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ESTRUTURAS CRISTALINAS
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Fabio de Paula Assis
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ESTRUTURAS CRISTALINAS
1. INTRODUÇÃO
A estrutura dos materiais sólidos é resultado da natureza de suas ligações
químicas, a qual define a distribuição espacial de seus átomos, íons ou
moléculas. A grande maioria dos materiais comumente utilizados em engenharia,
particularmente os metálicos, exibe um arranjo geométrico de seus átomos bem
definido, constituindo uma estrutura cristalina. Um material cristalino,
independente do tipo de ligação encontrada no mesmo, apresenta um
agrupamento ordenado de seus átomos, íons ou moléculas, que se repete nas
três dimensões. Nesses sólidos cristalinos, essa distribuição é muito bem
ordenada, exibindo simetria e posições bem definidas no espaço. Em estruturas
cristalinas, o arranjo de uma posição em relação a outra posição qualquer deve
ser igual ao arranjo observado em torno de qualquer outra posição do sólido, ou
seja, qualquer posição em uma estrutura cristalina caracteriza-se por apresentar
vizinhança semelhante.
A partir do conceito de estrutura cristalina, onde, é possível descrever um
conjunto de posições atômicas, iônicas ou moleculares repetitivas, surge o
conceito de célula unitária. Uma célula unitária é definida como a menor porção
do cristal que ainda conserva as propriedades originais do mesmo. Através da
adoção de valores específicos associados às unidades de medidas nos eixos de
referências, definidos como parâmetros de rede, e aos ângulos entre tais eixos,
pode-se obter células unitárias de diversos tipos. Em meados do século passado,
o cientista francês A. Bravais propôs queo estudo das estruturas cristalinas
poderia ser elaborado com a utilização de sete sistemas cristalinos básicos.
Partindo desses sete sistemas cristalinos seria possível descrever 14 células
unitárias, as quais englobariam qualquer tipo de estrutura cristalina conhecida. Na
tabela 3.1 são mostradas as principais características desses arranjos no tocante
a parâmetros de rede e ângulos entre eixos. Na figura 3.1 são apresentadas as
células unitárias de Bravais.
CÚBICO
a a
c c c c
a a
b b a a
MONOCLÍNICO TETRAGONAL
b b b b
b
c c c c
a a a a
ORTORRÔMBICO
a
a
a c
c
a a a
b a
Exemplo 3.1
O chumbo exibe estrutura CFC. Qualquer quantidade de chumbo sólido é
constituída por pequenos cubos imaginários (células unitárias), com arestas
medindo 0,495x10-9 m, onde os átomos desse elemento ocupam vértices e
centro das faces. A partir dessas informações, calcule o número de cubos
existentes em 1 cm3 (1x10-6 m3) de chumbo.
Solução
O número de células unitárias é obtido pela divisão do volume total pelo
volume de uma célula.
Volume da célula unitária do chumbo=(0,495x10-9 m)3=1,2x10-28 m3
Número de células unitárias=1x10-6 m3/1,2x10-28 m3=8,2x1021 células
(cubos)
Estrutura
Número Massa Atômica Densidade Raio
Elemento Símbolo o 3
Cristalina à 20
Atômico (g/mol) à 20 C (g/m ) o
Atômico (nm)
C
N VA
F.E. = 3.1
VC
Exemplo 3.2
Calcule o fator de empacotamento de uma estrutura cúbica simples.
Solução
O número de átomos que estão efetivamente em uma célula cúbica
simples é resultado da soma dos átomos presentes em seus vértices.
Número de vértices = 8
Número de átomos por vértice = 1/8
Número total de átomos = 8 . 1/8 = 1
Volume ocupado por átomos (VA) = 1 . Volume de 1 átomo = 4/3..r3
Volume da célula unitária,
3 3 3
V C = a = (2r ) = 8r 3.2
Fator de Empacotamento,
4
r3
1
F.E. = 3 = 0,52 3.3
8 r3
ou seja, apenas 52% desta célula unitária são preenchidos por átomos. Devido
ao baixo índice de ocupação desta célula, os metais não apresentam este tipo de
arranjo. Uma única exceção é o polônio (Po).
No arranjo cúbico de corpo centrado (CCC) existe um átomo em cada
vértice de um cubo e um outro átomo no centro do mesmo, como mostra a figura
3.3. Esta estrutura pode ser encontrada no cromo, vanádio, zircônio, tungstênio,
tântalo, bário, nióbio, lítio, potássio, etc. O parâmetro de rede a dessa estrutura é
função da presença do átomo central, e é diferente do caso anterior. Ao se
observar a diagonal principal da célula unitária dessa estrutura constata-se que
seu tamanho corresponde a quatro raios atômicos. Assim, o parâmetro de rede é
calculado a partir do teorema de Pitágoras ou:
2
2
a + a 2 = (4r )
2
3.4
4r
a= 3.5
3
Exemplo 3.3
Determine o fator de empacotamento da estrutura cúbica de corpo
centrado.
Solução
O número de átomos que estão efetivamente em uma célula cúbica de
corpo centrado é resultado da soma dos átomos presentes em seus vértices,
mais aquele localizado em seu centro.
Número de vértices = 8
Número de átomos por vértice = 1/8
Número total de átomos = 8.1/8 + 1 = 2
Volume ocupado por átomos (VA) = 2 . Volume de 1 átomo = 8/3..r3
Volume da célula unitária,
3 4r 3 64 r 3
VC = a = ( ) = 3.6
3 3 3
Fator de Empacotamento,
8 3
r
F.E. = 3 3 = 0,68 3.7
64 r
3 3
ou seja, apenas 68% desta célula unitária são efetivamente preenchidos por
átomos.
(a) (b) (c)
Figura 3.3. Representação de uma célula unitária CCC: (a) posições dos átomos;
(b) arranjo atômico; (c) átomos no interior da célula unitária.
2 2 2
a + a = (4r ) 3.8
a = 2 2r 3.9
(a) (b) (c)
Figura 3.4. Representação esquemática de uma célula unitária CFC: (a) posições
atômicas; (b) arranjo atômico; (c) átomos dentro da célula unitária.
Exemplo 3.4
Solução
O número de átomos que estão efetivamente em uma célula cúbica de
face centrada é resultado da soma dos átomos presentes em seus vértices, mais
aqueles localizados em suas faces.
Número de vértices = 8
Número de átomos por vértice = 1/8
Número de faces = 6
Número de átomos por face = 1/2
Número total de átomos = 8.1/8 + 6.1/2 = 4
Volume ocupado por átomos (VA) = 4 . Volume de 1 átomo = 16/3..r3
Volume da célula unitária,
4r 32 r 3
3
VC = a = (
3
) = 16r 3 2 3.10
2 2
Fator de Empacotamento,
16 3
r
3
F.E. =
16 2 r 3
= 0,74
3.11
3
V C = 12 r 3
3.12
Figura 3.5. Representação esquemática de uma célula unitária HS: (a) posições
atômicas; (b) arranjo atômico; (c) átomos dentro da célula unitária.
4
6 r 3
F.E. = 3 3 = 0,74 3.15
24r 2
4. SEQÜÊNCIA DE EMPILHAMENTO
A estrutura cúbica de face centrada tem o mesmo fator de empacotamento
da estrutura hexagonal compacta (0,74). Este fato não é apenas uma
coincidência, mas resultado da natureza dos planos cristalinos que constituem
estas duas estruturas. Observando a sequência de empilhamento de planos
cristalinos na direção da diagonal do cubo da estrutura CFC e na direção
perpendicular à base no caso da hexagonal compacta, nota-se que os arranjos
atômicos, em ambos os casos, são de mesma natureza. A diferença entre as
duas estruturas concentra-se no posicionamento dos átomos destes planos em
relação a um ponto de referência. Enquanto os planos do cristal HC apresentam
apenas duas variações de posicionamento e assim, seguem uma sequência do
tipo "ABABAB...", os cristais CFC apresentam três posicionamentos e exibem a
sequência "ABCABCABC..." . A figura 3.7 apresenta detalhes sobre a sequência
de empilhamento de planos de tais estruturas.
1 2
4 5 6
(a)
1 2 3 4
5 6 7 8
(b)
Figura 3.7. Sequência de empilhamento de planos compactos das estruturas (a)
HC e (b) CFC.
5. ALOTROPIA OU POLIMORFISMO
Diversos elementos, bem como compostos químicos apresentam mais de
uma forma cristalina, dependendo de condições como pressão e temperatura
envolvidas. Este fenômeno é denominado de alotropia ou polimorfismo. Metais de
grande importância industrial como o ferro, o titânio e o cobalto apresentam
transformações alotrópicas em temperaturas elevadas. A tabela 3.3 mostra
alguns metais que exibem variações alotrópicas e suas temperaturas de
transformação.
A variação alotrópica encontrada em cristais de ferro pode ser considerada
como um clássico exemplo de polimorfismo, conforme ilustra a figura 3.8. Esta
variação alotrópica é muito importante em processos metalúrgicos, pois permite a
mudança de certas propriedades do aço (Fe + C), através de tratamentos
térmicos.
Co HC CFC (>4270C)
Hf HC CFC (>1.7420C)
Li CCC HC (<-1930C)
Na CCC HC (<-2330C)
Tl HC CCC (>2340C)
Ti HC CCC (>8830C)
Y HC CCC (>1.4810C)
Zr HC CCC (>8720C)
Líquido 1.539 oC
1.500 -
Ferro
1.400 - 1.394 oC
1.300 -
Ferro
1.200 -
Temperatura oC
1.100 -
1.000 -
912 oC
900 -
Ferro
800 - 768 oC
Líquido
700 -
Tempo
Exemplo 3.5
Solução
3
VI VCFC a 3 2 2 R 16 2 R 3 22,62 R 3
Após a transformação:
3
4R 128 3
VF 2VCCC 2a 2
3
R 24,63 R 3
3 3 3
A variação de volume é dada por:
24,63 R 3 22,62 R 3
V 0,089 ou 8,9%
22,62 R 3
Ocorreu expansão volumétrica equivalente a 8,9% do volume inicial.