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DOI:10.34117/bjdv5n10-178
RESUMO
O Building Information Modeling (BIM) possui grande potencial para aplicação na Gestão
da Manutenção. Entretanto, existem poucos estudos nesta área, principalmente em
manifestações patológicas de sistemas construtivos. O objetivo deste trabalho é propor um
método para a Gestão da Manutenção por meio do BIM com enfoque nas manifestações
patológicas dos elementos de construção. Foram utilizados os seguintes software BIM da
empresa Autodesk: Revit® para modelagem de projetos arquitetônico e complementares;
BIM 360® Glue e Field para exportação e integração dos modelos com documentos da
edificação e material técnico de manifestações patológicas. Os resultados demonstraram que
o uso do BIM promove o aprimoramento da Gestão da Manutenção, com melhorias no
desempenho de sistemas construtivos.
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
As edificações devem apresentar, ao longo de sua vida útil, condições adequadas ao
uso a que se destinam, resistindo aos agentes ambientais e de uso que alteram suas
propriedades técnicas iniciais. Isto pode ser alcançado através de um processo integrado de
gestão com tecnologias para o constante monitoramento de atividades e estados de
conservação de elementos construtivos.
A gestão da edificação durante a fase de operação e uso corresponde a uma área
conhecida como Facility Management (FM) que pode ser traduzida como Gestão de
Instalações. A Associação Internacional de Gestão de Instalações (IFMA – International
Facility Management Association) explica que se trata de uma área caracterizada por múltiplas
disciplinas para assegurar a funcionalidade do ambiente construído por meio da integração de
pessoas, lugar, processos e tecnologia. Uma das subáreas da Gestão de Instalações é a Gestão
da Manutenção, responsável pela manutenção de máquinas, equipamentos, sistemas e
componentes construtivos.
A Gestão de Instalações pode estar integrada ao Building Information Modeling, para
proporcionar um aumento da qualidade e eficiência de processos nas edificações. O BIM
promove a criação de um modelo virtual 3D preciso da edificação. Permite a aplicação e
manutenção de uma representação digital de todas as informações da construção ao longo de
diferentes fases do ciclo de vida por meio de um banco de dados, que podem ser geométricos
ou não-geométricos (Gu e London, 2010).
O BIM também abrange as dimensões 4D e 5D, planejamento da construção e
estimativa de custo, respectivamente. Após o BIM 5D, não há um consenso na literatura para
6D, 7D, nD. Para Czmoch e Pękala (2014), por exemplo, o 6D corresponde à sustentabilidade
e o 7D, Gestão de Instalações (FM). Por outro lado, para Pärn, Edwards e Sing (2017) o 6D
corresponde a Gestão de Instalações.
O BIM envolve um processo que integra diferentes tipos de software. É possível
analisá-lo dentro de uma visão estreita ou ampla. Volk, Stengel e Schultmann (2014) mostram
que o BIM utilizado em uma visão estreita corresponde somente ao modelo digital da
edificação, enquanto que a visão ampla abrange aspectos funcionais, documentais, técnicos,
2 METODOLOGIA
2.1. EDIFICAÇÃO OBJETO DE ESTUDO
Será utilizada uma edificação, denominada Centro Tecnológico XII (CT-12), para
aplicação do método proposto. O CT-12 está localizado em um dos campus da Universidade
Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. Possui idade de 5 anos e área construída de
2.469,19 m², distribuídos em pavimento térreo e primeiro pavimento. O térreo possui salão de
entrada, biblioteca, quatro salas de aula, sanitários masculino e feminino e circulação. O
primeiro pavimento possui 8 salas de aula, sanitários masculino, feminino e circulação.
O aplicativo possui uma barra de ferramentas padrão que pode ser aplicada para cada
obra com oito comandos, descritos a seguir:
1. Issues – criação de formulários para a obra, que podem ser previamente padronizados.
2. Tasks – criação de tarefas para serem executadas conforme calendário previamente definido.
3. Checklists - elaboração e preenchimento de listas de verificação para identificação de não
conformidades durante o processo construtivo.
4. Daily Updates - geração relatórios diários atualizados.
5. Equipments – realiza a gestão de recursos (elementos construtivos, equipamentos,
mobiliário, etc.) provenientes do modelo virtual 3D do Revit®.
6. Library – permite o armazenamento de arquivos de diferentes formatos (dwg, pdf, doc, etc.)
dentro da biblioteca da construção, com visualização em dispositivos móveis.
7. Photos - possibilita o download de todas as imagens anexadas como dados da obra.
8. Reports - geração e distribuição de relatórios com base nos issues, tasks e checklists.
Estes comandos também estão disponíveis no BIM 360® Field mobile app para visualização
durante inspeções à obra. Entretanto, a edição dos formulários e templates desenvolvidos
nestes comandos é realizada apenas no BIM 360® Field Web.
Além dos modelos provenientes do BIM 360® Glue, foram inseridos na biblioteca BIM 360®
Field (Library) informações da edificação e outros documentos em 6 pastas descritas a seguir:
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Figura 3. Descrição do método proposto para a Gestão da Manutenção com auxílio do BIM.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. RESULTADO DAS SIMULAÇÕES E APLICAÇÃO DO MÉTODO NO CT-12
Foram preenchidos no iPad os checklists dos sistemas construtivos do CT-12, onde
foram simuladas as anomalias por meio da seleção do item YES. A Figura 4(a) mostra o
checklist do sistema estrutural. O item instructions, ícone destacado por um círculo vermelho
na Figura 4(b), fornece mais informações das anomalias, tais como descrição e formas de
diagnóstico.
(a) (b)
Figura 4. (a) Preenchimento do checklist do sistema estrutural. (b) Seleção do item instructions na anomalia
trinca.
(a) (b)
Figura 5. (a) Visualização da circulação no pavimento térreo do CT-12 no iPad e no local. (b) Visualização dos
pins em objetos do modelo 3D.
A Figuras 6 (a) e (b) exemplificam a adição de um pin em um pilar onde foi simulada
a existência de corrosão das armaduras. A Figura 6(b) indica algumas informações que podem
ser preenchidas no formulário tais como: empresa responsável pela vistoria, grau de
prioridade, status do serviço (em aberto), data da inspeção e análise das possíveis causas.
(a) (b)
Figura 6. (a) Adição de pin em pilar de uma das salas do CT-12. (b) Informações preenchidas no formulário
(issue) visualizadas após selecionar o pin correspondente.
Após adição das informações durante a vistoria, realizou-se o upload dos checklists
preenchidos e dos issues, criados após a adição dos pins para visualização no BIM 360® Field
Web. Estas informações também foram salvas em formato pdf por meio da função report.
Figura 7. Tipos de registros da função equipment (checklists, issues, tasks, attachments, etc.)
5 CONCLUSÕES
O software BIM 360® Field aplicado na Gestão da Manutenção, base do método
proposto neste trabalho, possibilitou a integração não somente dos modelos virtuais 3D com
outros tipos de informações da edificação, como também a adição de dados e referências
técnicas relacionadas ao diagnóstico e recuperação de elementos construtivos com
manifestações patológicas.
As simulações e análises realizadas na edificação objeto do estudo permitiram verificar que a
aplicação do método proposto proporciona os seguintes benefícios:
Maior controle, disponibilidade, velocidade e precisão no acesso aos diferentes tipos
de documentação tais como projetos, especificações e registros de manutenção. Como
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à empresa Autodesk, pela concessão do software BIM 360® e à
Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo suporte
financeiro para realização desta pesquisa.