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SEGUNDO TRATADO DO GOVERNO CÍVIL – JOHN LOCKE

Aluna: Ana Flavia Cerrato


Professor: Lucas Delgado – Filosofia Política

A obra tratada é “Segundo tratado do governo civil”, do autor John Locke,


traduzida por Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa, publicada pela Editora
Vozes, edição nº 1, publicada em 2014. O autor John Locke, nasceu em 1632
na cidade de Wrington, mas viveu sua infância em Pensford, era filho de pais
religiosos protestantes, seu pai era advogado de província e deu aos seus
filhos educação puritana. Estudou medicina em Oxford e apesar da sua
formação na área da saúde, ele se tornou conhecido por suas obras a respeito
do pensamento liberal. Foi politicamente perseguido, e exilado para Holanda
podendo trabalhar melhor suas ideias, porém retornou a Inglaterra em 1689 e
foi então que teve suas obras publicadas passou a ter o devido
reconhecimento.

A obra é dividida em quatro partes: introdução, notas sobre o texto, resumo do


Primeiro Tratado do Governo Civil que se trata de onze capítulos, e por fim,
Segundo Tratado sobre o Governo Civil que se divide em dezenove capítulos.
Em seus primeiros capítulos, Locke combate a tese do cientista e político Sir
Robert Filmer, proposta na obra “O Patriarca”, na qual ele defende
completamente o absolutismo e que segundo ele, Deus concedeu a Adão o
poder total sobre a terra e todas que nela habitam. Já no Segundo Tratado,
expõe sua teoria do pacto social e defende o liberalismo, buscando derrubar
definitivamente o absolutismo proposto por Filmer.

Locke, no primeiro capítulo do Primeiro Tratado nega a tese defendida por Sir
Robert Filmer em que ele afirma que a legitimidade do absolutismo estaria
ligada ao direito divino dos reis com base no princípio da autoridade divina de
Adão, ou seja, Adão seria o primeiro pai e o primeiro rei da humanidade,
deixaria esse legado e sua descendência, e os monarcas seriam então
descendentes dessa linhagem e herdeiros legítimos da autoridade paterna de
Adão. Adão não tinha em qualquer hipótese ou por direito, ou por doação
divina, a autoridade sobre seus filhos e sobre o mundo, e se o teve, isso é
impossível de se estender e determinar até a atualidade. Locke, discordando
dessa ideia de Filmer, propõe a origem contratual dos governos. Filmer alega o
tempo todo que os homens não são naturalmente livres, e que desde o seu
nascimento estão submissos ao poder absoluto de seus pais até o fim da vida,
chamando isso de “autoridade paterna”, e Locke fala que existe uma falta de
argumentação para essa explicação. Filmer então continua alegando que,
existe um paradoxo em acreditar que a humanidade é naturalmente livre e ao
mesmo tempo aceitar a criação de Adão, pois sua criação estaria diretamente
ligada ao designo que Deus concedeu a ele, que seria a soberania sobre todos
os homens cessando a liberdade natural. Locke não via qualquer
impossibilidade em conceber a existência de Adão simultaneamente a
liberdade natural, a criação sem o designo não significa nada e mesmo que
significasse, só poderia representar um poder potencial. Locke justifica a ideia
de Adão ter poder sobre a terra afirmando que, esse direito existe sim, porém é
dada a todos homens que habitam na terra e não somente a Adão, e se
restringe apenas aos seres inferiores. Filmer alega que a paternidade é
suficiente para se ter poder total e absoluto sobre o filho gerado, Locke então
refuta dizendo que, existe o poder pela geração, porém é dada tanto ao pai
quanto a mãe e apenas numa determinada fase da vida, trazendo como
argumento o quarto mandamento da Bíblia que diz “Honrar pai e mãe”. Filmer
alega que a transferência de propriedade deve ser feita apenas ao primogênito,
Locke fala que na falta de cláusula expressa de transmissão nada deveria
passar de Adão para seus filhos, mas sim para Deus. Locke comenta os
dizeres de Filmer que, dentre todos os homens existem aqueles que devem ser
súditos e os que por serem os herdeiros legítimos devem ser reis. No entanto,
se reúnem todos os reis da Terra o mesmo principio deveria ser aplicável.
Todos reivindicariam tal direito, então ou a regra não é válida ou só existe um
rei verdadeiro. Quem seria ele? E é exatamente sobre isso que se trata o
ultimo capitulo, quem seria o herdeiro? O grande problema é quem é e quem
deve exerce-lo, e Filmer não faz isso, não esclarece quem é o herdeiro de
Adão, e muito menos esclarece o que se faz em casos de exceção como
quando da falta de herdeiro direito como por exemplo.

Locke, no Segundo Tratado do Governo Civil, fala que entendia por poder
político o direito de fazer leis, aplicando a pena de morte ou qualquer outra
pena menos severa dependendo do crime, afim de regular e preservar a
propriedade, e a comunidade aplicando suas forças para execução dessas leis
em prol do bem público. Locke fala que para entendermos esse poder político
devemos, primeiramente, entender os homens em seu estado de natureza, ou
seja, em um estado em que eles sejam absolutamente livres para fazerem suas
escolhas, sem nenhum tipo de subordinação estatal, um estado de igualdade.
Ele cita Richard Hooker, um defensor da igualdade natural dos homens, que
fala “Oferecer-lhe (ao próximo) algo que lhe repugne ao desejo deve
necessariamente afligi-lo em todos os sentidos tanto quanto a mim; de sorte
que, se pratico o mal, devo esperar por sofrimento...” 1. Locke fala que ainda
que fossem um estado de liberdade, não era um estado de permissividade, e o
estado da natureza seria regido por um direito natural que se impõe a todos, e
1
John Locke, em 1978, p. 35.
com esse direito a sociedade deve aprender que ninguém tem o direito de ferir
o outro ou lesar em sua liberdade e seus bens, e que a vitima tem direito de
buscar reparação a qualquer dano sofrido. Ele critica fortemente o absolutismo,
e apoia a ideia de que o homem deve ser subordinado a si mesmo e somente
com seu próprio consentimento podem tornar-se membros de uma sociedade
política. Locke reconhece que devemos declarar guerra aquele que nos
declaram, ou seja, a tentativa de dominação e escravidão é algo que provoca o
desejo ao estado de guerra pois no estado de natureza somos todos livres.
Para ele, a liberdade natural é viver sem nenhum superior na Terra, e ele
abominava qualquer tipo de escravidão, somente quando a pessoa perde o
direito total a vida.

Para Locke, o objetivo principal dos homens conviver em sociedade é


preservar a sociedade privada, e para isso ele acredita em um juiz imparcial
para garantir o cumprimento das leis que estabeleça punições justas aos
infratores, e assegurar que as sentenças colocadas fossem cumpridas, além de
ter como objetivo principal a desfrutação da propriedade em paz e segurança.
Ele fala ainda sobre a democracia, oligarquia e monarquia, e afirma que o
melhor termo para definir as sociedades é o termo “civitas”. Locke acrescenta
que para a sociedade manter sua preservação é necessário que tenha um
poder legislador para criar as leis que regularão essa sociedade, e o executivo
para aplicar essas leis na comunidade, sendo o executivo subordinado ao
legislativo, e sendo assim, o poder executivo tem a força de interpretar a lei
para que não hajam inocentes culpados. Ele refere-se ainda a três tipos de
poderes: pátrio, que seria o poder do pai sob o filho durante a menoridade; o
político, que se refere ao poder defendendo a propriedade privada; e o terceiro
refere-se ao poder despótico, aos senhores, para seu próprio beneficio sobre
ao qual são despojados e de toda propriedade. Diz Locke que, quando o
conquistador tem legitimidade ou não isso vai depender apenas do povo. Ele
apresenta então a usurpação, que é o poder de tirar a posse de outra pessoa,
mas esse usurpador não pode nunca ter o direito a seu favor. E a tirania
consiste em fazer o uso do poder que alguém tem em mãos, mas não para o
bem daqueles que estão sujeitos, e sim a favor da vantagem própria, privada e
separada. E sobre a dissolução do Governo, Locke fala que uma maneira, e
praticamente única, de dissolver esse governo seria a invasão da força
estranha, cada pessoa volta ao seu estado que antes era estabelecido, com a
liberdade de agir por conta própria e provando sua liberdade como achar que
deve. Assim o conquistador destrói tanto o governo quanto a sociedade.

CONCLUSÃO

Concluo que Locke defende firmemente a liberdade natural do homem, ele


preza por isso, e acredita que as leis devem existir apenas para preservar o
bem da sociedade e grande defensor da propriedade privada, fruto do trabalho
de nossas mãos. Ele acaba sendo contratualista, segundo ele o ser humano
poderá usar a violência para defender seus direitos, mas a melhor solução é
conceder esse poder a uma instituição fundada pelos homens, evitando, assim,
guerras privadas. Sua leitura foi uma das melhores que já fiz, pois, dificilmente
naquela época encontravam-se pessoas com esse pensamento.

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