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Internacional A7

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O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 2 DE JANEIRO DE 2011

MAC
KENA BETANCUR/REUTERS–27/1/2010
tantaneamente desautorizada
pelo Partido dos Trabalhadores.
Uma grande exceção parece
MARGOLIS ser Mario Vargas Llosa, que nu-
ma reunião recente em Santiago
chamouChávezde“risíveleana-
crônico”, a ditadura cubana de

O silêncio latino-americano “vergonhosa” e alertou para


uma região permeada de “popu-
lismos com resultados catastró-
ficos”.

H
oje, quando os paí- nhos) a uma guerrilha assassina dócil e sem medo de revés na Su- vernantes da região. A América Latina acaba de en-
sesdaAméricaLati- entocada no outro lado da fron- prema Corte, loteada de chavis- O WikiLeaks nos revelou que cerrar um período dos mais de-
na têm algo a dizer teira? tas. a confraria latina não é assim tão mocráticos, prósperos e livres
sobre os aconteci- Diversos governos, até mesmo Mas e a Unasul, o Parlamento amiga. Mas são raros os astrosda de sua história. Quem sabe esta
mentosinternacionais,nãoti- dos EUA e da Europa, mais uma do Mercosul, a Comunidade An- nova diplomacia global com pei- não seja lembrada como mais
tubeiam. Todos os governos penca de organizações interna- dina e os governos da nova e bra- to para dizer em voz alta o que uma década de silêncio.
latino-americanos denuncia- cionais,comoos RepórteresSem va América Latina emergente? sussurram às portas fechadas.
ram a invasão americana do FronteiraseaHumanRightsWa- Nada de sindicâncias, cúpulas DilmaRousseff,é verdade, cri- ✽
Iraque. Em 2009, logo que as tch, condenaram como um “as- emergenciais, muito menos re- ticouacondescendênciabrasilei- É CORRESPONDENTE DA
Forças Armadas hondure- salto” à democracia a manobra clamações formais, nem mesmo ra no caso de Sakineh Ashtiani, a ‘NEWSWEEK’, COLUNISTA DO
nhas derrubaram o presiden- de Chávez, do dia 17, de arrancar um pio qualquer no Twitter dos iranianacondenada aoapedreja- ‘ESTADO’ E EDITA O SITE Zelaya. Região foi contra
te Manuel Zelaya, a região in- superpoderes de um Congresso moderníssimos e antenados go- mento, mas a presidente foi ins- WWW.BRAZILINFOCUS.COM ‘golpe à democracia’
teira levantou-se contra o
“golpe” contra a democracia.
Da mesma forma, nenhuma
chancelaria ao sul do Texas
pensou duas vezes ao execrar
como violação à soberania na-
cionaloataquedoExércitoco-
lombiano contra um acampa-
mentodasForcasArmadasRe-
volucionárias da Colômbia
(Farc) na selva do Equador.
Tão zelosa é a nova diploma-
cia latino-americana que di-
versosgovernosjáreconhece-
ram o Estado palestino, mes-
mo antes que ele exista.
E não poderia ser diferente.
Na nova ordem mundial, em
que as nações em desenvolvi-
mento ganham cada vez mais
autoridade e massa muscular,
adiplomaciatradicionalpreci-
sa abrir a roda para os novos
protagonistas. A equação é
simples: mais força, voz mais
elevada. Bom, em termos.
EHugoChávez?Oqueocor-
re quando o comandante ve-
nezuelano atropela a demo-
cracia? E quando Cristina Kir-
chner tenta, com ações gros-
seiras, intimidar a mídia opo-
sitora?Equandoospresospo-
líticos cubanos lançam um
apelode socorroaum paísfra-
terno, como fizeram durante
a visita do presidente Lula a
Havana? O que ocorre quan-
doaNicaráguadeDanielOrte-
ga invade a Costa Rica, um
país sem Exército?
O problema não é que a
América Latina se expresse
demais ou fora da hora, mas
quando se cala. É regra de ou-
ro na diplomacia global que
qualquer país tenha de dizer
menos o que pensa e de agir
de acordo com os interesses
nacionais,mesmoqueissosig-
nifiqueserelacionar combru-
tos ou desagradar sensibilida-
des aliadas.
Agora,apósoWikiLeaks,sa-
bemos o quanto o condomí-
niodepoderinternacional po-
de ser um teatro de sombras,
onde ressalvas, princípios e
valores se curvam à “realpoli-
tik”. No entanto, o silêncio
também fala e o costume que
os países têm de ignorar bar-
báries à sua volta – seja por
respeito à soberania nacional
ou para não ofender um com-
panheiro – tem sido berrante.
Cuba é o decano da indul-
gência,rotineiramentepoupa-
da do escrutínio da vizinhan-
ça, quiçápelo serviço simbóli-
co que Havana prestou ao or-
gulho continental por ter so-
brevivido ao Golias ianque.
Hoje, é a Venezuela de Chá-
vez o beneficiário disparado
do indulto latino, ao mesmo
tempoemqueoregimeboliva-
riano atropela as leis, sufoca
liberdades, amordaça a mídia
independente e deleta regras
de conduta civilizatória.
Todos os sócios do Merco-
sul, menos o Paraguai – que
sofrepressãointensa dosvizi-
nhos –, já aprovaram o ingres-
so da Venezuela no bloco.
Que se dane o Tratado de
Ushuaia, que exclui do grê-
mio qualquer país que não ga-
rantaa“plenavigênciadasins-
tituições democráticas”.
Pode ser resultado da con-
fiança exagerada dos demais
governos, que acham mais
prático“administrar”aintem-
pestiva república bolivariana
do lado de dentro do Merco-
sul do que fora dele.
Oquedizer, contudo,quan-
do a irmandade latina engros-
sa a voz contra a violação co-
lombiana da soberania do
Equador, mas se cala sobre o
crime de prover sombra e
água fresca (por negligência
ou com a bênção dos vizi-

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