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• Característica / Elementos
• Pessoas jurídicas?
– Arts 225 § 3º CF e . 3º. § único lei 9605/98 – concurso necessário entre pessoa jurídica e
pessoa física que a compõe (STJ)
– consciência – vontade
● CRÍTICA: Hans Welzel criticou essa teoria, pois para ele não se pode considerar
apenas o aspecto material do delito, devendo-se também atentar-se para a natureza
do comportamento reprovável.
Para Welzel, a teoria naturalista só se preocupa com o aspecto causal, o que gera
dificuldades para explicar o delito omissivo (uma vez que o delito de omissão não pode
originar nenhuma causalidade). A teoria causal também não conseguia explicar a
doutrina da tentativa.
Ademais Não diferencia uma lesão dolosa de uma culposa, pois em ambas há o
resultado.
2). TEORIA FINALISTA DA AÇÃO
● O conceito finalista da ação, que começou a ser elaborado no final da
década de 20 por Hans Welzel, constitui uma reação à teoria causal.
● Contestando a teoria causal, Welzel e outros doutrinadores do seu
EXEMPLO: “A” sabendo estar atrasado para um compromisso importantíssimo pega seu
carro e sai dirigindo a 150K/h. Por dirigir sem nenhuma prudência, “A” atropela e mata
“B”. Havia VOLUNTARIEDADE na conduta de “A” (para dirigir o carro, mas não havia
VONTADE para praticar o crime.
• ATO REFLEXO – Se o indivíduo, por exemplo, por uma descarga elétrica tem um ato
reflexo e nesse ato causa lesão corporal a outrem, não há que se falar em o crime,
pois, esse ato foi desprovido de voluntariedade e sem voluntariedade não há conduta,
sem conduta não há fato típico e sem fato típico não há crime.
• AUSÊNCIA DE CONDUTA – 4 HIPÓTESES
• ausência de conduta = ausência de um dos elementos que a compõe
• 4ª.caso fortuito
– CONDUTA COMISSIVA
– CONDUTA OMISSIVA
CONDUTA COMISSIVA
Os CRIMES COMISSIVOS são os CRIMES praticados por AÇÃO.
● Ação é o comportamento positivo, movimentação corpórea,
trata-se de um “FAZER”.
● Segundo o Professor Damásio de Jesus, a ação é a que se
●Embora não tendo produzido o resultado, o omitente responderá por ele quando a lei lhe
impuser o dever jurídico de agir.
●Para que uma OMISSÃO seja relevante, o sujeito tem que ter a POSSIBILIDADE + o DEVER
de agir
CONDUTA OMISSIVA
• Há dois tipos de CRIMES OMISSIVOS:
● A OMISSÃO faz parte da essência do crime, sendo exteriorizada pelo núcleo do tipo.
● Nesse caso, o omitente responderá por sua própria conduta e não pelo resultado.
• Exs.: arts. 135, 244, 269, 246, 319, 319-A, 320, 299 CP; 304 CTB, 13 Estatuto desarmamento
não age. Assim, o agente não faz o que deveria ter feito.
● O tipo penal não descreve a omissão, ao contrário, descreve uma ação (
verbo núcleo do tipo = ação), sendo que o sujeito responde por que tinha o
dever jurídico de agir e evitar o resultado
● Há, portanto, a norma dizendo o que ele deveria fazer, passando a omissão a
●Dever do garantidor: hipótese do agente que, por lei, não tem nenhuma obrigação
de cuidado, proteção ou vigilância, no entanto assume essa obrigação (exemplo: uma
babá contratada para tomar conta de uma criança responderá pelo resultado caso
aconteça algo com ela).
●
●Ingerência dentro da norma: agente que, com seu comportamento anterior, criou o
risco para a produção do resultado (exemplo: se alguém empurra um cardíaco na
piscina, por brincadeira, deve socorrê-lo e impedir o resultado).
DOLO & CULPA
• O Direito Penal não poderia considerar crime o simples comportamento humano.
• Importa muito saber qual a atitude interna do homem quando se comporta de
modo a causar dano a um bem jurídico alheio.
● Agiu com vontade de realizar o tipo?
➔ CULPOSOS
TEORIA DO CRIME DOLOSO
• Localização na Teoria Geral do Crime – natureza jurídica
• Ex.: 158, 159, 148, § 1o., IV, 155 (furto de uso = atípico),
• CONCEITO
– Flávio Augusto Monteiro de Barros:“Diz-se o crime doloso quando o agente quis a
conduta e o resultado, ou quando assumiu o risco de produzi-lo”.
• CARACTERÍSTICAS
– Atualidade ou concomitância à conduta típica
– Abrangência = dolo deve abranger todos os elementos constitutivos do tipo penal sob
pena de ser excluído por incidência de ERRO DE TIPO
Teorias do DOLO
1) Teoria da Vontade
• A teoria clássica, elaborada por Carrara, dizia que DOLO “é a intenção mais ou menos perfeita
de praticar um ato que se conhece contrário à lei”.
Age com DOLO = quem tem consciência do fato (previsão) e, ao mesmo tempo, a vontade de
realizá-lo.
• Em suma: Dolo é a previsão do resultado e a vontade de produzí-lo (art. 18, I, 1a. Parte)
•Exemplo: João tem consciência de que, se deixar cair uma pedra pesada, de aproximadamente
20 quilogramas, sobre a cabeça de Maria, sua mulher, que dorme, poderá matá-la. Desejoso de
ficar viúvo, já que não consegue viver com sua mulher e está apaixonado por Mariana, desfere,
contra sua mulher, o golpe violento com a pesada pedra, acabando por matá-la. Agiu, à toda
evidência, com dolo, com consciência de que, realizando aquele comportamento, causaria a
morte de Maria, e com vontade de produzir esse resultado.
Teorias do DOLO
2) Teoria da Representação
• Não é necessário que o agente tenha vontade de alcançar o resultado,
bastando que o preveja, que o represente.
• Exemplo: Quem, dirigindo seu veículo por uma avenida movimentada - avistando à
frente alguns transeuntes próximos da pista, que aparentam querer atravessá-la, e
prevendo a possibilidade de uma travessia e possível atropelamento, com seu veículo -
continua, apesar da previsão do atropelamento, no percurso, sem se deter, e acaba
por atropelar alguém, causando-lhe ferimentos, só por ter previsto a possibilidade do
resultado, só por tê-lo representado, só por isso, já teria agido com dolo.
• Art. 18, I: "Diz-se o crime: I- doloso, quando o agente quis (DOLO DIRETO) o
resultado ou assumiu o risco (DOLO EVENTUAL) de produzi-lo.
– Eventual: agente não quer produzir o resultado previsto, mas assume o risco de
produzi-lo. Ex.: racha, agressão a gestante, atirar contra muro do vizinho,
disparo com animus necandi contra 1 dos gêmeos siameses.
– Embriaguez ao volante com resultado morte ?
“A” supondo-o
“B” falece por
morto enterra “B”
asfixia em razão do
visando ocultar o
soterramento
“cadáver”
ESPÉCIES DE DOLO
• Dolo geral, erro sucessivo, aberratio causae
• Cuidado objetivo necessário nas relações sociais = dever de diligência e cautela que é
socialmente imposto para evitar situações de perigo aos demais na condução das relações sociais.
é culposamente típica toda conduta que viola o dever objetivo de cuidado
• Inobservância de referido dever = tipicidade culposa revelando uma das 3 modalidades de crime
culposo: imprudência, negligência ou imperícia
– Tipo culposo = tipo penal aberto – preceito 1o. incompleto
• Conduta culposa não está definida detalhadamente, pois, imprudência, negligência e
imperícia são termos amplos
• Juízo de tipicidade é complementado por análise do operador de direito sobre a
ocorrência ou não de violação do dever objetivo de cuidado, para tanto, deve comparar a
conduta do agente com a conduta prudente e com discernimento do homem médio da
sociedade. Em suma, tipicidade culposa é complementada pela interpretação
comparativa do operador do direito
• Elemento expresso
– Princ. reserva legal arts. 5o. XXXIX CF e 1o. CP; Princ. da excepcionalidade do crime culposo
art. 18, § único CP
CULPA
Culpa é o elemento normativo da conduta (não confundir com elemento normativo
do tipo), pois sua existência decorre da comparação que se faz entre o
comportamento do agente no caso concreto e aquele previsto na norma, que seria o
ideal. Essa norma corresponde ao sentimento médio da sociedade sobre o que é
certo e o que é errado.
● nexo causal;
● tipicidade;
● previsibilidade objetiva
● ausência de previsão
• 2 Resultado involuntário
– Resultado desejado = dolo direto
– Resultado assumido = dolo eventual
• 3 Nexo causal
– Relação de causa e efeito entre conduta culposa e resultado naturalístico
• 5 Previsibilidade objetiva
– Possibilidade de antevisão do resultado
– Critério objetivo = juízo de valor entre o homem médio e o agente
• 7 tipicidade
– Exs.: Art. 18, § único; 121 § 3o.; 129 § 6o.; 250 § 2o.; 267 § 2o.;
272 §2o.; 273 §2o
Modalidades de CULPA
• Imprudência
É a culpa de quem age (exemplo: passar no farol fechado). É a prática de um fato
perigoso, ou seja, é uma ação descuidada. Decorre de uma conduta comissiva.
• Negligência
É a culpa de quem se omite. É a falta de cuidado antes de começar a agir.
Ocorre sempre antes da ação (exemplo: não verificar os freios do automóvel antes
de colocá-lo em movimento).
• Imperícia
É a falta de habilidade no exercício de uma profissão ou atividade.
Se a imperícia advier de pessoa que não exerce a arte ou profissão, haverá
imprudência ou negligência (exemplo: motorista sem habilitação).
Espécies de CULPA
• Presumida ou in re ipsa
– Culpa presumida pela mera inobservância de disposição regulamentar.
– Ex.: culpa pela mera direção sem habilitação, mesmo que não tenha sido imprudente, negligente ou
imperito
– Responsabilidade penal objetiva
– acusação deve provar a modalidade de culpa
• Modalidade de culpa é requisito obrigatório na denúncia, a qual deve ser corroborada durante
a instrução probatória
• Culpa consciente
• É aquela em que o agente prevê o resultado, mas acredita sinceramente que ele não ocorrerá. Agente
prevê o resultado,não quer e nem assume o risco de produzi-lo, pois crê em suas habilidades, todavia, é
imprudente na auto-análise (leviano em seu julgamento) e acaba por produzi-lo
• Não se pode confundir a culpa consciente com o dolo eventual. Tanto na culpa consciente quanto no
dolo eventual o agente prevê o resultado, entretanto na culpa consciente o agente não aceita o
resultado, não consente.
• Culpa inconsciente
É a culpa sem previsão, em que o agente não prevê o que era previsível. Agente não prevê o previsível
pelo homem médio da sociedade
• ESPÉCIES DE CULPA
• Própria
– Agente não quer nem assume o risco de produzir o resultado
– O agente quer produzir o resultado mas assim age porque incide em erro de
tipo vencível (inescusável)
• CONCORRÊNCIA
– Culpa concomitante de duas pessoas uma lesionando a outra
caso 2
Francisco, bêbado, pegou seu carro e saiu dirigindo imprudentemente a 200 Km/h em companhia
de João.
Nem Francisco, nem João viram Pedro que estava atravessando a rua cautelosamente.
Francisco matou Pedro.
protegido. Toda infração penal o produz. É a existência de uma lesão (ou ao menos, um
perigo de lesão) a um bem jurídico tutelado numa norma penal incriminadora.
● Crimes de dano
● Crimes de perigo
● Concreto (arts. 130 a 134 CP; arts. 308, 309, 311 CTB)
●Para essa teoria, tudo que tenha contribuído, de qualquer modo, para
o resultado considera-se sua causa (artigo 13, caput, do CP).
●
●Se a eliminação da conduta fizer com que desapareça o resultado é porque a conduta
causou o resultado. Se “apagando” a conduta, o resultado permanece, significa que aquela
não foi causa deste.
➔
➔Pergunta-se: Diante da teoria da equivalência dos antecedentes, não poderia haver uma
responsabilização muito ampla, na medida em que são alcançados todos os fatos anteriores
ao crime? Nessa linha de raciocínio, não se chegaria a um regressus ad infinitum?
Como foi adotada a teoria da conditio sine qua non, não há por que fazer
diferenciação entre causa e concausa, tendo em vista que tudo o que
acontecer para a produção do resultado será considerado causa.
NEXO DE CAUSALIDADE
• Causas absolutamente independentes: Além de produzir sozinha o resultado, a
causa absolutamente independente tem uma origem completamente diversa da
conduta, ou seja, ocorreria ainda que a conduta nunca tivesse sido praticada Podem ser:
• Supervenientes: atuam após a conduta. Exemplo: após ser envenenada, mas ainda viva,
desprende-se o lustre sobre a cabeça da vítima, matando-a.
Observe-se que, nos exemplos citados, as causas rompem totalmente o nexo causal, razão pela qual o
agente só responderá pelos atos até então praticados.
• Em resumo:
● Preexistentes: atuam antes da conduta. Exemplo: o agente corta o braço da vítima, que
é hemofílica, e esta morre em decorrência da hemorragia. A hemofilia é causa
preexistente ao resultado. Existe nexo causal.
● Supervenientes: atuam após a conduta. Exemplo: uma pessoa baleada no peito está
sendo levada ao hospital, quando a ambulância que a transporta capota, fazendo com
que a vítima morra em decorrência de ter sua cabeça esmagada. Supondo que o agente
teve dolo de matar, por qual crime ele deverá responder?
• Causas relativamente independentes
• No caso das causas preexistentes e concomitantes, como existe nexo causal, o agente responderá pelo resultado.
• Na hipótese, porém, das supervenientes, embora exista nexo causal físico-naturalístico, o Código Penal, por expressa
disposição do artigo 13, § 1.°, excepcionando a regra geral, manda desconsiderá-lo, não respondendo o agente pelo
resultado, mas somente pela tentativa do crime.
• EXCEÇÃO À TEORIA CONDITIO SINE QUA NON A QUAL CONFORME CAPEZ “DETERMINA A RUPTURA DO NEXO CAUSAL”;
• Fernando Capez: “na hipótese das supervenientes, embora exista nexo físico-naturalístico, a lei, por expressa
disposição do art. 13 § 1º., que excepcionou a regra geral, manda desconsidera-lo, não respondendo o agente pelo
resultado, mas tão-somente por tentativa”;
• Damásio E. de Jesus: “suponha que A produza ferimentos em B que, levado a um hospital, venha a falecer
exclusivamente em conseqüência de lesões provocadas por um desabamento”.
– Há dois cursos causais: um que vai do comportamento do agente até os ferimentos iniciais da vítima e outro que
vai do desabamento (causa superveniente) até a morte de B. A responde pela prática dos atos anteriores.
•
Causalidade na Omissão
Não há nexo causal físico entre a omissão e o resultado. A omissão
não produz o resultado, não há causalidade física
• Importância :
– crimes omissivos impróprios – art. 13 § 2o.
●Havera tipicidade penal nas hipóteses em que o fato praticado pelo agente se enquadrar (SUBSUNÇÃO)
no tipo penal. Em outras palavras tipicidade e a adequação do fato concreto a uma descrição legal de
crime
• Tipo legal penal: é o conjunto dos elementos descritivos de delito contidos na Lei penal, ou seja, e a
descrição legal de crime
• Fato típico : É o fato concretamente praticado na vida real que se amolda ao modelo legal de crime.
• Ausência de tipicidade
– Quando não há correspondência entre o comportamento da vida real e nenhum tipo legal.
– Flavio A, M de Barros “Quando conduta da vida não se encontra descrita em nenhum tipo legal.”
– Ex.: suicídio, prostituição, furto de uso, dano culposo, auto-lesão, incesto entre maiores, dano
em tubo placa de óvulo fertilizado in vitro
TIPICIDADE
• Diretriz dominante entre tipicidade e antijuricidade.
– Para que se considere um fato ilícito penal, primeiramente o mesmo deve estar
descrito em lei, assim, a tipicidade penal é antecedente lógico e necessário da
ilicitude penal (a tipicidade penal concretiza a ilicitude penal)
TIPICIDADE – ADEQUAÇÃO TÍPICA
• Tipicidade direta - adequação típica de subordinação imediata
• Tipicidade indireta - adequação típica de subordinação mediata, por extensão ou ampliada.
– Tentativa (art. 14): ampliação temporal que alcança o período anterior a consumação
– Participação (art. 29): ampliação pessoal que alcança condutas diferentes do verbo
núcleo do tipo
• para que ocorra o fenômeno da tipicidade não basta que o fato concreto encontre
subsunção no tipo penal incriminador,(tipicidade formal) deve ainda haver lesão ou
ameaça de lesão relevante ao bem jurídico penalmente tutelado (principio da
ofensividade)
• TIPICIDADE CONGLOBANTE
• Fernando Capez “ o fato típico pressupõe que a conduta esteja proibida pelo
ordenamento jurídico como um todo, globalmente considerado. Assim, quando algum
ramo do direito, civil, trabalhista, administrativo, processual ou qualquer outro, permitir
o comportamento, o fato será considerado atípico. O direito e um só e deve ser
considerado como um todo …”.
• Ex.: desforço imediato do direito civil na defesa da posse (art. 1210 § 1o. CC)
ITER CRIMINIS E O CRIME CONSUMADO
CRIME CONSUMADO é aquele em que foram realizados todos os elementos da definição legal. (ART. 14, I)
1 Cogitação: nesta fase, o agente somente está pensando, idealizando, planejando a prática do crime.
●
●2 Preparação: é a prática dos atos antecedentes necessários ao início da execução. Não existe fato típico
ainda, salvo se o ato preparatório constituir crime autônomo.
• Regra geral: impunível – não há início de execução nem ameaça ao bem jurídico – arts. 14, II e 31
• Exceções: punível – crime autônomo – opção do legislador
• Exs.: 253, 286, 288, 291 CP; arts. 28, § 1o., 33, § 1o., I, II, 34, 36 Lei 11343/06
●3 Execução: começa a agressão ao bem jurídico. Nessa fase, o agente inicia a realização do núcleo do tipo, e
o crime já se torna punível.
●4 Consumação: quando todos os elementos do fato típico são realizados (art. 14 I).
●Exaurimento: são consequências que ocorrem após a consumação do delito. Podem ser penalmente
irrelevantes ou configurar uma circunstância que aumente a pena.
●Exs.: arts.317 § 2º.; 333 § único CP
• QUESTÃO para REFLEXÃO: MAS EM QUE CONSISTEM OS
ATOS EXECUTÓRIOS? COMO DIFERENCIAR ATOS
MARAMENTE PREPARATÓRIOS E IMPUNÍVEIS E O INÍCIO DA
FASE DE EXECUÇÃO?
• Há 3 critérios:
• 1 critério formal
• 2 critério material
• 3 critério objetivo-individual
CRIME CONSUMADO
• CONCEITO – art. 14, I– adequação total do fato concreto ao tipo penal
• Crime material.
– Ex.: 121, 122, 123, 129, 155, 157, 171, 213, 214
• Crime formal.
– Ex.: 158, 159, 297, 298, 302, 304, 307, 317, 333
• Crime culposo
– Ex.: 121, § 3o., 129 § 5o., 312 § 3o.
• Crime permanente.
– Ex.: 149, 159, crimes com os verbos transportar, guardar, ter em depósito,possuir, portar
• Crime habitual.
– Ex.: 229, 230, 282, 284
• Crime omissivo
– Próprio. Ex.: 135, 319, 319-A, 320, 150 (permanecer indevidamente)
– Impróprio ou comissivo por omissão (art. 13, § 2o.)
TENTATIVA
• CONCEITO
– Trata-se da execução iniciada de um crime, que não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente
– Há atos executórios
– Não há consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente
• NATUREZA JURÍDICA
– Causa de diminuição de pena (1/3 a 2/3) – art. 14 § único
– Hipótese de ampliação temporal da figura típica causadora da adequação típica
de subordinação mediata ou indireta (norma de extensão)
• ELEMENTOS
– Prática de atos executórios – arts. 14, II e 31
– Interrupção do caminho do crime por circunstâncias alheias à vontade do
agente CAVA)
• ELEMENTO SUBJETIVO
– NÃO há dolo próprio no crime tentado
– Dolo idêntico ao do crime consumado
TENTATIVA
• FORMAS
– PERFEITA OU CRIME FALHO
• Realização total dos atos executórios, ou seja, agente
realiza o necessário à consumação do delito
• Crime é subjetivamente completo, mas objetivamente
incompleto
– IMPERFEITA
• Atos executórios são interrompidos por CAVA, ou seja,
agente não realiza os atos de execução necessários à
consumação
• Crime é subjetiva e objetivamente incompleto
– BRANCA OU INCRUENTA
• Apesar da intenção, o agente não lesiona o bem
jurídico
PUNIBILIDADE DA TENTATIVA
• Regra geral = Teoria Objetiva - Aplicação da Pena:
• Crimes culposos
• Crimes preterdolosos
• Crimes omissivos próprios (exemplo: artigo 135 do Código Penal).
• Crimes unissubsistentes
• Contravenção penal (artigo 4.º do Decreto-lei n. 3.688/41).
• Delitos de atentado ou mero empreendimento
•São crimes em que a lei pune a tentativa como se fosse consumado o delito
(exemplo: artigo 352 do Código Penal).
• Crimes habituais
•Tais crimes exigem, para consumação, a reiteração de atos. Exs.: arts. 229; 230;
282 CP
• Crimes de resultado vinculado ou condicionado (artigo 122 do Código Penal)
• Crime continuado (art. 71 CP)
DESISTÊNCIA VOLUTÁRIA
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o
resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
ELEMENTOS:
➢ IMPEDIMENTO DO RESULTADO
➢ VONTADE PRÓPRIA
– Ex.: dor de barriga; dor de dente; pedido ou súplica da vítima (poder de decisão ainda é
do agente)
• NÃO incide nos casos de disparo de alarme; gritos ou fuga da vítima; barulhos (tentativa)
ARREPENDIMENTO EFICAZ
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou
impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
●O agente termina a conduta típica, mas com nova conduta, voluntariamente, evita
que o resultado (consumação) ocorra. Ocorre depois de o agente esgotar os atos de
execução.
ELEMENTOS:
➢ IMPEDIMENTO DO RESULTADO
➢ VONTADE PRÓPRIA
• REQUISITOS
– Ausência de violência física ou moral à pessoa seja o crime tentado, consumado, doloso
ou culposo
• Ex.: NÃO incide nos arts. 121,129,157,146,147,159
– Restituição pessoal e voluntária = sem coação, mas NÃO precisa ser espontânea, sincera
• Ex.: por conselho de 3º.
– Artigo 17 (CP), “Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.”
– Também chamada “quase crime” ou “crime impossível”, ocorre quando a consumação é impossível pela
ineficácia absoluta do meio (= meio empregado jamais poderia levar à consumação do crime) ou
impropriedade absoluta do objeto (= A pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta jamais poderia
ser alvo do crime.)
• 1. TEORIA OBJETIVA MITIGADA, TEMPERADA OU INTERMEDIÁRIA: Não se pune o fato, pois, no caso
concreto, não há qualquer perigo ao bem jurídico seja pela ineficácia do meio empregado seja pela
impropriedade absoluta do objeto. A conseqüência do crime impossível é a atipicidade do fato.
• 2. TEORIA SUBJETIVA: Deve-se punir o fato como crime tentado, pois, o agente revela sua intenção em
produzir o resultado lesivo, ou seja, o agente, com a realização da conduta, exterioriza intenção
criminosa
• 3. TEORIA SINTOMÁTICA: Deve-se punir o fato como crime tentado, pois, o agente revela periculosidade
ao realizar a conduta
• 2 HIPÓTESES
• 1. IMPROPRIEDADE ABSOLUTA DO OBJETO: Objeto material do crime não existe ou pela sua
situação torna impossível a consumação
• Exs.: manobras abortivas em não grávida; aborto e feto anencefálico (STF); disparos em cadáver;
infanticídio e feto natimorto; violação de sepultura sem restos mortais (crime impossível em
relação ao art. 210 CP)
• Haverá crime tentado se impropriedade for relativa e objeto possa ser ocasionalmente lesionado
(mínimo risco de lesão ao bem jurídico). Neste caso haverá TENTATIVA PUNÍVEL
– Ex.: metal no bolso desvia projétil; vítima vai ao banheiro, disparos no lado errado da cama
com vítima dormindo
• Exs.: ministrar substância inócua pensando que é veneno; ministrar erroneamente substância não
abortiva à gestante; “disparar”, com intenção homicida, arma obsoleta ou desmuniciada
• Haverá crime tentado se ineficácia for relativa e possa ocasionalmente lesionar o bem jurídico).
Neste caso haverá TENTATIVA PUNÍVEL
• É o erro que incide sobre as elementares ou sobre as circunstâncias da figura típica da norma penal
incriminadora.
•Como nos ensina o doutrinador Damásio Evangelista de Jesus: “É o que faz o sujeito supor a ausência
de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma
permissiva.”
• CONSEQUÊNCIA JURÍDICA
– O agente NÃO quer realizar o delito mas o faz por força do erro em que recai (o que o agente
quer? Ele realmente deseja matar uma pessoa? Há dolo de realizar o homicídio?)
– Descompasso entre o que realmente ocorreu e o que o agente queria realizar, sendo que, se
conhecesse a realidade não realizaria a conduta
ERRO DE TIPO
O erro de tipo subdivide-se em:
•O erro de tipo incriminador essencial pode recair sobre o tipo fundamental, sobre uma causa
de aumento de pena, sobre uma circunstância agravante ou sobre uma qualificadora.
•Conceito: aquele que impede que o agente compreenda o caráter ilícito do fato que
esta praticando. Nestes casos, o agente, por causa do equivoco em que incide,
justificadamente não percebe que esta praticando um fato ilícito. O agente supõe que
esta praticando um fato licito mas na realidade pratica um ilícito. Pode incidir sobre
toda a figura delitiva (sobre suas elementares) ou sobre algumas circunstancias.
•Divide-se em:
•Inevitável, escusável
•Evitável, inescusável
1.1. ERRO ESCUSÁVEL (Inevitável ou Invencível)
Está previsto no CP - art. 20, caput, 1ª parte e § 1º, 1ª parte.
• É o erro desculpável, isto é, aquele cujas circunstâncias fazem presumir boa fé do agente,
justificando a prática do ato, que não se torna suspeito ou nulo. Erro em que qualquer
pessoa (media da sociedade) também incidiria desde que encontrando-se nas mesmas
condições em que o agente se encontrava
• Erro que não pode ser evitado pela normal diligência e cautela do homem médio
• Exclui o dolo e a culpa. Sem DOLO ou CULPA não há FATO TÍPICO.Sem FATO TÍPICO não há
CRIME,
•Conceito incide sobre elementos secundários do tipo penal não impedindo que o agente
conheça o caráter ilícito do fato que pratica, desta feita, não exclui o dolo, pois, o agente tem
consciência do fato praticado.
•Conceitualmente, o erro de tipo incriminador acidental é aquele que vicia a vontade, mas não a
exclui. É o erro que incide sobre os dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua
execução.
• O erro de tipo incriminador acidental não exclui o dolo, pois, o agente atua com consciência da
ilicitude do fato que está praticando, e portanto, o agente responderá pelo crime.
– Ex.: quer atirar em Antonio (vítima virtual), mas atinge Pedro (vítima efetiva) em razão
de supor que Pedro era Antonio.
– Ex.: agente deseja matar o próprio pai mas o confunde com outra pessoa e mata um 3o.
qualquer (sósia)
– Ex.: agente deseja matar a própria esposa mas a confunde e mata um outra mulher
– Ex.: desja matar um estranho mas engana-se e alveja o próprio irmão
– Agente responderá pelo delito como se este fosse praticado contra a vítima virtual
(desejada), considerando seu dolo e as características desta
– Não devem ser consideradas as características da vítima efetiva mas as da vítima virtual
ERRO SOBRE A EXECUÇÃO, DESVIO NO GOLPE, ABERRATIO ICTUS – ART. 73 CP
• Na hipótese do art. 73, o agente quer atingir uma pessoa (vítima virtual), todavia em razão de
desvio involuntário do golpe acaba por atingir terceiro (vítima efetiva). Neste caso o agente deve
responder por crime consumado considerando-se as características físicas ou pessoais da vítima
virtual, ou seja, responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra esta.
• Por exemplo: O agente dispara contra uma pessoa, erra e acerta outra pessoa. O agente, devido à
má pontaria, levou esta outra pessoa a óbito. Houve um erro acidental na execução devido a má
pontaria do delinqüente.
• Não confundir com error in persona (art. 20 § 3º.), no qual há um erro de representação, uma
confusão mental. Na aberratio ictus (art. 73) o agente não confunde a figura das vítimas, não há
erro sobre a pessoa (art. 20 § 3º), portanto o agente sabe quem é a vítima contra quem quer
praticar o delito, mas erra na execução da conduta.
• Ex.: José quer matar João (vítima virtual ou visada). No entanto, José atira, erra e mata Carlos
(vítima efetiva). Conforme art. 73 José responde pelo crime como se fosse praticado contra a
vítima virtual.
• Ex.: Filho quer matar o próprio pai. Filho atira, erra e mata um terceiro desconhecido. Filho
responde pela morte do Terceiro com a agravante de matar ascendente (art. 61)
• Espécies de Aberractio Ictus
• 1ª) Com Unidade Simples ou Resultado Único: Neste caso somente a vítima efetiva é atingida, a vítima
virtual não → responderá pelo delito como se o tivesse praticado contra a vítima virtual.
• Ex.: pretende matar o próprio pai (vítima virtual), mas em razão de desvio no golpe atinge terceiro
(vítima efetiva) o qual não vem a falecer → responde por tentativa de homicídio doloso, com o
agravante do art. 61 - II - e.
• 2ª) Com Unidade Complexa ou Resultado Duplo: Neste caso o agente atinge as duas vítimas, a virtual e a
efetiva → resolve-se pela aplicação do concurso formal do artigo 70.
• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe mata terceiro
inocente,
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - mata a vítima virtual e também o terceiro, isto é, com uma só conduta realiza
dois crimes, um doloso contra a virtual e um culposo contra o terceiro → responde pelo
crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento de pena do
artigo 70.
• 2ª hipótese - mata a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes, um doloso contra a virtual e uma lesão corporal culposa contra o terceiro →
responde pelo crime mais grave (homicídio doloso contra a virtual), aplicando-se o aumento
de pena do artigo 70.
• 3ª hipótese - fere a vítima virtual e fere terceiro, isto é, com uma só conduta realiza dois
crimes → responderá por tentativa de homicídio contra a virtual, aplicando-se o aumento de
pena do artigo 70.
• 4ª hipótese - deseja matar a virtual, mas somente a lesiona, e em razão de desvio no golpe
mata terceiro inocente, isto é, com uma só conduta realiza dois crimes, tentativa de
homicídio doloso contra a vítima virtual e um homicídio culposo consumado contra terceiro,
o qual deve ser considerado como se vitimasse a virtual, ou seja, homicídio doloso
consumado → em conclusão responderá por homicídio DOLOSO consumado (considerando
as características da vítima virtual), aplicando-se o aumento de pena do artigo 70.
RESULTADO DIFERENTE DO PRETENDIDO - ABERRATIO CRIMINIS - art.
74 do CP
É uma espécie de desvio no golpe que envolve bens jurídicos diversos, ou seja, o agente quer atingir uma pessoa, mas
atinge uma coisa ou vice-versa. Ocorre quando o agente pratica o ato ilícito, porém, por erro ou por acidente, atinge um
resultado diferente do que pretendia, e sempre sobre bem jurídico diferente. Esta situação faz com que o agente responda
por culpa, desde que o fato esteja previsto como crime culposo. Ex.: O agente deseja atingir uma coisa, erra e atinge uma
pessoa,matando-a. Responde por homicídio culposo.
• 1ª hipótese - quer atingir uma coisa, mas atinge uma pessoa → responde por crime contra a pessoa na forma culposa.
• 2ª hipótese - quer atingir uma pessoa, mas atinge uma coisa → não responderá por dano culposo, pois é fato atípico,
mas responderá por tentativa de crime contra a pessoa (tentativa branca). Responde pela tentativa, pois, atuou com
dolo em relacão à pessoa. Pode ser tentativa de 121 ou 129 CP, dependerá da prova da intenção.
• 2ª hipótese - quer atingir uma coisa o que efetivamente ocorre, mas também atinge uma pessoa que não pretendia
atingir
• RESPOSTAS
• 1ª hipótese - quer atingir uma pessoa o que efetivamente
ocorre, mas também atinge uma coisa que não pretendia
→ responde por crime doloso contra a pessoa (lesão
corporal consumada; tentativa de homicídio ou homicídio
consumado), não responderá por crime de dano, pois o
dano culposo é fato atípico.
➔A culposa, por sua vez, se dá quando o agente, por culpa, leva outra pessoa a erro.
Exemplo: B, sem saber se a pistola está munida ou não, entrega a arma para A e o induz a
disparar contra C. Neste caso, A e B respondem por crime culposo, pois, agiram ambos com
imprudência. Se o erro for inevitável não se constitui crime, porém, se o erro for evitável,
responderá por crime culposo, havendo previsão legal.
•O “espontâneo” é o erro cometido pelo terceiro inocente. O sujeito incide em erro sem a
participação provocadora do terceiro.
Módulo IV
Concurso de Agentes
CONCURSO DE PESSOAS
● O crime pode ser praticado por uma ou mais pessoas. Não raro, o delito é produto da
concorrência de condutas referentes a dois ou mais sujeitos distintos.
● Quando isso ocorre estamos diante do concurso de pessoas ou co-delinqüência,
● 2 Relevância causal de todas as condutas: todas as condutas devem ter concorrido para a
produção do resultado.
● 4 Teoria monista ou unitária = Identidade de infração para todos os agentes, salvo exceções
pluralísticas.
CONCURSO DE PESSOAS
NATUREZ JURÍDICA:
•Essa teoria foi adotada como exceção pelo Código Penal, pois se algum dos concorrentes quis
participar de crime menos grave deve ser aplicada a pena deste (artigo 29, § 2.º). Se o resultado
mais grave for previsível a pena será aumentada até a metade.
•
Concurso
PARTICIPANTES
de agentes
• AUTOR – 3 teorias
– Restritiva
– Ampliativa
– Domínio do fato
• CO-AUTOR
– Direto
– Funcional – divisão de tarefas
• PARTÍCIPE: Não executa o verbo núcleo do tipo e nem possui o domínio do fato -
Interpretação analógica – art. 29 “qualquer modo”
– Moral
• induzimento
• instigação
– promessa prévia de auxílio posterior ≠ 180 ≠ 348 CP
Teoria Extensiva: não existe distinção entre co-autor e partícipe; todos são chamados de co-
autores, realizem o verbo ou concorram para a consecução do crime. Segue o critério material-
objetivo.
Teoria do Domínio do Fato: autores de um crime são todos os agentes que, mesmo sem praticar
o verbo, concorrem para a produção final do resultado, tendo o domínio completo de todas as
ações até o momento consumativo. O que importa não é se o agente pratica ou não o verbo,
mas se detém o controle dos fatos, podendo decidir sobre sua prática, interrupção e
circunstâncias, do início da execução até a produção do resultado. Adota um critério objetivo-
subjetivo.
CONCURSO DE PESSOAS
Natureza Jurídica da PARTICIPAÇÃO:
De acordo com a teoria da acessoriedade, a participação é uma conduta acessória à do
autor, tida por principal. Considerando que o tipo penal somente contém o núcleo e os
elementos da conduta principal, os atos do partícipe acabam não encontrando qualquer
enquadramento.
● hiperacessoriedade: o fato deve ser típico, ilícito e culpável e o partícipe responderá ainda
• Se posterior
– Fato atípico
• AUTORIA INCERTA
– Agente desconhece a conduta dos demais agentes sendo que todos visam o
mesmo resultado
– Não há concurso de agentes por inexistência de liame subjetivo
– Não se sabe quem produziu o resultado
– 3 soluções possíveis:
• Todos = crime consumado; injusto = alguns = tentativa
• Absolver todos; injusto – alguns, no mínimo, = tentativa
• Condenar todos por tentativa; justo = in dubio pro reo
•
CONCURSO
AUTORIA MEDIATA
DE AGENTES
• Autor intelectual (mediato) utiliza pessoa inculpável como executor do
crime (imediato)
– Não há concurso de pessoas
– Autor mediato = único responsável pelo delito
• Hipóteses
– Executor inimputável (menoridade, doença mental, embriaguez)
2.ª) as circunstâncias objetivas, de caráter não-pessoal, podem comunicar-se, desde que o co-
autor ou partícipe delas tenha conhecimento;
3.ª) as elementares, pouco importando se subjetivas (de caráter pessoal) ou objetivas, sempre
se comunicam.
QUESTÕES PARA REFLEXÃO
• 1. É POSSÍVEL CONCURSO DE AGENTES EM
CRIMES CULPOSOS?
3). Imagine que pai e mãe, de comum acordo, venham a matar uma criança por falta
de aleitamento. Como o caso será resolvido? Explique, justifique e fundamente.
Módulo V
Ilicitude
ILICITUDE
● CONCEITO
Alguns autores falam em “antijuricidade”. O termo não é correto uma vez que
o crime é um fato jurídico porque tem efeitos no mundo jurídico. Como pode
ser o crime jurídico e antijurídico ao mesmo tempo?
– confunde-se c/ tipicidade
• FUNDAMENTO LEGAL - O artigo 4º da LINDB que permite a utilização dos costumes e dos princípios
gerais do direito na interpretação da lei penal.
• Exs.: remédio dado de pai a filho (exercício irregular de medicina); Furar orelha de menina recém
nascida (lesão corporal);
– bem jurídico disponível (patrimônio, honra, integridade corporal na lesão leve, inviolabilidade
domiciliar ou de correspondência...)
➔ NÃO HÁ CRIME, UMA VEZ QUE O FATO É TÍPICO MAS NÃO É ILÍCITO.
• EXCESSO NAS CAUSAS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE
• Intensificação desnecessária ou descuidada da ação inicialmente justificada. 2 momentos:
– 2. O sujeito ultrapassa esses limites seja com dolo seja com culpa.
• ESPÉCIES DE EXCESSO
– É o excesso derivado de erro. Neste caso responde por crime culposo considerando os
atos praticados durante o excesso (CP - Art. 23 - Parágrafo único).
2.Conceito
• Portanto, é pacífico que existe o estado de necessidade quando alguém, para salvar
um bem jurídico próprio ou de terceiro exposto a perigo atual, sacrifica outro bem
jurídico.
ESTADO DE NECESSIDADE
• No estado de necessidade percebe-se claramente um conflito entre bens jurídicos em
perigo, sendo assim, o Estado permite que um seja sacrificado para salvaguarda do outro.
• Didaticamente é possível vislumbrar 2 momentos distintos:
• Exemplos:
– 02 alpinistas sendo que a corda só sustenta 01
– violação de propriedade para apagar incêndio
– furto de automóvel para salvar vida
– furto famélico
– aborto para salvar vida da gestante
– 01 médico e 02 pacientes em risco de morte
– antropofagia.
1.atualidade do perigo: Atual deve ser entendido como o que está acontecendo. Trata-se de uma situação
presente. Assim, não se pode fazer valer do uso da excludente quando estiver o agente sob perigo tido
como incerto, passado ou ainda futuro, pela inexistência de uma probabilidade de ofensa ou lesão ao
bem jurídico em questão.
• Perigo causado por conduta humana, comportamento animal ou por força da natureza. Ex.: Invasão de
domicílio para escapar de agressão, de ataque de pit bull ou de tempestade.
• Perigo não causado voluntariamente pelo agente que atua em estado de necessidade (involuntariedade
na causação do perigo)
– Não pode alegar estado de necessidade quem causou dolosamente o perigo seja por dolo seja por
culpa. Trata-se de posição das mais controversas. Contudo, o entendimento predominante em
nossas cortes se remete ao não reconhecimento da excludente somente quando incorreu o agente
em dolo na produção do perigo
• 2.inevitabilidade do perigo e inevitabilidade da lesão:
• Para que a excludente seja acolhida se torna necessário que o agente não tenha
outro meio ao seu alcance senão lesionando o interesse de outrem.
ESTADO DE NECESSIDADE
3.Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado: Trata-se da importância do bem ameaçado em relação
ao que se sacrifica, ou seja, refere-se a um "confronto" de valoração entre ambos. No entanto, esta
comparação não deve ser feita sob rigor extremo de valoração dos bens em questão.
• É a idéia de proporcionalidade entre o fato necessitado como reação e a situação de perigo como
ação.
– Para proteger o patrimônio posso tirar uma vida? não.
• Sacrifício de bem de menor valor (patrimônio) para salvar bem de maior valor (vida)Estado de
necessidade que exclui a ilicitude - Estado de necessidade que exclui a ilicitude
• Sacrifício de bem de igual valor àquele salvo (vida x vida) (bem salvo e bem sacrificado tem igual
valor) - estado de necessidade que exclui a ilicitude
• Sacrifício de bem de maior valor (vida) para salvar bem de menor valor (patrimônio) - Estado de
necessidade não exclui a ilicitude, portanto haverá crime cuja pena será reduzida nos termos do
artigo 24 - § 2º e por força da aplicação do princípio da proporcionalidade da presença do risco
iminente.
– Art. 24 - § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
4.Conhecimento da situação justificadora da conduta: Por meio deste elemento, somente haverá a
situação excludente se o agente tinha consciência da situação de perigo e se agiu com a vontade
dirigida a salvaguardar o bem jurídico ameaçado
• FORMAS OU ESPÉCIES DE ESTADO DE NECESSIDADE
• De Terceiro → o agente realiza o fato necessitado para salvar interesse de outra pessoa física ou
jurídica.
• Defensivo → o agente realiza o fato necessitado contra pessoa que causou a situação de perigo.
• Agressivo → o agente realiza o fato necessitado contra terceiro inocente o qual não é o causador da
situação de perigo.
• A causa incêndio e coloca B em perigo → B invade patrimônio de C que nada tem com o
caso
• B não comete crime (direito penal) contra C, porém B vai ressarcir prejuízo (direito civil)
causado a C
• Putativo → só existe na mente do agente, ou seja, o agente pressupõe uma situação de perigo que
na realidade não existe. Portanto, o estado de necessidade putativo é produto de erro justificável na
análise da situação de perigo.
Exclusão do Estado de Necessidade
• Não pode alegar estado de necessidade o agente que tem o dever legal de enfrentar o
perigo, como preceitua o § 1º do artigo 24 do CP. São pessoas que em razão da função
ou ofício, tem o dever legal de enfrentar o perigo, não lhes sendo lícito sacrificar o bem
de terceiro para a defesa do seu próprio.
• No entanto, na análise desta exclusão, insurge uma questão fundamental, pois a lei fala
em dever legal. Está impossibilitado de alegar que se encontra em estado de
necessidade quem se acha sob dever jurídico?
• A doutrina, em sua ampla maioria, faz uma análise em sentido latu do termo dever
legal, abarcando assim, o conceito de dever jurídico. Essa opinião ganha força quando
analisada a Exposição de Motivos da Parte Geral do Código de 1940, que não foi
alterada pela Reforma de 1984, que dispõe: "A abnegação em face do perigo só é
exigível quando corresponde a um especial dever jurídico".
Causa de diminuição de pena = Nos termos do §2º do art. 24 do CP “embora seja razoável exigir-se o
sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços.”
LEGÍTIMA DEFESA
• Ocorre LEGÍTIMA DEFESA quando o agente se defende de agressão injusta utilizando-se de
meios compatíveis com os do agressor. Alguns pontos devem ser observados, tais como o
excesso punível do agente.
• Princípios que devem ser seguidos: Proporcionalidade e Razoabilidade.
• A legítima defesa é causa de exclusão da ilicitude, ou seja, atuar em legítima defesa significa
praticar fato típico e lícito é, portanto uma norma penal permissiva.
• São requisitos:
a) agressão injusta, atual ou iminente;
b) direitos do agredido ou de terceiro, atacado ou ameaçado de dano pela agressão;
c) repulsa com os meios necessários;
d) uso moderado de tais meios;
e) conhecimento da agressão e da necessidade da defesa (vontade de defender-se).
Agressão é o ato que lesa ou ameaça um direito. Implica a idéia de violência. Mas nem
sempre, nos delitos omissivos não há violência, e mesmo em certos crimes comissivos, como
o furto com destreza, pode inexistir violência.
Deve a agressão ser atual ou iminente. Não existe legítima defesa contra agressão futura
nem contra a que já cessou.
Julio F. Mirabete “A reação deve ser imediata à agressão ou tentativa dela; a demora na
reação desfigura a descriminante”. Ex: vai para casa pegar arma e volta para acertar contas
com o agressor → não .
Deve também a agressão ser injusta, contra o direito, contra o que é lícito ou permitido.
Opondo-se ao que é ilícito, o defendente atua consoante o direito.
Qualquer bem jurídico pode ser protegido através da ofensa legítima, não se
fazendo distinção entre bens pessoais ou impessoais (vida, honra, patrimônio,
etc.).
• Honra? Adultério?
– leg. defesa = proporcionalidade.
– Ex.: injuria, difamação, calúnia (agressão) permite-se a reação física proporcional.
LEGÍTIMA DEFESA
C) Repulsa com os meios necessários
Meios necessários são aqueles que ao alcance do autor são indispensáveis a sua defesa e que
causam o menor dano ao agressor.
A medida da repulsa deve ser encontrada pela natureza da agressão em face do valor do bem
atacado ou ameaçado, circunstâncias em que se comporta o agente e os meios à sua disposição
para repelir o ataque. O meio escolhido deixará de ser necessário quando se encontrarem à sua
disposição outros meios menos lesivos. O sujeito que repele a agressão deve optar pelo meio
produtor do menor dano.
Damásio E. de Jesus “o sujeito que repele a agressão deve optar pelo meio produtor do menor
dano. Se não resta nenhuma alternativa, será necessário o meio empregado.”
A legítima defesa exige requisitos de ordem subjetiva: é preciso que o sujeito tenha
conhecimento da situação de agressão injusta e da necessidade da repulsa. Assim,
a repulsa legítima deve ser objetivamente necessária e subjetivamente conduzida
pela vontade de se defender. Como ensina Welzel, a ação de defesa é aquela
executada com o propósito de defender-se da agressão. Aquele que se defende
tem de conhecer a agressão atual e ter vontade de defesa. Trata-se da Teoria dos
elementos subjetivos de justificação
• Putativa : imaginária, decorre de erro. O agente supõe agir em legitima defesa, mas na
realidade não age.
– Ex.: supõe a agressão injusta que na realidade não ocorre. (Erro inicial)
• O dever moral e/ou religioso não exclui a ilicitude do fato, sendo assim haverá crime.
– Ex.: sacerdote que , s/ consentimento , entra em residência para pregar evangelho = 150
CP. não exclui a ilicitude, há crime.
• Exemplos:
– Prisão em flagrante por policial 301 302 CPP
– Cumprimento de mandado de busca e apreensão, mandado de despejo, mandado de
prisão, pelo Oficial de Justiça.
– A execução da pena de morte nos termos do art. 84, XIX, da CF 88.
– Artigo 163 CPP exumação de cadáver
– Artigo 240 § 1º., f CPP apreensão de cartas em busca domiciliar
– Artigo 41, § único da LEP – interceptação da correspondência do detento pelo diretor do
estabelecimento prisional.
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
O art.23, parte final, do CP determina que não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de
direito. Ex.: liberdade de censura prevista no art.142 do CP; direito de correção do pai em relação ao filho.
Desde que a conduta se enquadre no exercício de um direito, embora típica, não apresenta o caráter de
antijurídica. Exige-se também o requisito subjetivo: conhecimento de que o fato está sendo praticado no
exercício regular de um direito.
No exercício regular do direito o elemento chave está no "exercício regular", pelo que deverá atender aos
requisitos objetivos traçados pelo poder público. A excludente ficará afastada se houver uso irregular ou
abuso de direito e haverá excesso se for além do preconizado. O excesso poderá ser doloso ou culposo.
• ESTEFAM,André. Direito Penal, vol.1, parte geral, 2ª. Ed. Saraiva. São Paulo, 2012
• _____________; GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral, 2ª.
Ed. Saraiva. São Paulo, 2013.
• JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal,vol.1, parte geral, 31ª. ed.Saraiva.São Paulo, 2010
• MIRABETE, Julio Fabrini; MIRABETE,Renato. Manual de Direito Penal. Vol. 1, Parte Geral, 28ª. Ed.
Atlas. São Paulo, 2012
• MONTEIRO DE BARROS, Flávio Augusto. Direito Penal. Parte Geral, vo.1. Saraiva. São Paulo, 2011
• NUCCI,Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, parte geral : parte especial. Ed.RT. São Paulo,
2005
• ______________________.Código Penal Comentado. 6ª. Ed. ed. RT. São Paulo, 2005.