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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA - UNIALFA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

ALLINE COSTA DE MOURA MELO

A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL

GOIÂNIA

MARÇO DE 2020
Aluna: Alline Costa de Moura Melo

Disciplina: Direito Processual do Trabalho

Profº: Renato Ribeiro

A (IN)CONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL

A Constituição Federal da República, em seu artigo 8º, prevê a livre associação


profissional ou sindical, sendo vedada a criação de mais de uma organização
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial.

Além disso, em seu inciso IV, do mencionado artigo, há a previsão sobre a


contribuição obrigatória para o custeio do sistema confederativo da representação
sindical da respectiva categoria profissional. In vesbis:

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado
o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,


representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será
definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área
de um Município;

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,


será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; (...)

Com a Reforma Trabalhista de 2017, a contribuição sindical, tratada nos artigos


578 e 610 pela CLT, tornou-se voluntária, passível de desconto em folha somente após
prévia e expressa autorização do participante da categoria profissional ou econômica.

Em decorrência disto, houveram 19 ações diretas de inconstitucionalidade,


apensadas na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.794, julgada pelo Supremo
Tribunal Federal nos dias 28 e 29 de junho de 2018.
Em voto, o Ministro Edson Fachin argumentou que “o regime sindical
estabelecido pela Constituição Federal está sustentado por 3 pilares fundamentais: a
unicidade sindical (art. 8º, II, da CRFB), a representatividade compulsória (art. 8º, III,
da CRFB) e a contribuição sindical (art. 8º, IV, parte final, da CRFB)”.

E afirmou que, ao desestabilizar este tripé, consequentemente, se desestabiliza


todo o regime sindical, e, portanto, alterar o sistema de contribuição de forma isolada
não é uma medida de interesse social. Concluiu a decisão:

Sem o pluarlismo sindical, e a persistência de representação obrigatória de toda a


categoria por parte dos sindicatos, a facultatividade da contribuição destinada ao custeio
dessas entidades pode se tornar um instrumento de obnubilação do direito à
sindicalização, que, inequivocamente reconhecido pelo constituinte de 1988, não
poderia ser restringido, a esse ponto de atingir-se seu núcleo essencial […].

Além disso, o relator ressaltou sobre a relação de dependência entre a unicidade


e a contribuição sindical obrigatória, sendo que tal sistema contempla paralelamente o
princípio da liberdade sindical e os elementos oriundos do autoritarismo presente na
história brasileira, que mitigam essa liberdade, nos termos do artigo 8º da Constituição
Federal.

É importante ressaltar que a contribuição sindical não se limita apenas às


funções previstas no artigo 592 da CLT, como por exemplo, assistência técnica,
jurídica, médica e hospitalar. Destina-se também para auxiliar algumas funções
exercidas no Ministério do Trabalho e Previdência Social.

Ademais, parte da verba é destinada ao custeio e manutenção de atividades


voltadas a segurança do trabalhador.

O Ministro Fachin enfatizou também que, segundo o antigo artigo 589 da CLT,
20% do valor arrecadado pela contribuição sindical obrigatória tinha destinação à Conta
Especial Emprego e Salário (FAT), constituindo, assim, receita pública.

Logo, pela natureza tributária da contribuição e da destinação de parte aos cofres


públicos, a mudança legislativa infraconstitucional causaria um grande impacto
orçamentário, e tal sistema ficaria completamente desestruturado, resultando na
insatisfação de uma gama de direitos fundamentais sociais elencados na Constituição
Federal.
Em divergência ao voto de Fachin, o Min. Luís Fux afastou a existência de
obrigatoriedade constitucional a partir do artigo 8º, inciso IV da Constituição Federal,
afirmou que é atribuição do legislador estabelecer a contribuição legal, não devendo
impor comando que defina a presença de compulsoriedade.

Argumentou também que, a liberdade de associação sindical é completamente


incompatível e incoerente com a obrigatoriedade imposta a toda a categoria de
pagamento da contribuição, que englobam associados e não associados. (FUX, 2018)

Segundo a Doutrina Majoritária, a liberdade sindical é compreendida como


liberdade de associação, de organização, de administração (a partir das ideias básicas de
democracia interna e autarquia externa), e de filiação e desfiliação.

Tal liberdade se dá em 2 níveis, primeiramente, em relação à liberdade do


sindicato em relação ao Estado, e em segundo lugar, sobre a centralidade da liberdade
do trabalhador em relação ao sindicato, ou seja, a liberdade de se associar ou não. Sendo
tais avanços, uma caminhada rumo à concretização da liberdade sindical.

Resumidamente, o conceito de liberdade sindical está além da liberdade de


associar-se ou não, incluindo também, a faculdade de contribuir monetariamente ou não
com os sindicatos.

O Min. Fux também afirmou sobre a incompatibilidade da contribuição sindical


obrigatória imposta a toda a categoria com a liberdade de expressão. Uma vez que os
sindicatos adotam posicionamentos políticos, que podem divergir dos integrantes da
categoria, havendo mais um problema na imposição afastada pela Reforma Trabalhista.
(FUX, 2018).

Sendo assim, o Princípio da Liberdade Sindical só pode ser compatível com a


ausência de obrigatoriedade na contribuição sindical, pois embora seja de caráter
tributário, não abastece os cofres públicos, mas sim, os sindicatos. E em relação a
unidade, prevalece o artigo 8º da Constituição Federal, sendo livre a associação
profissional ou sindical.

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