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Mossoró

Mossoró(ver ortografia) é um município
brasileiro no interior do estado do Rio Grande do Norte, situado no oeste
Potiguar, Região Nordeste do país. Ocupa uma área de aproximadamente
2 100 km², sendo o maior município do estado em área, estando distante
281 quilômetros da capital estadual, Natal. Em 2019 sua população foi
estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 297 378
habitantes, sendo o segundo mais populoso do Rio Grande do Norte,
depois da capital, e o 95º do Brasil.
Localizada entre duas capitais, Natal e Fortaleza, às quais são ligadas
pela BR-304, Mossoró é uma das principais cidades do interior nordestino,
[15] e atualmente vive um intenso crescimento econômico e de infraestrutura,
[16] considerada uma das cidades de médio porte brasileiras mais atraentes
para investimentos no país.[17] O município é o maior produtor em terra
de petróleo no país,[18] como também de sal marinho.
[19] A fruticultura irrigada, voltada em grande parte para a exportação,
também possui relevância na economia do estado, tendo um dos maiores PIB
per capita da região. As festividades realizadas na cidade anualmente atraem
uma enorme quantidade de turistas, como o Mossoró Cidade Junina, um dos
maiores arraiás do Brasil,[20] e o Auto da Liberdade, o maior espetáculo
brasileiro em palco ao ar livre.[21]
Reduto cultural,[1] o município marca pelo Motim das Mulheres,
pelo primeiro voto feminino do país, por ter libertado seus escravos cinco
anos antes da Lei Áurea, sem falar da resistência histórica ao bando
de Lampião. O município foi desmembrado de Assu em 1852 e tinha o nome
de Vila de Santa Luzia de Mossoró. Hoje, conhecida como a "Capital do
Oeste", destaca-se também pelo turismo de negócios.

Origens e emancipaçãoEditar
Por volta de 1600, por meio de cartas e documentos que faziam referência às
salinas existentes na região, acredita-se que, pela primeira vez, o território que
hoje corresponde ao município de Mossoró teria sido povoado. De acordo
com Luís da Câmara Cascudo, historiador potiguar experiente e notório, os
holandeses Gedeon Morris de Jonge e Elbert Smiente extraíam o sal existente
na região até meados de 1644.[25]
D. Fernando Martins Mascarenhas, que era governador de Pernambuco,
concedeu, em 1701, terras em Paneminha ao Convento do Carmo de Recife,
com sesmarias de entrada em volta, que ainda hoje pertencem ao município de
Mossoró. Do mesmo modo, foram sendo concedidas mais terras
a brasileiros e portugueses.[25] Durante o século XVIII, às margens de
um rio, várias fazendas instaladas por proprietários vindos de outras regiões. A
população desses lugares era restrita somente aos vaqueiros, criadores e
procuradores da fazenda, uma vez que seus donatários moravam geralmente
fora de suas propriedades, como em Natal ou em outras províncias vizinhas,
como a Paraíba e o Ceará. Acredita-se que as primeiras pessoas a se
instalarem de forma definitiva em suas propriedades foram
as famílias Gamboa, Guilherme e Ausentes, que habitavam locais situados às
margens do Rio Mossoró, e foram se espalhando para outros lugares até
chegarem a Apodi.[26]
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Vídeo sobre Mossoró, 1956. Arquivo Nacional.

Ainda no século XVIII, mudou-se para o mesmo lugar o sargento-mor português


Antônio de Souza Machado e sua família, em meados de 1760, com anseio de
povoar aquele lugar. Ele foi proprietário da fazenda Santa Luzia e mandou
construir uma capela de Santa Luzia, um dos marcos fundamentais ao
surgimento de Mossoró. A capela foi fundada oficialmente no dia 5 de agosto
de 1772.[25][26]
Em 1842, o pequeno povoado tornou-se uma freguesia, cuja população se
restringia a um quadro em frente à capela de Santa Luzia. [26] Em 15 de
março de 1852, a lei n° 246 concedeu autonomia ao povoado de Mossoró, que
foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de Assu (na época
"Princesa") e tornando-se um novo município do Rio Grande do Norte. Dez
anos depois, a capela de Santa Luzia foi reconstruída e tornou-se uma matriz.
Mais tarde, em 9 de novembro de 1870, a vila de Mossoró foi elevada à
categoria de cidade.[25]
Conforme já citado anteriormente, a capela de Santa Luzia foi demolida e
reconstruída para se tornar uma igreja matriz, em 1862. Ela foi reconstruída
novamente entre os anos de 1878 e 1880. Tempos depois, o povoado de
Mossoró foi experimentando um crescimento, quando a viúva do sargento-mor
Antônio de Souza Machado doou terras para o povoamento do município.[26]
Abolição da escravaturaEditar
A abolição da escravatura ocorreu em 30 de setembro de 1883, cinco anos
antes da lei Áurea. A luta para a libertação dos escravos do intenso trabalho e
dos castigos físicos começou muito tempo antes. Mossoró foi, em geral, o
primeiro município potiguar a abolir a escravidão. O estado do Rio Grande do
Norte não chegou a ser uma unidade da federação dependente da mão de
obra escrava para que pudesse ocorrer o desenvolvimento. [27]
Em 1º de setembro de 1848, um deputado geral do Rio Grande do Norte fez um
discurso geral durante uma assembleia. Em suas palavras, ele destacou e
afirmou:[27]
Concorda em que o trabalho do escravo não é necessário. No
“ Rio Grande do Norte há poucos escravos, e quase toda a
agricultura é feita por braços livres. Conhece muitos senhores

de engenho que não têm quatro ou cinco escravos, entretanto
que têm 20, 25 e 40 trabalhadores livres, e se não os têm em
maior número, é pelo pequeno salário que lhes pagão. Disto se
convenceu o orador quando ali foi presidente, porque em
consequência de elevar o salário a 400 reis por dia, nunca lhe
faltarão operários livres para trabalharem na estrada que teve
de fazer.

Em 1862, a população total de Mossoró era de 2 493 pessoas, entre os quais


153 eram escravos.[27] Um dos pontos que teria justificado o movimento de
abolição do movimento escravista teria sido a grande seca devastadora
ocorrida no Brasil de 1877 e 1878, onde milhares de pessoas sofreram,
inclusive os donos e proprietários dos escravos. A partir daí, esses donatários
começaram a mandar seus escravos para serem vendidos, em municípios
litorâneos. Além disso, o comércio escravista também estava sendo
estabelecido em Mossoró. Ao todo, várias casas de comércio foram lugares
destinados à comercialização dos escravos, como, por exemplo, a Mossoró &
Cia, pertencente ao Barão de Ibiapaba. Esses escravos, ao serem vendidos,
eram mandados para Fortaleza, capital do Ceará, e depois enviados para
províncias do sul. A ideia de abolir a escravidão ocorreu por volta de 1881, na
capital cearense.[27]
Finalmente, em 30 de setembro de 1883, o principal objetivo do movimento
abolicionista foi alcançado e a escravidão foi oficialmente abolida. Essa data
é considerada importante na história de Mossoró e, desde 1913, é considerado
como feriado municipal.[27] Em homenagem a este acontecimento, Mossoró
foi, entre 28 e 30 de setembro de 2011, capital do Rio Grande do Norte, sendo o
governo estadual transferido temporariamente de Natal para Mossoró,
instalado no Casarão Lili Duarte, que é atualmente sede da vice-prefeitura de
Mossoró.[28][29]
Motim das mulheres e primeiro voto femininoEditar
Ver artigo principal: Motim das Mulheres

Celina Guimarães, primeira mulher mossoroense a tirar o título de eleitor, votando


onde atualmente funciona a Biblioteca Municipal de Mossoró, em 1928.

Denomina-se "motim das mulheres" o movimento liderado por Anna Floriano,


[30][31] cujo principal palco foi a sede do jornal O Mossoroense, que ocorreu
em 30 de agosto de 1875, quando cerca de trezentas mulheres saíram pelas
ruas da cidade em passeata com o objetivo de protestar contra
a obrigatoriedade do alistamento militar.[32] As mulheres fizeram de
refém o escrivão de paz e em praça pública rasgaram o livro e os papéis que
recrutavam os homens mossoroenses para lutar na Guerra do Paraguai.
[27] Revoltadas, mulheres nordestinas invadiram repartições públicas e
delegacias, armadas com pedras e pedaços de pau, para rasgar documentos
que convocavam seus maridos para o Exército ou para a Marinha.
[27] Atualmente, o Motim das Mulheres é apresentado em um espetáculo
encenado no Auto da Liberdade.[33]
Outro ato libertário considerado importante para toda a história de Mossoró foi
o primeiro voto feminino do Brasil, ocorrido em 1928, um episódio considerado
de grande relevância no mundo, uma vez que a maioria dos países também
proibia o voto feminino. Na época, a constituição brasileira, datada de 1891,
permitia apenas aos ricos o direito ao voto. As mulheres, escravos,
analfabetos e pobres não tinham esse direito. Foi em 1928 que Celina
Guimarães Viana, professora e árbitra de futebol, obteve o primeiro título
eleitoral e o primeiro voto feminino do país. Isso levou mulheres potiguares e
de outros nove estados brasileiros a fazerem um grande movimento nas ruas
das cidades para reivindicarem o direito ao voto, que já havia sido conquistado
no Rio Grande do Norte. No Brasil, as mulheres só ganharam o direito ao voto
somente seis anos depois, em 1934, durante o governo do presidente Getúlio
Vargas.[27]
Resistência ao bando de LampiãoEditar

Memorial da Resistência Mossoroense, museu que conta com exposições que


destacam a invasão ao bando de Lampião à cidade em 1927.[34]

Mais um importante ato libertário ocorrido em Mossoró, ano de 1927, foi a


resistência ao bando do cangaceiro mais famoso do nordeste
brasileiro: Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como
"Lampião". Nesse mesmo ano, o município experimentava um crescimento
tanto no comércio e na indústria. O bando entrou no Rio Grande do
Norte pelo município de Luís Gomes, entre os dias 9 de 10 de junho,
percorrendo várias cidades do oeste do Rio Grande do Norte, chegando até
Mossoró poucos dias depois. Nesse ataque, Lampião e seu bando sofreram
sua única derrota desde o seu início da vida como cangaceiro. No dia 12 de
junho, o cangaceiro e seus companheiros chegaram ao distrito de São
Sebastião, atual município de Governador Dix-Sept Rosado, na época um
distrito de Mossoró, hoje. Lá, ele enviou um telegrama à população de Mossoró,
avisando sobre o ataque do bando, fazendo com que a cidade entrasse em
desespero e levando o prefeito Rodolfo Fernandes a organizar um êxodo,
montando trincheiras para conter os invasores.[27][35]
Já em 13 de junho, Lampião e seu bando chegaram ao Sítio Saco. Lá, ele
enviou um bilhete, que pedia uma quantidade total de 400 réis em dinheiro,
para poupar a cidade de Mossoró. O prefeito de Mossoró negou e depois
recebeu um segundo bilhete ameaçador. O ataque a Mossoró só começou de
fato às quatro horas da tarde, quando o líder do bando dividiu seus cangaceiros
em três grupos diferentes, cada um com a função de atacar um local diferente:
o primeiro grupo atacou a casa do prefeito, que hoje abriga a sede da prefeitura
municipal; o segundo grupo atacou a estação ferroviária de Mossoró, enquanto
o terceiro teve a função de atacar o cemitério. Um hora depois, o bando recuou,
deixando Colchete (morto no momento do confronto) e Jararaca para trás.
Este último foi ferido, preso e morto 3 dias depois do ataque [36] e encontra-se
enterrado no mesmo cemitério que havia sido invadido pelo bando de
Lampião, sendo depois um elemento de culto pelos mossoroenses.[27][35]
Formação administrativaEditar

Mossoró, s.d. Arquivo Nacional.

A primeira formação administrativa mossoroense ocorreu em 27 de outubro de


1842, quando foi criado o distrito de Mossoró, anexado e subordinado a Assu
(na época chamada de "Princesa"), sendo, quase dez anos depois, elevado à
categoria de vila e se emancipando de Assu, sendo elevada à categoria de
cidade dezoito anos depois (1870).[25] No final do século XIX, foi
desmembrada e elevada à categoria de vila o povoado de Areia Branca, hoje
município.[37]
Em 10 de setembro de 1908, foram criados e anexados a Mossoró os distritos
de Porto de Santo Antônio e São Sebastião, mas, vinte e cinco anos depois,
esses distritos foram extintos e o município passou a ser formado apenas pelo
distrito sede. Cinco anos depois, o distrito de São Sebastião é recriado e, em
1944, o nome desse mesmo distrito é alterado para "Sebastianópolis" e depois
para "Governador Dix-Sept Rosado", em 1948. Em 1953, Mossoró ganha o
distrito de Baraúna. Em 1963, foi desmembrado de Mossoró o distrito
de Governador Dix-Sept Rosado e este tornou-se novo município potiguar.
No final de 1981, também tornou-se município norte-rio-grandense
desmembrado de Mossoró o distrito de Baraúna.[25]
O último desmembramento ocorreu em 1988, quando foi criado o município
de Serra do Mel, que se emancipou de Areia Branca, Assu, Carnaubais e
Mossoró, sendo instalado oficialmente em 1º de junho de 1989. [38] Até os dias
atuais, Mossoró é formada apenas pelo distrito sede.[25]

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