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Transcrição – Turma de Exercícios – Diurna (16/03/2010 a 29/04/2010)


FESUDEPERJ – Fundação Escola Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro

TURMA DE EXERCÍCIOS DIURNA


CONCURSO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

AULA 05 – 24/03/2010 – DIREITO DO CONSUMIDOR


PROFESSORA: DANIELA JACQUES (Defensora Pública da União)
Introdução:

A professora preparou essas questões pensando especificamente na prova da


Defensoria Pública do Estado, com questões que comumente aparecem no NUDECON, são
casos práticos ou extraídos de jurisprudências.

É importante ter em mente que a prova é da Defensoria Pública do Estado, mas é


extremamente importante o acompanhamento da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
e, para isso, é fundamental a leitura dos Informativos dos Tribunais Superiores, no caso de
Direito do Consumidor, principalmente do STJ.

1ª Questão

Primeiramente deve ser analisado se o caso se enquadra como relação de consumo,


mas, para isso, devemos caracterizar consumidor de um lado e fornecedor de outro. A definição
de consumidor pode ser verificada no art. 2º da Lei 8078/90, onde temos o conceito econômico
de consumidor – “consumidor é o destinatário final do produto ou do serviço”.

Esse conceito econômico deve ser complementado com a análise jurídica que a
doutrina faz desse conceito, lembrando de fazer referência a duas correntes: a) finalista e b)
maximalista. Para a primeira corrente o conceito de consumidor é mais restrito, segundo uma
interpretação teleológica da norma, segundo sua finalidade, que é a proteção do mais vulnerável,
mais fraco na relação, sendo certo que a segunda corrente, a maximalista, amplia esse conceito
de consumidor.

A definição, tão somente de consumidor do art. 2º não nos serve para a definição da
relação de consumo, pois precisamos saber se os bancos de sangue podem ser considerados
fornecedores de serviços (se a relação do doador com os bancos de sangue é de consumo ou
não). E, para isso, é necessário que busquemos o conceito de fornecedor, que tem previsão legal
no art. 3º da Lei 8078/90, bem como precisamos do conceito de serviço, que está no §2º.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou


utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de


pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.

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Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou


privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou


imaterial.

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de


consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.

Logo abaixo do conceito de fornecedor, está previsto o conceito de serviço, frise-se,


atividade fornecida no “mercado de consumo” e “mediante remuneração”. Aqui estão as
expressões chaves para definir uma relação de serviço prestado sob a exige do direito do
consumidor.

Assim, diante desses critérios, poderíamos classificar a relação de doação de


sangue como relação de consumo? Essa questão foi debatida em um informativo recente, que
focou a questão da exigência “mediante remuneração”, enfatizando que esta pode ocorrer
também de forma indireta. São os chamados os serviços aparentemente gratuitos.

Interpretando um caso análogo analisado pelo STJ, que entendeu que a doação de
sangue é de consumo, não por conta do que o doador paga, pois ele nada paga, mas pelo aspecto
do fato que o sangue é objeto de transação/venda ou comercialização para outros hospitais.
Logo, há remuneração indireta, estando a relação caracterizada como de consumo.

Observação: o informativo ao qual a professora se refere é o Informativo 407/STJ,


no julgamento abaixo citado:

CDC. COMPETÊNCIA. DANO MORAL. DOAÇÃO.


SANGUE. - A recorrente alega que houve erro de
diagnóstico do réu, que atestou ser ela portadora do vírus da
hepatite tipo C, o que foi comunicado a todos os bancos de
sangue do país, impedindo que ela doasse sangue. Promoveu
ação de indenização de danos morais em seu domicílio, na
qualidade de consumidora (art. 101, I, do CDC). Oposta
exceção de incompetência, ela foi acolhida ao entendimento
de não se cuidar de relação de consumo. Para o Min. Relator,
o serviço traduz-se, exatamente, na retirada do sangue da
doadora e, inegavelmente, ela toma o serviço como
destinatária final no que se refere à relação exclusiva entre
essas duas partes, relação que também integra uma outra
entre o banco de sangue e aquele que irá utilizá-lo. É um caso
atípico, mas, nem por isso, pode ser apartado da proteção
consumerista. São dois os serviços prestados e relações de
consumo, sendo que a primeira é uma em si mesma, a
captação de sangue pelo banco, mas faz parte de uma
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segunda, o fornecimento de sangue pelo banco ao recebedor.


A primeira tem um custeio, sim, mas indireto, visto que
pela segunda o banco é remunerado de uma forma ou de
outra. Dessa maneira, pode, efetivamente, considerar-se a
doadora como partícipe de uma relação de consumo em
que ela, cedendo seu sangue, usa os serviços da empresa
ré, uma sociedade limitada, que, no próprio dizer do
Tribunal recorrido, como receptora do sangue, vende ou
doa. Na espécie, a captação de sangue é atividade
contínua e permanente do hemocentro. É sua matéria-
prima o sangue e seus derivados. Não se cuida de um
serviço que foi prestado casual e esporadicamente, porém,
na verdade, constante e indispensável ao comércio praticado
pelo réu com a venda do sangue a hospitais e terceiros,
gerando recursos e remunerando aquela coleta de sangue da
autora que se fez, ainda que indiretamente. Nessas
circunstâncias, enquadra-se a hipótese, adequadamente, no
conceito do art. 2º do CDC, de sorte que o privilégio do foro
do domicílio do consumidor, assegurado no art. 101, I,
daquele código, é de ser aplicável ao caso. Diante disso, a
Turma conheceu do recurso e lhe deu provimento, para
declarar competente o foro da comarca onde originariamente
ajuizada a demanda. REsp 540.922-PR, Rel. Min. Aldir
Passarinho Junior, julgado em 15/9/2009.

Nessa mesma esteira de pensamento está o idoso que tem isenção de pagamento ao
se utilizar do transporte público, pois não é pelo fato de não realizar o pagamento que não
haveria a relação de consumo. O mesmo pensamento se aplica quando usamos a vaga, mesmo
que gratuita em termos, de um Shopping Center – se o veículo for furtado no interior desse
estacionamento, mesmo que prevista uma cláusula de não indenizar (que é abusiva), há relação
de consumo, pois há um serviço mesmo que remunerado indiretamente.

Muitos autores ainda fazem referência à habitualidade da atividade prestada pelo


fornecedor quando tratam da expressão “mediante remuneração”. Então os bancos de sangue
prestam o serviço de forma habitual; portanto, há relação de consumo nesse caso concreto, sendo
o conceito de relação de consumo importantíssimo para a resposta da questão.

Vejam, isso é tão importante que interfere na segunda pergunta, já que, caso não se
tratasse de relação de consumo, a demanda não poderia ter sido proposta na Comarca de São
João de Meriti, mas em outra comarca aplicando-se o art. 100 do CPC, que seria o domicílio do
réu, local do ato ou do fato.

Sendo relação de consumo, aplicamos o art. 101 do CDC, que concede uma
prerrogativa para que o consumidor ajuíze a ação no foro de seu domicílio. Então a
assistida, mesmo morando fora da Comarca do Rio de Janeiro, poderá ajuizar na comarca de seu
domicílio.

CAPÍTULO III

Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e


Serviços

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Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de


produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II
deste título, serão observadas as seguintes normas:

I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;

II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá


chamar ao processo o segurador, vedada a integração do
contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta
hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o
réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu
houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar a
existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso
afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente
contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto de
Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com
este.

Outra questão também típica de informativo: o foro. Se eu estiver diante de uma


liquidação extrajudicial de uma sociedade e eu estiver lidando com uma relação de consumo. A
ação deverá ser proposta no foro da liquidação ou poderá ser proposta no foro do domicílio do
consumidor? Prevaleceria o foro do consumidor. Respondo isso com base em uma decisão do
STJ (Observação: Informativo 400/2009):

COMPETÊNCIA. PREVIDÊNCIA. LIQUIDAÇÃO -


Compete ao juízo do foro do domicílio do consumidor
processar e julgar ação de repetição de valores pagos à
entidade de previdência privada em liquidação extrajudicial,
bem como a indenização por danos morais. Não obstante as
disposições das Leis ns. 10.190/2001, 6.024/1974 e
11.101/2005 (Lei de Falência),aplicáveis, no que couber, às
entidades de previdência privada, quanto à liquidação
extrajudicial, no caso, não se concluiu necessariamente
pela fixação da competência em razão do juízo universal,
por se entender que prevalece o art. 101, I, do CDC,
coerente com a Súm. n. 321/STJ. Precedente citado: REsp
930.970-SP, DJe 3/11/2008. CC 102.960-SP, Rel. Min. Paulo
Furtado, julgado em 24/6/2009.

Há responsabilidade civil objetiva com direito à indenização por dano moral, pois
temos uma relação de consumo (que é um dos fatores que define a natureza da responsabilidade
civil), sendo certo que houve o dano moral por ter sido dito à consumidora/assistida que ela tinha
uma moléstia que, na realidade, não tem. Deve esse dano ser aferido economicamente mediante
indenização à consumidora.

Nessa questão você deveria tratar da questão da remuneração direta e indireta e


também pode trabalhar com o art. 5º da Constituição Federal (inafastabilidade de análise de lesão
pelo Judiciário), bem como com o Dano Moral e a Dignidade da Pessoa Humana (art. 1º, III da
CF/88), pois a assistida ficou impedida de participar ativamente da sociedade, exercendo sua
solidariedade através da doação de sangue. Evidentemente isso causa dano moral, um
constrangimento ilegal para essa consumidora.

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Tratando-se de serviço público eu posso fundamentar a resposta no CDC ou


devo fundamentar com o art. 37,§6º da CF/88? Os serviços públicos estão sujeitos ao CDC,
pois estão previstos no art. 22 do CDC; logo, devem ser eficientes, adequados e, quanto aos
serviços essenciais, contínuos.

Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,


concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma
de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos.

Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou


parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
causados, na forma prevista neste código.

A questão apresentada pode se dar por dois enfoques legislativos quando temos uma
relação de consumo envolvendo um serviço público, tanto pelo art. 14 do CDC (responsabilidade
fato do serviço) , como posso trazer a fundamentação legal do art. 37,§6º da CF/88, sendo
importante, nesse caso, mencionar tal matéria na petição inicial, para a hipótese de eventual
recurso extraordinário, pois se isso não for aventado na inicial, depois não poderá haver o tal
recurso por falta de prequestionamento, tanto que temos no STF diversas ações envolvendo
destinatários finais de serviço público. O STJ dá a palavra final quanto à aplicação da legislação
infraconstitucional, sendo que o STF é quem dá o enfoque constitucional.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Todo o serviço público implica em uma relação de consumo? Não, pois para que
eu tenha um serviço público que implique em uma relação de consumo preciso da expressão
“mercado de consumo” e “mediante remuneração”.

Exemplo: a Defensoria Pública é um serviço público, mas não gera relação de


consumo. O mesmo se aplica ao Hospital Público, mas, mesmo não sendo relação de consumo,
isso não retira a natureza da responsabilidade civil, que é objetiva nos serviços prestados, ainda
mais pelos Hospitais Públicos (erro médico, erro de diagnóstico, erro de tratamento); entretanto,
a fundamentação da responsabilidade é pelo art. 37,§6º da CF/88.

Universidade Pública e Previdência Pública pelo INSS também não são relação de
consumo, pois são de participação estatal, mas a Previdência Privada é relação de consumo, de
acordo com a Súmula 321 do STJ; logo, o mesmo em relação aos Hospitais Privados:
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TJ Súmula nº 321 - 23/11/2005 - DJ 05.12.2005

Código de Defesa do Consumidor - Relação Jurídica entre


Previdência Privada e Participantes

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação


jurídica entre a entidade de previdência privada e seus
participantes.

Quanto aos serviços notariais, há relação de consumo? Tabelionato é relação de


consumo? Há remuneração pelo exercício do tabelionato, mas essa remuneração se dá por
TAXA, que é uma espécie de tributária. O STJ entende que os serviços remunerados por meio de
TRIBUTOS estão fora da definição de fornecedor com consubstanciam uma relação de
consumo; logo, fora do âmbito de aplicação do CDC, pois seria uma relação entre contribuinte e
FISCO e não uma relação entre consumidor e fornecedor.

Então, serviços públicos remunerados por tributos, taxas, não são considerados
serviços ligados a uma relação de consumo. Por outro lado, em havendo serviço público
remunerado por TARIFA (preço público), implicam em relações de consumo.

2ª Questão

a) Sim, há relação de consumo, pois juntamente ao art. 2º temos o seu parágrafo


único “Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”. Esse
parágrafo dispõe que todos aqueles que foram atingidos pela relação de consumo integram essa
relação – ou seja, integram essa relação com a utilização do conceito de consumidor por
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equiparação. São os chamados pela doutrina de BYSTANDERS. Essa expressão vem do Direito
Americano e é bastante difundida na jurisprudência, por isso devemos ter atenção a ela.

b) No sistema clássico do Código Civil cada pessoa responde pelos seus atos, na
idéia de que a relação jurídica é válida para as partes (contrato). O seguro foi feito com a
Seguradora e, se fosse considerado o sistema clássico do Direito Civil, a resposta seria negativa,
pois somente a Seguradora vende o seguro e banco celebraria somente o contrato de abertura de
conta-corrente. Entretanto, Banco e Seguradora são do mesmo grupo econômico, o que gera para
o consumidor uma sensação de confiança, um dos princípios mais importantes do CDC.

Esse princípio da confiança relativiza a idéia de terceiro na relação. Aquele que gera
confiança, participando da negociação, pela teoria da aparência, gerando um ambiente de
confiança para o consumidor, responderá. Foi no Banco, por meio do banco, que a consumidora
contratou o seguro, que é do mesmo grupo econômico. Então, todos esses fatores levaram com
que a consumidora tivesse confiança naquele grupo econômico, sendo que essa confiança se
traduz em responsabilidade pela parte. Então, todo aquele que participar de uma cadeia de
fornecimento não é tido como terceiro na relação, mas participante ativo que gera legítimas
expectativas aos consumidores.

Isso é comum na prática na Justiça Federal, quando os assistidos contratam seguros


com a Caixa Econômica Federal – CAIXA Seguros, que tem o mesmo logo e, para a surpresa do
consumidor, quando entra com determinada ação, a Caixa vem sustentar que na Justiça Federal
não seria o foro adequado para a demanda, pois a Caixa é empresa pública e a caixa seguros
possui personalidade distinta, sendo uma Sociedade Anônima – logo, a demanda deveria ser
proposta na Justiça Estadual, bem como a caixa é parte legítima para figurar no pólo passivo da
relação. Data venia, os magistrados dos Juizados Especiais Federais vêm entendendo que a
Caixa não tem nenhuma participação, mas e a confiança que gerou as expectativas legítimas?
Eles estão equivocados, rasgam o CDC.

Então, o líder do conglomerado econômico responde pelos atos, tudo baseado na


teoria da aparência e com base no princípio da confiança. Nesse sentido entendeu o STJ, no
Informativo 405:

REVISÃO. CONTRATO. CONGLOMERADO


FINANCEIRO - Cinge-se a questão em definir se uma
empresa líder de conglomerado financeiro detém
legitimidade passiva para figurar no polo de ação de
revisão de cláusula de contrato de mútuos feneratícios
entabulado entre o recorrente e uma das empresas
componentes do grupo financeiro liderado pelo banco
recorrido. Para a Min. Relatora, nada impede que um
conglomerado financeiro composto de várias pessoas
jurídicas opere em conjunto com a oferta de serviços e
produtos ao público em geral, situação que, inclusive, não
raras vezes reflete-se em comodidade para o próprio
consumidor, que tem, à sua disposição, inúmeros serviços e
conveniências que, de outro modo, demandariam
deslocamento e repetidas exigências burocráticas. Igualmente
inafastável, porém, é a conclusão de que a situação acima
descrita induz o consumidor a pensar que está a contratar
com uma única pessoa jurídica – o banco líder do
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conglomerado. Tanto assim que o faz nas instalações do


banco, utiliza-se do cadastro pré-existente e de possíveis
prerrogativas que detém como correntista. A situação descrita
perfaz verdadeira intermediação do banco recorrido na
consumação dos contratos estabelecidos em sua agência, não
apenas por dar suporte fático às operações (instalações e
pessoal), mas, principalmente, ao referendar, perante o
consumidor, a transação financeira, vale dizer, avalizar e
estimular a realização do contrato com fatores imateriais:
como a sua solidez, a existência de prévio relacionamento
comercial com o consumidor ou, ainda, por meio da
publicidade do conglomerado. Assim, embora do ponto de
vista técnico-jurídico, a instituição contratante e o banco
recorrido sejam pessoas jurídicas diversas, na visão dos
consumidores que realizam diversas operações
financeiras no mesmo local (agência do banco), existe
apenas uma instituição financeira com a qual celebram
todos os contratos. Sob esse prisma, inafastável é a
apreciação da questão à luz dos princípios que regem as
relações de consumo, notadamente a teoria da aparência,
tradução aplicada da boa-fé contratual, pela qual se
busca valorizar o estado de fato e reconhecer as
circunstâncias efetivamente presentes na relação
contratual. Nesse aspecto, a prática realizada pelo banco,
conquanto lícita, pode trazer danos ao consumidor, na medida
em que impede a correta verificação da empresa com a qual
efetivamente contrata, circunstância que dificulta ou mesmo
obstrui a defesa de seus direitos em juízo. Assim, o banco
líder de conglomerado financeiro é parte legítima para
responder à ação de revisão de cláusulas de contrato de
mútuo feneratício realizado em suas instalações, com pessoa
jurídica diversa, mas integrante do mesmo grupo econômico,
aplicando-se ao caso a teoria da aparência. Precedentes
citados: REsp 316.449-SP, DJ 12/4/2004; REsp 434.865-RO,
DJ 10/10/2005, e REsp 139.400-MG, DJ 25/9/2000. REsp
879.113-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
1º/9/2009.

Existe outro artigo do Código de Defesa do Consumidor, no qual temos a


responsabilidade de grupo societário, que trabalha a idéia de controladora, controlado? Vejam o
art. 28, que trata da desconsideração da personalidade jurídica, relativiza a responsabilidade das
pessoas jurídicas. Leiam o §2º do art. 28 do CDC:

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica


da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver
abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A
desconsideração também será efetivada quando houver
falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade
da pessoa jurídica provocados por má administração.
§ 1° (Vetado).
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§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as


sociedades controladas, são subsidiariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente
responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica
sempre que sua personalidade for, de alguma forma,
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos
consumidores.
Esse artigo relativiza a idéia de que a controladora seria um terceiro na relação. Ela
não pe um terceiro nessa relação, pois possui responsabilidade subsidiária pelo CDC. Os
conceitos de sociedades controladas e controladoras está na Lei das S.A e no Código Civil.
(exemplo: A Seguradora X é controlada pelo Banco X, que tem mais de 50% das ações da
seguradora, sendo o líder do conglomerado).

Pelo CDC se trata se uma responsabilidade subsidiária. Então, qual seria a


fundamentação para que o Banco tenha responsabilidade, se essa é subsidiária? Pois eu não estou
aplicando o art. 28 §3º (ou §2º), já que foi o próprio banco que gerou expectativa legítima e
confiança, se travestindo de fornecedor, tendo responsabilidade direta. Aplica-se o art. 28 e seus
parágrafos, quando o Banco não gerar expectativa, não contribuir para gerar a confiança no
consumidor. Aliás, esse princípio da confiança está mais importante do que a própria boa-fé
objetiva (essa idéia vem sendo defendia pela Profa. Claudia Lima Marques).

Não poderia haver a denunciação à lide do Banco para a Seguradora, pois se ele é
responsável direto. Isso seria até uma defesa contraditória. Caso semelhante foi publicado em um
julgado citado no Informativo 410 do STJ:

BANCO. DENUNCIAÇÃO. LIDE. SEGURADORA.

O consumidor e o banco firmaram contrato de abertura de


crédito com alienação fiduciária a recair sobre o automóvel
adquirido. Esse negócio condicionou-se à adesão do
consumidor a contrato de seguro que quitaria o financiamento
em caso de óbito, a ser firmado com seguradora, sociedade
pertencente ao mesmo grupo econômico do qual faz parte
o banco. Porém, o consumidor faleceu e a seguradora negou-
se a honrar a apólice ao argumento de que havia doença
preexistente. Então, o espólio propôs, apenas contra o banco,
ação cominatória combinada com condenatória a fim de
transferir o veículo sob pena de multa diária e receber a
restituição de parcelas pagas indevidamente. Concedida a
tutela antecipada, o banco busca, no REsp, o reconhecimento
de sua ilegitimidade passiva e a denunciação à lide da
seguradora (art. 70, III, do CPC). Nesse contexto, logo se
percebe que não há direito de o banco ressarcir-se da
seguradora, pois não há vínculo contratual ou legal entre
eles, o que torna incabível uma eventual pretensão
regressiva. A seguradora não está obrigada, por lei ou
contrato, a garantir o resultado da demanda, daí não
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haver razão para a denunciação à lide. Na verdade, busca


o banco recorrente, com lastro no mencionado artigo do CPC,
eximir-se de sua responsabilidade sobre o evento danoso, ao
atribuí-la, com exclusividade, a terceiro, o que não é aceito
pela jurisprudência e pela doutrina. Precedentes citados:
REsp 191.118-PR, DJ 12/8/2002; REsp 648.253-DF, DJ
3/4/2006; REsp 97.675-SP, DJ 4/5/1998, e REsp 58.080-ES,
DJ 29/4/1996. REsp 1.141.006-SP, Rel. Min. Luis Felipe
Salomão, julgado em 6/10/2009.

Além de o Banco ser diretamente responsável, não se poderia falar em denunciação


da lide, pois não há ação regressiva deste em face da Seguradora. A idéia que prevalece no
Direito do Consumidor é a impossibilidade de ocorrência de denunciação da lide nas relações
consumeristas, pois isso atrapalha o ressarcimento à parte e prejudica o acesso à Justiça, estando
previsto no art. 88 do CDC (c/c art. 13 § único) e Súmula nº 92 do TJ/RJ:

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código,


a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo
autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos
mesmos autos, vedada a denunciação da lide.

SUMULA TJ N. 92, DE 12/01/2006 (ESTADUAL): DORJ-


III, S-I 8 (3) - 12/01/2006 – “ Inadmissível, em qualquer
hipótese, a denunciação da lide nas ações que versem relação
de consumo.”

Observação: o chamamento ao processo: somente na hipótese de seguro, art. 101, II


do CDC, mas nesse caso, para permitir o rápido ressarcimento ao consumidor. (Exemplo: o
consumidor ingressa com demanda em face de determinado fornecedor, que possui um seguro,
como o caso do Shopping Center de Osasco, que deveria ter um a seguro, poderia haver a
denunciação à lide, pois o consumidor do Shopping não tem relação direta com a Seguradora.

No CPC seria denunciação à lide para que a Seguradora fizesse o ressarcimento.


Aqui haveria uma discussão se o Juiz poderia condenar diretamente a seguradora, sendo que o
entendimento clássico do Processo Civil afirma que não, pela inexistência da relação entre o
consumidor e a Seguradora.

No caso do art. 101, II do CDC, vai haver a possibilidade de chamamento ao


processo. Se é caso de chamamento ao processo, a seguradora vai integrar a relação processual
junto com o seu segurado e ocorre quando há solidariedade. Somente assim o Juiz poderia
condenar diretamente a Seguradora, até mesmo para facilitar o ressarcimento ao consumidor.

Pergunta de aluno referente ao caso da Loteria da Caixa Econômica Federal, do


bilhete não computado pela lotérica e a existência de responsabilidade: A ação, segundo o
advogado das partes envolvidas, será proposta em face da Caixa econômica Federal para que La
pague o pretendido, pois é ela quem credencia as lotéricas que fazem e computam os jogos,
sendo dela a responsabilidade.

Esse é um tema polêmico (será um hard case), tanto que tem uma outra ação
parecida, que tem mais de 10 anos e existem outros casos julgados sobre loteria: ex. o
consumidor perdeu o volante do jogo, mas sempre joga números específicos representativos de
datas e fáceis de comprovação na vida do apostador. Houve um vencedor, mas esse apostador
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não tinha o jogo para comprovar. Ficou reconhecido que ele tinha direito ao prêmio, com base
nesse fato, de que a prova não era exclusiva do volante de jogo.

c) Apesar da anuência da consumidora houve venda casada, pois para que esta
ocorra não é necessário o subjetivismo do consumidor. A venda casada é objetiva – condicionou
a aquisição de um produto a outro produto ou serviço, está caracterizada a venda casada,
consoante previsto no art. 39, inciso I do CDC, que configura prática abusiva nas relações de
consumo. A venda casada não é afastada pelo fato do consumidor aquiescer com sua ocorrência.

Nessa resposta, podemos alegar a hiper-vulnerabilidade da consumidora, pois como


consumidora ela já é vulnerável (princípio chave da relação de consumo e aspecto material), mas
sendo idosa, ou de parcos conhecimentos, se torna mais vulnerável, o que exigiria um cuidado
maior na contratação. Na questão isso não está expresso, mas poderia ser o caso.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços,


dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº
8.884, de 11.6.1994)

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao


fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem
justa causa, a limites quantitativos;

Lembrem-se a idade para ser considerado idoso é 60 anos (Estatuto do Idoso –


10.741/03) e trabalhando o CDC com o Estatuto do Idoso, trabalhamos com o diálogo das fontes,
que foi uma idéia introduzida pela Profa. Claudia Lima Marques, a partir do doutrinador Erik
Jamie (Alemão), que afirma que as fontes jurídicas estariam em diálogo e, por isso, vão objetivar
os fins maiores da Constituição e do ordenamento jurídico dentro de um sistema maior. Isso
porque o CDC tem um sistema próprio, com normatizações específicas, mas é aberto.

Tal doutrina entrou em vigor a partir de 2003, quando o Novo Código Civil surge,
pois o CC/02 veio após o CDC de 1990. Logo, essa doutrina surgiu para colocar em diálogo essa
duas fontes, afastando um pouco as idéias os princípios da essencialidade ou da anterioridade, de
que lei geral revoga especial, ou lei nova revoga anterior, para que possamos usar os dois em
diálogo, mas principalmente pelo fato de ser o Direito do Consumidor um Direito Fundamental,
previsto no art. 5º, XXXII da CF/88, devendo o Estado proteger esses direitos, criando norma
para dar efetivação a esse comando Constitucional.

Atenção: alegar a venda casada não implica necessariamente em anulação ou


invalidade do contrato. A venda casada é abusiva, devendo ser sustentada na petição inicial para
o benefício do assistido. A conseqüência é desconsiderar a realização do ato e o Juiz aplicar o
dano moral punitivo pela prática abusiva do fornecedor (isso vem sendo evitado pelo Judiciário).

d) A consumidora tinha um seguro que era descontado todo dia 5 e no dia 10 ela
recebe seus proventos previdenciários, quando eram gastos para sua sobrevivência e o desconto
do seguro voltava a ser descontado, agora com juros de mora e multa moratória. No dia 10 ela
veio a falecer, sendo certo que todo o dia 05 ela já não tinha numerário em conta, sendo uma
prática recorrente e usual. E, por estar em mora, a Seguradora se recusava a pagar a devida
indenização.

A data do desconto foi mudada automaticamente do dia 5 para o dia 15, isso porque
ocorreu o fenômeno da SUPRESSIO do direito do fornecedor, um dos deveres anexos da boa-fé
objetiva ( um padrão de comportamento dos contratantes que deve observar a lealdade, a
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informação e cooperação – Menezes Cordeiro ainda traz a vedação do comportamento


contraditório, que inclui a venire contra factum propium, a supressio e a surrectio).

A SUPRESSIO e a SURRECTIO são facetas do mesmo evento, pois ao mesmo


tempo em que temos a aquisição de um direito por uma das partes, há a perda do direito pela
outra parte, sem que haja prescrição ou decadência, pois há a perda do direito pelo simples não
exercício desse direito – a mudança da data do desconto do prêmio pela Seguradora/Banco foi
uma violação à boa-fé objetiva. Isso importa em inadimplemento contratual, pois houve a
infringência de deveres anexos da boa-fé objetiva; logo, responsabilidade.

Esse assunto está na moda atualmente, não somente pela doutrina que já era
conhecida, mas pelo fato de as expressões começarem a aparecer nos julgados, principalmente
no STJ, há menos de 6 meses. Conseqüentemente, 1 mês após aparecer no julgado, já era assunto
de prova de concurso federal. Logo, esses conceitos mencionados acima tem que ser de inteiro
conhecimento do concursando.

O julgado que inaugurou o assunto no STJ tratava de vaga de garagem, que não é
relação de consumo, sendo certo que a boa-fé objetiva não é restrita ás relações de consumo, pois
está positivada no Código Civil. Voltando ao caso, deveríamos citar o art. 4º do CDC e a
“venire”.

Quanto à mora: a consumidora não estaria em mora, não só pela SUPRESSIO, mas
também pelo fato de que a mora no contrato de seguro é ex-personae, que depende de
notificação prévia do devedor, pelo entendimento do STJ (a mora ex-re é aquela que tem um
termo certo).

e) Como caracterizamos a responsabilidade da Instituição Financeira? Onde busco o


prazo – é vicio ou fato do serviço? No caso concreto ocorreu inadimplemento, não é vício ou
fato. As hipóteses do CDC , do art. 26 – são de vício e no art. 27 – são de fato do serviço. Não
uso o prazo do CDC, vou usar o previsto no Código Civil, art. 206 §1º CC/02 – 1 ano.

Existe alguma causa de suspensão de prazo? É um prazo prescricional e, sim há


uma causa de suspensão, o pedido administrativo para a liberação da indenização com a
negativa/recusa do banco – aplicação da Súmula 229 do STJ, transcrita abaixo. A contagem do
prazo se dá a partir da ciência do fato gerador da pretensão do seguro – morte da contratante do
seguro. (art. 206,§1º do CC/02), sendo certo que a recusa do pedido administrativo para o
recebimento do seguro suspende o prazo.

É muito comum que o beneficiário faça o pedido administrativo de recebimento do


seguro, mas nunca receba uma resposta formal, nesse caso o prazo está suspenso, sendo esse
caso prescricional, por estar, conforme tese majoritária, relacionado a uma pretensão de um
direito subjetivo.

SEÇÃO IV
Da Decadência e da Prescrição
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de
fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de
produtos não duráveis;
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II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de


produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da
entrega efetiva do produto ou do término da execução dos
serviços.
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a
resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de
forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial
inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação


pelos danos causados por fato do produto ou do serviço
prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem
do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).

CC/02 - Art. 206. Prescreve:


§ 1o Em um ano:
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o
pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste
contra aquele, contado o prazo:

STJ - Súmula 229

O pedido do pagamento de indenização à seguradora


suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha
ciência da decisão.

O Inadimplemento gera dano moral? A princípio não, de acordo com a


jurisprudência dominante, somente em algumas situações peculiares. Se fosse fato do serviço,
quase sempre gera dano moral. Essa discussão sobre fato e vício é bastante discutida na
jurisprudência. Na hermenêutica jurídica esse nosso caso seria um inadimplemento.

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3ª Questão

A inversão do ônus da prova vem prevista no art. 6º, VIII da Lei 8.078/90, que trata
dos direitos básicos do consumidor. A natureza da inversão do ônus da prova tem natureza ope
iuris, pois o juiz que vai avaliar no caso concreto se vai inverter ou não, o que se defere da
inversão ope legis, pois esta ocorre quando a própria lei determina a inversão do ônus do sistema
clássico de distribuição do ônus da prova previsto no art. 333, I (autor) e II (réu) do CPC – teoria
estática de distribuição do ônus da prova (ex. art. 38 do CDC, o próprio CDC diz quem tem que
provar). A teoria dinâmica seria a possibilidade de o magistrado inverter o ônus para aquele que
tem melhores condições de produzir a prova. Essa última teoria não é restrita ao CDC.

O CDC autoriza ao juiz a mudar o sistema clássico do art. 333 do CPC, dizendo que
o réu é quem vai provar a inexistência de fato constitutivo do direito do autor. Isso encontra
óbice na teoria processualista de que não se pode provar fatos negativos? Eu não posse provar
que não ocorreu um fato, somente se ele ocorreu? Essa teoria já está ultrapassada, pois podemos
provar fatos negativos por meio de outros fatos que são positivos.

CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

(...)

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a


inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
de experiências;

Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da


informação ou comunicação publicitária cabe a quem as
patrocina.

A inversão ope iuris é automática? Não ocorre automaticamente, pois em nem toda a
relação de consumo terei a inversão do ônus da prova, pois dependerá da análise do coso
concreto pelo juiz, que ira verificar a presença de verossimilhança das alegações ou autor OU de
hipossuficiência. Um ou outro requisito autoriza a inversão, mas está o juiz atrelado aos critérios
da lei, podendo ser determinado de ofício.

Se estivermos fazendo uma peça, esse pedido deve estar expresso na petição, mas
com a demonstração da presença dos requisitos (faça um tópico na petição explicando a presença
dos requisitos). O mesmo ocorre com pedido de antecipação de tutela, tem que haver um tópico
explicando a caracterização da situação e ao final faça o pedido expresso.

Para a pessoa física como consumidora a presença da vulnerabilidade é presumida,


mas pessoa jurídica a vulnerabilidade. É na análise do aspecto material da relação de consumo
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que vamos aferir a presença de vulnerabilidade. Essa vulnerabilidade tem que estar provada, mas
isso não se confunde com a hipossuficiência e é analisada em seus vários aspectos (técnica –
conhecimento técnico acerca do produto ou serviços - fática ou econômica – se dá no contexto
da relação jurídica quando há um desequilíbrio entre a pessoa do consumidor e do fornecedor -
jurídica – contrato de consumo de adesão elaborado pelo fornecedor - e informacional –
constatação recente da Profa. Claudia Lima Marques no sentido de que atualmente as relações de
consumo carecem cada vez mais de informação do consumidor).

Toda relação de consumo tem vulnerabilidade (aspecto material da relação de


consumo), mas para a inversão do ônus da prova temos que provar a hipossuficiência, que é
requisito diverso, sendo um critério processual que diz respeito à produção de prova técnica, já
que o consumidor não tem condições técnicas de produção de prova.

A verossimilhança – é a aparência de verdade, é mais um requisito. Vejamos o caso


apresentado pela Profa. sobre um caso de inversão do ônus da prova que aconteceu no Rio de
janeiro e formou jurisprudência no STJ:

FURTO. SUPERMERCADO. INVERSÃO. PROVA.

A questão em causa cinge-se em determinar se há possibilidade de


inverter o ônus da prova em hipótese de alegação de ocorrência
de furto de bolsa da consumidora, ora recorrente, em interior
de supermercado e se há responsabilidade pelos danos
materiais e morais.

Ela sustenta ser cabível tal inversão, com espeque no art. 6º, VIII,
do CDC, razão pela qual incumbiria ao supermercado recorrido
demonstrar que não houve o corte de sua bolsa e o consequente
furto no interior do estabelecimento comercial.

O Tribunal a quo deixou de inverter o ônus da prova sob o


fundamento de que o juiz não deve impor à parte o ônus de
produção de prova negativa ou impossível.

Contudo, para a Min. Relatora, tal fundamento não prospera,


visto que, atualmente, a máxima de que as negativas são isentas
de prova não é verdadeira, porquanto dizem respeito tão-
somente às negativas indefinidas, ou seja, não abarcam aquelas
relativas, suscetíveis de prova.

Ressaltou ainda que, caso se considere a prova negativa como


impossível de ser produzida, o art. 14, § 3º, I, do CDC, por prever
uma hipótese de prova negativa, não teria razão de existir, já que
dispõe que o fornecedor de serviços só não será responsabilizado
quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste.

Assim, contatada a ausência de prova por parte do recorrido de que


a recorrente não foi furtada e em razão de seu estado de choque,
bem como do descaso dos funcionários daquele estabelecimento
diante da comunicação do ocorrido, a única conclusão plausível é a
procedência do pedido de indenização pelos danos materiais e
morais tal como formulado.

Aplica-se, portanto, a responsabilização do fornecedor pelo fato do


serviço (art. 14 do CDC), em razão dos defeitos na prestação desse,
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ao não fornecer ao consumidor a segurança que ele legitimamente


esperava, fato que causou danos à recorrente.

É de salientar também que o ônus da prova das excludentes da


responsabilidade do fornecedor de serviços, previstas no § 3º do
art. 14 do CDC, é do fornecedor por força do art. 12, § 3º, do
mesmo código.

Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso para condenar o


recorrido ao pagamento da quantia de R$ 50,00 a título de
indenização por danos materiais e de R$ 3.000,00 a título de
compensação por danos morais, em favor da recorrente.

Precedentes citados: REsp 422.778-SP, DJ 27/8/2007, e REsp


685.662-RJ, DJ 5/12/2005. REsp 1.050.554-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 25/8/2009.

Momento da inversão: com o cite-se? Na instrução? Ou na sentença? Isso é regra


de instrução ou julgamento? O tema é bastante controvertido, sendo o próprio STJ divergente em
suas decisões. A 3ª Turma, no informativo 324 se posicionou da seguinte forma, afirmando que é
regra de julgamento, podendo ser, inclusive ser invertida em Apelação. Em sentido contrário
decidiu a 4ª Turma no RESP 1095663

Terceira Turma
CDC. INVERSÃO. ÔNUS. PROVA. MOMENTO.
O recorrido adquiriu uma garrafa de refrigerante em um posto de
gasolina de uma cidade interiorana. Sucede que, ao abri-la, seu
olho foi atingido violentamente pela tampinha, o que lhe causou a
perda quase total da visão desse olho e o impediu de ser promovido
em sua carreira de policial militar. Por isso, pediu, em juízo,
indenização dos danos moral e material, ao indicar o fabricante
local daquela marca de refrigerante como réu.
O juízo singular julgou improcedentes os pedidos sob o
fundamento de que, em apertada síntese, não provara o autor que o
réu era o fabricante do refrigerante causador do acidente. Porém, o
Tribunal a quo deu provimento à apelação do ora recorrido ao
fundamento de que cabia à sociedade demonstrar que não fabricava
ou distribuía tal refrigerante naquela região, o que faz entender
que invertera o ônus da prova no segundo grau de jurisdição.
Diante disso, no REsp, o fabricante alegava, dentre outras, a
violação do art. 6º, VIII, do CDC, ao afirmar que a inversão do
ônus da prova é regra de instrução processual e não de
julgamento, razão pela qual o Tribunal a quo não poderia tê-la
aplicado ao julgar a apelação.
Ao iniciar-se o julgamento neste Superior Tribunal, o Min. Castro
Filho, valendo-se de precedentes, conheceu e deu provimento ao
recurso, ao entender que essa inversão é realmente regra de
instrução e determinou o retorno dos autos para que o juízo se
pronunciasse a respeito do direito do recorrente de fazer a
prova.
Por sua vez, a Min. Nancy Andrighi, em seu voto-vista, valendo-se
da lição de vários doutrinadores, inclusive estrangeiros,

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posicionou-se no sentido inverso, o de que a regra do art. 6º,


VIII, do CDC é de julgamento. Aludiu que, após o oferecimento
e a valoração da prova produzida na fase instrutória, o juiz, diante
do conjunto probatório, se ainda em dúvida para julgar a demanda,
pode determinar a inversão em favor do consumidor, pois não há
que se falar em surpresa ao fornecedor, visto que esse tem ciência
de que, em tese, haverá a inversão, além do que é ele quem dispõe
do material técnico do produto, certo que o consumidor é a parte
vulnerável da relação e litigante eventual.
O Min. Ari Pargendler, em seu voto-vista, acompanhou
integralmente a divergência ao não conhecer do especial. Já o Min.
Carlos Alberto Menezes Direito, apesar de entender que a inversão
deve dar-se quando da produção da prova, acompanhou a
divergência apenas quanto ao resultado, ao fundamento de que o
acórdão destacara tratar-se de responsabilidade objetiva.
Assim, entendeu que a hipótese é de aplicação do art. 14 do CDC,
de inversão legal, e, incumbida a recorrente de provar a excludente
de sua responsabilidade, não cuidou de prová-la.
Ao concluir o julgamento, o Min. Humberto Gomes de Barros, em
seu voto-vista, acompanhou o Min. Relator.
Ao final, conclui-se que a tese quanto à inversão ou não do ônus
ainda pende de definição na Turma. Precedente citado: REsp
241.831-RJ, DJ 3/2/2003. REsp 422.778-SP, Rel. originário Min.
Castro Filho, Rel. para acórdão Min. Nancy Andrighi, julgado em
19/6/2007.

Em sentido oposto, a 4ª Turma disse que se houver a inversão na sentença, deve ser
aberta a oportunidade para que a outra parte produza prova:

AgRg no REsp 1095663 / RJ - AGRAVO REGIMENTAL NO


RECURSO ESPECIAL. 2008/0215779-5 . Relator(a): Ministro
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123). Órgão Julgador: T4 -
QUARTA TURMA. Data do Julgamento: 04/08/2009. Data da
Publicação/Fonte: DJe 17/08/2009 : Ementa: AGRAVO
REGIMENTAL. SÚMULA 283/STF. RECONSIDERAÇÃO.
RECURSO ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. INVERSÃO DO
ÔNUS DA PROVA. REQUERIMENTO DE PROVAS.
PRECLUSÃO. INEXISTÊNCIA. 1. Não se aplica a Súmula n.
283/STF se houve retração de um dos fundamentos do acórdão
recorrido em sede de embargos de declaração. 2. O instituto da
preclusão serve ao aperfeiçoamento do processo, por conferir-lhe
certeza e segurança, e não pode ser usado como armadilha para
impedir a ação da parte diante de uma situação excepcional. 3.
Determinada a inversão do onus probandi após o momento
processual de requerimento das provas, deve o magistrado
possibilitar que as partes voltem a requerê-las, agora
conhecendo o seu ônus, para que possa melhor se conduzir no
processo, sob pena de cerceamento de defesa. 4. Agravo
regimental provido para conhecer em parte e prover o recurso
especial.

A corrente que é mais favorável á Defensoria é de que a inversão da prova seja uma
regra de julgamento (3ª Turma do STJ – informativo 324) e não de instrução, mas, como dito, há
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3 posicionamentos que devem ser demonstrados na prova e ao final o seu posicionamento. Veja
o julgado abaixo da 4ª Turma em sentido oposto, que diz que é regra de instrução. Aqui no Rio
de Janeiro, o entendimento da jurisprudência é que a inversão do ônus deve ser antes da
sentença:

REsp 881651 / BA - RECURSO ESPECIAL -


2006/0194606-6 - Relator(a) - Ministro HÉLIO QUAGLIA
BARBOSA (1127) - Órgão Julgador - T4 - QUARTA
TURMA - Data do Julgamento - 10/04/2007 - Data da
Publicação/Fonte - DJ 21/05/2007 p. 592 –
Ementa - PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL -
CONSUMIDOR - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA -
MOMENTO OPORTUNO - INSTÂNCIA DE ORIGEM
QUE CONCRETIZOU A INVERSÃO, NO MOMENTO DA
SENTENÇA - PRETENDIDA REFORMA –
ACOLHIMENTO - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO
EM PARTE E, NESSA EXTENSÃO, PROVIDO.
- A inversão do ônus da prova, prevista no artigo 6º,
inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, como
exceção à regra do artigo 333 do Código de Processo
Civil, sempre deve vir acompanhada de decisão
devidamente fundamentada, e o momento apropriado
para tal reconhecimento se dá antes do término da
instrução processual, inadmitida a aplicação da regra só
quando da sentença proferida.
- O recurso deve ser parcialmente acolhido, anulando-se o
processo desde o julgado de primeiro grau, a fim de que
retornem os autos à origem, para retomada da fase probatória,
com o magistrado, se reconhecer que é o caso de inversão do
ônus, avalie a necessidade de novas provas e, se for o caso,
defira as provas requeridas pelas partes.
- Recurso especial conhecido em parte e, na extensão,
provido.

Caso o fornecedor se recuse a custear a prova o juiz pode arbitrar multa? essa
pergunta vai obrigatoriamente passar pela distinção entre ônus, obrigação e dever, sendo certo
que a inversão é do ônus da prova. Dever jurídico é mais amplo que obrigação, que está
relacionada uma idéia de credor e devedor, vínculo obrigacional.

O ônus diz respeito a uma posição privilegiada do indivíduo no processo na relação


processual, sendo que a inação daquele que tem ônus gera uma conseqüência conforme o
ordenamento jurídico (ex. conseqüência da aplicação da revelia do ônus de contestar – o réu não
tem obrigação de contestar, mas se não o fizer será revel). A falta de provas leva á
improcedência do pedido autoral, se essa falta for do autor.

A inversão do ônus da prova não importa no custeio da prova que foi invertida.

(continuação: explicação da 4ª questão e demais se deu na 2ª parte da aula do dia 24/03 e de 07/04).

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