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RESISTÊNCIA AO CHOQUE
Fabio de Paula Assis
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RESISTENCIA AO CHOQUE
1. INTRODUCAO
O “choque” ou “impacto” representa um esforço de natureza dinâmica, ou seja, a carga
é aplicada repentina e bruscamente.
Essa energia pode ser absorvida por deformação plástica das partes que recebem o
golpe, ou por efeito de histerese nas partes, ou por efeitos de atrito entre as partes ou,
finalmente, por efeitos de inércia das partes em movimento.
Assim, pode-se concluir que, embora apresente limitações e os resultados obtidos não
sejam totalmente esclarecedores, o “ensaio de resistência ao choque” constitui uma
ferramenta útil e necessária.
Em alguns aços, por exemplo, embora a tenacidade pareça ser a mesma para cargas
estáticas de tração e cargas dinâmicas de impacto produzidas em amostras sem
“entalhe”, o trabalho real para produzir a fratura por impacto é aparentemente 25%
superior do que é obtido em ensaios de tração.
Por fim, além do efeito da velocidade, a forma da peça pode influir decisivamente na
resistência ao choque dos materiais.
É por isso que, em barras simples de materiais dúcteis, é necessário usar entalhes,
para que a fratura seja produzida com um simples golpe. Essas barras sem entalhe,
pela ação do choque, a temperaturas comuns, não romperiam.
2. ENSAIO DE CHOQUE
O princípio básico do ensaio é medir a quantidade de energia absorvida por uma
amostra de material, quando submetida à ação de um esforço de choque de valor
conhecido. O ensaio de choque determina, pois, em princípio, a tenacidade do
material.
O ensaio ideal seria o que conseguiria transmitir toda a energia do golpe ao corpo de
prova. Contudo, parte da energia é sempre perdida, quer por atrito, quer pela
deformação inevitável da massa que produz o golpe, quer pela vibração das várias
partes da máquina e assim por diante.
Como, por outro lado, os valores obtidos nos ensaios dependem da forma do corpo de
prova, fica impossível comparar-se resultados com corpos de prova de forma e
entalhes diferentes. Desse modo, é necessário, nos ensaios de choque, qualquer que
seja a máquina ou método adotado, sempre especificar-se o tipo de corpo de prova
que está sendo submetido ao ensaio.
O choque pode ser aplicado sob flexão, tração, compressão ou torção. O mais comum
é sob flexão. O golpe pode ser aplicado pelo emprego de um peso em queda, de um
peso em oscilação ou por intermédio de um volante giratório.
Como se vê, o pêndulo é levado a uma certa posição onde adquire uma energia inicial.
Ao cair, ele encontra, em sua trajetória, o corpo de prova, que rompe. O seu percurso
continua até uma certa altura, que corresponde à posição final, onde adquire uma
energia final. A diferença entre as energias inicial e final, medidas em kgf.m ou kgf.cm
ou kgf.mm, corresponde à energia absorvida pelo material. Esse dado pode ser
também representado em Joules.
O corpo de prova Charpy tem um entalhe tipo “buraco de fechadura”; o corpo de prova
Izod tem entalhe “em V”.
Finalmente, para ensaio de materiais mais frágeis, como aços para ferramentas,
emprega-se o ensaio de choque por torção.
Uma extremidade do corpo de prova é presa numa morsa; a outra extremidade está
engrenada com um cabeçote que gira a uma certa velocidade de modo a torcê-lo até
romper. A mudança de velocidade do cabeçote giratório é utilizada para computar a
energia absorvida.
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3. TEMPERATURA DE TRANSIÇÃO
A temperatura tem um efeito muito acentuado na resistência ao choque dos
metais, ao contrário do que ocorre na resistência estática e ductilidade, pelo
menos nas faixas usuais de temperatura.
A próxima figura mostra, para aços, como essa faixa de temperatura de transição
pode variar em função do teor de carbono.
Outro dado que se extrai das curvas é que o aumento do teor de carbono resulta
em diminuição da máxima energia de choque.
Num ensaio padronizado com entalhe “em V”, a faixa crítica de temperatura de
transição ocorre aparentemente entra a temperatura de congelamento e a
temperatura ambiente. Para alguns metais, contudo, essa faixa pode estender-se a
temperaturas bem inferiores à do congelamento.
4. CONCLUSÕES
Os ensaios de choque nos metais apresentam certas limitações, como já
mencionamos, principalmente se realizados em máquinas diferentes, porque
podem ocorrer variações nas quantidades de energia transformadas em vibrações
de componentes das próprias máquinas. Isso porque as velocidades de golpe das
massas em movimento para produzir o choque são diferentes e, principalmente,
porque os corpos de prova são diferentes.
Os fatores que tendem a causar num metal dúctil o aparecimento de “fratura frágil”
são: