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• A culpabilidade não é elemento do crime, não integra o conceito de crime (de acordo com a
Teoria Finalista da Ação).
• Então, se há discussão sobre a culpabilidade é porque já se verificou a existência do fato típico
e sua ilicitude.
• A culpabilidade é pressuposto para imposição de pena. Sua ausência não exclui o crime, afasta
somente a punibilidade do autor da infração.
TEORIAS DA CULPABILIDADE
1. Psicológica da culpabilidade
• Surgiu por volta de 1900 no sistema naturalista ou causal da ação,
preconizado por Von Liszt.
• Para essa teoria, culpabilidade é um liame psicológico que se
estabelece entre a conduta e o resultado, por meio do dolo ou da
culpa.
• Assim, para essa teoria, os únicos pressupostos exigidos para a
responsabilização do agente é a imputabilidade aliada ao dolo ou à
culpa.
• Essa doutrina foi muito criticada, pois a culpa não pode integrar a
culpabilidade porque é normativa e não psíquica.
TEORIAS DA CULPABILIDADE
2. Psicológico-normativa ou
normativa da culpabilidade
ELEMENTOS POTENCIAL
DA CONSCIÊNCIA
CULPABILIDADE DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE
DE CONDUTA
DIVERSA
• Cada elemento da culpabilidade tem suas correspondentes causas de exclusão.
• CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE - Dirimentes
• Conduzem à absolvição art. 386 VI CPP, exceto no caso da menoridade penal que conduz a
anulação da ação penal por ilegitimidade passiva de parte.
Menoridade
penal
embriaguez
Elementos da
Potencial
culpabilidade
consciência da Erro de proibição
ilicitude
Coação moral
irresistível
Inexigibilidade de
conduta diversa
Obediência
hierárquica
IMPUTABILIDADE
IMPUTABILIDADE
Conceito → o conceito é obtido através de interpretação a contrario sensu do
caput do artigo 26 CP “é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se (controlar-se) de acordo com esse entendimento”.
Supressão da
Inimputável = medida
capacidade cognitiva
de segurança
ou volitiva
Elemento
consequencial
Semi-imputável =
Diminuição da
medida de segurança
capacidade cognitiva
ou pena reduzida
ou volitiva
(sistema vicariante)
•SENTENÇA
CONDENATÓRIA •SENTENÇA
•SETENÇA
•SISTEMA ABSOLUTÓRIA
CONDENATÓRIA SEMI-
IMPUTÁVEL VICARIANTE PENA INIMPUTÁVEL IMPRÓPRIA
• APLICAÇÃO DE IMPUTÁVEL
REDUZIDA OU •MEDIDA DE
PENA
MEDIDA DE SEGURANÇA
SEGURANÇA
Semi-Imputabilidade ou Responsabilidade
Diminuída
• Difere da inimputabilidade apenas no requisito conseqüencial.
NÃO É PENA!
MEDIDAS DE SEGURANÇA
• É a sanção penal aplicável ao inimputável por doença mental e ao semi-imputável.
Também é aplicada medida de segurança ao criminoso que pratica o fato por
dependência de drogas pericialmente comprovada (arts. 45 e 46 da Lei 11.343/06).
• SANÇÃO PENAL
– { PENAS (Privativas de Liberdade, restritivas de direito e multas)
– { MEDIDAS DE SEGURANÇA (TRATAMENTO E INTERNAÇÃO)
●Após um prazo mínimo, entretanto, que varia de 1 a 3 anos (de acordo com a
gravidade do crime), será realizado um exame de cessação da periculosidade.
●Se a periculosidade não cessou (exame negativo), o internado deve ter seu
exame renovado de ano em ano.
– 1º critério = 30 anos
Internação ou
Medidas de
tratamento
segurança
ambulatorial
EXAME DA OAB
01. Rodrigo pretende roubar transeuntes no centro da cidade, mas como não tem coragem
para isso, embriaga-se dolosamente, com o intuito de praticar tais atos criminosos. Diante
desta situação, a doutrina penal reconhece que
a) Rodrigo não responderá pelos crimes cometidos, ante sua semi-imputabilidade.
b) aplica-se a teoria da actio libera in causa. Rodrigo responde pelo ato.
c) a embriaguez voluntária dolosa é causa de diminuição de pena.
d) a consciência de Rodrigo viu-se abalada pela embriaguez, respondendo ele parcialmente
por seus atos.
02. Potiguar é um silvícola que vive em Brasília, onde freqüenta escola de ensino médio. Vem
ele a cometer crime de estupro com 19 anos de idade. Potiguar :
a) deverá ser considerado inimputável por desenvolvimento mental incompleto.
b) é inimputável.
c) é semi-imputável.
d) é imputável.
EXAME DA OAB
03. João, um dia antes de completar 18 anos, atira em Paulo. A vítima é transportada para o
hospital, onde vem a falecer três dias após, quando João já havia completado 18 anos.
a) João será condenado em virtude da consumação haver ocorrido após o agente haver
completado 18 anos;
b) João não será condenado, pois no momento em que completou o ato executório era
menor de 18 anos;
c) João será condenado em virtude de tratar-se de crime continuado;
d) João será condenado se ficar comprovado que agiu dolosamente.
VOLUNTÁRIA
NÃO
ACIDENTAL
CULPOSA
EMBRIAGUEZ
CASO FORTUITO
ACIDENTAL
FORÇA MAIOR
Emoção e paixão
I - a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
EMBRIAGUEZ NÃO ACIDENTAL
●A embriaguez não-acidental, seja voluntária, seja culposa, não exclui a
imputabilidade.
●O agente tinha plena liberdade para decidir se deveria ou não ingerir a
substância, portanto, se em razão de sua ação perdeu a capacidade de
avaliação, responderá pelas conseqüências.
●Trata-se da teoria da actio libera in causa (ações livres na causa).
Considera-se, assim, o momento da ingestão da substância e não o
momento da prática delituosa.
●Embriaguez Preordenada: se o agente se embriaga para cometer o crime,
além de não excluir a imputabilidade, é considerada uma agravante genérica
(artigo 61, inciso II, alínea “l”, CP).
TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA = AÇÃO LIVRE NA CAUSA
A teoria da actio libera in causa foi adotada na Exposição de Motivos original do CP de 1940, de modo
que considera-se imputável quem se põe em estado de inconsciência ou de incapacidade de
autocontrole, seja dolosa ou culposamente, e nessa situação comete o crime. É a teoria que resolve a
punibilidade da embriaguez completa quando esta for dolosa, preordenada ou culposa.
•Se uma destas formas de embriaguez for completa, significa que o agente no momento da conduta
criminosa não tinha consciência e vontade de realizar o ilícito, ou seja, não se pode falar que atuou com
dolo ou culpa. Todavia, o art. 28 - II determina a punibilidade da embriaguez dolosa ou culposa, sendo
assim a referida teoria determina a antecipação da análise de dolo ou culpa residual para o momento da
embriaguez.
•Se no momento da embriaguez não foi possível detectar o dolo ou a culpa residual, o agente deverá ser
punido, sendo este um dos poucos casos em que o Direito Penal pátrio aceita a responsabilidade penal
objetiva, ou seja, sem dolo ou culpa.
• Percebe-se que, ao adotar tal orientação, o CP adotou a doutrina da responsabilidade objetiva, pela
qual deve o agente responder pelo crime.
•
•Como se vê, tal teoria leva em conta, por definição, os aspectos meramente objetivos do delito, sem
considerar o lado subjetivo deste (DOLO ou CULPA).
EMBRIAGUEZ ACIDENTAL
● É a que deriva de caso fortuito ou força maior.
●Pode ser completa (perda total da capacidade de entendimento e
autodeterminação) ou incompleta (perda parcial da capacidade de
entendimento e autodeterminação).
● Não se aplica a teoria actio libera in causa porque o agente não tinha a
intenção de ingerir a substância.
●Em suma: é a probabilidade do agente conhecer o caráter ilícito do fato que pratica. É um
juízo leigo e não jurídico baseado na possibilidade fática do agente conhecer a ilicitude de sua
conduta.
• A ausência de potencial consciência da ilicitude é o chamado de erro de proibição, instituto
pelo qual o agente não tem possibilidade de verificar que seu comportamento viola o
ordenamento jurídico.
EXCLUDENTE – ART. 21 = ERRO DE PROIBIÇÃO
●ERRO DE PROIBIÇÃO. – o agente, em razão de suas condições culturais, de instrução ou
geográficas, não tem possibilidade fática de verificar que seu comportamento, em um juízo
leigo, viola o ordenamento jurídico.
●Em razão de erro, supõe lícito o fato cometido, enquanto na realidade é ilícito. Pode-se afirmar
que se trata de erro sobre a ilicitude do fato e não sobre a existência ou não da norma proibitiva
positivada.
●No caso de erro de proibição evitável, persiste a potencial consciência da ilicitude, não
havendo exclusão da culpabilidade. Nesse caso, embora o sujeito desconhecesse que o fato era
ilícito (não tem a consciência atual da ilicitude), ele tinha condições de saber, dentro das
circunstâncias, que contrariava o ordenamento jurídico (tem a potencial consciência da
ilicitude). O agente será condenado à pena reduzida de 1/6 a 1/3.
Ignorância sobre o texto da Lei ausência de possibilidade de
conhecer o caráter ilícito do fato
• É o erro que incide sobre as elementares ou sobre as circunstâncias da figura típica da norma penal
incriminadora.
•Como nos ensina o doutrinador Damásio Evangelista de Jesus: “É o que faz o sujeito supor a ausência
de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma
permissiva.”
• CONSEQUÊNCIA JURÍDICA
– O agente NÃO quer realizar o delito mas o faz por força do erro em que recai (o que o agente
quer? Ele realmente deseja matar uma pessoa? Há dolo de realizar o homicídio?)
– Descompasso entre o que realmente ocorreu e o que o agente queria realizar, sendo que, se
conhecesse a realidade não realizaria a conduta
ERRO DE TIPO
O erro de tipo subdivide-se em:
•O erro de tipo incriminador essencial pode recair sobre o tipo fundamental, sobre uma causa
de aumento de pena, sobre uma circunstância agravante ou sobre uma qualificadora.
•Conceito: aquele que impede que o agente compreenda o caráter ilícito do fato que
esta praticando. Nestes casos, o agente, por causa do equivoco em que incide,
justificadamente não percebe que esta praticando um fato ilícito. O agente supõe que
esta praticando um fato licito mas na realidade pratica um ilícito. Pode incidir sobre
toda a figura delitiva (sobre suas elementares) ou sobre algumas circunstancias.
•Divide-se em:
•Inevitável, escusável
•Evitável, inescusável
1.1. ERRO ESCUSÁVEL (Inevitável ou Invencível)
Está previsto no CP - art. 20, caput, 1ª parte e § 1º, 1ª parte.
• É o erro desculpável, isto é, aquele cujas circunstâncias fazem presumir boa fé do agente,
justificando a prática do ato, que não se torna suspeito ou nulo. Erro em que qualquer
pessoa (media da sociedade) também incidiria desde que encontrando-se nas mesmas
condições em que o agente se encontrava
• Erro que não pode ser evitado pela normal diligência e cautela do homem médio
• Exclui o dolo e a culpa. Sem DOLO ou CULPA não há FATO TÍPICO.Sem FATO TÍPICO não há
CRIME,
•Conceito incide sobre elementos secundários do tipo penal não impedindo que o agente
conheça o caráter ilícito do fato que pratica, desta feita, não exclui o dolo, pois, o agente tem
consciência do fato praticado.
•Conceitualmente, o erro de tipo incriminador acidental é aquele que vicia a vontade, mas não a
exclui. É o erro que incide sobre os dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua
execução.
• O erro de tipo incriminador acidental não exclui o dolo, pois, o agente atua com consciência da
ilicitude do fato que está praticando, e portanto, o agente responderá pelo crime.
– Ex.: quer atirar em Antonio (vítima virtual), mas atinge Pedro (vítima efetiva) em razão
de supor que Pedro era Antonio.
– Ex.: agente deseja matar o próprio pai mas o confunde com outra pessoa e mata um 3o.
qualquer (sósia)
– Ex.: agente deseja matar a própria esposa mas a confunde e mata um outra mulher
– Ex.: desja matar um estranho mas engana-se e alveja o próprio irmão
– Agente responderá pelo delito como se este fosse praticado contra a vítima virtual
(desejada), considerando seu dolo e as características desta
– Não devem ser consideradas as características da vítima efetiva mas as da vítima virtual
ERRO SOBRE A EXECUÇÃO, DESVIO NO GOLPE, ABERRATIO ICTUS – ART. 73 CP
• Na hipótese do art. 73, o agente quer atingir uma pessoa (vítima virtual), todavia em razão de
desvio involuntário do golpe acaba por atingir terceiro (vítima efetiva). Neste caso o agente deve
responder por crime consumado considerando-se as características físicas ou pessoais da vítima
virtual, ou seja, responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra esta.
• Por exemplo: O agente dispara contra uma pessoa, erra e acerta outra pessoa. O agente, devido à
má pontaria, levou esta outra pessoa a óbito. Houve um erro acidental na execução devido a má
pontaria do delinqüente.
• Não confundir com error in persona (art. 20 § 3º.), no qual há um erro de representação, uma
confusão mental. Na aberratio ictus (art. 73) o agente não confunde a figura das vítimas, não há
erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º), portanto o agente sabe quem é a vítima contra quem quer
praticar o delito, mas erra na execução da conduta.
• Ex.: José quer matar João (vítima virtual ou visada). No entanto, José atira, erra e mata Carlos
(vítima efetiva). Conforme art. 73 José responde pelo crime como se fosse praticado contra a
vítima virtual.
• Ex.: Filho quer matar o próprio pai. Filho atira, erra e mata um terceiro desconhecido. Filho
responde pela morte do Terceiro com a agravante de matar ascendente (art. 61)
• Espécies de Aberractio Ictus
• 1ª) Com Unidade Simples ou Resultado Único: Neste caso somente a vítima efetiva é atingida, a vítima
virtual não → responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra a vítima virtual.
• Ex.: pretende matar o próprio pai (vítima virtual), mas em razão de desvio no golpe atinge terceiro
(vítima efetiva) o qual não vem a falecer → responde por tentativa de homicídio doloso, com o
agravante do art. 61 - II - e.
• 2ª) Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo: Neste caso o agente atinge as duas vítimas, a virtual e a
efetiva → resolve-se pela aplicação do concurso formal do artigo 70.
• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe mata terceiro
inocente,
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro, isto é, com uma só conduta realiza
dois crimes, um doloso contra a virtual e um culposo contra o terceiro → responde pelo
crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento de pena do
artigo 70.
• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes, um doloso contra a virtual e uma lesão corporal culposa contra o terceiro →
responde pelo crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento
de pena do artigo 70.
• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes → responderá por tentativa de homicídio contra a virtual, aplicando-se o aumento de
pena do artigo 70.
• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe
mata terceiro inocente, isto é, com uma só conduta realiza dois crimes, tentativa de
homicídio doloso contra a vítima virtual e um homicídio culposo consumado contra terceiro,
o qual deve ser considerado como se vitimasse a virtual, ou seja, homicídio doloso
consumado → em conclusão responderá por homicídio DOLOSO consumado (considerando
as características da vítima virtual), aplicando-se o aumento de pena do artigo 70.
RESULTADO DIFERENTE DO PRETENDIDO - ABERRATIO CRIMINIS - art.
74 do CP
É uma espécie de desvio no golpe que envolve bens jurídicos diversos, ou seja, o agente quer atingir uma pessoa, mas
atinge uma coisa ou vice-versa. Ocorre quando o agente pratica o ato ilícito, porém, por erro ou por acidente, atinge um
resultado diferente do que pretendia, e sempre sobre bem jurídico diferente. Esta situação faz com que o agente responda
por culpa, desde que o fato esteja previsto como crime culposo. Ex.: O agente deseja atingir uma coisa, erra e atinge uma
pessoa,matando-a. Responde por homicídio culposo.
• 1ª hipótese - quer atingir uma coisa, mas atinge uma pessoa → responde por crime contra a pessoa na forma culposa.
• 2ª hipótese - quer atingir uma pessoa, mas atinge uma coisa → não responderá por dano culposo, pois é fato atípico,
mas responderá por tentativa de crime contra a pessoa (tentativa branca). Responde pela tentativa, pois, atuou com
dolo em relacão à pessoa. Pode ser tentativa de 121 ou 129 CP, dependerá da prova da intenção.
• 2ª hipótese - quer atingir uma coisa o que efetivamente ocorre, mas também atinge uma pessoa que não pretendia
atingir
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - quer atingir uma pessoa o que efetivamente
ocorre, mas também atinge uma coisa que não pretendia
→ responde por crime doloso contra a pessoa (lesão
corporal consumada; tentativa de homicídio ou homicídio
consumado), não responderá por crime de dano, pois o
dano culposo é fato atípico.
➔A culposa, por sua vez, se dá quando o agente, por culpa, leva outra pessoa a erro.
Exemplo: B, sem saber se a pistola está munida ou não, entrega a arma para A e o induz a
disparar contra C. Neste caso, A e B respondem por crime culposo, pois, agiram ambos com
imprudência. Se o erro for inevitável não se constitui crime, porém, se o erro for evitável,
responderá por crime culposo, havendo previsão legal.
•O “espontâneo” é o erro cometido pelo terceiro inocente. O sujeito incide em erro sem a
participação provocadora do terceiro.
EXAME DA OAB
01. Qual é o conceito doutrinário de erro de proibição?
a) É o erro quanto à existência dos limites da excludente.
b) É o erro que recai sobre o elemento constitutivo do tipo penal.
c) É o que se denomina de erro incidente sobre os elementos objetivos do tipo penal.
d) É o erro incidente sobre a ilicitude do fato.
02. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe
que se encontra em situação de perigo, haverá:
a) estado de necessidade putativo.
b) estado de necessidade real.
c) legítima defesa putativa.
d) legítima defesa real.
EXAME DA OAB
03. O erro inevitável sobre a ilicitude exclui:
a) tipicidade;
b) antijuridicidade;
c) ilicitude;
d) culpabilidade.
02. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe
que se encontra em situação de perigo, haverá:
a) estado de necessidade putativo.
b) estado de necessidade real.
c) legítima defesa putativa.
d) legítima defesa real.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
CONCEITO
• EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
• É a possibilidade fática de exigir do agente um comportamento diverso
daquele que praticou. É a expectativa social de que o agente tenha outro
comportamento e não aquele que se efetivou.
• Damásio E. de Jesus “Para que o agente seja culpável exige-se que nas
circunstâncias do fato tivesse possibilidade de realizar outra conduta, de
acordo com o ordenamento jurídico.”
• A exigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da
culpabilidade, funda-se no princípio de que só podem ser punidas as
condutas que poderiam ser evitadas.
• → Se podia agir conforme o direito, agir contra é reprovável
Em nosso ordenamento jurídico, a exigibilidade de conduta diversa pode ser
excluída por duas causas:
➢ coação moral irresistível
➢ obediência hierárquica.
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL
• A coação moral irresistível é a grave ameaça contra a qual o homem médio não
consegue resistir. Não exclui o crime, pois resta um resquício de vontade, mas exclui a
culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa).
•
•A coação moral pode ser resistível. No caso da coação moral resistível, a pessoa atua
sob influência de ameaça contra a qual podia resistir. Essa forma de coação não
elimina o fato típico, a ilicitude, nem a culpabilidade. Trata-se de uma circunstância
atenuante (artigo 65, inciso III, alínea “c”, primeira parte, do Código Penal).
➔
➔Atenção: A coação física (vis absoluta), que consiste no emprego de força física, exclui
a vontade (o dolo e a culpa), eliminando a conduta. O fato é considerado atípico.
1ª. legal: não há crime do superior ou do subordinado, pois, ambos atuam no estrito
cumprimento do dever legal;
- Ex.: mandado de prisão – juiz e polícia judiciária; mandado e despejo – juiz e oficial
de justiça
RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO
REQUISITOS
ORDEM NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAL
EXAME DA OAB
01. Julgue as afirmativas que seguem:
I. A embriaguez sempre tem o condão de excluir a culpabilidade.
II. Tanto a coação irresistível quanto o erro de proibição escusável isentam o sujeito
de pena.
III. O potencial conhecimento da ilicitude é um dos elementos da ilicitude.
IV. A coação moral resistível agrava a pena do autor do delito.
V. Qualquer pessoal pode alegar obediência hierárquica em relação ao seu superior
hierárquico, mesmo que tenha obedecido ordem ilegal.
São incorretas:
a) 1 alternativa
b) 2 alternativas
c) 3 alternativas
d) 4 alternativas
QUESTÕES para REFLEXÃO
• Quem comete um crime em COAÇÃO FÍSICA ABSOLUTA e quem
comete um crime em COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL é punido da
mesma maneira? Explique e justifique.
ESTADO DE
NECESSIDADE EXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA
LEGÍTIMA
DEFESA
ILICITUDE
ESTRITO CUMPRIMENTO
DO DEVER LEGAL
EXERCÍCIO REGULAR DE
DIREITO PUNIBILIDADE
EXCLUSÕES
• Excluem a VOLUNTARIEDADE da conduta. Sem
VOLUNTARIEDADE não tem CONDUTA. Sem CONDUTA não
tem FATO TÍPICO. Sem FATO TÍPICO não tem CRIME:
• estado de inconsciência
• movimento reflexo
• coação física absoluta
EXCLUSÕES
• Exclui o DOLO e a CULPA da conduta. Sem DOLO e a
CULPA não tem CONDUTA. Sem CONDUTA não tem
FATO TÍPICO. Sem FATO TÍPICO não tem CRIME:
• estado de necessidade
• legítima defesa
• estrito cumprimento do dever legal
• exercício regular de direito
EXCLUSÕES
• Excluem a IMPUTABILIDADE. Sem IMPUTABILIDADE não
tem CULPABILIDADE. Sem CULPABILIDADE não tem
PUNIBILIDADE. Mas tem CRIME, pois, o fato é típico e
ilícito. Trata-se de exclusão referente ao autor do fato:
• doença mental
• desenvolvimento mental retardado
• desenvolvimento mental incompleto
• embriaguez acidental completa
EXCLUSÕES
• Exclui o POTENCIAL CONHECIMENTO DA
ILICITUDE. Sem POTENCIAL CONHECIMENTO DA
ILICITUDE não tem CULPABILIDADE. Sem
CULPABILIDADE não tem PUNIBILIDADE. Mas tem
CRIME, pois, o fato é típico e ilícito. Trata-se de
exclusão referente ao autor do fato:
• Com a vigência da lei surge para o Estado o jus puniendi abstrato. Com a
prática da in fração pena surge para o Estado o jus puniendi concreto, o qual
somente se efetivará após o devido processo legal
• 5 Princípio da Inderrogabilidade
• preventiva →pena deve servir de "susto“, para evitar a reiteração criminosa por
parte do condenado, bem como, para evitar a propagação da conduta delitiva na
sociedade; pena é prevenção de novos delitos - art. 59 CP
– Art. 1º. LEP a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado
ESPÉCIES DE PENA
PRIVATIVA DE LIBERDADE
RESTRITIVA DE DIREITO
MULTA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
REGIMES DE CUMPRIMENTO
RECLUSÃO DETENÇÃO
PENA
REGIME FECHADO PRIVATIVA DE REGIME SEMI-
LIBERDADE ABERTO
REGIME SEMI-
ABERTO REGIME ABERTO
REGIME ABERTO
Regimes de cumprimento de pena
• Regras do regime fechado
– Art. 33 § 1o., a e 34 CP
– Arts. 31 a 35; 87 a 90 LEP
• OBS,: A gravidade do delito não é requisito para regime inicial mais severo
●É preciso também que o condenado tenha mérito para a progressão, sendo esta
autorizada pelo Juiz.
• 2 Mérito do condenado
– Atestado de boa conduta carcerária emitido pelo diretor do estabelecimento
prisional – art. 112 LEP alterado Lei 10792/03. Não é mais necessário o exame
criminológico da CTC.
• 3 Oitiva do MP como fiscal da lei sob pena de nulidade por desrespeito ao art. 67
LEP
PROGRESSÃO DE REGIME E O PRESO PROVISÓRIO
• POSSIBILIDADE – FUNDAMENTOS
• 2 Art. 118 - II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena
em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
• Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em
processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da
soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.
• 3 Art. 118 - § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta.
• O não pagamento da multa não mais opera a regressão de regimes, pois, a multa penal é taxa
(tributo) e se não quitada passa a ser Dívida Ativa para o Estado e como tal cobrada pela
Procuradoria da Fazenda Nacional junto a Vara Fiscal competente nos termos da Lei de
Execução Fiscal (Lei 6.830/80). Não pagar multa penal não é motivo para regressão de pena,
sendo assim, está revogada a segunda parte deste dispositivo.
• Beneficiários
– Condenado a regime fechado ou presoprovisório: estudo ou trabalho
– Condenado a regime semi-aberto e aberto e livramento condicional: somente estudo
• Competência
– VEC com oitiva do MP e da defesa
• QUESTÃO: EM QUE CONSISTE A CHAMADA
DETRAÇÃO PENAL? A QUAL JUÍZO COMPETE
SEU CÁLCULO? A QUAIS ESPÉCIES DE PENA É
APLICÁVEL?
• PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
• 1ª - Substitutividade - A restritiva de direito deve ser fixada em substituição a privativa de liberdade, pois se
forem descumpridas operar-se-á a conversão em privativa de liberdade (art. 44 - § 4º do CP)
– Art. 44- As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando...:
• Art. 44 § 2º
– Se a pena aplicada for inferior ou igual há 1 ano, o juiz substituirá a pena privativa de liberdade por
uma restritiva de direito ou por multa.
– Se a pena for superior a 1 ano o juiz substituirá a pena privativa de liberdade por duas restritivas de
direitos ou por uma restritiva de direito e multa.
• Onde se estabelece a pena restritiva de direito, considerando-se o critério trifásico? – art. 59, IV
– 2º - Após referido critério o juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma restritiva de
direito, a qual, regra geral, terá o mesmo prazo de duração da privativa de liberdade, isto é, o tempo
de duração da restritiva de direito é igual ao tempo de duração da privativa de liberdade.
• 2ª - Autonomia - A aplicação das penas restritivas de direito não dependem da aplicação conjunta de uma
pena privativa de liberdade, ou seja, elas podem ser aplicadas isoladamente.
– Art. 44- As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando...:
•
tratando-se de
Crime dolosos não crime culposo, não
violentos cuja PL não existe limite de
seja superior a 4 anos pena, ou seja, esse
Condições objetivas máximo de 4 anos
somente vale para
os crimes dolosos
Crimes culposos
(no caso de
Condições para concurso de
substituição da PL crimes, o que
por RD Réu não for interessa é o
reincidente em crime resultado final da
doloso somatória das
Condições subjetivas penas)
Art. 59 CP - favorável
• SUBSTITUIÇÃO DA PL POR RD – OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
– 1º - Regra Geral → não poderá obter a substituição da pena privativa de liberdade pela
pena restritiva de direito (art. 44 - II).
– 3º - Exceção da exceção - o juiz não poderá substituir se o réu for reincidente específico,
ou seja, o primeiro e o segundo crime praticados possuem as mesmas descrições típicas
(repetição de delito) - parte final do § 3º.
• A)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 06 anos = privativa de liberdade
– Unificação de Penas = 09 anos → converte a restritiva de direitos em pena privativa
liberdade
• B)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado multa
– Não converte a restritiva de direitos em privativa e liberdade, pois a execução da
restritiva pode ser simultânea com a da multa
• C)
– 1º crime → condenado 01 ano = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 01 ano - Não reincidente = pena restritiva de direito
– Não converte a restritiva em privativa de liberdade pois a execução das restritivas
impostas pode ser simultânea
• D)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 02 anos. Não reincidente → pode ser beneficiário do art. 77 CP
"sursis"
– "Olha as penas isoladamente" → Não converte a restritiva em privativa de liberdade
•
Prestação pecuniária – art. 45 § 1º., 2º.
● Consiste na obrigação do condenado de pagar a quantia de 1 até 360 salários
mínimos para a vítima ou para os seus herdeiros, ou ainda para instituição com
finalidade social.
●Quando o pagamento for para a vítima ou para os herdeiros, esse valor será
descontado da indenização pelo dano ex delicto.
●O valor é fixado de acordo com o que o Juiz entender necessário para a reprovação
do delito, levando-se em conta dois parâmetros:
1.º – extensão do prejuízo; e
2.º – capacidade econômica do agente.
●O Juiz, em vez de fixar a prestação de um valor, poderá fixar a prestação de
qualquer coisa (ex.: cesta básica).
Perda de bens e valores – art. 45 § 3º.
● É um confisco dos bens do condenado em favor do Fundo Penitenciário Nacional
(FUNPEN).
● O parâmetro para se calcular o confisco é o montante do prejuízo causado ou a
●Só poderá ser imposta quando a pena privativa aplicada for superior a 6
meses.
●Art. 152 § único LEP – nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação
Interdições temporárias de direitos – art. 47 CP
Alguns autores entendem que essa pena foi revogada pelo CTB.
●
É uma das espécies de pena alternativa. É a única pena alternativa que não pode ser convertida
em pena privativa de liberdade.
•O Código não traz o valor da multa em moeda corrente, que por esse motivo deve ser
calculado. São três etapas para se calcular o valor da multa:
➔ 1º. calcular o número de dias-multa;
➔ 2º. calcular o valor, em moeda corrente, de cada dia-multa;
➔3º. multiplicar o valor de cada dia-multa pelo número de dias-multa a que o sujeito foi
condenado.
DA PENA DEMULTA
● O número de dias-multa varia entre um mínimo de 10 e o máximo de 360 (art. 49 do CP).
●Previsões específicas na legislação penal especial: exemplo lei de drogas
●O valor de cada dia-multa varia de 1/30 até 5 salários mínimos, levando em conta a capacidade econômica
do condenado.
Se o valor de cada dia-multa, em função da capacidade econômica, tornar-se reduzido, pode ser
●
●Para a fixação do valor de cada dia-multa, deve-se levar em conta o valor do salário- mínimo vigente na data
em que o fato é praticado (Art. 4º. CP).
●Sobre esse valor incide atualização monetária. A correção monetária, de acordo com o entendimento do
STJ, incide a partir da data do fato.
●Súmula 43 STJ incide correcão monetária sobre dívida por ato ilícito a partir do efetivo prejuízo
MÁXIMO 360 5X
SALÁRIO MÍNIMO
• CÁLCULO DE MULTA - fixação na sentença condenatória em duas fases.
• 2º fase - O juiz fixa o valor de cada dia-multa - Art. 60 - caput e § 1º: baseado na
situação econômica do réu, no limite mínimo de 1/30 do SM e máximo de 5 SM
(observando o art. 49 § 1º. 60 - caput e § 1º).
– Nesta etapa, mesmo que aplicada no patamar máximo, o juiz ainda poderá
triplicá-la se achar necessário e suficiente para reprovacão e prevencão do
delito
• Por fim, o juiz na sentença multiplica o número de dias-multa pelo valor fixado para
cada dia-multa.
• PAGAMENTO DA PENA DE MULTA - artigo 50 CP
• Victor E. R. Gonçalves “transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, os autos
vão para o contador judicial, que efetuará a atualização de seu valor (art. 49 § 2º. CP). O juiz,
após ouvir o Ministério Público, homologa tal valor e determina a intimação do condenado,
para que, no prazo de 10 dias, efetue o pagamento”.
– artigo 169 § 1º. LEP antes de conceder o parcelamento o juízo competente deverá
determinar diligências para auferir a situação econômica do réu, bem como, abrir vistas
para oitiva do MP, após o que e conforme a situação econômica do condenado fixar a
quantidade de parcelas iguais e sucessivas.
●Sua natureza, no entanto, continua sendo a de pena e por esse motivo não pode passar da
pessoa do condenado (art. 5.º, XLV, da CF/88).
●Superado esse prazo sem o pagamento, é extraída uma certidão pormenorizada do ocorrido,
remetendo-se esta para a Procuradoria Fiscal (cuja função, no âmbito comum, é exercida pela
Procuradoria do Estado) para inscrição na dívida ativa.
●A prescrição passa a ser a da legislação tributária, ou seja, o prazo da execução fiscal, que é de
5 anos.
●As causas interruptivas e suspensivas da prescrição também são as da legislação tributária (art.
51 do CP).
EXAME DA OAB
1. Na perspectiva de um Estado Democrático de Direito, a intervenção punitiva estatal deve:
a) proteger integralmente todos os bens jurídicos, mediante tipificação.
b) cuidar para que a pena não constitua violência contra o condenado.
c) realizar primordialmente os objetivos da prevenção geral, ou seja, retribuir o mal causado.
d) em favor da celeridade, admitir exceções às garantias fundamentais.
Estão corretos:
a) I, II, IV
b) IV, I, III, VI
c) III, VI, V
d) II, IV, III
EXAME DA OAB
3. Em sendo aplicada pena privativa de liberdade inferior a seis meses a réu primário e de bons
antecedentes, o juiz
a) pode, facultativamente, substituir a pena pela de multa, se prevista como pena alternativa
cominada ao crime;
b) só deve substituir a pena pela de multa se prevista como pena alternativa ao crime e constar
de proposta pelo Ministério Público de aplicação imediata;
c) só deve operar a substituição, se, além das condições constantes da letra anterior, concorrer
o ofendido com sua aquiescência;
d) tem o poder - dever de substituir a pena privativa de liberdade pela de multa, ainda que não
conste esta como pena alternativa ao crime descrito na parte especial do Código Penal.
4. "A" (funcionário público) foi denunciado por peculato. No correr do processo, apurou-se, no
dia do fato, que o réu, em razão de doença mental, não entendia o caráter ilícito do fato.
Assim, aplicar-se-lhe-á(ão)
a) pena e medida de segurança
b) pena
c) pena ou medida de segurança
d) medida de segurança
MÓDULO III
APLICAÇÃO DA PENA
COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS
O art. 30 do CP dispõe que não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Esse artigo contém três regras:
• 1ª. As circunstâncias de caráter pessoal (circunstâncias subjetivas) não se
comunicam no concurso de agentes. As circunstâncias subjetivas são aquelas que
dizem respeito ao agente (exemplo: antecedentes, personalidade, motivo do
crime, parentesco, reincidência etc.).
NO CRIME DE ATIPICIDADE
ELEMENTAR
ALGUÉM HOMICÍDIO ABSOLUTA
(ART. 121)
FUNCIONÁRIO NO CRIME DE
ELEMENTAR PECULATO ATIPICIDADE
PÚBLICO RELATIVA
(ART. 312 )
CIRCUNSTÂNCIAS
• Circunstância é todo dado acessório, não fundamental para a existência do crime, que fica agregado à
figura típica e tem como única função influenciar na pena.
• A circunstância não altera o crime, somente influi na maior ou menor gravidade do delito. Assim,
ausente a circunstância, subsiste o crime. Exemplo: furto agravado pelo repouso noturno.
As circunstâncias podem ser:
➢ Judiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério do juiz (artigo 59 do Código
Penal).
➢ Legais:
▪ são as circunstâncias agravantes (artigos 61 e 62) e atenuantes (artigos 65 e 66) que se
encontram na Parte Geral do Código Penal.
▪ São as causas de aumento e diminuição de pena, encontradas na Parte Geral e na Parte
Especial do Estatuto Penal.
▪ Qualificadoras
• As qualificadoras também são circunstâncias, pois sua exclusão não elimina o crime, que apenas passa
de qualificado a simples.
• As qualificadoras não são essenciais para a existência do crime, pois só alteram os limites de pena,
fixando o mínimo e o máximo.
EXAME DA OAB
Pode-se afirmar, sobre as circunstâncias pessoais do agente, que:
a) nunca se comunicam ao outro agente do crime.
b) sempre se comunicam ao outro agente do crime.
c) só se comunicam ao outro agente do crime quando elementares do crime.
d) não mantêm qualquer relação com o outro agente do crime.
Art. 68
A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; por último,
as causas de diminuição e de aumento.
2ª. Corrente: somente condenações definitivas podem ser consideradas como maus
antecedentes
Súmula 444 STJ é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena base
A reincidência não pode ser considerada como circunstância judicial e também como
agravante.
1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
3) Conduta social: trabalho, relacionamento familiar, etc.
• O total do aumento das agravantes não pode elevar a pena intermediária acima do máximo da pena
cominada (prevista em lei) e o total da diminuição das atenuantes não pode diminuir a pena aquém do
mínimo legal.
• Todas as atenuantes e agravantes devem ser justificadas pelo juiz na sentença (CF Art. 93 - IX).
• No artigo 62, encontram-se as agravantes que somente se aplicam ao autor do crime em concurso de
agentes.
2ª FASE – AGRAVANTES REINCIDÊNCIA – ARTS. 63, 64
• A reincidência se verifica quando o sujeito, depois de sofrer condenação transitada em julgado pela prática de
um crime, pratica novo delito.
• A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime político também não geram reincidência
(art. 64 I).
• Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão ou
do livramento condicional, se não ocorrer revogação
• A condenação no estrangeiro também gera reincidência, se o fato praticado for considerado crime no Brasil.
Não é necessária a homologação do Supremo Tribunal Federal.
• 7º - impede a incidência de algumas causa de diminuição de pena (ex: art. 155 § 2º; 170;
171 § 1º - CP).
TRÂNSITO EM
JULGADO EXTINÇÃO DA NOVO
SENTENÇA FATO
CONDENATÓRIA PUNIBILIDADE
FATO
CUMPRIMENTO PERÍODO DE
PROCESSO
DE PENA 5 ANOS
PENA
6 ANOS
REINCIDENTE
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA
TRÂNSITO EM
JULGADO EXTINÇÃO DA NOVO
SENTENÇA FATO
CONDENATÓRIA PUNIBILIDADE
FATO
CUMPRIMENTO PERÍODO DE
PROCESSO
DE PENA 5 ANOS
PENA
6 ANOS
PRIMÁRIO
• QUESTÕES:
• Explique se é possível reincidência envolvendo contravenções penais?
• "A" pratica crime dia 16/08/13, outro crime 19/10/13 e outro dia 24/10/13,
respondendo por um inquérito e dois processos. “A” é primário ou reincidente?
NÃO PRE-
ORDENADA
VOLUNTÁRIA
NÃO ACIDENTAL
PRE-
ORDENADA
EMBRIAGUEZ CULPOSA
CASO FORTUITO
ACIDENTAL
FORÇA MAIOR
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
• aplicáveis apenas aos CRIMES DOLOSOS
* EXCEÇÃO = reincidência
➢ Entendemos que o inciso acima não foi alterado pelo artigo 5.º do novo Código Civil, pois a
atenuante da menoridade atua como coeficiente de menor culpabilidade, reduzindo o juízo de
censura em razão da falta de pleno amadurecimento da pessoa, sendo a diminuição da pena medida
de política criminal.
II - o desconhecimento da lei;
- Trata do desconhecimento formal, textual da lei . Conforme o art. 3º. da LINDB ninguém se escusa de
cumprir a lei, alegando que não a conhece.
- Não se trata do erro de proibição, o qual se for inevitável isenta o réu de pena conforme art. 21 CP
➢ ESPECÍFICAS
2). João foi condenado definitivamente a um pena de detenção de 3 anos. Sendo João
primário e tendo as circunstâncias do art. 59 favoráveis a ele, João teve sua pena
privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direito de prestação
de serviço à comunidade e uma pena de multa. João, sem dar satisfações, nunca
apareceu na instituição na qual deveria prestar serviço e nem tampouco pagou a
multa.
Pergunta-se: Como o caso será resolvido? Explique, justifique e fundamente.
MÓDULO IV
CONCURSO DE CRIMES
•
CONCEITO
O concurso de crimes ocorre nas situações em que um ou mais agentes cometem dois ou
mais crimes, ou seja, o tema trata a pluralidade de crimes praticados por 01 ou mais
sujeitos
• Existem dois sistemas para a aplicação da pena nas hipóteses de concurso de crimes:
sistema do cúmulo material e sistema da exasperação da pena.
APLICA-SE A PENA DE UM
Sistema da SÓ DOS CRIMES,
Exasperação da Pena AUMENTANDO-A DE UM
DETERMINADO QUANTUM
FORMAS DE CONCURSO
CONCURSO MATERIAL
ART. 69
CONCURSO FORMAL
ART. 70
CRIME CONTINUADO
ART. 71
CONCURSO MATERIAL – ART. 69
• Ocorre quando são praticadas duas ou mais infrações penais, idênticas ou não, mediante a
prática de duas ou mais condutas; cada conduta corresponde a um crime diferente. Pode
ser:
➢ homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie;
➢ heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de
espécies diferentes.
• No caso de concurso material, será aplicado o sistema do cúmulo material: as penas serão
somadas.
DOIS OU SOMA
DUAS OU MAIS MAIS DAS
CONDUTAS CRIMES
PENAS
CONCURSO FORMAL – ART. 70
• Ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
Pode ser:
➢ homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie;
➢ heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de espécies
diferentes.
➢ Espécies de concurso formal
❖ 1ª. Próprio ou perfeito (art. 70, 1ª. Parte): quando os resultados derivam de um único desígnio
(exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas também atinge C; A tinha um só
desígnio: atingir B, mas acabou atingindo uma terceira pessoa também).
• Requisitos
• 1º - Unidade de conduta
• 2º - Pluralidade de infrações idênticas ou não
• 3º - Unidade de desígnios (a conduta concretiza uma única intenção criminosa) ou ausência de desígnio
criminoso (2 crimes culposos)
• Ex.: 1 disparo fere, culposamente, duas pessoas, homicídios ou lesões corporais culposas de trânsito,
estupro e contágio de moléstia venérea
• Requisitos
• 1º - Unidade de conduta
• 2º - Pluralidade de infrações idênticas ou não
• 3º - Desígnios autônomos (o agente tem várias vontades criminosas, as quais são concretizadas por uma
única conduta, ou seja, com uma conduta o agente exterioriza várias finalidades previamente
desejadas).
❖ Ex.: para matar toda a família “A” coloca uma bomba no veículo; jogar avião em edifício; efetuar disparos
contra a cabeça de duas vítimas
❖ Como exige desígnios autônomos o concurso formal impróprio somente pode ocorrer quando houver
dolo direto quanto aos vários delitos. Neste sentido a lição de Damásio E. de JEsus “As diversas ações,
omissões se apresentam à consciência do sujeito como fato único, fracionado em sua execução”.
❖ Há, entretanto, uma corrente doutrinária que entende que também haverá concurso formal impróprio
se houver dolo eventual. Ex.: o sujeito quer matar um bebê que está no colo da mãe; o sujeito sabe que
se atirar na criança poderá atingir a mãe, mas mesmo assim assume o risco e dispara). Trata-se, no
exemplo, de dolo direto em relação à criança e dolo eventual em relação à mãe.
❖
CONCURSO FORMAL
EXASPERA
ÇÃO
PRÓPRIO DOIS OU pena mais
MAIS grave
➢ UMA CONDUTA CRIMES +
➢ UM DESÍGNIO de 1/6 até 1/2
• O CP adotou a teoria da ficção jurídica para a qual há uma presunção legal de que os
diversos delitos pela homogeneidade de circunstâncias objetivas formam um único delito.
Embora haja na realidade pluralidade de delitos, a lei presume a existência de crime único
➢ Crimes da mesma espécie: são os crimes previstos no mesmo tipo penal, pouco
importando se na forma tentada ou consumada, simples ou qualificada
O Ministério Público segue a linha da teoria objetivo-subjetiva, sustentando que não se pode
confundir crime continuado com habitualidade no crime ou intensa vontade de delinqüir.
Na jurisprudência existem as duas posições.
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO -ART. 71 § ÚNICO
• Verifica-se lesão à bem jurídico personalíssimo de vítimas diferentes, sendo que a conduta criminosa
deve ser praticada mediante violência ou grave ameaça à pessoa. Exs.: vida, integridade física corporal,
liberdade de locomoção, liberdade sexual
• Requisitos
• 1. pluralidade de condutas
• não é limite para fixação da pena na sentença condenatória, mas sim para o
cumprimento da mesma pelo condenado.
• Súmula 715 STF A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do código penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais
favorável de execução.
• fundamentos:
• José quer matar João (vítima virtual ou visada),no entanto, José atira, erra e mata
Carlos (vítima efetiva).
– José deve responder pelo crime como se tivesse sido praticado contra a
vítima virtual.
• Filho quer matar o próprio pai. Filho atira, erra e mata um Terceiro.
– Filho responde pela morte do Terceiro com a agravante de matar ascendente
(art. 61)
• Há 2 espécies
• 1ª) Com Unidade Simples ou Resultado Único.
• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro, isto é, com uma só conduta realiza
dois crimes, um doloso contra a virtual e um culposo contra o terceiro → responde pelo
crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento de pena do
artigo 70.
• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes, um doloso contra a virtual e uma lesão corporal culposa contra o terceiro →
responde pelo crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento
de pena do artigo 70.
• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes → responderá por tentativa de homicídio contra a virtual, aplicando-se o aumento de
pena do artigo 70.
• Solucione esta 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de
desvio no golpe mata terceiro inocente?
ARTIGO 74 - "aberractio criminis" ou resultado diverso do pretendido
• Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo;
se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
•
• É uma espécie de desvio no golpe que envolve bens jurídicos diversos, ou seja, o agente quer atingir
uma pessoa, mas atinge uma coisa ou vice-versa.
• NATUREZA JURÍDICA
• Julio Fabrini Mirabete "são causas legais que impedem a aplicação das sanções
penais pela renúncia do Estado em punir o autor culpável do delito."
• A punibilidade pode ser afastada em três hipóteses:
– Às vezes a lei penal exige certas circunstâncias para que o Estado possa aplicar a sanção
penal. Nestas hipóteses legais a política criminal de punibilidade depende do implemento de
certas circunstâncias que possuem duas características:
• 1ª. São objetivas: pois não dependem da vontade do agente, ou seja, encontram-se fora do seu
dolo;
– Julio F. Mirabete “São causas legais que impedem a aplicação das sanções penais, pela
renúncia do estado em punir o autor do delito.”
– O art. 107 do CP traz um rol exemplificativo das causas extintivas da punibilidade e existem
outras causas em outros artigos. Ex.: arts. 82; 90; 312 § 3º. CP;
• MOMENTO DE OCORRÊNCIA
• EFEITOS
• Prova da morte: art. 62 CPP → somente certidão de óbito e ainda após oitiva do M.P.
• Não se presta a provar a morte: prova testemunhal, fotográfica, guia de sepultamento, morte presumida
• QUESTÃO PARA REFLEXÃO:E se decretada POR ENTENÇA IRRECORRÍVEL a extinção punibilidade pela morte
do agente, ficar provada a falsidade da certidão de óbito?
• É a possibilidade do juiz, somente nas hipóteses legais, deixar de aplicar a pena ao réu, pois, as
consequências naturais do fato já lhe por demais gravosas. Ex.: matar culposamente em acidente de trânsito
o próprio filho
• Exs.: arts. 121 § 3º.; 129 § 8.º; 140 § 1.º I, II; 176 § único; 180 § 5.º todos do CP; art. 29 § 2º. Lei 9605/98;
artigo 13 da lei de proteção a vítimas e testemunha
• Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial: declaratória da extinção da punibilidade (não
condena nem mesmo absolve)
• ESPÉCIES:
• PRESCRIÇÃO
– 1º. Extinção do poder-dever de punir;
– 2º. Extinção da ação penal por força do transcurso do prazo legal;
IMPRESCRITIBILIDADE
• EFEITOS PPP:
– Extinção da punibilidade art. 107, IV CP;
– Trancamento do IP/AP;
– Impedimento da apreciação do mérito – sent. declaratória da extinção da punibilidade –
não condena nem absolve;
– Evita a incidência dos efeitos penais secundários. Ex: não nome no rol dos culpados; não
reincidência; não há o dever de indenizar decorrente da acão penal - não há formacão
de título executivo judicial
• SANÇÕES COMPLEXAS – ART. 118 CP. Ex.: Penas cumulativas – reclusão e multa; detenção e multa;
– As sancões mais leves prescrevem com as mais graves
– Multa única pena cominada – 114, I, 1a. Parte = 2 anos. Exs: arts. 22, 29, 37, 38, 43, 44, 46,
57, 61, 66, 68, LCP.
– Multa única pena imposta (PPPr/PPPint/sup.) – 114, I, 2a. Parte = 2 anos
– Multa cominada alternativa// ou cumulativa// com privativa de liberdade – 114, II c/c 118
– Multa imposta cumulativa// com privativa e liberdade (PPPr/PPPint/sup.) – 114, II c/c 118
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL DA PPP
CONTAGEM DO ANO PRESCRICIONAL - norma de direito penal – prazo prescricional natureza penal
– Inclui dia do início do prazo (inclui dies a quo) – art. 10 c/c 111 CP;
– Vai ao mesmo dia, do mesmo mês do ano final e exclui um dia (exclui dies ad quem);
• Determinados atos processuais arrolados no art. 117 interrompe a contagem do prazo prescricional o
qual recomeçará do zero novamente, assim, a contagem não se dá diretamente da prática do fato até a
sentença, mas por períodos
CAUSAS INTERRUPTIVAS E PERÍODOS PRESCRICIONAIS DA PPPpd
• Art. 117 CP – CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPPpd
– Incisos I e IV – juiz singular;
– Incisos I, II, III e IV – Tribunal do Juri
– Incisos V e VI - PPE
• 1o. Entre o termo inicial (art. 111CP) e o recebimento da denúncia ou queixa-crime (art
117, I)
– Ex.: art. 155 caput cuja pena máxima cominada = 4 anos.Pela tabela do art. 109 IV
encontra-se o prazo da PPPpd de 8 anos. Suponha que o fato tenha ocorrido no dia
17/05/02, para que não ocorra a prescrição o recebimento da denúncia deve ocorrer
até 16/05/10
- Ex.: art 147 cuja pena máxima cominada = 6 meses. Pela tabela do art. 109 V encontra-
se o prazo da PPPpd de 3 anos. Suponha que o recebimento da denúncia tenha ocorrido
no dia 20/06/06, para que não ocorra a prescrição a publicação da sentença deve
ocorrer até 19/06/09.
CAUSAS INTERRUPTIVAS E PERÍODOS PRESCRICIONAIS DA PPPpd NO TRIBUNAL DO JURI
• 3. Art. 366 CPP – suspensão do prazo prescricional em razão de réu citado por edital não comparecer ao processo e não
poder ser julgado à revelia
– Súmula 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada
• 4. Art 368 CPP – expedição de carta rogatória suspende o processo e o prazo prescricional
• Súmula 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada
• 1. CAP / CDP: Deve-se buscar sempre a pena máxima abstrata (cominada) ao delito, assim
deve-se utilizar:
– CAP que + AUMENTA
– CDP que – DIMINUI
– 2. Art. 110 caput: A reincidência, agravante genérica, aumenta o prazo da PPE em 1/3.
• Réu reincidente = prazo da PPE + 1/3
• Súmula 220 STJ a reincidência não influi no prazo da PPP
PRESCRIÇÃO E CONCURSO E CRIMES - PPP e PPE
• Art. 119 CP No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente
• SÚMULA 497 STF quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena
imposta na sentença, NÃO se computando o acréscimo decorrente da continuação
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA PPPr - Art. 110, parágrafos 1o. e 2o. CP
• Trata-se de espécie de PPP, pois, ocorre antes da SCTJ. Conta-se de trás para frente com base
na pena concreta aplicada na sentença condenatória ainda recorrível. A base de cálculo para
o prazo prescricional é a pena concreta imposta na sentença contando-se de volta no
período prescricional entre a publicação da sentença condenatória e o recebimento da
denúncia ou queixa-crime
• PRAZO: calculado com base na pena imposta na sentença condenatória (PENA CONCRETA)
relacionada com a tabela do art. 109 CP.
• CÁLCULO DA PPE – com base na pena concreta na SCTJ a qual deve ser
relacionada com a tabela do art. 109 CP achando-se o prazo da PPE;
• CONCURSO MATERIAL
– Penas NÃO são somadas, cálculos isolados;
• CONCURSO FORMAL
– Cálculo deve desprezar a CAP do art. 70 CP
• CRIME CONTINUADO
– Cálculo deve desprezar a CAP do art. 71 CP
– Termos iniciais dos delitos parcelares devem ser considerados isoladamente
– SÚMULA 497 STF quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, NÃO se computando o acréscimo decorrente da
continuação
CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPE
• ART. 117 V, VI
– Entenda-se: o prazo da PPE começa a ser contado a partir da fuga do condenado com
base no restante da pena a cumprir o qual deve ser relacionado a um dos incisos do art.
109. A toda nova fuga deve-se proceder a um novo calculo da PPE baseado no restante
da pena a cumprir e assim por diante. Sendo assim, toda vez que o condenado e
recapturado o prazo da PPE e interrompido só voltando a correr no caso de nova fuga.
• 117 VI – reincidência após SCTJ = interrupção e aumento do prazo da PPE em 1/3 (art. 110
caput, in fine)
– Art. 63 c/c 4o. CP . A interrupção da PPE opera-se com a prática do 2º. crime em
situação de reincidência e não com a confirmação através de SCTJ pelo 2º. Crime. O que
se mostra óbvio, pois, a interrupção opera-se com a reincidência e esta estará
configurada, nos termos do art. 63 CP, com a prática do 2º. delito após a SCTJ por um 1º.
Delito
PPE E PENA DE MULTA - Art. 51 CP
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• MIRABETE, Julio Fabrini; MIRABETE,Renato. Manual de Direito Penal. Vol. 1, Parte Geral, 28ª. Ed.
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• MONTEIRO DE BARROS, Flávio Augusto. Direito Penal. Parte Geral, vo.1. Saraiva. São Paulo, 2011
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