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DIREITO PENAL III

“A batida do martelo do juiz ao prolatar a


sentença, percutindo na madeira e deslocando
uma massa de ar causando ruído, representa
justamente a atuação da norma no mundo real
e concreto. É o abstrato, a idéia, invadindo o
mundo da matéria...”
Ivo Aguiar
Módulo I
CULPABILIDADE
CONCEITO DE CULPABILIDADE
A culpabilidade é o juízo de reprovação realizado sobre uma pessoa que pratica um fato típico
e ilícito.
• FERNANDO CAPEZ “É O JUÍZO DE CENSURABILIDADE E REPROVAÇÃO EXERCIDO SOBRE
ALGUÉM QUE PRATICOU UM FATO TÍPICO E ILÍCITO”
• J ulio F. Mirabete: “Reprovabilidade da conduta típica e antijurídica. ”

• CONCEITO ANALÍTICO BIPARTIDO DE CRIME


• Crime é fato típico e antijurídico
• A culpabilidade não é elemento do crime e sim pressuposto para aplicação da pena. Trata da
ligação entre o autor do fato típico e antijuridicidade e a punibilidade.

• A culpabilidade não é elemento do crime, não integra o conceito de crime (de acordo com a
Teoria Finalista da Ação).
• Então, se há discussão sobre a culpabilidade é porque já se verificou a existência do fato típico
e sua ilicitude.
• A culpabilidade é pressuposto para imposição de pena. Sua ausência não exclui o crime, afasta
somente a punibilidade do autor da infração.
TEORIAS DA CULPABILIDADE
1. Psicológica da culpabilidade
• Surgiu por volta de 1900 no sistema naturalista ou causal da ação,
preconizado por Von Liszt.
• Para essa teoria, culpabilidade é um liame psicológico que se
estabelece entre a conduta e o resultado, por meio do dolo ou da
culpa.
• Assim, para essa teoria, os únicos pressupostos exigidos para a
responsabilização do agente é a imputabilidade aliada ao dolo ou à
culpa.
• Essa doutrina foi muito criticada, pois a culpa não pode integrar a
culpabilidade porque é normativa e não psíquica.
TEORIAS DA CULPABILIDADE
2. Psicológico-normativa ou
normativa da culpabilidade

● Buscando explicação lógica para situações como a coação moral


irresistível, na qual o agente dá causa ao resultado com dolo ou culpa, é
imputável, mas não pode ser punido, Reinhard Frank, em 1907,
defendeu que a culpabilidade teria outro pressuposto: a exigibilidade de
conduta diversa.
● O dolo era normativo, pois em seu conteúdo tinha a consciência atual

da ilicitude, ou seja, o conhecimento de que a ação ou omissão é injusta


aos olhos da coletividade (dolo = consciência + vontade + consciência da
ilicitude).
TEORIAS DA CULPABILIDADE
3. Normativa pura da culpabilidade
●Essa teoria nasceu com a teoria finalista da ação e teve Hans Welzel como
principal defensor.
●Para Welzel, o dolo não poderia estar na culpabilidade, deixando a ação
humana sem seu elemento fundamental, que é a intencionalidade. Assim,
essa teoria deslocou o dolo e a culpa para o fato típico (conduta dolosa ou
culposa), e a culpabilidade passou a ser puramente normativa (juízo de
valor), sem qualquer dado psicológico.
● Dessa forma, para a teoria finalista e para a normativa pura, a culpabilidade
é composta de três elementos: imputabilidade, potencial consciência da
ilicitude e exigibilidade de conduta diversa.
A teoria normativa pura da culpabilidade comporta duas vertentes quanto ao
tratamento das descriminantes putativas:

a) Teoria estrita ou extremada da culpabilidade


Toda espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da
norma (por erro de proibição), seja incidente sobre situação fática (por erro de
tipo), é sempre tratada como erro de proibição. Nos dois casos, ou exclui a
culpabilidade ou diminui a culpabilidade (e portanto, a pena).

b) Teoria limitada da culpabilidade


Se o erro recair sobre a existência ou limites de uma causa de justificação, trata-se
de erro de proibição (exclui a culpabilidade, se escusável o erro; atenua a pena, se
inescusável). No entanto, se o erro recair sobre uma situação de fato (distorção da
realidade), trata-se de erro de tipo (exclui o dolo e a culpa, se escusável o erro;
permanece a culpa, se inescusável). É o que dispõe o artigo 20, § 1.º, do Código
Penal. É a teoria que adotamos.
IMPUTABILIDADE

ELEMENTOS POTENCIAL
DA CONSCIÊNCIA
CULPABILIDADE DA ILICITUDE

EXIGIBILIDADE
DE CONDUTA
DIVERSA
• Cada elemento da culpabilidade tem suas correspondentes causas de exclusão.
• CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE - Dirimentes
• Conduzem à absolvição art. 386 VI CPP, exceto no caso da menoridade penal que conduz a
anulação da ação penal por ilegitimidade passiva de parte.
Menoridade
penal

Imputabilidade Doença mental

embriaguez

Elementos da
Potencial
culpabilidade
consciência da Erro de proibição
ilicitude

Coação moral
irresistível
Inexigibilidade de
conduta diversa
Obediência
hierárquica
IMPUTABILIDADE
IMPUTABILIDADE
Conceito → o conceito é obtido através de interpretação a contrario sensu do
caput do artigo 26 CP “é a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de
determinar-se (controlar-se) de acordo com esse entendimento”.

Imputabilidade = é a capacidade de compreender o caráter criminoso do fato e


de se orientar de acordo com esse entendimento.

● A imputabilidade possui dois elementos:


- intelectivo (capacidade de entender o caráter ilícito do fato que pratica);
- volitivo (capacidade de querer, capacidade de comportar-se conforme
aquele entendimento).

• Faltando um desses elementos, o agente não será imputável.


CAUSAS DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE
• Conceito de inimputável → é o agente que não tem
aptidão para entender o caráter ilícito do fato ou
para determinar-se conforme esse entendimento.
Inimputabilidade
• Nada mais é do que a inaptidão para entender o
caráter ilícito do fato ou inaptidão para determinar-
se de acordo com esse entendimento
• A inimputabilidade é a exclusão do aspecto
intelectivo ou do aspecto volitivo do agente
conforme os sistemas de aferição abaixo
SISTEMAS DE AFERIÇÃO DA
IMPUTABILIDADE
●Sistema Biológico: exige apenas o requisito causal para que o agente seja
declarado inimputável, não sendo necessário que perca efetivamente a
capacidade de entender e querer, em conseqüência dessa causa. É adotado no
sistema jurídico brasileiro como exceção nos casos de menores de 18 anos (artigo
27 do Código Penal).

●Sistema Psicológico: verifica se no momento do crime a pessoa tinha ou não


capacidade de entender o que estava fazendo, não se ocupando com a existência
das causas de inimputabilidade. Não foi adotado .

●Sistema Biopsicológico: exige a presença de três requisitos para apuração da


inimputabilidade – causal, cronológico e conseqüencial. Foi o sistema adotado
pelo Código Penal no artigo 26.
REQUISITOS DA INIMPUTABILIDADE
●Causal: a inimputabilidade deve ser causada por doença mental,
desenvolvimento mental incompleto, desenvolvimento mental
retardado, dependência química ou embriaguez completa proveniente
de caso fortuito ou força maior. Somente essas causas podem tirar a
capacidade de entender ou de querer do agente.

●Cronológico: as causas que levam à inimputabilidade devem existir ao


tempo da infração penal (art. 4º. CP).

●Conseqüencial: perda completa da capacidade de entender ou da


capacidade de querer praticar o delito, ou seja, supressão da capacidade
intelectiva ou volitiva do agente
CAUSAS EXCLUDENTES DA
IMPUTABILIDADE
1) Doença mental
É a perturbação mental de qualquer ordem. A dependência patológica de
substância psicotrópica pode configurar doença mental. Precisa ser
determinada por laudo.
2) Desenvolvimento mental incompleto
É o desenvolvimento que ainda não se concluiu. É o caso do menor de 18
anos e do silvícola inadaptado à sociedade.
3) Desenvolvimento mental retardado
É o caso dos oligofrênicos, que se classificam em débeis mentais, imbecis e
idiotas, dotados de reduzidíssima capacidade mental.
CAUSAS EXCLUDENTES DA IMPUTABILIDADE
• MENORIDADE PENAL – ART. 228 CF E 27 CP

• O menor de 18 anos apresenta, para a lei, desenvolvimento mental


incompleto, isto é, a lei adotou um critério biológico. Menor de 18 anos
é absolutamente inimputável, pois a lei presume de forma absoluta a
ausência do aspecto intelectivo, ou seja, a ausência total da capacidade
de compreender o caráter ilícito do fato. A presunção de
inimputabilidade do menor é absoluta – júris et de juer, que não admite
prova em contrário, desta feita, não adianta tentar provar que o menor
tem capacidade de compreensão.

• No Código Penal o critério da maioridade é de que se faz 18 anos no


primeiro minuto do dia do aniversário, independentemente do horário
do nascimento (Art. 10 CP)
• Emancipação civil não traz qualquer efeito penal
• QUESTÕES PARA REFLEXÃO:
• 1 suponha que a conduta foi praticada durante a
menoridade do autor (disparos na vítima que fica
em coma) e a consumação (morte) somente obtida
já na maioridade do agente. Neste caso deve ele ser
considerado penalmente imputável?

• 2 Suponha que aos 17 anos e 10 meses Tício


sequestre Caio e que a negociação do resgate
demore 3 meses findos os quais a vítima é liberada
pela polícia. Neste caso, Tício deve ser considerado
penalmente imputável?
CAUSAS EXCLUDENTES DA IMPUTABILIDADE
Doença Mental ou Desenvolvimento Mental Retardado – arts.26 e 98
CP
• Adotando um critério biopsicológico, o caput do art. 26
dispõe ser inimputável o agente inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
conforme esse entendimento.

• O art. 26 § único combinado com o art. 98 aplica-se ao


semi-imputável

• O critério adotado para aferição da inimputabilidade por


doença mental é o biopsicológico
Doença mental ou
Elemento causal desenvolvimento
mental retardado

Elemento cronológico Art. 4º. CP


Critério biopsicológico

Supressão da
Inimputável = medida
capacidade cognitiva
de segurança
ou volitiva
Elemento
consequencial
Semi-imputável =
Diminuição da
medida de segurança
capacidade cognitiva
ou pena reduzida
ou volitiva
(sistema vicariante)
•SENTENÇA
CONDENATÓRIA •SENTENÇA
•SETENÇA
•SISTEMA ABSOLUTÓRIA
CONDENATÓRIA SEMI-
IMPUTÁVEL VICARIANTE PENA INIMPUTÁVEL IMPRÓPRIA
• APLICAÇÃO DE IMPUTÁVEL
REDUZIDA OU •MEDIDA DE
PENA
MEDIDA DE SEGURANÇA
SEGURANÇA
Semi-Imputabilidade ou Responsabilidade
Diminuída
• Difere da inimputabilidade apenas no requisito conseqüencial.

• Enquanto na inimputabilidade a perda da capacidade de entender


ou querer é total, na semi-imputabilidade, é parcial.

• A semi-imputabilidade não exclui a culpabilidade, e após análise do


caso concreto, a lei confere ao juiz a opção de aplicar a pena
diminuída (redução de 1/3 a 2/3) ou medida de segurança (sistema
vicariante)
.
MEDIDA DE SEGURANÇA
● É uma sanção penal.
● Tem finalidade exclusivamente preventiva.
● É aplicada no intuito de submeter a tratamento o autor de um fato típico e
ilícito que demonstrou ser portador de periculosidade por força de doença
mental.

NÃO É PENA!
MEDIDAS DE SEGURANÇA
• É a sanção penal aplicável ao inimputável por doença mental e ao semi-imputável.
Também é aplicada medida de segurança ao criminoso que pratica o fato por
dependência de drogas pericialmente comprovada (arts. 45 e 46 da Lei 11.343/06).

• SANÇÃO PENAL
– { PENAS (Privativas de Liberdade, restritivas de direito e multas)
– { MEDIDAS DE SEGURANÇA (TRATAMENTO E INTERNAÇÃO)

• DIFERENÇAS ENTRE AS PENAS E AS MEDIDAS DE SEGURANÇA:

PENAS MEDIDA DE SEGURANÇA

Retributiva, ressocialzxadora e preventiva Preventiva

Culpabilidade é seu pressuposto Periculosidade é seu pressuposto

Imputáveis, semi-imputáveis Inimputáveis e semi-imputáveis por doença


mental
ESPÉCIES
●Medida de segurança detentiva: é a internação na casa de custódia e tratamento
psiquiátrico (manicômio). Essa medida de segurança é obrigatória para crimes
apenados com reclusão (art. 96 I).

● Medida de segurança restritiva: consiste no tratamento ambulatorial. O condenado


fica em liberdade e vai algumas vezes por semana ao consultório médico. Essa medida
de segurança pode ser aplicada a crimes apenados com detenção (art. 96 II).

Observação: se a pena for de reclusão, aplica-se obrigatoriamente a medida de


segurança detentiva, mas se o crime for apenado com detenção, o juiz poderá escolher
entre internação e tratamento ambulatorial.
PRAZO
●A medida de segurança é aplicada por tempo indeterminado, ou seja, dura
enquanto não cessar a periculosidade, podendo durar a vida inteira do
condenado.

●Após um prazo mínimo, entretanto, que varia de 1 a 3 anos (de acordo com a
gravidade do crime), será realizado um exame de cessação da periculosidade.

●Se a periculosidade não cessou (exame negativo), o internado deve ter seu
exame renovado de ano em ano.

●Excepcionalmente, havendo fundadas razões, o exame de cessação da


periculosidade pode ser feito antes do decurso do prazo mínimo.

●QUESTÃO: É CONSTITUCIONAL A PREVISÃO LEGAL DO PRAZO


INDETERMINADO PARA A MEDIDA DE SEGURANÇA?
Prazo indeterminado
• "Tempo Indeterminado"

• Art. 5º - XLVII b da CF = proíbe pena de caráter perpétuo

• Art. 75 do CP = prazo máximo de cumprimento da pena 30 anos

• 1ª corrente - Medida de Segurança não é pena (art. 5º XLVI e art. 32)

– Proíbe-se a pena perpétua não a medida de segurança

• 2ª corrente - Medida de Segurança é pena - Qual o prazo?

– 1º critério = 30 anos

– 2º critério = máximo da pena abstrata do crime praticado


APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA AO INIMPUTÁVEL POR DOENÇA MENTAL –
ART. 26 CAPUT
• Art. 97 “caput” – Sentença Absolutória, juiz absolve
e aplica a medida de segurança (absolvição
imprópria)

• Se o crime for apenado com reclusão – Juiz


determinará sua internação, medida de segurança
detentiva (periculosidade presumida);

• Se o crime for apenado com detenção – Juiz o


submeterá a tratamento ambulatorial, medida de
segurança preventiva (periculosidade presumida)
APLCAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA AO SEMI-IMPUTÁVEL POR
DOENÇA MENTAL – ART. 26 § ÚNICO

• Art. 98 C.P – Sentença Condenatória, juiz condena e


aplica pena reduzida OU Medida de Segurança.

• Sistema Vicariante: = Aplicação da Pena ou Medida


de Segurança

• O Juiz não pode aplicar a pena e medida de


segurança já que o Sistema do Duplo Binário foi
abolido
Reclusão
Regime inicial =
fechado, semi-
Privativa de aberto ou aberto
liberdade Detenção
regime inicial =
semi-aberto ou
Restritivas de aberto
pena direito – arts. 43 e
44 CP

Sanção penal Multa

Internação ou
Medidas de
tratamento
segurança
ambulatorial
EXAME DA OAB
01. Rodrigo pretende roubar transeuntes no centro da cidade, mas como não tem coragem
para isso, embriaga-se dolosamente, com o intuito de praticar tais atos criminosos. Diante
desta situação, a doutrina penal reconhece que
a) Rodrigo não responderá pelos crimes cometidos, ante sua semi-imputabilidade.
b) aplica-se a teoria da actio libera in causa. Rodrigo responde pelo ato.
c) a embriaguez voluntária dolosa é causa de diminuição de pena.
d) a consciência de Rodrigo viu-se abalada pela embriaguez, respondendo ele parcialmente
por seus atos.

02. Potiguar é um silvícola que vive em Brasília, onde freqüenta escola de ensino médio. Vem
ele a cometer crime de estupro com 19 anos de idade. Potiguar :
a) deverá ser considerado inimputável por desenvolvimento mental incompleto.
b) é inimputável.
c) é semi-imputável.
d) é imputável.
EXAME DA OAB
03. João, um dia antes de completar 18 anos, atira em Paulo. A vítima é transportada para o
hospital, onde vem a falecer três dias após, quando João já havia completado 18 anos.
a) João será condenado em virtude da consumação haver ocorrido após o agente haver
completado 18 anos;
b) João não será condenado, pois no momento em que completou o ato executório era
menor de 18 anos;
c) João será condenado em virtude de tratar-se de crime continuado;
d) João será condenado se ficar comprovado que agiu dolosamente.

04. Excluem a imputabilidade penal:


a) a emoção;
b) a paixão;
c) a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos;
d) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior sendo o agente, ao
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA IMPUTABILIDADE - EMBRIAGUEZ
CONCEITO: Intoxicação aguda e transitória provocada pelo álcool
ou substância de efeitos análogos, cujas conseqüências variam
desde uma ligeira excitação até o estado de paralisia e coma.

VOLUNTÁRIA
NÃO
ACIDENTAL
CULPOSA

EMBRIAGUEZ
CASO FORTUITO
ACIDENTAL

FORÇA MAIOR
Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos
análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de
caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com
esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por
embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
EMBRIAGUEZ NÃO ACIDENTAL
●A embriaguez não-acidental, seja voluntária, seja culposa, não exclui a
imputabilidade.
●O agente tinha plena liberdade para decidir se deveria ou não ingerir a
substância, portanto, se em razão de sua ação perdeu a capacidade de
avaliação, responderá pelas conseqüências.
●Trata-se da teoria da actio libera in causa (ações livres na causa).
Considera-se, assim, o momento da ingestão da substância e não o
momento da prática delituosa.
●Embriaguez Preordenada: se o agente se embriaga para cometer o crime,
além de não excluir a imputabilidade, é considerada uma agravante genérica
(artigo 61, inciso II, alínea “l”, CP).
TEORIA DA ACTIO LIBERA IN CAUSA = AÇÃO LIVRE NA CAUSA
A teoria da actio libera in causa foi adotada na Exposição de Motivos original do CP de 1940, de modo
que considera-se imputável quem se põe em estado de inconsciência ou de incapacidade de
autocontrole, seja dolosa ou culposamente, e nessa situação comete o crime. É a teoria que resolve a
punibilidade da embriaguez completa quando esta for dolosa, preordenada ou culposa.

•Se uma destas formas de embriaguez for completa, significa que o agente no momento da conduta
criminosa não tinha consciência e vontade de realizar o ilícito, ou seja, não se pode falar que atuou com
dolo ou culpa. Todavia, o art. 28 - II determina a punibilidade da embriaguez dolosa ou culposa, sendo
assim a referida teoria determina a antecipação da análise de dolo ou culpa residual para o momento da
embriaguez.

•Se no momento da embriaguez não foi possível detectar o dolo ou a culpa residual, o agente deverá ser
punido, sendo este um dos poucos casos em que o Direito Penal pátrio aceita a responsabilidade penal
objetiva, ou seja, sem dolo ou culpa.

• Percebe-se que, ao adotar tal orientação, o CP adotou a doutrina da responsabilidade objetiva, pela
qual deve o agente responder pelo crime.

•Como se vê, tal teoria leva em conta, por definição, os aspectos meramente objetivos do delito, sem
considerar o lado subjetivo deste (DOLO ou CULPA).
EMBRIAGUEZ ACIDENTAL
● É a que deriva de caso fortuito ou força maior.
●Pode ser completa (perda total da capacidade de entendimento e
autodeterminação) ou incompleta (perda parcial da capacidade de
entendimento e autodeterminação).
● Não se aplica a teoria actio libera in causa porque o agente não tinha a
intenção de ingerir a substância.

A embriaguez acidental completa


exclui a imputabilidade
A embriaguez acidental incompleta
reduz a pena de 1/3 a 2/3
• Em suma: se a embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior
for completa o autor do fato criminoso deverá ser absolvido, pois está
excluída sua culpabilidade (art. 28 - § 1º) e também não receberá
medida de segurança, pois não é doente mental (absolvição própria); se
a embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior for
incompleta o agente deverá ser condenado, mas é merecedor da
redução de pena prevista no art. 28 § 2º, sendo assim não está excluída
sua culpabilidade.

• Absolvição própria → é excluída a culpabilidade e não se aplica medida


de segurança. No art. 28 - § 1º → temos uma causa de exclusão da
imputabilidade e em conseqüência da culpabilidade.

• Absolvição imprópria → é excluída sua culpabilidade, mas é submetido à


medida de segurança. No art. 28 - § 2º → temos uma causa de
diminuição de pena.
EMOÇÃO e PAIXÃO

➢ A emoção é um sentimento súbito, repentino, passageiro e intenso.


➢ A paixão é duradoura, perene.

● A emoção e a paixão não excluem a imputabilidade (art. 28 I CP).


● A emoção pode funcionar como redutor de pena:
- causa de diminuição de pena em alguns crimes, dependendo
das circunstâncias (artigos 121, §1.º, e 129, § 4.º, do Código
Penal),
- atenuante genérica (artigo 65, inciso III, alínea “c”, do Código
Penal).
QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Antonio com intenção de matar Benedito encontrou-o num


bar e partiu para cima dele com uma faca.
Benedito que voluntariamente havia se embriagado, usando
moderadamente dos meios necessários, matou Antonio.
Pergunta-se: Benedito será responsabilizado? Explique,
justifique e fundamente.
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA
ILICITUDE
A ninguém é dado descumprir a lei alegando que
a desconhece
(artigo 3.º da Lei de Introdução ao Código Civil)

O desconhecimento da lei é inescusável.


(artigo 21 do Código Penal)
CONCEITO
Consciência da ilicitude é o conhecimento profano do injusto (não se exige do leigo um juízo
técnico-jurídico). É saber que o fato é antinormativo; ter a consciência de que se faz algo
contrário ao sentimento de justiça da sociedade.

●A simples consciência da ilicitude não é requisito da culpabilidade, porque o que se investiga é


se o agente tinha ou não condições de saber o que era errado, e possibilidade de evitar o erro.

●Assim, o que constitui requisito da culpabilidade é a potencial consciência da ilicitude. Deve-


se sair do aspecto subjetivo e avaliar aspectos objetivos do caso concreto para averiguar se o
agente possuía condições de saber e evitar o erro.

●Em suma: é a probabilidade do agente conhecer o caráter ilícito do fato que pratica. É um
juízo leigo e não jurídico baseado na possibilidade fática do agente conhecer a ilicitude de sua
conduta.
• A ausência de potencial consciência da ilicitude é o chamado de erro de proibição, instituto
pelo qual o agente não tem possibilidade de verificar que seu comportamento viola o
ordenamento jurídico.
EXCLUDENTE – ART. 21 = ERRO DE PROIBIÇÃO
●ERRO DE PROIBIÇÃO. – o agente, em razão de suas condições culturais, de instrução ou
geográficas, não tem possibilidade fática de verificar que seu comportamento, em um juízo
leigo, viola o ordenamento jurídico.

●Em razão de erro, supõe lícito o fato cometido, enquanto na realidade é ilícito. Pode-se afirmar
que se trata de erro sobre a ilicitude do fato e não sobre a existência ou não da norma proibitiva
positivada.

●A causa que exclui a potencialidade da consciência da ilicitude chama-se erro de proibição


inevitável (o agente não tinha condições de conhecer a ilicitude do fato em face das
circunstâncias do caso concreto). Exclui, portanto, a culpabilidade e acarreta a absolvição.

●No caso de erro de proibição evitável, persiste a potencial consciência da ilicitude, não
havendo exclusão da culpabilidade. Nesse caso, embora o sujeito desconhecesse que o fato era
ilícito (não tem a consciência atual da ilicitude), ele tinha condições de saber, dentro das
circunstâncias, que contrariava o ordenamento jurídico (tem a potencial consciência da
ilicitude). O agente será condenado à pena reduzida de 1/6 a 1/3.
Ignorância sobre o texto da Lei ausência de possibilidade de
conhecer o caráter ilícito do fato

Não exclui a culpabilidade mas exclui a culpabilidade, a PCI (erro


pode atenuar a pena de proibição)

Arts. 21, 1ª. Parte e 65 II CP Art. 21, 2ª. parte


ERRO
●Enraizado na expressão latina errare, o erro é um acontecimento
humano de estado positivo.
●O erro é a falsa representação da realidade; é a crença de ser A, sendo
B; é o equivocado conhecimento de um elemento.

●A ignorância, por sua vez, é um acontecimento humano de estado


negativo.
●A ignorância difere do erro por ser a falta de representação da
realidade; o total desconhecimento, isto é, a ausência do saber de
determinado objeto.
ERRO DE TIPO
Art. 20 – O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei.

• É o erro que incide sobre as elementares ou sobre as circunstâncias da figura típica da norma penal
incriminadora.

•Como nos ensina o doutrinador Damásio Evangelista de Jesus: “É o que faz o sujeito supor a ausência
de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma
permissiva.”

• CONSEQUÊNCIA JURÍDICA

– Exclusão do elemento subjetivo – dolo e se inevitável também do elemento normativo –


culpa

– O agente NÃO quer realizar o delito mas o faz por força do erro em que recai (o que o agente
quer? Ele realmente deseja matar uma pessoa? Há dolo de realizar o homicídio?)

– Descompasso entre o que realmente ocorreu e o que o agente queria realizar, sendo que, se
conhecesse a realidade não realizaria a conduta
ERRO DE TIPO
O erro de tipo subdivide-se em:

• Erro de tipo INCRIMINADOR


1. erro de tipo incriminador essencial:
1.1. erro escusável ou inevitável ou invencível,
1.2. erro inescusável ou evitável ou vencível.
2. erro de tipo incriminador acidental
2.1. erro sobre o objeto – error in objecto,
2.2. erro sobre a pessoa – error in persona,
2.3. erro sobre a execução – aberratio ictus,
2.4. resultado diferente do pretendido – aberratio criminis,
2.5. erro sucessivo ou dolo geral – aberratio causae.

• Erro de tipo PERMISSIVO


ERRO DE TIPO INCRIMINADOR
1. ERRO DE TIPO INCRIMINADOR ESSENCIAL

•Este erro de tipo versa diretamente sobre os fatos elementares e circunstanciais do tipo, isto é,
quando o erro do agente recai sobre os dados constitutivos do tipo.

•O erro de tipo incriminador essencial pode recair sobre o tipo fundamental, sobre uma causa
de aumento de pena, sobre uma circunstância agravante ou sobre uma qualificadora.

•Conceito: aquele que impede que o agente compreenda o caráter ilícito do fato que
esta praticando. Nestes casos, o agente, por causa do equivoco em que incide,
justificadamente não percebe que esta praticando um fato ilícito. O agente supõe que
esta praticando um fato licito mas na realidade pratica um ilícito. Pode incidir sobre
toda a figura delitiva (sobre suas elementares) ou sobre algumas circunstancias.

•Divide-se em:

•Inevitável, escusável

•Evitável, inescusável
1.1. ERRO ESCUSÁVEL (Inevitável ou Invencível)
Está previsto no CP - art. 20, caput, 1ª parte e § 1º, 1ª parte.

• É o erro desculpável, isto é, aquele cujas circunstâncias fazem presumir boa fé do agente,
justificando a prática do ato, que não se torna suspeito ou nulo. Erro em que qualquer
pessoa (media da sociedade) também incidiria desde que encontrando-se nas mesmas
condições em que o agente se encontrava

• Erro que não pode ser evitado pela normal diligência e cautela do homem médio

• Exclui o dolo e a culpa. Sem DOLO ou CULPA não há FATO TÍPICO.Sem FATO TÍPICO não há
CRIME,

• 1.2. ERRO INESCUSÁVEL (Evitável ou Vencível)

Está previsto no CP – art. 20, caput, 2ª parte e § 1º, 2ª parte.


Erro perceptível pelo homem médio da sociedade que se encontre nas mesmas condições em
que o agente se encontrava Erro que poderia ser evitado pela normal diligência da média da
sociedade, sendo assim, é produto da imprudência, negligência ou leviandade do autor que não
o percebeu. Ocorre quando o agente age de forma descuidada.
Exclui o dolo, mas, não afasta a culpa, respondendo o agente por crime culposo, quando
previsto em lei.
ERRO DE TIPO INCRIMINADOR
2. ERRO DE TIPO INCRIMINADOR ACIDENTAL

•Conceito incide sobre elementos secundários do tipo penal não impedindo que o agente
conheça o caráter ilícito do fato que pratica, desta feita, não exclui o dolo, pois, o agente tem
consciência do fato praticado.

•Conceitualmente, o erro de tipo incriminador acidental é aquele que vicia a vontade, mas não a
exclui. É o erro que incide sobre os dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua
execução.

• O erro de tipo incriminador acidental não exclui o dolo, pois, o agente atua com consciência da
ilicitude do fato que está praticando, e portanto, o agente responderá pelo crime.

2.1. erro sobre o objeto


2.2. erro sobre a pessoa – Art. 20, § 3º, CP
2.3. erro sobre a execução – Art. 73 do CP
2.4. resultado diferente do pretendido – art. 74 CP
2.5. erro sucessivo ou dolo geral -
ERRO SOBRE O OBJETO

• Acontece quando a conduta do agente recai sobre objeto (material), diverso


do que gostaria de atingir.
• É o caso de quem rouba bijuteria acreditando ser jóia ou, simplesmente,
quem rouba açúcar acreditando ser farinha.
• à luz do erro de tipo acidental sobre o objeto o agente praticou ato ilícito e
responderá, assim, normalmente pelo crime descrito no art. 155, caput, CP.
ERRO SOBRE A PESSOA - art. 20, § 3º.
• O agente pretende ofender uma pessoa, mas em razão de erro de representação ofende
outra, supondo que era a primeira. Há confusão por parte do agente, este confunde as
vítimas. Agente confunde a pessoa da vítima, supondo que um 3o. inocente é a vítima
desejada

– Ex.: quer atirar em Antonio (vítima virtual), mas atinge Pedro (vítima efetiva) em razão
de supor que Pedro era Antonio.
– Ex.: agente deseja matar o próprio pai mas o confunde com outra pessoa e mata um 3o.
qualquer (sósia)
– Ex.: agente deseja matar a própria esposa mas a confunde e mata um outra mulher
– Ex.: desja matar um estranho mas engana-se e alveja o próprio irmão

• CONSEQUÊNCIAS (art. 20, § 3o., 2a. parte)

– Não há exclusão do dolo e da tipicidade

– Agente responderá pelo delito como se este fosse praticado contra a vítima virtual
(desejada), considerando seu dolo e as características desta

– Não devem ser consideradas as características da vítima efetiva mas as da vítima virtual
ERRO SOBRE A EXECUÇÃO, DESVIO NO GOLPE, ABERRATIO ICTUS – ART. 73 CP
• Na hipótese do art. 73, o agente quer atingir uma pessoa (vítima virtual), todavia em razão de
desvio involuntário do golpe acaba por atingir terceiro (vítima efetiva). Neste caso o agente deve
responder por crime consumado considerando-se as características físicas ou pessoais da vítima
virtual, ou seja, responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra esta.

• Por exemplo: O agente dispara contra uma pessoa, erra e acerta outra pessoa. O agente, devido à
má pontaria, levou esta outra pessoa a óbito. Houve um erro acidental na execução devido a má
pontaria do delinqüente.

• Não confundir com error in persona (art. 20 § 3º.), no qual há um erro de representação, uma
confusão mental. Na aberratio ictus (art. 73) o agente não confunde a figura das vítimas, não há
erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º), portanto o agente sabe quem é a vítima contra quem quer
praticar o delito, mas erra na execução da conduta.

• Ex.: José quer matar João (vítima virtual ou visada). No entanto, José atira, erra e mata Carlos
(vítima efetiva). Conforme art. 73 José responde pelo crime como se fosse praticado contra a
vítima virtual.
• Ex.: Filho quer matar o próprio pai. Filho atira, erra e mata um terceiro desconhecido. Filho
responde pela morte do Terceiro com a agravante de matar ascendente (art. 61)
• Espécies de Aberractio Ictus

• 1ª) Com Unidade Simples ou Resultado Único: Neste caso somente a vítima efetiva é atingida, a vítima
virtual não → responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra a vítima virtual.

• Ex.: pretende matar o próprio pai (vítima virtual), mas em razão de desvio no golpe atinge terceiro
(vítima efetiva) o qual não vem a falecer → responde por tentativa de homicídio doloso, com o
agravante do art. 61 - II - e.

• 2ª) Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo: Neste caso o agente atinge as duas vítimas, a virtual e a
efetiva → resolve-se pela aplicação do concurso formal do artigo 70.

• COM BASE NOS ARTS. 70 E 73 SOLUCIONE AS SITUAÇÕES ABAIXO:

• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro,

• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro

• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro,

• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe mata terceiro
inocente,
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro, isto é, com uma só conduta realiza
dois crimes, um doloso contra a virtual e um culposo contra o terceiro → responde pelo
crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento de pena do
artigo 70.

• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes, um doloso contra a virtual e uma lesão corporal culposa contra o terceiro →
responde pelo crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento
de pena do artigo 70.

• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes → responderá por tentativa de homicídio contra a virtual, aplicando-se o aumento de
pena do artigo 70.

• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe
mata terceiro inocente, isto é, com uma só conduta realiza dois crimes, tentativa de
homicídio doloso contra a vítima virtual e um homicídio culposo consumado contra terceiro,
o qual deve ser considerado como se vitimasse a virtual, ou seja, homicídio doloso
consumado → em conclusão responderá por homicídio DOLOSO consumado (considerando
as características da vítima virtual), aplicando-se o aumento de pena do artigo 70.
RESULTADO DIFERENTE DO PRETENDIDO - ABERRATIO CRIMINIS - art.
74 do CP
É uma espécie de desvio no golpe que envolve bens jurídicos diversos, ou seja, o agente quer atingir uma pessoa, mas
atinge uma coisa ou vice-versa. Ocorre quando o agente pratica o ato ilícito, porém, por erro ou por acidente, atinge um
resultado diferente do que pretendia, e sempre sobre bem jurídico diferente. Esta situação faz com que o agente responda
por culpa, desde que o fato esteja previsto como crime culposo. Ex.: O agente deseja atingir uma coisa, erra e atinge uma
pessoa,matando-a. Responde por homicídio culposo.

• Espécies de Aberractio criminis


• 1ª) Aberractio Criminis Com Unidade Simples ou Resultado Único.

• 1ª hipótese - quer atingir uma coisa, mas atinge uma pessoa → responde por crime contra a pessoa na forma culposa.

• 2ª hipótese - quer atingir uma pessoa, mas atinge uma coisa → não responderá por dano culposo, pois é fato atípico,
mas responderá por tentativa de crime contra a pessoa (tentativa branca). Responde pela tentativa, pois, atuou com
dolo em relacão à pessoa. Pode ser tentativa de 121 ou 129 CP, dependerá da prova da intenção.

• 2ª) Aberractio Criminis Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo.

• COM BASE NOS ARTS. 70 E 74 SOLUCIONE AS SITUAÇÕES ABAIXO:


• 1ª hipótese - quer atingir uma pessoa o que efetivamente ocorre, mas também atinge uma coisa que não pretendia

• 2ª hipótese - quer atingir uma coisa o que efetivamente ocorre, mas também atinge uma pessoa que não pretendia
atingir
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - quer atingir uma pessoa o que efetivamente
ocorre, mas também atinge uma coisa que não pretendia
→ responde por crime doloso contra a pessoa (lesão
corporal consumada; tentativa de homicídio ou homicídio
consumado), não responderá por crime de dano, pois o
dano culposo é fato atípico.

• 2ª hipótese - quer atingir uma coisa o que efetivamente


ocorre, mas também atinge uma pessoa que não
pretendia atingir → Neste caso com uma conduta pratica
dois crimes, desta forma aplica-se a regra do concurso
formal, ou seja, aplica-se a pena do mais grave somando-se
a CAP (causa de aumento de pena) do art. 70.
Dolo geral, erro sucessivo, aberratio causae

• Aqui há um erro acidental com relação ao nexo causal. O agente


acaba por alcançar o resultado pretendido, porém, por uma causa
distinta daquela que havia planejado.

• Fernando Capez “o agente após realizar a conduta, supondo já ter


produzido o resultado, pratica o que entende ser exaurimento, e nesse
momento atinge a consumação”.

• Ex.: “A” esfaqueia a vítima e pensa que a matou. Ao tentar ocultar o


cadáver, jogando-o ao mar, vem efetivamente a matá-la por afogamento.
Haveria tentativa de homicídio (pelas facadas) em concurso com homicídio
culposo (foi praticar a ocultação de cadáver e acabou matando), ou
homicídio doloso?

• RESPONDERÁ POR HOMICÍDIO DOLOSO, PELO DOLO GERAL.


ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - Art. 20, § 2º, CP.
• Pode ser espontâneo ou provocado.

O “provocado” pode ser por determinação dolosa ou culposa.

➔A dolosa se dá quando o agente conscientemente induz outra pessoa a erro. Exemplo: B


quer matar C e, B (no caso o terceiro) dá uma pistola para A fazendo este crer que a arma
está descarregada. A dispara contra C, subtraindo-lhe a vida. B responderá por crime
doloso, enquanto A em face de seu erro, salvo se agiu com culpa, não responde pelo crime.

➔A culposa, por sua vez, se dá quando o agente, por culpa, leva outra pessoa a erro.
Exemplo: B, sem saber se a pistola está munida ou não, entrega a arma para A e o induz a
disparar contra C. Neste caso, A e B respondem por crime culposo, pois, agiram ambos com
imprudência. Se o erro for inevitável não se constitui crime, porém, se o erro for evitável,
responderá por crime culposo, havendo previsão legal.

•O “espontâneo” é o erro cometido pelo terceiro inocente. O sujeito incide em erro sem a
participação provocadora do terceiro.
EXAME DA OAB
01. Qual é o conceito doutrinário de erro de proibição?
a) É o erro quanto à existência dos limites da excludente.
b) É o erro que recai sobre o elemento constitutivo do tipo penal.
c) É o que se denomina de erro incidente sobre os elementos objetivos do tipo penal.
d) É o erro incidente sobre a ilicitude do fato.

02. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe
que se encontra em situação de perigo, haverá:
a) estado de necessidade putativo.
b) estado de necessidade real.
c) legítima defesa putativa.
d) legítima defesa real.
EXAME DA OAB
03. O erro inevitável sobre a ilicitude exclui:
a) tipicidade;
b) antijuridicidade;
c) ilicitude;
d) culpabilidade.

02. Se o agente atua por erro plenamente justificável pelas circunstâncias e supõe
que se encontra em situação de perigo, haverá:
a) estado de necessidade putativo.
b) estado de necessidade real.
c) legítima defesa putativa.
d) legítima defesa real.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
CONCEITO
• EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
• É a possibilidade fática de exigir do agente um comportamento diverso
daquele que praticou. É a expectativa social de que o agente tenha outro
comportamento e não aquele que se efetivou.
• Damásio E. de Jesus “Para que o agente seja culpável exige-se que nas
circunstâncias do fato tivesse possibilidade de realizar outra conduta, de
acordo com o ordenamento jurídico.”
• A exigibilidade de conduta diversa, como causa de exclusão da
culpabilidade, funda-se no princípio de que só podem ser punidas as
condutas que poderiam ser evitadas.
• → Se podia agir conforme o direito, agir contra é reprovável
Em nosso ordenamento jurídico, a exigibilidade de conduta diversa pode ser
excluída por duas causas:
➢ coação moral irresistível

➢ obediência hierárquica.
COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL
• A coação moral irresistível é a grave ameaça contra a qual o homem médio não
consegue resistir. Não exclui o crime, pois resta um resquício de vontade, mas exclui a
culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa).

•A coação moral pode ser resistível. No caso da coação moral resistível, a pessoa atua
sob influência de ameaça contra a qual podia resistir. Essa forma de coação não
elimina o fato típico, a ilicitude, nem a culpabilidade. Trata-se de uma circunstância
atenuante (artigo 65, inciso III, alínea “c”, primeira parte, do Código Penal).

➔Atenção: A coação física (vis absoluta), que consiste no emprego de força física, exclui
a vontade (o dolo e a culpa), eliminando a conduta. O fato é considerado atípico.

➔o autor da coação responde por constrangimento ilegal + o crime praticado pelo


coagido acrescido da agravante genérica do artigo 62, II.
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
Envolve ordem de superior hierárquico no exercício de sua função pública a seu
subordinado
A ordem do superior hierárquico pode ser de três ordens:

1ª. legal: não há crime do superior ou do subordinado, pois, ambos atuam no estrito
cumprimento do dever legal;
- Ex.: mandado de prisão – juiz e polícia judiciária; mandado e despejo – juiz e oficial
de justiça

2ª. Manifestamente ilegal: haverá crime tanto do superior quanto do subordinado.

3ª. Não manifestamente ilegal: ordem aparentemente legal, mas de duvidosa


legalidade, a qual vicia a vontade do subordinado. Formalmente a ordem tem
aparência de legalidade, no entanto, materialmente, referente ao seu conteúdo, a
ordem é ilegal.
Neste caso teremos crime do superior e exclusão da culpabilidade do subordinado
OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
•A obediência a ordem não manifestamente ilegal de superior
hierárquico, torna viciada a vontade do subordinado e afasta
a exigência de conduta diversa.

RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO
REQUISITOS
ORDEM NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAL
EXAME DA OAB
01. Julgue as afirmativas que seguem:
I. A embriaguez sempre tem o condão de excluir a culpabilidade.
II. Tanto a coação irresistível quanto o erro de proibição escusável isentam o sujeito
de pena.
III. O potencial conhecimento da ilicitude é um dos elementos da ilicitude.
IV. A coação moral resistível agrava a pena do autor do delito.
V. Qualquer pessoal pode alegar obediência hierárquica em relação ao seu superior
hierárquico, mesmo que tenha obedecido ordem ilegal.

São incorretas:
a) 1 alternativa
b) 2 alternativas
c) 3 alternativas
d) 4 alternativas
QUESTÕES para REFLEXÃO
• Quem comete um crime em COAÇÃO FÍSICA ABSOLUTA e quem
comete um crime em COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL é punido da
mesma maneira? Explique e justifique.

• Antonio com intenção de matar Benedito encontrou-o num bar e


partiu para cima dele com uma faca. Benedito que voluntariamente
havia se embriagado, usando moderadamente dos meios
necessários, matou Antonio. Pergunta-se: Benedito será
responsabilizado? Explique, justifique e fundamente
REMEMORANDO

• Nos próximos slides um resumo


esquemático da estrutura da
teoria geral do crime
CONDUTA HUMANA DOLO/ CULPA
VOLUNTÁRIA
CULPABILIDADE
FATO AÇÃO/ OMISSÃO
RESULTADO
TÍPICO
CAUSAS ABS. IND.
NEXO DE
IMPUTABILIDADE
CAUSALIDADE
CAUSAS REL. IND.

TIPICIDADE DIRETA POTENCIAL


INDIRETA CONSCIÊNCIA DA
CRIME ILICITUDE

ESTADO DE
NECESSIDADE EXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA
LEGÍTIMA
DEFESA
ILICITUDE
ESTRITO CUMPRIMENTO
DO DEVER LEGAL

EXERCÍCIO REGULAR DE
DIREITO PUNIBILIDADE
EXCLUSÕES
• Excluem a VOLUNTARIEDADE da conduta. Sem
VOLUNTARIEDADE não tem CONDUTA. Sem CONDUTA não
tem FATO TÍPICO. Sem FATO TÍPICO não tem CRIME:

• estado de inconsciência
• movimento reflexo
• coação física absoluta
EXCLUSÕES
• Exclui o DOLO e a CULPA da conduta. Sem DOLO e a
CULPA não tem CONDUTA. Sem CONDUTA não tem
FATO TÍPICO. Sem FATO TÍPICO não tem CRIME:

• erro de tipo escusável


EXCLUSÕES
• Excluem a ILICITUDE da conduta. Não basta o FATO
ser TÍPICO. Sem ILICITUDE não tem CRIME:
• Causas de justificação, justificantes, excludentes

• estado de necessidade
• legítima defesa
• estrito cumprimento do dever legal
• exercício regular de direito
EXCLUSÕES
• Excluem a IMPUTABILIDADE. Sem IMPUTABILIDADE não
tem CULPABILIDADE. Sem CULPABILIDADE não tem
PUNIBILIDADE. Mas tem CRIME, pois, o fato é típico e
ilícito. Trata-se de exclusão referente ao autor do fato:

• doença mental
• desenvolvimento mental retardado
• desenvolvimento mental incompleto
• embriaguez acidental completa
EXCLUSÕES
• Exclui o POTENCIAL CONHECIMENTO DA
ILICITUDE. Sem POTENCIAL CONHECIMENTO DA
ILICITUDE não tem CULPABILIDADE. Sem
CULPABILIDADE não tem PUNIBILIDADE. Mas tem
CRIME, pois, o fato é típico e ilícito. Trata-se de
exclusão referente ao autor do fato:

• Erro de proibição escusável


EXCLUSÕES
• Excluem a EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA.
Sem EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA não
tem CULPABILIDADE. Sem CULPABILIDADE não
tem PUNIBILIDADE. Mas tem CRIME, pois, o fato é
típico e ilícito. Trata-se de exclusão referente ao
autor do fato:.

• coação moral irresistível


• obediência hierárquica
EXAME DA OAB
01. Reconhecidos os chamados "furto famélico" e “obediência hierárquica”, não há
punição, respectivamente, por falta de:
a) tipicidade e ilicitude.
b) culpabilidade e ilicitude.
c) fato típico e culpabilidade.
d) ilicitude e culpabilidade.

02. Marque a alternativa incorreta:


a) O estado de necessidade é uma causa de exclusão da ilicitude.
b) A inimputabilidade por doença mental é causa de exclusão da culpabilidade.
c) A legítima defesa recíproca como excludente de ilicitude não é possível,
principalmente contra agressão de animais.
d) A obediência hierárquica é causa de exclusão da tipicidade.
QUESTÕES para FIXAÇÃO
1) A coação moral irresistível é causa de:
a) exclusão da antijuridicidade
b) exclusão da culpabilidade
c) exclusão da tipicidade
d) extinção da punibilidade

2) A legítima defesa putativa é causa de:


a) exclusão da antijuridicidade
b) exclusão da culpabilidade
c) exclusão da tipicidade
d) extinção da punibilidade

3) O estado de inconsciência é causa de:


a) exclusão da antijuridicidade
b) exclusão da culpabilidade
c) exclusão da tipicidade
d) extinção da punibilidade
MÓDULO II
SISTEMA DE PENAS
PENA
• Pena é a sanção penal imposta pelo Estado, mediante o devido
processo legal, ao autor de um fato típico e ilícito que foi reconhecido
culpado, tendo como finalidade puni-lo e ressocializá-lo, bem como
prevenir a prática de novas infrações mediante a intimidação penal.

• A pena tem dupla finalidade:


➔ prevenção especial: consiste no tratamento ressocializante e na
punição ao infrator;
➔ prevenção geral: desmotivar a prática de futuras infrações mediante a
ameaça de coerção.
PRINCÍPIOS
• 1 Princípio da Reserva Legal (CP art. 1º e CF art. 5º - XXXIX)

• 2 Anterioridade ( 5o., XXXIX CF e art. 1o. CP)

• 3 devido processo legal (art. 5o. LIV CF)

• não adota norma sentença ou sanção - direito de punir do Estado(poder-


dever punitivo) = coação indireta

• Com a vigência da lei surge para o Estado o jus puniendi abstrato. Com a
prática da in fração pena surge para o Estado o jus puniendi concreto, o qual
somente se efetivará após o devido processo legal

• A lide penal: é o conflito de interesses qualificado pela pretensão punitiva


do Estado resistida pelo direito de defesa do réu (art. 5º - LV CF)
PRINCÍPIOS
• 4 – presunção de inocência (art. 5o., LVII CF)

• Referido princípio não revogou as formas de prisão processual, cautelar ou provisória


que ocorrem antes da SCTJ (flagrante, preventiva ou temporária)

• 5 Princípio da Inderrogabilidade

• A aplicação da pena é poder e dever do Estado, desde que confirmados os pressupostos


para sua aplicação.
• Exceções ao princípio → causas de extinção da punibilidade.
• exs.: arts. 107, 312 § 3o.; escusas absolutórias (arts. 181, 182 e 348 § 2o.) ; 140 § 1o.;
143

• 6 Princípio da Personalidade ou Intransmissibilidade

• A sanção penal é pessoal e intransmissível, não passando aos herdeiros do condenado.


• Art. 107 - Extingue-se a punibilidade - I - pela morte do agente
• Art. 5º - XLV CF
PRINCÍPIOS
• 7 Princípio da Humanização da Pena
– Art. 1º III CF - a dignidade da pessoa humana.

– Art.5º - XLVII – proibição de penas cruéis;

– Art. 5º - XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e


moral;

– Lei nº 7.210/84 - Lei de Execução Penal - Art. 88. O condenado será


alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho sanitário e
lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração,
insolação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de seis metros quadrados.
PRINCÍPIOS
• 8 Princípio da Individualização da Pena - Art. 5º - XLVI

• Individualizar a pena significa particularizá-la quanto ao crime cometido e


quanto ao autor que o praticou. Em resumo, não deve haver padronização da
pena, ou seja, generalização e aplicação de penas idênticas para pessoas
diferentes.
– Nelson Hungria → "Individualizar a pena nada mais é do que retribuir o mal
concreto do crime com o mal concreto da pena, na concreta personalidade
do criminoso".
• Espécies:
– Legislativa: pena cominada diferentemente para cada delito
(proporcionalidade quanto ao bem jurídico tutelado)
– Judicial: pelo juiz ao aplicar a pena na sentença condenatória conforme o
critério trifásico
– Executiva: durante o cumprimento da pena após a sentença condenatória
irrecorrível (progressão ou regressão de regimes; remição; livramento
condicional)
ESCOLAS ou TEORIAS PENAIS
• 1ª) Absoluta ou Clássica ou Retribucionista: Para esta teoria a pena é o mal
justo aplicado em retribuição ao mal injusto representado pela prática do
crime. A pena não visa prevenir outros delitos ou ressocializar o criminoso.

• 2ª) Relativa, Utilitária ou Utilitarista: A pena tem caráter preventivo


operando como coação psíquica com finalidade de intimidar a prática de
novos delitos seja pelo autor do primeiro fato seja por qualquer pessoa da
sociedade.
– especifica → a pena visa evitar a reincidência do autor em novo fato
criminoso
– geral → a pena visa intimidar a coletividade evitando a prática de novos
delitos.

• 3ª) Escola da Defesa Social ou Nova Defesa Social: Ressocialização

• 4ª) Mista, Eclética ou Unitária: a pena tem tripla finalidade: retribuição,


prevenção e ressocialização
• FINALIDADES DA PENA - caráter tríplice

• retributiva → pena é "castigo“, é a retribuição justa ao mal injusto do crime - art.


59 CP

• preventiva →pena deve servir de "susto“, para evitar a reiteração criminosa por
parte do condenado, bem como, para evitar a propagação da conduta delitiva na
sociedade; pena é prevenção de novos delitos - art. 59 CP

• ressocialização → pena deve visar a reinserção social do condenado, a sua


reintegração à vida em sociedade

– Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social,


à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.

– Art. 1º. LEP a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de
sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado
ESPÉCIES DE PENA

PRIVATIVA DE LIBERDADE

RESTRITIVA DE DIREITO

MULTA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
REGIMES DE CUMPRIMENTO

RECLUSÃO DETENÇÃO
PENA
REGIME FECHADO PRIVATIVA DE REGIME SEMI-
LIBERDADE ABERTO
REGIME SEMI-
ABERTO REGIME ABERTO
REGIME ABERTO
Regimes de cumprimento de pena
• Regras do regime fechado
– Art. 33 § 1o., a e 34 CP
– Arts. 31 a 35; 87 a 90 LEP

• Regras do regime semi-aberto


– Arts. 33 § 1o., b e 35 CP
– Arts. 91 e 92 LEP

• Regras do regime aberto


– Art. 33 § 1o., c e 36 CP
– Arts. 93 a 95 LEP
REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA
• Regime inicial - Código Penal art. 33 § 2º

– O condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a


cumpri-la em regime fechado;

– O condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4


(quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio,
cumpri-la em regime semi-aberto;

– O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4


(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime
aberto.
IMPORTANTE
●No caso de pena de reclusão, se o condenado for reincidente, sua pena começa a ser
cumprida obrigatoriamente em regime fechado; o critério quantitativo só vale para os
primários.

– Reincidente em crime doloso (1º e 2º crimes são dolosos) →


começa a pena em regime fechado

– Reincidente em crime culposo (1 e 2º crimes são culposos) →


começa a pena em regime semi-aberto

●No caso de pena de reclusão, se o condenado, embora primário, não preencher os


requisitos do art. 59 do CP (bons antecedentes, boa conduta social etc.), começará,
obrigatoriamente, em regime fechado.

●No caso de pena de detenção, se o condenado for reincidente, ou não preencher os


requisitos do art. 59 do CP, começará, obrigatoriamente, em regime semi-aberto.
• O art. 33 § 2º. CP traz as diretrizes básicas quanto ao regime inicial de
cumprimento de pena, nada obstante, pode ser que o magistrado observando o
art. 33 § 3º. fixe regime mais ou menos severo do que o previsto naquele

• Art. 33 - § 3º → a determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á


com observância dos critérios previstos no art. 59 do CP (culpabilidade,
antecedentes, conduta social, personalidade do agente, etc).

– Súmula 269 STJ É admissível a adoção de regime prisional semi-aberto aos


reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais

– Súmula 719 STF A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a


pena aplicada permitir exige motivação idônea (Súmula 440 STJ)

• OBS,: A gravidade do delito não é requisito para regime inicial mais severo

– Súmula 718 STF → A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do


crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo
do que o permitido segundo a pena aplicada.
PROGRESSÃO DE REGIME
●A Lei de Execução Penal exige para progressão de pena o cumprimento 1/6 de da
pena no regime anterior, não podendo haver passagem direta do regime fechado para
o aberto.

●Súmula 491 STJ é inadmissível a chamada progressão per saltum de regime


prisional

●É preciso também que o condenado tenha mérito para a progressão, sendo esta
autorizada pelo Juiz.

●Atualmente, é possível progressão de regime para crimes hediondos desde que o


condenado cumpra 2/5 da pena se for primário e 3/5 se for reincidente em crime
hediondo, além de cumprir os requisitos subjetivos.

1/6 PARA TODOS OS CRIMES


REQUISITOS
SUBJETIVOS
PARA OS CRIMES HEDIONDOS:
2/5 – RÉU PRIMÁRIO
3/5 – REÚ REICIDENTE EM CRIME HEDIONDO
Progressão de regimes
• REQUISITOS
• 1 Requisito temporal
– Art. 112 LEP – 1/6(crimes não hediondos);
– art. 2º. 1º. Lei 8072/90 - 1/3 (primário) ou 2/3 (reincidente) nos crimes
hediondos

• 2 Mérito do condenado
– Atestado de boa conduta carcerária emitido pelo diretor do estabelecimento
prisional – art. 112 LEP alterado Lei 10792/03. Não é mais necessário o exame
criminológico da CTC.

– Todavia, conforme o STF “não constitui demasia assinalar, não obstante o


advento da Lei 10792/03 que alterou o art. 112 LEP – para dele excluir a
referência ao exame criminológico – que nada impede que os magistrados
determinem a realização de mencionado exame, quando o entenderem
necessário, consideradas as eventuais peculiaridades do caso, desde que o
façam, contudo, em decisão adequadamente motivada.
• Súmula vinculante 26

• 3 Oitiva do MP como fiscal da lei sob pena de nulidade por desrespeito ao art. 67
LEP
PROGRESSÃO DE REGIME E O PRESO PROVISÓRIO
• POSSIBILIDADE – FUNDAMENTOS

– Princípio da Presunção de Inocência: o preso provisório pode progredir


de regime (art. 5º, LVII - CF: "ninguém será considerado culpado até
o trânsito em julgado de sentença penal condenatória").
– Se o condenado pode progredir de regime, o "inocente" também pode.

– Art. 2º § único LEP: Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso


provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando
recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária

• Súmula 716 do STF: Admite-se a progressão de regime de cumprimento


da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela
determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória

• Súmula 717 STF não impede a progressão de regime de execução da


pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se
encontrar em prisão especial
– Prisão especial – art. 295 CPP e legislação especial
REGRESSÃO DE REGIMES
● É a volta de condenado para o regime mais rigoroso

• Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma


regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
– Conforme art. 118 da LEP é possível a regressão por salto, ou seja, do
regime aberto diretamente para o regime fechado.

• A regressão deve ser obrigatoriamente antecedida de oitiva do Ministério


Público e de oportunidade de defesa do condenado (Princípio do
Contraditório e da Ampla Defesa).
– É nula a decisão de regressão que não dá oportunidade de defesa ao
condenado e o advogado deve impetrar Habeas Corpus.

●OBS.: Na pena de detenção, existe a regressão para o regime fechado,


havendo, então, a possibilidade de o condenado cumprir a pena em regime
fechado (o que não pode ocorrer na pena de detenção é iniciar a pena em
regime fechado).
REGRESSÃO DE REGIMES
• 1 Art. 118 - I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

• Falta grave = Art. 50 LEP

• 2 Art. 118 - II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena
em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

• Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em
processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da
soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

• Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante


da que está sendo cumprida, para determinação do regime.

• Ex.: Condenado a 05 anos no regime semi-aberto e já cumpriu 02 anos (faltam 03 anos) →


comete um crime doloso e é condenado a 15 anos → nova unificação de penas (art. 111) = 18
anos e passa a cumprir a pena em regime fechado.

• 3 Art. 118 - § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses
referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta.

• O não pagamento da multa não mais opera a regressão de regimes, pois, a multa penal é taxa
(tributo) e se não quitada passa a ser Dívida Ativa para o Estado e como tal cobrada pela
Procuradoria da Fazenda Nacional junto a Vara Fiscal competente nos termos da Lei de
Execução Fiscal (Lei 6.830/80). Não pagar multa penal não é motivo para regressão de pena,
sendo assim, está revogada a segunda parte deste dispositivo.

• § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o


condenado.
PRISÃO DOMICILIAR
●Existem algumas hipóteses (art. 117 da LEP) em que o condenado em regime
aberto tem o direito de se recolher, à noite e nos dias de folga, à sua própria
residência em vez da Casa do Albergado:

➢ condenado que tem mais de 70 anos;


➢ condenada gestante;

➢ condenada ou condenado com filho menor ou deficiente físico ou mental;

➢ condenado acometido de doença grave.


DO TRABALHO DO PRESO - arts. 28 a 37 LEP
• Art. 28 LEP - Contrato de trabalho sob regime jurídico de direito
público não CLT

• Art. 33 LEP - Jornada de trabalho entre 6 a 8 horas

• Art. 29 LEP – remuneração, no mínimo, ¾ do salário mínimo


– Art. 29 § 1º., 2º. – destinação da remuneração (utopia da
legislação)

• Art. 34 § 2º. – convênios com a iniciativa privada

• Art. 36 – trabalho externo para condenados no regime fechado em


obras ou serviços públicos
– Limite de 10% de presos
REMIÇÃO
• Remição é o abatimento da pena pelo trabalho ou estudo. Trata-se da ressocialização
através da laborterapia
• Art.128 LEP – o tempo remido será contado como pena cumprida
• Art.130 LEP – falsificar prestação de serviço constitui crime de falsidade ideológica

• Pelo trabalho = 3x1


– Acidente do trabalho continua a remir

• Pelo estudo = 12hrs. (divididas em 3 dias) x 1


– Ensino fundamental, médio, profissionalizante, superior inclusive à distância
– Conclusão do curso = + 1/3 de tempo remido
– Possibilidade de cumulação do trabalho e estudo

• Beneficiários
– Condenado a regime fechado ou presoprovisório: estudo ou trabalho
– Condenado a regime semi-aberto e aberto e livramento condicional: somente estudo

• Competência
– VEC com oitiva do MP e da defesa
• QUESTÃO: EM QUE CONSISTE A CHAMADA
DETRAÇÃO PENAL? A QUAL JUÍZO COMPETE
SEU CÁLCULO? A QUAIS ESPÉCIES DE PENA É
APLICÁVEL?
• PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

• Essa espécie de pena é aplicada em substituição à pena privativa de liberdade.


Primeiro o Juiz aplica a pena privativa de liberdade na sentença condenatória. Em
seguida, se estiverem preenchidos os requisitos legais, substituirá essa pena por
uma das penas alternativas restritivas de direito.

• Flávio A. M. de Barros “É a sanção imposta em substituição à pena privativa de


liberdade consistente na supressão ou diminuição temporária de um ou mais
direitos do condenado."

• Previsão legal – rol taxativo


– Parte Geral do CP - arts. 43 até 48 e 54 até 57.
– legislação extravagante: Art. 76 Lei 9099/95 (JECRIM); Artigo 28 da Lei
11.343/06 (porte de drogas para consumo próprio); Art. 292 Lei 9503/97; Lei nº
9.605/98 - Lei dos crimes contra o meio ambiente

• As penas restritivas de direitos subdividem-se em:


➔ penas restritivas de direitos stricto sensu;
➔ penas restritivas de direitos pecuniárias.
• Características das Penas Restritivas de Direito

• 1ª - Substitutividade - A restritiva de direito deve ser fixada em substituição a privativa de liberdade, pois se
forem descumpridas operar-se-á a conversão em privativa de liberdade (art. 44 - § 4º do CP)

– Art. 44- As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando...:

• Art. 44 § 2º

– Se a pena aplicada for inferior ou igual há 1 ano, o juiz substituirá a pena privativa de liberdade por
uma restritiva de direito ou por multa.

– Se a pena for superior a 1 ano o juiz substituirá a pena privativa de liberdade por duas restritivas de
direitos ou por uma restritiva de direito e multa.

• Onde se estabelece a pena restritiva de direito, considerando-se o critério trifásico? – art. 59, IV

– 1º - O juiz deve fixar através do critério trifásico a pena privativa de liberdade

– 2º - Após referido critério o juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma restritiva de
direito, a qual, regra geral, terá o mesmo prazo de duração da privativa de liberdade, isto é, o tempo
de duração da restritiva de direito é igual ao tempo de duração da privativa de liberdade.

• 2ª - Autonomia - A aplicação das penas restritivas de direito não dependem da aplicação conjunta de uma
pena privativa de liberdade, ou seja, elas podem ser aplicadas isoladamente.
– Art. 44- As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando...:

tratando-se de
Crime dolosos não crime culposo, não
violentos cuja PL não existe limite de
seja superior a 4 anos pena, ou seja, esse
Condições objetivas máximo de 4 anos
somente vale para
os crimes dolosos
Crimes culposos
(no caso de
Condições para concurso de
substituição da PL crimes, o que
por RD Réu não for interessa é o
reincidente em crime resultado final da
doloso somatória das
Condições subjetivas penas)

Art. 59 CP - favorável
• SUBSTITUIÇÃO DA PL POR RD – OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

• 2º - Condições Subjetivas (CP art. 44; II; III; § 3º)

• Inciso II –não ser o réu reincidente em crime doloso

• Quadro do reincidente doloso

– 1º - Regra Geral → não poderá obter a substituição da pena privativa de liberdade pela
pena restritiva de direito (art. 44 - II).

– 2º - Exceção → poderá obter a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva


de direito se o juiz se convencer que esta medida é socialmente recomendável (art. 44 -
§ 3º)

– 3º - Exceção da exceção - o juiz não poderá substituir se o réu for reincidente específico,
ou seja, o primeiro e o segundo crime praticados possuem as mesmas descrições típicas
(repetição de delito) - parte final do § 3º.

• Inciso III – circunstâncias judiciais do art. 59 CP favoráveis

– Só pode obter a substituição se o condenado tiver circunstâncias judiciais favoráveis.


CONVERSÃO DA RD EM PL - art. 44 § 4º e 5º
• É a volta da pena restritiva para pena privativa de liberdade

• Art. 44 § 4º. Conversão Obrigatória - no caso de descumprimento da pena


restritiva de direito imposta.

– Opera-se a detração penal, ou seja, deve-se abater da pena privativa de


liberdade que falta cumprir, o tempo de pena restritiva de direito
cumprido → a conversão é calculada com base no restante da pena.

– Não obstante a detração penal deve-se observar o mínimo de 30 dias de


pena privativa de liberdade.

• Art. 44 §5º. Conversão Facultativa - na hipótese de condenação


superveniente a pena privativa de liberdade.

– O juiz poderá converter a restritiva de direito em privativa de liberdade


quando ocorrer condenação superveniente a pena privativa de
liberdade à qual não caiba outra restritiva de direitos (exemplos a
seguir).
• Exemplos:

• A)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 06 anos = privativa de liberdade
– Unificação de Penas = 09 anos → converte a restritiva de direitos em pena privativa
liberdade

• B)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado multa
– Não converte a restritiva de direitos em privativa e liberdade, pois a execução da
restritiva pode ser simultânea com a da multa
• C)
– 1º crime → condenado 01 ano = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 01 ano - Não reincidente = pena restritiva de direito
– Não converte a restritiva em privativa de liberdade pois a execução das restritivas
impostas pode ser simultânea
• D)
– 1º crime → condenado 03 anos = Pena restritiva de direito
– 2º crime → condenado 02 anos. Não reincidente → pode ser beneficiário do art. 77 CP
"sursis"
– "Olha as penas isoladamente" → Não converte a restritiva em privativa de liberdade

Prestação pecuniária – art. 45 § 1º., 2º.
● Consiste na obrigação do condenado de pagar a quantia de 1 até 360 salários
mínimos para a vítima ou para os seus herdeiros, ou ainda para instituição com
finalidade social.
●Quando o pagamento for para a vítima ou para os herdeiros, esse valor será
descontado da indenização pelo dano ex delicto.
●O valor é fixado de acordo com o que o Juiz entender necessário para a reprovação
do delito, levando-se em conta dois parâmetros:
1.º – extensão do prejuízo; e
2.º – capacidade econômica do agente.
●O Juiz, em vez de fixar a prestação de um valor, poderá fixar a prestação de
qualquer coisa (ex.: cesta básica).
Perda de bens e valores – art. 45 § 3º.
● É um confisco dos bens do condenado em favor do Fundo Penitenciário Nacional
(FUNPEN).
● O parâmetro para se calcular o confisco é o montante do prejuízo causado ou a

extensão do lucro da vantagem obtida.


● A perda de bens e valores recai sobre o patrimônio lícito do agente e nunca sobre

bens de origem ilícita.


● A pena não pode passar da pessoa do delinqüente. A Constituição prevê que a

obrigação de reparar o dano (natureza civil) e a decretação do perdimento de bens


podem ser estendidas aos sucessores, até o limite do valor do patrimônio transferido

PRODUTO DO CRIME PROVEITO DO CRIME

Origem direta do crime. Origem indireta do


Readquirido por meio de crime. Readquirido por
busca e apreensão. meio de seqüestro.
Prestação de serviços à comunidade – art. 46
●É a obrigação do condenado de prestar serviços em favor de entidades
assistenciais, orfanatos, creches etc., ou em favor de entidade pública, por 8
horas semanais.

●Só poderá ser imposta quando a pena privativa aplicada for superior a 6
meses.

● Não há remuneração, as tarefas são gratuitas.

●Se o sujeito for condenado à pena superior a um ano, o Juiz poderá


determinar que a prestação de serviços seja diminuída até a metade da
pena aplicada (esse benefício não se aplica somente à pena de prestação de
serviços, mas a qualquer pena restritiva de direitos).
Limitação de fim de semana – art. 48 CP

●O condenado deverá comparecer à Casa do Albergado ou estabelecimento


congênere e, durante 5 horas no sábado e 5 horas no domingo.

● Deverá assistir a palestras.

●Art. 152 § único LEP – nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação
Interdições temporárias de direitos – art. 47 CP

●Proibição do exercício de função pública ou de mandato eletivo: é a chamada


“pena específica”; somente pode ser aplicada nos crimes cometidos no exercício de
função pública ou no mandato eletivo (violando deveres inerentes à função).

●Proibição do exercício de profissão ou atividade que dependa de habilitação


especial ou licença do Poder Público: também é uma pena específica, só podendo
ser aplicada aos crimes cometidos no exercício da profissão ou atividade, que
violem deveres inerentes a ela.

Suspensão da habilitação para dirigir veículo: aplicada nos crimes de trânsito.


Alguns autores entendem que essa pena foi revogada pelo CTB.

●Proibição de freqüentar determinados lugares.


DA PENA DE MULTA – ARTS. 49 E 60
CONCEITO: Flávio A. M.de Barros “A pena de multa consiste na obrigação imposta ao condenado
de pagar ao fundo penitenciário do Estado determinada soma em dinheiro”.

É uma das espécies de pena alternativa. É a única pena alternativa que não pode ser convertida
em pena privativa de liberdade.

SISTEMA DO DIA-MULTA: O art. 49 - caput, adotou o critério do dia-multa.

•O Código não traz o valor da multa em moeda corrente, que por esse motivo deve ser
calculado. São três etapas para se calcular o valor da multa:
➔ 1º. calcular o número de dias-multa;
➔ 2º. calcular o valor, em moeda corrente, de cada dia-multa;
➔3º. multiplicar o valor de cada dia-multa pelo número de dias-multa a que o sujeito foi
condenado.
DA PENA DEMULTA
● O número de dias-multa varia entre um mínimo de 10 e o máximo de 360 (art. 49 do CP).
●Previsões específicas na legislação penal especial: exemplo lei de drogas

●O valor de cada dia-multa varia de 1/30 até 5 salários mínimos, levando em conta a capacidade econômica
do condenado.

Se o valor de cada dia-multa, em função da capacidade econômica, tornar-se reduzido, pode ser

multiplicado em até 3 vezes.

●Para a fixação do valor de cada dia-multa, deve-se levar em conta o valor do salário- mínimo vigente na data
em que o fato é praticado (Art. 4º. CP).

●Sobre esse valor incide atualização monetária. A correção monetária, de acordo com o entendimento do
STJ, incide a partir da data do fato.
●Súmula 43 STJ incide correcão monetária sobre dívida por ato ilícito a partir do efetivo prejuízo

Em caso de superveniente doença mental, suspende-se a execução da multa.



MULTA
QUATIDADE DE VALOR DE CADA
DIA- MULTA DIA- MULTA

MÍNIMO 10 1/30 SALÁRIO


MÍNIMO

MÁXIMO 360 5X
SALÁRIO MÍNIMO
• CÁLCULO DE MULTA - fixação na sentença condenatória em duas fases.

• 1ª. Fase - fixação da quantidade de dias-multa entre 10 e 360:

• Para o cálculo de referida etapa o juiz utiliza o critério trifásico:

– 1ª fase - Construção da Pena Base (Circunstâncias Judiciais)


– 2ª fase - Construção da Pena Intermediária (Circunstâncias agravantes e
Circunstâncias atenuantes)
– 3º fase - Construção da Pena Final (Qualificadora e Privilegiadora)

• 2º fase - O juiz fixa o valor de cada dia-multa - Art. 60 - caput e § 1º: baseado na
situação econômica do réu, no limite mínimo de 1/30 do SM e máximo de 5 SM
(observando o art. 49 § 1º. 60 - caput e § 1º).
– Nesta etapa, mesmo que aplicada no patamar máximo, o juiz ainda poderá
triplicá-la se achar necessário e suficiente para reprovacão e prevencão do
delito

• Por fim, o juiz na sentença multiplica o número de dias-multa pelo valor fixado para
cada dia-multa.
• PAGAMENTO DA PENA DE MULTA - artigo 50 CP

• Victor E. R. Gonçalves “transitada em julgado a sentença que impôs pena de multa, os autos
vão para o contador judicial, que efetuará a atualização de seu valor (art. 49 § 2º. CP). O juiz,
após ouvir o Ministério Público, homologa tal valor e determina a intimação do condenado,
para que, no prazo de 10 dias, efetue o pagamento”.

• artigo 50 caput: parcelamento da multa.

• Guilherme de Souza Nucci “O parcelamento pode ser requerido pelo sentenciado e


concedido pelo juiz para ser realizado em prestações iguais e sucessivas, de acordo com a
situação econômica que apresente”.
– o pedido de parcelamento deve ser feito pelo condenado no prazo de 10 dias previsto
no artigo 169 LEP para que o mesmo efetue o pagamento.

– artigo 169 § 1º. LEP antes de conceder o parcelamento o juízo competente deverá
determinar diligências para auferir a situação econômica do réu, bem como, abrir vistas
para oitiva do MP, após o que e conforme a situação econômica do condenado fixar a
quantidade de parcelas iguais e sucessivas.

– artigo 169 § 2º. o descumprimento ou impontualidade de uma das parcelas acarreta,


por decisão judicial a revogação do parcelamento e conseqüente execução da pena
pecuniária.
• PAGAMENTO DA PENA DE MULTA - artigo 50 CP

• artigo 50 § 1º.: condições para pagamento através do desconto nos


vencimentos ou salários

– Artigos 168 e 169 LEP: desconto entre 1/10 a 1/4 da remuneração


recebida, desde que não prejudique o sustento do condenado e
de sua família (art. 168 § 2º. LEP).

– Conforme Damásio E. de Jesus “o desconto será feito mediante


ordem do juiz a quem de direito...o responsável pelo desconto
será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, a
importância determinada (art. 168 LEP)”.
EXECUÇÃO DA MULTA – ART. 51 CP
● Para os fins de cobrança, a multa é considerada dívida tributária;

●Sua natureza, no entanto, continua sendo a de pena e por esse motivo não pode passar da
pessoa do condenado (art. 5.º, XLV, da CF/88).

●Transitada em julgado a condenação, o Ministério Público pede ao Juízo da execução penal a


citação do condenado para o pagamento da multa dentro do prazo de 10 dias.

●Superado esse prazo sem o pagamento, é extraída uma certidão pormenorizada do ocorrido,
remetendo-se esta para a Procuradoria Fiscal (cuja função, no âmbito comum, é exercida pela
Procuradoria do Estado) para inscrição na dívida ativa.

● A execução se processa perante a Vara da Fazenda Pública.

●A prescrição passa a ser a da legislação tributária, ou seja, o prazo da execução fiscal, que é de
5 anos.

●As causas interruptivas e suspensivas da prescrição também são as da legislação tributária (art.
51 do CP).
EXAME DA OAB
1. Na perspectiva de um Estado Democrático de Direito, a intervenção punitiva estatal deve:
a) proteger integralmente todos os bens jurídicos, mediante tipificação.
b) cuidar para que a pena não constitua violência contra o condenado.
c) realizar primordialmente os objetivos da prevenção geral, ou seja, retribuir o mal causado.
d) em favor da celeridade, admitir exceções às garantias fundamentais.

02. Sobre a punibilidade, julgue certo ou errado:


I. No ordenamento brasileiro a pena tem mero caráter de retribuição.
II. São espécies de pena: restritiva de direito, privativa de liberdade e multa.
III. A prisão simples é uma pena privativa de liberdade.
IV. Os embriagados fortuitamente que cometem crime não recebem pena.
V. A multa é uma pena que sempre será substitutiva.
VI. O princípio da individualização da pena diz que a pena não pode passar da pessoa do
condenado.

Estão corretos:
a) I, II, IV
b) IV, I, III, VI
c) III, VI, V
d) II, IV, III
EXAME DA OAB
3. Em sendo aplicada pena privativa de liberdade inferior a seis meses a réu primário e de bons
antecedentes, o juiz
a) pode, facultativamente, substituir a pena pela de multa, se prevista como pena alternativa
cominada ao crime;
b) só deve substituir a pena pela de multa se prevista como pena alternativa ao crime e constar
de proposta pelo Ministério Público de aplicação imediata;
c) só deve operar a substituição, se, além das condições constantes da letra anterior, concorrer
o ofendido com sua aquiescência;
d) tem o poder - dever de substituir a pena privativa de liberdade pela de multa, ainda que não
conste esta como pena alternativa ao crime descrito na parte especial do Código Penal.

4. "A" (funcionário público) foi denunciado por peculato. No correr do processo, apurou-se, no
dia do fato, que o réu, em razão de doença mental, não entendia o caráter ilícito do fato.
Assim, aplicar-se-lhe-á(ão)
a) pena e medida de segurança
b) pena
c) pena ou medida de segurança
d) medida de segurança
MÓDULO III
APLICAÇÃO DA PENA
COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS
O art. 30 do CP dispõe que não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.
Esse artigo contém três regras:
• 1ª. As circunstâncias de caráter pessoal (circunstâncias subjetivas) não se
comunicam no concurso de agentes. As circunstâncias subjetivas são aquelas que
dizem respeito ao agente (exemplo: antecedentes, personalidade, motivo do
crime, parentesco, reincidência etc.).

• 2ª. Comunicam-se as circunstâncias de caráter objetivo, desde que o co-autor ou


partícipe delas tenha conhecimento. Circunstâncias objetivas são aquelas que
dizem respeito ao crime (exemplo: emprego de arma, meio cruel, repouso
noturno, modos de execução, meios empregados, idade da vítima etc.).

• 3ª. As elementares sempre se comunicam, não importando se são de caráter


pessoal ou não.
ELEMENTARES
• “Elementar” vem de “elemento”, que significa componente essencial,
fundamental.

• Elementar é todo componente essencial da figura típica, sem o qual


essa desaparece (atipicidade absoluta) ou se transforma em outra
(atipicidade relativa).

NO CRIME DE ATIPICIDADE
ELEMENTAR
ALGUÉM HOMICÍDIO ABSOLUTA

(ART. 121)

FUNCIONÁRIO NO CRIME DE
ELEMENTAR PECULATO ATIPICIDADE
PÚBLICO RELATIVA
(ART. 312 )
CIRCUNSTÂNCIAS
• Circunstância é todo dado acessório, não fundamental para a existência do crime, que fica agregado à
figura típica e tem como única função influenciar na pena.

• A circunstância não altera o crime, somente influi na maior ou menor gravidade do delito. Assim,
ausente a circunstância, subsiste o crime. Exemplo: furto agravado pelo repouso noturno.
As circunstâncias podem ser:
➢ Judiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério do juiz (artigo 59 do Código
Penal).
➢ Legais:
▪ são as circunstâncias agravantes (artigos 61 e 62) e atenuantes (artigos 65 e 66) que se
encontram na Parte Geral do Código Penal.
▪ São as causas de aumento e diminuição de pena, encontradas na Parte Geral e na Parte
Especial do Estatuto Penal.
▪ Qualificadoras

• As qualificadoras também são circunstâncias, pois sua exclusão não elimina o crime, que apenas passa
de qualificado a simples.

• As qualificadoras não são essenciais para a existência do crime, pois só alteram os limites de pena,
fixando o mínimo e o máximo.
EXAME DA OAB
Pode-se afirmar, sobre as circunstâncias pessoais do agente, que:
a) nunca se comunicam ao outro agente do crime.
b) sempre se comunicam ao outro agente do crime.
c) só se comunicam ao outro agente do crime quando elementares do crime.
d) não mantêm qualquer relação com o outro agente do crime.

QUESTÃO PARA REFLEXÃO


Um particular que, sabendo da condição de funcionário público de seu irmão, o
ajuda a subtrair um bem que ele tem a posse em razão do cargo que ocupa,
reponde por qual crime?
Explique e justifique.
SISTEMA TRIFÁSICO

Art. 68
A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; por último,
as causas de diminuição e de aumento.

Em primeiro lugar, é preciso identificar os limites da pena.


Para isso deve-se saber se o crime é SIMPLES ou QUALIFICADO.

Depois passa-se às fases da aplicação da pena


SISTEMA TRIFÁSICO
➢ art. 59 : circunstâncias judiciais;
1ª FASE
• a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui
Pena base • não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo.

➢ arts. 61 e 62: agravantes


➢ arts. 65 e 66: atenuantes
• a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui
2ª FASE
Pena intermediária • não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo.

➢ causas de aumento e de diminuição de pena


3ª FASE
Pena final • estão previstas na Parte Geral e na Parte Especial
• pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo.
1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS

• As circunstâncias judiciais são circunstâncias genéricas que se aplicam a


todos os crimes.
• A aplicação é feita de maneira discricionária pelo juiz, pois a lei não delimita
o quanto ele deve aumentar ou o quanto deve diminuir.
• O juiz levará em consideração todas essas circunstâncias para, em uma
primeira fase de fixação de pena, situá-la dentro dos limites mínimo e
máximo cominados.
• Assim, se favoráveis, a pena deve situar-se próxima do mínimo ou nele
mesmo. Sendo desfavoráveis, o juiz deve elevar a reprimenda acima do piso
mínimo legal.

Lembre-se!!! Nessa fase a pena não pode ficar abaixo do mínimo


ou acima do máximo (art. 59, inciso II)
1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
De acordo com o art. 59 para a aplicação da pena, leva-se em conta:

1) Culpabilidade: quanto mais reprovável a conduta, maior a pena.

2) Antecedentes: são os registros criminais que podem representar inquéritos ou


processos. Há duas correntes sobre o que são maus antecedentes:

1ª. Corrente: Entende-se que processos em andamento, inclusive sentenças condenatórias


recorríveis) e absolvições por insuficiência de prova configuram maus antecedentes.

2ª. Corrente: somente condenações definitivas podem ser consideradas como maus
antecedentes

Súmula 444 STJ é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para
agravar a pena base

A reincidência não pode ser considerada como circunstância judicial e também como
agravante.
1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
3) Conduta social: trabalho, relacionamento familiar, etc.

4) Personalidade do agente: é o perfil psicológico do agente; a brutalidade


incomum, a ausência de sentimento humanitário, a frieza, a ausência de
arrependimento são indicativos de má personalidade.

5) Motivos do crime: são os fatos que motivaram o agente à prática do delito;


Tratando-se o motivo de qualificadora, agravante, atenuante, causa de aumento ou
diminuição de pena, não poderá ser considerado como circunstância judicial, evitando-
se bis in idem.

6) Circunstâncias e conseqüências do crime: extensão do dano causado.

7) Comportamento da vítima: vitimologia.


2ª FASE – AGRAVANTES - arts. 61 e 62 CP
• Não podem ser levadas em conta quando QUALIFICAM ou CONSTITUEM o crime

• A quantidade de aumento da agravante e a quantidade de diminuição da atenuante não estão previstas


em lei, ficando a critério do magistrado.

• O total do aumento das agravantes não pode elevar a pena intermediária acima do máximo da pena
cominada (prevista em lei) e o total da diminuição das atenuantes não pode diminuir a pena aquém do
mínimo legal.

• Todas as atenuantes e agravantes devem ser justificadas pelo juiz na sentença (CF Art. 93 - IX).

• No artigo 61, existem dois incisos:


➢ No inciso I encontra-se a agravante da reincidência (a reincidência se aplica tanto aos crimes
dolosos quanto aos culposos);
➢ No inciso II encontram-se várias outras agravantes
Todas as agravantes relacionadas no inciso II somente se aplicam aos crimes dolosos.

• No artigo 62, encontram-se as agravantes que somente se aplicam ao autor do crime em concurso de
agentes.
2ª FASE – AGRAVANTES REINCIDÊNCIA – ARTS. 63, 64
• A reincidência se verifica quando o sujeito, depois de sofrer condenação transitada em julgado pela prática de
um crime, pratica novo delito.

• Pressuposto da reincidência: Sentença condenatória irrecorrível

• A condenação anterior pela prática de contravenção penal não gera a reincidência.

• A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime político também não geram reincidência
(art. 64 I).

• Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração
posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão ou
do livramento condicional, se não ocorrer revogação

• A condenação anterior à pena de multa induz à reincidência.

• A condenação no estrangeiro também gera reincidência, se o fato praticado for considerado crime no Brasil.
Não é necessária a homologação do Supremo Tribunal Federal.

• Prova da Reincidência → Certidão Datada da SCTJ.


• EFEITOS DA REINCIDÊNCIA (alguns exemplos:)

• 1º - trata-se de circunstância agravante - agrava a pena no 2º crime (art. 61 I CP)

• 2º - quando dolosa impede a concessão de sursis (art. 77- I CP)

• 3º - aumenta o prazo de cumprimento da pena para obtenção do livramento condicional


(art. 83-II CP)

• 4º - se for reincidência especifica em crime hediondo impede a concessão de livramento


condicional (art. 83-V CP)

• 5º - interrompe a prescrição da pretensão executória (art. 117-VI CP)

• 6º - aumenta o prazo da prescrição executória (art. 110-caput)

• 7º - impede a incidência de algumas causa de diminuição de pena (ex: art. 155 § 2º; 170;
171 § 1º - CP).

• 8º - se for reincidência especifica em crime de trânsito é possível à aplicação cumulativa da


pena privativa de liberdade e da suspensão ou proibição de habilitação para dirigir veículos
(art. 296 Código de Trânsito Brasileiro)
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA

TRÂNSITO EM
JULGADO EXTINÇÃO DA NOVO
SENTENÇA FATO
CONDENATÓRIA PUNIBILIDADE
FATO

CUMPRIMENTO PERÍODO DE
PROCESSO
DE PENA 5 ANOS

1995 2000 2006

PENA
6 ANOS
REINCIDENTE
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA

TRÂNSITO EM
JULGADO EXTINÇÃO DA NOVO
SENTENÇA FATO
CONDENATÓRIA PUNIBILIDADE
FATO

CUMPRIMENTO PERÍODO DE
PROCESSO
DE PENA 5 ANOS

1995 2000 2006

PENA
6 ANOS
PRIMÁRIO
• QUESTÕES:
• Explique se é possível reincidência envolvendo contravenções penais?

• "A" pratica crime dia 16/08/13, outro crime 19/10/13 e outro dia 24/10/13,
respondendo por um inquérito e dois processos. “A” é primário ou reincidente?

• "A" pratica crime é processado e condenado em primeiro grau, discordante da


decisão recorre para o TJ, sendo que seu recurso ainda não foi julgado. “A” é
primário ou reincidente?

• "A" pratica crime é processado e condenado em primeiro grau, discordante da


decisão recorre para o TJ. Seu recurso é julgado e o TJ mantém a condenação,
não cabendo mais recurso. Após esta decisão "A" pratica outro delito. “A” é
primário ou reincidente?

• "A" pratica crime é processado e condenado em primeiro grau, discordante da


decisão recorre para o TJ. O TJ reforma a decisão de 1º grau absolvendo "A", não
cabendo mais recurso. Após esta decisão "A" pratica novo delito. “A” é primário
ou reincidente?
2ª FASE – AGRAVANTES
ART. 61,II
Aplicam-se APENAS aos crimes dolosos.
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou
de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
OBS.: Art. 61, II, l - ter o agente cometido o crime:

l) em estado de embriaguez preordenada.

NÃO PRE-
ORDENADA
VOLUNTÁRIA
NÃO ACIDENTAL
PRE-
ORDENADA
EMBRIAGUEZ CULPOSA

CASO FORTUITO
ACIDENTAL
FORÇA MAIOR
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
• aplicáveis apenas aos CRIMES DOLOSOS
* EXCEÇÃO = reincidência

• circunstância agravantes OBJETIVAS:


alíneas = c, d, h, i, j

• circunstância agravantes SUBJETIVAS:


alíneas = a, b, l, d, e, f, g

* meio cruel pode ser OBJETIVA ou SUBJETIVA


2ª FASE – AGRAVANTES ART. 62
Aplicam-se APENAS ao autor do crime em concurso de agentes.

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais


agentes;
▪ Autoria intelectual; mandante - Maior censurabilidade
▪ Simples convite não configura

II - coage ou induz outrem à execução material do crime;

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou


não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
Autoria mediata – mandante culpável aproveita-se da inimputabilidade do
executor (menor de 18 anos; doente mental)

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.


2ª FASE – ATENUANTES - ART. 65
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente:
-menor de 21 (vinte e um), na data do fato (réu relativamente menor)
-Súmula 74 STJ para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por
documento hábil
- maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;

➢ Entendemos que o inciso acima não foi alterado pelo artigo 5.º do novo Código Civil, pois a
atenuante da menoridade atua como coeficiente de menor culpabilidade, reduzindo o juízo de
censura em razão da falta de pleno amadurecimento da pessoa, sendo a diminuição da pena medida
de política criminal.

II - o desconhecimento da lei;

- Trata do desconhecimento formal, textual da lei . Conforme o art. 3º. da LINDB ninguém se escusa de
cumprir a lei, alegando que não a conhece.

- Não se trata do erro de proibição, o qual se for inevitável isenta o réu de pena conforme art. 21 CP

- QUESTÃO: e no caso de pr[atica de uma contravenção penal, qual a consequência da ignorância


justificada do texto legal?
2ª FASE – ATENUANTES
Art. 65, III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após
o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes
do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência
de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria
do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.

➢ Além do artigo 65, o artigo 66 dispõe que o juiz poderá levar em


conta qualquer outra atenuante que não foi prevista em lei
CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE INOMINADA
3ª FASE – PENA FINAL
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA
As causas de aumento e diminuição de pena são encontradas:
• na Parte Geral ➔ causas de aumento e diminuição genéricas
• na Parte Especial ➔ causas de aumento e diminuição especiais

IMPORTANTE! Essas causas podem elevar a pena além do máximo e diminuí-


la aquém do mínimo, ao contrário das circunstâncias anteriores. Por isso,
somente nesta fase a pena poderá sair dos limites legais.

São causas que aumentam ou diminuem as penas em proporções fixas ou


variáveis
(por exemplo: ½; 1/3; 1/6 a 2/3)
3ª FASE – PENA FINAL
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA
➢ GENÉRICAS
Exemplos de causas de diminuição: tentativa (artigo 14, parágrafo único),
arrependimento posterior (artigo 16), erro de proibição evitável (artigo 21, segunda
parte), semi-imputabilidade (artigo 26, parágrafo único), menor participação (artigo
29, § 1.º).
Exemplos de causas de aumento: concurso formal (artigo 70), crime continuado
(artigo 71)

➢ ESPECÍFICAS

Exemplos de causas de aumento: emprego de arma no crime de roubo (artigo 157, §


2.º, inciso I)

Exemplos de causas de diminuição: violenta emoção (artigo 121, § 1.º) e pequeno


valor da res furtiva (artigo 155, § 2.º)
CONCURSO DE QUALIFICADORAS
➢ Se o crime tem mais de uma qualificadora que incidem sobre um fato,
aplica-se somente uma delas.
▪ Exemplo: homicídio triplamente qualificado. Basta uma qualificadora
para alterar os limites da pena. As demais qualificadoras passam a ter a
função de influir na dosagem da pena dentro dos novos limites.

Como as demais qualificadoras influem na pena?


Resposta: há duas posições:
➔Se previstas como agravantes genéricas, passam a funcionar como tal,
sendo consideradas na segunda fase.
➔ Funcionam como circunstâncias judiciais desfavoráveis observadas na
primeira fase.

➢ No caso de conflito entre agravante genérica e qualificadora, prevalece


esta. A qualificadora fixa os limites da pena, por isso prevalece sobre
qualquer outra circunstância.
CONCURSO ENTRE AGRAVANTES E ATENUANTES
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite
indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

➢ Regra: as circunstâncias serão compensadas (1 agravante x 1 atenuante)

➢ 1ª. Exceção: Art. 67 – circunstâncias preponderantes


➢As circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas.

➢ Nos termos do artigo 67 do Código Penal, caso estejam presentes circunstâncias


genéricas agravantes e atenuantes, o juiz levará em conta as preponderantes,
consideradas como tais os motivos determinantes do crime, a personalidade do
agente e a reincidência.

➢ 2ª. Exceção: Há entendimento jurisprudencial no sentido de que a atenuante do art.


65 I, 1ª. parte referente ao réu menor de 21 anos à data do fato (réu relativamente
menor) prevalece sobre todas as demais, inclusive sobre as preponderantes do art. 67
CP.
CONCURSO ENTRE
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO

1. Concurso entre causas de aumento


da Parte Geral e da Parte Especial

▪ O juiz procede a ambos os aumentos: primeiro incide o aumento da


Parte Especial e depois, sobre o quantum já acrescido, incide o da Parte
Geral.

Exemplo: furto praticado durante o repouso noturno em continuidade


delitiva. O repouso noturno leva ao aumento de 1/3. A continuidade
acarreta aumento de 1/6 a 2/3.
➢ Cálculo: pena base de 1 ano; aumenta-se 1/3 por força do repouso
noturno; pena aumentada para 1 ano e 4 meses; o aumento de 1/6 a 2/3
incidirá sobre a pena de 1 ano e 4 meses.
CONCURSO ENTRE
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO

2. Concurso entre causas de diminuição


da Parte Geral e da Parte Especial

O juiz procede a ambas as diminuições: primeiro incide a diminuição


da Parte Especial e depois, sobre o quantum já diminuído, incide a da
Parte Geral.

Exemplo: furto privilegiado tentado.


Cálculo: pena base de 1 ano; diminui-se 2/3 pelo privilégio; pena
diminuída para 4 meses; a diminuição de 1/3 a 2/3 incidirá sobre a
pena de 4 meses.
CONCURSO ENTRE
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
3. Concurso entre causas de aumento
situadas na Parte Especial

Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz


pode se limitar à aplicação da causa que mais aumente, desprezando
as demais.

4. Concurso entre causas de diminuição


situadas na Parte Especial

Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz


pode se limitar a uma só diminuição, escolhendo a causa que mais
diminua a pena.
QUESTÕES
1). Qual a diferença entre a pena de multa e as penas restritivas pecuniárias?
Explique e justifique.

2). João foi condenado definitivamente a um pena de detenção de 3 anos. Sendo João
primário e tendo as circunstâncias do art. 59 favoráveis a ele, João teve sua pena
privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direito de prestação
de serviço à comunidade e uma pena de multa. João, sem dar satisfações, nunca
apareceu na instituição na qual deveria prestar serviço e nem tampouco pagou a
multa.
Pergunta-se: Como o caso será resolvido? Explique, justifique e fundamente.
MÓDULO IV
CONCURSO DE CRIMES

CONCEITO
O concurso de crimes ocorre nas situações em que um ou mais agentes cometem dois ou
mais crimes, ou seja, o tema trata a pluralidade de crimes praticados por 01 ou mais
sujeitos

• Há 3 espécies de concurso de crimes mas em todas haverá pluralidade de delitos.

• Existem dois sistemas para a aplicação da pena nas hipóteses de concurso de crimes:
sistema do cúmulo material e sistema da exasperação da pena.

Sistema do Cúmulo Material SOMA DAS PENAS

APLICA-SE A PENA DE UM
Sistema da SÓ DOS CRIMES,
Exasperação da Pena AUMENTANDO-A DE UM
DETERMINADO QUANTUM
FORMAS DE CONCURSO

CONCURSO MATERIAL
ART. 69

CONCURSO FORMAL
ART. 70

CRIME CONTINUADO
ART. 71
CONCURSO MATERIAL – ART. 69
• Ocorre quando são praticadas duas ou mais infrações penais, idênticas ou não, mediante a
prática de duas ou mais condutas; cada conduta corresponde a um crime diferente. Pode
ser:
➢ homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie;
➢ heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de
espécies diferentes.
• No caso de concurso material, será aplicado o sistema do cúmulo material: as penas serão
somadas.

• Exs.: homicídio e ocultação de cadáver; tráfico de drogas e lavagem de dinheiro; roubo do


veículo e “sequestro-relâmpago” (extorsão qualificada); estupro e homicídio

DOIS OU SOMA
DUAS OU MAIS MAIS DAS
CONDUTAS CRIMES
PENAS
CONCURSO FORMAL – ART. 70
• Ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não.
Pode ser:
➢ homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie;
➢ heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de espécies
diferentes.
➢ Espécies de concurso formal

❖ 1ª. Próprio ou perfeito (art. 70, 1ª. Parte): quando os resultados derivam de um único desígnio
(exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas também atinge C; A tinha um só
desígnio: atingir B, mas acabou atingindo uma terceira pessoa também).
• Requisitos
• 1º - Unidade de conduta
• 2º - Pluralidade de infrações idênticas ou não
• 3º - Unidade de desígnios (a conduta concretiza uma única intenção criminosa) ou ausência de desígnio
criminoso (2 crimes culposos)
• Ex.: 1 disparo fere, culposamente, duas pessoas, homicídios ou lesões corporais culposas de trânsito,
estupro e contágio de moléstia venérea

• Natureza Jurídica e aplicação da pena no Concurso Formal Perfeito - Aplica-se o sistema da


exasperação da pena. Trata-se de causa de aumento de pena, que deve ser considerada na 3ª fase do
critério trifásico de aplicação de pena.
CONCURSO FORMAL – ART. 70
❖ 2ª. Impróprio ou imperfeito (art. 70, 2ª. Parte): quando os resultados derivam de desígnios autônomos
(várias vontades delitivas

• Requisitos
• 1º - Unidade de conduta
• 2º - Pluralidade de infrações idênticas ou não
• 3º - Desígnios autônomos (o agente tem várias vontades criminosas, as quais são concretizadas por uma
única conduta, ou seja, com uma conduta o agente exterioriza várias finalidades previamente
desejadas).

❖ Ex.: para matar toda a família “A” coloca uma bomba no veículo; jogar avião em edifício; efetuar disparos
contra a cabeça de duas vítimas

❖ Como exige desígnios autônomos o concurso formal impróprio somente pode ocorrer quando houver
dolo direto quanto aos vários delitos. Neste sentido a lição de Damásio E. de JEsus “As diversas ações,
omissões se apresentam à consciência do sujeito como fato único, fracionado em sua execução”.

❖ Há, entretanto, uma corrente doutrinária que entende que também haverá concurso formal impróprio
se houver dolo eventual. Ex.: o sujeito quer matar um bebê que está no colo da mãe; o sujeito sabe que
se atirar na criança poderá atingir a mãe, mas mesmo assim assume o risco e dispara). Trata-se, no
exemplo, de dolo direto em relação à criança e dolo eventual em relação à mãe.

❖ Aplicação da pena: sistema do cúmulo material – as penas serão somadas


CONCURSO FORMAL
EXASPERA
ÇÃO
PRÓPRIO DOIS OU pena mais
MAIS grave
➢ UMA CONDUTA CRIMES +
➢ UM DESÍGNIO de 1/6 até 1/2

IMPRÓPRIO DOIS OU SOMA


MAIS DAS
➢ UMA CONDUTA CRIMES
➢ VÁRIOS DESÍGNIO PENAS

➔ Concurso material benéfico: ocorre quando a pena, resultante da aplicação


da regra do concurso formal, fica maior do que a soma das penas. Nesse caso,
aplica-se a regra do concurso material no lugar da regra do concurso formal.
CRIME CONTINUADO
• Ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes da
mesma espécie, os quais, devido a semelhantes condições de tempo, lugar, modo de
execução e outras, podem ser havidos uns como continuação dos outros.

• O CP adotou a teoria da ficção jurídica para a qual há uma presunção legal de que os
diversos delitos pela homogeneidade de circunstâncias objetivas formam um único delito.
Embora haja na realidade pluralidade de delitos, a lei presume a existência de crime único

• As características do crime continuado são:

➢ Crimes da mesma espécie: são os crimes previstos no mesmo tipo penal, pouco
importando se na forma tentada ou consumada, simples ou qualificada

➢ Semelhantes condições: devem ser praticados em condições semelhantes de tempo (a


jurisprudência entende que o tempo pode ser de até 30 dias entre um crime e outro),
lugar (entre cidades próximas, pode-se falar em crime continuado) e modo de execução
(o modo de execução deve ser idêntico). Devem estar preenchidas todas as
características.
CRIME CONTINUADO
• Quanto ao elemento subjetivo do crime continuado, há duas teorias:

➢ Teoria puramente objetiva: a vontade do sujeito é irrelevante, ou seja, não há


necessidade de o agente ter vontade de aproveitar-se das mesmas circunstâncias
deixadas pelo crime anterior. Prevalece na doutrina.
➢ Teoria objetivo-subjetiva: além das circunstâncias objetivas semelhantes, há
necessidade da presença de um elemento subjetivo, ou seja, da vontade de o agente
aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crime anterior.

O Ministério Público segue a linha da teoria objetivo-subjetiva, sustentando que não se pode
confundir crime continuado com habitualidade no crime ou intensa vontade de delinqüir.
Na jurisprudência existem as duas posições.
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO -ART. 71 § ÚNICO
• Verifica-se lesão à bem jurídico personalíssimo de vítimas diferentes, sendo que a conduta criminosa
deve ser praticada mediante violência ou grave ameaça à pessoa. Exs.: vida, integridade física corporal,
liberdade de locomoção, liberdade sexual
• Requisitos

• 1. pluralidade de condutas

• 2. Pluralidade de crimes que sejam:


• a) dolosos e da mesma espécie;
• b) praticados com violência ou grave ameaça à pessoa;
• c) praticados contra vítimas diferentes – se mesma vítima art. 71 caput;

• 3. circunstâncias judiciais do art. 59 CP favoráveis – se desfavoráveis haverá concurso material do art.


69;

• 4. homogeneidade de circunstâncias objetivas de tempo, lugar e modus operandi

• Aplicação da pena no crime continuado específico ou qualificado = sistema da exasperação da pena - a


pena poderá ser aplicada ATÉ o triplo (O JUIZ PODERÁ AUMENTAR DE QUALQUER FRAÇÃO ATÉ O
LIMITE LEGAL)
CRIME CONTINUADO
APLICAÇÃO DA PENA: sistema da exasperação da pena
➔ Para o CRIME CONTINUADO, segue-se o sistema da exasperação da pena, ou seja,
aplica-se a pena do crime mais grave, ou qualquer delas, se idênticas, aumentando-
a de 1/6 a 2/3. O aumento varia de acordo com o número de crimes.
➔ No CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO (crimes dolosos cometidos com violência ou
grave ameaça contra vítimas diferentes): a pena, nesse caso, é aumentada até o
triplo (de 1/6 até o triplo).

A regra do concurso material benéfico também é aplicada aos casos de crime


continuado, seja comum ou específico.
pena mais grave
CRIME CONTINUADO +
de 1/6 até 1/2

pena mais grave


CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO +
1
de /6 até o TRIPLO
Art.75 CP – LIMITE DE CUMPRIMENTO DE PENAS
• limite de cumprimento da pena = 30 anos

• não é limite para fixação da pena na sentença condenatória, mas sim para o
cumprimento da mesma pelo condenado.

• Súmula 715 STF A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de
cumprimento, determinado pelo art. 75 do código penal, não é considerada para a
concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais
favorável de execução.
• fundamentos:

• a) evitar o caráter perpétuo da pena, proibidopelo art. 5º XLVII, b CF;


• b) humanização da pena;
• c) ressocialização e reintegração do condenado à sociedade.

• ARTIGO 75 § 1º. E 2º. – UNIFICAÇÃO DE PENAS E CONDENAÇÕES SUPERVENIENTES


Artigo 73 - Erro de Execução; Desvio no Golpe;Aberractio Ictus
• Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao
invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º
do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

• José quer matar João (vítima virtual ou visada),no entanto, José atira, erra e mata
Carlos (vítima efetiva).
– José deve responder pelo crime como se tivesse sido praticado contra a
vítima virtual.

• Filho quer matar o próprio pai. Filho atira, erra e mata um Terceiro.
– Filho responde pela morte do Terceiro com a agravante de matar ascendente
(art. 61)

• Há 2 espécies
• 1ª) Com Unidade Simples ou Resultado Único.

• Neste caso somente a vítima efetiva é atingida, a vítima virtual não →


responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra a vítima
virtual.

• 1ª hipótese - pretende matar terceiro (vítima virtual), mas em razão


de desvio no golpe atinge o próprio pai (vítima efetiva) o qual vem a
falecer → responde por homicídio doloso consumado sem agravante
do art. 61 II e.

• 2ª hipótese - pretende matar o próprio pai (vítima virtual), mas em


razão de desvio no golpe atinge terceiro (vítima efetiva) o qual não
vem a falecer → responde por tentativa de homicídio doloso, com o
agravante do art. 61 II e.
• 2ª) Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo.
• Neste caso o agente atinge as duas vítimas, a virtual e a efetiva → resolve-se pela aplicação
do concurso formal do artigo 70.

• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro, isto é, com uma só conduta realiza
dois crimes, um doloso contra a virtual e um culposo contra o terceiro → responde pelo
crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento de pena do
artigo 70.

• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes, um doloso contra a virtual e uma lesão corporal culposa contra o terceiro →
responde pelo crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento
de pena do artigo 70.

• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes → responderá por tentativa de homicídio contra a virtual, aplicando-se o aumento de
pena do artigo 70.

• Solucione esta 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de
desvio no golpe mata terceiro inocente?
ARTIGO 74 - "aberractio criminis" ou resultado diverso do pretendido
• Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém
resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo;
se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

• É uma espécie de desvio no golpe que envolve bens jurídicos diversos, ou seja, o agente quer atingir
uma pessoa, mas atinge uma coisa ou vice-versa.

• Espécies de Aberractio criminis

• 1ª) Aberractio Criminis Com Unidade Simples ou Resultado Único.


• 1ª hipótese - quer atingir uma coisa, mas atinge uma pessoa → responde por crime contra a pessoa na
forma culposa.
• Solucione esta 2ª hipótese - quer atingir uma pessoa, mas atinge uma coisa ?

• 2ª) Aberractio Criminis Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo.


• 1ª hipótese - quer atingir uma pessoa o que efetivamente ocorre, mas também atinge uma coisa que
não pretendia → responde por crime doloso contra a pessoa (lesão corporal consumada; tentativa de
homicídio ou homicídio consumado), não responderá por crime de dano, pois o dano culposo é fato
atípico.
• Solucione esta 2ª hipótese - quer atingir uma coisa o que efetivamente ocorre, mas também atinge
uma pessoa que não pretendia atingir ?
EXAME DA OAB
1) No crime continuado, se idênticos os delitos, aplica-se uma só pena e, se
diversos, a sanção do mais grave, aumentada, em ambos os casos, de:
a) um sexto;
b) metade;
c) dois terços;
d) um sexto até dois terços.

2) Somente ocorre concurso material:


a) entre crimes idênticos ou não;
b) entre crimes heterogêneos, apenas;
c) entre crimes idênticos, apenas;
d) entre crimes idênticos ou não, desde que ambos sejam dolosos.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
• Falsificação de documento para a prática de estelionato.
Concurso material ou crime único?

• É possível concurso material de crimes entre estupro e


outro ato libidinoso diverso da conjunção carnal?

• Sobrevindo lei mais rigorosa durante a cadeia de


continuidade delitiva, qual a lei deverá ser aplicada?

• É possível continuação delitiva em crime culposo?


MÓDULO V
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE
• CONCEITO:

• Punibilidade: é a possibilidade jurídica titularizada pelo Estado para, após o devido


processo legal, aplicar a pena a um autor culpável que praticou um fato típico e
antijurídico.

• NATUREZA JURÍDICA

• A punibilidade não é requisito analítico (estrutural) do crime, é efeito,


conseqüência da prática do fato típico e ilícito .

• CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE:

• Julio Fabrini Mirabete "são causas legais que impedem a aplicação das sanções
penais pela renúncia do Estado em punir o autor culpável do delito."
• A punibilidade pode ser afastada em três hipóteses:

• 1ª. AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADADE

– Às vezes a lei penal exige certas circunstâncias para que o Estado possa aplicar a sanção
penal. Nestas hipóteses legais a política criminal de punibilidade depende do implemento de
certas circunstâncias que possuem duas características:

• 1ª. São objetivas: pois não dependem da vontade do agente, ou seja, encontram-se fora do seu
dolo;

• 2ª.pertencem à órbita da punibilidade: encontram-se fora do fato criminoso, fora do crime,


condicionando única e exclusivamente a aplicação da pena.
– Exs.: art. 7º., § 2º., b, c CP.

• 2ª. ESCUSAS ABSOLUTÓRIAS


• Causas pessoais obrigatórias de exclusão da punibilidade;
– Exs.: arts. 181, I e II; 348 § 2º. CP

• 3ª. CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE

– Julio F. Mirabete “São causas legais que impedem a aplicação das sanções penais, pela
renúncia do estado em punir o autor do delito.”
– O art. 107 do CP traz um rol exemplificativo das causas extintivas da punibilidade e existem
outras causas em outros artigos. Ex.: arts. 82; 90; 312 § 3º. CP;
• MOMENTO DE OCORRÊNCIA

– influência nos efeitos da condenação e na reincidência

• Podem ocorrer antes ou após a sentença irrecorrível o que terá influência na


caracterização ou não da reincidência e nos efeitos secundários da condenação
previstos nos artigos 91 e 92 CP

• EFEITOS

• Em regra: produzem efeitos ex nunc (não retroativos)

• Exceções: a anistia e a abolitio criminis produzem efeitos ex tunc (retroativos)


rescindindo a sentença condenatória transitada em julgado e, por conseguinte,
eliminando todo e qualquer efeito penal da condenação rescindida. Ex.: nome no
rol dos culpados e reincidência (volta da primariedade)

Neste módulo somente analisaremos algumas das causas de extinção da punibilidade


arroladas no art. 107 CP. As demais serão estudadas em em Direito Processual Penal,
pois, dependem do conhecimento do instituto da ação penal privada
• Art. 107 I → morte do agente (mors ominia solvit)

• Fundamento: princ. da personalização da pena. 5.o. XLV CF

• Prova da morte: art. 62 CPP → somente certidão de óbito e ainda após oitiva do M.P.

• Não se presta a provar a morte: prova testemunhal, fotográfica, guia de sepultamento, morte presumida

• QUESTÃO PARA REFLEXÃO:E se decretada POR ENTENÇA IRRECORRÍVEL a extinção punibilidade pela morte
do agente, ficar provada a falsidade da certidão de óbito?

• Art.107 IX – perdão judicial

• É a possibilidade do juiz, somente nas hipóteses legais, deixar de aplicar a pena ao réu, pois, as
consequências naturais do fato já lhe por demais gravosas. Ex.: matar culposamente em acidente de trânsito
o próprio filho

• Exs.: arts. 121 § 3º.; 129 § 8.º; 140 § 1.º I, II; 176 § único; 180 § 5.º todos do CP; art. 29 § 2º. Lei 9605/98;
artigo 13 da lei de proteção a vítimas e testemunha

• Fundamento: pena natural (poena naturallis)

• Natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial: declaratória da extinção da punibilidade (não
condena nem mesmo absolve)

• Súmula 18 STJ a sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade,não


subsistindo qualquer efeito condenatório
• Art. 107 II – Anistia, indulto e graça: são forma de clemência estatal, de renúncia do Estado
ao direito de punir

• 1 ANISTIA: Flávio A. M. de Barros “ É a exclusão, por Lei , de um ou mais fatos criminosos da


órbita de atuação do DP”
• Competência: depende de decisão judicial mas é concedida, mediante Lei, pelo Congresso
Nacional (art. 48 VII CF)
• Efeitos: ex tunc – rescinde a SCTJ e apaga todos os efeitos penais da condenação, subsistem
somente os efeitos indenizatórios civis

• 2 INDULTO: Flavio A. M. de Barros “é a indulgência, de caráter coletivo, que extingue ou


abranda a pena aplicada.”
– Refere-se a um grupo de sentenciados, de pessoas e não a fatos.
• Competência: depende de decisão judicial (VEC) mas é concedido pelo Presidente da
República através de um Decreto (art. 84 XII e § único CF)
• -Efeitos: ex nunc - extingue a punibilidade, mas não rescinde a SCTJ subsistindo os efeitos
penais secundários do art. 92 CP e os efeitos indenizatórios civis.

• 3 GRAÇA (Indulto Individual): Refere-se a determinado criminoso não é coletivo


• QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

• 1 ANISTIA E ABOLITIO CRIMINIS SÃO


SINÔNIMOS, TRATAM DO MESMO INSTITUTO?
QUAL A DIFERENÇA ENTRE LEI DE ANISTIA E A
LEI PENAL SUPRESSIVA DE INCRIMINAÇÃO?

• 2 EXPLIQUE SE A REVOGAÇÃO DE UMA LEI DE


ANISTIA PRODUZ EFEITOS AOS ANISTIADOS?
LEI DE ANISTIA PODE SER REVOGADA?
PRESCRIÇÃO PENAL
• CONCEITO “É a perda do poder-dever de punir do estado pelo não-exercício da
pretensão punitiva ou executória, durante certo lapso de tempo”

– NA PRESCRIÇÃO A PUNIBILIDADE É LIMITADA PELO TRANSCURSO DE UM


DETERMINADO PRAZO LEGAL

• FUNDAMENTOS: o direito não tutela os dorminhocos

• NATUREZA JURÍDICA: CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE – ART. 107, IV CP;

– Sentença declaratória - matéria de ordem pública (art. 61 CPP)


– O fato é típico e ilícito e o agente é culpável

• ESPÉCIES:

– Prescrição da pretensão punitiva PPP (antes SCTJ);


– Prescrição da pretensão executória PPE (após SCTJ);
PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO
• 3 CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE – ART. 107, IV CP

• DECADÊNCIA: art. 107, IV CP; art. 38 CPP


– 1º. Extinção do direito de ação privada e pública condicionada à representação do
ofendido);
– 2º. Extinção da punibilidade após o decurso do prazo de 6 meses contados a o partir do
conhecimento da autoria do fato

• PEREMPÇÃO art. 60 CPP


– 1º.. Extinção do direito de ação penal privada;
– 2º.Extinção da punibilidade

• PRESCRIÇÃO
– 1º. Extinção do poder-dever de punir;
– 2º. Extinção da ação penal por força do transcurso do prazo legal;
IMPRESCRITIBILIDADE

• QUESTÕES PARA REFLEXÃO

• 1. TODO E QUALQUER CRIME PRESCREVE?

• 2. É POSSÍVEL QUE UMA LEI ORDINÁRIA DETERMINE


A IMPRESCRITIBILIDADE DE UM DELITO? E UMA
EMENDA À CONSTITUIÇÃO?
DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA (PPP) - ANTES DA SCTJ
ESPÉCIES
– PPP propriamente dita (PPPpd);
– PPP retroativa (PPPr);
– PPP superveniente ou intercorrente (PPPsup/int);
– PPP virtual, antecipada, em perspectiva (PPPvirtual);
• Súmula 438 STJ é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da
pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da
existência ou sorte do processo penal

• EFEITOS PPP:
– Extinção da punibilidade art. 107, IV CP;
– Trancamento do IP/AP;
– Impedimento da apreciação do mérito – sent. declaratória da extinção da punibilidade –
não condena nem absolve;
– Evita a incidência dos efeitos penais secundários. Ex: não nome no rol dos culpados; não
reincidência; não há o dever de indenizar decorrente da acão penal - não há formacão
de título executivo judicial

• MOMENTOS DE DECLARAÇÃO – matéria de ordem pública (art. 61 CPP)


– Requerimento de ambas as partes;
– Durante o IP; Durante a AP, inclusive de oficio (art. 61 CPP);
– Via HC; Revisão criminal; Em grau de recurso – inclusive de ofício pelo Tribunal
PRAZOS DA PPP
• Art. 109 caput - variam conforme o máximo da pena privativa de liberdade abstratamente
cominada ao delito;

• EXCEÇÕES LEGAIS – PRINC. DA ESPECIALIDADE (ART 12 CP)

– art. 30 Lei 11343/06 (consumo pessoal) – 2 anos ;


– arts. 6o., IV, 7o. Lei 7170/89 – CPM arts 125 e 126; pena de morte = 30 anos (126, I CPM);

• ART. 109, PARÁGRAFO ÚNICO CP – PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS;

• SANÇÕES COMPLEXAS – ART. 118 CP. Ex.: Penas cumulativas – reclusão e multa; detenção e multa;
– As sancões mais leves prescrevem com as mais graves

• Art 114 – PPP DA PENA DE MULTA – 4 hipóteses

– Multa única pena cominada – 114, I, 1a. Parte = 2 anos. Exs: arts. 22, 29, 37, 38, 43, 44, 46,
57, 61, 66, 68, LCP.
– Multa única pena imposta (PPPr/PPPint/sup.) – 114, I, 2a. Parte = 2 anos
– Multa cominada alternativa// ou cumulativa// com privativa de liberdade – 114, II c/c 118
– Multa imposta cumulativa// com privativa e liberdade (PPPr/PPPint/sup.) – 114, II c/c 118
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL DA PPP
CONTAGEM DO ANO PRESCRICIONAL - norma de direito penal – prazo prescricional natureza penal
– Inclui dia do início do prazo (inclui dies a quo) – art. 10 c/c 111 CP;
– Vai ao mesmo dia, do mesmo mês do ano final e exclui um dia (exclui dies ad quem);

• TERMOS INICIAIS DO PRAZO DA PPPpd – Art. 111


– I – teoria do resultado
– II – último ato executório no caso de crime tentado;
– III – crimes permanentes do dia em CESSOU a permanência. Exs: 148, 159, 288
– IV – nos de bigamia e nos de falsificacão ou alteracão de assentamento do registro civil, da data em
que o fato se tornou conhecido Exs.: 235, 241, 242
– V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em
legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já
houver sido proposta a ação penal.

• PERÍODOS PRESCRICIONAIS DA PPPpd – Art. 117

• Determinados atos processuais arrolados no art. 117 interrompe a contagem do prazo prescricional o
qual recomeçará do zero novamente, assim, a contagem não se dá diretamente da prática do fato até a
sentença, mas por períodos
CAUSAS INTERRUPTIVAS E PERÍODOS PRESCRICIONAIS DA PPPpd
• Art. 117 CP – CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPPpd
– Incisos I e IV – juiz singular;
– Incisos I, II, III e IV – Tribunal do Juri
– Incisos V e VI - PPE

• 1o. Entre o termo inicial (art. 111CP) e o recebimento da denúncia ou queixa-crime (art
117, I)

– Ex.: art. 155 caput cuja pena máxima cominada = 4 anos.Pela tabela do art. 109 IV
encontra-se o prazo da PPPpd de 8 anos. Suponha que o fato tenha ocorrido no dia
17/05/02, para que não ocorra a prescrição o recebimento da denúncia deve ocorrer
até 16/05/10

2o. Entre a data do recebimento da denúncia ou queixa (117, I ) e a publicação da


sentença recorrível de 1o. Grau (ar. 117, IV)

- Ex.: art 147 cuja pena máxima cominada = 6 meses. Pela tabela do art. 109 V encontra-
se o prazo da PPPpd de 3 anos. Suponha que o recebimento da denúncia tenha ocorrido
no dia 20/06/06, para que não ocorra a prescrição a publicação da sentença deve
ocorrer até 19/06/09.
CAUSAS INTERRUPTIVAS E PERÍODOS PRESCRICIONAIS DA PPPpd NO TRIBUNAL DO JURI

• ART. 107 I, II, III E IV

• 1o. Entre o termo inicial (art. 111 CP) e o recebimento da denúncia

• 2o. Entre o recebimento da denúncia e a publicação da pronúncia

– Súmula 191 STJ A pronúncia é causa interruptiva da prescricão,


ainda que o Tribunal do Juri venha a desclassificar o crime

• 3o. Entre a decisão de pronúncia e sua confirmação

• 4o. Entre a pronúncia ou sua confirmação e a sentença condenatória


recorrível de 1º. grau.
CAUSAS SUSPENSIVAS DA PPPpd
• Suspensão ≠ interrupção
– Interrupção prazo recomeça do início
– Suspensão prazo fica sobrestado por um período e continua a correr do momento em que parou

• 1. Art. 116 CP caput – suspensão da PPP


– I – questão prejudicial heterogênea.
– II – pena no estrangeiro
– Súmula 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada

• 2. Art. 116 parágrafo único – suspensão da PPE


– Condenado está preso por outro motivo

• 3. Art. 366 CPP – suspensão do prazo prescricional em razão de réu citado por edital não comparecer ao processo e não
poder ser julgado à revelia
– Súmula 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada

• 4. Art 368 CPP – expedição de carta rogatória suspende o processo e o prazo prescricional
• Súmula 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada

• 5. Art. 89, parágrafo 6º. Lei 9099/95

• 6. Art. 53, parágrafo, 3º. a 5º..CF


CÁLCULO DA PPP, CAP, CDP, AGRAVANTES E ATENUANTES

• 1. CAP / CDP: Deve-se buscar sempre a pena máxima abstrata (cominada) ao delito, assim
deve-se utilizar:
– CAP que + AUMENTA
– CDP que – DIMINUI

• 2. CIRC JUDICIAIS, AGRAVANTES E ATENUANTES:


• REGRA: Não são consideradas no cálculo da PPP – não alteram os limites máximos das penas
cominadas aos delitos
• EXCEÇÕES:
– 1.ART. 115: 2 atenuantes genéricas que excepcionalmente influem no prazo da
prescricão (tanto da PPP quanto da PPE).
• Réu – 21 anos na data do fato / Réu + de 70 anos na data da sentenca

– 2. Art. 110 caput: A reincidência, agravante genérica, aumenta o prazo da PPE em 1/3.
• Réu reincidente = prazo da PPE + 1/3
• Súmula 220 STJ a reincidência não influi no prazo da PPP
PRESCRIÇÃO E CONCURSO E CRIMES - PPP e PPE

• Art. 119 CP No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena
de cada um, isoladamente

• CONCURSO MATERIAL (art. 69)


– Prazos prescricionais calculados isolada// para cada delito;
– Penas dos delitos NÃO devem ser somadas para cálculo prescricional

• CONCURSO FORMAL (art. 70)


– Prazos prescricionais calculados isolada// para cada delito;
– Aumento de pena do art. 70 NÃO deve ser considerado para cálculo prescricional

• CRIME CONTINUADO (art. 71)


– Prazos prescricionais calculados isolada// para cada delito;
– Aumento de pena do art. 71 NÃO deve ser considerado para cálculo prescricional;
– Termos iniciais considerados isoladamente

• SÚMULA 497 STF quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena
imposta na sentença, NÃO se computando o acréscimo decorrente da continuação
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA RETROATIVA PPPr - Art. 110, parágrafos 1o. e 2o. CP
• Trata-se de espécie de PPP, pois, ocorre antes da SCTJ. Conta-se de trás para frente com base
na pena concreta aplicada na sentença condenatória ainda recorrível. A base de cálculo para
o prazo prescricional é a pena concreta imposta na sentença contando-se de volta no
período prescricional entre a publicação da sentença condenatória e o recebimento da
denúncia ou queixa-crime

• PRAZO: calculado com base na pena imposta na sentença condenatória (PENA CONCRETA)
relacionada com a tabela do art. 109 CP.

• CONTAGEM E PERÍODOS - Da publicação da sentença condenatória recorrível (art. 389 CPP)


contagem para trás até o recebimento da denúncia ou queixa-crime (art. 110 § 1º. e 2º.)

– Não é possível calculá-la em período anterior ao recebimento da denúncia ou queixa


(art. 117, I) até a consumação do delito (art. 111)

• PRESSUPOSTO - SCTJ para acusação OU improvimento do recurso acusatório

• MOMENTOS DE ARGUIÇÃO - No Tribunal via recurso defensivo ou de ofício (matéria de


ordem pública)

– Juiz de 1o. Grau não é competente para analisá-la


PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA INTERCORRENTE OU SUPERVENIENTE
PPPint/superv. - ART. 110, § 1o.
• Trata-se de espécie de PPP, pois, ocorre antes da SCTJ.

• Conta-se com base na pena concreta imposta na sentença condenatória


recorrível.
• Parte-se da publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis
até o trânsito em julgado

• CONTAGEM – a base de cálculo é a pena concreta fixada na sentença


condenatória a qual deve ser relacionada a um dos incisos do art.109 CP

• PRESSUPOSTOS - SCTJ para acusação OU improvimento do recurso


acusatório

• MOMENTO DE ARGUIÇÃO E COMPETÊNCIA


– No Tribunal, inclusive de ofício (matéria ordem pública – art. 61 CPP)
– Não juiz de 1o. Grau – término do ofício jurisdicional com a prolação da
sentença
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA VIRTUAL, EM PROJEÇÃO, EM PERSPECTIVA,
ANTECIPADA, POR ANTECIPAÇÃO PPPvirt.
“Era aquela decretada com base na perspectiva de que, no caso de condenação,
fatalmente ocorrerá a prescrição retroativa”. Tratava-se de uma antecipação da
PPPretroativa baseada na “certeza” processual de que pela FUTURA pena imposta
na sentença condenatória ocorreria a PPPretroativa. Esta “certeza” processual
advinha da:
– Sanção penal leve;
– Data do fato;
– Ausência de circunstâncias que agravem a pena;
– Presença de circunstâncias que atenuam a pena = circunstâncias judiciais
favoráveis; atenuantes; art. 115, CDP, privilegiadoras resultando numa pena
concreta próxima ao mínimo cominado.

• Fundamentos: Economia e celeridade Processuais – art. 5º. LXXVIII CF;

• Súmula 438 STJ é inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da


pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da
existência ou sorte do processo penal
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA PPE
• APÓS SCTJ – LIMITAÇÃO TEMPORAL DO JUS EXECUTIONIS

• EFEITOS: ex nunc.NÃO rescinde a SCTJ Impede a execução da sanção penal.


SUBSISTEM efeitos penais secundários, pois, subsiste a SCTJ. Ex.: nome no
rol dos culpados, reincidência

• CÁLCULO DA PPE – com base na pena concreta na SCTJ a qual deve ser
relacionada com a tabela do art. 109 CP achando-se o prazo da PPE;

• Art. 115: prazo prescricional pela metade

• Art. 109 § único - restritiva de direitos

• Art. 110 caput, in fine – se reincidente PPE = + 1/3

– Súmula 220 STJ a reincidência não influi no prazo da PPP


• TERMOS INICIAIS – ART. 112

• I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a


acusação ou a que revoga o SURSIS ou o livramento condicional

– requisito essencial SCTJ acusação. Assim, havendo trânsito em


julgado, considera-se interrompida a PPE na data do trânsito em
julgado para a acusação
– I, 2a. parte – termo a quo = trânsito em julgado da decisão
revocatória (arts. 81, 86, 87 CP)

• II – do dia em que se interrompe a execução

– dia da fuga – art. 113 CP


– II, 2a. Parte – art 41, 42 CP (internação = execução)
PPE E CONCURSO DE CRIMES
• Art. 119 No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a
pena de cada um, isoladamente

• CONCURSO MATERIAL
– Penas NÃO são somadas, cálculos isolados;

• CONCURSO FORMAL
– Cálculo deve desprezar a CAP do art. 70 CP

• CRIME CONTINUADO
– Cálculo deve desprezar a CAP do art. 71 CP
– Termos iniciais dos delitos parcelares devem ser considerados isoladamente
– SÚMULA 497 STF quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela
pena imposta na sentença, NÃO se computando o acréscimo decorrente da
continuação
CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PPE
• ART. 117 V, VI

• 117 V pelo início ou continuação do cumprimento da pena

• 117 V, § 2º. c/c 113 no caso de evadir-se o condenado ou revogar-se o livramento


condicional, a prescricão regula-se pelo tempo restante da pena

– Entenda-se: o prazo da PPE começa a ser contado a partir da fuga do condenado com
base no restante da pena a cumprir o qual deve ser relacionado a um dos incisos do art.
109. A toda nova fuga deve-se proceder a um novo calculo da PPE baseado no restante
da pena a cumprir e assim por diante. Sendo assim, toda vez que o condenado e
recapturado o prazo da PPE e interrompido só voltando a correr no caso de nova fuga.

• 117 VI – reincidência após SCTJ = interrupção e aumento do prazo da PPE em 1/3 (art. 110
caput, in fine)

– Art. 63 c/c 4o. CP . A interrupção da PPE opera-se com a prática do 2º. crime em
situação de reincidência e não com a confirmação através de SCTJ pelo 2º. Crime. O que
se mostra óbvio, pois, a interrupção opera-se com a reincidência e esta estará
configurada, nos termos do art. 63 CP, com a prática do 2º. delito após a SCTJ por um 1º.
Delito
PPE E PENA DE MULTA - Art. 51 CP

• Inscrição como dívida ativa em favor da Fazenda Pública

• Regida Lei 6830/80 e CTN - art. 174 prescrição = 5 anos

• Causas suspensivas (151 CTN) e interruptivas (174 § único


CTN)

• Rito = legislação tributária NÃO pelo art. 164 LEP


– Juízo das execuções fiscais (vara do anexo fiscal);
– Procuradoria da Fazenda Nacional
QUESTÕES
• Leia as assertivas abaixo:
• I – a anistia é concedida por lei de competência do Congresso Nacional e produz
efeitos não retroativos, sendo assim, não rescindindo a condenação transitada em
julgado;
• II – a abolitio criminis por produzir efeitos não retroativos não rescinde a sentença
condenatória transitada em julgado;
• III – o indulto é de competência do Presidente da República, que o concede através
de Decreto Presidencial produzindo efeitos não retroativos;
• IV – é absolutória a sentença concessiva do perdão judicial
• Assinale a alternativa correta:
• A) Somente I, II estão corretas
• B) Somente I, III estão corretas
• C) Somente I, II, IV estão corretas
• D) Somente III e IV estão corretas
• E) Somente III está correta


QUESTÕES
• Leia atentamente as assertivas abaixo:
• I – quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se de forma
autônoma para cada um dos crimes parcelares, não se computando o acréscimo
decorrente da continuação;
• II – a reincidência somente influi no prazo da prescrição da pretensão executória;
• III – a citação válida não é causa interruptiva do prazo prescricional
• IV – o juiz de 1º. Grau não pode analisar a prescrição intercorrente a qual é de
competência das instâncias superiores (Tribunal)
• Com base nas assertivas acima assinale a alternativa correta:
• a)todas estão corretas
• b) Somente I e II estão correta
• c) Somente II e III estão incorretas
• d) Somente IV está incorreta
• e) Somente I e III estão incorretas
QUESTÕES
• Caio foi condenado por sentença transitada em julgado a 5 anos de reclusão, como incurso
no artigo 158, “caput” do Código Penal (extorsão). Após o cumprimento de 2 anos da pena é
beneficiado por uma lei de anistia. Nesse caso:
• a) como a anistia opera efeitos ex tunc haverá a extinção da punibilidade de Caio, bem
como, a rescisão da sentença condenatória transitada em julgado apagando-se todos os
efeitos penais secundários
• b) como a anistia opera efeitos ex tunc haverá a extinção da punibilidade de Caio, bem
como, a rescisão da sentença condenatória transitada em julgado apagando-se todos os
efeitos secundários penais e extrapenais da condenação
• c) como a anistia opera efeitos ex nunc haverá a extinção da punibilidade de Caio, bem
como, a rescisão da sentença condenatória transitada em julgado, assim se ele praticar um
novo delito será considerado primário
• d) como a anistia opera efeitos ex nunc haverá a extinção da punibilidade de Caio, mas não
ocorrerá a rescisão da sentença condenatória transitada em julgado persistindo os efeitos
secundários penais e extrapenais da condenação
• e) como a anistia opera efeitos ex nunc haverá a extinção da punibilidade de Caio, mas não
ocorrerá a rescisão da sentença condenatória transitada em julgado apagando-se os efeitos
penais secundários da condenação, mas persistindo os extrapenais
QUESTÕES
• 3 Assinale a alternativa incorreta:
• a) o prazo da prescrição da pretensão punitiva retroativa deve ser calculado com
base na pena imposta na sentença condenatória;
• b) a sentença condenatória transitada em julgado para a acusação ou o
improvimento do recurso acusatório é pressuposto imprescindível para o cálculo da
prescrição da pretensão executória
• c) a prescrição da pretensão punitiva retroativa será analisada no Tribunal via
recurso defensivo ou de ofício;
• d) no caso de concurso formal de crimes a causa de aumento de pena decorrente
do reconhecimento do concurso de crimes não deve ser considerada para o cálculo
da prescrição da pretensão punitiva propriamente dita
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal.vol.1, parte geral,16ª. ed. Saraiva. São Paulo,2012

• ESTEFAM,André. Direito Penal, vol.1, parte geral, 2ª. Ed. Saraiva. São Paulo, 2012

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• MIRABETE, Julio Fabrini; MIRABETE,Renato. Manual de Direito Penal. Vol. 1, Parte Geral, 28ª. Ed.
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• MONTEIRO DE BARROS, Flávio Augusto. Direito Penal. Parte Geral, vo.1. Saraiva. São Paulo, 2011

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