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ESACS

Escola Secundária Alfredo da Cruz Silva

M AT E M ÁT I C A 1 1
C ONTEÚDO

1 Polinómios 5
1.1 Polinómios numa variável 5
1.2 Operações com Polinómios 6
1.3 Polinómio Nulo. Polinómios Idênticos 7
1.4 Divisão Inteira de Polinómios 7
1.5 Teorema do resto 13
1.6 Decomposição de um polinómio de grau superior ao primeiro 16
1.7 Construção de polinómios a partir de suas raízes 18

2 Expressões Algébricas 21
2.1 Definição. Classificação de expressões algébricas 21
2.2 Domínio de uma expressão algébrica 22
2.3 Frações Algébricas 24
2.4 Frações algébricas equivalentes 26
2.5 Simplificação de frações algébricas 27
2.6 Operações com Fracções algébricas 29

3 Equações 35
3.1 Generalidades 35
3.2 Equação biquadrada 36
3.3 Equações fracionárias 38
3.4 Equações modulares 42
3.5 Equações Irracionais 45

4 Inequações 49
4.1 Inequações inteiras 49
4.2 Inequações fracionárias 51
4.3 Inequações modulares 53
4

5 Funções 61
5.1 Revisão do conceito de função 61
5.2 Zeros e sinal de uma função 62
5.3 Paridade de funções 65
5.4 Operações com funções 65
5.5 Função composta de duas funções 68
5.6 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas 70
5.7 Função inversa 70

6 Trigonometria 73
6.1 Trigonometria no triangulo retângulo 74
6.2 Resolução de triângulos quaisquer 76
6.3 Ângulos orientados 78
6.4 Generalização da noção de ângulo 79
6.5 Medida de um ângulo 80
6.6 Razões trigonométricas de ângulos especiais 82
6.7 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer 83
6.8 Redução ao 1º quadrante 87
6.9 Equações trigonométricas 91
6.10Funções trigonométricas 96
1 P OLINÓMIOS

1.1 Polinómios numa variável

Definição: Um polinómio na variável x, P( x ), de grau n é toda a


expressão do tipo

P ( x ) = a n x n + a n −1 x n −1 + . . . + a 1 x + a 0

onde:

• a0 , a1 , . . . , an−1 , an ∈ R;

• n ∈ N0 .

Nessa expressão, an x n , an−1 x n−1 , . . ., a1 x, e a0 são os termos do polinómio.


Repare que se an for nulo, o polinómio não será de grau n. O termo a0 é
chamado o termo independente e o termo de maior grau (an x n ) é o termo
dominante.

Dizemos que o polinómio está na forma canónica se não tiver termos


semelhantes e os termos estão escritos por ordem decrescente dos seus
expoentes, da esquerda para a direita.

Exemplo 1.1.1 Decida quais das expressões são polinómios. As que


são escreva-os na forma canónica e indique o seu grau.
1
(a) H ( x ) = x4 − x2 + 3; (c) F ( x ) = 5x2 + 3x −1 − x;
4

(b) G ( x ) = 7x − 3 + πx2 ; (d) K ( x ) = x + 2x − 0.6x x .

Resolução Quebra de linha

(a) A expressão H ( x ) é um polinómio já escrito na forma canónica e tem


grau 4;

(b) A expressão√G ( x ) é um polinómio, sua forma canónica será G ( x ) =


πx2 + 7x − 3. É um polinómio do segundo grau;

(c) F ( x ) não é um polinómio porque o 3x −1 não tem expoente natural;

(d) A expressão K ( x ) não um polinómio porque 2x tem uma variável como


expoente.
6

1.2 Operações com Polinómios

1.2.1 Adição e Subtração de Polinómios

Exemplo 1.2.1 Considerem-se os polinómios A( x ) = −2x2 + 3x − 1


e B( x ) = −5x2 − 2x + 3. Calcule e escreva o resultado na forma
reduzida e ordenada:

(a) A ( x ) + B ( x )

(b) A ( x ) − B ( x )
1. Considere os polinómios
Resolução Quebra de linha A( x ) = x2 − 1
x3
(a) Dispomos os cálculo da seguinte forma: B( x ) =
3
+ 3x + 1

Calcule, apresentando o resultado na


A( x ) + B( x ) = (−2x2 + 3x − 1) + (−5x2 − 2x + 3) forma de polinómio reduzido e orde-
= −2x2 + 3x − 1 − 5x2 − 2x + 3 nado.

(a) A( x ) + B( x )
= −2x2 − 5x2 + 3x − 2x + 3 − 1
(b) A( x ) − C ( x )
= −7x2 + x + 2
2. [label=ex:wavefunctions2] Considere
o polinómios
(b) Calculemos agora A( x ) − B( x ):
A( x ) = −2x2 + 3x − 1
e
A( x ) − B( x ) = (−2x2 + 3x − 1) − (−5x2 − 2x + 3) B ( x ) = ( x − 2)2 .
Determine o polinómio C ( x ) tal que
= −2x2 + 3x − 1 + 5x2 + 2x − 3
A ( x ) − C ( x ) = B ( x ).
= −2x2 + 5x2 + 3x + 2x − 3 − 1
= 3x2 + 5x − 4

Nota: Para adicionar dois Polinómios, adicionam-se os termos semelhantes.


O grau da soma de dois polinómios nunca pode exceder ao grau das
parcelas, ou seja, se P( x ) e Q( x ) são dois polinómios, tem-se
grau[ P( x ) ± Q( x )] ≤ max{ grauP( x ), grauQ( x )}.

1.2.2 Multiplicação de Polinómios

Exemplo 1.2.2 Consider os polinómios

C ( x ) = x2 + x + 2 e D ( x ) = 3 + 2x.

Calcule e simplifique C ( x ) · D ( x ).

Resolução Quebra de linha

C(x) · D(x) = ( x2 + x + 2)(3 + 2x )


= 3x2 + 2x3 + 3x + 2x2 + 6 + 4x
= 3x2 + 2x2 + 2x3 + 3x + 4x + 6
= 5x2 + 2x3 + 7x + 6
= 2x3 + 5x2 + 7x + 6.

Nota: O grau do produto de dois polinómios é igual a soma dos graus dos
dois polinómios. Sendo assim, se P( x ) e Q( x ) são polinómios temos
que,
grau[ P( x ) · Q( x )] = grauP( x ) + grauQ( x ).
matemática 11 7

1.3 Polinómio Nulo. Polinómios Idênticos

Nesta secção introduzimos dois conceitos que serão cruciais para resolver-
mos problemas a partir de agora. Comecemos pelo conceito de polinómio
nulo.

Definição: Quando todos os termos de um polinómio são nulos, diz-


se que se trata dum polinómio identicamente nulo ou polinómio
nulo. Isso acontece quando todos os seus coeficientes são nulos.
Escreve-se, por exemplo, P( x ) = 0.

Exemplo 1.3.1 Para que valores de a, b e c o polinómio


P( x ) = ax2 + bx + (c + 1) é nulo?
3. Sabe-se que, para todo valor real de
x, ( a − 1) x3 + (2a − b + 3) x2 + (b −
Resolução Quebra de linha c) x + (c − 2d) = 0. Qual é o valor de
Para que P( x ) = 0 é necessário impor a condição de que todos os seus a + b + c + d?
coeficientes sejam nulos, isto é,

 a=0

b=0

 c + 1 = 0 ⇔ c = −1

Definição: Dois polinómios P( x ) e Q( x ) são idênticos quando todos


os coeficientes dos termos semelhantes de P( x ) e de Q( x ) são iguais.
Indicamos P( x ) = Q( x ).

Exemplo 1.3.2 Qual é condição para que ax2 + (b − 1) x + (c + 2) =


−3x2 + 4x − 1?
4. Se P( x ) é um polinómio do 2 grau
tal que P( x )(2x + 3) = 2x3 + x2 − 3x,
Resolução Quebra de linha obtenha:
Os coeficientes dos termos do mesmo grau devem coincidir, isto é,
(a) A expressão de P( x );
(b) P(−4).

 a = −3

b−1 = 4 ⇔ b = 5

 c + 2 = −1 ⇔ c = −3

Deve-se notar que devemos reduzir sempre os polinómios antes de compa-


rar os seus coeficientes.

Nota: Dois polinómios idênticos diferem quando muito na ordem dos


termos, portanto,
x3 + 2x − 1 = 2x − 1 + x3 .

1.4 Divisão Inteira de Polinómios

Sejam dois polinómios, A( x ) como dividendo e B( x ) como divisor, com


B( x ) 6= 0. Dividir A( x ) por B( x ) é determinar dois polinómios: o quociente
Q( x ) e o resto R( x ), tais que:
8

• A( x ) = B( x ) · Q( x ) + R( x )

• grauR( x ) < grauB( x ) ou R( x ) = 0.

1.4.1 Algoritmo da divisão inteira de polinómios

Para a divisão de dois polinómios, segue-se os seguintes passos:

1º Escrevem-se ordenadamente, o dividendo e o divisor, acrescentando os


seu termos nulos;

2º Dividem-se os termos de maior grau do dividendo e do divisor, o


resultado é o termo de maior grau do quociente;

3º Multiplica-se o divisor por este termo, escreve-se o simétrico desse


produto e adiciona-se ao dividendo obtendo assim o resto parcial;

4º Divide-se o termo de maior grau do resto parcial pelo termo de maior


grau do divisor. O resultado é po segundo termo do quociente;

5º Repete-se, em seguida, todo o processo.

O exemplo seguinte apresenta a aplicação desse algoritmo para a divisão


inteira de polinómios, proposto pelo matemático grego Euclides.

Exemplo 1.4.1 Determine o quociente e o resto da divisão de


A( x ) = 6x4 − x3 + 3x2 − x + 1 por B( x ) = 2x2 + x − 3.
5. Calcule o quociente e o resto da divi-
são de:
Resolução Quebra de linha
(a) x3 + x2 − 3x − 3 por x + 1

6x4 − x3 +3x2 −x +1 2x2 + x − 3 (b) −6x3 + 3x2 + 2 por 2x2 + 1

−6x4 −3x3 +9x2 3x2 − 2x + 7 (c) 2x4 + x3 − x2 + x − 1


por x2 + 4x + 3
−4x3 +12x2 −x +1
(d) − x2 + x + x3 por x2 + 1
4x3 +2x2 −6x
14x2 −7x +1
−14x2 −7x +21
−14x +22
(
Q( x ) = 3x2 − 2x + 7
Então:
R( x ) = −14x + 22
Está claro que o grau do resto é inferior ao do divisor. Verifiquemos agora a
primeira condição da definição de divisão de polinómios.
A( x ) = B( x ) · Q( x ) + R( x )
⇔ 6x4 − x3 + 3x2 − x + 1 = (2x2 + x − 3)(3x2 − 2x + 7) − 14x + 22
= 6x4 − 4x3 + 14x2 + 3x3 − 2x2 + 7x − 9x2 + 6x − 21 − 14x + 22
= 6x4 − x3 + 3x2 − x + 1

Nota: O grau do quociente é a diferença entre o grau do dividendo e o


grau do divisor.
O grau do resto é sempre inferior ao grau do divisor.
A divisão termina porque o resto obtido tem grau inferior ao grau do
divisor, ou seja, grauR( x ) < grauB( x ).
matemática 11 9

Exemplo 1.4.2 Efetuemos a divisão de F ( x ) = 3x3 − 14x2 + 23x − 10


por G ( x ) = x2 − 4x + 5.
6. Para que valores de a e b o polinómio
−2x3 + ax + b é divisível por
Resolução Quebra de linha − x2 + 6x − 1?

De acordo com a nota anterior, prevê-se que grauQ( x ) = 3 − 2 = 1 e 7. Dividindo F ( x ) por x2 + x, obtemos
o quociente Q( x ) = x2 − x − 2 e o
grauR( x ) < 2. resto R( x ) = 7x − 1.
Confirmemos.
(a) Obtenha o polinómio F ( x )
(b) Verifique se F ( x ) é divisível por
3x3 −14x2 +23x −10 x2 − 4x + 5
x3 + 2x.
−3x3 +12x2 −15x 3x − 2
−2x2 +8x −10
2x2 −8x +10
0
(
Q( x ) = 3x − 2
Logo:
R( x ) = 0

Nota: Quando o resto da divisão é zero diz-se que o dividendo é divisível


pelo divisor ou que o divisor é factor do dividendo.

1.4.2 Método dos Coeficientes Indeterminados

Este método, também conhecido como Método de Descartes, baseia-se nos


factos seguintes:

(a) grauQ( x ) = grauA( x ) − grauB( x ) (o grau do quociente é igual a dife-


rença entre o grau do dividendo com o grau do divisor);

(b) grauR( x ) < grauB( x ) (ou R( x ) = 0), o que significa que o grau do resto
é inferior ao grau do divisor, a menos que o resto seja um polinómio
nulo.

O método dos coeficientes é aplicado da seguinte forma:

1 Calculam-se grau Q( x ) e grau R( x )

Figura 1.1: René Descartes (1596 - 1650),


2 Constroem-se os polinómios Q( x ) e R( x ) deixando incognitos seus foi um filósofo Francês que trabalhou
com a geometria, incluindo sua aplicação
coeficientes
da álgebra na geometria da qual temos
agora a Geometria Cartesiana.

3 Determinam-se os coeficientes impondo a igualdade

B ( x ) · Q ( x ) + R ( x ) = A ( x ).

Exemplo 1.4.3 Divida A( x ) = 3x4 − 2x3 + 7x + 2 por B( x ) = 3x3 −


2x2 + 4x − 1, usando o método dos coeficientes indeterminados.
10

Resolução Quebra de linha


Temos:
grauQ( x ) = 4 − 3 = 1 ⇒ Q( x ) = ax + b
grauR( x ) < 3 ⇒ grauR( x ) = 2 ⇒ R( x ) = cx2 + dx + e

B( x ) · Q( x ) + R( x ) = A( x ) ⇔ (3x3 − 2x2 + 4x − 1)( ax + b) + (cx2 + dx + e) = 3x4 − 2x3 + 7x + 2


⇔ 3ax4 + 3bx3 − 2ax3 − 2bx2 + 4ax2 + 4bx − ax − b + cx2 + dx + e = 3x4 − 2x3 + 7x + 2
⇔ 3ax4 + (−2a + 3b) x3 + (4a − 2b + c) x2 + (− a + 4b + d) x − b + e = 3x4 − 2x3 + 7x + 2



 3a = 3 ⇔ a = 1
 −2a + 3b = −2 ⇔ −2(1) + 3b = −2 ⇔ b = 0



⇔ 4a − 2b + c = 0 ⇔ 4(1) − 2(0) + c = 0 ⇔ c = −4

 − a + 4b + d = 7 ⇔ −(1) + 4(0) + d = 7 ⇔ d = 8



−b + e = 2 ⇔ −(0) + e = 2 ⇔ e = 2

Q( x ) = x e R( x ) = −4x2 + 8x + 2

A escolha do grau 2 para R( x ) é a melhor opção visto que deixa live


possibilidade desse polinómio ter grau que verifica a condição, isto é, ser
inferior ao grau do divisor.

Exemplo 1.4.4 Use o método dos coeficientes indeterminados para


determinar o quociente e o resto da divisão de F ( x ) = 5x3 + x2 −
10x − 24 por G ( x ) = x − 2

Resolução Quebra de linha


grauQ( x ) = 3 − 1 = 2 ⇒ Q( x ) = ax2 + bx + c
grauR( x ) < 1 ⇒ grauR( x ) = 0 ⇒ R( x ) = d

F ( x ) = G ( x ) · Q( x ) + R( x ) ⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ( x − 2)( ax2 + bx + c) + d


⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ax3 + bx2 + cx − 2ax2 − 2bx − 2c + d
⇔ 5x3 + x2 − 10x − 24 = ax3 + (b − 2a) x2 + (c − 2b) x − 2c + d



 a=5

 b − 2a = 1 ⇔ b − 2(5) = 1 ⇔ b = 11


 c − 2b = −10 ⇔ c − 2(11) = −10 ⇔ c = 12

−2c + d = −24 ⇔ −2(12) + d = −24 ⇔ d = 0

Q( x ) = 5x2 + 11x + 12 e R( x ) = 0

Repare que o facto de se ter escolhido para resto a expressão d não impediu
o polinómio de ser nulo. Nesse caso dizemos que F ( x ) é divisível por
G ( x ).

1.4.3 Divisão de polinómios por x − α. Regra de Ruffini

Vamos agora estudar um caso particular de divisão de polinómios, aquele


em que o divisor é um binómio do 1 grau do tipo x − α sendo α ∈ R.
matemática 11 11

O dividendo A( x ) é um polinómio de grau n (n ≥ 1). Portanto temos que:

• grauQ( x ) = n − 1

• Como o grau do resto é menor que o grau do divisor, devemos ter


grauR( x ) < 1, ou seja grauR( x ) = 0. O resto é um número real inde-
pendente de x.

Este processo fornece o quociente Q( x ) e também o resto r na divisão


de um polinómio A( x ) por x − α.
Seja A( x ) = an x n + an−1 x n−1 + . . . + a1 x + a0 , (an 6= 0).
O quociente Q( x ) dessa divisão é um polinómio de grau n − 1 (pois
grauQ( x ) = grauA( x ) − grau( x − α)) dado por:

Q ( x ) = q n −1 x n −1 + q n −2 x n −2 + . . . + q 1 x + q 0 Figura 1.2: Paolo Ruffini (1765 - 1822),


médico italiano que nas horas vagas de-
O resto é um real r (independent de x). senvolvia trabalhos em teoria de grupo.

Nosso objectivo é determinar o resto da divisão e os coeficientes de Q( x ):


q n −1 , q n −2 , . . . , q 1 , q 0 .
Temos:
A( x ) = ( x − α) Q( x ) + r
isto é

a n x n + a n −1 x n −1 + . . . + a 1 x + a 0 = ( x − α)(qn−1 x n−1 + qn−2 x n−2 + . . . + q1 x + q0 ) + r


= ( q n x n + q n −1 x n −1 + . . . + q 1 x 2 + q 0 x )
− (αqn−1 x n−1 + αqn−2 x n−2 + . . . + αq1 x + αq0 ) + r

Associando os termos semelhantes

an x n + an−1 x n−1 + . . . + a1 x + a0 = qn−1 x n + (qn−2 − αqn−1 ) x n−1 + . . . + (q0 − αq1 ) x + −αq0 + r

Da identidade de polinómios, segue:



 q n −1 = a n

 an−1 = qn−2 − αqn−1 ⇒ qn−2 = an−1 + αqn−1



..

 .




 a1 = q0 − αq1 ⇒ q0 = a1 + αq1
a0 = −αq0 + r ⇒ r = a0 + αq0

A determinação do resto da divisão de A( x ) por x − α e dos coeficientes
de Q( x ) torna-se mais rápida com a aplicação da regra de Ruffini.
Se for
P ( x ) = a n x n + . . . + a2 x 2 + a1 x + a0
a regra de Ruffini assume o seguinte aspecto:

an ... a2 a1 a0

α αq2 αq1 αq0


an ... a2 + αq2 a1 + αq1 a0 + αq0
↓ ↓ ↓ ↓
q n −1 ... q1 q0 r0

onde q0 , q1 , q2 , . . ., qn−1 são os coeficientes do polinómio quociente e r0 é


o resto.
12

Exemplo 1.4.5 Obtenha o quociente e o resto da divisão de A( x ) =


2x4 − 7x2 + 3x − 1 por x − 3

Resolução Quebra de linha


grauA( x ) = 4 ⇒ grauQ( x ) = 3
Dispõem-se numa tabela o coeficientes ordenados. O polinómio tinha que ser
completado, por isso

A( x ) = 2x4 + 0x3 − 7x2 + 3x − 1.

Daí vem

2 0 −7 3 −1

−1 6 18 33 108
2 6 11 36 107
(
Q( x ) = 2x3 + 6x2 + 11x + 36
R( x ) = 107

Exemplo 1.4.6 Obtenha o quociente e o resto da divisão de P( x ) =


x3 + 2x2 − 5x − 6 por x + 1.

Resolução Quebra de linha


Como o grau do dividendo é 3, o grau do Q( x ) será 2.
x + 1 = x − (−1) logo α = −1.
O dispositivo de Ruffini fica assim,

1 2 −5 −6

−1 −1 −1 6
1 1 −6 0
Q( x ) = x2 + x + 6
R( x ) = 0
Como o resto é zero, P( x ) é divisível por ( x + 1).

1.4.4 Divisão de um polinómio por ax + b

Para obter rapidamente o quociente Q( x ) e o resto r da divisão de um


polinómio A( x ), com grauA( x ) ≥ 1, por B( x ) = ax + b onde a 6= 0,
notemos que:
 b
A( x ) = ( ax + b) Q( x ) + r ⇔ A( x ) = x + aQ( x ) +r
a | {z }
Q0 ( x )

do que decorre a seguinte regra prática:


 b
1 Divide-se A( x ) por x + , aplicando a regra de Ruffini;
a
2 Divide-se o quociente encontrado (Q0 ( x )) pelo número a, obtendo Q( x ).
matemática 11 13

Exemplo 1.4.7 Divida F ( x ) = 3x4 − 2x3 + x2 − 7x + 1 por 3x − 5.


8. Use a regra de Ruffini para dividir:
Resolução Quebra de linha (a) 5x4 − 12x3 + x2 − 13 por x + 3
 5 5 2
3x − 5 = 3 x − , portanto consideramos α = e a = 3. (b) 81x5 + 32 por x −
3 3 3
3 −2 1 −7 1 (c) 2x3 + 4x2 + 8x + 16 por 2x + 1
(d) 8x5 + 6x4 + 4x3 + 3x2 − 4x − 3
5 por 4x + 3
5 5 10 5
3
3 3 6 3 6

Q0 ( x ) = 3x3 + 3x2 + 6x + 3
Q0 ( x )

Q( x ) = = x3 + x2 + 2x + 3

3
 R( x ) = 6

Exemplo 1.4.8 Encontre Q( x ) e R( x ) em (− x2 + 5x + 4) ÷ (4 − 2x ).

Resolução Quebra de linha


O grauQ( x ) = 1
α=2 porque 4 − 2x = 0 ⇔ x = 2
a = −2 porque 4 − 2x = −2x + 4
Aplicando a regra de Ruffini vem,

−1 5 4

2 −2 6
−1 3 10
Q0 ( x ) = − x + 3
Q0 ( x ) 1 3
Q( x ) = = x−
−2 2 2
R( x ) = 10

1.5 Teorema do resto

Seja P( x ) um polinómio na variável real x. Designamos por P( a) o valor


que o polinómio toma quando a variável x toma o valor a (em geral diz-se
que P( a) é o valor de P( x ) quando x = a). Assim, por exemplo, se for,

P( x ) = 3x3 − x2 − 4x + 1

tem-se

P(−1) = 3(−1)3 − (−1)2 − 4(−1) + 1


= −3 − 1 + 4 + 1 = 1
Para calcular o resto da divisão de um polinómio P( x ) por um binómio do
tipo ( x − α) pode-se aplicar o teorema do resto.

Theorem 1.5.1 O resto da divisão de um polinómio P( x ) por x − α é


P ( α ).
14

Demonstração: Da divisão de polinómios tem-se:

P( x ) = ( x − α) Q( x ) + r

onde r é uma constante real.


Substituindo x por α, vem:

P(α) = (α − α) Q(α) + r
= 0 · Q(α) + r
= 0+r = r

Logo, o resto é r = P(α) c.q.d

Como consequência direta do teorema podemos enunciar o seguinte,

Theorem 1.5.2 Um polinómio P( x ) é divisível por ( x − α) se e só se


P(α) = 0.

Demonstração: Exercício!

Nota: O teorema anterior, também conhecido como teorema de D’Alembert,


quer dizer que um polinómio P( x ) com grauP( x ) ≥ 1 é divisível por Figura 1.3: Jean le Rond d’Alembert
(1717-1783). Tinha instrução ampla em
x − α se e só se α é uma raiz do polinómio P( x ). Medicina, Direito, Ciência e Matemática.
Foi um dos principais matemáticos da
França. Um de seus trabalhos ficou co-
nhecido como Teorema Fundamental da
Exemplo 1.5.3 Sendo P( x ) = 2x5 − 2x3 + 3x − 7, calcule o resto da Álgebra.
divisão de P( x ) por ( x + 3) usando o teorema do resto.

Resolução Quebra de linha


De acordo com o teorema do resto, o resto r da divisão de P( x ) por x + 3 é
P(−3) porque α = −3 x + 3 = x − (−3)

P(−3) = 2(−3)5 − 2(−3)3 + 3(−3) − 7


= −486 + 54 − 9 − 7 = −448

Logo, o resto da divisão P( x ) por x + 3 é P(−3) = −448

Exemplo 1.5.4 Determine a de modo que o polinómio P( x ) = x5 +


3x + a seja divisível por x + 1.
9. Sabendo que o resto da divisão do
polinómio P( x ) = x2 − 5x + 7 por
Resolução Quebra de linha
x − a é igual a 1, obtenha o valor da
Calcula-se o resto da divisão de P( x ) por x + 1 aplicando o teorema do resto, constante a.
e igual-se o resto a zero.

P(−1) = 0 ⇔ (−1)5 + 3(−1) + a = 0 porque o resto é zero


⇔ −1 − 3 + a = 0
⇔ −4 + a = 0
⇔ a=4

Logo, o resto da divisão de P( x ) por x + 1 é zero se e só se a = 4.


matemática 11 15

Theorem 1.5.5 Sejam a e b constantes quaisquer, com a 6= b. Um po-


linómio P( x ) é divisivel por x − a e por x − b se, e somente se, P( x ) é
divisível pelo produto
( x − a)( x − b).

Exemplo 1.5.6 Para que valores de m e n o polinómio P( x ) = x5 −


mx4 + nx3 − 2x2 + 10x − 12 é divisível por ( x − 2)( x − 3).

10. Obtenha os valores de a e b, sabendo


que o polinómio P( x ) = x3 + ax2 +
bx − 18 é divisível por D ( x ) = x2 − 9.
Resolução Quebra de linha
Pelo Teorema anterior, temos que P( x ) é divisível por ( x − 2)( x − 3) se, e 11. Calcule a e b de modo que −3 e 0
sejam respetivamente, os restos da
somente se, P( x ) é divisível por x − 2 e por x − 3. Assim pelo Teorema do divisão de P( x ) por x − 2 e e x + 1.
Resto devemos ter:
( (
P (2) = 0 25 − m · 24 + n · 23 − 2 · 22 + 10 · 2 − 12 = 0

P (3) = 0 35 − m · 34 + n · 33 − 2 · 32 + 10 · 3 − 12 = 0
( (
32 − 16m + 8n − 8 + 20 − 12 = 0 16m − 8n = 32
⇔ ⇔
243 − 81m + 27n − 18 + 30 − 12 = 0 81m − 27n = 243
(
m=5

n=6

1.5.1 Zeros de um polinómio e sua multiplicidade

Definição: Diz-se que α é um zero ou uma raiz de um polinómio


P( x ) se e só se P(α) = 0.

Exemplo 1.5.7 Mostre que o número 2 é raiz do polinómio


P( x ) = x3 − 5x2 + 3x + 6.

12. Determine as raízes de cada um dos


seguintes polinómios:

Resolução Quebra de linha (a) P( x ) = 3x2 − 2x − 1


De acordo com a definição, calculamos P(2) obtendo, (b) P( x ) = x2 + 1
(c) P( x ) = ( x2 − 9)( x2 + 1)
P (2) = 23 − 5 · 22 + 3 · 2 + 6 (d) P( x ) = x3 − 5x2 + 6x
= 8−5·4+6+6 (e) P( x ) = ( x2 − 7x + 12)38

= 8 − 20 + 12 = 0 c.q.m.

Definição: Diz-se que α é uma raiz de multiplicidade k, para P( x )


sse P( x ) é divisível por ( x − α)k , k ∈ N.
16

Exemplo 1.5.8

• Se F ( x ) = ( x − 4)( x − 4)( x − 4), diz-se que o zero 4 tem multiplici-


dade três.

• Se F ( x ) = ( x + 2)5 , diz-se que o zero (−2) tem multiplicidade


cinco.

• Se F ( x ) = ( x − 3)( x − 7)4 , diz-se que o zero 3 tem multiplicidade


um e o resto 7 tem multiplicidade quatro.

Exemplo 1.5.9 Investigue qual a multiplicidade do zero 2 do polinó-


mio
P( x ) = x4 − x3 − 6x2 + 4x + 8.
13. Mostre que 1 é um raiz de A( x ) =
x4 − 7x3 + 15x2 − 13x + 4 e deter-
Resolução Quebra de linha mine a sua multiplicidade.
Se 2 é zero do polinómio, então é divisível por x − 2 e, aplicando sucessiva-
14. Mostre que o número 2 é raiz tripla
mente a regra de Ruffini: da equação x5 − 6x4 + 11x3 − 2x2 −
12x + 8 = 0.
1 -1 -6 4 8
2 2 2 -8 -8
1 1 -4 -4 0
2 2 6 4
1 3 2 0
2 2 10
1 5 12

À terceira aplicação da regra o resto foi diferente de zero, logo 2 é um zero


duplo de P( x ) e
P( x ) = ( x − 2)2 ( x2 + 3x + 2).

1.6 Decomposição de um polinómio de grau superior ao pri-


meiro

Suponha que o resto é 0 quando um polinómio P( x ) é dividido por x − α.


Então P( x ) = ( x − α) Q( x ) onde Q( x ) é o quociente dessa divisão. Então
x − α é um factor de P( x ).

Este resultado é resumido no teorema do factor.

Theorem 1.6.1 Um polinómio P( x ) tem um factor ( x − α) se e só se


P(α) = 0.

Demonstração: (Exercício!)

Este teorema pode ser usado para resolver uma variedade de problemas
como:

• Dado um factor de um polinómio, encontrar os outros factores.

• Dado uma raiz do polinómio, encontrar as outras raízes.


matemática 11 17

• Dado um valor numérico do polinómio, encontrar as outras.

Para fatorizar um polinómio do segundo grau, P( x ) = ax2 + bx + c:

(a) Determinam-se os zeros do polinómio, caso existirem;

(b) Escreve-se o polinómio assim

P( x ) = a( x − α)( x − β),

onde α e β são os zeros de P( x ) e a é coeficiente do termo de maior


grau.

Exemplo 1.6.2 Factorize 2x2 + 7x + 3.


15. Fatorize os seguintes polinómios:

Resolução Quebra de linha (a) x2 − 16x + 64


Aplicando ordenadamente os passos acima vem, (b) − x2 + 2x
√ (c) x2 − 5x + 6
−7 ± 49 − 24
2x2 + 7x + 3 = 0 ⇔ x=
4
−7 ± 5
⇔ x=
4
1
⇔ x = − ∨ x = −3
2
 
2 1
Logo 2x + 7x + 3 = 2 x + ( x + 3)
2

Nota: Em R, se o polinómio não tem zeros reais não pode ser fatorizado em
factores de grau 1. Um polinómio com coeficientes reais está fatorizado
completamente se estiver escrito como produto de polinómios não
fatorizáveis com coeficientes reais.

Quando o polinómio apresenta fatores comum nos termos, põem-se em


evidencia o termo comum, e depois se efetua a fatorização. Considere a
aplicação no exemplo seguinte.

Exemplo 1.6.3 Decomponha em fatores o polinómio


A( x ) = 5x3 + 30x2 + 25x.
16. Decompor em factores cada um dos
seguintes polinómios:
Resolução Quebra de linha
(a) A( x ) = x3 − 4x
Como 5x é um fator comum aos termos de A( x ), esta reescreve-se assim,
(b) B( x ) = 2x3 + 3x2 − 2x
A( x ) = 5x ( x2 + 6x + 5). (c) C ( x ) = x3 − 11x2 + 28x

Fatorizemos agora o fator quadrático x2 + 6x + 5, aplicando os dois passos:



2 −6 ± 36 − 20
x + 6x + 5 = 0 ⇔ x =
2
−6 ± 4
⇔ x=
2
⇔ x = −1 ∨ x = −5

Portanto x2 + 6x + 5 = ( x + 1)( x + 5) e consequentemente

A( x ) = 5x ( x + 1)( x + 5)
18

1.6.1 Fatorização de um polinómio de grau superior ao segundo

Como não estudamos a formula resolvente de uma equação do 3 grau, em


certos casos, só podemos decompor em factores esses polinómios quando
conhecemos um dos seus zeros.

Para um polinómio do 4 grau teríamos que conhecer dois zeros, para um


do 5 grau, três zeros, e assim sucessivamente.

Exemplo 1.6.4 Factorize o P( x ) = 3x3 − 6x2 − 15x + 18, sabendo que


1 é uma raiz.

17. Decompor em factores cada um dos


seguintes polinómios:
(a) − x3 + x2 + x + 95, sabendo que é
Resolução Quebra de linha divisível por x − 5.
Como 1 é raiz de P( x ) escreve-se P( x ) = ( x − 1) Q( x ). Pela regra de 15
(b) 2x3 + 2x2 − x − 9, sabendo que
Ruffini teremos os coeficientes de Q( x ), 2
3
− é raiz dupla.
2
Escreve-se: (c) 2x3 − 9x2 − 6x + 5, sabendo que
3 −6 −15 18 −1 é raiz.
1 3 −3 −18 P( x ) = ( x − 1)(3x2 − 3x − 18)
(d) x4 + x3 − 5x2 + x − 6, sabendo
3 −3 −18 0 que 2 e −3 são raízes.
(e) x4 + x3 − x − 1, sabendo que ad-
Vejamos se é possível decompor o trinómio 3x2 − 3x − 18 mite as raízes 1 e −1.
( (f) 3x3 + 7x2 − 22x − 8, sabendo que
so = 1 1
2 2 admite a raiz − .
3x − 3x − 18 = 0 ⇔ x − x − 6 = 0 ⇔ ⇔ x = −2 ∨ x = 3 3
pr = −6
18. Usando a Regra de Ruffini, mostre
Deste modo, que o polinómio na variável x:
P( x ) = 3( x − 1)( x + 2)( x − 3) (a) x3 − a3 pode ser fatorizado sob a
forma ( x − a)( x2 + ax + a2 ).
(b) x3 + a3 pode ser fatorizado sob a
forma ( x + a)( x2 − ax + a2 ).
De um modo geral tem-se,

Definição: Se P( x ) for um polinómio de grau n e admitir n zeros,


x1 , x2 , x3 , . . . , xn , então a sua decomposição em factores será:

P( x ) = a( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 ) · . . . · ( x − xn )

onde a é o coeficiente do termo de maior grau de P( x ).

1.7 Construção de polinómios a partir de suas raízes

Exemplo 1.7.1 Seja P( x ) um polinómio de grau 3 cujo coeficiente do


termo de maior grau é 6. Sabe-se que P( x ) admite as raízes 0, −1 e 1.
Determine P( x ).

19. Encontre um polinómio P( x ) de me-


nor grau possível com coeficientes re-
1 3
ais tal que α1 = , α2 = − e α3 = 1
2 4
sejam zeros de P( x ) e o coeficiente
do termo de maior grau de P( x ) é
−8.

20. Encontre um polinómio quadrático


matemática 11 19

Resolução Quebra de linha


Como P( x ) é de 3◦ escreve-se,

P( x ) = a( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 ).

Considerando os zeros x1 , x2 e x3 respetivamente 0, −1 e 1, e coeficiente do


termo de maior grau igual a 6, vem sucessivamente

P( x ) = 6( x − 0)( x + 1)( x − 1)
= 6x ( x + 1)( x − 1)
= 6x ( x2 − 1)
= 6x3 − 6x

Exemplo 1.7.2 Forme um polinómio do 2◦ grau que admite 2 como


raiz dupla e dividindo por x − 4 dê resto 12.

21. Determine o polinómio de grau 3,


mónico (o coeficiente do termo de
maior grau é 1), tal que 1 e 2 são as
raízes do polinómio e P(3) = 30.
Resolução Quebra de linha
P( x ) é um polinómio do 2◦ , logo escreve-se

P( x ) = a( x − x1 )( x − x2 ).

Como 2 é uma raiz dupla tem-se P( x ) = a( x − 2)2 .


Sabendo que na divisão por x − 4 dá resto 12, aplicando o Teorema do Resto
vem

P(4) = 12 ⇔ a(4 − 2)2 = 12


⇔ 4 · 22 = 12
⇔ 4a = 12
⇔ a = 3.

Logo

P( x ) = 3( x − 2)2
= 3( x2 − 4x + 4)
= 3x2 − 12x + 12.

Exemplo 1.7.3 Escreva uma polinómio de grau 4 sabendo que é −3 é


o coeficiente do termo de maior grau, que admite as raízes −2, 1 e 3 e
dividido por x + 1 dê resto −24.
20

Resolução Quebra de linha

P( x ) = a( x − x1 )( x − x2 )( x − x3 )( x − x4 )

Como a = 3, x1 = −2, x2 = 1 e x3 = 3 então

P( x ) = 3( x + 2)( x − 1)( x − 3)( x − x4 ).

Usando o teorema do Resto, vem

P(−1) = −24 ⇔ 3(−1 + 2)(−1 − 1)(−1 − 3)(−1 − x4 ) = −24


⇔ 3(1)(−2)(−4)(−1 − x4 ) = −24
⇔ 3 · 8(−1 − x4 ) = −24
⇔ 24(−1 − x4 ) = −24
⇔ −1 − x4 = −1
⇔ x4 = 0.

Portanto,

P( x ) = 3( x + 2)( x − 1)( x − 3) x
= (3x2 + 6x )( x − 1)( x − 3)
= (3x3 + 6x2 − 3x2 − 6x )( x − 3)
= 3x4 + 6x3 − 3x3 − 6x2 − 9x3 − 18x2 − 9x2 + 18x
= 3x4 − 6x3 − 15x2 + 18x.

Exemplo 1.7.4 Escreva um polinómio de grau 4 que admite −3 como


raiz dupla, 1 como uma raiz simples, dividido por 2x + 4 dê resto 12
e por x + 1 dê resto 8.
22. Encontre um polinómio P( x ) de me-
nor grau possível, com coeficientes
Resolução Quebra de linha reais, tal que α1 = 1 é um zero de
Seja P( x ) esse polinómio de grau 4. multiplicidade três, α2 = 2 é um zero
de multiplicidade dois e α3 = −1 é
um zero simples. Sabe-se também
P( x ) = a( x + 3)2 ( x − 1)( x − α) que P(3) = 64.

Aplicando o Teorema do Resto vem 23. Em relação a P( x ), polinómio do ter-


ceiro grau, sabe-sa que P(−1) = 2,
P(0) = 1 e P(2) = 7. Determine
( (
P(−2) = 12 a(−2 + 3)2 (−2 − 1)(−2 − α) = 12 P ( x ).

P(−1) = 8 (−1 + 3)2 (−1 − 1)(−1 − α) = 8
( ( (
6a + 3aα = 12 2a + aα = 4 aα = a − 2a
⇔ ⇔ ⇔
8a + 8aα = 8 a + aα = 1 a + 4 − 2a = 1

( ( ( 2
− − −− 3α = 4 − 2(3) 3α = −2 
α=−
⇔ ⇔ ⇔ ⇔ 3
− a = −3 a=3 −−−  a=3
 2
P ( x ) = 3( x + 3)2 ( x − 1) x +
3
ou
P( x ) = 3x4 + 17x3 + 19x2 − 21x − 18
2 E XPRESSÕES A LGÉBRICAS

2.1 Definição. Classificação de expressões algébricas

Definição: Expressão algébrica é uma combinação de letras e núme-


ros, ligados uns aos outros por sinais que representam operações.

Exemplo 2.1.1 As expressões

1 √ 5x
2x − 3x2 + x4 , 2x − 3x2 + e 3x + x−
x−3 4
são exemplos de expressões algébricas na variável x.

Classificação de expressões algébricas

Uma expressão algébrica pode ser racional ou irracional.


Uma expressão algébrica é racional quando não contém nenhuma letra
submetida a radical; é irracional quando contém letras sob radical.

Uma expressão algébrica racional pode ser inteira ou fracionária:

• É inteira quando seus expoentes são números inteiros positivos; quando


não tem letras no denominador ou, se as tem, seus expoentes são
números inteiros negativos.

• É fracionária, quando tem expoentes inteiros negativos; quando tem


letras em denominador, com expoentes inteiros positivos.

Esquemáticamente,  (
 Racional Inteiras

Expressões algébricas Fracionárias

Irracional

24. Classifique as seguintes expressões
algébricas:
Exemplo 2.1.2 Classifique cada uma das seguintes expressões algébri- x3 − 1
(a)
cas: 2x
√ 1
(b) + x7
(a) x2 − 2x + 1 x+1 2
(f) p
3 3x (c) x − 4x3 − 1.
(b) x 4 − x ( x − 1)2 − √ x+1
2 √
3 1 (d) 5+
√ ( g ) x + 1 + 7x − x
5 4
(c) ( 2 · x + 3)( x − 4)
x5 − 3 (h) (2x − 7) · ( x − 3)−4
(d)
2x ( x + 1) + x
x −5x2
x5 − 3 (i) 2
(e) 3 − x2x
7 −1
22

Resolução Quebra de linha


(a) Expressão algébrica racional inteira.
(b) Expressão algébrica racional inteira.
(c) Expressão algébrica racional inteira.
(d) Expressão algébrica racional fracionária.
(e) Expressão algébrica racional inteira.
(f) Expressão algébrica irracional.
(g) Expressão algébrica irracional.
(h) Expressão algébrica racional fracionária.
(i) Expressão algébrica racional fracionária.

2.2 Domínio de uma expressão algébrica

Definição: Domínio de uma expressão algébrica é o conjunto de


todos os números reais para os quais a expressão está definida.

Portanto, se representarmos por D, o domínio de uma expressão algébrica, este


será o conjunto dos números reais que, substituído no lugar da variável,
dão sentido a expressão.

Diferentemente dos polinómios, que são definidos para todos os números


reais, algumas expressões algébricas não são definidas para alguns números
reais. Vejamos:

Exemplo 2.2.1 Determine o domínio das seguintes expressões algé-


bricas:
x √
(a) 3x2 − x + 5 (b) (c) x − 1
x−2 25. Determine o domínio das seguintes
expressões. Nas alíneas ( g) e (h), as
Resolução Quebra de linha expressões trazem restrições.

(a) O domínio de 3x2 − x + 5, como de qualquer polinómio, é o conjunto de 2


(a) 5x2 − 3x + 7 (h) x − 2
√ x2 − 4
todos os números reais. Simbolicamente, (b) 3 x − 2 √ √
(c) 2x − 5 (i) x−4· x
D = R. x
p
(d) x2 − 4 (j) , x 6= 2
2 x − 1
(e) √
x+3 3x − 1
(b) Como não existe divisão por zero, então devemos ter x − 2 6= 0, isto é, (k)
x−2
, x 6= 0
2x + 1
x 6= 2. O domínio é todo o conjunto dos números reais, com excepção de (f) 2
x + 3x (l) x2 + x −1
r
2. Simbolicamente, 5 x−2
(g) (m) x ( x + 1)−2
x2 − 1
D = { x ∈ R : x 6 = 2} = R \ {2}.

(c) Como raiz quadrada está definida para números reais não-negativos, en-
tão devemos ter x − 1 ≥ 0, isto é, x ≥ 1,

D = { x ∈ R : x ≥ 1}.

Em notação de intervalo D = [1, +∞[.


matemática 11 23

REGRA: De fato:

• O domínio de qualquer polinómio é o conjunto de todos os núme-


ros reais, a menos que se imponha restrições ao domínio;

• O domínio de expressões racionais fracionárias é conjunto de


números reais que não anulam nenhum dos denominadores;
q
• O domínio de expressões irracionais do tipo: n R( x ) é:

(i) D = { x ∈ R : R( x ) tem significado}, se n é ímpar.


(ii) D = { x ∈ R : R( x ) tem significado ∧ R( x ) ≥ 0}, se n é par.

Como vimos anteriormente, o domínio é conjunto dos números que utili-


zamos como x na expressão.

Quando se fala do domino de uma expressão algébrica, esta se refere ao


maior conjunto. Por exemplo se dissermos que o domínio de 2x + 3 é
D = {2, 3, 4, 5, 6}, estamos errado pois este é apenas um subconjunto do
domínio. Neste exemplo nenhum real está proibido de ser substituído por
x nesta expressão. Portanto o domínio é R.

Mas o exemplo acima não é algo digno de destaque, pois não há restrições
ao domínio, ou seja todos os números são permitidos.

REGRA: Existem algumas restrições ao domínio:

(a) Não existe raiz quadrada de um número real negativo (e nenhuma


outra raiz de índice par de um número negativo).

(b) Não existe divisão por zero.

Mais a frente, num momento oportuno, conheceremos outras restrições


mais ao domínio de uma expressão algébrica (e de função, consequente-
mente).

Exemplo 2.2.2 Determine em R, o domínio de cada uma das seguintes


expressões.

5 3
1−x
(a) 2 ; ( b ) ;
x + 7x x+4
26. Determine o domínio das seguintes
expressões algébricas:
Resolução Quebra de linha 2x − 1
(a)
x+1
(a) x ( x + 7) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = −7
x2 − 1
(b)
x2 + 1
D = { x ∈ R : x2 + 7x 6= 0} = R \ {−7, 0}

(b) x + 4 = 0 ⇔ x = −4

D = { x ∈ R : x + 4 6= 0} = R \ {−4}
24

Exemplo 2.2.3 Determine em R, o domínio de cada uma das seguintes


expressões.
√ p
6
x+7 ( b ) x2 − 5x + 4;
(a) 4√ ;
x−3
27. Determine o domínio das seguintes
expressões algébricas:
Resolução Quebra de linha √
4 − x2 + 7x − 8
(a) p6
| x − 5| − 9
( ( √
x+7 ≥ 0 x ≥ −7 (b)
x
(a) ⇔ (| x | − 1)( x2 − 1)
x−3 > 0 x>3 −7 3

D = { x ∈ R : x + 7 ≥ 0 ∧ x − 3 > 0} =]3, +∞[

(b) x2 − 5x + 4 ≥ 0
⇔ x ≤ 1∨x ≥ 4
1 4 x

D = { x ∈ R : x2 − 5x + 4 ≥ 0} =] − ∞, 1] ∪ [4, ∞[

Exemplo 2.2.4 Determine em R, o domínio de cada uma das seguintes


expressões.

x3 − 2x
q
(a) 5 − | x |; (b) √ .
5
x+1

Resolução Quebra de linha

(a) 5 − | x | ≥ 0 ⇔ | x | ≤ 5 ⇔ −5 ≤ x ≤ 5

D = { x ∈ R : 5 − | x | ≥ 0} = { x ∈ R : −5 ≤ x ≤ 5} = [−5, 5]

(b) x + 1 6 = 0 ⇔ x 6 = 1
D = R \ {−1}

Nota: A partir de agora, sempre que trabalhamos com expressões algébri-


cas, determinamos o seu domínio. de existência.

2.3 Frações Algébricas

Em anos anteriores definimos uma fracção numérica como a razão entre


p
dois inteiros, onde q 6= 0.
q

2 1
Exemplo 2.3.1 , − , 9.
3 5
matemática 11 25

De uma forma similar definimos uma fracção algébrica como razão entre
dois polinómios assim,

Definição: Sendo A( x ) e B( x ) dois polinómios, com B( x ) diferente


A( x )
de zero ( B( x ) 6= 0), a expressão chama-se fração algébrica.
B( x )

2.3.1 Domínio de uma fração algébrica

Para uma fração algébrica, o domínio consistirá dos reais que quando
substituídos na expressão não torne o denominador igual a zero.

REGRA: Passos para encontrar o domínio de uma fração algébrica:

(a) Iguale o denominador a zero e resolva a equação resultante.

(b) O domínio é o conjunto de todos os números reais exceto os valores


encontrados no Passo (a)

Exemplo 2.3.2 Encontre o domínio das expressões:


y−3 a + 10 2x3 + 5
(a) (b) (c)
2y + 4 a2 − 25 x2 + 9
28. Determine o domínio:
−5
Resolução Quebra de linha (a)
x
7
(b) 1 +
y−3 t
(a) x2 − 3x
2y + 4 (c)
x3 − 4x2 + 3x
4 x3 + 8x2 + 15x
2y + 4 = 0 ⇔ y = − (d)
2 ( x + 3) ( x2 + 6x + 5)
D = {y ∈ R : 2y + 4 6= 0} = R \ {−2}

a + 10
(b)
a2 − 25

a2 − 25 = 0 ⇔ ( a − 5)( a + 5) = 0 ⇔ a = 5 ∨ a = −5
D = { a ∈ R : a2 − 25 6= 0} = R \ {−5, 5}

2x3 + 5
(c)
x2 + 9

D = { x ∈ R : x 2 + 9 6 = 0}

A quantidade x2 não pode ser negativa para nenhum valor real de x, por
isso o denominador x2 + 9 não pode ser zero. Portanto nenhum número
pode ser excluído do domínio. O domínio é conjunto de todos os números
reais.
26

Quando uma expressão é constituída por soma ou produtos de duas ou


mais frações algébricas, o domínio é a intersecção dos domínios das frações.

Exemplo 2.3.3 Encontre o domínio das expressões:


3 1 1
(a) − +
w + 4 w2 − 9 w2 + 3
29. Determine o domínio:
z+1 3
(a) +
Resolução Quebra de linha z z−2
4x2 1
(b) − 3
2x + 5 x −1
3 1 1
(a) − +
w + 4 w2 − 9 w2 + 3
 
 w+4 = 0
  w = −4

2
w −9 = 0 ⇔ w = 3 ∨ w = −3
 w2 + 3 = 0
  w2=−
 
3


D = {w ∈ R : w + 4 6= 0 ∧ w2 − 9 6= 0 ∧ w2 + 3 6= 0} = R \ {−4, −3, 3}

2.4 Frações algébricas equivalentes

2 1
Assim como = porque 2 · 2 = 4 · 1, também dizemos que
4 2

x2 x
2
= porque x2 ( x + 1) = ( x2 + x ) x.
x +x x + 1

Temos, no entanto que ter em atenção que esta equivalência só é válida no


conjunto em que ambas as frações representam um número real, ou seja, no
conjunto em que ambas tem significado. Neste caso será em R \ {−1, 0}.

x 2 + x 6 = 0 ∧ x + 1 6 = 0 ⇔ x 6 = 0 ∧ x 6 = −1

A( x ) C ( x )
Definição: Duas frações e são equivalentes, no conjunto
B( x ) D ( x )
em que ambas tem significado, e escreve-se

A( x ) C(x)
= sse A( x ) · D ( x ) = B( x ) · C ( x )
B( x ) D(x)

30. Verifique se são equivalentes as fra-


ções seguintes e, em caso afirmativo,
indique em que conjunto é válida
Exemplo 2.4.1 Verifique se são equivalentes as frações seguintes e, em essa equivalência.
caso afirmativo, indique em que conjunto é válida essa equivalência.
x2 − x x−1
(a) e
1−x x− x2 3x − x2 x 3x2 − 5x 3x − 5
(a) e (b) e 3x2 − 3x x
x x2 x2− 4x + 3 1−x (b) e
6x − 6 2
4x2 − 9x − 9 4x + 3
(c) e
2x2 − 5x − 3 2x + 1

31. Mostre que em R \ {−1}, são


equivalentes as fracções

x3 + 3x2 + 2x + 6 x+3
3 2
e
matemática 11 27

Resolução Quebra de linha

1−x x − x2
(a) e
x x2

(1 − x ) x 2 = x ( x − x 2 ) ⇔ x2 − x3 = x2 − x3 P.V.

São equivalentes para todo x ∈ R \ {0}

3x − x2 x
(b) e
x2 − 4x + 3 1−x

(3x − x2 )(1 − x ) = ( x2 − 4x + 3) x ⇔ 3x − x2 − 3x2 + x3 = x3 − 4x2 + 3x


⇔ 3x − 4x2 + x3 = x3 − 4x2 + 3x P.V.

São equivalentes em R \ {1, 3}

A( x )
REGRA: Seja uma fracção algébrica e C ( x ) um polinómio não-
B( x )
nulo. Então:
A( x ) A( x ) · C ( x )
(a) = , onde ambas as fracções têm significados;
B( x ) B( x ) · C ( x )
A( x ) A( x ) ÷ C ( x )
(b) = , onde ambas as fracções têm significados.
B( x ) B( x ) ÷ C ( x )

A Propriedade (a) chama-se Principio Fundamental das Fracções Algébri-


cas e desempenha um papel fundamental para a simplificação de fracções
algébricas como veremos a seguir.

2.5 Simplificação de frações algébricas

O método para a simplificação de frações algébricas espelha o processo


utilizado na simplificação de fracções numéricas. Em cada caso, fatoriza-se
o numerador e o denominador. Os factores comuns no numerador e deno-
minador formam uma razão 1 e podem ser reduzidas.

1
21 fatorizar 3 · 
7 3
−−−−→ =
35 5·7  5

REGRA: Passos para simplificar uma fracção algébrica

(a) Factorize o mais possível o numerador e o denominador da fracção.

(b) Divida os factores comuns ao numerador e denominador.

(c) Determine o domínio da expressão equivalente, antes desta ser


simplificada.
28

Exemplo 2.5.1 Simplifique e dê o domínio das seguintes expressões:

x2 − 4 t2 + 10t + 24 8 − 2u
(a) (b) (c)
x2 − 2x t3 − t2 − 20t u2 − u − 12
matemática 11 29

32. Simplifique as expressões:


5x
Resolução Quebra de linha (a)
10x2 + 10
x2 + x
(b)
1
 4x
x2 − 4 − 2)( x + 2)
( x ( x + 2) x+1
(a) 2
= = (c) 2
x − 2x x − 2)
( x  x x −1
5x − 5
(d)
D = R \ {0, 2} O factor comum x − 2 foi cancelado na expressão porque 3 − 3x
a razão é 1 que é neutro na multiplicação. 3 − 3x2
(e)
( x2 + 1)( x2 − 1)
t2 + 10t + 24 (t + 6)(t + 4) (t + 6)
(t 
+4) x3 − x
(b) 3 2
= 2
= (f)
t − t − 20t t(t − t − 20) t(t − 5)
(t 
+ )
4 x3 − x2
t+6 t+6 x2 − 4
= = 2 (g)
t ( t − 5) t − 5t x3 − 4x2 + x + 6
2y2 − 7y + 3
D = R \ {−4, 0, 5} (h)
y2 − 5y + 6
−1 x−2
 (i)
8 − 2u (4
2 − u) −2 2−x
(c) 2 = = 1 − x3
u − u − 12 (
 u−4
 )( u + 3 ) u +3 (j)
x3 − x2 − x + 1
D = R \ {−3, 4} x3 + 6x2 + 9x
(k)
Aqui os factores 4 − u e u − 4 são simétricos, por isso a razão entre eles x3 + 6x2 + 5x − 12
é −1. Por isso o processo de cancelamento resulta no fator −1. x4 + 2x3 − 3x2 − 8x − 4
(l)
x2 + 3x + 2
Um outro processo seria,
8 − 2u −2(−4 + u) −2(u − )
4 −2
2
= = =
u − u − 12 ( u − 4 )( u + 3 ) (
 u−4
 )( u + 3 ) u +3

x 6= −3 ∧ x 6= 4.

2.6 Operações com Fracções algébricas

As operações com frações algébricas efetuam-se de uma maneira seme-


lhante às operações com fracções onde não aparece variáveis.

Sejam u, v, w e z números reais, variáveis ou expressões algébricas. Todos


os denominadores são considerados diferentes de zero.

Operação Exemplo
u w u+w 2 5 2+5 7
1. + = + = =
v v v 3 3 3 3
u w uz + vw 2 4 2·5+3·4 22
2. + = + = =
v z vz 3 5 3·5 15
u w uw 2 4 2·4 8
3. · = · = =
v z vz 3 5 3·5 15
u w u z uz 2 4 2 5 2·5 10 5
4. ÷ = · = ÷ = · = = =
v z v w vw 3 5 3 4 3·4 12 6
 u n un  2 4 24 16
5. = n = 4 =
v v 3 3 81

Para subtração, substitua "+"por "−"em 1 e 2.


30

2.6.1 Adição algébrica

Para adicionar ou subtrair frações algébricas, estas devem ter o mesmo


denominador. Assim como, para frações, onde não invertem variável, adici-
onamos ou subtraímos as frações com o mesmo denominador, combinando
ao termos no numerador e escrevendo o resultado sobre o denominador
comum.

Definição: Seja A( x ), B( x ) e C ( x ) polinómios, tais que B( x ) 6= 0.


Então:
A( x ) C(x) A( x ) · D ( x ) + C ( x ) · B( x )
(a) + = .
B( x ) D(x) B( x ) · D ( x )
A( x ) C(x) A( x ) · D ( x ) − C ( x ) · B( x )
(b) − = .
B( x ) D(x) B( x ) · D ( x )

33. Efectue as operações e simplifique os


resultados:
REGRA: Portanto, para adicionar ou subtrair frações algébricas x 3
(a) −
1+x x ( x + 1)
(a) reduzem-se as frações ao mesmo denominador por equivalência; (b)
1
+
x
x x+2
(b) adicionam-e (subtraem-se) os numeradores e atribui-se o denomi- (c)
3
+
2x + 2
nador comum. x−1 1 − x2
2 5 x
(d) 2 − 2 + 2
x − 3x 2x x − 6x + 9
x 2x + 1 2x2
(e) + + 2
Exemplo 2.6.1 Efectuar as seguintes adições algébricas: x−2 x+2 x −4
x2 − 1 x2 1
3 1 x 2x + 1 (f) − + 2
(a) + (b) − x x+1 x +x
2x 5 3+x x+3 2x + 1 2x 20 + 4x
(g) + − 2
2x + 3 x−2 2x − x − 6
Resolução Quebra de linha
34. Determine os parâmetros reais A e B,
de modo que sejam equivalentes, no
3 1 3×5 1 × 2x 15 2x 15 + 2x seu domínio, as expressões:
(a) + = + = + =
2x 5 2x × 5 5 × 2x 10x 10x 10x (a)
A
+
B
e
3x − 4
x−1 x − 2 ( x − 1)( x − 2)
D = R \ {0} A B 13x + 7
(b) + e
5x + 1 x − 2 5x2 − 9x − 2
x 2x + 1 x − 2x − 1 −x − 1
(b) − = =
3+x x+3 x+3 x+3

D = R \ {−3}

REGRA: Na generalidade dos casos utiliza-se como denominador co-


mum o Mínimo Múltiplo Comum (MMC) dos denominadores: poli-
nómio de menor grau que é divisível pelos denominadores. Calcula-se
do mesmo modo que o mínimo múltiplo comum de números:

(a) decompõem-se os polinómios em fatores do menor grau possível;

(b) escolhem-se todos os fatores das decomposições com o menor


expoente.
matemática 11 31

x x2
Exemplo 2.6.2 Calcule − 2 .
2x + 2 x − 1

Resolução Quebra de linha

x x2 x x2
− 2 = −
2x + 2 x − 1 2( x + 1) ( x − 1)( x + 1)
x × ( x − 1) x2 × 2
= −
2( x + 1)( x − 1) 2( x − 1)( x + 1)
x2 − x − 2x2 − x − x2
= =
2( x − 1)( x + 1) 2( x − 1)( x + 1)
− x
(1+ x) −x
= =
2( x − 1)
( x+ )
1 2x − 2

Com x ∈ R \ {−1; 1}.

2.6.2 Multiplicação

Lembremos que para multiplicar frações, multiplicamos os numeradores e


multiplicamos os denominadores.

Definição: Sejam A( x ), B( x ), C ( x ) e D ( x ) polinómios, tais que


B( x ) 6= 0 e D ( x ) 6= 0. Então:

A( x ) C(x) A( x ) × C ( x )
× =
B( x ) D(x) B( x ) × D ( x )

REGRA: Portanto, o produto de duas frações é uma fração cujo:

(a) numerador é o produto dos numeradores;

(b) denominador é o produto dos denominadores.

Exemplo 2.6.3 Efectue a multiplicação.

3x x−2
·
x+1 x+1
35. Efetue, no respetivo domínio, cada
uma das seguintes multiplicações:
Resolução Quebra de linha
x−1
Multiplicando numerador por numerador e denominador por denominador, (a) 2x ·
x+3
vem: 3x 1 − x
3x x−2 3x ( x − 2) 3x2 − 6x (b) ·
2 x−3
· = =
x+1 x+1 ( x + 1)2 x2 + 2x + 1
(c)
x−1 x+1
·
x+3 x+3
D = R \ {−1}.
32

Exemplo 2.6.4 Efectue a multiplicação e simplifique o resultado.

x2 − 4 x − 1
·
x2 − x x2 − 2x
36. Efetue, as seguintes multiplicações,
simplifique os resultados e indique
Resolução Quebra de linha os valores da variável para os quais a
Quando se pretende simplificar o resultado convém, antes de efetuar a mul- simplificação é válida:
tiplicação, decompor em fatores, os termos das duas frações. x −4
(a) ·
4 5x3
Assim:
x2 + 3x x2 − 4
(b) · 2
2−x x −9
x2 − 4 x − 1 ( x − 2)( x + 2) x−1 2x 1 − x2
· = · (c) ·
x2 + 2x + 1 x2
x2 − x x2 − 2x x ( x − 1) x ( x − 2)
x2 + 4x + 4 x2 − 4x + 4
( x − 2)( x + 2)( x − 1) (d)
x−2
·
x+2
=
x2 ( x − 1)( x − 2)
( x − 2)
=
x2
D = R \ {0; 1; 2}

2.6.3 Divisão

Para dividir duas frações, multiplicamos a primeira fração pela inversa da


segunda.

Definição: Sejam A( x ), B( x ), C ( x ) e D ( x ) polinómios, tais que


B( x ) 6= 0, C ( x ) 6= 0 e D ( x ) 6= 0. Então:

A( x ) C(x) A( x ) D(x) A( x ) × D ( x )
÷ = × =
B( x ) D(x) B( x ) C(x) B( x ) × C ( x )

Portanto, dividir é multiplicar o dividendo pelo inverso do divisor.

3x x+2
Exemplo 2.6.5 Efetue a seguinte divisão ÷ .
x−2 x+1
37. Efetue, as seguintes divisões, simpli-
fique os resultados e indique os valo-
Resolução res de x para os quais são válidas as
operações e as simplificações:
3x x+2 3x x+1
÷ = × 2
x−2 x+1 x−2 x+2 (a) −3x ÷
x+1
3x ( x + 1) x4 − 1 x2 + 1
= (b) ÷
x2 − 4 x4 3x
3x2 + 3x x2 − 25 x2 + 10x + 25
= (c) ÷
x2 − 4 15x 9x2
x2 + 4x + 3 x+3
(d) ÷
D = R \ {−2; −1; 2} x2 − 5x + 4 x−4

Nota: Numa divisão de frações algébrica, o domínio é o conjunto de


números reais que não anula os denominadores do dividendo e do
divisor, nem o numerador do divisor pelo fato dos termos do divisor
serem invertidos na divisão.
matemática 11 33

x 2 −9
6
Exemplo 2.6.6 Efetue a divisão x −3
.
2
38. Efetue e simplifique:
3x
Resolução Quebra de linha 4− x
(a) 1
x
7
3−
x 2 −9 (b) x +2
6 x2 − 9 x − 3 x2 − 9 2 1− 1
x −3
= ÷ = × x −3

2
6 2 6 x−3 m
− m7
7
(c)
2( x − 3)( x + 3) ( x + 3) 1
7 − m1
= =
6( x − 3) 3

D = R \ {3}.

2.6.4 Potenciação de Frações

Para elevar uma fração algébrica a um expoente natural, eleva-se o nume-


rador e o denominador a esse mesmo expoente.

Definição: De um modo geral


n
[ A( x )]n

A( x )
= ,
B( x ) [ B( x )]n
com n ∈ N.

Um caso particular, n = 2, temos:


2
[ A( x )]2

A( x )
= .
B( x ) [ B( x )]2

Exemplo 2.6.7 Escreva na forma de expressões algébricas:


2
x+1 3
  
2x
(a) (b)
x−1 x
39. Considere a expressão

Resolução Quebra de linha x − 1 2 x2 − 5x + 6


 
· 2
3−x x − 3x + 2
2 (a) Efetue as operações indicadas.
(2x )2 4x2

2x
(a) = 2
= 2 (b) Simplifique o resultado e indique
x−1 ( x − 1) x − 2x + 1 os valores de x para os quais a
simplificação é válida.
D = R \ {1}.

3
( x + 1)3 x3 + 3x2 + 3x + 1

x+1
(b) = =
x x3 x3

D = R \ {0}.
3 E QUAÇÕES

3.1 Generalidades

Lembremos de anos anteriores que, uma equação é uma igualdade entre


duas expressões em que pelo menos numa das expressões aparece um letra.

À letra que aparece na equação chama-se incógnita. Ao valor que colocado


no lugar da incógnita transforma a equação numa igualdade numérica
verdadeira, chama-se solução da equação.

Classificação de equações

Se uma equação tem pelo menos uma solução, a equação diz-se possível.

Se todos os números reais são solução da equação, diz-se possível inde-


terminado.

Se a equação não tem nenhuma solução, diz-se impossível.

Equações equivalentes

Duas equações são equivalentes quando tem as mesmas soluções.

Resolver uma equação é determinar o conjunto das soluções.

 
x+1 1
Exemplo 3.1.1 Resolva a equação =3 −x .
3 2

Resolução Quebra de linha

 
x+1 1 x+1 3
=3 −x ⇔ = − 3x
3 2 3 2
2x + 2 9 18x
⇔ = −
6 6 6
⇔ 2x + 2 = 9 − 18x
⇔ 2x + 18x = 9 − 2
⇔ 20x = 7
7
⇔ x=
20 

7
S=
20
36

Exemplo 3.1.2 Resolva a equação ( x3 − x )( x2 − 3x + 2) = 0.

Resolução Quebra de linha

( x3 − x )( x2 − 3x + 2) = 0 ⇔ x3 − x = 0 ∨ x2 − 3x + 2 =
⇔ x ( x2 − 1) = 0 ∨ ( x − 1)( x − 2) = 0
⇔ x ( x − 1)( x + 1) = 0 ∨ x − 1 = 0 ∨ x − 2 = 0
⇔ x = 0 ∨ x = 1 ∨ x = −1 ∨ x = 1 ∨ x = 2
S = {−1, 0, 1, 2}

Exemplo 3.1.3 Resolva a equação − x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0, sabendo


que −3 é uma das soluções.

Resolução Quebra de linha


Como se conhece uma das soluções de − x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0, aplica-se
a Regra de Ruffini para decompor o primeiro membro e, depois, determinar
as outras soluções. Com efeito

-1 -3 25 75
-3 3 0 -75
-1 0 25 0

− x3 − 3x2 + 25x + 75 = 0 ⇔ ( x + 3)(− x2 + 25) = 0


⇔ −( x + 3)( x2 − 25) = 0
⇔ −( x + 3)( x − 5)( x + 5) =
⇔ x = −3 ∨ x = 5 ∨ x = −5
S = {−5, −3, 5}

3.2 Equação biquadrada

Definição: À toda a equação do tipo

ax4 + bx2 + c = 0

com a, b e c diferentes de zero, chama-se equação biquadrada.

Esta equação é do 4◦ grau e tem nulos os termos de 3◦ e do 1◦ grau.

Para resolvermos uma equação biquadrada, fazemos uma mudança de


variável de modo a obter uma equação do 2 grau.
matemática 11 37

Exemplo 3.2.1 Resolva a equação x4 − 13x2 + 36 = 0.

40. Resolva as seguintes equações biqua-


dradas:

(a) x4 − 8x2 + 15 = 0.
Resolução Quebra de linha
(b) x4 − 26x2 = −16
Efetuando a mudança de variável: y = x2 , a equação transforma-se em

y2 − 13y + 36 = 0 ⇔ y = 4 ∨ y = 9.

Como x2 = y vem

x2 = 4 ∨ x2 = 9 ⇔ x = ±2 ∨ x = ±3
⇔ x = −2 ∨ x = 2 ∨ x = −3 ∨ x = 3
S = {−3, −2, 2, 3}

Exemplo 3.2.2 Resolva a equação a4 − 15a2 − 16 = 0

41. Resolva as seguintes equações biqua-


dradas:
(a) x4 − 3x2 − 4 = 0.
Resolução Quebra de linha
(b) x4 − 8x2 − 8 = 1.
a4 − 15a2 − 16 = 0
(c) x4 − 8x2 + 16 = 0.
Fazemos y = a2 .

y2 − 15y + 16 = 0 ⇔ (y − 16)(y + 1) = 0 ⇔ y = 16 ∨ y = −1

Como y = a2 ⇒ a2 = 16 ∨ 
a2 

=−1
⇔ a = ±4
⇔ a = 4 ∨ a = −4
S = {−4, 4}

Exemplo 3.2.3 Resolva a equação d4 + 29d2 + 100 = 0

42. Resolva em R, a equação

x4 + 10x2 + 9 = 0.
Resolução Quebra de linha

x = d2 ⇒ x2 + 29x + 100 = 0 ⇔ 
x= −
4 ∨
x= −25
 

S = ∅.

Exemplo 3.2.4 Resolva a equação 16r4 − 8r2 + 1 = 0.

43. Transforme numa equação biqua-


drada, efetue uma mudança de va-
riável e resolva em R, a equação

( x − 4)4 − 2x2 + 16x − 32 = 0.


38

Resolução Quebra de linha


Se reescrevermos a equação 16r4 − 8r2 + 1 = 0 como

(2r )4 − 2(2r )2 + 1 = 0,

podemos efetuar a seguinte mudança de variável:

z = (2r )2 .

Obtemos,
z2 − 2z + 1 = 0 ⇔ z = 1 ∨ z = 1

z = (2r )2 ⇒ (2r )2 = 1 ∨ (2r )2 = 1


⇔ 2r = ±1
1
⇔ r=±
2 
1 1
S= − ,
2 2

3.3 Equações fracionárias

Definição: Chama-se equação fracionaria a uma equação em que a


incógnita figura no denominador.
Simbolicamente,
A( x )
=0
B( x )
em que A( x ) e B( x ) são polinómios e B( x ) 6= 0.

Exemplo 3.3.1 São exemplos de equações fracionarias

1 x+1 1
= 0; +1 =
x 3 x+1

Recorda que podemos resolver uma equação contendo fração usando o


MMC (mínimo múltiplo comum), dos denominadores de todas as frações
na equação. Multiplicando cada membro da equação pelo denominador
comum elimina as frações. Este método pode também ser usado para
equações com frações algébricas.

Na resolução de equações fracionarias, pode-se chegar a casos em que os


valores encontrados para a solução não pertencem ao domínio. Para não
se cometer erros de cálculo, sugerimos o seguinte procedimento.
matemática 11 39

REGRA: Passos para resolver uma Equação Fracionária:

(a) Determine o domínio D da equação, isto é, o conjunto dos valores


que não anulam os denominadores;

(b) Reescreva todas as frações da equação com denominador igual ao


MMC dos denominadores;

(c) Multiplique ambos os membros da equação pelo MMC. Elimina-se


os denominadores;

(d) Resolva a equação polinomial resultante;

(e) Descarte qualquer valor que não pertença ao domínio e verifique


as soluções restantes na equação inicial.
40

2x x−5
Exemplo 3.3.2 Resolva a equação + = 1.
x − 1 x2 − 1
44. Resolva em R:

Resolução Quebra de linha 1 6


(a) = + 1.
x 5x
D = { x ∈ R : x2 − 1 6= 0} = R \ {−1, 1}. 1 1 1
(b) 2 + = 2 .
r r 2r
2x x−5 2x ( x + 1) x−3 ( x − 1)( x + 1) 2 3
+ =1 ⇔ + = (c) − = 1.
x − 1 x2 − 1 ( x − 1)( x + 1) ( x − 1)( x + 1) ( x − 1)( x + 1) x−1 1−x
⇔ 2x ( x + 1) + x − 5 = ( x − 1)( x + 1) (d)
x+6 x2 + 3x + 2
−3 = 2 .
x−4 x − 5x + 4
⇔ 2x2 + 2x + x − 5 = x2 − 1
⇔ x2 + 3x − 4 = 0
⇔ x = −4 ∨ x=1
S = {−4}

1 4
Exemplo 3.3.3 Resolva a equação: −1 = .
x−1 x
45. Resolva a equação:
r+5 1
Resolução Quebra de linha −1 = 2 .
r2 − 2r r − 2r
D = { x ∈ R : x − 1 6= 0 ∧ x 6= 0} = R \ {0, 1}.

1 4 x x ( x − 1) 4( x − 1)
−1 = ⇔ − =
x−1 x x ( x − 1) x ( x − 1) x ( x − 1)
⇔ x − x2 + x = 4x − 4
⇔ − x2 − 2x + 4 = 0 ⇔ x2 + 2x − 4 = 0
√ √
−2 ± 4 + 16 −2 ± 2 5
⇔ x= ⇔x=
√2 √ 2 √
⇔ x = −1 ± 5 ⇔ x = −1 + 5 ∨ x = −1 − 5
√ √
S = {−1 − 5, −1 + 5}.

x 1
Exemplo 3.3.4 Resolva a equação: −2 = .
2x − 4 x−2
46. Resolva a equação:
x2 1
Resolução Quebra de linha −x = − 2.
x+1 x+1
D = R \ {2}

x 1 x 4( x − 2) 2
−2 = ⇔ − =
2x − 4 x−2 2( x − 2) 2( x − 2) 2( x − 2)
⇔ x − 4x + 8 = 2
⇔ −3x = −6 ⇔  x=2
S = ∅.

Um outro processo que se pode adotar na resolução de uma equação


fracionária é:
matemática 11 41

REGRA: Outro processo para resolver uma Equação Fracionária:

1º Determina-se o domínio D da equação, isto é, o conjunto dos


valores que não anulam os denominadores;
A( x )
2º Reduz-se a equação à forma =0
B( x )
3º Resolve-se a equação A( x ) = 0

4º Indicam-se as soluções da equação, que são as soluções de


A( x )
A( x ) = 0 que pertencem ao domínio da equação = 0.
B( x )

x2 − 3x + 2
Exemplo 3.3.5 Resolva a equação = 0.
x−1
47. Diga, justificando, se são verdadeiras
as seguintes afirmações:
Resolução Quebra de linha √ 2 √
6x + 5x − 6
(a) ∃ x ∈ R : √ =0
• D = { x ∈ R : x − 1 6 = 0} = R \ {1}. x+ 6
x3 − 8
A( x ) (b) x3 − 8 = 0 ⇔ =0
• A equação já está na forma = 0. x2 − 4
B( x ) x3 − 8
(c) x3 − 8 = 0 ⇔ =0
x2 + 4
• x2 + 3x − 2 = 0 ⇔ x = 2 ∨ x = 1.

• Como 1 6∈ D e 2 ∈ D, vem

x2 − 3x + 2
=0⇔x=2
x−1
Logo, S = {2}.

x + 5 13 − x 40
Exemplo 3.3.6 Resolva a equação − = 1− 2 .
x x−5 x − 5x
48. Resolva em R, as seguistes equações:

Resolução Quebra de linha x−1 2x + 1 1


(a) + =
n o x2 − 9 x−3 x+3
• D = x ∈ R : x 6= 0 ∧ x − 5 6= 0 ∧ x2 − 5x 6= 0 = R \ {0, 5}. (b)
x+1
√ = 2
5
+1
x− 3 x −3
• (c) x +
2
+
1
=2
2x − 6 x−3
x + 5 13 − x 40
− = 1− 2 1 1 − 2x x2
x x−5 x − 5x (d) + = 2
3 6 − 3x x −4
( x + 5)( x − 5) (13 − x ) x x2 − 5x 40
⇔ − = 2 − 2
x ( x − 5) ( x − 5) x x − 5x x − 5x
x2 − 25 13x − x2 x2 − 5x 40
⇔ 2
− 2
= 2
− 2
x − 5x x − 5x x − 5x x − 5x
x2 − 25 13x − x2 x2 − 5x 40
⇔ − 2 − 2 + 2 =0
x2 − 5x x − 5x x − 5x x − 5x
x2 − 25 − 13x + x2 − x2 + 5x + 40 x2 − 8x + 15
⇔ = 0 ⇔ =0
x2 − 5x x2 − 5x

• x2 − 8x + 15 ⇔ x = 3 ∨ x = 5.

• 3 ∈ D mas 5 6∈ D. Logo, S = {3}.


42

3.4 Equações modulares

Definição: Dado um número real x, o seu módulo ou valor absoluto


| x | é um real não negativo tal que:
(
x se x ≥ 0
|x| =
− x se x < 0

O valor absoluto de um número real goza de algumas propriedades.

Propriedades Se x, y são números reais, com y 6= 0, tem-se:


(a) | x | = 0 ⇔ x = 0 x |x|
(d) =
y |y|
(b) | x | = | − x |
(c) | x · y | = | x | · | y | (e) | x | = | y | ⇔ x 2 = y2

Seja f ( x ) uma expressão qualquer, então | f ( x )| define-se como: «módulo


de uma expressão é a propria expressão se ela for maior ou igual a zero e
o seu simétrico se ela for menor que zero».
Simbolicamente (
g( x ) , g( x ) ≥ 0
| g( x )| =
− g( x ) , g( x ) < 0

Exemplo 3.4.1 Reescreva, sem o símbolo do módulo, as seguinte ex-


pressões:

(a) |3 − x | (b) | x2 − 5x + 6|
49. Escreva sem módulo:
(a) | − y|
Resolução Quebra de linha
(b) | x2 − 3x |
( ( (c) 1 + | x − 2| − x
3−x se 3 − x ≥ 0 3−x se 3 ≥ x
(a) |3 − x | = =
−(3 − x ) se 3 − x < 0 −3 + x se 3 < x
Logo (
3−x se x ≤ 3
|3 − x | =
x−3 se x > 3

(b)
(
2 x2 − 5x + 6 se x2 − 5x + 6 ≥ 0
| x − 5x + 6| =
−( x2 − 5x + 6) se x2 − 5x + 6 < 0
(
x2 − 5x + 6 se x ≤ 2 ∨ x ≥ 3
=
−( x2 − 5x + 6) se 2 < x < 3

Portanto
(
x2 − 5x + 6 se x ≤ 2 ∨ x ≥ 3
| x2 − 5x + 6| =
− x2 + 5x − 6 se 2 < x < 3
matemática 11 43

3.4.1 Resolução de equações modulares

1º caso |f(x)| = a; a∈R

• Se a < 0; | f ( x )| = a é impossível.
• Se a > 0; | f ( x )| = a ⇔ f ( x ) = a ∨ f ( x ) = − a

Exemplo 3.4.2 Resolva a equação | x − 1| = 2.


50. Resolva:

Resolução Quebra de linha (a) |2x − 5| = 3


(b) | x + 4| = −8
(c) | x2 − 3x | = 9
(d) 3 + |x| = 7
| x − 1| = 2 ⇔ x − 1 = 2 ∨ x − 1 = −2
⇔ x = 3 ∨ x = −1

S = {−1, 3}.

2º caso |f(x)| = |g(x)|


Para resolver este tipo de equação, basta lembrar que duas expressões
têm o mesmo módulo se representarem o mesmo valor numérico ou
números simétricos.

| f ( x )| = | g( x )| ⇔ f ( x ) = g( x ) ∨ f ( x ) = − g( x )

Exemplo 3.4.3 Resolva a equação modular | x + 2| = |3x − 7|.


51. Resolva:

Resolução Quebra de linha (a) | x − 3| = | x − 10|


(b) |5x − 3| = | − x |
(c) |3x − 2| = |5x + 4|
(d) |7 − x | − |2x + 3| = 0
| x + 2| = |3x − 7| ⇔ x + 2 = 3x − 7 ∨ x + 2 = −(3x − 7)
⇔ x + 2 = 3x − 7 ∨ x + 2 = −3x + 7
⇔ −2x = −9 ∨ 4x = 5
3 5
⇔ x = ∨x =
2 4
 
9 4
S= ,
2 5

3º caso |f(x)| = g(x)


Atenção, observe que temos uma expressão em x no segundo membro
da equação representando o resultado do módulo presente no primeiro
membro; sabemos que o resultado de um módulo não pode ser negativo.

Assim para este tipo de equação modular, devemos iniciar sua resolução
impondo a condição de existência do módulo em questão.
44

Exemplo 3.4.4 Resolva a equação |3x − 5| = 5x − 1


52. Resolva, no universo dos números
reais, as seguintes equações:
Resolução Quebra de linha
(a) | x + 3| − 5 = x
1
• Condição de existência do módulo: 5x − 1 ≥ 0 ⇔ 5x ≥ 1 ⇔ x ≥ (b) |5x | = x2 − 6
5 (c) 3 − 2x = |2x − 3|
• Resolução

|3x − 5| = 5x − 1 ⇔ 3x − 5 = 5x − 1 ∨ 3x − 5 = −5x + 1
⇔ −2x = 4 ∨ 8x = 6
3
⇔ x = −2 ∨ x =
4

• Como −2 não satisfaz a condição de existência, vem


 
3
S= .
4

De um modo geral, podemos usar a definição e/ou as propriedades do mó-


dulo para resolver qualquer equação que envolvam modulo de expressões
algébricas. Vejamos alguns exemplos.

Exemplo 3.4.5 Usando as propriedades do módulo, resolva a equação

|5x − x2 |
3| x + 1| =
|x|
53. Resolva:

Resolução (a) | x + 5| = 2| x − 1|

x −3
(b) − |x| = 0
|5x − x2 | 5x − x2

5
3| x + 1| = ⇔ |3|| x + 1| =
|x| x
⇔ |3( x + 1)| = |5 − x |
⇔ |3x + 3| = |5 − x |
⇔ (3x + 3)2 = (5 − x )2
⇔ (3x + 3)2 − (5 − x )2 = 0
⇔ [(3x + 3) − (5 − x )] [(3x + 3) + (5 − x )] = 0
1
⇔ (4x − 2)(2x + 8) = 0 ⇔ x = ∨ x = −4
2
 
1
S = −4,
2
matemática 11 45

Exemplo 3.4.6 Resolva a equação | x − 3| + | x − 10| = 11


54. Resolva as equações:
Resolução Quebra de linha (a) | x − 3| + | x + 5| = 12
Aplicando a definição, podemos escrever (b) |4x | + x = 1 + 2| x + 1|
(
x−3 ⇐x≥3
| x − 3| =
−x + 3 ⇐x<3
(
x − 10 ⇐ x ≥ 10
| x − 10| =
− x + 10 ⇐ x < 10
Resume-se a combinação dessas expressões numa tabela

x −∞ 3 10 +∞
| x − 3| −x + 3 0 x−3 7 x−3
| x − 10| − x + 10 10 − x + 10 0 x − 10
| x − 3| + | x − 10| −2x + 13 10 7 7 2x − 13

Reescrevendo a equação sem módulo, resulta




 −2x + 13 = 11 ⇐x<3

 10 = 11 ⇐x=3
| x − 3| + | x − 10| = 11 ⇔



7 = 11 ⇐ 3 < x ≤ 10
2x − 13 = 11 ⇐ x > 10

Agora resolve a equação em cada um dos ramos.

• Para x < 3 tem-se −2x + 13 = 11 ⇔ x = 1

• Para x > 10 tem-se 2x − 13 = 11 ⇔ x = 12

Verifica-se que em ambos os ramos os valores encontrados satisfazem as con-


dições
Logo,
S = {1, 12}.

3.5 Equações Irracionais

Definição: Chama-se equação irracional a toda equação em que a


incógnita aparece sob o sinal de radical.

Exemplo 3.5.1 São exemplos de equações irracionais:


√ √ √ √
3

x + 1 = 2x, x− x − 1 = 1, x+2− x2 , . . .

Estudemos, a seguir, a resolução de alguns tipos de equações irracionais,


com raízes de índice 2, na variável x.

Nesse estudo teremos sempre presente que sendo A e B duas expressões


algébricas racionais,

(1) A expressão A só tem significado para valores da variável para os
quais A ≥ 0. √
Então, o domínio de existência de A é o conjunto { x ∈ R : A( x ) ≥ 0}.
46


(2) A expressão A é, por definição uma que não resulta em valores √
negativos. Querendo indicar uma raiz negativa há que escrever − A.

(3) A = B ⇒ A2 = B2 , mas não se pode concluir que A2 = B2 implica


A = B.

− Tendo em conta que A2 − B2 = ( A − B)( A + B) logo se conclui


A − B = 0 ⇒ A2 − B2 = 0, ou seja, A = B ⇒ A2 = B2 .
− Se A2 − B2 = 0, tanto pode ser A = B como A = − B

1º caso Equações do tipo √A = B √
Numa equação do tipo A = B, em que A está isolada num dos
membros, de acordo com (1) e (2), qualquer raiz deve verificar a condi-
ção
A ≥ 0 ∧ B ≥ 0.

Por outro lado, de acordo com (3), A = B ⇒ A = B2 o que já obriga
A a ser não negativo, resultando inútil, neste caso, a condição A ≥ 0.
Assim,

Resolver a equação A = B, equivale a resolver A = B2 ∧ B ≥ 0


Exemplo 3.5.2 Resolva a equação x − 2x − 5 = 4
55. Resolva:
p
Resolução Quebra de linha (a) x2 + 1 = x − 2
√ √
Passando a equação para a forma A = B, temos sucessivamente (por (b) 6−x+x = 0

(c) 2x + 9 = x + 3
equivalência): √
(d) x + x − 1 = 1

2x − 5 = x − 4 ⇔ 2x − 5 = ( x − 4)2 ∧ x − 4 ≥ 0
⇔ x2 − 10x + 21 = 0 ∧ x ≥ 4
⇔ ( x = 3 ∨ x = 7) ∧ x ≥ 4

3 não é solução porque é menor que 4. Então, apenas x = 7 é solução.


Logo
S = {7}

√ √
2º caso Equações do tipo A√± B√= 0 √ √
Consideremos as equações A + B = 0 e A − B = 0.
Em qualquer dos casos, terá que A ≥ 0 e B ≥ 0.
√ √
• Caso A +√ B = 0 √ √
Como
√ nem A, nem B tomam √ valores
√ negativos, só sendo A =
B = 0 se pode ter a soma A + B igual a zero. É então, claro
que,

√ √
Resolver a equação A+ B = 0 equivale a resolver A = 0 ∧ B = 0
matemática 11 47

√ p
Exemplo 3.5.3 Resolva a equação 2x − 6 + x2 − 3x = 0
56. Resolva as seguintes equações
√ √
(a) 2x + 4 + 3x + 9 = 0
Resolução Quebra de linha √
r
3
(b) 1−x = − x+
2
√ p
2x − 6 + x2 − 3x = 0 ⇔ 2x − 6 = 0 ∧ x2 − 3x = 0
⇔ x = 3 ∧ ( x = 0 ∨ x = 3)
⇔ x=3
S = {3}

√ √
• Caso √ A− B =√ 0 √
Como
√ √ A ≥
√ 0 e B ≥ 0, resulta da igualdade A − B = ( A−
B)( A + B) que
√ √ √ √
− Se A = B vem A − B = 0 (porque A + B ≥ 0, só sendo
nulo se A = B = 0)
√ √
− Se A − B = 0, vem A − B = 0, ou seja, A = B.
Então,

√ √
Resolver A− B = 0 equivale a resolver A = B ∧ A ≥ 0 ou A = B ∧ B ≥ 0

√ √
Exemplo 3.5.4 Resolva a equação x+1− 2x − 3 = 0
57. Resolvas as seguintes equações:
√ √
(a) x + 10 − 2x − 5 = 0
Resolução Quebra de linha √ √
√ √ (b) 3 5x − 1 = 2 4x + 3
x + 1 − 2x − 3 = 0 r
2x √ √
(c) − x= 3
3
⇔ x + 1 = 2x − 3 ∧ x + 1 ≥ 0
⇔ x = 4 ∧ x ≥ −1
⇔x=4
S = {4}

√ √
3º caso: Equações do tipo A± B=C

REGRA: O processo mais geral para resolver equações deste tipo


consiste em:
1. Isolar no 1º membro um dos radicais (a expressão mais compli-
cada).
2. Elevar ao quadrado os dois membros da equação dada.
3. Resolver a equação obtida e verificar se as soluções encontradas
verificam a equação dada.

Os passos 1. e 2. devem ser repetidos se aparecerem mais do que uma


expressão com radical.
48

√ √
Exemplo 3.5.5 Resolva a equação x+5+ x=5
58. Resolva as equações:
√ √
Resolução Quebra de linha (a) x+3− x+1 = 1
√ √
(b) 7 − x + x − 15 = 3
√ √
(c) 4x − 5 + 2 x − 3 = 17
√ √ √ √ √ √
(d) x−2− x+3 = 1
x+5+ x=5 ⇔ x+5 = 5− x √ √
√ (e)

x + 4 + 11 + x = 7

⇒ x + 5 = 25 + x − 10 x (f) 2x − 3 + 1 + 2x = 1
√ √ q q
⇔ 10 x = 20 ⇔ x = 2 (g) 3x2 − 4x + 34 − 3x2 − 4x − 11 = 5

⇒ x=4

Verifiquemos se 4 é solução.
√ √
4+5+ 4 = 5
3+2 = 5 P.V

Logo
S = {4}
4 I NEQUAÇÕES

4.1 Inequações inteiras

4.1.1 Definição

Definição: Chama-se inequação numa variável x a toda a condição da


forma A( x ) < B( x ) ou A( x ) ≤ B( x ) ou A( x ) > B( x ) ou A( x ) ≥ B( x ),
onde pelo menos uma das expressões A( x ) ou B( x ) é uma expressão
designatória na variável x.

A generalidade dos conceitos em equações são aplicáveis para inequações,


com excepção do principio da multiplicação que se apresenta da forma
seguinte:

Principio de multiplicação
Multiplicando os dois membros de uma inequação pelo mesmo nú-
mero

• positivo, obtém-se uma inequação equivalente e do memo sentido;

• negativo, obtém-se uma inequação equivalente, mas de sentido


contrário.

4.1.2 Inequações de 1º e 2º graus

Já conhecida, de anos anteriores, a maneira de resolver este tipo de inequa-


ções. A titulo de revisão, vejamos então alguns exemplos.

6x − 1
   
1 1
Exemplo 4.1.1 Resolva a inequação 3 x − − >5 .
2 3 6
59. Resolva cada uma das inequações se-
guintes, indicando para cada trans-
Resolução Quebra de linha formação, o principio que justifica:
1−x x+1
(a) − > −0, 1
2 3
6x − 1 30x − 5
   
1 1 3 1
3 x− − >5 ⇔ 3x − − > y −1
1
2 3 6 2 3 6 (b) 3
− ≥0
2 2
⇔ 18x − 9 − 2 > 30x − 5
⇔ 18x − 30x > −5 + 9 + 2
1
⇔ −12x > 6 ⇔ x < −
2
 
1
S = −∞, − .
2
50

Exemplo 4.1.2 Resolva a inequação x2 − 4x + 3 ≤ 0.


60. Esboce o gráfico das seguintes fun-
ções:
Resolução Quebra de linha (a) f ( x ) = − x2 + 10x − 25
A técnica de resolução, consistia em considerar o primeiro como sendo uma (b) g( x ) = 2x2 + 2x + 1
função, esboçar o seu gráfico (uma parábola, nesse caso) e estudar o sinal x2 4
(c) h( x ) = − +x−
dessa função. 3 3
Com efeito teremos: (d) i ( x ) = ( x − 2)2 + 3
Zeros da função: x2 − 4x + 3 = 0 ⇔ x = 1 ∨ x = 3.
61. Resolva em R, cada uma das inequa-
Graficamente vemos: ções:
(a) x2 − 10x + 9 ≥ 0
+ + (b) − x2 + 2x − 1 < 0
−∞
1 − 3
+∞
(c) x2 + 2x ≥ 8
(d) x2 + x − 6 < 0
Como estamos interessados no intervalo do x em que a função é não-positiva (e) 2x2 + 7x ≤ 0
temos (f) x2 − 3x + 4 > 0

S = [1, 3]. (g) (2 − x )( x − 2) < 0

4.1.3 Inequações de grau superior a 2

Começamos por ver um exemplo.

Exemplo 4.1.3 Resolva a inequação 2x3 − x2 − 8x + 4 < 0 sabendo


que 2 é uma das raízes do polinómio P( x ) = 2x3 − x2 − 8x + 4.
62. Resolva as seguintes inequações
(a) ( x2 − 1)( x + 2) < 0
Resolução Quebra de linha
(b) (− x3 + 8)( x2 − 4) ≥ 0
Interessa que o segundo membro da inequação seja 0 e que o primeiro membro
(c) 2x3 − 5x2 − 4x + 3 ≤ 0, sendo −1
esteja fatorizado para de seguida fazer o estudo do sinal. Conhecida uma das sua raiz.
raízes, recorre-se a regra de Ruffini para fatorizar o polinómio.

2 -1 -8 4
2 4 6 -4
2 3 -2 0

P( x ) = ( x − 2)(2x2 + 3x − 2)
1
2x2 + 3x − 2 = 0 ⇔ x = −2 ∨ x =
2
 
1
P( x ) = 2( x − 2)( x + 2) x −
2

1
x −∞ −2 2 +∞
2
x−2 − − − − − 0 +
x+2 − 0 + + + + +
1
x− − − − 0 + + +
2
P( x ) − 0 + − 0
0 +

1
S =] − ∞, −2[∪ , 2 .
2
matemática 11 51

4.2 Inequações fracionárias

As inequações

x+2 2x − 3 x x2 − 1
≥2, <0 e ≥
x−3 x+5 x+4 5−x
são chamadas inequações fracionarias.
Quando resolvemos equações fracionarias geralmente multiplicamos cada
membro pelo MMC dos denominadores. Contudo, se multiplicarmos cada
membro de uma inequação por um número negativo, devemos inverter
o sentido da desigualdade. Por esta razão, geralmente não multiplica-
mos inequações por expressões que envolvem variáveis. O valor dessas
expressões pode ser positivo ou negativo.
Os próximos exemplos mostram como usar uma tabela de sinal para
resolver inequações que tem variáveis no denominador.

x−5
Exemplo 4.2.1 Resolva ≤ 0 e apresente a solução em notação
3−x
de intervalo.
63. Resolva cada uma das seguintes ine-
quações:
Resolução Quebra de linha
x−5
A variável x toma valores de −∞ a +∞. O numerador e denominador (a)
x+5
>0
intervertem o sinal nos valores 5 e 3 respetivamente. x−2
(b) ≤0
x+1
• Determinação dos zeros do numerador e do denominador: 3x − 2
(c) ≥0
x−5 = 0 ⇔ x = 5 x−4
( x + 2)( x − 3)
3−x = 0 ⇔ x = 3 (d) <0
x+5
• Estudo de sinal x2 + 7
(e) >0
x2 − 6x + 8
x −∞ 3 5 +∞ 64. Considere a expressão
x−5 − − − 0 + P ( x ) = ( x − 2) − 3( x − 2)2 .
3−x + 0 − − − (a) Decomponha-a num produto de
x−5 polinómios do 1º grau
− S.S + 0 −
3−x (b) Resolva, em R, a inequação
x+1
≥ 0.
• Conclui-se, observando o quadro que P( x )

S =] − ∞, 3[∪[5, +∞[.

Nota: Na resolução da inequação anterior, o procedimento consistiu em


x−5
estudar o sinal do quociente . Nesse caso, determinar o intervalo
3−x
de x em que o quociente é negativo ou zero, que só acontece se o
numerador e o denominador tiverem sinais diferentes ou o numerador
for zero.
x−5
Com isso lembramos que as inequações ≤ 0 e ( x − 5)(3 − x ) ≤ 0
3−x
tem as mesmas soluções porque a regra dos sinais para o produto e para
o quociente são as mesmas.
52

REGRA: Passos para resolver uma inequação fracionária

A( x )
1º Reescreva a inequação com o primeiro membro na forma e
B( x )
0 no segundo membro.

2º Use apenas adição e subtração para obter inequações equivalentes

3º Determine os zeros do numerador e do denominador

4º Constrói um quadro de sinal para o primeiro membro

5º Use a regra dos sinais para a divisão de números, para determinar


as regiões que satisfazem a inequação original.

2t + 7
Exemplo 4.2.2 Resolva a inequação ≥ 3.
t−4
65. Resolva as seguintes inequações:

Resolução Quebra de linha x−1


(a) >2
x
O método para a resolução de inequações fracionaria é baseada no estudo do 3x − 2
sinal de um quociente. Em ultima instância, isso requer que um membro da (b) −2 ≥ 0
x−3
inequação seja zero. 1 + x2
(c) <1
Se a inequação não for assim, nosso primeiro trabalho é transformá-la nessa x2 + 6x
x2 − 4x + 3
forma. (d) >0
x2 + 2x + 1
(− x2 − 3)( x + 1)
(e) ≤0
2t + 7 2t + 7 2t + 7 3(t − 4) 3x
≥3 ⇔ −3 ≥ 0 ⇔ − ≥0 x 1
t−4 t−4 t−4 t−4 (f) ≥ 1+
1 − x2 x−1
2t + 7 − 3t + 12 −t + 19
⇔ ≥0⇔ ≥0 x2 − 4x + 3
≤1
t−4 t−4 (g)
x2 + 3x
x 1
Determinação de zeros (h) −7 ≤
x−1 x−1
−t + 19 = 0 ⇔ t = 19 1 1 1
(i) 2 + + ≥0
t−4 = 0 ⇔ t = 4 x −1 x−1 3
Quadro de sinal x−2 4 8
(j) + > 2
x x−2 x − 2x

t −∞ 4 19 +∞ 66. Recorrendo a intervalos de números


reais, represente, em R, o domínio da
−t + 19 + + + 0 − seguinte expressão algébrica
t−4 − 0 + + + s
x2 − 1
−t + 19 − 1.
− N.D + 0 − x2 − 5x + 6
t−4
Logo,
S =]4, 19].
matemática 11 53

4.3 Inequações modulares

4.3.1 Propriedades

Exemplo 4.3.1 Considere o eixo real de origem O.

(a) Quais as abcissas x dos pontos desse eixo cujas distancias à origem
O são menores ou iguais a 3?

(b) Quais as abcissas x dos pontos desse eixo cujas distancias à origem
O são maiores ou iguais a 3?

Resolução Quebra de linha


Para responder a essas questões, note que os pontos de abcissa 3 e −3 distam
três unidades da origem:

−3 O 3

Assim temos:

(a) Qualquer ponto de abcissa x, −3 ≤ x ≤ 3, localiza-se a uma distancia


menor ou igual a 3 da origem; observe:

−3 O 3

(b) Qualquer ponto de abcissa x, x ≤ −3 ou x ≥ 3, localiza-se a uma


distancia maior ou igual a 3 da origem; observe:

−3 O 3

As perguntas feitas nos itens (a) e (b) poderiam ter sido formulados da
seguinte maneira:

(a) Quais as abcissas x dos pontos dos eixo real tais que | x | ≤ 3?

(b) Quais as abcissas x dos pontos dos eixo real tais que | x | ≥ 3?
Temos então:

(a) | x | ≤ 3 ⇔ −3 ≤ x ≤ 3 (b) | x | ≥ 3 ⇔ x ≤ −3 ∨ x ≥ 3

Raciocinando dessa maneira podemos concluir as seguinte proprieda-


des:
Propriedades Seja a um número real positivo:
(a) | x | ≤ a ⇔ − a ≤ x ≤ a (c) | x | ≥ a ⇔ x ≤ − a ∨ x ≥ a

(b) | x | < a ⇔ − a < x < a (d) | x | > a ⇔ x < − a ∨ x > a

4.3.2 Resolução de inequaçãos modulares

Do mesmo modo como fizemos o estudo das equações modulares, faremos


o estudo das inequações modulares, classificando-as em alguns tipos:
54

1º tipo: Inequações |f(x)| ≤ a ou |f(x)| < a ou |f(x)| ≥ a ou |f(x)| > a

Exemplo 4.3.2 Resolva em R a inequação |3x − 1| ≤ 3

67. Resolva em R as inequações:


(a) |3x + 5| ≤ 11

3
(b) 2x + > 6
2
Resolução Quebra de linha

2
(c) x − 5 ≤ 4

Pela propriedade (a) temos que: |3x − 1| ≤ 8 ⇔ −8 ≤ 3x − 1 ≤ 8
(d) 2x2 − x − 2 < 1

(e) |1 − x | < 5

( 7
3x − 1 ≥ −8 
x≥−
x 1

Essa dupla desigualdade é equivalente a: ⇔ 3 (f) − > 4
3x − 1 ≤ 8  x≤3

2 3

2
(g) x − 3 ≥ 1

O conjunto solução S do sistema é a interseção das duas condições, ou
(h) x2 + 2x < 3

seja,

7 3

3

Assim,  
7
S= x∈R:− ≤x≤3
3
ou então  
7
S = − ,3 .
3

2º tipo: Inequações |f(x)| > g(x) ou |f(x)| ≥ g(x) ou |f(x)| < g(x) ou
|f(x)| ≤ g(x)
Resolvemos essas inequações usando a seguinte técnica:

REGRA: Inequações do 2º tipo:

1º Fazemos o segundo membro ser 0


2º Escrevemos a função do primeiro membro sem modulo (defi-
nida por ramos)
3º Resolvemos as inequações obtidas

Exemplo 4.3.3 Resolva em R, a inequação |4x + 2| > −5x + 7.

68. Determine, em R, o conjunto solução


de cada uma das seguintes inequa-
ções:
(a) |5x − 4| ≤ 4x + 5
(b) |2 − 3x | > 2x − 12

(c) x2 − 2x < 3x


(d) 2x2 − 8 ≤ 1x2 − 4x

(e) |6x − 1| ≥ 5x − 10

matemática 11 55

Resolução Quebra de linha

• Transformar o 2º membro em 0. |4x + 2| + 5x − 7 > 0


• Pela definição de modulo, tem-se

1
 4x + 2

⇐x≥−
|4x − 2| = 2
1
 −4x − 2
 ⇐x<−
2

1
x −∞ − −∞
2
|4x + 2| −4x − 2 0 4x + 2
19
5x − 7 5x − 7 − 5x − 7
2
19
|4x + 2| + 5x − 7 x−9 9x − 5
2
Portanto temos
1


 x−9 se x < −

 2
19 1

|4x + 2| + 5x − 7 = − >0 se x = −
 2 2
1


 9x − 5 > 0

se x > −
2

1
• – Para x < − , x−9 > 0 ⇔ x > 9
2

S1 = ∅.

1 9

2

1 19
– Para x = − , − >0
2 2

Condição Impossível S2 = ∅
1 5
– Para x > − , 9x − 5 > 0 ⇔ x >
2 9

 
5
S3 = ,9
9
5 9
9

O conjunto solução é a reunião dos três conjuntos, portanto,


 
5
S = S1 ∪ S2 ∪ S3 = ,9
9

Agora, vejamos um exemplo em que a inequação tem mais do que uma


expressão dentro do módulo.

Exemplo 4.3.4 Resolva em R a inequação | x2 + x | + | x + 1| ≥ 2x − 2


69. Obtenha o conjunto de todos os nú-
meros reais x que satisfaçam cada
uma das seguintes desigualdades:
(a) |2x − 6| + | x − 8| < 15
(b) 2| x + 1| − 3| x − 2| < 2
56

Resolução Quebra de linha


• Transformamos a inequação na equivalente:

| x2 + x | + | x + 1| − 2x + 2 ≥ 0.

• Transformamo a função do primeiro membro dessa desigualdade em uma


idêntica a ela, definida por ramos (sem modulo). Para isso, aplicamos a
definição de módulo.

x 2 + x = 0 ⇔ x ( x + 1) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = −1

(
2 x2 + x se x ≤ −1 ∨ x ≥ 0
+ + |x + x| =
− x2 − x se − 1 < x < 0
−∞ +∞
−1 − 0

x + 1 = 0 ⇔ x = −1
(
x+1 se x ≥ −1
| x + 1| =
− x − 1 se x < −1

• – O 1º ramo exige que x ≤ −1 ⇐ x2 − 2x + 1 ≥ 0

x2 − 2x + 1 ≥ 0 ⇔ x ∈ R
−∞ +∞
S1 =] − ∞, −1] −1

– O 2º ramo exige que −1 ≤ x ≤ 0 ⇐ − x2 − 2x + 3 ≥ 0

− x2 − 2x + 3 ≥ 0 ⇔ −3 ≤ x ≤ 1
−∞ +∞
S2 = [−1, 0]
−3 −1 0 1

– O 3º ramo exige que x ≥ 0 ⇐ x2 + 3 ≥ 0

x2 + 3 ≥ 0 ⇔ x ∈ R
−∞ +∞
S3 = [0, +∞[ 0

Assim o conjunto solução S da inequação é

S = S1 ∪ S2 ∪ S3
= ] − ∞, −1] ∪ [−1, 0] ∪ [0, +∞[

Portanto
S = R.
matemática 11 57

Vejamos outros exemplos.

Exemplo 4.3.5 Determine o conjunto dos números reais x tais que:



x − 6 > 5.

x
70. Determine, sob a forma de intervalo
ou reunião de intervalos, o conjunto
Resolução Quebra de linha dos números reais que verificam cada
Aplicando a Propriedade (d) temos: uma das condições:
6x2 + 12


2 (a) 3 − 2 <3
x − 6 > 5 ⇔ x − 6 > 5 x − 4x + 1

x x
x + 6

(b) 3x + ≥2
x2 − 6 x2 − 6 x
⇔ < −5 ∨ >5 2
x − 4

2
x x (c) ≤
| x − 2| |x|
x2 − 6 x2 − 6
⇔ +5 < 0∨ −5 > 0
x x
x2 + 5x − 6 x2 − 5x − 6
⇔ < 0∨ >0
x x
Elaboremos dois quadros:

x −∞ −6 0 1 +∞
x2 + 5x − 6 + 0 − − − 0 +
x − − − 0 + + +
x2 + 5x − 6
− 0 + S.S − 0 +
x

x2 + 5x − 6
< 0 ⇔ x < −6 ∨ 0 < x < 1.
x

x −∞ −1 0 6 +∞
x2 − 5x − 6 + 0 − − − 0 +
x − − − 0 + + +
x2 + 5x − 6
− 0 + S.S − 0 +
x
x2 − 5x − 6
> 0 ⇔ −1 < x < 0 ∨ x > 6.
x
Portanto:

x − 6 > 5 ⇔ ( x < −6 ∨ 0 < x < 1) ∨ (−1 < x < 0 ∨ x > 6)

x

−∞ +∞
−6 −1 0 1 6

O conjunto solução é

S =] − ∞, −6[∪] − 1, 0[∪]0, 1[∪]6, +∞[.

Nos exemplos seguintes temos uma mistura de inequações modulares com


expressões fracionarias. A resolução faz-se com recurso as técnicas das
inequações fracionarias e das propriedades das inequações modulares.
58

Exemplo 4.3.6 Resolva a inequação

x−1
≥ 0.
|x| − 3

71. Resolva as inequações:


| x + 1| − 3
(a) ≤0
x−4
|2x + 1| − 2x
(b)
x2 + 1

Resolução Quebra de linha


Determinemos os zeros:

• x−1 = 0 ⇔ x = 1


+ +
| x | − 3 = 0 ⇔ x2 − 32 = 0 −∞ − +∞
2
−3 3
⇔ x −9 = 0
⇔ x = 3 ∨ x = −3

Estudo do sinal

x −∞ −3 1 3 +∞
x−1 − − − 0 + + +
|x| − 3 + 0 − − − 0 +
x−1
− N.D + 0 − N.D +
|x| − 3

Portanto o conjunto solução é { x ∈ R : −3 < x ≤ 1 ∨ x > 3}, ou seja,

S =] − 3, 1]∪]3, +∞[.

Exemplo 4.3.7 Resolva a inequação

4 − | x + 1|
≥ 0.
|x| − 5

72. Resolva a inequação


|2x − 4| − 3
≥0
5 − | x + 1|
matemática 11 59

Resolução Quebra de linha


Determinação dos zeros:

+
4 − | x + 1| = 0 ⇔ 42 − ( x + 1)2 = 0 −∞
− −5 +∞
3 −
⇔ (4 − x − 1)(4 + x + 1) = 0
⇔ (3 − x )(5 + x ) = 0
⇔ − x2 + 2x + 15 = 0
⇔ x = 3 ∨ x = −5

| x | − 5 = 0 ⇔ x 2 − 52 = 0 + +
−∞
−5 − 5
+∞
⇔ ( x − 5)( x + 5) = 0
⇔ x2 − 25 = 0
⇔ x = −3 ∨ x = 5

Estudo do sinal

x −∞ −5 3 5 +∞
4 − | x + 1| − 0 + 0 − − −
|x| − 5 + 0 − − − 0 +
4 − | x + 1|
− N.D − 0 + N.D −
|x| − 5

Portanto
S = [3, 5[.
5 F UNÇÕES

Um olhar sobre a história

O que é uma função? Se escutarmos alguém a utilizar esta palavra em


conversas do dia a dia, já ficamos com uma ideia, "a altura é função da
n n2
idade", "o rendimento é função do capital investido", mas há outras ex-
pressões que têm significado semelhante, como "o preço total dependente 1 1
da quantidade de compras". Além disso, a palavra "função"tem outros 2 4
significados, como em "trabalhador da função pública". 3 9
4 16
5 25
Em Matemática, os conceitos devem ser muito precisos, para evitar confu-
6 36
sões no encadeamento de raciocínios que carateriza este ramo do saber. 7 49

Por "função"entendemos a dependência que uma variável numérica tem


de outra. A cada valor da variável independente tem de corresponder um y
único valor da variável dependente, como na tabela de quadrados ao lado.

Esta ideia remonta aos antigos babilônios, de há quatro mil anos atrás.
Mesmo utilizando esta noção somente para números, houve questões que
demoraram séculos a esclarecer. Hoje usamos expressões algébricas como:

f ( n ) = n2

ou mesmo gráficos, para comunicar a mesma ideia. x

O gráficos são instrumento visual muito útil, fornecendo muita informação


de forma sucinta. Algumas funções, podem ter gráficos belos e complexos.

5.1 Revisão do conceito de função


73. Dados os conjuntos A e B e uma lei
Consideremos os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {5, 7, 9, 11, 13} e a relação de formação, construa o diagrama
entre eles definidas pelos pares ordenados (1, 5), (2, 5), (3, 7), (4, 11). sagital e diga se f é uma função de
A em B nos seguintes casos:
A B
 
1 1 1
(a) A = {1, 2, 3, 4}, B = , ,
2 3 4
1 5 1
e f (x) =
x+1
7 (b) A = {−4, −2, 2, 4}, B = {2, 8}
2 x2
e f (x) =
9 2
(c) A = {1, 3, 5, 7}, B = {2}
3
11 e f (x) = 2
(d) A = {−1,√ 0, 1}, B = {0, 1}
4 13 e f (x) = x
62

Esta relação tem a seguinte propriedade:

• Qualquer que seja o elemento de A, ele está em relação com um só


elemento do B.
74. Determine o domínio e o contrado-
Diz-se então que a relação considerada é uma função de A em B. mínio da função f : A → B definida
por f ( x ) = x2 − 2, sendo
A = {−2, −1, 0, 1} e
De um modo geral, sejam A e B dois conjuntos não vazios: B = {−2, −1, 0, 1, 2}.

Definição: Chama-se função de A em B a uma correspondência que


a cada elemento de A faz corresponder um só elemento de B. 75. Seja a função de R em R definida por
x−1
f (x) = . Qual é o elemento do
4
Ao conjunto A chama-se o domínio da função e ao subconjunto de B 1
domínio que tem como imagem?
2
formado pelos elementos transformados dos elementos de A, chama-se
contradomínio da função. Ao conjunto B chama-se conjunto de chegada.
Se designarmos por f uma dada aplicação de A em B,
76. Seja f a função real definida por
• Designaremos o seu domínio (o conjunto A) por D ou D f x
f ( x ) = 1 − , para todo x do inter-
2
valo [−3, 1]. Determine seu conjunto
• Designaremos por f ( a) o transformado de a. Chama-se a o objeto e imagem.
f ( a) a imagem de a dado por f

• O contradomínio designaremos por D 0 ou D 0f .


77. Determine o domínio das seguintes
Representaremos as funções por letras minúsculas do nosso alfabeto. funções:
(a) f ( x ) = 5x + 1
Quando escrevemos 1
(b) f ( x ) =
x−1

f (x) com f ( x ) = expressão designatória na variável x, (c) f ( x ) = x − 4

(d) f ( x ) = 3 x
queremos significar que se trata de uma função de A em B, cuja lei de √ √
(e) f ( x ) = x − 2 + x − 5
correspondência é definida pela expressão designatória.
1
(f) f ( x ) = √
x+1
À variável x chama-se, por vezes, variável independente e à variável
y = f ( x ) que toma valores no contradomínio da função, chama-se variável
dependente.

5.2 Zeros e sinal de uma função

5.2.1 Zeros

Definição: Os valores de x para os quais f ( x ) = 0 denominam-se


zeros (ou raízes) da função f .

Exemplo 5.2.1 Determine os zeros das seguintes funções:



(a) f ( x ) = − x2 + 2x + 8 (c) h ( x ) = x − 2
x2 − 5x + 6
(b) g ( x ) =
x−3
matemática 11 63

78. Determine os zeros de cada função:

Resolução Quebra de linha (a) f ( x ) = 6x − 3

(a) Fazendo f ( x ) = 0, na função f ( x ) = − x2 + 2x + 8, vamos obter x = (b) f ( x ) = x2 − 4x + 4



−2 ou x = 4. (c) f ( x ) = x + 3

Portanto x = −2 e x = 4 são os zeros da função f ( x ) = − x2 + 2x + 8.

(b) O domínio função é Dg = R \ {3}. 79. Considere a função f : R → R, onde


6
Assim temos sucessivamente: f (x) = x − 5 + .
x
x2 − 5x + 6 (a) Determine o domínio de f ;
g( x ) = 0 ⇔ =0
x−3
 
1
(b) Calcule f (−1) − f + 2 f (2);
⇔ x2 − 5x + 6 = 0 ⇔ x = 2 ∨ 
x= 3
 2
(c) Calcule o valor de k, de modo que
f (k ) = 1;
Portanto,
(d) Calcule as raízes de f .
Zeros = {3}.

(c) Calculando o domínio temos Dh = [2, +∞[.


Igualando a função a zeros vamos obter sucessivamente,

h( x ) = 0 ⇔ x−2 = 0
⇔ x−2 = 0
⇔ x=2

Como 2 ∈ Dh , vem que


Zeros = {2}.

Graficamente, os zeros (ou raízes) de uma função são os valores das


abcissas em que o gráfico intercepta o eixo xx.

Exemplo 5.2.2 80. Determine, em cada gráfico, os zeros


da função:
(a) dddddddddddddddddddddddddddddddddd (a)
dddddddddddddddddddddddddddddddddd
y Observemos que o gráfico ao y
lado intercepta o eixo das ab-
1 cissas no valor x = 2. Portanto
x = 2 é o zero da função repre-
O 2 3 x
sentada por esse gráfico.

−1 O 1 2 x

(b) dddddddddddddddddddddddddddddddddd
(b)
y O gráfico ao lado intercepta o dddddddddddddddddddddddddddddddddd
y
eixo das abcissas nos valores
x = −2 e x = 4. Portanto esses
valores dão os zeros da função
−2 O 4 x representada nesse gráfico. −2 O 3 7 x
64

5.2.2 Sinais
81. Estude os sinais das funções cujos
Estudar os sinais de uma função significa determinar para quais valores gráficos são:
do domínio essa função é positiva, nula ou negativa. y
(a)
ddddddddddddddddddddddddddddddd
Exemplo 5.2.3

Observando o gráfico ao lado, 0 1 2 3 x


y
note que:

• se x1 < x < x2 , então f ( x ) > 0 (b)


y
ddddddddddddddddddddddddddddddd
x1 x2 x3 x 2
• se x = x1 ou x = x2 , então
f (x) = 0

• se x2 < x < x3 então f ( x ) < 0 −2 0 2 x

Portanto,

• uma função é positiva se a sua representação gráfica está «acima» do


eixo dos xx;

• uma função é negativa se a sua representação gráfica está «abaixo» do


eixo dos xx.
matemática 11 65

5.3 Paridade de funções

Definição: Uma função f é par se f (− x ) = f ( x ), ∀ x ∈ D f . Uma


função é ímpar se f (− x ) = − f ( x ), ∀ x ∈ D f .

Nota: O gráfico de uma função par é simétrico relativamente ao eixo yy.


O gráfico de uma função ímpar é simétrico relativamente à origem

Exemplo 5.3.1 Verifique se as funções seguintes são pares ou ímpares:

(a) f ( x ) = x 2 (b) f ( x ) = x (c) f ( x ) = x + 2


82. Classifique cada uma das funções em
par, ímpar ou nem par nem ímpar:
Resolução Quebra de linha
(a) f ( x ) = 2x2 − 4
x−2
(b) f ( x ) =
2 x2 + 2
(a) f ( x ) = x
2
Substituindo x por − x, temos (c) f ( x ) =
x
(d) f ( x ) = x2
f (− x ) = (− x )2 ⇒ f (− x ) = x2
(e) f ( x ) = ( x + 1) + ( x − 1)

Como
f (− x ) = f ( x ),
83. Identifique em cada gráfico se a fun-
a função é par. ção é par, ímpar ou nem par nem
ímpar:
(b) f ( x ) = x
(a) dddddddddddddddddddddddddddddddddd
(c) ddddddddddddddddddddd
Temos f (− x ) = − x,
y y
e como
f (− x ) = − f ( x ),
x x
a função é ímpar.

(c) f ( x ) = x + 2 (b) dddddddddddddddddddddddddddddddddd


(d) ddddddddddddddddddddd
y y
Substituindo x por − x, temos f (− x ) = − x + 2.
Observe que não obtivemos f (− x ) = f ( x ) nem f (− x ) = − f ( x ).
x
Nesse caso, dizemos que a função nem é par nem ímpar. x

5.4 Operações com funções

Assim como podemos calcular a soma, a diferença, o produto e o quociente


de duas expressões algébricas, também se determina a soma, a diferença,
o produto e o quociente de duas funções.

5.4.1 Soma

Definição: A soma de funções f e g, que designamos por f + g, é tal


que
f + g : D f ∩ Dg −−−→ R
( f + g) ( x ) = f ( x ) + g( x )
x 7−−→ f ( x ) + g( x )
sendo
D f + g = D f ∩ Dg .
66

1
Exemplo 5.4.1 Sendo f ( x ) = x2 e g( x ) = , caraterize a função f + g.
x
84. Sejam as funções reais de variável
real definidas por p( x ) = x2 + 5 e
Resolução Quebra de linha q( x ) = x2 − 5. Caraterize a função
( f + g) ( x ) = f ( x ) + g( x )
p + q.
1
= x2 +
x
x3 + 1
= 85. Considere as funções r.v.r definidas
x
2x
por a( x ) = , b( x ) = 5 e
D f + g = D f ∩ D g = R ∩ R \ {0} = R \ {0} 1−x
7
c( x ) = 2 .
Portanto tem-se x −1
(a) Determine o domínio de cada fun-
ção;
f + g : R \ {0} −−→ R
(b) Calcule a(3) + b(7) − c(0);
x3 + 1
x 7−−→ . (c) Caraterize a função a + b + c.
x

5.4.2 Diferença

Definição: A diferença de funções f e g, que designamos por f − g,


é tal que
f − g : D f ∩ Dg −−−→ R
( f − g) ( x ) = f ( x ) − g( x )
x 7−−→ f ( x ) − g( x )
sendo
D f − g = D f ∩ Dg .

1
Exemplo 5.4.2 Sendo f ( x ) = x2 e g( x ) = , caraterize a função
x+1
f − g.
86. Considere as funções r.v.r definidas
por m( x ) = 1 − x2 e
Resolução Quebra de linha 3
( f − g) ( x ) = f ( x ) − g( x ) n( x ) = 2
x − 6x − 7
:
1
= x2 − (a) Determine o domínio e os zeros
x+1 de uma das funções
x3 + x2 − 1 (b) Caracterize a função a função
= m−n
x+1
(c) Determine os zeros da função
D f − g = D f ∩ Dg = R ∩ R \ {−1} = R \ {−1} m−n
(d) Resolva as condições:
Portanto tem-se
i. (m − n) ( x ) = 4
f − g : R \ {−1} −−→ R ii. (m − n) ( x ) ≤ 0
(e) Estude a paridade das função m,
x3 + x2 − 1 n e m − n.
x 7−−→ .
x+1

5.4.3 Produto

Definição: O produto de funções f e g, que designamos por f · g, é


tal que
f · g : D f ∩ Dg −−−→ R
( f · g) ( x ) = f ( x ) · g( x )
x 7−−→ f ( x ) · g( x )
sendo
D f · g = D f ∩ Dg .
matemática 11 67

3
Exemplo 5.4.3 Sendo f ( x ) = x e g( x ) = , caraterize a função f · g.
x2 87. Considere√as funções f definida por
f ( x ) =√ 2x + 8 e g definida por
g( x ) = 3 − x.
(a) Determine o domínio de cada
Resolução Quebra de linha uma das funções.
( f · g) ( x ) = f ( x ) · g( x ) (b) Caraterize a função f · g.
3 (c) Calcule ( f · g) (2).
= x2 · 2
x (d) Caraterize a função f 2 .
3x 3
= =
x2 x
88. Dadas as funções
D f · g = D f ∩ D g = R ∩ R \ {0} = R \ {0}
x
f : x 7→ e g : x 7→ 3x2
Portanto tem-se x+1
(a) Calcule D f e Dg
f · g : R \ {0} −−→ R (b) Caraterize f + g, f − g e f · g
3 (c) Calcule o valor numérico de:
x 7−−→ .
x ( f + g) (−3) + ( f − g) (0) + 2 ( f · g) (−1)

5.4.4 Quociente

f
Definição: O quociente de funções f e g, que designamos por ,é
g f
tal que : D f −−−→ R
  g g
f f (x) f (x)
(x) = x 7−−→ .
g g( x ) g( x )
sendo
D f = D f ∩ D g ∩ { x ∈ R : g ( x ) 6 = 0}.
g

3
Exemplo 5.4.4 Sendo f ( x ) = e g( x ) = x2 − 1, caraterize a função
x
f
.
g

89. Considere as funções definidas por


f ( x ) = 7x − 3 e g( x ) = x2 + 6x

Resolução Quebra de linha


 
f f (x) (a) Determine D f e Dg
(x) = f g
g g( x ) (b) Caraterize a função e
g f
3    
x f g
= (c) Calcule (1) − (5)
x2 − 1 g f
3  
f
= (d) Resolva a equação (x) = 0
x ( x 2 − 1) g
f
D f = R \ {0} ∩ R ∩ { x ∈ R : x 6= 1 ∧ x 6= −1} = R \ {−1, 0, 1} (e) Estude a paridade de
g
g

Portanto tem-se
f
: R \ {−1, 0, 1} −−→ R
g
3
x 7−−→ .
x ( x 2 − 1)
68

5.5 Função composta de duas funções

Conceito

Uma loja de eletrodomésticos recebe, através de um banco, as prestações dos produtos vendidos em crediário.

No mês de Abril a loja fará a seguinte promoção: o cliente que pagar a prestação na primeira quinzena do
mês terá um desconto sobre o valor x da prestação. O cliente pagará apenas o valor f ( x ), dado pela função:
f ( x ) = 0, 8x.

O banco que faz a intermediação desse dinheiro cobra da loja uma taxa de serviços. Por cada quantia de t escudos
recebidos, o banco transfere para a conta da loja a quantia g(t) dada pela função: g(t) = 0, 95t.
A prestação do mês de Abril de um cliente é de 5000 escudos. Se esse cliente pagá-la ana primeira quinzena do
mês, quanto pagará?
A resposta para essa questão é dada pela função f ( x ) = 0, 8x. O cliente vai pagar:

f (5000) = 0, 8 · 5000 = 4000 escudos.

Que parcela desse dinheiro será transferida pelo banco para a loja?

A resposta é dada pela função g(t) = 0, 95t. Como o banco terá recebido t = 4000 escudos do cliente, a loja
receberá do branco:
g(4000) = 0, 95 · 4000 = 3800 escudos.
A prestação de um cliente para o mês de Abril é de x es- Cliente Banco Loja
cudos. Se esse cliente pagá-la na primeira quinzena de
f g
Abril, terá o desconto oferecido pela loja. Qual a a fun-
ção que dá o valor recebido pela loja em função de x, sa-
x 0, 8x 0, 95 · 0, 8x
bendo que este cliente pagará a prestação na primeira quin-
zena?

A função h que expressa o valor recebido pela loja em função g◦ f


de x, ou seja,
h( x ) = 0, 95 · 0, 8x ⇔ h( x ) = 0, 76x.
A função h é chamada de função composta de g com f e
escreve-se g ◦ f .

Domínio da função composta


1 √
Consideremos as funções f e g sendo f ( x ) = de domínio D f = R \ {1} e g( x ) = x de domínio
x−1
Dg = [0, +∞[.

Calculemos ( g ◦ f ) (−2).

  r
1 1
( g ◦ f ) (−2) = g [ f (−2)] = g − = − ,
3 3
r
1
mas − não é um número real.
3

Conclui-se que −2 não pertence ao domínio de g ◦ f .

Como determinar o domínio de uma função composta?


matemática 11 69

Definição: Dadas as funções f e g, a composta de f por g é a função


que se representa por f ◦ g e se define por f ◦ g : D f ◦ g −−−→ R
x 7−−→ f ( g( x ))
• ( f ◦ g) ( x ) = f [ g( x )]

• D f ◦ g = { x ∈ R : x ∈ Dg ∧ g( x ) ∈ D f }

√ 1
Exemplo 5.5.1 Sendo f ( x ) = x, g( x ) = x2 e h( x ) = , defina f ◦ g,
x
g ◦ h e f ◦ g ◦ h.

Resolução Quebra de linha


D f = R0+ ; Dg = R; Dh = R \ {0} 90. Calcule, em cada caso, ( f ◦ g) (−2) e
( g ◦ f ) (−2), sendo:
q
1
• ( f ◦ g) ( x ) = f [ g( x )] = f ( x2 ) = ( x2 ) = | x | (a) f ( x ) = x − 1 e g( x ) = 2x +
2
√ 1
(b) f ( x ) = x2 e g( x ) =
x+1
D f ◦g = { x ∈ R : x ∈ Dg ∧ g( x ) ∈ D f }
= { x ∈ R : x ∈ R ∧ x 2 ∈ R} = R
91. Caraterize, em cada caso,
Logo, ( f ◦ g) (−2) e ( g ◦ f ) (−2), sendo:
(a) f ( x ) = x2 + 1 e g( x ) = 2x − 2
f ◦ g : R −−→ R
1 √
(b) f ( x ) = e g( x ) = x
x 7−−→ | x | x−4
1 √
(c) f ( x ) = e g( x ) = x + 1
 
1 1 x
• ( g ◦ h) ( x ) = g [h( x )] = g = 2
x x

Dg◦h = { x ∈ R : x ∈ Dh ∧ h ( x ) ∈ D g } 92. Dada a função f , definida por


  f ( x ) = x − 2, defina uma função g,
1 de modo que ( f ◦ g)( x ) = ( g ◦ f )( x ),
= x ∈ R : x ∈ R \ {0} ∧ ∈ R = R \ {0}
x ou seja, que as funções f e g sejam
permutáveis.
Logo,

g ◦ h : R \ {0} −−→ R
93. Sejam as funções reais f e g definidas
1 por:
x 7−−→
x2 
4x − 3 se x ≥ 0
f (x) =
  r x2 − 3x + 2 se x < 0
1 1 1 e
• ( f ◦ g ◦ h) ( x ) = f [( g ◦ h) ( x )] = f = =
x2 x 2 |x| 
x+1 se x > 2
g( x ) =
1 − x2 se x ≤ 2
D f ◦ g◦h = { x ∈ R : x ∈ Dg◦h ∧ ( g ◦ h ) ( x ) ∈ D f } Caraterize as funções f ◦ g e g ◦ f .
 
1
= x ∈ R : x ∈ R \ {0} ∧ 2 ∈ R0+ = R \ {0}
x

Logo,

f ◦ g ◦ h : R \ {0} −−→ R
1
x 7−−→
|x|
70

5.6 Funções injetivas, sobrejetivas e bijetivas

Definição: Sendo f : A −−→ B, diz-se que f é uma função injetiva A B


se não existem dois elementos de A com a mesma imagem. nestas
condições,
x1 f ( x1 )

∀ x1 , x2 ∈ A, x x 6 = x2 ⇒ f ( x1 ) 6 = f ( x2 )
x2 f ( x2 )
ou ainda, usando a lei da conversão

f ( x1 ) = f ( x2 ) ⇒ x1 = x2 .

Definição: Uma função f diz-se sobrejetiva ou que é uma função de


A sobre B se qualquer que seja o elemento de B, é a imagem de algum
elemento de A.
Por outras palavras, f é sobrejetiva se f ( A) = B.

Definição: Se a função f é injetiva e sobrejetiva, diz-se que é bijetiva


ou que é uma bijeção.

Exemplo 5.6.1 Analise quanto a injetividade, sobrejetividade e bijeti-


vidade as seguintes funções:

(a) p : R+ −−→ R com p( x ) = x

(b) q : Z −−→ Z com q( x ) = x2 94. Classifique cada uma das funções


como injetiva, sobrejetiva ou bijetiva:
(c) g : R −−→ R com g( x ) = 2x
1
(a) f : R \ {0} → R| f ( x ) =
x
Resolução Quebra de linha
(b) f : R → R+ | f ( x ) = x2
(c) f : R+ → R| f ( x ) = x2

(a) A função p : R+ −−→ R com p( x ) = x é injetiva porque (d) f : R → R| f ( x ) = x − 5
(e) f : R → R| f ( x ) = x3
√ √
p ( x1 ) = p ( x2 ) ⇒ x1 = x2 ⇒ x1 = x2

mas não é sobrejetiva porque p(R+ ) é R+ e não R.


Por isso a função não é bijetiva. 95. Nas funções seguintes, classifique em
injetiva, sobrejetiva ou bijetiva:
(b) A função definida por q( x ) = x2 não é injetiva porque, por exemplo, (a) f : R → R com f ( x ) = 3x − 7
(b) g : R → R+ com g( x ) = | x − 1|
q(−3) = q(3) e − 3 6= 3;
(c) h : R → R
com h( x ) = | x | · ( x − 1)
não é sobrejetiva porque q(Z) 6= Z.
(d) m : R → R
Por isso não é bijetiva. com
4 − x2

se x ≤ 1
(c) A função g : R −−→ R, com g( x ) = 2x é injetiva e sobrejetiva (prove!). m( x ) =
x2 − 6x + 8 se x > 1
Então é bijetiva.

5.7 Função inversa

Consideremos as duas funções f e g representadas por um diagrama de


setas.
matemática 11 71

A B
A C
1 f
4 1 g 4
2
5 2 5
3
3 6

f não é injetiva g é injetiva

Invertendo o sentido das setas, consideremos agora a correspondência


"inversa"de B para A e de C para A.

Enquanto que a correspondência inversa de g é uma função 4 7→ 1; 5 7→ 2;


6 7→ 3, a correspondência inversa de f não é uma função (4 teria duas
imagens).

Só as funções injetivas têm inversas. Df D 0f

f
Definição: Dada uma função injetiva f , a inversa de f é a função f −1
tal que:
x f (x)

• D f −1 = D 0f
f −1
• D 0f −1 = D f
D 0f −1 D f −1
−1
• y = f (x) ⇔ x = f ( y ), ∀ x ∈ D f , ∀ y ∈ D 0f −1

REGRA: Passos para a determinação do domínio de uma função:

1º Determinam-se o domínio e o contradomínio de f .

2º Substitui-se f ( x ) por y.

3º Trocam-se as variáveis x por y.

4º Resolve-se a equação em ordem a y.

5º O domínio de f −1 é o contradomínio de f e o contradomínio de


f −1 é o domínio de f .

Exemplo 5.7.1 Seja f uma função real de variável real, definida por:

f ( x ) = 2x + 4.

Determine a expressão analítica da inversa de f .


72

Resolução Seguindo sucessivamente os passos indicados na Regra, vem:


96. Caraterize, para cada caso, a função
• f ( x ) = 2x + 4 inversa de f , sendo:
D f = R; D 0f = R. (a) f ( x ) =
6
x
• f ( x ) = 2x + 4 ⇔ y = 2x + 4 (b) g( x ) = 6x + 1
2
(c) h( x ) =
• x = 2y + 4 x−3


97. Para cada função abaixo, prove que é
x = 2y + 4 ⇔ 2y = x − 4 bijetiva e determine sua inversa:
x−4 x
⇔ y= ⇔ y = −2 (a) f : R → R tal que f ( x ) = 2x − 5
2 2
(b) g : R \ {4} → R \ {1} tal que
x+1
• Define-se a função g( x ) =
x−4
(c) h : R → R tal que h( x ) = x5
f −1 : R −−→ R
x
x 7−−→ − 2
2

5.7.1 Relação entre uma função e a sua inversa


x
No exemplo anterior verificou-se que f ( x ) = 2x + 4 e f −1 ( x ) = − 2.
2

Note-se que:
    x  x 
f ◦ f −1 ( x ) = f f −1 ( x ) = f −2 = 2 − 2 +4 = x−4+4 = x
2 2
  2x + 4
f −1 ◦ f ( x ) = f −1 ( f ( x )) = f −1 (2x + 4) = −2 = x+2−2 = x
2
Verificou-se que:
 
f f −1 ( x ) = x e f −1 ( f ( x )) = x

De um modo geral, tem-se: 98. Caraterize a inversa da função


3x
h( x ) = e verifique que
x−1
Definição: Seja f uma função real de variável real que possui inversa  
• h ◦ h −1 ( x ) = x
f −1 . e que
   
(a) f −1 ◦ f ( x ) = f −1 ( f ( x )) = x, ∀ x ∈ D f • h −1 ◦ h ( x ) = x

   
(b) f ◦ f −1 ( x ) = f f −1 ( x ) = x, ∀ x ∈ D f −1
6 T RIGONOMETRIA

Nota histórica

A palavra trigonometria tem origem na Grécia da palavra trigonos (tri-


ângulo) + metrûm (medida). Etimologicamente, trigonometria significa
medida de triângulos.

Enquanto ramo do conhecimento científico, é impossível separar a Trigono-


metria da Astronomia. Daí que o seu desenvolvimento como ciência exata
viesse a exigir medições e cálculos de grande precisão. É neste contexto que
o astrônomo grego Hiparco de Niceia (180-125 a.C.) é considerado o funda-
dor da Trigonometria. Foi ele que introduziu as medidas sexagesimais em
Astronomia e elaborou a primeira tabela trigonométrica. Hiparco utilizou
a trigonometria para fazer medições, prever eclipses, fazer calendários e
na navegação. A Hiparco seguiram-se outros no estudo e desenvolvimento
da trigonometria, como, por exemplo, Ptolomeu (séc. II d.C).

O estabelecimento de certas relações que hoje chamamos fórmulas funda-


mentais da Trigonometria deve-se aos matemáticos hindus, do séc. V ao
séc. XII. De entre eles destaca-se Aryabhata (séc.VI), um astrônomo indiano,
tendo já nesta altura associado o seno de um ângulo ao centro à medida da
Figura 6.1: Hiparco (190 a.C - 120 a.C),
corda correspondente e elaborado também uma tábua de valores do seno. foi um matemático grego que compilou
um primeiro exemplo de tabela trigono-
Matemáticos árabes, desenvolveram o estudo das razões trigonométricas métrica e criou métodos para resolver
triângulos.
em triângulos retângulos e estabeleceram, para qualquer triângulo, o cha-
mado teorema ou lei dos senos. A partir do séc.XI, Al-Biurine reúne todas
as demonstrações, quer de origem grega, quer de origem indiana, até então
conhecidas e usadas em Trigonometria.

Na Europa, a instituição da Trigonometria, é iniciada através da elaboração


de uma introdução completa à Trigonometria, e ficou a dever-se a Johaness
Müller, um astrônomo prussiano, mais conhecido por Regiomontano(1436-
1476). No séc.XVI, François Viète (1540-1603) introduziu novos teoremas que
permitiram relacionar lados e ângulos de triângulos não retângulos. Neper
e Briggs usaram o cálculo logarítmico para estabelecerem novas fórmulas
trigonométricas (séc.XVII).

No séc.XIX, a trigonometria atinge o seu ponto máximo, ficando ligada à


análise através das séries. Hoje, a trigonometria usa-se em muitas situações,
nomeadamente na física.
74

6.1 Trigonometria no triangulo retângulo

Razões trigonométrica num triangulo retângulo

Considere o triangulo rectângulo seguinte, com α um ângulo agudo.

Chama-se Hipotenusa do triangulo retângulo [ ABC ], ao lado maior do


triângulo. Chama-se Cateto Oposto à α, o lado que opõem (que fica a
frente) do ângulo agudo α. Ao outro lado triângulo retângulo chamamos
Cateto Adjacente à α, isto porque este ladeia o ângulo α.

C Definição: As razões entre os


lados do triângulo tem as se-
guintes definições:
c
a BC cat. oposto
sin α = =
AC hipotenusa
α AB cat. adjacente
cos α = =
A b B AC hipotenusa
a é o cateto oposto à α; BC cat. oposto
b é o cateto adjacente à α; tan α = =
AB cat. adjacente
c é a hipotenusa.

Fórmulas trigonométricas

Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triangulo temos

a2 + b2 = c2 ,

dividindo ambos os membros por c2 e substituindo cada termo pela res-


pectiva razão trigonométrica temos

a2 b2 c2  a 2  b 2
+ 2 = 2 ⇔ + = 1 ⇔ sin2 α + cos2 α = 1
c2 c c c c

Esta fórmula é denominada de Fórmula Fundamental da Trigonometria.

Derivada desta temos as fórmulas secundárias:

• Tendo sin2 α + cos2 α = 1, dividindo por sin2 α temos:

sin2 α cos2 α 1 1
+ = ⇔ 1 + cot2 α =
sin2 α sin2 α sin2 α sin2 α

• sin2 α + cos2 α = 1, dividindo por cos2 α temos:

sin2 α cos2 α 1 1
+ = ⇔ tan2 α + 1 =
cos2 α cos2 α cos2 α cos2 α

A tangente de um angulo agudo relaciona o seno e o co-seno do mesmo


angulo agudo. Assim,
a
a c sin α
tan α = ⇔ tan α = b
⇔ tan α = .
b c
cos α
matemática 11 75

Resolução de triângulos retângulos

Resolver triângulos é estabelecer um conjunto de cálculos que nos per- 99. Considere o triangulo retângulo em
mitam determinar os lados, ângulos e outros segmentos do triângulo. A e agudo em α.

13 cm
Exemplo 6.1.1
α
C A
Uma escada de um carro pode 12 cm
estender-se até um comprimento (a) Calcule o valor de cada uma das
máximo de 30 m quando é le- razões trigonométricas de α.
vantada à um ângulo máximo (b) Qual é a amplitude de α.
de 70◦ . Sabe-se que a base da
escada está colocada sobre um 100. Um ciclista sobe, em linha reta, uma
rampa com inclinação de 3 graus a
camião, à uma altura de 2 m do uma velocidade constante de 4 me-
solo. tros por segundo. A altura do topo
da rampa em relação ao ponto de
Que altura, em relação ao solo,
partida é 30 metros. Usando a apro-
essa escada pode alcançar? ximação sin 3◦ = 0.05, determine:
(use sin 70◦ = 0, 94; cos 70◦ = 0, 34; tan 70◦ = 2, 75). (a) O comprimento da rampa;
(b) O tempo, em minutos, que o
Resolução Quebra de linha ciclista demorou para percorrer
completamente a rampa.
Notemos que podemos modelar aqui um triangulo retângulo em que a escada
constitui a hipotenusa e a altura procurada é o cateto oposto do angulo agudo 101. Três cidades, A, B, C, são interliga-
de 70◦ . das por estradas, conforme mostra a
figura:
A razão trigonométrica que usa o cateto oposto e a hipotenusa é o seno,
B
portanto temos

h h
sin 70◦ = ⇔ 0, 94 = ⇔ h = 28, 2 m
30 30 A C
A = 28, 2 + 2 = 30, 2.
As estradas AC e AB são asfaltadas.
A estrada CB é de terra e será asfal-
Em relação ao solo, essa escada pode alcançar 30, 2 m.
tada. Sabe-se que AC tem 30km, o
ângulo entre AC e AB é de 30◦ , e
o triângulo ABC é retângulo em C.
Qual é a quantidade de quilômetros
Exemplo 6.1.2 Sabendo que sin α = 0, 4 e α um ângulo agudo, deter- da estrada que será asfaltada?
mine:
(a) cos α (b) 2 cos α − 3 tan α
102. Use a formula
1
Resolução Quebra de linha 1 + tan2 β =
cos2 β
para determinar cos β, sabendo que
tan β = 2 e que β é um ângulo agudo.
(a) Aplicando a Fórmula Fundamental da Trigonometria.

sin2 α + cos2 α = 1 ⇔ (0, 4)2 + cos2 α = 1


⇔ cos2 α = 1 − 0, 16 103. Prove que

⇔ cos α = 0, 84 (porque α é agudo) (a) 1 + tan2 x =
1
cos2 x
⇔ cos α = 0, 91.
cos2 θ
(b) 1 − = sin θ
1 + sin θ
(b) Conhecidos os valores das razões trigonométricas, e com as operações vem (c)
cos α
+
1 + sin α
=
2
  1 + sin α cos α cos α
0, 4 (1 − cos α)(1 + cos α)
2 cos α − 3 tan α = 2(0, 91) − 3 = 1, 82 − 3(0, 43) (d) = tan2 α
0, 91 cos2 α

= 1, 82 − 1, 92 = 0, 53.
76

6.2 Resolução de triângulos quaisquer

Após uma breve revisão sobre a resolução de triângulos retângulos, com


exercícios e problemas, iniciaremos agora o estudo da resolução de triân-
gulos quaisquer. E para isso, estudaremos duas propriedades importantes
da trigonometria conhecidas por lei dos senos e lei dos co-senos.

Lei dos senos


C
Definição: Em qualquer triângulo [ ABC ], as medidas dos lados são
a
proporcionais aos senos dos ângulos opostos, ou seja: b

a b c
= = B c A
sin  sin B̂ sin Ĉ

Exemplo 6.2.1
A figura mostra o trecho de um rio onde se
deseja construir uma ponte [ AB]. De um 104. O quadro de uma bicicleta é mos-
trado abaixo. Sabendo que a mede
ponto P, a 100 m de B, mediu-se o ângulo 22 cm, use a lei dos senos para calcu-
A P̂B = 45◦ e do ponto A, mediu-se o ângulo lar o comprimento b da barra que liga
o eixo da roda ao eixo dos pedais.
P ÂB = 30◦ .

Calcule o comprimento da ponte.

Resolução Quebra de linha


Inicialmente, vamos colocar os dados no triângulo e identificar o que se pre-
tende calcular.

Aplicando a Lei dos senos, temos: 105. Do alto de seus faróis, que distam
5 km um do outro, dois faroleiros
x 100 avistam um barco no mar, como mos-

= ⇔ x sin 30◦ = 100 · sin 45◦ tra a figura abaixo. Determine a dis-
sin 45 sin 30◦ tância do barco a cada farol.
100 · sin 45◦
⇔ x=
sin 30◦
O comprimento da ponte é aproximadamente 141 m.

Exemplo 6.2.2 Resolva um triângulo, sabendo que tem um lado de


medida 9, e dois ângulos que medem 42◦ e 70◦ (Figura ao lado).

Resolução Quebra de linha 42◦


42◦ + 70◦ + α = 180◦ ⇒ α = 68◦ y
Pela Lei dos senos: x

9 x 9 × sin 70◦ 9 · 0, 94
= ⇔ x = = ' 12, 64 70◦
sin 42◦ sin 70◦ sin 42◦ 0, 669 α
9
9 y 9 × sin 68◦

= ⇔y= ' 12, 47
sin 42 sin 68◦ sin 42◦

Portanto, α = 68 , x ≈ 12, 64, y ≈ 12, 47.

Nota: Para aplicar a lei dos senos, basta conhecer dois ângulos e um lado
ou dois lados e um ângulo.
matemática 11 77

Lei dos co-senos

Definição: Em qualquer triângulo [ ABC ], o quadrado da medida de


um lado é igual à soma dos quadrados das medidas dos outros dois A

lados menos duas vezes o produto das medidas desses lados pelo
cosseno do ângulo que eles formam, ou seja:

• a2 = b2 + c2 − 2bc · cos  c b

• b2 = a2 + c2 − 2ac · cos B̂

• c2 = a2 + b2 − 2ab · cos Ĉ B
a
C

Exemplo 6.2.3 Dois lados de um triângulo medem 6 cm e 10 cm e


formam entre si um ângulo de 120◦ .
Determine a medida do terceiro lado.
106. A tirolesa é um desporto no qual uma
pessoa desce ao longo de um cabo
Resolução Quebra de linha aéreo, suspenso por roldanas. A fi-
Representando geometricamente a situação, temos: gura abaixo ilustra um local para a
prática desse desporto, mostrando o
C cabo [ AB], bem como o caminho a
ser percorrido para voltar do ponto
B ao ponto A. Determine a distância
x x percorrida por um atleta que desce
atado ao cabo.
10 cm
A
120◦
6 cm
B

Aplicando a Lei dos co-senos:


107. Usando a lei dos co-senos, encontre
a2 = b2 + c2 − 2bc cos  ⇔ x2 = 102 + 62 − 2 · 10 · 6 cos 120◦ o lado ou o ângulo pedido em cada
 
2 1 problema abaixo.
⇔ x = 100 + 36 − 2 · 10 · 6 · −
2 (a) Texto em branco
2
⇔ x = 136 + 60 = 196

⇔ x = 196 = 14 5 cm x
40◦
O terceiro lado mede 14 cm.
6 cm

(b) Texto em branco

9 cm 8 cm

10 cm
78

6.3 Ângulos orientados

O movimento dos ponteiros do relógio é utilizado em trigonometria para 12


definir o sentido de um ângulo.

Associamos o sentido do movimento dos ponteiros de um relógio com o 9 3


sentido negativo e ao sentido positivo associamos contrário do movimento
dos ponteiros do relógio.
6

Sentido de um ângulo

Lado extremidade Lado origem

−45◦
+45◦

Lado origem
Lado extremidade
A semi-reta roda no sentido
A semi-reta roda no sentido dos
contrario dos ponteiros do relógio e
ponteiros do relógio e descreve um
descreve um ângulo de sentido
ângulo de sentido negativo.
positivo.

Definição: A um ângulo ao qual se atribui um sentido chama-se


ângulo orientado.

Ângulo num referencial


108. Represente os seguintes ângulos num
Representa-se um ângulo num referencial quando: referencial e indique o quadrante que
pertencem:
• O vértice do ângulo coincide com a origem das coordenadas;
(a) 40◦ (d) 215◦ (g) 150◦
• O lado origem do ângulo está sobreposto ao semi-eixo positivo do eixo ◦ ◦
(b) −45 (e) 55 (h) 230◦
Ox.
(c) 130◦ (f) −15◦ (i) −73◦

y y y y

α α
α
O x O x O x O x
α

α ∈ 1.◦ Q α ∈ 2.◦ Q α ∈ 3.◦ Q α ∈ 4.◦ Q

O ângulo pertence ao 1º, 2º, 3º ou 4º quadrantes, conforme o lado extremi-


dade pertence, respetivamente ao 1º, 2º,3º ou 4º quadrantes.
matemática 11 79

6.4 Generalização da noção de ângulo

Na figura está representado um ângulo do 1.º quadrante.


Como se representa um ângulo y

30◦ + 360◦ , 30◦ − 360◦

ou
30◦ + 5 × 360◦ ?
30◦
Concluímos que, qualquer ângulo da forma
O x
◦ ◦
30 + k × 360 , k ∈ Z

teria uma mesma representação geomé-


trica.

De um modo geral tem-se:

Definição: Se α é uma das amplitudes, em graus, de um ângulo


orientado, então α + k · 360◦ , k ∈ Z são também amplitudes de um
ângulo que tem o mesmo lado origem e o mesmo lado extremidade.

Definição: Chama-se amplitude principal à amplitude α se

−180◦ < α ≤ 180◦ .

A amplitude principal corresponde ao trajeto mínimo da semi-reta que


descreve o ângulo.

Exemplo 6.4.1 Indique a amplitude α de um ângulo, de modo que


−180◦ < α ≤ 180◦ e cujos lados do ângulo sejam coincidentes com o
ângulo 1515◦ .

Resolução Para determinarmos quantas voltas completa o ângulo dá, faze-


mos: 109. Desenhe o ângulo α tal que:
−180 < α ≤ 180◦ e de modo que os
1515 360 y lados de α coincida com os lados do
75 4 ângulo:
(a) 3110◦
Como
(b) −1518◦
75◦
1515 = 4 · 360 + 75
O x
o ângulo tem a mesma representação geo-
métrica que um ângulo de amplitude 75◦ .

...
80

Exemplo 6.4.2 Indique a amplitude α de um ângulo, de modos que


−180◦ < α ≤ 180◦ e cujos lados do ângulo sejam coincidentes com os
dois ângulos:
(a) −1515◦ (b) 1715◦

Resolução Quebra de linha


110. Determine o quadrante a que per-
(a) Dividindo a amplitude do ângulo por 360 vem: tence cada um dos seguintes ângulos:

y (a) 1012◦
(b) 2115◦
−1515 = −(4 × 360 + 75) (c) −38◦
= −4 × 360 − 75 (d) −3013◦
(e) 180◦ − α se α ∈ 1º Q
O x
Portanto o ângulo −1515◦ tem a mesma −75◦
representação geométrica que um ân-
gulo de amplitude −75◦ . (Figura ao
lado).

...

(b) 1715 360 y


275 4

Como
275 > 180,
O x
vem −85◦

275 − 360 = −85

Portanto o ângulo pertencente ao 4.º


quadrante e tem a mesma representação geométrica que um ângulo de
amplitude −85◦ .

6.5 Medida de um ângulo

Sistema sexagesimal

Sabemos desenhar ângulos de 90◦ , 45◦ , 60◦ , etc. Conclui-se desses que:
O sistema é denominado sexa-
gesimal porque tem por base o
1 60◦ .
Definição: Um grau é igual de uma ângulo giro.
360
O grau como unidade de medida, usa-se
O grau e o seus submúltiplos (o minuto e o segundo) constituem o sistema desde o tempo dos Babilônios.
sexagesimal de medida de ângulos. Da Mesma forma que mediam os ângu-
los, mediam o tempo:
Um ângulo giro mede 360◦ 1h = 60min

1min = 60s.
Um grau corresponde a 600

Um minuto corresponde a 6000


matemática 11 81

Exemplo 6.5.1 Escreva em valores unidade a amplitude do ângulo


α = 25, 23◦
111. Qual a medida, em graus, do ângulo
formado pelos ponteiros de um reló-
Resolução Tem-se sucessivamente: gio às 10h 10min?

α = (25, 23)◦ 1◦ −−−→ 600


◦ ◦
= 25 + 0, 23 0, 23◦ −−−→ x ⇔ x = 13, 80
112. Sendo A = 22◦ 380 54”, B = 13◦ 450 18”
= 25◦ (13, 8)0
e C = 18◦ 130 10”, calcule em graus:
= 25◦ 130 + 0, 80 10 −−−→ 6000 (a) A + B (c) C − B
= 25◦ 130 4800 0
0, 8 −−−→ y ⇔ y = 48 00 (b) A − B (d) 3 · A

Sistema Circular

O sistema circular tem como unidade de medida o radiano (rad).

k k k kkkk k k k k k kk k k k k k
r k kk k k k k kk k k k kk k kk k k
α α = 1 rad k k kk k k k kk k k k k k k
r kk k k k kk k k k k kk k k k k k kk
k k k kk k k k k kk k k k k kk k k

ddddddd dd d d dddddddkkkk

Definição: Um radiano (rad) é a amplitude de um ângulo ao centro


cujo arco tem comprimento igual ao raio da circunferência.

Quantos radianos tem uma circunferência?


Comprimento da circunferência 2πr
= = 2π
raio r
Portanto,
360◦ = 2π rad; 180◦ = π rad

Exemplo 6.5.2 Escreva em graus:


5π 3π
(a) rad (b) rad
4 7
113. Escreva em graus:

Resolução Quebra de linha 5π 5π


(a) rad (e)
3 9
5π 5 × 180
(a) = = 225◦ (b)

rad (f) 3, 14 rad
4 4 4
11π
3π 3 × 180 (c) rad (g) 0, 7 rad
(b) = = 77, 14◦ (2 c.d) 20
7 7 11π
(d) rad (h) 0, 2 rad
6
82

Exemplo 6.5.3 Escreva em radianos:


(a) 112◦ (b) 15◦ 420
114. Escreva em radianos:

Resolução Quebra de linha (a) 40◦


(b) 62◦
(a) Utilizando a informação conversão 180◦ = π rad e a regra de três sim-
(c) 270◦
ples, obtemos:
(d) 300◦
112◦ −−→ x (e) 315◦
(f) 7◦ 300
180◦ −−→ π
(g) 15◦ 300
112π 28π (h) 12◦ 100 1300
x= =
180 45
28π
Logo, 112◦ = rad.
45
(b) 15◦ 420 = 15, 7◦

15, 7◦ −−→ y
180◦ −−→ π

15, 7π 157π
x= =
180 1800
157π
Logo, 15◦ 140 = rad.
180

6.6 Razões trigonométricas de ângulos especiais


π 
Razões trigonométricas de 45◦ rad
4

Observado o triângulo [ ABC ], tem-se: C


◦ 2 45◦
sin 45 = √
2
2 1

◦ 2
cos 45 =
2 45◦
A B
1
tan 45◦ = 1

π  π 
Razões trigonométricas de 30◦ rad e de 60◦ rad
6 3
Observando o triângulo [ ABC ] tem-se:
C


◦ 1 ◦ 3 30◦
sin 30 = sin 60 =
2√ 2
3 1 √
cos 30◦ = cos 60◦ = 3 2
√2 2
◦ 3 √
tan 30 = tan 60◦ = 3
3
60◦
A B
1
matemática 11 83

Em resumo:

π π π
30◦ ou 45◦ ou 60◦ ou
6 4 3
√ √
1 2 3
sin
2 2 2
√ √
3 2 1
cos
2 2 2

3 √
tan 1 3
3

Exemplo 6.6.1 Calcule o valor das seguintes expressões:

(a) sin 30◦ − 2 cos 30◦ × (tan 60◦ )2


sin π6 × cos π3 π
(b) × sin2
tan π4 3
115. Calcule o valor da expressão

Resolução Quebra de linha cos 60◦ + cos2 30◦


E=
Observando o quadro temos: sin3 30◦ + tan5 45◦

√ ! 
◦ ◦ 1 3
◦ 2

(a) sin 30 − 2 cos 30 × (tan 60 ) = − 2 3
2 2
1−2×3 5 116. Calcule o valor da expressão
a = =− sin 2x + cos 4x
2 2 E= ,
cos2 2x
1 1
√ !2
sin π6 × cos π3 π × 3 1 3 3 π
(b) × sin2 = 2 2 × = × = para x =
12
.
tan π4 3 1 2 4 4 16

6.7 Razões trigonométricas de um ângulo qualquer

Dado um triângulo rectângulo [ ABC ], definem-se as razões trigonométricas


de um ângulo agudo do triângulo do seguinte modo:

c C
sin α =
a
b a
cos α = c
a
c α
tan α = A B
b b
84

Observe agora a figura ao lado.


No referencial estão representados duas circunferências de y
centro O, uma de raio 1 e outra de raio r. r

O ângulo α tem o lado origem coincidente com a parte posi- b P0 ( a, b)


tiva do eixo Ox e o outro lado, lado extremidade, intersecta a 1

circunferência de raio 1 no ponto y P( x, y)

P 7→ ( x, y) e a conferencia de raio r no ponto α


P0 7→ ( a, b). −r −1 O x 1 a r x

O ponto P é o ponto associado a circunferência de raio 1 e o


ponto P0 é o ponto associado à circunferência de reio r. −1

Definição: Texto em branco −r

ordenada do ponto associado




 sin α =

 raio da circunferência
... sin α = y
 sin α = b = y = y



r 1

abcissa do ponto associado
 cos α =


raio da circunferência

... cos α = x
 cos α = a = x = x



r 1
ordenada do ponto associado


 tan α =

 abcissa do ponto associado y
... tan α =
x
 cos α = a = y



b x

Nota: É importante notar que:

1º Se algum dos denominadores é zero, não existe a razão trigonomé-


trica.
2º O valor de cada uma das razões trigonométricas não depende do
raio.

Para simplificar, passamos a utilizar sempre o circulo de raio 1 a qual


y
chamamos circulo trigonométrico.
1

Definição: Circulo trigonométrico é um circulo de centro na origem


do referencial e raio igual a unidade.
−1 O 1 x
No circulo trigonométrico, o eixo x das abcissas é chamado eixo do co-
seno, o eixo y das ordenadas é chamado eixo do seno.
−1

Seno Co-seno Tangente Figura 6.2: Círculo Trigonométrico

y y y
1 1 1

+ + − + − +
−1
−O − 1 x −1
−O + 1 x −1
+O − 1 x

−1 −1 −1
matemática 11 85

Circulo trigonométrico dividido em 8 setores Circulo trigonométrico dividido em 12 setores


iguais correspondendo aos valores de iguais correspondendo aos valores de

π π 5π 3π 7π π π π 2π 5π 7π 4π 3π 5π 11π
0, , , π, , , e 2π 0, , , , , , π, , , , , e 2π
4 2 4 2 4 6 3 2 3 6 6 3 2 3 6

y y
(0, 1) (0, 1)
√ ! √ !
1 3 1 3
√ √ ! √ √ ! − , ,
2 2 2 2
2 2 2 2
− , ,
2 2 2 2 √ ! √ !
3 1 3 1
− , ,
2 2 2 2

(−1, 0) (1, 0) (−1, 0) (1, 0)


O x O x

√ ! √ !
3 1 3 1
− ,− ,−
√ √ ! √ √ ! 2 2 2 2
2 2 2 2
− ,− ,− √ ! √ !
2 2 2 2
1 3 1 3
− ,− ,−
2 2 2 2
(0, −1) (0, −1)

Exemplo 6.7.1 Calcule as três razões trigonométricas básicas de cada


um dos números:

(a)
π 5π (c) 0 (d) π
6 (b)
4
117. ...

Resolução Quebra de linha

√ √
π 1 π 3 π 3
(a) sin = ; cos = ; tan =
6 2 6 2 6 3

√ √
5π 2 5π 2 5π
(b) sin =− ; cos =− ; tan =1
4 2 4 2 4

(c) sin 0 = 0; cos 0 = 1; tan 0 = 0

(d) sin π = 0; cos π = −1; tan π = 0


86

Exemplo 6.7.2 Sem usar calculadora, calcule:


 

(a) sin − − cos (−5π ) + tan (−3π )
2
     
7π 13π 9π
(b) sin − + cos − + tan −
3 6 4
118. ...

Resolução Quebra de linha

(a)
 

sin − − cos (−5π ) + tan (−3π )
2
 
7π 8π
= sin − + − cos (−5π + 6π ) + tan (−3π + 2π )
2 2
π
= sin − cos (π ) + tan (−π )
2
= 1 − (−1) + 0 = 2

(b)
     
7π 13π 9π
sin − + cos − + tan −
3 6 4
     
7π 6π 13π 12π 9π 8π
= sin − + + cos − + + tan − +
3 3 6 6 4 4
 π  π  π
= sin − + cos − + tan −
√ 3√ 6 4
3 3
=− + − 1 = −1
2 2
matemática 11 87

6.8 Redução ao 1º quadrante

Nosso objetivo agora é, dado um ângulo de medida x (não do 1.º qua-


drante), encontrar, no 1.º quadrante, um ângulo cujas razões trigonométri-
cas, em valor absoluto são os mesmos que as do ângulo x.

Temos portanto os seguintes casos a considerar: x é do 2.º, do 3.º ou do 4.º


quadrante.

Veremos isso caso a caso.

Exemplo 6.8.1 Recorrendo a um ângulo do 1.º quadrante, expresse


sin α, cos α e tan α dos ângulos cujas medidas são:
(a) 135◦ 2π
(b) rad
3
119. Calcule sin x, cos x e tan x se:

Resolução Quebra de linha (a) x = 150◦


11π
(b)
4
(a) 135◦ = 180◦ − 45◦ (c) −

3
y
sin 135◦ = sin(180◦ − 45◦ ) 120. Sabendo que
√ √
2 √ √ ! √ √ ! 3
= sin 45◦ = −
2
,
2 2
,
2 cos(π − α) =
5
2 2 2 135◦ 2 2
π
cos 135◦ = cos(180◦ − 45◦ ) e
2
< α < π determine o valor exato
√ de
2
= − cos 45◦ = − O x
 
π  3π
2 sin + α − cos −α .
2 2
tan 135◦ = tan(180◦ − 45◦ )
= − tan 45◦ = −1 Conclusão:
sin(π − x ) = sin x
2π 3π 2π π cos(π − x ) = − cos x
(b) = − = π−
3 3 3 3 tan(π − x ) = − tan x

2π  π  π 3
sin = sin π − = sin =
3 3 3 2
2π  π π 1
cos = cos π − = − cos =−
3 3 3 2
2π  π π √
tan = tan π − = − tan =− 3
3 3 3
88

Exemplo 6.8.2 Recorrendo a um ângulo do 1º quadrante, determine


sin x, cos x e tan x para os ângulos:
(a) x = 240◦
121. Calcule sin x, cos x e tan x se:

Resolução Quebra de linha (a) x = 210◦



(b)
4
(a) 240◦ = 180◦ + 60◦ (c) −

6
y 4π
√ !
sin 240◦ = sin(180◦ + 60◦ ) 1
,
3
(d)
3
√ 2 2
3
= − sin 60◦ = − 240◦
Conclusão:
2 sin(π + x ) = − sin x
cos 240◦ = cos(180◦ + 60◦ ) cos(π + x ) = − cos x
O x
◦ 1 tan(π + x ) = tan x
= − cos 60 = −
2 √ !
tan 240◦ = tan(180◦ 60◦ ) 1
− ,−
3
√ 2 2
= tan 60◦ = 3

Exemplo 6.8.3 Recorrendo a um ângulo do 1º quadrante, determine


sin θ, cos θ e tan θ para os ângulos:
(a) θ = 300◦ 9π
(b) θ = rad
5
122. Calcule sin x, cos x e tan x se:

Resolução Quebra de linha (a) x = −30◦


11π
(b)
6
(a) 300◦ = 360◦ − 60◦ (c)

4
y
sin 300◦ = sin(360◦ − 60◦ ) 123. Sabendo que
√ √ !  
3 1 3 3π 1
sin +x =
= − sin 60◦ = − ,
2 2 2 3
2
e x ∈]π, 2π [, calcule o valor exato de
cos 300◦ = cos(360◦ − 60◦ )
300◦ π 
1 cos(π + x ) − 2 cos +x
= cos 60◦ = O x 2
2
tan 300◦ = tan(360◦ − 60◦ ) Conclusão:
√ !
√ 1 3 sin(2π − x ) = − sin x
= − tan 60◦ = − 3 2
,−
2
cos(2π − x ) = cos x
tan(2π − x ) = − tan x

9π 10π π π
(b) = − = 2π −
5 5 5 5
9π  π  π
sin = sin 2π − = − sin
5 5 5
9π  π π
cos = cos 2π − = cos
5 5 5
9π  π π
tan = tan 2π − = − tan
5 5 5
matemática 11 89

y y y
1 1 1

Q(?, ?) P( x, y) P( x, y) P( x, y)
180◦ − α 360◦ − α
α 180◦ + α α α
−1 O 1 x −1 O 1 x −1 O 1 x
Q(?, ?) Q(?, ?)

−1 −1 −1

Q 7→ (− x, y) Q 7→ (− x, −y) Q 7→ ( x, −y)
sin(180◦ − α) = sin α sin(180◦ + α) = − sin α sin(360◦ − α) = − sin α

cos(180◦ − α) = − cos α cos(180◦ + α) = − cos α cos(360◦ − α) = cos α


tan(180◦ − α) = − tan α tan(180◦ + α) = tan α tan(360◦ − α) = − tan α

y y
1 1
Q(?, ?) Q(?, ?)
90◦ − α
P( x, y) 90◦ + α P( x, y)

α α
−1 O 1 x −1 O 1 x

−1 −1

Q 7→ (y, x ) Q 7→ (−y, x )
sin(90◦ − α) = cos α sin(90◦ + α) = cos α

cos(90◦ − α) = sin α cos(90◦ + α) = − sin α


tan(90◦ − α) = cot α tan(90◦ + α) = − cot α

y y
1 1

P( x, y) P( x, y)
270◦ − α
α α
−1 O 1 x −1 O 1 x
270◦ + α

Q(?, ?) Q(?, ?)
−1 −1

Q 7→ (−y, − x ) Q 7→ (y, − x )

sin(270 − α) = − cos α sin(270◦ + α) = − cos α
cos(270◦ − α) = − sin α cos(270◦ + α) = sin α
tan(270◦ − α) = cot α tan(270◦ + α) = − cot α
90

Método prático para a redução de ângulo ao 1º quadrante

• O ângulo a reduzir é dado


Escreve-se o ângulo na forma 180◦ − α ou 180◦ + α ou 360◦ − α conforme
o ângulo seja do 2.º, 3.º ou 4.º quadrante. Atende-se ao sinal e mantém-se
a razão trigonométrica.

Exemplo 6.8.4 Escreva como seno de um ângulo do 1.º quadrante


sin 293◦ .
124. Calcule:

Resolução Quebra de linha  π


(a) sin(−45◦ ) (e) sin −
 3 
Temos que y (b) cos(−240◦ ) 5π
(f) cos −
◦ 3
293◦ ∈ 4.◦ Q. 1 (c) tan(1200 ) 
11π

◦ (g) tan −
360 − 67 = 293 (d) sin(960 ) 6
sin(360 − 67) =? sin 67◦

Como o seno no 4.º quadrante é ne- −1 O


−67◦ 1 x
gativo, vem:
sin 293◦ = sin(360◦ − 67◦ ) =
− sin 67◦ . −1

• O ângulo não é dado


– Se o ângulo está escrito como uma soma ou diferença com 180◦ ou
360◦ , mantém-se a razão.
– Se o ângulo está escrito como uma soma ou diferença com 90◦ ou
270◦ , passa-se à "co-razão", isto é, o seno passa a co-seno, o co-seno
passa a seno ...
Em ambas as situações atende-se ao sinal.

Exemplo 6.8.5 Reduza ao 1.º quadrante: 125. Reduza ao 1.º quadrante:


(a) sin( x − π )
 

(a) cos +x
2
(b) tan( x − 5π )
Resolução Quebra de linha
126. Obedecidas as condições de existên-
cia, simplifique cada uma das sguin-
(a) sin( x − π ) = sin( x − π + 2π ) = sin(π + x ) tes expressões:

sin π2 + α + cos(2π − α)
(a)
sin2 ( 32 − α)
O ângulo é uma soma com π, mantem a razão trigonométrica, por-
(b)
tanto sin(− x ) + sin(π + x ) + cos π2 + x


sin(π + x ) =? sin x

cos2 π2 − x
(c)
Como (π + x ) ∈ 3.◦ Q e no 3.ºQ o seno é negativo, vem:
 
9π 13π
sin 2 + sin 2− x − cos(− x )
2 sin(π − x ) + cos 3π

2 −x
sin(π + x ) = − sin x.
matemática 11 91

6.9 Equações trigonométricas

Definição: Chama-se de equação trigonométrica qualquer equação


na qual a incógnita faz parte do arco (ou ângulo) de alguma função
trigonométrica.

Dessa forma, são exemplos de equações trigonométricas:


 π  π  π
3 sin x + 4 cos x = 1; tan x = cot x + ; sin x − = cos 2x + ; etc.
4 6 4
Uma grande parte dessas equações podem ser resolvidas se soubermos
resolver as seguintes equações fundamentais:
(a) sin x = sin α (b) cos x = cos α (c) tan x = tan α

Equação do tipo sin x = a (ou sin x = sin α)

Se sin x = sin α = a, então as imagens y


de x e α estão sobre a reta r que é per- 1
pendicular ao eixo dos senos no ponto
P0 P1 P r
P1 , isto é, estão em P ou P0 .
π−α
a α
Há, portanto, duas possibilidades: −1 O 1 x

1.ª) x e α tem a mesma imagem, isto é são


côngruos.
−1

2.ª) x e α tem imagens simétricas em relação ao eixo dos senos, isto é, são
suplementares.

Em resumo

sin x = sin α ⇔ x = α + 2kπ ∨ x = π − α + 2kπ, k ∈ Z.

π
Exemplo 6.9.1 Resolva as equações sin x = sin .
8
127. ...

Resolução
π π π
sin x = sin ⇔ x=+ 2kπ ∨ x = π − + 2kπ
8 8 8
π 7π
⇔ x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
8 8
 
π 7π
S = x ∈ R : x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
8 8
92

Exemplo 6.9.2 Resolva as equações

(a) sin x = 0.5

(b) sin x = −1
128. Resolva as equações:

Resolução Quebra de linha (a) 2 sin(2x ) + 1 = 0


 π √
(b) 2 sin x − = 2
3
(a) sin x = 0.5 (c) 2 sin2 x + 5 sin x = 3, com 0 <
π π π x < 2π
Uma solução é x = , pois sin . então sin x = sin 2π
6 6 6 (d) csc x = csc
3
π π (e) sin(−2x ) + sin x = 0
x= + 2kπ ∨ x = π − + 2kπ
6 6 (f) 4 + 8 sin
x
=0
2
π 5π (g) 2 sin(πx ) − 1 = 0
x=+ 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
6 6  
1
  (h) sin =0
π 5π x
S = x ∈ R : x = + 2kπ ∨ x = + 2kπ, k ∈ Z
6 6

(b) sin x = −1
3π 3π
Uma solução é x = , pois sin = −1
2 2
3π 3π
sin x = sin ⇔x= + 2kπ, k∈Z
2 2
 

S= x∈R:x= + 2kπ, k∈Z .
2

3π π
Obs.: Não há contradição com o que foi dito, pois π − = − que
2 2
tem os mesmos lados origem e extremidade.

Equação do tipo cos x = a (ou cos x = cos α)

Se cos x = cos α = a, então as imagens y r


de x e α no circulo estão sobre a reta 1
r que é perpendicular ao eixo dos co-
senos no ponto P2 , isto é, estão em P P
ou P0 . α
P21
−1 O a x
Há, portanto, duas possibilidades: 0
P
1.ª) x e α tem a mesma imagem, isto é são
−1
côngruos, ou

2.ª) x e α tem imagens simétricas em relação ao eixo dos co-senos, isto é,


são replementares.

Em resumo

cos x = cos α ⇔ x = α + 2kπ ∨ x = −α + 2kπ, k ∈ Z.


matemática 11 93

Exemplo 6.9.3 Resolva as equações



(a) cos x = cos
8
(b) 4 cos2 x − 12 cos x + 5 = 0
π
(c) 2 cos(5x ) = 1 para 0 < x <
2
129. Resolva as equações:
 π
Resolução Quebra de linha (a) 2 cos(2x ) + cos x + = 0
4
para 0 < x < π

3π 3π (b) 1 + 2 cos(3x ) = 0
(a) cos x = cos ⇔ x = ± , k ∈ Z. O conjunto solução é: (c) sin2 = 1 − cos x
8 8

(d) sec x = sec
 
3π 3
S= x∈R:x=± + 2kπ, k ∈ Z
8 (e) 4 cos2 x = 3
(f) cos x + cos2 x = 0
2
(b) 4 cos x − 12 cos x + 5 = 0. Fazendo uma mudança de variável y = cos a 1
(g) √ + =0
cos x, com −1 ≤ cos x ≤ 1, temos a equação do 2.º grau 4y2 − 12y + 2 2
π 
5 = 0. (h) 2 cos −t = 0
3
20
 1
 ∨y = .

Então y =
 
πt
8 2 (i) 5 − 10 cos =0
Portanto
 3
(j) sin x + 2 sin x cos x = 0
1 π π
cos x = ⇔ cos x = cos ⇔ x = ± + 2kπ, k ∈ Z
2 3 3
n π o
S = x ∈ R : x = ± + 2kπ, k ∈ Z
3
π
(c) 2 cos(5x ) = 1 para 0 < x <
2
1
Temos: cos(5x ) = .
2
π π 1 π
Uma solução é 5x = , pois cos = . Então cos 5x = cos
3 3 2 3
π
Dessa forma, devemos ter: 5x = ± + 2kπ, k ∈ Z.
3
π 2kπ π 2kπ
x= + ∨x =− + , k ∈ Z.
15 5 5 5
π
Como 0 < x < , faremos k variar até que seja conveniente. Assim:
2
Para
π π

k=0→x= ∨x =−
15  15
7π π
k=1→x= ∨x =−
15 3
13π

 π

k=2→x=  ∨x = −
  15   15
Logo  
π 7π π
S= , , .
15 15 3
94

Exemplo 6.9.4 Resolva a equação

sin x = cos x

em [0, 2π ].
130. Resolva as equações:

Resolução Quebra de linha (a) sin x + cos x = 0


 

(b) cos(2x ) = sin x +
4
π
sin x = cos x ⇔ cos = cos x (c) 3 cos θ + 2 sin2 θ
2
π π (d) cos2 θ + 2 sin θ = 2
⇔ − x = x + 2kπ ∨ − x = − x + 2kπ
2 2
π
⇔ −2x = − + 2kπ
2
π
⇔ x = + kπ, k ∈ Z
4
π 5π
Para k = 0 e k = 1 obtemos as soluções e que pertencem ao intervalo
4 4
indicado.

Equação do tipo tan x = a (ou tan x = tan α)

Se tan x = tan α = a, então as imagens y r


de x e α estão sobre a reta r determi- 1
nada por O e T, isto é, estão em P ou P
P0 . a
α
Há, portanto, duas possibilidades: −1 O 1 x

1.ª) x e α tem a mesma imagem, isto é são P0


côngruos, ou
−1

2.ª) x e α tem imagens simétricas em relação ao centro do circulo, isto é,


são explementares.

Em resumo

tan x = tan α ⇔ x = α + kπ, k ∈ Z.


matemática 11 95

Exemplo 6.9.5 Resolva as equações



3
(a) tan(2x ) = −
2
131. Resolva as equações:

Resolução Quebra de linha 3π


(a) tan x = tan
7
π
√ (b) tan 2x = tan
4
3
(a) tan(2x ) = − (c) 3 tan x = 3
2 1 1
5π (d) tan x = √
Um valor possível para 2x é , pois 3 3
6
  √
5π 3
tan =−
6 2

então temos

tan(2x ) = tan .
6
Portanto

2x = + kπ, k ∈ Z.
6
O conjunto solução é
 
5π kπ
S= x∈R:x= + , k∈Z .
12 2

Exemplo 6.9.6 Resolva as equações


π π
tan(3x ) = tan para 0 < x <
8 2
132. Resolva as seguintes equações:
 π π
Resolução Quebra de linha (a) tan x − − tan = 0
π π 6 5
tan(3x ) = tan para 0 < x <  π
8 2 (b) tan(4x ) = tan x −
Devemos ter 4
π
(c) tan 5x = −1 para 0 < x <
π π kπ 2
3x = + kπ ⇔ x = + , k∈Z 1 3
8 24 3 (d) =
1 + tan2 x 4
Faremos k variar até que seja conveniente.
Para k < 0 obtemos valores negativos para x, o que não convém ao problema.

π
k=0→
24
π π 9π 3π
k=1→ + = =
24 3 24 8
π 2π 17π
k=2→ + =
24 3 24
Logo  
π 3π
S= , .
24 8
96

6.10 Funções trigonométricas

Função seno

Definição: Chama-se função seno a uma função que a cada ângulo


de amplitude α, dado em graus ou em radianos, faz corresponder um
número real sin α.

Na figura seguinte apresenta-se o gráfico da função seno relativo ao inter-


valo [0, 2π ].

y = sin x

y
1

β
α
O 0 x
α β π 5π π 3π 5π 2π
2 6 2 3

−1

Consideram-se alguns ângulos do intervalo [0, 2π ] no circulo trigonomé-


trico. No referencial assinala-se a amplitude desses ângulos e desenham-se,
os segmentos correspondentes aos respectivos senos.
Unindo os pontos obtemos o gráfico da função seno.

Num intervalos maior podemos obter o gráfico do seno com o seguinte


aspecto:

1
5π π 3π
− −
2 2 2
−3π −2π 3π −π 0 π π 2π 5π 3π x
− 2
2 2
−1

Observando o gráfico da função

f : x 7→ sin x

tiram-se as seguintes conclusões: 133. Explique porque razão as função


seno de domínio R não é injetiva.
• Df = R D 0f = [−1, 1]

• sin(2π + x ) = sin x, ou seja, a função seno é periódica, de período 2π. 134. Estude a paridade das funções defini-
das, em R, por:
• A função seno é uma função ímpar  
t
(a) x 7→ sin
2
sin(− x ) = − sin x, ∀ x ∈ R. (b) x 7→ sin x − x
matemática 11 97

• A função seno é estritamente crescente, por exemplo, em:


h π i  3π 5π 
0, e ,
2 2 2
135. Indique uma expressão geral dos ze-
• A função seno é estritamente decrescente, por exemplo, em: ros das funções definidas, em R, por:
  (a) 2 sin x − 1
π 3π (b) sin(2x )
,
2 2 (c) | sin x | − 1
• A função seno tem máximos relativos para:
π
+ 2kπ, k ∈ Z.
x=
2
• A função seno tem mínimos relativos para:
π
x=−+ 2kπ, k ∈ Z.
2
• A função seno tem zeros, para:

x = kπ, k ∈ Z

Função co-seno

Definição: Chama-se função co-seno a uma função que a cada ângulo


de amplitude α, dado em graus ou em radianos, faz corresponder um
número real cos α.

Na figura seguinte apresenta-se o gráfico da função seno relativo ao inter-


valo [0, 2π ].

y = cos x
y
1

x
α π β π 3π π 5π 3π 7π 2π
4 2 4 4 2 4

−1

Consideram-se alguns ângulos do intervalo [0, 2π ] no circulo trigonomé-


trico. No referencial assinala-se a amplitude desses ângulos e desenham-se,
os segmentos correspondentes aos respectivos co-senos.
Unindo os pontos obtemos o gráfico da função co-seno.

Num intervalo maior podemos obter o gráfico do co-seno com o seguinte


aspecto:
y
1

−3π −π π 3π
5π −2π 3π π π 3π 2π 5π x
0
− − −
2 2 2 2 2 2
−1
98

Observando o gráfico da função

f : x 7→ cos x

tiram-se as seguintes conclusões: 136. Determine o domínio de existência


em R das funções definidas por:
• Df = R D 0f = [−1, 1] sin x
(a)
1 − cos x

• cos(2π + x ) = cos x, ou seja, a função co-seno é periódica, de período


2π.

• A função co-seno é uma função par

cos(− x ) = cos x, ∀ x ∈ R.

137. Estude a paridade das funções defini-


das, em R, por:
• A função co-seno é estritamente crescente, por exemplo, em:
(a) a( x ) = x + cos x
[π, 2π ] . (b) b( x ) = cos x + sin x

• A função co-seno é estritamente decrescente, por exemplo, em:

[0, π ]

• A função co-seno tem mínimos relativos para:

x = 2kπ, k ∈ Z.

138. Indique uma expressão geral dos ze-


ros das funções, em R, por:
• A função co-seno tem mínimos relativos para:
(a) cos(πx )
x = π + 2kπ, k ∈ Z.

• A função seno tem zeros, para:


π
x= + kπ, k ∈ Z
2

Função tangente e função co-tangente

f : x 7→ y = tan x
y

5π −2π 3π −π

π 0 π π 3π 2π 5π x
− − 2 −1 2
2 2 2 2

−2

−3

g : x 7→ y = cot x
matemática 11 99

5π −2π 3π −π

π 0 π π 3π 2π 5π x
− − 2 −1 2
2 2 2 2

−2

−3

Observando os gráficos das funções

f : x 7→ y = tan x e g : x 7→ y = cot x

concluímos que: 139. Determine o domínio de existência


nπ o em R das funções definidas por:
• Df = R \ + kπ, k ∈ Z ; Dg = R \ {kπ, k ∈ Z}. 1
2 (a)
tan x
• As funções têm contradomínio R. (b)
sin x
1 − tan x
 π
• São funções ímpares (c) tan 2x −
3

tan(− x ) = − tan x, ∀ x ∈ D f e
cot(− x ) = − cot x, ∀ x ∈ Dg .

• A função tangente é crescente em todos os intervalos do tipo


i π π h
− + kπ, + kπ , k ∈ Z.
2 2

140. Estude a paridade das funções defini-


das por:
• A função co-tangente é decrescente em todos os intervalos dos tipo
(a) f ( x ) = sin x + tan x
 π
]kπ, π + kπ [, k ∈ Z. (b) g( x ) = tan x −
3
(c) h( x ) = x cos x + tan x
• As funções são periódicas de período π (d) i ( β) = cos β + tan2 β

tan(π + x ) = tan x, ∀ x ∈ D f
cot(π + x ) = cot x, ∀ x ∈ Dg .

141. Determine uma expressão geral dos


zeros das funções definidas, no seus
• A função tangente tem zeros para intervalos de existência, por:
 π
(a) tan 2x +
x = kπ, k∈Z  x 3
(b) 1 − tan
3
e a função co-tangente tem zeros para: (c) sin x + tan x
tan x
π (d)
x= + kπ, k ∈ Z. 1 − cos x
2

Funções periódicas
100

Definição: Uma função f é periódica de período p se p é a menor


constante positiva, tal que:

f ( x ) = f ( x + p ), ∀x ∈ D f .

O período da função y = sin x e y = cos x é 2π.

O período da função y = tan x é π.

Exemplo 6.10.1 Escreva em cada caso a expressão geral dos ângulos


para os quais temos:
(a) sin x = 0 (b) cos x = −1 (c) cot x = 1
142. ...
Resolução Quebra de linha

(a) sin x = 0 ⇔ x = 0 + 2kπ = kπ, k∈Z

(b) cos x = −1 ⇔ x = π + 2kπ, k∈Z


1 π
(c) cot x = 1 ⇔ = 1 ⇔ tan x = 1 ⇔ x = + kπ, k∈Z
tan x 4

Exemplo 6.10.2 Determine o período e o contradomínio das funções:


 π
f ( x ) = sin 3x +
2
143. Determine o período e o contradomí-
nio das funções:
Resolução Quebra de linha
π (a) f ( x ) = 2 cos(5x )
f ( x ) = sin 3x +
2 x
π (b) f ( x ) = 1 − 3 tan
Com relação ao período, devemos observar que o ângulo 3x + executa uma 3
2 (c) f ( x ) = − cos(π + x )
π
volta completa no circulo quando 0 ≤ 3x + ≤ 2π, logo vem 2 sin x
2 (d) f ( x ) =
3
π π π  π
0 ≤ 3x + ≤ 2π ⇔ 0− ≤ 3x ≤ 2π − (e) f ( x ) = −4 + 2 sin x +
4
2 2 2
π 3π
⇔ − ≤ 3x ≤
2 2
π π
⇔ − ≤x≤
6 2
π π
Portanto x varia entre −e .
6 2
π  π π π 3π + π 4π 2π
Assim o período é p = − − = + = = = .
2 6 2 6 6 6 3

Quanto ao contra domínio, lembramos que

−1 ≤ sin α ≤ 1,

para qualquer ângulo α, logo


 π
−1 ≤ sin 3x + ≤ 1 ⇔ −1 ≤ f ( x ) ≤ 1,
2
ou seja, f ( x ) ∈ [−1, 1].
D 0f = [−1, 1].
matemática 11 101

Exemplo 6.10.3 Determine o período e o contradomínio das funções:


 π
f ( x ) = 3 − sin x −
2
144. ...

Resolução Quebra  deπlinha



f ( x ) = 3 − sin x −
2
Período:
π π π
0≤ x− ≤ 2π ⇔ 0+ ≤ x ≤ 2π +
2 2 2
π 5π
⇔ ≤x≤
2 2
5π π 4π
Logo, p = − = = 2π.
2 2 2
Contradomínio:
 π  π
−1 ≤ sin x − ≤1 ⇔ 1 ≥ − sin x − ≥ −1
2  2 π
⇔ −1 ≤ − sin x − ≤1
 2 π
⇔ 3 − 1 ≤ 3 − sin x − ≤ 3+1
2
⇔ 2 ≤ f ( x ) ≤ 4.

Logo D 0f = [2, 4].

Exemplo 6.10.4 Sendo a, b, c, d números reais e positivos, determine


o período e o contradomínio da função f : R 7→ R dado por

f ( x ) = a + b sin(cx + d).
145. ...

Resolução Quebra de linha

Contradomínio:

−1 ≤ sin(cx + d) ≤ 1 ⇔ −b ≤ b sin(cx + d) ≤ b
⇔ a − b ≤ a + b sin(cx + d) ≤ a + b
⇔ a − b ≤ f (x) ≤ a + b

Logo, D 0f = [ a − b, a + b].

Período:

0 ≤ cx + d ≤ 2π ⇔ 0 − d ≤ cx ≤ 2π − d
⇔ −d ≤ cx ≤ 2π − d
d 2π − d
⇔ − ≤x≤
c c
Logo
2π − d 2π − d d
 
d 2π
p= − − = + = .
c c c c c
102

Nota: A respeito de uma função do tipo f ( x ) = a + b sin(cx + d) ou


f ( x ) = cos(cx + d) onde a, b, c e d reais e b 6= 0 e c 6= 0:

1.º Ela é periódica de período .
|c|
2.º Ela apresenta contradomínio como intervalo fechado de extremida-
des a + b e a − b, na ordem conveniente.

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