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CONSELHO EDITORIAL
Profa. Dra. Solange Martins Oliveira Magalhães (UFG)
Prof Dra Rosane Castilho (UEG)
Profa. Dra. Helenides Mendonça (PUC GO)
Prof. Dr. Henryk Siewierski (UNB)
Profa. Dra. Irene Dias de Oliveira (PUC GO)
Prof. Dr. João Batista Cardoso (UFG)
Prof. Dr. Luiz Carlos Santana (UNESP)
Profa. Ms. Margareth Leber Macedo (UFT)
Profa. Dra. Marilza Vanessa Rosa Suanno (UFG)
Prof. Dr. Nivaldo dos Santos (PUC GO)
Profa. Dra. Leila Bijos (UCB DF)
Prof. Dr. Ricardo Antunes de Sá (UFPR)
Profa. Dra. Telma do Nascimento Durães (UFG)
Prof. Dr. Francisco Gilson (UFT)
CEPED PUBLICAÇÕES
CONSELHO EDITORIAL
Profa. Dra. Akiko Santos (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/UFRRJ)
Profa. Dra. Ângela Imaculada Dalben (Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG)
Prof. Dr. Bernhard Fichtner (Universidade de Siegen – Alemanha)
Profa. Dra. Celi Nelza Zulke Taffarel (Universidade Federal da Bahia/UFBA)
Profa. Dra. Claudia Maria Lima (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP/Presidente Prudente)
Profa. Dra. Denise Silva Araújo (Pontifícia Universidade Católica de Goiás/PUC Goiás)
Prof. Dr. Gilberto Lacerda Santos (Universidade de Brasília/UnB)
Profa. Dra. Hermínia Hernández Fernández (Universidad de La Habana/UH – Cuba)
Prof. Dr. José Carlos Libâneo (Pontifícia Universidade Católica de Goiás/PUC Goiás)
Profa. Dra. Maria Amélia Santoro Franco (Universidade Católica de Santos/UNISANTOS)
Profa. Dra. Maria Guiomar Carneiro Tomazello (Universidade Metodista de Piracicaba/UNIMEP)
Profa. Dra. Marilza Vanessa Rosa Suanno (Universidade Federal de Goiás/UFG)
Profa. Dra. Mirza Seabra Toschi (Universidade Estadual de Goiás/UEG)
Profa. Dra. Monique Andries Nogueira (Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ)
Profa. Dra. Sandra Valéria Limonta Rosa (Universidade Federal de Goiás/UFG)
Prof. Dr. Saturnino de La Torre (Universitat de Barcelona/UB – Espanha)
Profa. Dra. Selma Garrido Pimenta (Universidade de São Paulo/USP)
Profa. Dra. Vera Candau (Pontifícia Universidade Católica/PUC Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Viviana González Maura (Universidad de La Habana/UH - Cuba)
JOSÉ CARLOS LIBÂNEO
MARILZA VANESSA ROSA SUANNO
SANDRA VALÉRIA LIMONTA ROSA
ORGANIZADORES
DIDÁTICA E CURRÍCULO
IMPACTOS DOS ORGANISMOS INTERNACIONAIS NA
ESCOLA E NO TRABALHO DOCENTE
Goiânia-GO
Editora Espaço Acadêmico, 2016
Copyright © 2016 by José Carlos Libâneo, Marilza Vanessa Rosa Suanno e Sandra Valéria Limonta Rosa
Presidente
Sandra Valéria Limonta Rosa (UFG) 2ª tesoureira
Suely Miranda Cavalcante Bastos (UEG)
Vice-presidente
José Carlos Libâneo (PUC Goiás) Conselho Fiscal
Titulares: Renato Barros de Almeida (PUC
1ª secretária Goiás), Eliane Gonçalves Costa Anderi (UEG),
Denise Silva Araújo (UFG) Mirza Seabra Toschi (UEG)
ISBN: 978-85-69818-35-9
CDU:37.016
DIREITOS RESERVADOS
PARTE I
Análise do impacto das orientações dos organismos internacionais
nas políticas educacionais, na formação docente e no trabalho dos
professores
Introdução
2 Entre tantos autores favoráveis a essa associação ideológica, ver: SCRUTON, Roger. O que é o
conservadorismo. São Paulo: Realizações Editora, 2015.
IMPACTO DE POLÍTICAS TRANSNACIONAIS NA ESCOLA E NO TRABALHO DOCENTE 33
Considerações finais
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Tem uma coisa [sic] que eu acho forte nisso, porque são mo-
delos prontos. Tudo o que está acontecendo aqui em Goiás, já
aconteceu fora do país, principalmente em Nova York, acon-
teceu lá, em São Paulo e no Espírito Santo também. Eu vejo
isso de forma positiva, eu acho que a mudança incomoda,
eu concordo com a postura da Secretaria, com a forma dessa
implantação [...]. A ideia é boa, ele (Secretário da Educação)
está trabalhando naquilo que ele prometeu e já funcionou, o
modelo está pronto, a receitinha do bolo, e só você ir lá bater
tudo e colocar no forno, porque se deu certo em outros luga-
res vai dar certo aqui (Entrevista 01: Colégio A, realizada em
08/04/2013).
ORGANISMOS INTERNACIONAIS E POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO: REPERCUSSÕES NA 63
ESCOLA E NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Esse Pacto pela Educação está voltado para quê? Para que o
aluno tenha maior aprendizado? Era pra ser assim, eu estou
observando que no decorrer do tempo nós estamos fazendo
o que Skinner fazia com os cachorros (sic), treinando esses
alunos a sair bem no IDEB, a fazer a prova do IDEB. O que
eu vi até agora em reuniões, não estamos preparando o aluno
para o aprendizado, mas para ele sair bem na prova não só do
IDEB, como do Enem. Eu estou preparando o aluno para o
IDEB, é um cursinho entre aspas, voltado para o IDEB (En-
68 José Carlos Libâneo, Simônia Peres da Silva
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Introdução
das décadas de 1970, 1980 e 1990, uma vez que, dentro do projeto maior
de formação para a empregabilidade, o professor se constitui num re-
curso da mais elevada importância. É a partir dele que são transmitidas
as novas formas de compreensão do mundo adequadas aos interesses
do capital. No entanto, há uma peculiaridade no trabalho docente que
revela a contradição interna do projeto de educação do educador pro-
posto pelo capital:
Considerações finais
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95
Introdução
mudaram de caminho várias vezes2 e, então, pode ser que sejamos ca-
pazes de criar outros caminhos para a vida coletiva. Esse capítulo está
organizado em torno dos títulos: 1) projeto da modernidade e o cami-
nho do capitalismo; 2) dinâmica histórica da desigualdade e da concen-
tração de renda e riqueza; 3) educação, sociedade e democracia; 4) crise
da modernidade e crises universitárias; 5) complexidade e reforma da
universidade.
2 Coletores, caçadores e, agricultores organizados em sistema feudal, sistema capitalista, sistema socialista.
3 Vale recordar que, ao longo da história da humanidade, vários foram os acontecimentos não previstos
que ocorreram, e outros considerados improváveis também vieram a ocorrer. Então, não seria impossível
mudar o curso do capitalismo, ou quem sabe seja possível minimizar seus impactos e suas inter-retroações
econômicas, sociais, tecnológicas, científicas e formativas. E a educação poderia ter papel importante
neste sentido.
MUDAR O ATUAL CAMINHO DO CAPITALISMO É CADA VEZ MAIS IMPROVÁVEL, PORÉM 97
NÃO É IMPOSSÍVEL
ciente, sabendo ser uma redução. A complexidade não traz uma solu-
ção, mas um novo problema, e se destaca, junto com a simplificação,
como relações simultaneamente antagônicas e complementares.
A pós-graduação stricto sensu e seus pesquisadores potencialmen-
te podem contribuir neste sentido, pois produzem conhecimentos que
podem ser inspiradores para a criação de outras possibilidades de vida
na Terra-Pátria, de organização institucional, de relações entre univer-
sidade, sociedade e natureza.
Considerações finais
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131
Introdução
dos alunos, dos docentes, das instituições, dos gestores e dos sistemas
escolares (SHIROMA; BRITO NETO, 2015).
A formação de professores, uma questão de Estado, foi assim
transmutada em relevante questão supranacional, discutida em fóruns
internacionais promovidos por OM, agentes de uma governança trans-
nacional. O grande ausente nos debates é o professor. Embora deno-
minado “protagonista da reforma”, o professor e seu trabalho são, ao
inverso, os alvos das políticas concebidas e geridas sem consulta ou
participação. Professores resistem, e os reformadores referem-se a eles
como obstáculos (EVANGELISTA, SHIROMA, 2007), inimigos da pá-
tria. Não podemos cair nessa armadilha que separa os professores dos
alunos, dos pais, deixando ao seu lado os empresários e o governo a
cobrar responsabilidade sobre os resultados.
A perspectiva dialética nos possibilita ver, contraditoriamente, a
outra face da resistência, reconhecendo a positividade que lhe é ineren-
te. Resgatemos, pois, a sua positividade. Resistência denota capacidade
para suportar a fadiga e defender a educação pública contra os ataques
contínuos. Lembramos que resistir também é verbo intransitivo e sig-
nifica conservar-se firme, não sucumbir, não ceder. Concluímos e re-
tomamos o argumento inicial de que reconhecer que esse conjunto de
políticas tem origem no BM não é o fim da linha, assim como não está
decretado o fim do projeto coletivo de educação orientado por e para a
construção de outro projeto de sociedade que supere a barbárie, posto
que, quando se fala de educação e trabalho docente, é disso que se trata.
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151
A CENTRALIDADE DO PROFESSOR NA
AGENDA EDUCACIONAL INTERNACIONAL:
ESTRATÉGIAS DE CONSENSO E
TERCEIRIZAÇÃO
Fabiano Santos
Introdução
tamente, pelo menos não em sua maioria, mas princípios que passaram
a incorporar o discurso político, capazes de produzir consensos sobre a
ineficiência do Estado e a participação da sociedade em atividades antes
de sua exclusividade, causando a falsa impressão de distanciamento en-
tre sociedade civil e sociedade política.
Essa nova concertação econômica e, principalmente, política ga-
nhou espaço a partir dos anos 2000, sob a defesa de um novo mode-
lo de desenvolvimento para o país. Segundo Mattei (2011), a proposta
novo-desenvolvimentista brasileira expressa a tentativa de fortalecer o
Estado e, ao mesmo tempo, o mercado. Seria, segundo ele, uma terceira
proposta de desenvolvimento econômico: nem ortodoxa, nem populis-
ta (nacional-desenvolvimentismo, pautada na industrialização do país
para fortalecer o mercado interno e superar a dependência aos merca-
dos externos).
cia Mundial sobre Educação para Todos, cujo objetivo era satisfazer
as necessidades básicas de aprendizagem, por meio da universalização
da educação fundamental, considerada um entrave para o desenvolvi-
mento do capitalismo (desenvolvimento de capital humano). Dez anos
depois, em 2000, ocorreu o Fórum Mundial de Educação para Todos,
consolidando o movimento Educação para Todos (EPT) como principal
estratégia de articulação entre a mundialização do capital (CHESNAI,
1996) e o desenvolvimento da educação como área estratégica. A prin-
cipal constatação a que se chegou é que, decorridos dez anos desde a
realização da conferência de Jontiem, houve progressos significativos,
especialmente no acesso à educação fundamental. Por outro lado, des-
taca-se que o desafio para os próximos anos é, dentre outros, a aprendi-
zagem e sua qualidade.
Considerando-se que o principal slogan da agenda educacional
para os próximos 15 anos é a qualidade da aprendizagem, o BM declara
o domínio de conteúdo do professor e sua inabilidade em conduzir as
atividades de classe como um entrave. Apresentando como sinônimo de
aprendizagem o conceito de instrução, revelando seu sentido pragmá-
tico, mostra-se que bons professores são aqueles hábeis em não desper-
diçar tempo com atividades desvinculadas à instrução. Nessa constata-
ção, eles excluem qualquer tipo de ação que não seja a instrução, como
correção de tarefas, considerada perda de tempo. Não ponderam, neste
caso, que o feedback proporcionado durante a correção de uma tarefa é
fundamental para a consolidação de conceitos já apreendidos.
3 O modelo de charter school faz parte de um projeto comandado pela Fundação Itaú Social no estado
de Pernambuco e está em estudo para implementação nos estados de Goiás e do Pará. A experiência
visa fortalecer as parcerias público-privadas, já que o estado cede a administração de suas escolas para
a iniciativa privada. Estudos mostram que essa experiência não tem apresentado os efeitos esperados
nos Estados Unidos, onde foi inicialmente criada (KRAWKZYK, 2005). As avaliações de desempenho
indicam que as escolas não conveniadas apresentam resultados tão bons quanto as escolas charters,
desafiando os prognósticos que apontavam a melhoria da qualidade do ensino quando houvesse a
participação da iniciativa privada.
A CENTRALIDADE DO PROFESSOR NA AGENDA EDUCACIONAL INTERNACIONAL: 171
ESTRATÉGIAS DE CONSENSO E TERCEIRIZAÇÃO
Considerações finais
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Introdução
C onsideramos que não é possível tratar esse tema sem que se façam
referências aos condicionantes macropolíticos apresentados e de-
fendidos por organismos internacionais, quer os originários dos países
europeus, quer os relativos às constantes novas agendas para a América
Latina, inclusive porque está ao abrigo do tema geral do evento. Para
tanto, nos valhamos de alguns escritos de colegas brasileiros e latino
-americanos e alguns autores europeus. Dentre eles, podem ser cita-
dos: Soares (1995); De Tommasi (1995); Torres (1995, 1998); Coraggio
(1995); Warde (1995); Apple (1996); Bourdieu (1998); Vaillant (2008);
Shiroma, Moraes e Evangelista (2011) e Evangelista (2014). Estão em
foco, nesses trabalhos, diversas questões das políticas educacionais bra-
sileiras, dentre as quais a que é aqui tratada: a formação de professores
e as implicações para a educação básica. A retomada de tais autores se
justifica por estarmos tratando de tema mais específico, porém, sob a
mesma matriz econômica neoliberal que se transformou em política
internacional, incluindo as várias políticas educacionais mundiais. No
Brasil, em várias áreas além da educação, desde a década de 1940, foram
176 Alda Junqueira Marin
Sobre os considerandos
Sobre o capítulo I
Sobre o capítulo II
Capítulo III
Capítulo V
Capítulo VI
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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dronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Porto Alegre: Sulina, 2011.
Introdução
1 Essa Comissão foi recomposta várias vezes (2007, 20080, 2009, 2010, 2012, 2014).
194 Denise Silva Araújo (UFG)
6 Essa meta também se refere à formação continuada dos profissionais não docentes que atuam na educação
básica, assegurada pela nova redação da LDB/1996.
204 Denise Silva Araújo (UFG)
7 Carga horária já aprovada pela Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006 (BRASIL, 2006), que
institui as DCNs para o curso de graduação em Pedagogia, para os cursos dessa área. Este aumento
da carga horária tem gerado inúmeras polêmicas nas instituições que oferecem cursos noturnos de
licenciatura, devido à dificuldade de cumpri-las com a qualidade necessária.
214 Denise Silva Araújo (UFG)
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Gilda Cardoso de. Constituição, federação e propostas para o novo Pla-
no Nacional de Educação: análise das propostas de organização nacional da educa-
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1 Sobre a relação entre avaliação da aprendizagem e de larga escala, ver: blog luckesi.blogspot.com, artigos
03, 81.
228 Cipriano Carlos Luckesi
2 Sobre avaliação em educação, ver: blog luckesi.blogspot.com, artigos 22, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 50,
69, 87.
AVALIAÇÃO DE LARGA ESCALA EM EDUCAÇÃO NO BRASIL 231
Avaliação da aprendizagem3
3 Sobre avaliação da aprendizagem, ver: blog luckesi.blospot.com, artigos 03, 16, 18, 19, 20, 46, 48, 49,
54, 57, 58, 59, 71.
AVALIAÇÃO DE LARGA ESCALA EM EDUCAÇÃO NO BRASIL 233
após ter passado pela experiência de um teste escolar, “Como foi o tes-
te no dia de hoje?”, a resposta invariável será: “Professor ensinou uma
coisa e perguntou outra”; “Ensinou fácil e perguntou difícil”; “Ensinou
simples e perguntou complexo”.
Frequentemente não nos servimos dos instrumentos de coleta
de dados para, exclusivamente, coletar dados sobre o desempenho do
nosso educando. Sempre temos objetivos diversos: disciplinar, demons-
trando que somos muito exigentes, treinar nossos educandos para as
futuras provas em concursos etc. O uso desses instrumentos com objeti-
vos externos à coleta de dados para a avaliação conduz a distorções seja
na elaboração, na aplicação, assim como na correção dos instrumentos
de coleta de dados para a avaliação.
Então, na prática da avaliação da aprendizagem, importa alguns
cuidados. O primeiro deles é ter claro o conteúdo curricular a ser ensi-
nado e que, efetivamente, fora ensinado, à medida que ele deverá servir
de parâmetro de qualidade para ajuizar a aprendizagem dos educandos
como satisfatória ou insatisfatória.
O segundo ponto fundamental tem a ver com o planejamento do
ensino. O plano de aula, ou os planos de aula relativos a um determina-
do conteúdo, deverá ou deverão, conforme for o caso, traduzir o currí-
culo. O currículo é o parâmetro geral para a qualificação dos resultados
da aprendizagem, por isso está na base de todo processo de avaliação,
incluindo a coleta de dados sobre o desempenho do educando.
Em terceiro lugar, importa saber se os determinados conteúdos
foram ensinados e a forma como foram ensinados e aprendidos pelos
estudantes. Com esses parâmetros em mãos e tendo realizado uma prá-
tica pedagógica efetiva e adequada, o educador, no papel de avaliador,
vai elaborar os instrumentos de coleta de dados4.
Esses dados devem ser elaborados, tendo por base, minimamente,
as seguintes características metodológicas: sistematicidade − cobrir to-
dos os conteúdos essenciais ensinados, nem mais nem menos que isso;
4 Sobre coleta de dados para a avaliação da aprendizagem, ver: blog luckesi.blogspot.com, artigos 11,12, 13,
14, 15, 53, 72.
236 Cipriano Carlos Luckesi
5 Sobre avaliação de larga escala, ver, no blog luckesi.blospot.com, os artigos com os seguintes números
--- 23, 32, 33, 35, 38, 39, 40, 74.
238 Cipriano Carlos Luckesi
razões. Se ele não está sendo eficiente, cabe investigar que condições e
que práticas do sistema estão presentes e/ou mediadas pelas instâncias
que realizam a tarefa de ensinar e não estão sendo eficientes.
Então, a avaliação de larga escala em educação − que, no Brasil, se
expressa pelo Saeb, Ana, Prova Brasil, Enem, Enade, Ideb e outras prá-
ticas − oferece base ao sistema de ensino para que este tome decisões de
como atuar de forma mais adequada para que a educação no país atinja
seus objetivos; isto é, que os educandos aprendam e se formem como
sujeitos e como cidadãos.
Já existem estados, municípios, instituições e mesmo professores
individuais que se servem dos resultados das avaliações de larga escala
como subsidiários de novas decisões em busca de atingir objetivos de-
sejados. Infelizmente, por vezes os resultados dessas avaliações têm sido
utilizados para premiar ou castigar, seja instituições ou profissionais. No
entanto, essa é uma decisão que não pertence à avaliação e ao avaliador,
mas ao gestor. Quem decide usar os resultados da avaliação para essas
finalidades é gestor, como ele também decidirá sobre utilizar seus re-
sultados para promover melhorias que, a meu ver, seria a única função
verdadeira das práticas avaliativas.
Premiar ou castigar não é função do ato de avaliar, desde que a
avaliação não decida nada; ela revela a qualidade da realidade e, a partir
dessa revelação, o gestor deve decidir o que fazer. A ação pertence ao
gestor, não ao avaliador. O avaliador é um investigador da qualidade da
realidade, e o gestor, com base nos resultados dessa investigação, decide
o que fazer.
Em síntese, como na aprendizagem, a avaliação de larga escala é
um dos recursos fundamentais para tornar o sistema de ensino eficiente.
Vale a pena sinalizar que, aqui e acolá, temos uma distorção no que se
refere à avaliação de larga escala. As instituições − por variadas razões
sociais, financeiras ou de mercado − desejam alcançar boas notas nas
classificações decorrentes das avaliações de larga escala relativas ao seu
desempenho; então, passam a realizar atividades de treinamento dos es-
tudantes “para fazerem boas provas”.
AVALIAÇÃO DE LARGA ESCALA EM EDUCAÇÃO NO BRASIL 239
Considerações finais
Compartilhando conhecimentos e
esperanças: Doze anos de pesquisa e
formação nos Edipes
243
Introdução
Considerações finais
REFERÊNCIAS
______. Lei Darcy Ribeiro (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei
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SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia (Orgs.). Figuras e
Formas. (Matemática de 0 a 6 anos) Porto Alegre: Artmed, 2003.
Introdução
medida utilizada pela Reforma de Nova York “poderia ser discutida para
o enfrentamento da escassez de docentes na rede pública do País, tais
como as vias alternativas de contratação de professores” (p. 78). A Fun-
dação enumera algumas dessas vias alternativas: contratação de profis-
sionais liberais como docentes; aproveitamento emergencial de alunos
de licenciatura e recém-graduados, sem licenciatura, como docentes, e
contratação de professores estrangeiros em disciplinas determinadas. O
documento esclarece que seria outra versão da experiência bem-sucedi-
da de alguns estados na contratação de profissionais estrangeiros da área
de saúde para atendimento direto à população.
Percebe-se que a ideia é aumentar o contingente de diretores com
formação rápida, aligeirada e com foco nas competências práticas, re-
crutando-os entre os professores recém-formados, com pouca experi-
ência, por meio de contratos precários e que fogem aos critérios acorda-
dos com os sindicatos, nas escolas consideradas as mais problemáticas
da rede e em bairros mais carentes. Dentre as ações de implementação,
destaca-se o Ciclo de Debates: Gestão Educacional, realizado em 2012
pela Superintendência de Programas Educacionais Especiais em parce-
ria com a Fundação Itaú Social, que contou com a presença de Irma
Zardoya, presidente da Academia de Lideranças de Nova York.
De acordo com o relatório da Controladoria Geral do Estado de
Goiás (CGE-GO), referente ao exercício de 2012, a ação da Secretaria
de Educação de Criação e Implementação da Academia de Liderança
teve duas realizações: seminário sobre liderança (Ciclo de Debates Ges-
tão Educacional − Formação de Lideranças para a Gestão Escolar) e
consultoria para definição de competências e mapeamento de talentos
(em execução). As duas ações foram em parceria com a Fundação Itaú
Social.
As metas gerais desse pilar são garantir que toda criança seja ple-
namente alfabetizada até os 7 anos e atingir a proficiência adequada dos
REFORMA EDUCACIONAL GOIANA: O PACTO PELA EDUCAÇÃO 267
Considerações finais
REFERÊNCIAS
FRIGOTTO, Gaudêncio. Educação e a crise do capitalismo real. 3. ed. São Paulo: Cor-
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grama de Estudos de Pós Graduação em Educação: História e Filosofia da Educação
da PUC-SP, 1998.
PRODUÇÕES DO GT 6 – EDUCAÇÃO
FÍSICA E REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO
DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO
ESTÁGIO SUPERVISIONADO: POLÍTICAS DE
ESTÁGIO REALÇADAS PELA PERMANENTE
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO SISTEMA
DO CAPITAL
Introdução
1ª parte
Breve análise de alguns trabalhos no GT-06 Educação Física:
do que tratam e o que apontam como limites, desafios e possibilida-
des de avanços
Para fugir das ciladas do fenômeno que Miranda (2005 e 2009) re-
vela, mostra-se como urgente a construção de frentes de compreensão,
1 Ressaltamos que a escola é apenas um dos espaços sociais que forma o indivíduo nessa sociedade, mas
enfatizamo-la no texto em função da condição estrutural e das formalidades existentes na transmissão do
conhecimento, que interfere tanto para a reprodução social quanto para a emancipação.
2 Relativo à disposição para convívio em sociedade (MIRANDA, 2009).
298 Sérgio de Almeida Moura
Para que o processo formativo possa com êxito cumprir seu obje-
tivo sociopolítico e pedagógico, o entendimento que os autores/pesqui-
sadores do trabalho em questão apresentam é bastante elucidativo, pois:
2ª parte
A formação de professores de Educação Física, o estágio e os
impactos das políticas marcadas pelos desdobramentos da reestrutu-
ração produtiva do capital financeiro
Considerações finais
6 “Só, na verdade, quem pensa certo, mesmo que, às vezes, pense errado, é quem pode ensinar a pensar
certo.” (FREIRE, 2007, p. 27).
PRODUÇÕES DO GT 6 – EDUCAÇÃO FÍSICA E REFLEXÕES SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE 309
PROFESSORES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO: POLÍTICAS DE ESTÁGIO REALÇADAS PELA PERMANENTE
REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA DO SISTEMA DO CAPITAL
REFERÊNCIAS
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311
Introdução
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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322 Márcio Penna Corte Real, Rousejanny da Silva Ferreira
Introdução
Para Veiga (1998), o PPP dever ser visto como uma ação coletiva
e, portanto, elaborado como um documento norteador para as ações das
pessoas que estão envolvidas no fazer pedagógico. No entanto, as ações
previstas no documento deveriam servir também como uma estratégia
de apresentação de propostas pedagógicas, com o intuito de apoderar
e empoderar os professores para um posicionamento político, a fim de
exercer práticas sociais. Ao assumir essa postura, o aluno/professor pas-
saria a se observar como um cidadão no espaço escolar e na vida. Essa
percepção vai ao encontro da proposta de aliar teoria à prática, prevista
pela LDB, e seu desdobramento nos documentos oficiais, como os PCN.
1 Nós autoras somos conscientes do movimento de valorização dos direitos das mulheres e nos
posicionamos favoravelmente ao reconhecimento e à explicitação das identidades e dos valores da
feminilidade na escrita. Utilizaremos, porém, neste capítulo, o padrão tradicional da Língua Portuguesa
de uso do coletivo masculino, como forma de tornar o texto mais fluido.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE 325
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Considerações finais
REFERÊNCIAS
CELANI, M. A. A. Não há uma receita no ensino da língua inglesa. Revista Nova Es-
cola, Ed. 222, p. ?, 2009.
O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E OS DESAFIOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE 339
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Introdução
a) divulgação das TIC e seu uso como uma forma de reflexo so-
bre o acesso ao conhecimento; b) desenvolvimento adequado
346 Natalia Carvalhaes de Oliveira, Eude de Sousa Campos, Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar
to que sua simples inserção no ambiente escolar basta para sanar a pro-
ximidade entre o conhecimento e o sujeito. É necessário, sobretudo, re-
fletir sobre os elementos que interferem na qualidade do processo edu-
cativo. Tardif e Lessard (2005) destacam que o primordial da atividade
do professor consiste nas interações estabelecidas com os alunos e, nesta
direção, ressaltam que ensinar implica a ação para o fazer significativo
e que seja compartilhado por meio das interações pedagógicas. Neste
sentido, o saber construído e reconstruído pelo sujeito encontra nas TIC
uma possibilidade de fomentar o interesse em aprender e desenvolver
a curiosidade epistemológica. Para Echalar, Peixoto e Carvalho (2015):
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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sos para se tornar um professor reflexivo. Educ. e Soc., Campinas, v. 22, n. 74, p. 251-283, 2001.
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TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas. Petrópolis: Vozes, 2005.
O ATENDIMENTO EDUCACONAL
ESPECIALIZADO NA REDE ESTADUAL DE
EDUCAÇÃO DE GOIÁS
Introdução
ÁS, 2014) preconizam que os profissionais que atuam com o AEE tra-
balhem de maneira interdisciplinar e itinerante, atuando nas escolas da
rede estadual e nos CAEE. A meta é contribuir com o processo de en-
sino-aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, altas habilidades/superdotação, além de necessidades
educacionais especiais1. É também de responsabilidade da equipe rea-
lizar palestras e formação continuada para os profissionais que atuam
com os sujeitos-alvo da política de inclusão, bem como acompanhar e
orientar os familiares, e encaminhar, quando necessário, para atendi-
mentos específicos na área da saúde, assistência social, dentre outros.
O atendimento realizado pela Seduce, referente ao AEE, se desta-
ca em cinco áreas diferentes:
O professor de AEE que atua nas SRM instaladas dentro das esco-
las regulares tem como orientação o trabalho com todas as áreas de co-
nhecimento, prestando suporte ao professor da sala regular e assistindo
os alunos que necessitem de apoio.
Para auxiliar aos alunos, as SRM contam com o imobiliário
próprio para a realização dos atendimentos dentro dos CAEE. As
salas são classificadas em dois tipos: Tipo I e Tipo II. As salas com a
classificação Tipo II (Quadro 2) possuem todo o equipamento ofer-
tado para as salas Tipo I (Quadro 1), acrescentadas de recursos para
a alunos com deficiência visual (pessoas com cegueira ou baixa vi-
são).
O ATENDIMENTO EDUCACONAL ESPECIALIZADO NA REDE ESTADUAL DE EDUCAÇÃO 375
DE GOIÁS
QUADRO 1
Sala de recursos multifuncionais Tipo 1
QUADRO 2
Sala de recursos multifuncionais Tipo 2
Agradecimentos
REFERÊNCIAS
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