e vontade dirigida para alcançar um m real,
correspondem ao imperativo hipotético.
d) O imperativo categórico é representado pela ação necessária em si mesma,
voltada para um m impossível de ser realizado.
e) Não existe relação nos imperativos categóricos e hipotéticos com a lei
objetiva..

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indicações
Material
Complementar

FILME

Justiça para todos


Ano: 1979

Comentário: O lme aborda de forma bem clara os


desa os enfrentados pelo pro ssional do direito em
conciliar seus preceitos éticos e morais e promover a
defesa do interesse de seu cliente, expõe as mazelas do
poder judiciário e nos leva a re exão de que elas são tão
antigas quanta a própria ideia de justiça.

É possível perceber no lme o tênue limite que se


estabelece entre moralidade e imoralidade, legalidade e
ilegalidade e demonstra bastante atual o pensamento de
Kant acerca dos preceitos morais e éticos.

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TRAILER

LIVRO

Um Mestre no Ofício: Tomás de Aquino


Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento

Editora: Paulus Editora

ISBN: 978-8534933186

Comentário: O Livro traz a bibliogra a de Tomás de


Aquino, tratando sua vida de frade dominicano e
docente da doutrina cristã, permitindo uma visão bem
real da contribuição de Tomás de Aquino para o
estabelecimento do conceito de justiça e ética. Na
segunda parte do livro o autor faz uma minuciosa
análise da obra “Suma de teologia” que é considerada
uma obra referência para iniciantes da teologia e que
concentra importantes conceitos para a loso a.

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conclusão
Conclusão

Conforme foi visto ao longo da unidade, a concepção de justiça está


intimamente relacionada ao conceito de ética, conforme o entendimento
preconizado pelos lósofos da antiguidade e a relação entre justiça, virtude e
obediência decorria das leis divinas pelas quais os indivíduos deveriam se
orientar, essas regras eram absolutas.

Esse entendimento, contudo, foi questionado pelos so stas que,


diferentemente de Sócrates e Platão, compreendiam a justiça a partir de uma
concepção relativizada e mutável, esse pensamento in uenciou também o
pensamento losó co da idade média sendo que o conceito de justiça reinante
no período medieval e preconizado por Tomás de Aquino e Santo Agostinho
estavam fundados nas ideia de existência de uma justiça divina que era
absoluta e uma justiça humana que poderia ser relativizada.

Com o m da idade média surge o pensamento iluminista que rompe com as


concepções teocráticas e baseada nas concepções do jusnaturalismo e nas
ideias de Kant passa a compreender a liberdade como um bem essencial ao ser
humano e que as regras escritas não são necessárias, na medida que todo ser
humano é capaz de discernir entre certo e errado.

Assim, o m da idade média promove uma valorização do ser humano e


consequentemente uma preocupação a lhes garantir direito. Esses são os
embriões das concepções que irão nortear a teoria dos direitos humanos e
justi car a necessidade e tutela do indivíduo como garantia da dignidade
humana.

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referências
Referências
Bibliográ cas

ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. Vol. 4 e 6. 3. ed. São Paulo: Edições
Loyola, 2015.

CASADO FILHO, N. Direitos Humanos Fundamentais. São Paulo: Saraiva,


2012.

DIAS, M. C. A Noção de Justiça Segundo os So stas e Aristóteles. Revista Legis


Augustus (Revista Jurídica), Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 83-92, set. 2010.

MARCONDES, D. Iniciação à História da Filoso a: dos pré-socráticos a


Wittgen- stein. 8. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.  

MARCO, T. C. De o ciis dos deveres, São Paulo: Martin Claret, 2007.

MATTOS, J. R. A. de. O conceito de justiça no pensamento de Santo Agostinho:


algumas re exões. Coletânea Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. n. 29, p. 104-112,
jan./jun. 2016. Disponível em:
<http://www.revistacoletanea.com.br/index.php/coletanea/article/download/73/52>.
Acesso em: 28 mar. 2019.

RÊGO, A. M. B. e. Moral e direito, uma visão kantiana. Âmbito Jurídico, Rio


Grande, XIX, n. 148, maio 2016. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17215>. Acesso
em: 25 mar. 2019.

SANTO AGOSTINHO. A Graça I: O Espírito e A Letra (De Spiritu et Littera). São


Paulo: Paulus, 1998.

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SOUZA, E. B.; PINHEIRO, V. S. Tomás de Aquino e a Razão natural dos Direitos


Humanos: Pessoa e Bem Comum. Revista de Direito UNISC. Santa Cruz do Sul,
n. 48, p. 70-91, jan-abr. 2016.

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