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Francisco Luís Pereira

Ontologia em Quine

Neste comentário vamos procurar analisar a ontologia de Quine no capitulo I intitulado “On
what there Is” do livro “From a Logical Point of View”.
Quine começa por dizer que o problema ontológico pode ser posto em termos simples. Que o
pontapé de saída para colocarmos o problema cá fora é perguntar o que existe, ou nas suas palavras
“What is there”. Ele responde dizendo que é tudo mas que é precisamente aqui que o problema
começa. Isto porque os desacordos começam a surgir.
O autor usa então de duas personagens fictícias, McX e Wyman, para personificarem
desacordos e problemas com que muito provavelmente o próprio autor se defrontou, quer nas suas
próprias reflexões, quer na leitura de outros autores.
Diz-nos que discorda de McX pois não concorda que existam certas entidades que ele diz
existirem e que não concorda também com a formulação do problema e da ontologia. O problema é
que Quine diz ser difícil rebater os argumentos de McX pois só pelo facto de contra argumentar
poderia estar a validar as entidades que nega, o que o leva a considerar que numa argumentação
ontológica o lado negativo sofre de uma desvantagem.
Este problema já tem origem na antiga Grécia, com Parménides e Platão. Consistia no ideia
de que o não ser não podia ser dito e se fosse dito teria de ser algum tipo de ser. Platão resolve a
questão dizendo que o não ser é e que o ser não é. Ou seja que para a definição do ser é muito
importante saber-se o que ele não é. É a descoberta da negação como fundamental para a determinação
do ser. No entanto, Quine vai responder e tentar resolver o problema de outra maneira, como veremos
mais à frente.
O exemplo do Pegasus é recorrente ao longo do texto de Quine, usa-o como exemplo para
contruir a argumentação. Se o não ser tem de ser, caso contrario não poderia ser falado, para McX
Pegasus tem de ser, argumentando que é uma ideia na mente dos homens. Mas Quine rebate dizendo
que essa entidade mental não é o que as pessoas referem quando referem Pegasus. Que não se podem
imaginar coisas mais distintas que a ideia de uma coisa e a coisa em si mesma.
Neste ponto do discurso introduz Wyman para ilustrar teorias mais elaboradas e complexas.
Diz que esta personagem defende que Pegasus tem o seu ser num possível não atualizado. Quando
dizemos que não existe Pegasus, segundo Wyman apenas estamos a falar em algo em potencia, que
não está em acto. Quine não diz não poder aceitar isso pois esse argumento não refere diretamente a
questão da existência de Pegasus mas sim de um atributo ou característica que ele tem ou não tem.
Ido mais longe dizendo que filósofos como Wyman limitam a existência a acto. Que se Pegasus
existisse estaria no espaço-tempo porque a palavra tem conotações espaço-temporais e não porque
existe como conotações espaço-temporais. Ou seja existe uma discórdia sobre o que é existir.
Quine define existir como o impulso de distinguir terminologicamente entre existência
aplicada a objetos atualizados algures no espaço-tempo e existência como subsistência. Realçando o
papel importante da observação da natureza para questões de existência.
Continua a rebater Wyman mudando de exemplo, em vez de Pegasus fala da cúpula redonda
quadrada do colégio de Berkley. Assim quase que obrigaria Wyman a admitir a existência de
impossíveis não atualizados, mas o que este faz é dizer que “round square cupola” é sem significado.
É aqui que o problema sobe mais um nível de complexidade com a questão do significado.
A doutrina das contradições sem significado tornam impossível construir um teste do que é
significado e sem, segundo Quine. Os logicistas colocaram de parte a necessidade de uma referência
objetiva usando variáveis de quantificação. Referem-se a entidades no geral e não pretendem ser
nomes. A falta de significado de estas palavras quantificacionais não esta a pressupor nenhum objecto
especifico pré-atribuido. Assim, onde está uma descrição não há dificuldade em negar ou afirmar o
ser e é neste ponto que começamos a vencer o problema colocado anteriormente sobre a
impossibilidade de falar o não ser e negar certas ontologias. Quando uma declaração de ser ou não
ser é analisada na teoria de Russell das descrições, ela deixa de conter alguma expressão que se refira
ao nome da alegada entidade que está a ser questionada como ser ou não ser. Assim o facto de poder
ser sem sentido não pode ser usado para supor o ser de tal entidade.
No caso de Pegasus, sendo ele uma palavra, teríamos de a tornar numa descrição e aí
poderíamos analisar se é ou não é, aplicando a teoria de Russell. Se a palavra for de noção demasiado
obscura para descrever, poderíamos usar atributos irredutíveis de ser Pegasus e adoptar o verbo de
ser Pegasus, tratando-o como uma derivativa usando da descrição “the thing that pegasizes”. Se
podemos interpretar Pegasus como o sujeito desta descrição, que encaixa na teoria de Russell, mais
uma vez temos de admitir que podemos falar de algo que não é sem admitir a sua existência, isto
porque uma descrição singular pode ser expandida e depois analisada coma teoria de Russel.
Quine acrescenta que um termo singular não precisa de ter um nome para ter significado. Que
há uma diferença entre ter significado e ter nome. Usando o exemplo da “estrela da manha” e da
“estrela da tarde” mostra que apesar de termos dois nomes para representar o mesmo corpo celestial,
que as duas frases não podem ser entendidas como tendo o mesmo significado. Sendo o significado
diferente este tem de ser diferente do nome do objeto pois o objeto é o mesmo. Esta confusão de nome
com significado fez McX pensar que Pegasus poderia ser uma entidade mental. Isto porque confundiu
o alegado objeto chamado Pegasus com o significado da palavra Pegasus, concluído que Pegasus tem
de ser para que a palavra tenha significado. Ao passo que Wyman poderia ter evitado este problema
com possíveis não atualizados.
No que diz respeito ao problema ontológico dos universais Quine confronta McX para saber
se existem entidades como atributos, relações, classes, números e funções. McX falando de atributos
diz que existem coisas vermelhas e que todas essas coisas partilham da mesma coisa que é o facto de
serem vermelhas. Ter atributos seria algo óbvio para ele, o que é uma característica das ontologias,
pois uma declaração ontológica não precisa de justificações adicionais pois seguem-se de declarações
casuais de factos do senso comum, do ponto de vista do esquema conceptual de cada um. Noutro
esquema essas declarações podem ser consideradas falsas e para isso bastaria dizer que os objetos
que são vermelhos são distintos e que o facto de serem vermelhos não é um objeto. Assim não poderia
que predicados como vermelho ou ser vermelho sejam interpretados como nomes de uma entidade
universal singular de forma a terem significado, pois como já vimos nome é diferente de significado.
Quine não nega que nomes e declarações tenham significados, apenas que são entidades abstratas,
mantendo os factos de forma ultima e irredutível. Preferindo dizê-los como significantes para que não
sejam entendidos como entidades.
Diz-nos Quine que significado está ligado à sinonímia, pois chamamos a dar significado a
proferir um sinónimo. Podemos assim olhar para enunciados como significantes ou insignificantes e
como sinónimos ou heterónimos um do outro. Porém diz ser ilusório tentar explicar entidades
irredutíveis chamadas de significado. Podemos então usar temos gerais como predicados sem que
sejam nomes de entidades abstratas e que estes tenham significância sem entrar no reino de entidades
chamadas significados.
As variáveis de de quantificação em relação à teoria das descrições de Russell permite dizer
que há alguma coisa variável que coisas vermelhas tenham em comum. Estas variáveis de
quantificação tem o alcance de toda a ontologia de Quine, pois apenas se está convicto de uma
pressuposição ontológica apenas se ela for reconhecida entre entidades sobre as quais as variáveis
possam ser aplicadas. Assim, ser é do mesmo alcance que o pronome pois estes são o suporte básico
da referencia. Podemos dizer que alguns cães são brancos sem nos comprometer com o que é ser cão
ou branco, apenas com o facto de que coisas que algumas coisas que são cães também são brancos.
Dada teoria está então comprometida com aquelas entidades que as suas variáveis são capazes
de referir, no entanto dentro de áreas como a matemática não há divergência sobre o que as variáveis
são capazes de referir. Os três pontos de vista medievais sobre o assunto são designados como
realismo, conceptualismo e nominalismo. Na contemporaneidade são renomeados de logicismo,
intuicionismo e formalismo.
O realismo é a doutrina platónica que universais ou entidades abstratas têm ser
independentemente da mente e que a mente as pode descobrir mas não criar. Enquanto que o
logicismo já tolera o uso de variáveis para referir entidades abstratas conhecidas e desconhecidas,
especificáveis ou não, indiscriminadamente.
O conceptualismo defende que há universais mas que são criados pela mente, Enquanto que
o intuicionismo já usa variáveis para referir entidades abstratas quando essas são capazes de ser feitas
individualmente de componentes especificados anteriormente. O logicismo diria que as classes são
descobertas ao passo que o intuicionismo diria que são inventadas.
O formalismo tal como o intuicionismo deplora o recurso a universais. Não admite entidades
abstratas mesmo no sentido de criadas mentalmente mas defende que mesmo que as noções possam
ser insignificantes elas podem ser úteis. Porém utilidade não implica significância.
Assim Quine diz adotar uma ontologia que diz ser consequencial. Que poderíamos resumir
que ser é ser um valor de uma variável mas adverte que as variáveis servem para ver o que
determinada doutrina diz que há e não para dizer o que há de facto. Que para debater o que há podemos
ainda usar o plano semântico dizendo que as ontologias defendem formas linguísticas, ou pelo menos
inscrições ou enunciados concretos.
A semântica pode ser capaz de de encontrar pontos comuns entre as diferentes doutrinas, pois
as divergência vêm de discordâncias básicas nos esquemas conceptuais. Porém convergem o
suficiente para que seja possível falar com sucesso de outros tópicos, mas o desacordo ontológico
pode ser traduzido numa controvérsia semântica. Não podemos é sustentar que o que existe depende
de palavras, pois não significa que o problema seja linguístico.
Aceitamos esquemas conceptuais que organizem a fragmentos desorganizados da experiência
pura, assim, a nossa ontologia é determinada assim que fixamos o esquema conceptual over-all e o
que determina uma construção razoável são as considerações. Assim, a adoção de uma teoria é uma
questão de linguagem e a construção de um esquemas conceptuais não é clara. Isto porque as
entidades desse esquema, os valores das variáveis, eventos individuais subjetivos de sensação ou
reflexão entram em jogo. Ai surgem dois modelos distintos, o fisicalistico e o fenomenistico, o
primeiro é fundamentalmente físico e o segundo epistemológico.
O esquema físico simplifica a experiência porque agrupa sensações estilhaçadas em relação a
um só objeto. Os objetos físicos são entidades postuladas que podem simplificar o fluxo da
experiência, mas de um ponto de vista fenomenológico o esquema conceptual dos objetos físicos é
mais simples que a verdade literal e contendo essa verdade literal como uma parte ela mesmo
fragmentada.
Assim, posto isto considerando ainda as indeterminações que geram as crises contemporâneas,
em áreas como a matemática e a física, com a prova de Godel e o principio de indeterminação de
Heisenberg, Quine é levado à conclusão que ainda vivemos com mitos e contradições. Transpondo
depois isso para a ontologia diz que a a questão sobre que ontologia adotar continua em abeto e
aconselha a experimentação e a tolerância. Que cada esquema é mais adequado a cada procura mas
que o fenomenológico reclama a prioridade epistemológica. Que fazendo um comparação com as
ontologia dos objetos físicos e dos objetos matemáticos estes surgem como mitos e que a qualidade
do mito é relativa ao ponto de vista epistemológico.

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