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Resumo
Considerações Iniciais
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Artigo científico apresentado ao eixo temático “Entretenimento, Produção Cultural e Subjetivação”, do IV
Simpósio Nacional da ABCiber.
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Aluna do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM). Integrante do Grupo Jornalismo Digital (JORDI) da UFSM. E-mail:
mairabianchini@gmail.com.
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Lost e Transmidialidade
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Número de personagens principais na primeira temporada. Ao longo das temporadas seguintes, outros
protagonistas surgiram, e alguns dos integrantes originais do elenco deixaram a série.
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Documentário BAFTA Gets Lost, produzido pela British Academy of Film and Television Arts – BAFTA.
Disponível em: http://www.bafta.org/access-all-areas/videos/bafta-gets-lost,815,BA.html. Acesso em: 03 out.
2010.
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Informação revelada no episódio Across the Sea (6x15). http://pt.lostpedia.wikia.com/wiki/Across_the_Sea.
Acesso: 03 out. 2010.
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De acordo com Jenkins, o impulso transmidiático está no centro daquilo que ele chama
de cultura da convergência, nova forma de relação entre produtores e consumidores com os
produtos midiáticos e entre si. Jenkins não se refere à convergência como a união de múltiplas
funções em um único aparelho – como no caso de um celular que também reproduz arquivos
de áudio e de vídeo e oferece suporte para jogos eletrônicos –, mas sim como uma palavra que
define mudanças tecnológicas, industriais, culturais e sociais no modo
como as mídias circulam em nossa cultura. Algumas das idéias comuns expressas
por esse termo incluem o fluxo de conteúdos através de vários suportes midiáticos, a
cooperação entre as múltiplas indústrias midiáticas, a busca de novas estruturas de
financiamento das mídias que recaiam sobre os interstícios entre antigas e novas
mídias, e o comportamento migratório da audiência, que vai a qualquer lugar em
busca das experiências de entretenimento que deseja (JENKINS, 2008, p. 332-333).
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http://pt.lostpedia.wikia.com/wiki/Pagina_Principal. Acesso em: 03 out. 2010.
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Software colaborativo que permite a edição coletiva de documentos utilizando um sistema que não necessita de
revisão antes da publicação. O termo havaiano “wiki wiki” significa “super rápido”.
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http://lostpedia.wikia.com/wiki/Main_Page. Acesso em: 03 out. 2010.
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Tal constatação foi feita levando em consideração apenas as cinco primeiras temporadas de Lost. A sexta
temporada ainda não havia sido exibida quando o trabalho foi elaborado.
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Veja as descrições completas de cada portal no item ‘3.2 Análise das Narrativas Complementares de Lost’ da
pesquisa monográfica Através do Espelho – Aprofundamento do Universo Ficcional de Lost por meio da
Narrativa Transmidiática (Santos, 2009).
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Live Together, Die Alone (2x23, 24)11 – Sayid, Jin e Site oficial de Lost – três anos depois do episódio
Sun avistam o que sobrou de uma gigantesca estátua 2x23, 24, o resumo online do episódio The Incident
AB
de pedra – um pé com quatro dedos. (5x16, 17) revela a identidade da estátua – a deusa
egípcia Taweret.
Two For the Road (2x20) – Hurley e Libby Mini-episódio The Adventures of Hurley and
combinam um piquenique romântico na praia. Libby Frogurt (02)12 – enquanto Libby vai até a
AC1
vai buscar as toalhas na Escotilha, mas é assassinada Escotilha, Hurley está na praia conversando com
por Michael. Neil “Frogurt” sobre a garota.
Mini-episódio The Deal (04) – momentos depois da
Three Minutes (2x22) – Bea Klugh propõe um acordo conversa entre Michael e Bea, Juliet entra na
AC2
para Michael em troca da liberdade dele e de Walt. cabana e informa Michael que ele irá ganhar o
Michael concorda, mas com uma condição: ele quer o barco. Eles conversam sobre Walt, Ben e a irmã de
barco dos “Outros”. Juliet, Rachel.
Three Minutes (2x22) – Bea Klugh leva Walt para ver Mini-episódio Room 23 (06) – Walt causa pânico
AC3
Michael. Quando o garoto diz que os “Outros” estão nos “Outros” e provoca a morte de diversos
fingindo, ela ameaça colocá-lo na “sala” de novo, o pássaros quando é trancado na Sala 23.
que deixa Walt aterrorizado.
ARG The Lost Experience – a Fundação Hanso foi
Orientation (2x03) – Jack e Locke assistem ao vídeo criada por Alvar Hanso e tem como objetivo
de Orientação da Estação 3 – O Cisne da Iniciativa desenvolver projetos de pesquisa científica que
AD1 Dharma, projeto científico financiado pela Fundação promovam o bem-estar global e a preservação da
Hanso. vida humana. No século XXI, a Fundação foi
tomada por Thomas Mittelwerk, e seus meios de
ação foram deturpados.
Orientation (2x03) – a Iniciativa Dharma é ARG The Lost Experience – no video do Sri Lanka,
apresentada como um projeto de pesquisa científica Alvar Hanso explica os motivos históricos e
AD2
implantado na ilha e responsável pelo funcionamento políticos por trás da criação da Iniciativa Dharma.
da Estação 3 – O Cisne e de outras estações no local.
Orientation (2x03) – no vídeo de Orientação da ARG The Lost Experience – no video do Sri Lanka,
Estação 3 – O Cisne, o Dr. Marvin Candle explica que Alvar Hanso afirma que os números 4 8 15 16 23
os números 4 8 15 16 23 42 devem ser executados no 42 representam os fatores ambientais e humanos
AD3 computador a cada 108 minutos. nucleares da Equação de Valenzetti.
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Este código é utilizado no trabalho para identificar a qual temporada e a qual episódio refere-se o título
mencionado. No caso de Live Together, Die Alone (2x23, 24), por exemplo, o número ‘2’ significa ‘segunda
temporada’, e os números ‘23, 24’, ‘vigésimo terceiro e vigésimo quarto episódios’.
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No caso dos mini-episódios produzidos para celular, o código refere-se apenas ao número do episódio, já que
apenas uma sequência de 13 mini-episódios foi produzida.
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Por meio da análise das histórias contadas no seriado Lost e em suas mídias
complementares, pode-se mapear a presença da narrativa transmidiática ao longo da segunda
temporada da série por meio de 13 portais de acesso, como demonstram as tabelas 1 e 2. Nos
suportes midiáticos selecionados para o estudo, é possível apontar a expressão das três
características definidas a partir das considerações de Jenkins (2008): a presença de portais de
acesso, a apresentação de novos conteúdos ficcionais nas mídias complementares, os quais
oferecem uma compreensão adicional sobre a série, e a participação de consumidores em
comunidades de conhecimento.
A convergência tecnológica, cultural e social em andamento apresenta oportunidades
de expansão para outros campos, podendo ser explorada, futuramente, por áreas como a
educação, a política, a religião e a cidadania. O campo jornalístico também pode beneficiar-se
dessas mudanças. As redações já caminham em direção a um jornalismo mais participativo e
com maior densidade informativa, no qual o público possa contribuir com notícias, pautas,
fotos e vídeos. A produção de conteúdo jornalístico procura convergir conteúdo em mais de
uma mídia, relacionando matérias impressas com informações disponíveis online e pelo
celular. Quando se pensa o jornalismo como forma de contar uma história que estabeleça
relação entre o leitor e os fatos do mundo, o formato da narrativa transmidiática ganha ainda
mais destaque, pois representa a chance de proporcionar, por meio da reportagem, uma
experiência que mantém a atenção do consumidor na história narrada.
Mesmo reconhecendo a diferença entre histórias ficcionais e o jornalismo,
Christofoletti (2009) afirma que a experiência narrativa envolvente que é proporcionada pelas
séries de televisão atuais pode oferecer elementos que ajudem a revitalizar os produtos
jornalísticos e torná-los mais prazerosos e interessantes para os consumidores de informação.
Ao espalhar camadas de conteúdo em múltiplas mídias, o jornalista pode pensar o
leitor/telespectador/ouvinte/usuário não apenas como consumidor, mas também como um
parceiro na construção narrativa em uma experiência informativa. Consideramos ser relevante
para o campo jornalístico colocar em discussão essas novas estratégias, até então utilizadas no
entretenimento, para que se possa refletir sobre a criação de produtos transmidiáticos na área,
o que pode ser tema para estudos futuros.
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LÉVY, Pierre. A Inteligência Coletiva: por uma Antropologia do Ciberespaço. 2 ed. São
Paulo: Loyola, 1999.
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