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APRENDIZAGEM
Resumo
Este trabalho tem como proposta apresentar o resultado de uma pesquisa cujo propósito foi de
buscar entender qual a importância da postura reflexiva dos professores dos anos iniciais do
Ensino Fundamental. A metodologia adotada caracterizou-se pela pesquisa bibliográfica e de
campo com análise posterior dos dados coletados por meio de um questionário semi-
estruturado. A investigação foi realizada com professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, de uma instituição particular de Curitiba- PR. O ponto de partida para a
indagação é de que muitas são as situações diárias, onde os professores ficam sem saber como
lidar. Estas podem estar relacionadas a dificuldades de aprendizagem dos alunos, a
administração das relações de conflito dentro de sala, entre outras. Assim verificou- se que
refletir deve ser uma ação interligada a prática do professor. Através desta ação o professor
busca conhecimentos que o auxiliam em sua prática educativa. A partir dos dados obtidos foi
possível fazer uma breve análise, comparando o conhecimento sobre a área em questão e a
postura dos professores no cotidiano escolar. A pesquisa deu indícios de que os professores
pouco refletem sobre sua prática, colocam os alunos como responsáveis por desenvolver
aptidão ao estudo, outro apecto que emerge é que os docentes têm como principais rotinas
para o desenvolvimento de sua profissionalização, a leitura de livros e manuais didáticos.
Portanto para que esses professores passem a adotar uma postura reflexiva sugere-se que,
interroguem-se sobre o que fazem e por que fazem, e que passem a trocar experiências com
seus colegas de trabalho.
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Formada em Pedagogia pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras – FACEL. E-mail:
julytyminski@gmail.com.
2
Mestre em Desenvolvimento Comunitário pela UNICENTRO - PR. Professora do curso de Pedagogia da
Faculdade Bagozzi, professora da disciplina de psicopedagogia da matemática do curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia da Faculdade Bagozzi. Realiza estudos sobre formação de professores, desenvolvimento infantil
e o ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. E-mail: re.schimitz@gmail.com.
3
Mestre em Desenvolvimento Comunitário pela UNICENTRO - PR, Professora do curso de Pedagogia da
Faculdade Fidelis e Pedagoga na Rede Estadual de Ensino, Curitiba – PR. Realiza estudos sobre Formação
Docente, Políticas Educacionais e Tecnologias na Educação. E-mail: rosane.torquato@yahoo.com.br.
ISSN 2176-1396
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Introdução
Segundo Schon (1992), um professor reflexivo é aquele que demonstra através de sua
ação em sala, ser um profissional que possibilita e ajuda o aluno a encontrar seu processo de
conhecimento, pois conhece seus alunos e sabe quais as dificuldades de cada um e a maneira
que estes necessitam ser trabalhados.
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Desse modo, o professor direciona seus alunos para que estejam constantemente em
busca de estratégias que possam auxiliá-los em suas dificuldades e na resolução de algumas
confusões que surja em seu dia a dia, tanto no meio escolar como na vida pessoal.
Para Shon (1992, p.04), “um professor reflexivo tem a tarefa de encorajar e
reconhecer, e mesmo de dar valor à confusão dos seus alunos. Mas também faz parte das suas
incumbências encorajar e dar valor à sua própria confusão”. Para ele, um professor reflexivo
se forma com base em três ideias centrais: a reflexão na ação, a reflexão sobre a ação e a
reflexão sobre a reflexão na ação.
Portanto, a prática reflexiva é o meio pelo qual o professor torna-se pesquisador, um
investigador de sua prática, sempre buscando se aperfeiçoar através de leituras e observações.
Ele entende que precisa estar constantemente se aprimorando, podemos assim dizer, que são
inúmeros os elementos para que o docente alcance a postura reflexiva.
Um professor reflexivo precisa conhecer-se, do contrário, pouco fará por seus alunos;
deve estar constantemente fazendo uma reflexão de sua vida profissional e pessoal, para que
perceba que muitas das ações de seus alunos estão sendo baseadas no modo destes verem a
postura do professor com eles, pois um professor através de suas atitudes também passa seus
valores. Em sua fala está embutido o modo como vê a vida, a forma como vê e convive com
as culturas diferentes da sua; como acredita que deva ser construída a sociedade. E estes
valores pessoais, construídos ao longo de sua vida, muitas vezes são tidos como verdades
absolutas pelos seus alunos.
Para Novóa (2009), em nossa maneira de ensinar encontra-se aquilo que somos, e que
aquilo que somos encontra-se aquilo que ensinamos; então em sua prática diária, o professor
desenvolve um trabalho sobre si, onde este deve estar acompanhado de reflexão e
desenvolvimento. Dessa maneira, afim de melhor analisar sua prática diária, o profissional
reflexivo está constantemente analisando suas anotações, para assim conhecer de fato sua
postura profissional e pessoal.
O registro escrito, tanto das vivências pessoais como das práticas profissionais, é
essencial para que cada um adquira uma maior consciência do seu trabalho e da sua
identidade como professor. A formação deve contribuir para criar nos futuros
professores hábitos de reflexão e de autorreflexão que são essenciais numa profissão
que não se esgota em matrizes científicas ou mesmo pedagógicas, e que se define,
inevitavelmente, a partir de referências pessoais (NOVÓA, 2009, p.19).
significativos a seus alunos, não ficando apenas no que está disposto em materiais didáticos, e
sim, trabalhando em parceria com seus alunos para a construção de conhecimentos
importantes para a prática na vida real.
Para Libâneo (2005), é indispensável um conjunto de procedimentos, estratégias,
maneiras de fazer, além de uma cultura escolar que esteja atuando em conjunto para melhorar
o trabalho, que possibilite melhorar a capacidade reflexiva sobre como mudar e o que mudar.
A reflexão enquanto meio de alcançar a autonomia deve ser praticada não apenas
dentro de sala, mas sim, em todo o ambiente escolar e ainda transpor os muros da escola. Esse
professor deve estar refletindo sobre a realidade social de seus alunos para assim entender
suas limitações escolares, buscar maneiras em conjunto com os demais docentes para auxiliar
alunos e comunidade num todo.
Outro fator que se faz presente na postura do professor reflexivo, é que este conhece
seus alunos, respeita as diferenças culturais de cada um. Está sempre atento quanto ao respeito
que deve manter nessa relação professor-aluno e acima de tudo cobra deles esta postura
também reflexiva.
A prática reflexiva dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental: um olhar
investigativo
A fim de compreender quais são os meios necessários, para conseguir adotar uma
prática reflexiva no cotidiano escolar, utilizou-se da abordagem qualitativa e da pesquisa
bibliográfica, que segundo Lakatos e Marconi (1987, p.66), ” trata do levantamento, seleção e
documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado,
em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações”. Para a coleta de dados,
foi construído um questionário estruturado direcionado a professores dos anos iniciais do
ensino fundamental. A partir dos resultados coletados foi possível relacioná-los com os
referenciais teóricos estudados, possibilitando uma melhor análise dos dados. O questionário
dividiu-se em questões que objetivaram caracterizar os sujeitos da pesquisa, enquanto na
segunda parte apresentou questões com a intenção de identificar traços de uma postura
reflexiva na prática docente.
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A diferença de tempo de atuação entre os docentes apresentada nesse recorte não pode
ser utilizado como medida quanto ao perfil do prático reflexivo. Com isso concorda Serrâo
(2002, p.153), quando afirma que “para a formação do practicum reflexivo faz-se necessário,
desde o processo de formação inicial, romper com o paradigma da racionalidade técnica e
burocrática que rege as instituições educacionais”.
Desenvolver a prática reflexiva por meio de uma postura consciente requer lutar contra
uma correnteza de ações que reificam a atividade do professor desde o inicio da carreira
docente.
A primeira indagação, apresentada aos sujeitos da pesquisa, frente ao desenvolvimento
da prática docente reflexiva foi: “Como você entende que deva ser sua postura no processo
ensino-aprendizagem?” Foram dadas três opções de respostas a fim de que assinalasse a que
fosse mais marcante em sua prática.
Tabela 2 - Postura docente no processo Ensino-aprendizagem
Professor Resposta
P1, P3 Dê um profissional que transmita o saber de forma clara, dominando
sempre o contéudo a ser ministrado.
P2 Interrogo-me sobre minhas concepções, sobre o que faço e porque faço.
Um professor reflexivo tem a humildade de saber que a troca com os demais docentes
é indispensável para avançar em sua profissionalização.
Considerações finais
Com o estudo e aprofundamento teórico sobre a prática reflexiva entende-se que uma
vez desenvolvida esta postura pelos docentes é possível tornar o ambiente escolar um espaço
propício à formação de alunos críticos e reflexivos.
Ao analisar as práticas de alguns professores da instituição pesquisada, e relacioná-las
com os teóricos utilizados, surgem algumas reflexões. Podendo destacar que a grande maioria
dos docentes pesquisados aponta como principais rotinas para sua profissionalização, a leitura
de livros e manuais didáticos e que os mesmos acreditam que pra que aconteça o ensino-
aprendizagem, o profissional tem que dominar e transmiter o saber de forma clara.
Assim, acredita-se que para os docentes adquirirem uma postura reflexiva em seu
cotidiano, há uma grande necessidade desta conduta fazer parte desde sua formação inicial, e
que também seja uma prática da instituição onde os docentes estão atuando.
Contudo, verifica-se que ainda há um grande caminho a ser percorrido quanto à
postura reflexiva, sendo assim, necessários que sejam feitos novos estudos e abordagens em
outras instituições de ensino.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, E.M. e MARCONI, M.A. Metodologia do Trabalho Científico. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 1987.
_________. Uma análise critica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação
docente. Educação & Sociedade, Campinas, v. 29, n. 103, p. 535-554, maio-ago. 2008.