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Senadores ampliam mobilização por adiamento do Enem 2020


Da Redação | 15/05/2020, 13h57

Milhões de alunos se inscrevem anualmente para realização do exame, fundamental para quem pretende ir para a universidade

Agência Brasil

A mobilização dos senadores pelo adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcadas para novembro de
2020, vem ganhando força. Preocupados com a desigualdade no ensino a distância e as condições sanitárias para aplicação das
provas, reitores de 63 universidades federais, representados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), divulgaram carta, nesta quinta-feira (14), em que reforçam a necessidade da definição de novo calendário a
partir de diálogo com os educadores. 

“A Andifes, reafirmando ser fundamental a realização de um Enem tecnicamente exitoso e com concorrência democrática, propõe a
suspensão das datas e que, em condições razoáveis de segurança sanitária e equidade, seja possível definir um novo calendário”, diz
a nota. 

Servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do Enem,
também assinaram um manifesto em que 38 entidades ligadas à educação pedem ao governo a suspensão do calendário. O principal
argumento é que, com a suspensão das aulas provocada pela pandemia de coronavírus, estudantes sem acesso à internet e sem aulas
presenciais terão sua performance no exame prejudicada. Além disso, a Secretaria de Controle Externo da Educação do Tribunal de
Contas da União (TCU) deu parecer favorável à mudança de cronograma na última segunda-feira (11).  

Até o momento, no entanto, o Ministério da Educação (MEC) mantém as datas do Enem 2020. As inscrições para o exame foram
abertas em 11 de maio e, até a tarde desta quinta (14), o Inep havia registrado quase 2,8 milhões de inscritos. 

O senador Fernando Collor (Pros-AL) destacou que “mesmo com números expressivos de inscritos, divulgados pelo MEC, há uma
forte corrente contrária à realização das provas, por conta da pandemia”. Ele lançou enquete no Twitter nesta quinta-feira (14), e, até
esta sexta-feira (15), das 2.193 respostas à pergunta,  22,5% concordam com a realização das provas em novembro. E 77,5% são
contrários à manutenção do calendário. Assim como Collor, os senadores Weverton (PDT-MA) e Simone Tebet (MDB-MS) pediram que
seus seguidores se manifestassem, por entenderem que uma série de estudantes não está em condições de se preparar para o Enem. 
Impasse
No começo de maio, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em audiência na comissão que acompanha as ações do governo de
enfrentamento à covid-19, declarou aos líderes partidários do Senado que o Enem não seria adiado. No entanto, o presidente Jair
Bolsonaro já cogitou a possibilidade de mudanças. Ele recebeu o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, na quinta-feira
para tratar, entre outros temas, do adiamento do exame. Maia narrou a impressão dos parlamentares sobre o tema, e disse que o
presidente da República “ficou de avaliar” a questão.

“Um pleito importante que fiz ao presidente, e ele ficou muito sensível, ficou de dar uma resposta”, disse Rodrigo Maia. 

Desigualdade
Contrários à opinião do ministro da Educação de que o Enem não tem como objetivo a justiça social, diversos senadores alertaram
para a falta de estrutura para que alunos de escolas públicas, de baixa renda e do interior do país de se preparem adequadamente
para as provas e ter sua performance comprometida. 

A senadora Leila Barros (PSB-DF) observou que somente 36% dos alunos da rede pública têm acesso à internet em casa. Nas classes D
e E, segundo ela, seis em cada dez alunos sequer têm computador. Leila ressaltou que, além dos parlamentares, há apelos de escolas
públicas e de universidades pela remarcação das provas. Para a parlamentar, insistir com a manutenção do calendário do Enem é
apostar no crescimento da desigualdade. 

“O adiamento é necessário para que nenhum estudante seja prejudicado pela pandemia, principalmente os mais carentes”, defendeu,
em sua conta no Twitter.

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi além e chegou a dizer que o cancelamento das provas seria uma “medida justa”. Nas redes sociais, o
senador gaúcho apontou que, além de prejudicar os estudantes de escolas públicas, a manutenção das datas do exame resultará em
“enormes prejuízos para pobres e negros que vivem nas periferias e não têm acesso à internet”. 

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a insistência do governo em manter o calendário é um ato de “irresponsabilidade e
covardia”. 

“Favorecerá os privilégios, agravará desigualdades. Não podemos aceitar. Já acionamos a justiça e faremos o que for necessário”,
escreveu o senador, no Twitter. 

Projetos
Senadores — entre eles Izalci Lucas (PSDB-DF), Daniella Ribeiro (PP-PB) e Jader Barbalho (MDB-PA), já apresentaram proposta —
legislativas para tratar do assunto. O projeto de lei de Daniella (PL 1.277/2020) prevê a prorrogação automática de prazos para
provas, exames e demais atividades para acesso ao ensino superior sempre que houver reconhecimento de estado de calamidade
pelo Congresso Nacional ou de comprometimento do funcionamento regular das instituições de ensino do país. 

“Desde 2 de abril, quando fiz o PL, venho lutando. É inadmissível a manutenção das datas, quando muitos estudantes não têm acesso
à internet ou a aparelhos para assistirem aula. Isso aprofunda ainda mais a desigualdade”, escreveu Daniela Ribeiro em sua conta no
Twitter. 

Já os projetos de Decreto Legislativo apresentados por Izalci  (PDL 137/2020) e Jader (PDL 218/2020) suspendem os editais deste
ano, tornando-os inválidos. Para Jader, a insistência do Ministério da Educação em manter as datas das provas pode provocar
prejuízos e acentuar desigualdades entre ricos e pobres, já que o conteúdo escolar não está sendo visto por grande parte dos
estudantes brasileiros, que não têm acesso a computadores. 

“Precisamos lembrar que as aulas estão interrompidas e não há data para retorno. Lembremos que apenas 36% dos alunos da rede
pública no país têm acesso à internet em casa, ou seja, a cada dez alunos, seis não têm como estudar. É desumano pressionar esses
estudantes neste momento de luto no Brasil”, disse Jader.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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