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§ R SOUSA

ADVOGADOS
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL FAZENDÁRIO DA COMARCA DA
CAPITAL
- RJ

DANIELLE DE OLIVEIRA ANNES, brasileira, divorciada, autônoma, portadora da carteira


de identidade n°
11.003.002-0, CPF n° 051.631.947-71, residente e domiciliada na Rua Jacui nº 168, FD,
Penha Circular, Rio
de Janeiro – RJ, CEP: 21215-080, vem, por intermédio de seu Advogado,
consoante Procuração anexa,
formular a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA C/C REPETIÇÃO INDÉBITO


C/C
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

Em face do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, com endereço funcional na rua do Carmo, n°


27, Centro, Rio de
Janeiro - RJ, CEP: 20.011-020, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

No caso em tela, ocorre o preenchimento de todos os requisitos para o deferimento


da Tutela de
Urgência Antecipada, conforme art. 300, NCPC.

A alegação do Autor é de todo verossímil, havendo forte probabilidade de


atendimento da
pretensão deduzida na inicial, ante a prova documental acostada.

O pleito autoral diversas vezes já foi tema no ÓRGÃO ESPECIAL DO E. TJRJ,


sendo firme o
posicionamento deste tribunal na declaração de inconstitucionalidade da alíquota de
ICMS nas contas de
energia elétrica.

Averbe-se o julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade n° 27/2005, e que


em acórdão
unânime, declarou a inconstitucionalidade do art. 14, VI, 2, e VIII, 7, no Decreto no
27.427/2000, ao fixar
alíquota do ICMS elevada sobre os serviços de energia elétrica e telecomunicações, por
inobservância dos
princípios da seletividade e da essencialidade, previstas no art. 155, § 2°, III, da CRFB.

§ R SOUSA
ADVOGADOS
Por último, a questão novamente voltou no ÓRGÃO ESPECIAL DO E. TJRJ, através do
Incidente de Arguição
de Inconstitucionalidade n°. 001853579.2017.8.19.0000, onde foi declarado a
inconstitucionalidade art. 14,
VIII, da Lei n° 7.508/16.

Confere-se o entendimento das casas revisoras do E. TJRJ:

0053174-89.2018.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des (a). LUCIANO SABOIA


RINALDI DE CARVALHO - Julgamento: 06/02/2019 - SÉTIMA CÂMARA CÍVEL Agravo
de instrumento. Ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária
c/c
repetição de indébito. Decisão agravada indeferitória da tutela de urgência que busca
a suspensão da exigibilidade da alíquota de ICMS incidente nas contas de energia
elétrica
e serviços de telecomunicações que exceder o percentual de 18%. Reforma. Alíquota
de
25% prevista na Lei Estadual nº 2.567/1997. Afronta ao princípio da seletividade
tributária, consagrado no artigo 155, § 2º, III da Constituição Federal.
Inconstitucionalidade declarada pelo Órgão Especial desta Corte ao julgar a Arguição
de
Inconstitucionalidade nº 2005.017.00027. Presença de elementos que evidenciam
fumus boni iuris e periculum in mora (art. 300 do CPC). Provimento do recurso, para
determinar que o Agravado se abstenha de exigir ICMS sobre serviços de fornecimento
de energia elétrica e de telecomunicações em alíquotas superiores a 18%. (Grifo
nosso)

Desse modo, está presente o fumus bonis iuris.

No tocante ao periculum in mora, é visto que há comprometimento a dignidade da


pessoa humana,
uma vez que devido as fortes crises que o Brasil passa as finanças do Autor estão
combalidas.

Em sede de cognição sumária, cabe ao Juiz dirigente do processo aferir a relevância


da concessão
da Tutela de Urgência, e, com isso, postula-se pelo deferimento da Tutela para haja
aplicação da alíquota de
18% do ICMS, acrescida do adicional relativo ao Fundo de Combate à Pobreza, sobre as
futuras das contas de
energia elétrica do Autor, sob pena de multa diária e a apuração de crime de
desobediência;

DA NÃO SUSPENSÃO DO PROCESSO


DA NÃO AFETAÇÃO DESTE PROCESSO COM OS RESP. 1.692.023/MT e n° 1.699.851/TO,
bem como dos
Embargos de Divergência em Resp 1.163.020/RS, pelo STJ.
Traz-se à lume que o objeto da presente demanda não é TUST e TUSD, aqui se
discute
unicamente a redução da alíquota de ICMS na energia elétrica para 18%.
Esclarece-se que o tema está
sedimentado E. TJRJ e pela Corte da Cidadania, sendo totalmente favorável ao
contribuinte.

0031047-67.2012.8.19.0001 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA. Des (a).


MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 16/04/2019 - DÉCIMA

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ADVOGADOS
QUINTA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. DEMANDA DECLARATÓRIA E DE
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA E DE TELEFONIA.
SELETIVIDADE. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA DO RÉU. - Cuida-
se de demanda com pedido declaratório e de repetição de indébito de ICMS
incidente sobre serviço de telecomunicações, com base em alíquota reputada
inconstitucional. - Legitimidade ativa do consumidor de energia elétrica
(contribuinte de fato) para questionar o ICMS que entende indevido quando o
contribuinte de direito é concessionária de serviço público. - No mérito,
deflagra-se a necessidade de observância da seletividade em razão da
essencialidade do produto ou serviço para incidência do ICMS, e não por conta
do consumidor ou da quantidade consumida, conforme inconstitucionalidade
pronunciada pelo Órgão Especial desta Corte Estadual. - Manutenção da
sentença que se impõe. Precedentes. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

0214997-84.2009.8.19.0001 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA. Des (a).


MARIA REGINA FONSECA NOVA ALVES - Julgamento: 19/03/2019 - DÉCIMA
QUINTA CÂMARA CÍVEL. APELAÇÃO CÍVEL. DEMANDA DECLARATÓRIA E DE
REPETIÇÃO DE INDÉBITO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA E DE TELEFONIA.
SELETIVIDADE. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. INSURGÊNCIA DO RÉU. - Cuida-
se de demanda com pedido declaratório e de repetição de indébito de ICMS
incidente sobre serviço de telecomunicações, com base em alíquota reputada
inconstitucional. - Legitimidade ativa do consumidor de energia elétrica
(contribuinte de fato) para questionar o ICMS que entende indevido quando o
contribuinte de direito é concessionária de serviço público. - No mérito,
deflagra-se a necessidade de observância da seletividade em razão da
essencialidade do produto ou serviço para incidência do ICMS, e não por conta
do consumidor ou da quantidade consumida, conforme inconstitucionalidade
pronunciada pelo Órgão Especial desta Corte Estadual. - Manutenção da
sentença que se impõe. Precedentes. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

0048556-95.2018.8.19.0002 - RECURSO INOMINADO. Juiz (a) MARIA TERESA


PONTES GAZINEU - Julgamento: 23/05/2019 - CAPITAL 1 TURMA RECURSAL
DOS JUI ESP FAZENDA PUB. Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
PRIMEIRA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA Processo nº 0048556-
95.2018.8.19.0002 Recorrente: Estado do Rio de Janeiro Recorrido: Alexandre
Nogueira Sobroza VOTO Tratase de demanda em que discute a alíquota de ICMS
incidente sobre o consumo de energia elétrica. A sentença julgou procedente a
pretensão autoral com fundamento na decisão prolatada pelo nosso Órgão
Especial nas arguições de inconstitucionalidade de números 27/2005 e
21/2008, merecendo ser integralmente mantida, considerando o efeito
vinculativo dos julgamentos ali prolatados. Importa registrar a inexistência de
determinação de suspensão dos processos que versem sobre o tema objeto de
repercussão geral no STF. Ante ao exposto, voto pelo conhecimento e
desprovimento do recurso inominado, mantendo a sentença integralmente,
restando o recorrente condenando ao pagamento de honorários de
sucumbência, arbitrados em 10% sobre o valor condenatório, isento do
pagamento das custas. Rio de Janeiro, 13 de maio de 2019. Maria Teresa Pontes
Gazineu Juíza Relatora

0215261-86.2018.8.19.0001 - RECURSO INOMINADO. Juiz (a) DANIELA


BANDEIRA DE FREITAS - Julgamento: 17/04/2019 - Segunda Turma Recursal
Fazendária. PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEGUNDA

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TURMA RECURSAL DE FAZENDA PÚBLICA PROCESSO N°: 0215261-
86.2018.8.19.0001 RECORRENTE: ESTADO DO RIO DE JANEIRO RECORRIDO:
EDIJANE MARIA MACHADO RECURSO INOMINADO. DIREITO TRIBUTÁRIO.
ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. COBRANÇA DE ALÍQUOTA DE 25%. PEDIDO PARA
QUE HAJA INCIDÊNCIA DA ALÍQUOTA DE 18% RELATIVO AO ICMS. ARGUIÇÃO
DE INCONSTITUCIONALIDADE 0021368-90.2005.8.19.0000 e 0029716-
92.2008.8.19.0000 QUE DECLARARAM A INCONSTITUCIONALIDADE DO ART.
14, VI, ITEM 2 E VII, ITEM 7 DO DECRETO ESTADUAL Nº 27.427/00
DETERMINANDO A MANUTENÇÃO DA ALÍQUOTA EM 18% EM RAZÃO DA
SELETIVIDADE - DESPROVIMENTO DO RECURSO. VOTO: Trata-se de ação pelo
rito especial da Lei 12.153/09, proposta em face do Estado do Rio de Janeiro,
através da qual a parte autora alega que o ICMS incidente sobre a energia
elétrica no patamar de 25% lhe está sendo exigindo sobre base de cálculo
superior àquela legal e constitucionalmente prevista. Por fim, requer a aplicação
da alíquota de 18% em razão do princípio da seletividade e a condenação do
Estado à proceder a devolução dos valores pagos a maior. Suspensão do feito às
fls.94. Resposta do Estado do Rio de Janeiro às fls. 104 e seguintes, na qual
sustentou a violação dos princípios da seletividade, com a aplicação de alíquota
inferior e da separação dos poderes, uma vez que a atribuição de fixação de
alíquotas tributárias é do Poder Legislativo, pelo que requereu a improcedência
do pedido. O Ministério Público manifestou o seu desinteresse no feito às fls.132.
A r.sentença de fls.137 e seguintes julgou procedentes em parte os pedidos nos
seguintes termos: "(...)Isto posto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO INICIAL, para
determinar que a ré aplique a alíquota genérica de 18% de ICMS, em relação ao
fornecimento de energia elétrica, acrescida do adicional relativo ao Fundo de
Combate à pobreza, enquanto este perdurar, condenando a parte ré a devolver
todos os valores indevidamente cobrados no quinquênio imediatamente
anterior à propositura da demanda, totalizando a quantia de R$ 4.062,03,
devidamente acrescidos de correção monetária e juros legais, estes fixados na
forma do art. 1-F, da Lei 9494/97, com a nova redação da Lei 11.960/09
(Enunciado n. 28, do Aviso Conjunto TJ/COJES n. 12/2017), o que faço com base
no art. 487, I do CPC. (...)" Recurso Inominado do ERJ às fls. 154 e seguintes,
reproduzindo os fundamentos da peça de defesa. Contrarrazões às fls.168. Após
a distribuição do recurso, os autos vieram conclusos. RELATEI DE FORMA
BREVE. PASSO AO VOTO. Presentes os requisitos intrínsecos e extrínsecos do
recurso posto em julgamento. Trata-se de recurso inominado interposto pelo
ERJ atacando a sentença que julgou procedente em parte o pedido para
"determinar que a ré aplique a alíquota genérica de 18% de ICMS, em relação ao
fornecimento de energia elétrica, acrescida do adicional relativo ao Fundo de
Combate à pobreza, enquanto este perdurar, condenando a parte ré a devolver
todos os valores indevidamente cobrados no quinquênio imediatamente
anterior à propositura da demanda, totalizando a quantia de R$ 4.062,03,
devidamente acrescidos de correção monetária e juros legais, estes fixados na
forma do art. 1-F, da Lei 9494/97, com a nova redação da Lei 11.960/09
(Enunciado n. 28, do Aviso Conjunto TJ/COJES n. 12/2017), o que faço com base
no art. 487, I do CPC.". Nesse ínterim, a questão principal do presente recurso
inominado trata sobre a legalidade da cobrança da acima da alíquota de 18%
(dezoito por cento) com base no art. 14, VI, item 2, e VIII, item 7, do Decreto n°
27.427/2000, que regulamenta a Lei Estadual n° 2.657/96, sobre o
fornecimento de energia elétrica e serviços de telecomunicações. Assim sendo,
o Órgão Especial deste E. Tribunal de Justiça, ao julgar as Arguições de
Inconstitucionalidade nº 0021368-90.2005.8.19.0000 e 0029716-

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92.2008.8.19.0000, firmou o entendimento no sentido de que a cobrança de
ICMS sobre serviços de comunicações e energia elétrica com embasamento na
alíquota de 25% (vinte e cinco por cento) é inconstitucional, sob o fundamento
de ferir o princípio da seletividade, devendo ser aplicada a alíquota genérica de
18% (dezoito por cento), cujas ementas trago à colação adiante:
"002136890.2005.8.19.0000 (2005.017.00027) 1ª Ementa - ARGUICAO DE
INCONSTITUCIONALIDADE DES. ROBERTO WIDER - Julgamento: 27/03/2006 -
ORGAO ESPECIAL Arguição de Inconstitucionalidade. Artigo 2, inciso I do
Decreto nº 32.646 do ano de 2003 do Estado do Rio de Janeiro, que regulamenta
a Lei Estadual nº 4.056/2002 que instituiu o Fundo Estadual de Combate à
Pobreza e às Desigualdades Sociais. Superveniência da Emenda Constitucional
n. 42, de 19/12/2003, que validou, em seu Artigo 4º, os adicionais criados pelos
Estados em função da EC n. 31/2000, mesmo aqueles em desconformidade com
a própria Constituição. Impossibilidade de se reconhecer a
inconstitucionalidade do Decreto nº 32.646 de 2003. Precedente do STF. Artigo
14, VI, item 2, e VIII, item 7 do Decreto nº 27.427 do ano de 2000 do Estado do
Rio de Janeiro, que fixa a alíquota do ICMS incidente sobre os serviços de energia
elétrica e telecomunicações. Desatenção aos princípios constitucionais da
seletividade e essencialidade, dispostos no Artigo 155, § 2º da CRFB.
Inconstitucionalidade reconhecida. Argüição parcialmente procedente."
"0029716-92.2008.8.19.0000 - Des. JOSÉ MOTA FILHO - Julgamento:
20/10/2008 - ÓRGÃO ESPECIAL - Arguição de Inconstitucionalidade, em sede
de mandado de segurança. Art. 14, vi, "b", da Lei nº 2.657/96, do Estado do Rio
de Janeiro, com a nova redação dada pela Lei 4.683/2005, que fixa em 25%
(vinte e cinco por cento) a alíquota máxima de ICMS sobre operações com
energia elétrica. Anterior declaração de inconstitucionalidade do art. 14, vi, item
2 e viii, item 7, do Decreto estadual nº 27.427/2000, regulamentador daquela
lei, na Arguição nº 27/2005 julgada pelo Órgão Especial deste eg. Tribunal de
Justiça. Lei impugnada que adota idênticos fundamentos do decreto, violando os
princípios da seletividade e da essencialidade assegurados no art. 155, § 2º, da
Carta Magna de 1988. Procedência da arguição de inconstitucionalidade do art.
14, vi, "b", da Lei 2.657/96, do Estado do Rio de Janeiro. Decisão unânime."
Destarte, verifica-se que não foram respeitados os princípios constitucionais da
seletividade e essencialidade, observando -se que os serviços públicos de
energia elétrica e de telecomunicações não se enquadram em produtos
supérfluos e suntuosos a permitir cobrança acima do percentual genérico
instituído pelo inciso I do art. 14 do citado Decreto 27.427/2000. Cabe ressaltar,
ainda, que ao presente caso incide o artigo 103 do Estatuto Regimental, no
sentido de que as decisões do Órgão Especial vinculam os órgãos fracionários do
Tribunal de Justiça do Estado Rio de Janeiro. Outra questão trazida pelo
recorrente em seu recurso é acerca da violação ao princípio da separação de
poderes das alíquotas tributárias. Entretanto, não há qualquer violação a tal
princípio quanto à substituição das referidas alíquotas, porquanto incumbe ao
Poder Judiciário assinalar a alíquota aplicável quando as integrantes na norma,
cuja inconstitucionalidade foi reconhecida, não puderem ser aplicadas. Cuida-se
de competência associada à atividade jurisdicional e, na ausência de outros
elementos mais específicos, compete seguir a alíquota genérica de 18% prevista
no art. 14, I, Decreto nº. 27.427/2000. Neste sentido: "0378129-
26.2009.8.19.0001 - APELACAO / REEXAME NECESSARIO 1ª Ementa DES.
CLAUDIO DELL ORTO - Julgamento: 09/12/2015 - DECIMA OITAVA CAMARA
CIVEL APELAÇÃO. DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE ICMS SOBRE
SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA E TELECOMUNICAÇÕES. Legitimidade ativa
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do contribuinte de fato para pleitear repetição de indébito. Questão apreciada
sob a sistemática dos recursos repetitivos. Declaração de inconstitucionalidade
do art. 14, VI, "b", da Lei nº. 2.657/96 pelo Órgão Especial deste Tribunal de
Justiça. Ofensa aos princípios da seletividade e essencialidade. Observância à
modulação dos efeitos no julgamento das Ações Diretas de
Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425. Recurso voluntário a que se nega
seguimento, reformada a sentença em reexame necessário." Logo, o recurso do
ERJ está fadado ao insucesso. Pelo exposto, VOTO PELO CONHECIMENTO E
DESPROVIMENTO DO RECURSO, mantendo a sentença pelos seus fundamentos
e os acima lançados. Sem custas ante a isenção legal. Condeno o Estado
recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, os quais fixo em 10%
sobre a condenação. Rio de Janeiro, 16 de abril de 2019. DANIELA BANDEIRA
DE FREITAS Juíza Relatora

Os Estados tentaram o sobrestamento no Excelso STF, mas não obtiveram êxito.

A matéria é objeto do Recurso Extraordinário n° 714.139/SC, com repercussão geral


reconhecida,
tema 745, pendente de julgamento e que teve o pedido de suspensão dos demais
processos indeferidos, em
decisão publicada no Diário Oficial Eletrônico 23/08/16.

Por oportuno, traz-se à baila que em outros momentos a matéria já foi


debatida pelo E. STF,
reconhecendo que a declaração de inconstitucionalidade das referidas normas
atendeu ao comando do art.
97 da CF, tendo sido demonstrada a violação aos princípios da seletividade e da
essencialidade previstos no
art. 155, §2°, CRFB/88, verbis:

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS.


SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA E DE TELECOMUNICAÇÕES. MAJORAÇAO DE
ALIQUOTA. PRINCIPIO DE SELETIVIDADE.DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE PELO ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Não
obstante a possibilidade de instituição de alíquotas diferenciadas tem-se que a
capacidade tributária do contribuinte impõe a observância do princípio da
seletividade como medida obrigatória, evitando-se, mediante a aferição feita
pelo método da comparação, a incidência de alíquotas exorbitantes em serviços
essenciais. II -"No caso em exame, o órgão especial do Tribunal de origem
declarou a inconstitucionalidade da legislarão estadual que fixou em 25% a
alíquota sobre os serviços de energia elétrica e de telecomunicações - serviços
essenciais - porque o legislador ordinário não teria observado os princípios da
essencialidade e da seletividade, haja vista que estipulou alíquotas menores
para produtos supérfluos. III- Estabelecida essa premissa, somente a partir do
reexame do método comparativo adotado e da interpretação da legislação
ordinária, poder-se-ia chegar à conclusão em sentido contrário àquela adotada
pelo Tribunal a quo. IV – Agravo regimental a que se nega provimento." (RE
634457 AgR/RJ - RIO DE JANEIRO - AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO –
Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI - Julgamento: 05/08/2014 – órgão
Julgador: Segunda Turma" (Grifo nosso)

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Isto posto, é visto que tal resta demonstrado que em nenhum momento se discute a
legalidade as
tarifas TUST e TUSD, não incorrendo V. Exa. em sobrestamento do feito.

DOS FATOS

Tal ação trata-se de relação jurídica tributária, na qual o Contribuinte paga, através de
sua conta de
energia elétrica, ICMS, com a alíquota de 29% antes da lei n° 7.508/16, e após com a
alíquota de 32%, ao Réu.

Ocorre que, conforme fundamentação a seguir, veemente discorda das alíquotas


impostas ao Autor,
e, com isso, requer-se a repetição indébito dos valores pagos a maior, bem como a
condenação do Réu para
que se abstenha de cobrar a alíquota de 32% na conta de energia elétrica, sendo fixada
a alíquota genérica
de 18%.

DOS FUNDAMENTOS

DA COBRANÇA INDEVIDA DO ICMS:

Antes de 1988, a alíquota do ICM (como era conhecido o ICMS) era uniforme, não
variava de acordo com
a mercadoria, e tinha caráter eminentemente fiscal. Porém, com a Constituição de
1988, o ICMS passou a ter
também caráter extrafiscal, por meio do princípio da seletividade, interferindo na
política socioeconômica,
com o intuito de desestimular o consumo de mercadorias supérfluas por meio da
aplicação de maiores
alíquotas e tornar as mercadorias essenciais acessíveis a todos, aplicando-lhes
menores alíquotas ou até
mesmo isentando-as

O princípio da seletividade, referente ao ICMS, está previsto no art.155, § 20, III, da


CRFB/88, que assim
prescreve:

§2° - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: III - poderá ser


seletivo, em função da
essencialidade das mercadorias e dos serviços;

Frisa-se que a Essencialidade, vem de essencial, ou seja, constitui essência, parte


necessária ou inerente
de uma coisa; ou ainda, algo indispensável.
O princípio da seletividade é aquele que determina que o tributo deve obedecer ao
critério da essencialidade
do produto ou do serviço, sendo inversamente proporcional a sua importância, isto
significa que quanto mais
essencial for o produto para a coletividade menor será a alíquota imposta sobre sua
base de cálculo.

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Pois bem. O Estado do Rio de Janeiro, ao regulamentar a Lei no 2.657/96 e
o Decreto no
27.427/00 (RICMS), adotou o indigitado critério da seletividade e fixou alíquotas
diferentes para os mais
diversos tipos de operações consoante se verifica observando o art. 14 de ambos
dispositivos legais.
Entretanto, não foi respeitado o princípio da essencialidade, eis que as alíquotas
incidentes sobre o
fornecimento de energia elétrica e serviços de comunicações são maiores do que
aquelas adotadas para
itens como cerveja, chope, refrigerantes, bastando, para constatar a ilegalidade
cometida, cotejar o teor
do inciso VI dos dois dispositivos legais com aqueles incisos referentes a refrigerantes,
cervejas, chope
e aguardente de cana, tanto da Lei no 2.657/96 quanto do Decreto no 27.427/00
(RICMS).

Não é admissível, portanto, que as operações com energia elétrica e comunicações,


consideradas
essenciais também, por força do artigo 10 da Lei no 7.783/89 (Lei de Greve) e
obviamente mais relevantes
que as operações com bebidas alcoólicas e refrigerantes, possam ter uma tributação
mais elevada para o
contribuinte. Ressalte-se, que o Impetrante necessita da energia elétrica em caráter
primordial, e que sem
esta, sequer poderia exercer sua atividade fim.
Nesse cenário, a questão foi levada ao plenário do Órgão Especial do E. TJRJ, no
julgamento da
Arguição de Inconstitucionalidade n° 27/2005, e que em acórdão unânime, declarou a
inconstitucionalidade
do art. 14, VI, 2, e VIII, 7, no Decreto no 27.427/2000, ao fixar alíquota do ICMS
elevada sobre os serviços de
energia elétrica e telecomunicações, por inobservância dos princípios da seletividade e
da essencialidade,
previstas no art. 155, § 2°, III, da CRFB, verbis:

Arguição de Inconstitucionalidade. Artigo 2, inciso I do Decreto no 32.646 do ano de


2003 do Estado do Rio de Janeiro, que regulamenta a Lei Estadual no 4.056/2002 que
instituiu o Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais.
Superveniência da Emenda Constitucional n. 42, de 19/12/2003, que validou, em seu
Artigo 4°, os adicionais criados pelos Estados em função da EC n. 31/2000,
mesmo
aqueles em desconformidade com a própria Constituição. Impossibilidade de se
reconhecer a inconstitucionalidade do Decreto no 32.646 de 2003. Precedente do STF.
Artigo 14, VI, item 2, e VIII, item 7 do Decreto no 27.427 do ano de 2000 do Estado do
Rio de Janeiro, que fixa a alíquota do ICMS incidente sobre os serviços de energia
elétrica
e telecomunicações. Desatenção aos princípios constitucionais da seletividade e
essencialidade, dispostos no Artigo 155, § 2o da CRFB. Inconstitucionalidade
reconhecida. Arguição parcialmente procedente. (TJ/RJ. Órgão Especial. Arguição
de
Inconstitucionalidade 2008.017.00027. Rel. Des. Roberto Wider. Julg: 27/03/2006)

Ironicamente, no apagar das luzes de 2016 foi publicada a Lei 7.508/16, que traz em
seu Art. 1 0,
as seguintes modificações nas alíquotas de energia elétrica:

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Art. 1° - Ficam alterados os incisos VI, VIII, XX e XXII do art. 14 da Lei 2.657/96, de 26 de
dezembro de 1996,
que passam a vigorar com a seguinte redação:

VI- Em operação com energia elétrica:

a) 18% (dezoito por cento) até o consumo de 300 quilowatts/hora mensais; b) 27%
(vinte e sete por cento)
quando acima do consumo estabelecido na alínea "a" até o consumo de 450
quilowatts/hora mensais c) 28%
(vinte e oito por cento) quando acima de 450 quilowatts/hora mensais d) 6%
(seis por cento) quando
utilizada no transporte público eletrificado de passageiros

Em uma reunião no Colégio de Líderes, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj)


aprovou no dia
13/12/2016, o projeto de lei 2242/16, que aumentou as alíquotas do ICMS (Imposto
sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) para gasolina, energia elétrica, cerveja, chope,
telecomunicações e cigarro. A medida
vale até dezembro de 2017, quando acabar o estado de calamidade decretado pelo
Rio.

O texto original recebeu 87 emendas parlamentares. Na energia elétrica, a alíquota


subiu dos atuais
(25% ICMS +4% FECP) para (27% ICMS +4% FECP), para consumo acima de 300
kwh/mês. Quem consome
acima de 450 kwh/mês pagará alíquota de 32% (28% ICMS+ 4% FECP).

O Deputado Flávio Nantes Bolsonaro, impetrou Mandado de Segurança no


006495834.2016.8.19.0000,
obtendo liminar do Exmo. Desembargador Otávio Rodrigues suspendendo a
tramitação do projeto de lei
posto que o Projeto foi rejeitado, mas proclamada sua aprovação pela Assembleia
Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro (ALERJ).

Foi, então, apresentado pedido de suspensão de segurança pelo Presidente da ALERJ


perante o Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro, o qual, contudo, foi indeferido, tendo em vista,
justamente, que a ata da sessão
de votação comprovava ter havido grande confusão durante a sessão em tela, com a
apresentação de diversos
questionamentos a respeito da configuração de maioria para fins de aprovação da
proposta.

Mais uma vez a questão chegou ao ÓRGÃO ESPECIAL DO E. TJRJ, através do Incidente
de Arguição de
Inconstitucionalidade n°. 001853579.2017.8.19.0000, sob a relatoria da Des. Odete
Knaack de Souza, Sendo
a arguente a Egrégia 16° Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, em face do Art. 14,
VIII, da Lei estadual 2.657/96, com redação trazida pela Lei 7.508/16, sendo os
interessados: Carlos Leno
Rodrigues Sarmento Interessado: Exmo. Sr. Secretário de Estado de Fazenda do Estado
do Rio de Janeiro,
onde declarada a inconstitucionalidade art. 14 da Lei n° 7.508/16, vejamos:

§ R SOUSA
ADVOGADOS
INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MANDADO DE
SEGURANÇA.
ARTIGO 14, VIII, DA LEI ESTADUAL 2.657/96, COM REDAÇÃO TRAZIDA PELA LEI
7.508/16, QUE TRATA DA ALÍQUOTA DE 28% REFERENTE AO ICMS INCIDENTE SOBRE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO. ALEGAÇÃO DE QUE A NORMA
ESTADUAL
CONFLITA COM O ARTIGO 199, INCISO I, § 12, DA CERJ, NORMA ESSA DE
REPETIÇÃO
OBRIGATÓRIA, COM O MESMO TEOR DO ARTIGO 155, § 2º, INCISO III, DA CRFB.
MATÉRIA
QUE NÃO É NOVA NESTA CORTE ESPECIAL. NORMAS CONSTITUCIONAIS QUE, EMBORA
DISPONHAM SOBRE A DISCRICIONARIEDADE NA ADOÇÃO DA SELETIVIDADE NO
TOCANTE AO ICMS, DETERMINAM A OBRIGATORIEDADE DA OBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DA ESSENCIALIDADE NO CASO DA SUA APLICAÇÃO. SERVIÇOS DE
COMUNICAÇÃO DE NATUREZA ESSENCIAL, CONFORME ENTENDIMENTO
DEVIDAMENTE SEDIMENTADO NESTE TRIBUNAL, INCLUSIVE NO VERBETE SUMULAR
Nº.
192 TJRJ. ORIENTAÇÃO QUE ESTÁ DE ACORDO COM O ARTIGO 10, INCISO VII, DA LEI

7.783/89. ALÉM DISSO, DEVEM SER DESTACADAS AS ALÍQUOTAS PARA OPERAÇÕES
COM
CERVEJA, EM 18% (INCISO XXII), COM REFRIGERANTE, EM 16% (INCISO XXIII), E COM
AGUARDENTE, EM 17% (INCISO XXIV), FIXADAS NO ARTIGO 14 DA LEI Nº 2657/96, EM
SUA ATUAL REDAÇÃO, SENDO CERTO QUE SE CUIDAM DE MERCADORIAS SUPÉRFLUAS
EM COMPARAÇÃO COM OS SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO. EVIDENTE VIOLAÇÃO À
AO
PRINCÍPIO DA ESSENCIALIDADE. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA
NORMA IMPUGNADA. INCIDENTE ACOLHIDO. DECISÃO POR MAIORIA. (Grifo nosso)

Nesse sentido, o E. TJRJ tem esposado seu entendimento:

0397030-32.2015.8.19.0001 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA. Des(a). JDS


FERNANDA FERNANDES COELHO ARRABIDA PAES - Julgamento: 06/02/2019 -
TERCEIRA
CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. ENERGIA ELÉTRICA. ALÍQUOTA DE 25%. PLEITO DE REDUÇÃO PARA 18%.
SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. APELO DO RÉU. INCONSTITUCIONALIDADE DO
ARTIGO 14, INCISO VI, ITEM 2, E INCISO VIII, ITEM 7, DO DECRETO-ESTADUAL

27.427/2000 RECONHECIDO PELO ÓRGÃO ESPECIAL DESTE TRIBUNAL EM SEDE DE
ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE (ARGUIÇÃO DE INCONTITUCIONALIDADE Nº
2005.017.0027). REDUÇÃO DA ALÍQUOTA DO ICMS DE 25% PARA 18% PELA
INOBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA ESSENCIALIDADE E DA SELETIVIDADE.
INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 14, INCISO vi, ALÍNEA 'B', DA LEI ESTADUAL N°
2.657/1996, COM A NOVA REDAÇÃO DADA PELA LEI ESTADUAL N° 4.683/2005,
TAMBÉM
RECONHECIDA (ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE N° 2008.017.00021). LEI
IMPUGNADA QUE ADOTOU IDÊNTICOS FUNDAMENTOS DO DECRETO. FORÇA
VINCULANTE DA DECISÃO NOS TERMOS DO ARTIGO 103 DO REGIMENTO
INTERNO
DESTE TRIBUNAL E DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 97 DA CRFB/88 E 949,
PARÁGRAFO
ÚNICO DO CÓDIGO DE RITOS. AUSÊNCIA DE COMANDO JUDICIAL DE SUSPENSÃO
DECORRENTE DO RECONHECIMENTO DA MATÉRIA COMO TEMA DE REPERCUSSÃO
GERAL PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NO JULGAMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO N° 714.139/SC (TEMA N° 745). SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA
QUE
NÃO MERECE REPARO. RECURSO NÃO PROVIDO. (Grifo nosso)

Apelações Cíveis. Mandado de Segurança. ICMS sobre o fornecimento de energia


elétrica.
Alíquota de 25%. Lei 2.657/96 e Decreto 27.427/00. Segurança parcialmente
concedida.
Apelo das partes. A matéria foi apreciada pelo Órgão Especial desta Corte, nos
processos
2008.017.00021, 0046584- 48.2008.8.19.0000 e 0029733-31.2008.8.19.0000, que
declarou inconstitucional a alíquota de 25% do ICMS incidente sobre os serviços de
energia
elétrica e de telecomunicações instituída pelo art. 14, VI, item 2 e VIII, item 7, do
Decreto

§ R SOUSA
ADVOGADOS
Estadual nº 27.427/00, por flagrante violação aos princípios constitucionais da
seletividade
e essencialidade, bem como o art. 14, inciso VI, letra "b", e VIII, letra "g" da Lei
Estadual
2.657/96. Aplicação da alíquota genérica de 18%. Recurso Extraordinário nº
714.139/SC, com repercussão geral reconhecida, tema 745, pendente de
julgamento.
Vinculação ao entendimento do Órgão Especial. Art. 103 do Regimento Interno
deste
Tribunal e art. 949, parágrafo único, do CPC. Efeitos patrimoniais anteriores ao
ajuizamento
da demanda. Impossibilidade. Súmula 271 do STF. Precedentes. NEGADO
PROVIMENTO
AOS RECURSOS. Sem honorários em fase recursal em razão da vedação do art. 25 da
Lei
12.016/2009. 004611844.2016.8.19.0042 - APELAÇÃO Des(a). MARIA AGLAE TEDESCO
VILARDO - Julgamento: 16/10/2018 - OITAVA CÂMARA CÍVEL. (Grifo Meu)

APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. ICMS. LEGITIMIDADE ATIVA. CONSUMIDOR.


CONTRIBUINTE DE FATO. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA. ESSENCIALIDADE.
ALÍQUOTA GENÉRICA. FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA E ÀS
DESIGUALDADES SOCIAIS. ADICIONAL GERAL. SUCUMBÊNCIA. 1. A atual jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça admite que a ação de repetição de indébito
tributário
relativo ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja ajuizada
pelo
consumidor de energia elétrica. Precedentes do STJ. 2. Assim como no caso do serviço
de
comunicação, a jurisprudência é pacífica acerca do caráter essencial do fornecimento
de
energia elétrica. Precedente do STJ. 3. A cobrança de ICMS através da aplicação da
alíquota
de 30% (trinta por cento) configura verdadeira afronta ao princípio da
seletividade
tributária, consagrado constitucionalmente no artigo 155, §2º, III, da Constituição
da
República. 4. O Órgão Especial desta Corte, ao julgar a Arguição de
Inconstitucionalidade
nº 2005.017.00027, pacificou o entendimento de que a cobrança de ICMS sobre
serviços de
comunicações e energia elétrica com base em alíquota de 25% (vinte e cinco por
cento) é
inconstitucional, por ferir a seletividade, devendo ser aplicada a alíquota genérica
de
18% (dezoito por cento). 5. Prestações que devem ser corrigidas
monetariamente a
contar de cada pagamento indevido (Súmula 162 do STJ) e, ainda, segundo a variação
da
Ufir, e, a partir da vigência da Lei 6.127/2011, em 02 de janeiro de 2013, aplica-se a
Taxa
Selic, diante da natureza tributária e em observância ao princípio da equidade, por
adotar
o Estado tal índice na correção de seus tributos. Precedente do STJ. Aplicação da
Súmula
161 do TJRJ. 6. Incidência da Súmula 523 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a
qual
"A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve
corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo
legítima a
incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local,
vedada
sua cumulação com quaisquer outros índices". 7. Quanto ao Fundo Estadual de
Combate à
Pobreza e às Desigualdades Sociais, forçoso reconhecer que sobre a alíquota de
18%
(dezoito por cento) de ICMS, incide o adicional geral de 2% (dois por cento), sendo que
o
acréscimo transitório somente incidirá quando o consumo de energia elétrica
ultrapassar
300 quilowatts/horas mensais, conforme dispõe a Lei Complementar nº
167/2015. 8.
Sucumbência recíproca que se reconhece, devendo as partes ratear as despesas
processuais
e compensar os honorários advocatícios conforme decidido pelo Juízo a quo. 9. Por
fim,
inaplicável a fixação dos honorários recursais, porquanto a sentença data de
2014 e o
recurso foi interposto no mesmo ano. Incidência do Enunciado Administrativo nº 7,
editado
pelo Superior Tribunal de Justiça, com o seguinte teor: "Somente nos recursos
interpostos
contra decisão publicada a partir de 18 de março de 2016, será possível o arbitramento
de
honorários sucumbenciais recursais, na forma do art. 85, § 11, do novo CPC." 10.
Apelo não
provido. 0309004- 05.2008.8.19.0001 - APELACAO / REMESSA NECESSARIA Des (a).
JOSÉ
CARLOS PAES - Julgamento: 16/05/2018 - DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL.
(Grifo
nosso)

§ R SOUSA
ADVOGADOS
0007823-30.2017.8.19.0000 - MANDADO DE SEGURANÇA. Des (a). CLAUDIA PIRES DOS
SANTOS
FERREIRA - Julgamento: 12/11/2018 - SEXTA CÂMARA CÍVEL EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA, SOB O FUNDAMENTO DE QUE
HOUVE
OMISSÃO NA DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO LIMINAR. MANDADO DE
SEGURANÇA
OBJETIVANDO A INEXIGIBILIDADE DA INCIDÊNCIA E COBRANÇA DO ICMS EM RELAÇÃO
ÀS TARIFAS QUE REMUNERAM A TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DA ENERGIA
ELÉTRICA,
AS DENOMINADAS TUSD - TARIFA DE UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE DISTRIBUIÇÃO
E
TUST ASSIM COMO A REDUÇÃO DO ICMS PASSE A SER CALCULADO NA ALÍQUOTA DE
18%
(DEZOITO POR CENTO. CABIMENTO. LIMITAÇÃO AO PATAMAR DE 18% (DEZOITO POR
CENTO). OBRIGATÓRIA A OBSERVÂNCIA DA JURISPRUDÊNCIA, PACIFICADA NO ÂMBITO
DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PROVIMENTO DO RECURSO DO PARA DEFERIR A LIMINAR
PARA DETERMINAR A SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO ICMS SOBRE AS TARIFAS DE
USO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO E TRANSMISSÃO (TUST E TUSD) E ENCARGOS
SETORIAIS, INCIDENTES SOBRE A DEMANDA DE POTÊNCIA ELÉTRICA EFETIVAMENTE
UTILIZADA, ASSIM COMO, LIMITAR A INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE ENERGIA ELÉTRICA
À
ALÍQUOTA DE 18% (DEZOITO POR CENTO). (Grifo nosso)

Anota-se, que a matéria é objeto do Recurso Extraordinário n° 714.139/SC, com


repercussão geral
reconhecida, tema 745, pendente de julgamento e que teve o pedido de suspensão
dos demais processos
indeferidos, em decisão publicada no Diário Oficial Eletrônico 23/08/16.

Em outros momentos a matéria já foi debatida pelo E. STF, reconhecendo que a


declaração de
inconstitucionalidade das referidas normas atendeu ao comando do art. 97 da CF,
tendo sido demonstrada a
violação aos princípios da seletividade e da essencialidade previstos no art. 155, §2°,
CRFB/88, verbis:

"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS.


SERVIÇO DE ENERGIA ELÉTRICA E DE TELECOMUNICAÇÕES. MAJORAÇAO DE
ALIQUOTA. PRINCIPIO DE SELETIVIDADE.DECLARAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE PELO ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I - Não obstante a possibilidade
de instituição de alíquotas diferenciadas tem-se que a capacidade tributária do
contribuinte impõe a observância do princípio da seletividade como medida
obrigatória,
evitando-se, mediante a aferição feita pelo método da comparação, a incidência
de
alíquotas exorbitantes em serviços essenciais. II -"No caso em exame, o órgão especial
do Tribunal de origem declarou a inconstitucionalidade da legislarão estadual que
fixou
em 25% a alíquota sobre os serviços de energia elétrica e de telecomunicações -
serviços
essenciais - porque o legislador ordinário não teria observado os princípios da
essencialidade e da seletividade, haja vista que estipulou alíquotas menores para
produtos supérfluos. III- Estabelecida essa premissa, somente a partir do reexame do
método comparativo adotado e da interpretação da legislação ordinária, poder-se-
ia
chegar à conclusão em sentido contrário àquela adotada pelo Tribunal a quo.
IV –
Agravo regimental a que se nega provimento." (RE 634457 AgR/RJ - RIO DE JANEIRO -
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO – Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
- Julgamento: 05/08/2014 – órgão Julgador: Segunda Turma" (Grifo nosso)

§ R SOUSA
ADVOGADOS
Tem-se, portanto, que restaram violados os princípios constitucionais da
seletividade e da
essencialidade na hipótese, na medida em que se afigura incoerente que
produtos supérfluos tenham
alíquotas menores do que aqueles considerados essenciais, como energia elétrica e
telecomunicações.

DOS VALORES A SEREM RESTITUÍDOS

Conforme denota-se abaixo traz nessa oportunidade a planilha de descontos indevidos


conforme
a seguir:
PLANILHA DE CÁLCULO LIGHT

FATURA
B. DE
CÁLCULO
ALIQ.
APLICADA
ICMS
COBRADO
ALIQ.
CORRETA
ICMS
DEVIDO
DIF. A
RESTITUIR
dezembro,
2019
R$
103,77 18%
R$
18,68 18%
R$
18,68 R$ -
novembro,
2019
R$
126,20 18%
R$
22,72 18%
R$
22,72 R$ -
outubro, 2019
R$
105,26 18%
R$
18,95 18%
R$
18,95 R$ -
setembro, 2019
R$
108,73 18%
R$
19,57 18%
R$
19,57 R$ -
agosto, 2019
R$
103,55 18%
R$
18,64 18%
R$
18,64 R$ -
julho, 2019
R$
85,55 18%
R$
15,40 18%
R$
15,40 R$ -
junho, 2019
R$
103,11 18%
R$
18,56 18%
R$
18,56 R$ -
maio, 2019
R$
117,17 18%
R$
21,09 18%
R$
21,09 R$ -
abril, 2019
R$
103,23 18%
R$
18,58 18%
R$
18,58 R$ -
março, 2019
R$
161,28 18%
R$
29,03 18%
R$
29,03 R$ -
fevereiro, 2019
R$
319,10 31%
R$
98,92 18%
R$
57,44 R$ 41,48
janeiro, 2019
R$
541,99 32% R$ 173,44 18%
R$
97,56 R$ 75,88
dezembro,
2018
R$
244,02 31%
R$
75,65 18%
R$
43,92 R$ 31,72
novembro,
2018
R$
124,01 18%
R$
22,32 18%
R$
22,32 R$ -
outubro, 2018
R$
151,05 18%
R$
27,19 18%
R$
27,19 R$ -
setembro, 2018
R$
114,02 18%
R$
20,52 18%
R$
20,52 R$ -
agosto, 2018
R$
131,86 18%
R$
23,73 18%
R$
23,73 R$ -

§ R SOUSA
ADVOGADOS
julho, 2018
R$
163,11 18%
R$
29,36 18%
R$
29,36 R$ -
junho, 2018
R$
123,31 18%
R$
22,20 18%
R$
22,20 R$ -
maio, 2018
R$
258,33 31%
R$
80,08 18%
R$
46,50 R$ 33,58
abril, 2018
R$
226,99 31%
R$
70,37 18%
R$
40,86 R$ 29,51
março, 2018
R$
201,84 31%
R$
62,57 18%
R$
36,33 R$ 26,24
novembro,
2017
R$
164,01 18%
R$
29,52 18%
R$
29,52 R$ -
outubro, 2017
R$
207,64 31%
R$
64,37 18%
R$
37,38 R$ 26,99
setembro, 2017
R$
181,57 18%
R$
32,68 18%
R$
32,68 R$ -
agosto, 2017
R$
206,99 18%
R$
37,26 18%
R$
37,26 R$ -
julho, 2017
R$
186,39 18%
R$
33,55 18%
R$
33,55 R$ -
junho, 2017
R$
295,05 31%
R$
91,47 18%
R$
53,11 R$ 38,36
maio, 2017
R$
306,03 31%
R$
94,87 18%
R$
55,09 R$ 39,78
Total a ser restituído R$ 343,55

Restando, portanto, cabível a restituição da quantia de R$ 343,55 (trezentos e


quarenta e três
reais e cinquenta e cinco centavos).

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, justificada a razão e a causa de pedir, serve-se da


presente para
REQUERER que a Vossa Excelência:

a) O deferimento da Tutela para a aplicação da alíquota de 18% do ICMS, acrescida do


adicional relativo ao
Fundo de Combate à Pobreza, sobre as futuras das contas de energia elétrica do Autor,
sob pena de multa
diária e a apuração de crime de desobediência;

b) a citação do Réu para, querendo, conteste a presente ação no prazo legal, sob pena
de Revelia e Confissão;

c) que seja julgado procedente o pedido para restituição indébito no valor de de R$


343,55 (trezentos e
quarenta e três reais e cinquenta e cinco centavos), acrescidos de correção monetária
pela UFIR, a contar de
cada cobrança indevida, até o advento da Lei estadual n. 6.127/11, a partir de quando
será incidente apenas
§ R SOUSA
ADVOGADOS
a Taxa SELIC, observando-se o TEMA 905 STJ SISTEMA DE RECURSOS REPETITIVOS e o
Enunciado 37 do
Aviso Conjunto TJ/COJES 15/201, bem como todas as demais cobranças indevidas que
ocorrerem no curso
do processo;

d) condenar o Réu a aplicar a alíquota genérica de 18% prevista na lei e no RICMS, em


relação aos serviços
de energia elétrica, acrescida do adicional relativo ao Fundo de Combate à Pobreza,
enquanto este perdurar
até que sobrevenha legislação que fixe novo percentual, nos termos do art. 199,
parágrafo 12º, da
Constituição deste Estado, sob pena de multa.

e) que sejam reconhecidos os argumentos supra referenciados para declarar a


inconstitucionalidade e a
ilegalidade pela via difusa de controle de constitucionalidade, aplicando, dessa
maneira, a alíquota de 18%
do ICMS, acrescida do adicional relativo ao Fundo de Combate à Pobreza;

DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO
A AUTORA desde já manifesta seu DESINTERESSE NA REALIZAÇÃO DA
AUDIÊNCIA DE
CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO PRÉVIA, de acordo com o previsto no art. 334, §5º do
CPC.

DAS PROVAS

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos


artigos 332 e
seguintes do CPC.

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 343,55 (trezentos e quarenta e três reais e cinquenta e
cinco
centavos).

Termos em que,
Pede deferimento.

Rio de Janeiro, 20 de março de 2020.

RAFAEL DE SOUSA DA SILVA


OAB/RJ 204.102

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