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O documento discute a seleção de fatos em narrativas e autobiografias. Afirma que todo narrador escolhe eventos e os interpreta, dando forma à história. Também diz que a autoimagem se forma a partir de fatos selecionados pelo eu-narrador e pode se tornar rígida, dificultando a apreensão de novos aspectos da vida. Finalmente, argumenta que entender o "argumento" ou "destino" de uma vida requer narrar fatos e reconhecer padrões que revelam o sentido maior.
Descrizione originale:
Titolo originale
Aula 3 - exercícios - Professor Tiago Amorim, Biografia
O documento discute a seleção de fatos em narrativas e autobiografias. Afirma que todo narrador escolhe eventos e os interpreta, dando forma à história. Também diz que a autoimagem se forma a partir de fatos selecionados pelo eu-narrador e pode se tornar rígida, dificultando a apreensão de novos aspectos da vida. Finalmente, argumenta que entender o "argumento" ou "destino" de uma vida requer narrar fatos e reconhecer padrões que revelam o sentido maior.
O documento discute a seleção de fatos em narrativas e autobiografias. Afirma que todo narrador escolhe eventos e os interpreta, dando forma à história. Também diz que a autoimagem se forma a partir de fatos selecionados pelo eu-narrador e pode se tornar rígida, dificultando a apreensão de novos aspectos da vida. Finalmente, argumenta que entender o "argumento" ou "destino" de uma vida requer narrar fatos e reconhecer padrões que revelam o sentido maior.
Se você prestou bem atenção, os três exercícios tratavam de colocá-lo frente
ao desafio da seleção: é impossível contar tudo, de qualquer história ou qualquer biografia. Todo narrador escolhe fatos, dá ênfases, interpreta: por isso a narrativa assume o matiz por ele eleito. Na ciência histórica, por exemplo, isto é facilmente percebido: uma mesma circunstância ou período pode ser contado por vários historiadores de maneiras diferentes. Um deles, quem sabe, dê mais atenção à luta de classes envolvidas; outro, para os aspectos culturais pertinentes; outro ainda, para o que se fazia nos corredores e bastidores do palácio, etc. Enfim, o que fica é: todo aquele que conta uma história tem de assumir um princípio de seleção, que irá exercer sua força sobre o encadeamento dos fatos e experiências julgados pertinentes ou indispensáveis para aquela história, compreendida naqueles termos. Numa autobiografia não é diferente: o narrador, que “se confunde” com o personagem principal (eu narro – eu sou narrado) necessariamente articula uma seleção de fatos que compõem, com o passar do tempo, a autoimagem sem a qual não conseguimos agir no mundo. É o acúmulo de fatos escolhidos e narrados pelo eu-narrador que gera a autoimagem (que é o que sabemos e acreditamos sobre nós mesmos no momento presente). O problema dessa autoimagem, fruto da seleção prévia, é sua possível rigidez: é comum as pessoas “comporem” suas identidades na adolescência ou início da juventude e não conseguirem revisá-las depois. A autoimagem se torna uma espécie de ídolo que dificulta a apreensão de novos conteúdos biográficos e consequente expansão vital. É só por isso que alguns passam muitos anos “sentindo-se o mesmo”. A grande questão aqui é: o que é realmente importante contar? O que não pode ficar de fora, em hipótese alguma? Do contrário, não seria eu. Por isso a “provocação” com o exercício do primeiro parágrafo da autobiografia. Era para demonstrar o quanto esta seleção se faz necessária e o quanto ela precisa ser consciente para gerar um primeiro parágrafo atraente (Foster). Pense que um escritor, quando cria um primeiro parágrafo de romance ou conto, já tem em mente o “argumento” da obra, onde a história terminará, etc. Ele já sabe, de antemão, o que deve estar dito desde o início para colocar o leitor em intimidade com a vida que ele quer comunicar da primeira à última palavra de seu texto. Assim, o princípio de seleção verdadeiro, autêntico e que consegue atender ao que “importa para mim” não é conquistado sem uma visão do todo: sem a mínima posse de argumento, arco biográfico, “fio da meada” que permeia e se revela em todos os fatos da biografia. Vejam só o ponto em que chegamos: para saber o que contar – que fatos merecem entrar na narrativa, o que de fato é importante desde o primeiro parágrafo da minha autobiografia (e que fala diretamente do meu eu substancial) – é preciso ter uma noção do argumento (que é o “fio da meada” de uma vida, um destino). Porém, para captar o argumento, é preciso ter fatos bem narrados (eu narrativo), encadeados, para então neles enxergar as “repetições”, “semelhanças”, “tendências”, “chamados”, que permitirão a visão de um destino. É este o paradoxo com o qual estamos lidando: o sentido aparece no acúmulo narrativo, que é mais perfeito (autêntico, pessoal), quanto mais preenchido de narrativas. Conte para entender, entenda para contar. E assim aula 1 e aula 2 se conectam: como seres históricos, temos que narrar. Começamos por onde? Por onde quisermos, intuirmos, etc. Importa contar. E de tempos em tempos rever, identificar a seleção, compreender. No esforço sincero do eu narrativo, tocar a intimidade do eu substancial.
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Exercícios sobre a aula 3
1) Qual é o tema do conto “O nadador”? Qual foi o importe vital dele para a sua vida? 2) Da hagiografia de São Longino – e levando em conta o que vimos até aqui, no curso – o que chama a atenção?