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PROFESSOR REFLEXIVO E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO-

APRENDIZAGEM

Juliana Tyminski 1 - FACEL


Renata Maria de Carvalho Schimitz2 - Facudade Bagozzi
Rosane Andrade Torquato3 - Faculdade Fidelis

Eixo – Formação de Professores


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Este trabalho tem como proposta apresentar o resultado de uma pesquisa cujo propósito foi de
buscar entender qual a importância da postura reflexiva dos professores dos anos iniciais do
Ensino Fundamental. A metodologia adotada caracterizou-se pela pesquisa bibliográfica e de
campo com análise posterior dos dados coletados por meio de um questionário semi-
estruturado. A investigação foi realizada com professores dos anos iniciais do Ensino
Fundamental, de uma instituição particular de Curitiba- PR. O ponto de partida para a
indagação é de que muitas são as situações diárias, onde os professores ficam sem saber como
lidar. Estas podem estar relacionadas a dificuldades de aprendizagem dos alunos, a
administração das relações de conflito dentro de sala, entre outras. Assim verificou- se que
refletir deve ser uma ação interligada a prática do professor. Através desta ação o professor
busca conhecimentos que o auxiliam em sua prática educativa. A partir dos dados obtidos foi
possível fazer uma breve análise, comparando o conhecimento sobre a área em questão e a
postura dos professores no cotidiano escolar. A pesquisa deu indícios de que os professores
pouco refletem sobre sua prática, colocam os alunos como responsáveis por desenvolver
aptidão ao estudo, outro apecto que emerge é que os docentes têm como principais rotinas
para o desenvolvimento de sua profissionalização, a leitura de livros e manuais didáticos.
Portanto para que esses professores passem a adotar uma postura reflexiva sugere-se que,
interroguem-se sobre o que fazem e por que fazem, e que passem a trocar experiências com
seus colegas de trabalho.

Palavras-chave: Professor reflexivo. Ensino-aprendizagem. Prática docente.

1
Formada em Pedagogia pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras – FACEL. E-mail:
julytyminski@gmail.com.
2
Mestre em Desenvolvimento Comunitário pela UNICENTRO - PR. Professora do curso de Pedagogia da
Faculdade Bagozzi, professora da disciplina de psicopedagogia da matemática do curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia da Faculdade Bagozzi. Realiza estudos sobre formação de professores, desenvolvimento infantil
e o ensino da matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. E-mail: re.schimitz@gmail.com.
3
Mestre em Desenvolvimento Comunitário pela UNICENTRO - PR, Professora do curso de Pedagogia da
Faculdade Fidelis e Pedagoga na Rede Estadual de Ensino, Curitiba – PR. Realiza estudos sobre Formação
Docente, Políticas Educacionais e Tecnologias na Educação. E-mail: rosane.torquato@yahoo.com.br.

ISSN 2176-1396
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Introdução

A formação docente é um processo no qual encontramos muitas pessoas envolvidas,


com conhecimentos e culturas diferentes. Entretanto, podemos afirmar que são inúmeras as
mudanças ocorridas a cada ano que se inicia, com novas formas de aprender e ensinar,
trazendo com elas novos desafios para os professores atuantes em salas de aulas.
Essas mudanças exigem profissionais que estejam em constante questionamento e
reflexão de seus conhecimentos e práticas.
Além disso, o docente deve ter em si um perfil de pesquisador, que está
constantemente aprendendo, onde cada dúvida que exista em seu dia a dia na escola, desperte-
o pela busca de conhecimentos que venham auxiliá-lo, para minimizar as dificuldades
encontradas. Contudo, Zeichner (1993), indica que as reflexões dos professores não devem
estar somente ligadas a sua própria prática, porém devem acima de tudo analisar as condições
sociais que influenciam seu trabalho.
Com base nestas premissas este trabalho apresenta um recorte do artigo apresentado
como Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia, na faculdade FACEL,
no ano de 2016.
A problemática surgiu a partir de um olhar investigativo quanto à postura dos
professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental em relação a sua própria prática.
Buscou-se com a pesquisa, perceber qual a importância da postura reflexiva para os
professores desta fase escolar. A metodologia adotada caracterizou-se pela pesquisa
bibliográfica e de campo com análise posterior dos dados coletados por meio de um
questionário semi-estruturado. A investigação foi realizada com professores dos anos iniciais
do Ensino Fundamental de uma escola particular, localizada na cidade de Curitiba-PR. Os
resultados deram alguns indícios de desenvolvimento da prática reflexiva por parte de alguns
docentes, o que aponta para a possibilidade de tornar o ambiente escolar um espaço propício à
formação de alunos reflexivos e críticos.

Práticas reflexivas e suas implicações na postura docente

Segundo Schon (1992), um professor reflexivo é aquele que demonstra através de sua
ação em sala, ser um profissional que possibilita e ajuda o aluno a encontrar seu processo de
conhecimento, pois conhece seus alunos e sabe quais as dificuldades de cada um e a maneira
que estes necessitam ser trabalhados.
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Desse modo, o professor direciona seus alunos para que estejam constantemente em
busca de estratégias que possam auxiliá-los em suas dificuldades e na resolução de algumas
confusões que surja em seu dia a dia, tanto no meio escolar como na vida pessoal.
Para Shon (1992, p.04), “um professor reflexivo tem a tarefa de encorajar e
reconhecer, e mesmo de dar valor à confusão dos seus alunos. Mas também faz parte das suas
incumbências encorajar e dar valor à sua própria confusão”. Para ele, um professor reflexivo
se forma com base em três ideias centrais: a reflexão na ação, a reflexão sobre a ação e a
reflexão sobre a reflexão na ação.
Portanto, a prática reflexiva é o meio pelo qual o professor torna-se pesquisador, um
investigador de sua prática, sempre buscando se aperfeiçoar através de leituras e observações.
Ele entende que precisa estar constantemente se aprimorando, podemos assim dizer, que são
inúmeros os elementos para que o docente alcance a postura reflexiva.
Um professor reflexivo precisa conhecer-se, do contrário, pouco fará por seus alunos;
deve estar constantemente fazendo uma reflexão de sua vida profissional e pessoal, para que
perceba que muitas das ações de seus alunos estão sendo baseadas no modo destes verem a
postura do professor com eles, pois um professor através de suas atitudes também passa seus
valores. Em sua fala está embutido o modo como vê a vida, a forma como vê e convive com
as culturas diferentes da sua; como acredita que deva ser construída a sociedade. E estes
valores pessoais, construídos ao longo de sua vida, muitas vezes são tidos como verdades
absolutas pelos seus alunos.
Para Novóa (2009), em nossa maneira de ensinar encontra-se aquilo que somos, e que
aquilo que somos encontra-se aquilo que ensinamos; então em sua prática diária, o professor
desenvolve um trabalho sobre si, onde este deve estar acompanhado de reflexão e
desenvolvimento. Dessa maneira, afim de melhor analisar sua prática diária, o profissional
reflexivo está constantemente analisando suas anotações, para assim conhecer de fato sua
postura profissional e pessoal.

O registro escrito, tanto das vivências pessoais como das práticas profissionais, é
essencial para que cada um adquira uma maior consciência do seu trabalho e da sua
identidade como professor. A formação deve contribuir para criar nos futuros
professores hábitos de reflexão e de autorreflexão que são essenciais numa profissão
que não se esgota em matrizes científicas ou mesmo pedagógicas, e que se define,
inevitavelmente, a partir de referências pessoais (NOVÓA, 2009, p.19).

Outra característica presente na postura de um profissional reflexivo é que a partir de


suas observações, conhece novos métodos, procura por conhecimentos que sejam
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significativos a seus alunos, não ficando apenas no que está disposto em materiais didáticos, e
sim, trabalhando em parceria com seus alunos para a construção de conhecimentos
importantes para a prática na vida real.
Para Libâneo (2005), é indispensável um conjunto de procedimentos, estratégias,
maneiras de fazer, além de uma cultura escolar que esteja atuando em conjunto para melhorar
o trabalho, que possibilite melhorar a capacidade reflexiva sobre como mudar e o que mudar.
A reflexão enquanto meio de alcançar a autonomia deve ser praticada não apenas
dentro de sala, mas sim, em todo o ambiente escolar e ainda transpor os muros da escola. Esse
professor deve estar refletindo sobre a realidade social de seus alunos para assim entender
suas limitações escolares, buscar maneiras em conjunto com os demais docentes para auxiliar
alunos e comunidade num todo.

Muitos professores tendem a limitar seu mundo de ação e reflexão à aula. É


necessário transcender os limites que se apresentam inscritos em seu trabalho,
superando uma visão meramente técnica na qual os problemas se reduzem a como
cumprir as metas que a instituição já tem fixadas (GHEDIN, 2002, p.135).

Outro fator que se faz presente na postura do professor reflexivo, é que este conhece
seus alunos, respeita as diferenças culturais de cada um. Está sempre atento quanto ao respeito
que deve manter nessa relação professor-aluno e acima de tudo cobra deles esta postura
também reflexiva.

A prática reflexiva dos professores dos anos iniciais do ensino fundamental: um olhar
investigativo

A fim de compreender quais são os meios necessários, para conseguir adotar uma
prática reflexiva no cotidiano escolar, utilizou-se da abordagem qualitativa e da pesquisa
bibliográfica, que segundo Lakatos e Marconi (1987, p.66), ” trata do levantamento, seleção e
documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado,
em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses, dissertações”. Para a coleta de dados,
foi construído um questionário estruturado direcionado a professores dos anos iniciais do
ensino fundamental. A partir dos resultados coletados foi possível relacioná-los com os
referenciais teóricos estudados, possibilitando uma melhor análise dos dados. O questionário
dividiu-se em questões que objetivaram caracterizar os sujeitos da pesquisa, enquanto na
segunda parte apresentou questões com a intenção de identificar traços de uma postura
reflexiva na prática docente.
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A referida investigação foi realizada em uma escola particular de Curitiba- PR,


localizada na região oeste da cidade. Foram entregues questionários a dez professoras,
contudo, apenas seis questionários voltaram respondidos. Desses seis, apresentaremos apenas
três nesse recorte de trabalho. Estas serão identificadas pela letra “P”–Professora, seguida de
um número cardinal garantindo seu direito ao sigilo de informações.
A caracterização dos sujeitos da pesquisa indica a maioria com mais de 10 anos de
formação acadêmica e acima dos 35 anos de idade. O tempo de atuação profissional
acompanha o tempo de formação, indicando que possivelmente ocorrida à formação inicial
logo assumiram funções docentes.
Tabela 1 - Caracterização dos sujeitos da pesquisa
Professora Faixa Etária Formação Acadêmica Tempo de
Formação/Atuação
P2, P3 36 a 45 Pedagogia, especialização Entre 10 e 15 anos
P1 36 a 45 Pedagogia, especialização Entre 15 e 20 anos

Fonte: recorte dos dados originais.

A diferença de tempo de atuação entre os docentes apresentada nesse recorte não pode
ser utilizado como medida quanto ao perfil do prático reflexivo. Com isso concorda Serrâo
(2002, p.153), quando afirma que “para a formação do practicum reflexivo faz-se necessário,
desde o processo de formação inicial, romper com o paradigma da racionalidade técnica e
burocrática que rege as instituições educacionais”.
Desenvolver a prática reflexiva por meio de uma postura consciente requer lutar contra
uma correnteza de ações que reificam a atividade do professor desde o inicio da carreira
docente.
A primeira indagação, apresentada aos sujeitos da pesquisa, frente ao desenvolvimento
da prática docente reflexiva foi: “Como você entende que deva ser sua postura no processo
ensino-aprendizagem?” Foram dadas três opções de respostas a fim de que assinalasse a que
fosse mais marcante em sua prática.
Tabela 2 - Postura docente no processo Ensino-aprendizagem
Professor Resposta
P1, P3 Dê um profissional que transmita o saber de forma clara, dominando
sempre o contéudo a ser ministrado.
P2 Interrogo-me sobre minhas concepções, sobre o que faço e porque faço.

Fonte: Recorte dos dados originais.


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Analisando as respostas apresentadas nesse recorte, percebe-se que a postura mais


marcante foi a do profissional que domina e transmite o saber de forma clara.
Através das literaturas que foram utilizadas como norteadoras para a construção das
questões da pesquisa de campo no que tange a postura de um professor reflexivo, espera-se
que o docente esteja constantemente analisando sua prática. Este reflete constantemente sobre
sua postura em sala de aula e se esta vem ao encontro com o processo de ensino-
aprendizagem. De acordo com a postura reflexiva, apenas P2 assinalou que esta é a sua
postura no processo de ensino aprendizagem. Confirma-se assim o pensamento de Shon
(1992) e de Zeichner (2008), quando afirmam que após a aula o professor pode pensar em
tudo que ocorreu, que observou e nos significados atribuídos, registrando de alguma forma
suas reflexões.
Por outro lado os dados analisados dão evidencia também de que ainda é
preponderante aos professores o caráter de transmissão e domínio de conteúdo frente ao
ensino-aprendizagem. Isto pode indicar a presença consciente ou não, de uma postura
autoritária, no qual contraria o conceito de postura reflexiva aqui apresentada.
Ainda como forma de identificar a existência de uma postura reflexiva na prática
docente apresentou-se outra questão aos professores. Foram questionados sobre “quais as
rotinas que os fazem avançar em sua profissionalização”. Foram dadas três opções de
respostas, afim de que assinalassem a mais marcante em sua prática.
Tabela 3 - Postura docente no processo Ensino-aprendizagem
Professor Resposta
P1, P2 Leitura de livros, manuais didáticos, entre outros.
P3 Cursos práticos que possibilitem conhecer novas técnicas de trabalho.

Fonte: Recorte dos dados originais

Ao examinar as respostas do quadro acima, percebe-se que a rotina mais presente no


avanço da profissionalização das professoras relaciona-se a leitura de livros e manuais
didáticos. De fato a leitura é um meio que possibilita ao professor constantemente aprender.
Porém espera-se que os professores utilizem suas leituras como um meio de aprimorar seu
olhar critico quanto ao seu papel frente às demandas diárias da escola e não como um meio de
memorizar diferentes conteúdos e autores.
De acordo com Freire,
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o intelectual memorizador, que lê horas a fio, domesticando-se ao texto, temeroso de


arriscar-se, fala de suas leituras quase como se estivesse recitando-as de memória,
não percebe, quando realmente existe, nenhuma relação entre o que leu e o que vem
ocorrendo no seu país, na sua cidade, no seu bairro (FREIRE, 2015, p.29).

Um professor reflexivo tem a humildade de saber que a troca com os demais docentes
é indispensável para avançar em sua profissionalização.

Considerações finais

Com o estudo e aprofundamento teórico sobre a prática reflexiva entende-se que uma
vez desenvolvida esta postura pelos docentes é possível tornar o ambiente escolar um espaço
propício à formação de alunos críticos e reflexivos.
Ao analisar as práticas de alguns professores da instituição pesquisada, e relacioná-las
com os teóricos utilizados, surgem algumas reflexões. Podendo destacar que a grande maioria
dos docentes pesquisados aponta como principais rotinas para sua profissionalização, a leitura
de livros e manuais didáticos e que os mesmos acreditam que pra que aconteça o ensino-
aprendizagem, o profissional tem que dominar e transmiter o saber de forma clara.
Assim, acredita-se que para os docentes adquirirem uma postura reflexiva em seu
cotidiano, há uma grande necessidade desta conduta fazer parte desde sua formação inicial, e
que também seja uma prática da instituição onde os docentes estão atuando.
Contudo, verifica-se que ainda há um grande caminho a ser percorrido quanto à
postura reflexiva, sendo assim, necessários que sejam feitos novos estudos e abordagens em
outras instituições de ensino.

REFERÊNCIAS

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. 52 ed. Rio


de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

GHEDIN, E. Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia da crítica. In:


PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (orgs.). Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um
conceito. 4 ed. São Paulo. Cortez, 2002, p. 129-150.

LAKATOS, E.M. e MARCONI, M.A. Metodologia do Trabalho Científico. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 1987.

LIBÂNEO, J. C. Reflexividade e formação de professores: outras oscilações do pensamento


pedagógico brasileiro. In: PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Orgs.). Professor reflexivo no
Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005, p. 53-80.
21380

NOVÓA, A. Professores: Imagens do futuro presente. Lisboa: Instituto de Educação da


Universidade de Lisboa, 2009.

SERRÂO, M. I. B. Superando a racionalidade técnica na formação: sonho de uma noite de


verão. In: PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (orgs.). Professore Reflexivo no Brasil: gênese e
crítica de um conceito. 4ª ed. São paulo. Cortez, 2002.

SCHÖN, D. A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, A. (Coord.).


Os professores e a sua formação. Tradução Graça Cunha, Cândida Hespanha, Conceição
Afonso e José António Sousa Tavares. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1992. p. 77-91.

ZEICHNER, k. M. A formação reflexiva de professores: ideias e práticas. Lisboa: Educa,


1993. (Educa : Professores; 3). ISBN 972-8036-07-8.

_________. Uma análise critica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação
docente. Educação & Sociedade, Campinas, v. 29, n. 103, p. 535-554, maio-ago. 2008.

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