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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

LORENA GRASIELLE NASCIMENTO DE OLIVEIRA

ESTUDO SIMPLIFICADO DE VIABILIDADE DE


IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO
DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO POTÁVEL EM
EDIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

São Cristóvão/SE
2009
LORENA GRASIELLE NASCIMENTO DE OLIVEIRA

ESTUDO SIMPLIFICADO DE VIABILIDADE DE


IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE APROVEITAMENTO
DE ÁGUAS PLUVIAIS PARA USO NÃO POTÁVEL EM
EDIFICAÇÕES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal de Sergipe – UFS, para
encerramento do componente curricular e conclusão
da graduação em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo de Aragão

São Cristóvão/SE
2009
ii

É concedida à Universidade Federal de Sergipe permissão para reproduzir cópias desta


monografia e emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste trabalho
acadêmico pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

Assinatura

Oliveira, Lorena Grasielle Nascimento de.

Estudo de Viabilidade de Implantação de um Sistema de Aproveitamento de Águas


Pluviais para uso não potável em edificações da Universidade Federal de Sergipe / Lorena
Grasielle Nascimento de Oliveira.
São Cristovão, 2009
62p. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso. Centro de Ciências Exatas e Tecnologia,
Universidade Federal de Sergipe, Sergipe.
I. Universidade Federal de Sergipe/Sergipe. CDS
II. Título.
iii

LORENA GRASIELLE NASCIMENTO DE OLIVEIRA

ESTUDO DE VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM


SISTEMA DE APROVEITAMENTO DE ÁGUAS PLUVIAIS
PARA USO NÃO POTÁVEL EM EDIFICAÇÕES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Universidade Federal de Sergipe – UFS, para
encerramento do componente curricular e conclusão
da graduação em Engenharia Civil.

Aprovada em: _____de _______________de ________.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________ Nota________
Professor Dr. Ricardo de Aragão
(Orientador)

_________________________________________________ Nota________
Professora Dra. Luciana Coêlho Mendonça
(1º Examinador)

_________________________________________________ Nota________
Eng. MSc. Marcus Paulo Barbosa
(2º Examinador)
iv

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a DEUS, o maior dos sábios, por ter-me concedido saúde,
sabedoria e disposição para que eu concluísse essa etapa da minha vida.

A minha mãe, Raimunda e aos meus irmãos Philippe e Thabatta pela felicidade de tê-los
por perto, paciência e apoio.

Ao meu pai pela educação exemplar, mostrando-me o caminho a seguir.

A toda minha família por me acompanhar nessa caminhada e acreditar nessa minha
vitória.

Às minhas queridas amigas, Nicia, Priscila, Shirley e Tanielly, pelo apoio, carinho,
incentivo e amizade.

Ao meu namorado Cayo, pelo carinho e amor, além do apoio, me encorajando a seguir
em frente.

Aos meus amigos-engenheiros da UFS Carlos Augusto, Elson, Eduardo, João Paulo,
Luiza, Mayra, Renan, Renato Athayde, Renato Garcez, Suzana e Tiago Dósea.
Compartilhamos momentos de aflição, nervosismo e finalmente a alegria pelo resultado dos
nossos esforços.

A Construtora J Nunes pela oportunidade de aprendizado que se somou aos


conhecimentos teóricos.

Ao Meu Professor/Orientador Ricardo de Aragão, pelo apoio, dedicação e confiança em


mim depositada.

Aos Engº Marcos Paulo (Prefeitura do Campus) e Overlan (Centro de Meteorologia de


Sergipe) pelo apoio, possibilitando a conclusão deste trabalho.

A todos que me acompanharam nessa jornada, Muito Obrigada.


ii

Estudo de Viabilidade de Implantação de um Sistema de Aproveitamento de Águas Pluviais para uso não potável em
edificações da Universidade Federal de Sergipe

Autor: Lorena Grasielle Nascimento de Oliveira

Orientador: Prof. Ricardo de Aragão

Examinadores: Profª Luciana Coêlho Mendonça e Engº Marcos Paulo Barbosa

RESUMO

A falta de água toma, a cada dia, grandes proporções. Para enfrentá-la se faz necessário o seu
uso racional. Nesse contexto, surgem alternativas que visam o uso sustentável dos recursos
hídricos e o aproveitamento de água pluvial se enquadra nessas alternativas, pois permite que
haja uma significativa diminuição do uso de água potável para atividades que não necessitem
de tratamento. Além disso, esta alternativa leva a uma diminuição considerável do volume de
água que será destinada ao sistema de drenagem urbana. Portanto, o presente trabalho teve
como objetivo estudar a viabilidade de implantação de um sistema de aproveitamento de água
pluvial para fins não potáveis no Centro de Convivência, Departamento de Farmácia e Prédio
Multidepartamental, localizados na Universidade Federal de Sergipe.

Palavras-Chave: Aproveitamento, Águas Pluviais, Não Potáveis.


iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – O Ciclo hidrológico.............................................................................................. 04


Figura 2.2 – Toda a água do planeta......................................................................................... 05
Figura 2.3 – Água doce na Terra .............................................................................................. 05
Figura 2.4 – Água doce superficial de fácil acesso .................................................................. 06
Figura 2.5 – Construção Cisterna ............................................................................................. 10
Figura 2.6 – Colocaçação de Cisterna ...................................................................................... 10
Figura 2.7 – Cisterna rural circular.......................................................................................... 12
Figura 2.8 – Calha coberta por grade ....................................................................................... 13
Figura 3.1 – Precipitação média mensal de São Cristóvão....................................................... 19
Figura 3.2 – Caracterização da temperatura na cidade de São CristóvãoErro! Indicador não
definido.20
iv

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Coeficiente de runoff para diferentes materiais...............................................13


Tabela 3.1 – Temperatura normal para São Cristóvão .........................................................20
Tabela 4.1 - Dados pluviométricos da cidade de São Cristóvão ..........................................23
Tabela 4.2 - Diâmetro de barriletes em função da Vazão ....................................................25
Tabela 4.3 – Preços de tubulações utilizadas no sistema de recalque ..................................26
Tabela 5.1 – Área de captação para os prédios em estudo ...................................................28
Tabela 5.2 – Demanda diária de água do Centro de Convivência........................................28
Tabela 5.3 – Demanda diária de água do prédio multidepartamental ..................................29
Tabela 5.4 - Demanda diária de água do departamento de farmácia....................................29
Tabela 5.5 - Dimensionamento dos reservatórios – opção 1................................................31
Tabela 5.6 – Dimensionamento dos reservatórios – opção 2 ...............................................32
Tabela 5.7 – Diâmetro de barriletes em função da vazão.....................................................36
Tabela 5.8 – Orçamento dos reservatórios ...........................................................................37
Tabela 5.9 - Preço total de tubulações utilizadas no sistema de recalque ............................38
Tabela 5.10 - Gasto com o sistema de aproveitamento de água de chuva ...........................39
v

SUMÁRIO

RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
1 - INTRODUÇÃO.................................................................................. Erro! Indicador não definido.
1.1 - OBJETIVO GERAL ......................................................... Erro! Indicador não definido.
1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................ Erro! Indicador não definido.
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................................. 4
2.1 - Ciclo hidrológico ............................................................................. Erro! Indicador não definido.
2.2 Distribuição de água na Terra ........................................................... Erro! Indicador não definido.
2.3- A precipitação .................................................................... Erro! Indicador não definido.
2.4- A falta de água nas grandes cidades e os problemas advindos de sua escassez.......... Erro!
Indicador não definido.
2.5- Água de chuva: Alternativa para uso não potável.............. Erro! Indicador não definido.
2.6- Coleta de água de chuva nas regiões do Brasil .................. Erro! Indicador não definido.
2.7- Conservação de água em grandes cidades.......................... Erro! Indicador não definido.
2.8- Normas para aproveitamento de água de chuva................. Erro! Indicador não definido.
2.9- Aproveitamento de água de chuva no meio urbano e em áreas ruraisErro! Indicador não
definido.
2.10- Qualidade da água da chuva no meio urbano e rural ...................................................... 11
2.12 Legislação.......................................................................... Erro! Indicador não definido.
3 – ÁREA DE ESTUDO......................................................................... Erro! Indicador não definido.
3.1 As edificações alvo do presente trabalho ............................ Erro! Indicador não definido.
3.2 – Caracterização Climática de São Cristóvão...................... Erro! Indicador não definido.
4.0 – METODOLOGIA .......................................................................... Erro! Indicador não definido.
4.1 - Levantamento de Áreas de Contribuição para a Captação de Água de Chuva .......... Erro!
Indicador não definido.
4.2 – Caracterização da demanda de água................................. Erro! Indicador não definido.
4.3 – Reservatório de Auto-Limpeza......................................... Erro! Indicador não definido.
4.4 – Reservatórios de Armazenamento .................................... Erro! Indicador não definido.
4.5 – Conjunto Elevatório......................................................................................................... 23
4.6 - Análise de Viabilidade Econômica ................................... Erro! Indicador não definido.
vi

5.0 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................... Erro! Indicador não definido.


5.1 - Levantamento de Áreas de Contribuição para a Captação de Água de Chuva .......... Erro!
Indicador não definido.
5.2 – Caracterização da Demanda de Água.............................................................................. 28
5.3 – Reservatório de Auto-Limpeza........................................................................................ 30
5.4 – Reservatórios de Armazenamento .................................... Erro! Indicador não definido.
5.5 – Conjunto Elevatório.......................................................... Erro! Indicador não definido.
5.6 – Análise de Viabilidade Econômica .................................. Erro! Indicador não definido.
6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................................................................................ 41
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 42
ANEXO I :MAPA CAMPUS UFS SÃO CRISTÓVÃO....................................................................444
ANEXO II: PLANTA BAIXA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA E ARREDORES ................455
ANEXO III: PLANTA DE COBERTURA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA..........................466
ANEXO IV :PLANTA BAIXA CENTRO DE CONVIVÊNCIA PAVIMENTO INFERIOR.....477
ANEXO V :PLANTA BAIXA CENTRO DE CONVIVÊNCIA PAVIMENTO SUPERIOR.....488
ANEXO VI: PLANTA DE CORTES – CENTRO DE CONVIVÊNCIA .......................................499
ANEXO VII : PLANTA BAIXA DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA......................................... 50
ANEXO VIII: PLANTA BAIXA DO PRÉDIO MULTIDEPARTAMENTAL.............................511
1

1 - INTRODUÇÃO

Atualmente, a humanidade passa por uma crise de cunho ambiental que é a escassez de
água. Essa crise parece ter caráter incoerente, visto que o nosso planeta é bastante rico quando
se fala nesse recurso. Porém essa riqueza é mal distribuída, pois a maior parte da água do
planeta é salgada, imprópria para o consumo humano e seu tratamento para torná-la
disponível para tal consumo é muito caro.

Entretanto há fatores que tornam a quantidade disponível para consumo ainda menor, a
saber: urbanização, industrialização, poluição, aquecimento global, falta de consciência
ambiental e o consumo elevado devido ao crescimento populacional. Estes fatores têm
agredido, de forma irremediável, os recursos hídricos.

Ao passo que a população aumenta, a demanda por água potável também cresce, porém
a quantidade de água disponível para tal uso diminui, visto que a água utilizada volta para a
natureza em forma de esgoto, quase nunca tratado. Além disso, outros fatores para o uso
inadequado e desperdício poderão ser citados: a água é utilizada para um fim que não
necessita de tratamento; a disposição final dos esgotos e efluentes industriais sem qualquer
tipo de tratamento tem degradado a qualidade das águas. Nesse sentido, começa a haver uma
crescente preocupação com o futuro dos recursos hídricos, buscando alternativas para
minimizar as causas da sua falta, uma vez que a água vem se tornando um bem cada vez mais
escasso.

Com base no acima exposto, observa-se que novas técnicas de uso sustentável dos
recursos hídricos surgem para garantirem a sua utilização. Segundo TOMAZ (2006), o uso
racional da água já está sendo introduzido na América do Norte, Europa e Japão. As principais
medidas utilizadas atualmente são o uso de bacias sanitárias de baixo consumo, isto é, 6 litros
por descarga, torneiras e chuveiros mais eficientes quanto à economia da água, diminuição
das perdas de água dos sistemas públicos, reciclagem e reuso da água. Porém o emprego
destas novas tecnologias implica em investimentos, nem sempre disponíveis. Neste fim
existem outras tecnologias não convencionais e de certa maneira mais acessíveis do ponto de
vista econômico, tais como aproveitamento de águas pluviais.

Tal aproveitamento é uma alternativa de baixo custo e considerada bastante interessante,


pois além de ajudar a reduzir a utilização de água potável para uso em que não se necessite de
potabilidade, pondera a exploração dos aqüíferos bastantes degradados com a extração
2

exacerbada, também gera um alívio nas galerias pluviais, facilitando o escoamento da água
não captada, prevenindo assim diversos problemas ambientais, tais como, enchentes,
proliferação de doenças de veiculação hídrica e erosões.

Esta alternativa tem sido utilizada, principalmente, em regiões semi-áridas e áridas,


como é o caso do semi-árido brasileiro, que ainda utiliza essa técnica artesanalmente e para
consumos potáveis. Muitos países já utilizam essa fonte de água como uma alternativa para o
uso de água dos mananciais superficiais e subterrâneos. Nas cidades, as águas de chuva
geralmente são indicadas e utilizadas para descarga em bacias sanitárias, lavagem de veículos,
irrigação de jardins, limpeza de calçadas, pátios, ruas, espelhos d'água, dentre outros. Já para
consumo humano, as águas de chuva precisam passar por um tratamento adequado para serem
consideradas potáveis.

Nos dias de hoje, a legislação brasileira define a água pluvial como esgoto, pois passa
dos telhados para os pisos e, finalmente, para as bocas de lobo, aonde vai carreando todo tipo
de impurezas para um córrego que chega num rio e, que por sua vez, vai acabar suprindo uma
captação para Tratamento de Água Potável. Depois do início da chuva, somente as primeiras
águas carreiam impurezas (ácidos, fezes de animais, poeira, microorganismos, e outros
poluentes atmosféricos), sendo que, passado pouco tempo, a mesma já adquire características
de água destilada, que pode ser coletada em reservatórios fechados.

Sabe-se que a água está disponível na natureza, mas captar, tratar e distribuí-la, em
quantidade e qualidade para a população não é das tarefas mais fáceis. Logo, economizá-la,
utilizando forma racional é o melhor remédio para combater a crise por que passam os
recursos hídricos. Há diversas formas de fazê-lo, como, por exemplo, utilizar água de chuva
para consumo não potável.

Apesar de ser bastante atraente ambientalmente, a difusão dos sistemas de


aproveitamento de águas de chuva só será possível se for viável economicamente. O uso de
tecnologias apropriadas aliado à melhoria da eficiência do uso e controle da demanda
constitui, atualmente, a estratégia básica para a solução do problema da falta universal de
água. Este trabalho tem por objetivo avaliar de forma simplificada, a viabilidade do
aproveitamento de água de chuva para uso não potável nas dependências do Centro de
Convivência, prédio multidepartamental e departamento de farmácia localizados no Campu s
de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe.
3

1. 1.1 - OBJETIVO GERAL

Analisar de forma simplificada viabilidade de implantação do sistema de


aproveitamento de águas pluviais para uso não potável nas dependências do Centro de
Convivência, prédio multidepartamental e departamento de farmácia localizados no Campus
de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe - UFS.

2. 1.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Efetuar uma revisão bibliográfica sobre aproveitamento de águas pluviais;

Coletar dados junto à prefeitura do campus da Universidade Federal de Sergipe - UFS


sobre as obras civis do Centro de Vivência;

Dimensionar o volume do reservatório

Verificar o tipo de fornecimento de água para os sanitários e torneiras dos sanitários.

Verificar alternativas para o uso de água da chuva

Caracterizar a área de estudo quanto ao volume disponível e o necessário para atender


aas necessidades dos locais em estudo

Observar a viabilidade técnica e econômica de implantação do sistema


4

2.0- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3. 2.1 - Ciclo hidrológico

Segundo TUCCI (2007), o ciclo hidrológico é o fenômeno de circulação fechada da


água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia
solar associada à gravidade e à rotação terrestre. Como o próprio nome já diz, o movimento
de águas no planeta ocorre de forma cíclica. Dessa forma, o volume total de água na Terra
mantém-se constante, variando ao longo do tempo a sua distribuição por fases. A água passa
da superfície terrestre para a atmosfera, como vapor, e voltam para superfície nas formas
líquidas, através da chuva e sólidas, como neve e granizo. O ciclo hidrológico (Figura 01)
ocorre da seguinte forma:

Primeiramente ocorrem as precipitações, vapores de água condensados, que caem sobre


a superfície (chuva, neve ou granizo), sendo que uma parte delas é interceptada pelas
superfícies das plantas. Em seguida ocorre à infiltração, a água penetra no solo para assim
reabastecer os aqüíferos. Porém, há uma parte da água que não infiltra, favorecendo ao
escoamento superficial e à evaporação, momento em que a água volta à atmosfera sob a forma
de vapor. Ocorre também a transpiração que é a forma como a água existente nos organismos
passa para a atmosfera. Se esses organismos forem as plantas, esse fenômeno é chamado de
evapotranspiração.

Figura 2.1 – O ciclo hidrológico


Fonte: SILVEIRA (2008).
5

2.2 Distribuição de água na Terra

A água distribui-se, no planeta, de forma irregular. Fato que podemos verificar através
das características e da quantidade de água por região. No mundo existem locais que têm
muita água, como o Brasil e locais em que a água está cada vez mais escassa, como é o caso
dos grandes desertos. MAY (2004), Apesar de termos cerca de 70% da superfície da Terra
cobertos por esse líquido, 97,5 % encontram-se nos oceanos e cerca de 2,5% são de água
doce. Do percentual de água doce, a maior parte encontra-se sob a forma de gelo (68,9 %),
uma parte é subterrânea (29,9%), 0,9% são representados pela biosfera e atmosfera em forma
de vapor e 0,3%, são de lagos e rios. Fica bem claro que a quantidade de recursos hídricos
acessível ao consumo humano é uma fração muito pequena do capital hidrológico. As Figuras
2.2, 2.3 e 2.4 mostram claramente essa distribuição da água no planeta Terra.

Figura 2.2: Toda a água do planeta


Fonte: Atlas do meio ambiente/WWF. Gráfico (Priscila B. A. Andreghetto)

Figura 2.3: Água doce na Terra


Fonte: Atlas do meio ambiente/WWF. Gráfico (Priscila B. A. Andreghetto)
6

Figura 2.4: Água doce superficial de fácil acesso


Fonte: Atlas do meio ambiente/WWF. Gráfico (Priscila B. A. Andreghetto)

2.3- A precipitação

A precipitação é entendida em hidrologia, como toda água proveniente do meio


atmosférico que atinge a superfície terrestre. Neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada
e neves são formas diferenciadas de precipitações. O que as diferencia é o estado em que a
água se encontra. As principais características das precipitações são altura pluviométrica,
duração, intensidade e frequência de probabilidade (tempo de recorrência). As chuvas podem
ser de três tipos (TUCCI, 2007):

Convectivas ou de convecção: Desenvolvem-se quando a temperatura está elevada e há


uma grande evaporação, o vento vertical leva o vapor para as altitudes ocasionando o
resfriamento, assim produz a precipitação ou chuva. São as conhecidas chuvas torrenciais que
são abundantes e de curta duração. São as típicas chuvas de verão. Podem produzir ventos
locais e muitos raios.

Orográficas ou de relevo: Ocorrem quando as massas de ar úmidas são impedidas de


seguir seu trajeto pelos elementos do relevo, como uma montanha. Dessa forma, as nuvens
ganham altitude e se agrupam originando a precipitação.

Ciclônicas ou frontais: São resultantes do encontro de massas de ar de diferentes


características (umidade e temperatura). Geralmente ocorrem no encontro de massa de ar
quente e massa de ar frio. É uma chuva de menor intensidade, com pingos menores, e de
longa duração. Pode ocorrer por vários dias, apresentando pausas e chuviscos entre fases mais
intensas.
7

2.4- A falta de água nas grandes cidades e os problemas advindos de sua escassez

A água é necessária para execução de diversas atividades, tais como:

 Abastecimento doméstico e industrial;

 Irrigação;

 Preservação da flora e fauna;

 Recreação e lazer;

 Geração de energia elétrica;

 Navegação;

 Diluição de despejos.

Portanto, é de senso comum que a água é um insumo de valor essencial para a


existência da vida na Terra. No entanto, o homem, em suas diversas ações, afeta de forma
irremediável a natureza e consequentemente a renovação natural dos recursos hídricos. Em
muitas regiões do planeta, por exemplo, a água vem sendo consumida em ritmo mais rápido
do que pode ser renovada. É por causa desse uso irracional da água que a humanidade
enfrenta graves problemas relacionados à sua escassez. Dentre as principais conseqüências
desse mau uso, estão:

 Desnutrição, principalmente em crianças;

 Perda de espécies da fauna e da flora;

 Poluição dos vários ecossistemas;

 Racionamento - Sistema adotado por algumas empresas de saneamento para


suprir a demanda e abastecer as cidades.

Até meados do século passado não se tinha a preocupação com a escassez da água,
utilizando-a de forma irracional. Nos dias de hoje, entretanto, grande parte da população já
tem uma consciência ambiental de que os recursos hídricos necessitam de atenção e de
alternativas para uma utilização sustentável, evitando assim o desperdício.

As grandes cidades do nosso país enfrentam hoje, constantes ameaças de racionamento


de água. Com o crescimento populacional, surgem dois graves problemas: poluição e
consumo. A poluição é determinada pelo lançamento de esgotos domésticos e despejos
8

industriais nos mananciais. Sabe-se que em regiões pobres, normalmente situadas na periferia
das grandes cidades, os esgotos sanitários e o lixo doméstico, sem qualquer tratamento, são
diretamente lançados em águas.

Por outro lado, à medida que a população cresce a demanda por água potável também
ganha grandes proporções. Porém esse bem está cada vez mais escasso. Até mesmo países que
tem grande disponibilidade desse recurso sofrem com a falta d’água. O maior exemplo é o
Brasil, que possui em seu território a maior reserva mundial de água de água doce, rio
Amazonas e, no entanto também passa por essa crise.

Há diversos meios de prevenir tal crise. Abaixo se encontram listadas algumas maneiras
de prevenção de caráter importante:

 Utilizar a água de forma racional, economizando-a;

 Fazer um tratamento adequado dos esgotos domésticos e industriais;

 Tratamento dos poluentes industriais para que possam ser reutilizados;

 Elaboração de projetos de irrigação para evitar o consumo exagerado e


conseqüentemente o desperdício;

 Proteção dos mananciais das regiões de nascentes dos rios.

2.5- Água de chuva: Alternativa para uso não potável

Durante séculos, em diversos locais do mundo, as pessoas utilizaram a água de chuva


para uso doméstico, irrigação, criação de animais e outras finalidades. Centenas de anos A.C,
a coleta de água de chuva já era uma técnica comum em todo o Mediterrâneo e o Oriente
Médio, sendo usada pela população local. A água era coletada dos telhados e outras
superfícies impermeáveis e armazenadas em reservatórios enterrados (cisternas), na forma de
cúpulas de alvenaria (SMET E MORIARTY, 2001).

Para amenizar a crise por que passam os recursos hídricos, as águas de chuva podem ser
destinadas para usos não potáveis. Aproveitá-las para lavagem de carro e calçadas, descargas
de banheiros, irrigação, reduz a utilização de água tratada para usos em que não é necessário
potabilidade.

Tal aproveitamento é uma alternativa de baixo custo e considerada bastante interessante,


9

pois além de ajudar a reduzir a utilização de água potável para uso em que não se necessite de
potabilidade, pondera a exploração dos aqüíferos bastantes degradados com a extração
excessiva e também gera um alívio nas galerias pluviais, facilitando o escoamento da água
não captada, prevenindo assim diversos problemas ambientais, tais como, enchentes,
proliferação de doenças de veiculação hídrica e erosões.

2.6- Coleta de água de chuva nas regiões do Brasil

Antigamente, o armazenamento de água de chuva era uma forma de prevenção para


uma possível falta, porém com a escassez desse bem tal medida já se faz necessária. Por isso,
muitos países, inclusive o Brasil, aproveitam água de chuva para uso não potável, tais como,
lavagem de calçadas e carros, descarga em sanitários e rega de jardim.

Aqui no Brasil, um caso em destaque é o Shopping Aricanduva (São Paulo/SP) que tem
62 mil m² de telhado, e em uma chuva forte, chega a armazenar 7 mil m³ de água. Também já
existem postos de gasolina e escolas adotando o aproveitamento da água das chuvas, para
lavagem de carros e para descarga nos banheiros. Assim como em São Paulo, em
Florianópolis (SC) já há projetos de lei para tornar obrigatório o aproveitamento das águas de
chuva em edifícios.

O semi-árido brasileiro, que inclui o Nordeste e o norte de Minas Gerais, também faz
uso das águas pluviais para superar a falta de água no semi-árido nordestino. A ASA
(Articulação no Semi-árido) coordena, desde julho de 2003, o Programa de Formação e
Mobilização Social para a Convivência com o Semi-Árido: um Milhão de Cisternas Rurais –
P1MC. É um vasto programa de construção de 1 milhão de cisternas para captação de água de
chuva. Estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas serão beneficiadas. O Programa favorece
a nove estados: BA, MG, PI, RN, AL, SE, CE, PE e PB e visa construir uma cisterna (Figura
5) para cada família. A cisterna, com capacidade de 16 mil litros de água, armazena águas de
chuva que cai sobre os telhados das casas e são captadas pelas calhas instaladas nos telhados.
Além de amenizar o problema da escassez de água, o Programa ainda gera empregos, visto
que a cisterna é construída por pedreiros da região, formados e capacitados pelo P1MC. A
água da cisterna dura em torno de oito meses se for utilizada de forma adequada. De acordo
com a ASA, até 28/04/2009, 254.200 cisternas já formam construídas e 5.425 pedreiros foram
recapacitados.
10

Figura 2.5: Construção Cisterna


Fonte: EVANILZAONLINE (2006)

Figura 2.6: Colocação de Cisterna


Fonte: EVANILZAONLINE, 2006.

2.7- Conservação de água em grandes cidades

Segundo TOMAZ (2006), a conservação da água é nada mais que um conjunto de


práticas que visam:

 Reduzir a demanda;

 Melhorar o uso da água, diminuindo as perdas e desperdícios da mesma;

 Implantar práticas agrícolas para economizar a água;

 Benefícios advindos com a conservação da água;


11

 Economia de energia elétrica;

 Redução de esgotos sanitários;

 Proteção do meio ambiente nos reservatórios de água e nos mananciais subterrâneos.

2.8- Normas para aproveitamento de água de chuva

A Associação Brasileira de Normas Técnicas, preocupada com a questão da água no


nosso planeta, criou a norma NBR 15527, 2207 que fornece requisitos para aproveitamento de
água de chuva de coberturas para fins não potáveis.

Tal norma se aplica a usos não potáveis em que as águas pluviais podem ser
aproveitadas em descargas, lavagem de veículos, calçadas e ruas, limpeza de pátios, espelhos
de água, bacias sanitárias e usos industriais.

2.9- Aproveitamento de água de chuva no meio urbano e em áreas rurais

A água de chuva supre diferentes necessidades no meio urbano e no meio rural. No


urbano, o aproveitamento de água de chuva tem a finalidade de utilizar a água da forma mais
racional possível, diminuindo assim a utilização da água potável, utilizando a água de chuva
para descarga em bacias sanitárias, lavagem de automóveis, calçadas e pátios, rega de plantas,
reservas de incêndio, enfim, uso não potável.

Já no meio rural, a água da chuva é utilizada para consumo humano, inclusive para
beber, uso doméstico e cozimento de alimentos, quase sempre sem tratamento. Enfim,
geralmente supri as necessidades das famílias sofridas com a seca. Além disso, as águas
pluviais são utilizadas, no campo, para irrigação de culturas.

2.10- Qualidade da água da chuva no meio urbano e rural

Assim como a utilização, a qualidade da água de chuva no meio urbano difere daquela
do meio rural. No meio rural, onde, teoricamente, há menos poluição atmosférica que no meio
urbano, as águas de chuva tendem a ser mais limpas e livres de elementos poluentes.

Segundo ANDRADE NETO (2000), na maioria dos locais do mundo, especialmente em


12

áreas rurais e em pequenas cidades, os níveis de poluição e contaminação da atmosfera são


baixos e não atingem concentrações capazes de comprometer significativamente a qualidade
da água das chuvas, que é geralmente a água natural disponível de melhor qualidade.
Cisternas rurais para abastecimento humano não são utilizadas apenas no Brasil. Na China,
por exemplo, tem mais de 5 milhões de cisternas construídas nos últimos anos. Na Figura 2.7
é mostrado o tipo de cisterna mais utilizada no Brasil.

Figura 2.7: Cisterna rural circular


Fonte: RODRIGUES, Lindomar, 2008.

2.11-Implantação e Manutenção do Sistema de aproveitamento de água de chuva


O sistema de captação de água de chuva ocorre da seguinte forma: as águas da chuva
caem nos telhados e em seguida, esse volume é transportado para um reservatório de limpeza,
através de calha e da tubulação condutora. Nesse reservatório é feita a filtração da água,
deixando passar para o próximo reservatório, apenas a água livre de grandes impurezas. Por
fim, a água é armazenada num reservatório que poderá ser apoiado, enterrado ou elevado.

O sistema de coleta e aproveitamento de água de chuva é formado por área de coleta,


condutores, armazenamento e tratamento (MAY, 2004). Abaixo segue, de forma detalhada,
cada etapa desse processo:

Captação: O volume de água a ser armazenado depende da área de captação, da


precipitação e do material da superfície coletora.

Área de captação: área do telhado da edificação.


13

Abaixo, na Tabela 01 são mostrados os coeficientes de escoamento superficial (


coeficiente de Runoff) para diferentes superfícies coletoras:

Coeficiente de escoamento superficial: razão entre o volume de água escoado


superficialmente e o volume de água precipitado.

Área de captação: área do telhado da edificação.

Abaixo, na Tabela 01 são mostrados os coeficientes de escoamento superficial (


coeficiente de Runoff) para diferentes superfícies coletoras:

Coeficiente de escoamento superficial: razão entre o volume de água escoado


superficialmente e o volume de água precipitado.

Tabela 2.1 - Coeficientes de runoff para diferentes materiais

MATERIAL COEFICIENTE DE RUNOFF


Telhas cerâmicas 0,80 a 0,90
Telhas esmaltadas 0.90 a 0.95
Telhas corrugadas de metal 0,80 a 0,90
Cimento amianto 0,80 a 0,90
Plástico, PVC 0,90 a 0,95
Fonte: BOTELHO e RIBEIRO JUNIOR (1998)

Para reter impurezas, evitando assim o entupimento da tubulação, é necessário pôr uma
grade sobre a calha (Figura 2.8).

Figura 2.8: Calha coberta por grade.


Fonte: Waterfall (2002)
Condutores: Composto pela tubulação que transporta a água da chuva captada pelos
14

telhados e calhas para o reservatório.

Armazenamento: Formado por reservatórios que tem a função de armazenar a água da


chuva. Para o dimensionamento do reservatório é preciso conhecer a precipitação local, a
demanda e a área de captação.

Tratamento: O tratamento a ser utilizado depende da finalidade da água captada. Quanto


maior for a exigência de qualidade da água, técnicas mais aprimoradas devem ser utilizadas.
Para uso não potável, a depender da qualidade da água de chuva, pode-se fazer um tratamento
simples que é composto de sedimentação natural, filtração simples e cloração.

Quando se faz a captação de água de chuva, para qualquer fim, é necessário tomar
algumas precauções:

 O reservatório deve ser instalado em área ventilada e acessível, mantendo-se um


espaço ao seu redor a fim de permitir a limpeza e manutenção;

 Deve-se evitar a entrada de luz do sol no reservatório a fim de impedir a


proliferação de microorganismos;

 A tampa de inspeção deve permanecer fechada;

 Para evitar que pequenos animais entrem no reservatório, deve-se pôr uma grade
na saída do extravasor;

 Limpeza do(s) reservatório(s) pelo menos uma vez por ano;

 É necessário que o reservatório possua certa inclinação para facilitar a


manutenção e limpeza do mesmo;

 Localizar o reservatório, preferencialmente, próximo ao tubo de queda de águas


pluviais;

 Destinar a água armazenada somente para usos não potáveis;

 Numa estiagem prolongada, deve-se reabastecer o reservatório de água de chuva


com água potável, para garantir o consumo;

 Descarte das primeiras águas, pois estas carreiam impurezas, fezes de animais e
poluentes tóxicos, que ficam sobre os telhados;

 Em caso de interligação dos reservatórios de água de chuva e potável, deverão


ser tomadas as devidas precauções para que a água de chuva não contamine a
15

água potável;

 A entrada de água potável no reservatório de água de chuva deverá estar acima


da entrada de água de chuva para não retornar água de chuva ao reservatório de
água potável;

 Para realçar o uso não potável, deve-se colocar a tubulação de água de chuva de
uma cor distinta à cor de tubulação de uso potável;

 Deverão existir avisos indicando que a água é para uso não potável;

2.12 Legislação

Dada a importância do assunto e o impacto que o volume em demasia de água de chuva


pode causar alguns Estados brasileiros já transformaram em lei a questão do aproveitamento
de águas pluviais. O Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná são exemplos disso.

Rio de Janeiro

Segundo a ALERJ (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro), no Rio de Janeiro, foi


aprovada a Lei Estadual 4.939, sancionada em 16 de setembro de 2004. Tal lei dispõe sobre a
obrigatoriedade das empresas projetistas e de construção civil a prover os imóveis residenciais
e comerciais de dispositivo para captação de águas de chuva. Seu conteúdo diz que
empreendimentos residenciais com mais de 50 famílias e comerciais com mais de 50 m² de
área construída estão obrigados a instalar dispositivo para captação da água da chuva. O
equipamento deve captar água que pode ser utilizada na lavagem de prédios, carros, para rega
de jardins e abastecimento de banheiros.

São Paulo

O código sanitário de São Paulo determina que não deve haver contato do sistema de
água potável e não potável como também o fato da disposição de água de chuva na rede de
esgoto sanitário. A lei 13.276 de janeiro de 2002, obriga a execução de reservatório para
coleta de águas de chuva provenientes de telhados e pavimentos, que estejam em locais com
área impermeabilizada superior a 500m². O principal objetivo da captação de águas de chuva,
no estado de São Paulo, é minimizar as enchentes.
16

Curitiba

A Câmara municipal de Curitiba, capital do estado do Paraná, sancionou a lei nº 10.785


de 18 de setembro de 2003. Dentre as ações de conservação, uso racional e de conservação da
água nas edificações, serão utilizados aparelhos e dispositivos para economizar água, tais
como:

a) bacias sanitárias de volume reduzido de descarga;

b) chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga;

c) torneiras dotadas de arejadores.

A água das chuvas será captada na cobertura das edificações e encaminhada a uma
cisterna ou tanque, para ser utilizada em atividades que não requeiram o uso de água tratada,
proveniente da rede pública de abastecimento, tais como: rega de jardins e hortas, lavagem de
roupa, lavagem de veículos, lavagem de vidros, calçadas e pisos.
17

3 – ÁREA DE ESTUDO

Atualmente, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) possui três Campi, localizados


nos municípios de Itabaiana, Laranjeiras e São Cristóvão (campus principal) e em breve terá
mais um em Lagarto.

Devido ao aumento de vagas, a UFS passa por um processo de expansão e está


crescendo de forma significativa para atender aos alunos, professores e frequentadores. Este
crescimento consiste, dentre outras coisas, na construção de edificações destinadas a sala de
aula, departamentos, laboratórios, um centro de convivência, dentre outros.

O campus de São Cristóvão (onde está inserido o local de estudo) conta, atualmente,
com os seguintes centros:

CCET - Centro de Ciências Exatas e Tecnologia

CCBS - Cento de Ciências Biológicas e Saúde

CCSA - Centro de Ciências Sociais Aplicadas

CECH - Centro de Educação e Ciências Humanas

Centro de Educação Superior a Distância

Centro de Inovação e Tecnologia

3.1 As edificações alvo do presente trabalho

O presente trabalho foi desenvolvido tomando-se como base as edificações assim


denominadas: Centro de Convivência, prédio Multidepartamental e Departamento de
Farmácia. Estas edificações estão localizadas no campus de São Cristóvão (campus principal).
O foco principal é um estudo de caso através do aproveitamento de água de chuva proveniente
da cobertura destas edificações, para ser utilizadas, inicialmente, em usos que não necessitem
de água potável, como descarga de vasos sanitários, jardinagem, lavagem de pisos, dentre
outros.

O Centro de Convivência, que tem uma área de cerca de 4000 m2, foi planejado para ser
um centro de convergência de toda a população do campus, quer seja nos momentos de lazer,
como calouradas, apresentações de bandas e grupos folclóricos, comemorações e shows, quer
18

seja como um centro de conveniência. Neste centro poderão ser encontrados academia,
agência bancária, lojas variadas, palco com camarins, restaurantes, salas para comércio,
lanchonetes, dentre outros ambientes.

Devido à expansão da universidade, diversos cursos foram criados e surgiu a


necessidade de prover espaço físico para estes cursos. Neste sentido foi criado o prédio Multi-
departamental com cerca de 1400 m2, que foi projetado para abrigar os departamentos de
Geologia, Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção. Esta edificação é composta,
basicamente, de laboratórios, salas de professores, grupos de pesquisas e coordenação de pós-
graduação.

Por outro lado, dadas as especificidades da área da saúde e a necessidade de espaço


físico para laboratórios, salas de aulas, dentre outros, o Departamento de Farmácia será
deslocado da sua atual localização, no CCBS, para uma área de aproximadamente 1100 m2,
que, juntamente com o prédio multi-departamental, ficará ao redor do Centro de Convivência.

Dada a concepção destas edificações, um grande volume de água será utilizado


diariamente, principalmente nos sanitários e para a jardinagem. Este recurso virá da rede de
distribuição de água ou de poços tubulares perfurados na área do campus. A utilização da
primeira opção implica em desperdiço de água tratada e a segunda opção implica em super
utilização da água subterrânea, o que poderá levar, caso não seja bem observado, ao
rebaixamento do lençol e até mesmo a subsidência do terreno.

3.2 – Caracterização Climática de São Cristóvão

Clima e Precipitações

O Clima da área é do tipo Megatérmico úmido a Sub-úmido com moderada deficiência


de verão (classificação de Kropen). O seu regime pluviométrico é do tipo marítimo,
caracterizado por:

 Período seco de primavera a verão, correspondente aos meses de setembro a fevereiro,


onde as precipitações oscilam em média, entre 83 mm (setembro) e 79 mm (fevereiro).

 Período chuvoso de outono a inverno, correspondente aos meses de março a agosto,


onde as precipitações oscilam em média entre 101 mm (março) e 128 mm(agosto).
19

Os dados de precipitação utilizados no trabalho são oriundos do Centro de Meteorologia


de Sergipe – CEMESE que forneceu uma série de precipitação abrangendo dados diários do
período de 1963 a 2007. A Figura 3.1 traz um gráfico da precipitação média mensal do
município de São Cristóvão. Através da Figura 3.1 pode-se constatar que: o mês mais
chuvoso é Maio com precipitação medial mensal de 232 mm, a média anual é de 1500 mm, os
meses mais chuvosos estão compreendidos entre março e agosto.

240
232
230
220 221
220
211
210
200
190
180
170
160
Precipitação média (mm)

150
140
130 128
120
110
101
100
90 83
80 79
70
62
60
50 49
44
40
30
20
10
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mes

Figura 3.1 - Precipitação média mensal da cidade de São Cristóvão (1963-2007)


Fonte: CEMESE – Centro de Meteorologia de Sergipe

Umidade Relativa do Ar

A umidade relativa do ar apresenta uma variação de 78,0% a 82,5 % e uma média anual
de 80,5 %, o que evidencia uma presença de grande concentração de umidade relativa na
atmosfera ao longo do ano.

Temperaturas

Devido à influência intertropical da área, as temperaturas médias compensadas anuais


oscilam entre 23,5ºC e 28,8ºC. A amplitude térmica anual fica em torno de 5,3º C. A Tabela
3.2 mostra a oscilação da temperatura na Cidade de São Cristóvão.

Na Figura 3.2, é possível observar que a temperatura máxima ocorre no mês de março e
dezembro, com 30,8 °C, a menor temperatura é observada no mês de agosto 19,9º C que
marca o final do período chuvoso.
20

Tabela 3.1 – Temperatura normal para São Cristóvão


Temperatura Temperatura Temperatura
Mês Mínima Média Máxima
Janeiro 23,0 26,7 29,9
Fevereiro 23,0 26,6 29,1
Março 22,6 26,8 30,8
Abril 22,8 28,8 29,2
Maio 22,1 25,7 28,8
Junho 21,3 25,3 27,7
Julho 20,5 23,6 26,9
Agosto 19,9 23,5 27,2
Setembro 21,0 24,2 28
Outubro 21,8 25,3 29,3
Novembro 22,5 25,9 30,4
Dezembro 22,8 26,3 30,8
Anual 21,9 25,5 28,0
Fonte: CEMESE – Centro de Meteorologia de Sergipe

35,0

30,0

25,0 Média
Temp (°C)

20,0 Máxima
15,0
Mínima
10,0

5,0

0,0
Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro
Meses

Figura 3.2: Caracterização da temperatura na cidade de São Cristóvão


Fonte: CEMESE – Centro de Meteorologia de Sergipe
21

4.0 – METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos propostos, uma série de ações tiveram de ser executadas
dentre elas as seguintes:

 Levantamento das áreas de contribuição para a captação de água de chuva através de


plantas de cobertura dos locais em estudo;

 Levantamento das áreas dos ambientes em estudo, para posterior estimativa da


demanda através das plantas baixas;

 Estimativa da quantidade de água a ser consumida pelos três prédios através da


demanda por m2;

 Dimensionamento do sistema;

 Comparação de custo/benefício.

4.1 - Levantamento de Áreas de Contribuição para a Captação de Água de Chuva

Foi necessário um conhecimento detalhado das edificações que utilizarão a água de


chuva, bem como aquelas cuja coberta servirá de área de captação. Para tanto, foram obtidas
as plantas baixas e de elevação do campus e das edificações que compõe o centro de
convivência e seus arredores, alvos deste trabalho.

4.2 – Caracterização da demanda de água

Para a estimativa da demanda de água no local de estudo, fez- se o levantamento dos


ambientes que compõem as edificações e suas respectivas áreas. A partir desta informação e
com base no trabalho de Tomaz (2000) foi levantado para cada m2 de cada ambiente o
consumo a ele relacionado.

Para tanto, foram necessárias as seguintes etapas: estimativa do consumo de água,


análise do volume gerado pela precipitação média local, dimensionamento dos reservatórios
(superior e inferior), barriletes, tubulação de recalque e sucção e potência da bomba

Fazem parte do centro de convivência os seguintes ambientes: praça de multi-eventos,


restaurante, praça de alimentação e cozinha, lojas, jardim, palco e camarins, agência bancária,
22

salas, academia e mezanino.

Já o prédio multi-departamental é composto dos seguintes ambientes: laboratórios,


coordenação, recepção, laboratório informática, grupo pesquisa, secretaria, empresa júnior,
jardim, salas, coordenação pós-graduação, salas professores, circulação, almoxarifado, hall.

Em se tratando do departamento de farmácia, foram levantados os seguintes ambientes:


laboratórios, salas professores, salas, salas de aula, escritório, secretaria, pós-
graduação/secretaria, circulações, escritórios, jardim, sala de equipamentos, anfiteatro,
almoxarifado, produtos químicos.

4.3 – Reservatório de Auto-Limpeza

A água da chuva é considerada a mais limpa dentre as disponíveis para uso direto.
Entretanto, quando entra em contato com a superfície de captação, pode contaminar-se com
poeiras, fezes de animais que estão sobre o telhado. Dessa forma, é necessário descartar as
primeiras águas que carreiam as impurezas. (Alves, Santos e Zanela, 2008) Segundo
pesquisas realizadas no âmbito do Prosab (Programa de Pesquisa em Saneamento Básico), o
volume de água a ser descartado corresponde ao escoamento do primeiro milímetro de
precipitação, ou seja, 1 L para cada m2 de telhado.

– Reservatórios de Armazenamento

Neste trabalho o dimensionamento do reservatório de armazenamento foi determinado


pelo método de Rippl (DIAS, 2007; TOMAZ, 2003). Segundo Tomaz (2003), este método
regula a vazão no reservatório permitindo a garantia de abastecimento contínuo em qualquer
período, seja chuvoso ou não.

Para o cálculo do volume máximo captado, foram utilizados dados pluviométricos


médios mensais da cidade de São Cristóvão, fornecidos pelo Centro de Meteorologia de
Sergipe - CEMESE, cuja série compreende o intervalo entre os anos de 1963 a 2007 (Tabela
4.1). Com os dados pluviométricos, calculou-se a precipitação média mensal que, junto à área
de captação e a quantidade de dias de consumo, são os elementos essenciais para o
dimensionamento dos reservatórios.
23

Tabela 4.1 - Dados Pluviométricos da Cidade de São Cristóvão


Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
1963 10,0 62,2 140,6 231,8 66,4 176,7 8,9 7,2 81,0 8,0 9,0 72,0 873,8
1964 65,0 126,0 20,0 53,8 45,3 15,2 218,0 153,8 168,1 43,2 98,1 63,4 1069,9
1965 164,6 20,0 42,5 112,9 67,2 120,2 163,5 179,0 67,4 24,7 6,1 7,0 975,1
1966 39,6 170,5 139,2 498,9 465,9 200,6 372,0 173,2 76,2 20,0 64,9 1,3 2222,3
1967 23,2 63,2 87,3 275,4 369,1 406,3 168,6 64,6 48,8 13,4 10,2 100,2 1630,3
1968 77,9 56,8 204,4 114,2 381,9 160,6 115,3 44,7 9,7 10,5 33,2 11,0 1220,2
1969 26,9 99,6 182,9 219,1 322,1 235,6 281,5 26,8 17,9 13,2 2,0 98,8 1526,4
1970 40,2 40,0 123,8 38,2 96,3 102,5 179,2 159,1 41,2 25,3 6,7 14,4 866,9
1972 54,4 57,0 33,9 41,0 155,5 236,5 106,2 103,8 19,7 18,0 0,0 73,3 899,3
1973 25,5 35,3 20,5 366,0 105,3 272,3 307,4 60,7 171,7 170,4 21,3 6,5 1562,9
1974 180,3 92,4 137,7 217,9 372,1 152,5 146,9 125,3 119,6 7,8 86,8 4,4 1643,7
1975 40,1 11,6 113,7 269,1 258,5 307,9 303,1 100,9 103,1 0,2 9,6 73,5 1591,3
1976 13,3 51,0 140,4 204,4 66,8 99,2 73,6 86,8 27,0 221,5 60,2 36,4 1080,6
1977 64,3 83,3 38,4 215,7 305,3 64,0 122,1 52,2 37,1 85,7 27,0 58,7 1153,8
1978 5,3 134,6 115,8 226,4 262,8 108,3 364,2 153,4 96,8 3,2 34,1 81,1 1586,0
1979 15,8 70,7 188,1 484,0 158,0 295,7 193,8 104,2 146,5 33,5 169,6 8,6 1868,5
1980 86,6 283,2 110,3 33,3 156,0 278,5 202,1 55,3 71,9 74,6 76,0 6,9 1434,7
1981 111,6 37,3 191,3 243,2 80,9 138,3 138,1 112,1 43,0 9,8 47,5 53,9 1207,0
1982 80,8 97,6 20,0 299,8 226,6 264,8 185,4 157,4 129,9 57,4 8,8 48,0 1576,5
1983 11,4 198,8 78,1 159,8 66,9 120,9 180,1 170,0 21,5 97,7 37,0 51,0 1193,2
1984 19,4 24,1 162,5 396,6 250,8 146,7 119,2 126,3 177,9 77,9 32,1 35,9 1569,4
1985 29,4 111,7 184,0 331,3 264,8 322,1 301,4 164,6 146,7 7,0 32,0 5,2 1900,2
1986 37,6 81,0 125,8 186,8 338,0 131,5 166,2 135,7 156,3 200,9 68,8 48,4 1677,0
1987 107,6 74,8 137,8 95,3 142,7 248,2 232,6 168,4 31,0 4,8 25,8 5,4 1274,4
1990 80,2 30,8 67,2 236,4 161,4 168,9 244,6 231,4 104,6 150,2 57,4 63,0 1596,1
1991 32,7 10,2 94,3 193,0 431,0 308,0 111,0 171,5 26,0 9,5 13,0 13,7 1413,9
1992 175,0 119,5 167,5 160,0 304,0 305,5 289,7 100,0 122,5 23,0 109,0 120,0 1995,7
1993 9,0 0,0 5,0 60,5 138,5 227,0 102,5 79,5 41,2 178,4 75,0 38,0 954,6
1994 61,0 155,0 15,0 45,3 28,0 231,0 341,2 195,2 150,0 75,0 0,0 55,0 1351,7
1995 40,5 32,5 39,0 185,7 189,5 254,5 191,5 82,5 24,0 0,0 111,0 0,0 1150,7
1996 0,0 34,5 119,5 267,5 312,5 221,0 123,5 207,5 43,5 43,0 145,0 20,5 1538,0
1997 5,5 62,0 107,5 219,5 406,0 245,0 86,0 122,5 7,0 0,0 0,0 22,5 1283,5
1998 38,5 0,0 70,5 70,0 296,5 541,0 268,0 170,5 59,0 16,5 0,0 11,0 1541,5
1999 44,6 12,6 35,0 311,4 142,9 362,3 197,5 272,5 95,0 199,5 179,5 20,0 1872,8
2000 320,0 274,0 147,5 618,0 112,0 273,5 114,5 97,5 110,5 12,6 17,0 5,1 2102,2
2001 50,0 124,0 51,6 258,5 165,5 311,5 350,5 205,0 93,0 100,0 50,0 75,9 1835,5
2002 395,9 136,0 0,0 120,2 339,5 135,0 259,3 59,0 44,8 10,5 17,4 10,0 1527,6
2003 45,8 73,5 119,7 78,3 248,8 150,5 145,0 114,4 66,5 179,9 127,6 19,4 1369,4
2004 234,2 71,7 68,4 132,2 170,0 134,7 303,8 111,5 108,5 7,4 10,7 0,0 1353,1
2005 67,9 23,9 110,2 210,4 209,9 172,4 302,1 192,4 32,1 23,5 1,7 30,2 1376,7
2006 52,5 16,6 77,6 275,3 280,1 365,3 365,6 112,4 115,5 169,4 90,2 0,8 1921,3
2007 30,2 161,9 166,8 266,6 361,3 111,9 230,9 169,3 94,8 64,6 13,2 42,9 1714,4
Média mensal 70,1 78,9 101,2 219,5 232,2 221,5 211,1 128,1 83,4 62,3 48,8 44,4 1501,4
Fonte: Centro de Meteorologia de Sergipe
24

4.5 – Conjunto Elevatório

Vazão

Supondo que a bomba funcione 5h/dia, a vazão que a mesma irá recalcar para o
reservatório superior será de:

CD
Q=
t

Em que:

 Q – Vazão (L/s);

 CD - Consumo diário (L);

 t – tempo de funcionamento da bomba (h)*;

 Para a vazão sair em L/s multiplicou o tempo por 3600.

Tubulação de recalque

Chama-se recalque, a tubulação que vai da bomba ao reservatório superior.

Para encontrar o diâmetro da tubulação de recalque foi necessário utilizar a fórmula a


seguir:

Dr = 1,3. Q .4 X

Em que:

 D – Diâmetro em metros;

 Q – Vazão em m3;

 X – Horas de funcionamento / 24horas.

Tubulação de Sucção

O seu comprimento foi obtido através da planta baixa do Campus Universitário,


fornecida pela Prefeitura do mesmo.
25

Potência do Motor

Foi considerada uma perda de carga de 10 %

QxAMT
P=
75 xη

Em que:

 P – Potência do motor (CV);

 Q – Vazão (L/s);

 AMT – Altura manométrica total (m.c.a)

Barriletes

Através da metodologia proposta por Creder (2006) e dos valores de vazão/diâmetro


mostrados na Tabela 4.2, dimensionou-se os barriletes.

Tabela 4.2 - Diâmetro de Barriletes em função da Vazão


Diâmetro (´´) Vazão Máxima (L/s)

¾ 0,24

1 0,50

1¼ 0,90

1½ 1,40

2 3,10

2½ 5,50

3 9,00

4 18,00

Fonte: Creder, 2006.

4.6 - Análise de Viabilidade Econômica

Para analisar a viabilidade econômica do sistema de aproveitamento de águas pluviais


foi preciso fazer um levantamento de custos e benefícios da implantação do próprio. Os
valores obtidos são valores reais, da atual Companhia de Saneamento do Estado de Sergipe, e
atualizados em 2009.
26

4.6.1 – Custos do Investimento

Reservatórios de Auto-Limpeza e Acumulação

Os preços dos reservatórios são preços de mercado.

Tubulações

Estes valores referem-se a tubulações de recalque, sucção e barriletes. Não estão


inclusas, portanto, as tubulações referentes ao sistema de condução. A tabela 4.3 mostra os
preços das tubulações.

Tabela 4.3 – Preços de tubulações utilizadas nos sistema de recalque


Diâmetro (´´) Valor unitário (R$)

3 30,72
4
1 27,16
39,27
11
2
2 57,00

Fonte: Hiper Sales Construções, Aracaju, Sergipe

Bomba

Os gastos com energia elétrica são expostos logo abaixo:

O cálculo foi feito utilizando-se uma tarifa de energia elétrica cobrada pela
concessionária local de R$ 0,2568/kWh,

Filtro

De acordo com as recomendações de May (2004) e Tomaz (2003), o filtro a ser


utilizados será de filtração rápida e taxa de filtração igual a 180m3/ m2.dia para filtros de
camadas simples e espessura da camada filtrante de 0,70m.
27

4.6.2 - Custos de Exploração

Manutenção do sistema: De acordo com as recomendações de May (2004) e Tomaz


(2003) o custo estimado para conservação preventiva e reposição de peças foi de R$300/ano,
com vida útil de 20 anos.

4.6.3 - Benefícios

Com a utilização de água da chuva, será feita uma economia de água potável. Os
benefícios foram calculados levando-se em consideração o volume de água de chuva
aproveitado e a tarifa cobrada pelo órgão responsável que para órgãos públicos, acima de
10m3 é de R$11,12/ m3 .
28

5.0 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 - Levantamento de Áreas de Contribuição para a Captação de Água de Chuva

Através das plantas de cobertura, fornecidas pela prefeitura do Campus, foi possível
fazer o levantamento das áreas de telhado dos prédios em questão. Na Tabela 5.1, encontram-
se as áreas de telhado dos prédios em estudo.

Tabela 5.1 - Área de captação para os prédios em estudo


Prédio Área de captação (m2)
Centro de Convivência 3772,40
Prédio Multi-departamental 1399,30
Departamento de Farmácia 1104,07
Fonte: Prefeitura do Campus de São Cristóvão

5.2 – Caracterização da Demanda de Água

A partir das informações disponíveis nas plantas baixas das edificações sob análise e
com base no trabalho de Tomaz (2000) foi levantado para cada m2 de cada ambiente o
consumo a ele relacionado como mostram as Tabelas 5.2, 5.3, 5.4.

Tabela 5.2 - Demanda diária de água do Centro de Convivência

Ambientes ¹Áreas (m²) ²Demanda (L/dia/m²) Demanda (L/dia)


Praça de multi-eventos 2131,96 2 4263,92
Restaurante, praça de 423,63 23 9743,49
alimentação e cozinha
Lojas 306,24 10 3062,4
Jardim 588 1,5 882
Palco e camarins 61,84 7 432,88
Agência Bancária 528 3 1584
Salas 90,34 10 903,4
Academia 156,54 5* 782,7
Mezanino 115 2 230
Total 21884,79
Fonte: 1- Previsão de consumo de água (Tomaz, 2000)
2 - Prefeitura do Campus de São Cristóvão-SE

• *Da literatura consultada não foi encontrado valor de demanda para este item, portanto
o próprio foi estimado.
29

Tabela 5.3 - Demanda diária de água Do Prédio Multi-departamental


Ambientes ¹Áreas (m²) ²Demanda (l/dia/m²) Demanda (l/dia)
Laboratórios 437,25 4 1749
Coordenação 18,6 10 186
Recepção 67,9 - 80
Laboratório Informática 50,45 10 504,5
Grupo Pesquisa 50,25 4 201
Secretaria 47,9 - 80
Empresa Júnior 37,25 - 240
Jardim 106 1,5 159
Salas 146,2 10 1462
Coordenação pós graduação 31,8 - 80
Salas professores 174,15 10 1741,5
Circulação 106,05 2 212,1
Almoxarifado 21,6 2 43,2
Hall 28,7 2 57,4
Total 6795,7
Fonte: 1- Previsão de consumo de água (Tomaz, 2000)
2 - Prefeitura do Campus de São Cristóvão-SE

Tabela 5.4 Demanda diária de água do Departamento de Farmácia


Ambientes ¹Áreas (m²) ²Demanda (l/dia/m²) Demanda (l/dia)
Laboratórios 566,95 4 2267,8
Salas professores 12,96 10 129,6
Salas 25,52 10 252,2
Salas de aula 43,88 - 3500,0
Escritório 14 10 120,0
Secretaria 26,4 - 80,0
Pós-Graduação/Secretaria 26,4 - 80,0
Circulações 98,5 2 197,0
Escritórios 23 10 230,0
Jardim 235,13 1,5 352,6
Sala de Equipamentos 5 2 10,0
Anfiteatro 68,6 7 480,2
Almoxarifado 22,2 2 44,4
Produtos Químicos 22,2 2 44,4
Total 7788,3
Fonte: 1- Previsão de consumo de água (Tomaz, 2000)
2 - Prefeitura do Campus de São Cristóvão-SE
30

5.3 – Reservatório de Auto-Limpeza

Para este trabalho considerou-se o descarte de 1,0 L/m² de telhado, como já havia dito
na metodologia. A área do telhado do Centro de Convivência, que é a superfície captadora da
água da chuva, é 3772,40 m², logo, a quantidade de água a ser descartada será de 3772,40 L,
tendo o reservatório um volume de 4.000L.

Portanto, o reservatório de auto-limpeza está de acordo com o proposto pelo Prosab


(Programa de Pesquisa em Saneamento Básico), pois tem um volume suficiente para limpar o
telhado deixando-o assim, livre de impurezas e pronto para captar água a ser empregada em
usos não-potáveis. (Alves, Santos e Zanela),2008.

5.4 – Reservatórios de Armazenamento

Utilizando a metodologia proposta por Tomaz (2003) e a áreas de cobertas levantadas


para cada edificação, foram analisadas duas opções para o dimensionamento do reservatório
de armazenamento de água de chuva:

 Opção 1:

- Superfície de Captação: telhados de Centro de Convivência e Prédio


Multidepartamental.

 - Consumidores: Centro de Convivência, Prédio Multidepartamental e


Departamento de Farmácia.

 Opção 2:

- Superfície de Captação: telhado de Centro de Convivência.

- Consumidores: Centro de Convivência, Prédio Multidepartamental e


Departamento de Farmácia.

Nas Tabelas 5.5.e 5.6, são mostrados os dimensionamentos dos reservatórios superior e
inferior para as duas opções.

.
31

Tabela 5.5 - Dimensionamento dos reservatórios – opção 1


Precipitação Entrada
média Entrada Dais do Consumo Saldo Déficit Acumulado Acumulada( Saldo Acumulado
Mês (mm) (m³/mês) mês (m³/mês) (m³/mês) (m³) m³/mês) (m³/mês)
Janeiro 70,14 326,47 20 729,38 -402,91 -402,91 326,47 -402,91
Fevereiro 78,91 367,29 20 729,38 -362,09 -764,99 693,76 -764,99
Março 101,15 470,81 20 729,38 -258,57 -1023,56 1164,56 -1023,56
Abril 219,51 1021,72 20 710,79 310,92 -712,64 2186,28 -712,64
Maio 232,17 1080,64 20 710,79 369,85 -712,64 3266,92 -342,79
Junho 221,47 1030,84 20 710,79 320,05 -712,64 4297,76 -22,75
Julho 211,13 982,71 20 710,79 271,92 -712,64 5280,47 249,17
Agosto 128,1 596,25 20 729,38 -133,13 -845,77 5876,72 116,04
Setembro 83,37 388,05 20 729,38 -341,33 -1187,10 6264,76 -225,29
Outubro 62,25 289,74 20 729,38 -439,63 -1626,73 6554,51 -664,92
Novembro 48,83 227,28 20 729,38 -502,10 -2128,83 6781,79 -1167,01
Dezembro 44,4 206,66 20 729,38 -522,71 -2651,54 6988,45 -1689,73
Total 1501,43 6988,45 - 8678,18

Coeficiente de Runoff =0,9 ; Área de Captação = 5171,70 m²; Estimativa de consumo = 36468,79 l/dia; Volume a ser armazenado 1272,74 m³;
Demanda a ser descontada nos meses com saldo positivo de chuva = 18582,6 L/mês;
Reservatórios
Volumes necessários: Superior - 20%1272,74 = 254,55 m³ Inferior – 80%1272,74 = 1018,19 m³
Volumes adotados:
Inferior = 23,00m de largura, 23,00m de comprimento e 2m de profundidade =1058,00m³
Superior= 5m de diâmetro e 13,00m de altura = 255,25m³
32

Tabela 5.6 - Dimensionamento dos reservatórios – opção 2


Precipitação Dais Entrada
média Entrada do Consumo Saldo Déficit Acumulado Acumulada( Saldo Acumulado
Mês (mm) (m³/mês) mês (m³/mês) (m³/mês) (m³) m³/mês) (m³/mês)
Janeiro 70,14 238,14 20 729,38 -491,24 -491,24 238,14 -491,24
Fevereiro 78,91 267,91 20 729,38 -461,46 -952,70 506,05 -982,48
Março 101,15 343,42 20 729,38 -385,96 -1338,66 849,47 -1443,94
Abril 219,51 745,27 20 710,79 34,48 -1304,18 1594,74 -1829,90
Maio 232,17 788,25 20 710,79 77,46 -1304,18 2382,99 -1795,42
Junho 221,47 751,93 20 710,79 41,13 -1304,18 3134,92 -1717,96
Julho 211,13 716,82 20 729,38 -12,56 -1304,18 3851,74 -1676,83
Agosto 128,1 434,92 20 729,38 -294,46 -1598,64 4286,66 -1689,38
Setembro 83,37 283,05 20 729,38 -446,32 -2044,96 4569,72 -1983,84
Outubro 62,25 211,35 20 729,38 -518,03 -2562,98 4781,06 -2430,16
Novembro 48,83 165,79 20 729,38 -563,59 -3126,57 4946,85 -2948,19
Dezembro 44,4 150,75 20 729,38 -578,63 -3705,21 5097,60 -3511,78
Total 1501,43 5097,60 - 8696,76

Coeficiente de Runoff =0,9 ; Área de Captação = 3772,4 m²; Estimativa de consumo = 36468,79 l/dia; Volume a ser armazenado 153,07 m³;
Demanda a ser descontada nos meses com saldo positivo de chuva = 18582,6 L/mês;
Reservatórios
Volumes necessários: Superior - 20%153,07 = 30,61 m³ Inferior – 80%153,07 = 122,46 m³
Volumes adotados:
Inferior = 8m de largura, 8m de comprimento e 2m de profundidade =128,00m³
Superior= 3m de diâmetro e 4,5m de altura = 31,81m³
33

Em que:

1. Precipitação média (mm): chuvas médias mensais em milímetros do município de São


Cristóvão

2. Entrada (L/mês): volume máximo de água de chuva que poderá ser coletado durante o
mês. Segundo Tomaz (1998), a entrada de água pluvial é calculada pela equação:
Q = P . A . c; Onde: P - a precipitação média mensal (mm); A - é a área de captação
(telhado); c – coeficiente de escoamento superficial (coeficiente de Runoff)

3. Dia do mês: quantidade de dias no referido mês

4. Consumo (L/mês): Demanda de água pluvial para os fins específicos

5. Saldo (L/mês): Diferença entre a entrada e o consumo

6. Déficit acumulado (L): Somatório do saldo negativo de água de chuva nos meses de
janeiro a dezembro

7. Entrada acumulada(L/mês): Somatório da entrada de águas pluviais nos meses de


janeiro a dezembro

8. Saldo acumulado (L/mês): Somatório do saldo de águas pluviais nos meses de janeiro
a dezembro

Através das Tabelas 5.5 e 5.6, foi possível constatar, portanto que a opção 2 é a mais
viável, pois:

Aplicando-se a opção 1 e a metodologia proposta por Tomaz (2003) e Dias et al. (2007)
foram obtidos os valores de volume de água de chuva utilizável. Entretanto, estas três
edificações captando água geram um volume armazenável de grandes proporções (1272 m3),
o que, consequentemente, também leva a um custo de implantação também bastante elevado,
tendo sido esta opção descartada.

Já a aplicação da opção 2 levou a resultados mais exeqüíveis, pois o volume de água


calculado a ser armazenado atingiu patamares aceitáveis (153 m3), possibilitando a sua
execução. Logo, a área de captação de águas de chuva será aquela relativa ao centro de
convivência, ou seja, de 3772,40 m2. A Tabela 5.6 mostra a proposta adotada e os volumes dos
reservatórios inferior e superior. Como a intenção deste trabalho é observar a viabilidade
34

técnica e econômica, a primeira solução foi a mais adequada.

5.5 – Conjunto Elevatório

Vazão

Supondo que a bomba funcione 5h/dia, a vazão que a mesma irá recalcar para o
reservatório Superior será de:

CD 36468,79
Q= = ≅ 2,0 L / s
t 5 X 3600

Em que:

 Q – Vazão (L/s);

 CD - Consumo diário (L);

 t – tempo de funcionamento da bomba (h)*;

 *Para a vazão sair em L/s multiplicou o tempo por 3600.

Esta vazão é um valor satisfatório, visto que a demanda é alta, pois nestes prédios
existem laboratórios e ambientes que necessitam de bastante água.

Tubulação de recalque

Chama-se recalque, a tubulação que vai da bomba ao reservatório superior.

Para encontrar o diâmetro da tubulação de recalque foi necessário utilizar a fórmula a


seguir:

2 4 5
Dr = 1,3. Q .4 X = 1,3. . ≅ 0,0393m ≈ 40mm ≈ 1 1 ' '
1000 24 2

Onde: D – Diâmetro em metros; Q – Vazão em m3; X – Horas de funcionamento /


24horas;


Drec = 1 1
Tal Diâmetro equivale a 1,57 polegadas – 2

(CREDER, 2006) Este diâmetro permite a pressão adequada para um bom


35

funcionamento do sistema.

O seu comprimento foi obtido através da planta baixa do Campus Universitário.


Encontrou-se o seguinte comprimento:

Lrec = 43,13+9+1+4,5 = 57,63 m

Tubulação de Sucção

De acordo com Creder, 2006, o diâmetro da tubulação de sucção deve ser o

Dsuc = 2 ″
imediatamente superior ao diâmetro de recalque: .

O seu comprimento foi obtido através da planta baixa do Campus Universitário.


Encontrou-se o seguinte comprimento:

Lsuc = 2+3= 5m

Potência do Motor

Para o cálculo da potência do motor foi considerada uma perda de carga de 10 %. Logo,
a altura geométrica será de:

Hg = 4,5+2+1+9= 16,50m.

Com a altura geométrica e a perda de carga de 10% encontra-se a Altura Manométrica


Total:

AMT = Hg+Hf = 16,50+0,1 x 57,63 = 22,26m

Enfim, para encontrar a potência do motor utiliza-se a vazão acima calculada, a Altura
Manométrica Total e o rendimento da Bomba

QxAMT
P=
75 xη

22,26 x 2,0
P= = 1,19
75 x0,5

Segundo Creder (2006), acrescenta-se 10% ao valor da potência exigida pela bomba,
logo a potência do motor será:

PM ≥ 1,1 x 1,19 = 1,31 CV


36

Em que:

 P – Potência do motor (CV);

 Q – Vazão (L/s);

 AMT – Altura manométrica total (mca);

 η - Rendimento do motor da bomba.

Portanto, será necessária uma bomba com potência de 1,5 CV, já que este valor é o
comercial mais próximo do valor encontrado.

Barriletes

Através da metodologia proposta por Creder (2006) e dos valores de vazão/diâmetro


mostrados na Tabela 5.7, dimensionou-se os barriletes. Estes levarão a água à cada prédio que
irá consumi-la.

Tabela 5.7 - Diâmetro de Barriletes em função da Vazão


Diâmetro (´´) Vazão Máxima (L/s)
¾ 0,24
1 0,50
1¼ 0,90
1½ 1,40
2 3,10
2½ 5,50
3 9,00
4 18,00

Fonte: Creder, 2006.

Barrilete para o Departamento de Farmácia = 127,31 m


3
Q = 7788,30/86400 = 0,09 L/s D= 4

Barrilete para o edifício Multi-departamental = 26,70 m


37


3
Q = 6795,70/86400 = 0,08 L/s D= 4

Barrilete para Centro de Convivência = 15,97 m


Q = 21884,79/86400 = 0,25 L/s D=1

Estes diâmetros permitem um funcionamento adequado do sistema, pois possibilitam


uma pressão que levará a água ao local de destino.

Abaixo, segue o quantitativo de elementos do sistema que serão necessários:


3
154,01m de tubulação de 4


15,97m de tubulação de 1


11
57,63m de tubulação de 2


5m de tubulação de 2

1 Bomba de 1,5 CV

1 Reservatório de 30 m³

1 Reservatório de 130 m³

5.6 – Análise de Viabilidade Econômica

Para analisar a viabilidade econômica do sistema de aproveitamento de águas pluviais


foi preciso fazer um levantamento de custos e benefícios da implantação do próprio. Os
valores obtidos são valores reais do mercado local e das atuais Companhia de Saneamento de
Sergipe (DESO) e Empresa Concessionária de Energia (ENERGISA), atualizados em 2009.

5.6.1 – Custos do investimento

Reservatórios de auto-limpeza e acumulação

Os preços dos reservatórios são preços de mercado.

A tabela 5.8 traz os reservatórios com seus respectivos volumes e preço.


38

Tabela 5.8 - Orçamento de reservatórios

Reservatório Volume (L) Preço (R$)


Auto-limpeza 4.000,00 960,00
Inferior 130.000,00 16.900,00
Superior 30.000,00 3.900,00
Preço total 21.760,00
Fonte: MF Rural

Tubulações

Estes valores referem-se a tubulações de recalque, sucção e barriletes. Não estão


inclusas, portanto, as tubulações referentes ao sistema de condução. A tabela 5.9 mostra os
preços das tubulações.

Tabela 5.9 – Preço total de tubulações utilizadas no sistema de recalque


Quantidade Diâmetro (´´) Valor unitário (R$) Valor total (R$)

26 3 30,72 798,00
4
3 1 27,16 81,48
10 11 39,27 392,70
2
1 2 57,00 57,00
Preço total 1329,18
Fonte: Hiper Sales Construções, Aracaju, Sergipe
Como a tubulação vende por peça de 6 metros, o valor unitário acima é para uma peça
de 6 metros.

Bomba

A bomba que será utilizada é de 1,5CV e seu preço é aproximadamente R$1000,00.

Os gastos com energia elétrica são expostos logo abaixo:

Como a tarifa de energia elétrica cobrada pela concessionária local é igual a


R$0,2568/KWh, o gasto anual com energia elétrica é feito da seguinte forma:

P = 1,5 CV = 0,736 x 1,5 = 1,104 KW Bombeamento = 5h/dia

Consumo/dia = 1,104 x 5 = 5,52 kwh/dia

Consumo/mês = 5,52 x 20 = 110,40 kwh/mês


39

Gasto mensal = 110,40 x 0,2568 = R$ 28,35

Gasto anual = 28,35 x 12 = R$340,20

Filtro

O filtro a ser utilizado será de filtração rápida e taxa de filtração igual a 180m3/ m2.dia
para filtros de camadas simples e espessura da camada filtrante de 0,70m. O custo estimado
para o filtro com estas características foi de R$300,00.

Este componente é de fundamental importância, pois ele ajuda no funcionamento


adequado do sistema impedindo a entrada de sujeiras na tubulação e bomba e conseqüente
danificação do equipamento.

5.6.2 - Custos de Exploração

Manutenção do sistema: O custo estimado para conservação preventiva e reposição de


peças foi de R$300/ano , com vida útil de 20 anos.

5.6.3 – Custo total com o sistema

Na tabela 5.10 mostra-se os gastos com o sistema, sendo que o gasto no primeiro ano
será de R$25.029,38.

Tabela 5.10 – Gasto com sistema de aproveitamento de água de chuva


Elementos do Sistema Preço (R$)
Reservatórios 21.760,00
Tubulações 1.329,18
Energia elétrica 340,20
Filtro 300,00
Manutenção 300,00
Bomba 1.000,00
Total 25.029,38
Estimando-se que nos anos seguintes se tenha gastos apenas com energia elétrica, filtro
e manutenção, o valor total ao fim de 20 anos será de:

Custo20anos = 19 x (340,20+300+300) +25.029,38 = R$ 42.893,18


40

5.6.4 - Benefícios

Com a utilização de água da chuva, será feita uma economia de água potável. Os
benefícios foram calculados levando-se em consideração o volume de água de chuva
aproveitado e a tarifa cobrada pelo órgão responsável que para órgãos públicos, acima de 10
m3 é de R$11,12.

Volume aproveitado / ano = 5095m3 Tarifa = R$11,12/ m3

O benefício anual é: B = R$56.656,40 / ano.

Logo, ao longo de 20 anos o Benefício será de R$1.133.128,00

Este benefício, é um valor extremamente alto e deve ser considerado, pois com a
utilização da água da chuva, este valor poderia ser empregado em outros aspectos dentro do
próprio centro de convivência.

5.6.5 – Relação Benefício/custo

1.113.128,000
A relação benefício/custo foi de: B / C = = 25,95
42.893,18

Como a relação Benefício/Custo é maior que 1, fica evidente que a implantação do


sistema é viável economicamente, podendo, portanto ser aplicado.
41

6 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A utilização de águas pluviais é uma alternativa que ganha seu espaço nos dias atuais.
Com este trabalho percebe-se que a implantação do sistema de aproveitamento de água de
chuva no Campus de São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe é viável.

Com esse estudo de caso, foi constatado que o custo do sistema é mínimo quando
comparado ao valor da utilização de água potável. Além disso, pode ser visto como uma
alternativa de minimizar o problema da falta d’água no local, pois o volume de água a ser
captado tem valor bastante significativo.

Conclui-se deste, portanto, que a implantação do sistema é bastante viável


economicamente e tem sua contribuição a favor do meio ambiente diminuindo as enchentes e
o uso de água potável.
42

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TUCCI, C.E.M., Hidrologia: ciência e aplicação. Editora da UFRGS: Coleção ABRH de
Recursos Hídricos, v.4. Porto Alegre, 4ª edição, 2007.
44

ANEXO I: MAPA CAMPUS UFS SÃO CRISTÓVÃO


45

ANEXO II: PLANTA BAIXA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA E ARREDORES

Multi-departamental

Centro de Convivência

Departamento de Farmácia
46

ANEXO III: PLANTA DE COBERTURA DO CENTRO DE CONVIVÊNCIA


47

ANEXO IV :PLANTA BAIXA CENTRO DE CONVIVÊNCIA PAVIMENTO INFERIOR


48

ANEXO V :PLANTA BAIXA CENTRO DE CONVIVÊNCIA PAVIMENTO SUPERIOR


49

ANEXO VI: PLANTA DE CORTES – CENTRO DE CONVIVÊNCIA


50

ANEXO VII : PLANTA BAIXA DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA


51

ANEXO VIII: PLANTA BAIXA DO PRÉDIO MULTIDEPARTAMENTAL

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