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Futebol: Bases Científicas da Preparação de Força (eBook - arquivo completo -


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Book · November 2015


DOI: 10.13140/RG.2.1.5099.9762

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Adriano Vretaros
Independent Researcher
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Estudo comparativo da impulsão horizontal em jogadores de futebol americano conforme a função tática - (Comparative study of horizontal jump in American football
players according to the tactical role) View project

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FUTEBOL:

Bases Científicas da
Preparação de Força

Adriano Vretaros
ADRIANO VRETAROS

FUTEBOL:
Bases Científicas da Preparação de Força

São Paulo
Edição do Autor
2015
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Autorizo a reprodução parcial desta obra para fins de ensino e pesquisa, desde
que seja citada esta fonte originária (autor, título e ano).
Este eBook não pode ser transmitido por qualquer meio e\ou mídia visando fins
comerciais sem a devida autorização do autor.

Dados do ISBN
VRETAROS, Adriano
146 páginas – 2015

FUTEBOL: Bases Científicas da Preparação de Força

Inclui Bibliografia

ISBN: 978-85-920311-0-7 eBook

Futebol, Treinamento de Força, Bases Científicas


São Paulo – BRASIL
PREFÁCIO

A intenção de escrever este livro emergiu das inquietações surgidas durante a


minha carreira; tanto nas leituras sobre a teoria do treinamento desportivo e
desenvolvimento de pesquisas científicas, quanto na prática da preparação de atletas.
A paixão pelo futebol e preparação física me fizeram refletir acerca de qual
seria um tema dentro da atualidade científica que ao mesmo tempo contribuiria para
os profissionais envolvidos no meio futebolístico e, sanaria minhas dúvidas mais
frequentes.
Assim, iniciei ao longo do tempo, um manuscrito que considero do ponto de
vista acadêmico interessante. Sempre acreditando que quanto mais se obtêm
conhecimento pautado na ciência, melhores seriam os entendimentos sobre
determinada prática profissional.
Dentro das capacidades biomotoras envolvidas no futebol, a força motora
representa uma ação capital determinante para o sucesso ou fracasso de um time.
Uma base sólida da força em suas diferentes manifestações aprimoraria o
desempenho dos jogadores, como também é considerada uma ferramenta útil na
prevenção de lesões.
Compreendendo como cada manifestação da força funciona e, entendendo os
meios e métodos de aplicação mais eficazes, poderíamos auxiliar os preparadores
físicos a embasarem suas filosofias de trabalho.
Todavia, nos momentos finais da confecção e, ao partir para a publicação, senti
que uma obra em papel encadernada e com fins comerciais não atingiria meus
objetivos. Por isso, tomei a decisão de publicar em formato digital eBook, sem fins
comerciais, para que possamos atingir um grande número de leitores.
Detalhe adicional: parti da premissa do ¨menos é mais¨
SOBRE O AUTOR

Adriano Vretaros

• Pós-Graduado em Bases Fisiológicas e Metodológicas do Treinamento


Desportivo – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

• Graduado em Educação Física – Universidade do Grande ABC


(UniABC)

• Preparador Físico

• Contato: avretaros@gmail.com
SUMÁRIO

◦ Prefácio 04
◦ Sobre o autor 05
◦ Sumário 06
◦ Introdução 08
◦ 1.0 - Compreendendo a preparação de força no futebol 09
◦ 2.0 - A controversa abordagem ecológica 11
◦ 3.0 - Características gerais do futebol 14
◦ 4.0 - Controle motor e futebol 17
◦ 5.0 - Bioenergética e futebol 19
◦ 5.1 -Sistema anaeróbio alático 19
◦ 5.2 - Sistema anaeróbio lático 20
◦ 5.3 - Sistema aeróbio 21
◦ 6.0 - Princípios do treinamento desportivo 23
◦ 6.1 - Princípio da individualidade biológica 23
◦ 6.2 - Princípio da adaptação 23
◦ 6.3 - Princípio da sobrecarga 24
◦ 6.4 - Princípio da progressividade 24
◦ 6.5 - Princípio da interdependência volume-intensidade 24
◦ 6.6 - Princípio da especificidade 25
◦ 6.7 - Princípio da concorrência 25
◦ 6.8 - Princípio da treinabilidade 26
◦ 6.9 - Princípio da variabilidade 26
◦ 6.10 - Princípio da desadaptação 27
◦ 6.11 - Princípio da continuidade 27
◦ 7.0 - Fisiologia muscular e futebol 29
◦ 8.0 – Força 32
◦ 9.0 - Força motora no futebol 34
◦ 9.1 - Resistência muscular localizada 35
◦ 9.2 – Hipertrofia 38
◦ 9.3 - Força máxima 42
◦ 9.4 - Resistência de força rápida 45
◦ 9.5 - Força explosiva 51
◦ 10.0 - Treinamento funcional 59
◦ 11.0 - Avaliação da força 66
◦ 11.1 - Teste de 1 repetição máxima 66
◦ 11.2 - Impulsão horizontal 67
◦ 11.3 - Salto unipodal triplo horizontal 67
◦ 11.4 - Salto sêxtuplo 68
◦ 11.5 - Impulsão vertical 68
◦ 11.6 - Teste de força abdominal 68
◦ 11.7 - Functional movement screen 69
◦ 12.0 - Aquecimento no futebol 71
◦ 13.0 – Fadiga 75
◦ 14.0 – Fadiga no futebol 77
◦ 14.1 – Glicogênio 78
◦ 14.2 – Desidratação 78
◦ 14.3 – Propriocepção 80
◦ 14.4 - Fatores adicionais limitantes do desempenho no futebol 81
◦ 15.0 - Métodos de recuperação 83
◦ 16.0 - Recuperação no futebol 85
◦ 16.1 - Massagem 85
◦ 16.2 – Crioterapia 86
◦ 16.3 - Técnicas adicionais de recuperação 87
◦ 17.0 - Lesões no futebol 90
◦ 17.1 - Joelho no futebol 92
◦ 17.2 - Tornozelo no futebol 93
◦ 17.3 - Quadril no futebol 94
◦ 17.4 - Isquiotibiais no futebol 97
◦ 17.5 - Prevenção de lesões no futebol 98
◦ 18.0 – Periodização 103
◦ 19.0 - Periodização da força no futebol 106
◦ 20.0 - Controle das cargas 112
◦ 21.0 – Lista de abreviações 116
◦ 22.0 - Referências bibliográficas 118
INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade de desporto conhecida mundialmente pela sua


beleza e plasticidade nas ações motoras durante uma partida.
São encontradas uma diversidade de capacidades biomotoras que apóiam o
desempenho futebolístico. Entre elas, a força motora.
Considerada na atualidade como capacidade biomotora crucial em um grande
rol de esportes, a força e suas diferentes manifestações se fazem existentes no futebol
moderno.
Não é apenas a citação de futebol-força que nos faz recordar de imediato a
importância da força no futebol e, sim, o futebol de resultados.
No futebol de resultados, os jogadores devem estar devidamente condicionados
na força motora para suportar as cargas impostas pelas partidas que requerem efeitos
de grande magnitude no desempenho. A execução de sprints curtos intermitentes,
mudanças de direção, saltos, giros, carrinhos e demais movimentações acabam
solicitando em variados graus da força. Em acréscimo, as habilidades motoras como
os passes, dribles, fintas e distintos tipos de chutes podem ser considerados
resultantes de vetores da força.
O preparador físico ao vislumbrar este quadro, se sente na obrigação de
incorporar em seus programas de treinamento a força motora e suas derivações.
No entanto, mesmo o mais experiente dos profissionais se depara com questões
inerentes acerca da prescrição do treino da força, levando-o a indagar: Qual o perfil
das fibras musculares nos jogadores de futebol? Como elaborar um programa de
treino da força baseado na concepção ecológica? Quais os principais princípios
norteadores no desenvolvimento da força? Como a força se manifesta nas funções
táticas? Como treinar a força no futebol? Quais os melhores testes de avaliação da
força no futebol? Como realizar um aquecimento efetivo em futebolistas? Quais as
formas de fadiga no futebol? Quais as lesões que mais acometem os futebolistas?
Como periodizar a força no futebol? Como se realiza o controle das cargas de treino?
Estas e outras perguntas podem ser respondidas com a leitura deste manuscrito,
como também pode levar o leitor a refletir e buscar questões mais aprofundadas
fundamentado nas pesquisas aqui apresentadas.
Vale dizer que futebol tem se modernizado e, assim a ciência acompanha este
progresso. Portanto, ao adentrarmos no universo científico voltado ao futebol, não
espere todas as respostas, haja visto a ciência levantar um maior número de
interrogações do que decifrar arquétipos.
Desejo a todos uma boa leitura e compreensão!

8
1.0 - COMPREENDENDO A PREPARAÇÃO DE FORÇA NO FUTEBOL

A definição de esporte como entendemos hoje, pode ser considerada como uma
atividade específica estruturada que envolve vigorosos esforços de caráter físico em
conjunção com o uso de habilidades motoras complexas, direcionado por motivações
externas e internas.
A preparação de força no esporte consiste na edificação de um conjunto de
sessões de ordem prática corporal e\ou intelectual visando por meio da somatória das
mesmas, provocar alterações fisiológicas específicas (agudas e\ou crônicas) no
organismo de um atleta.
As variantes da força (resistência de força, força máxima, resistência de força
rápida e força explosiva) são regidas por processos complexos de interação, cuja
compreensão requer estudos contínuos afim de se encontrar a melhor solução de
determinadas tarefas enfrentadas nas sessões de treino e competições.
Segundo Barbanti et al (2004), as pesquisas com orientação para o treinamento
das capacidades biomotoras apresentam uma grande variabilidade de resultados, com
significados relevantes para os preparadores físicos.
O futebol, visto na atualidade, reflete a evolução científica ao longo dos anos.
Com isto, o antigo futebol-arte passou a ser conhecido como futebol-força. Não por
acaso, os jogadores tornaram-se mais altos, mais fortes e mais rápidos. Alterou-se a
dinâmica global do jogo. Nas partidas, os futebolistas realizam movimentos rápidos e
repetitivos em distâncias curtas. A expressão destas ações motoras realizadas com e
sem bola, representam prioritariamente a manifestação da força.
As frenagens , arrancadas e constantes mudanças de direção exigem altos
níveis da força e potência muscular para vencer a inércia da massa corporal nas
solicitações durante a partida.
Os métodos de preparação da força em futebolistas vem sendo estudados por
inúmeros pesquisadores. Todavia, alguns preparadores físicos, continuam pautando
seus treinamentos em meios e métodos ultrapassados, arraigados em filosofias de
trabalho não muito bem compreendidas.
Uma destas, reside no fato, que durante o período preparatório antecedente a
temporada, deve-se criar uma base de sustentação aeróbia nos jogadores. Questiono:
como uma base aeróbia irá melhorar o desempenho físico no futebol durante o longo
período competitivo, regido por um componente físico determinante como a potência
muscular?
Basta observarmos as pesquisas, para concluir que níveis elevados de consumo
máximo de oxigênio (VO2máx) não é mais um fator relevante para o sucesso no
futebol moderno. O futebol não é uma modalidade de endurance como a maratona,
triatlo, ciclismo de estrada e outras. Nestes esportes, o VO2máx é considerado uma
variável importante. Porém, visto isoladamente, não é considerado elemento
determinante. A conjunção do VO2máx com outros parâmetros é que ditarão a

9
performance nestas modalidades.
Ao analisarmos resultados de avaliações físicas, constatamos que o VO2máx
dos jogadores sofre flutuações ao longo temporada. Mesmo em condições de
VO2máx reduzido, os futebolistas conseguem sustentar seu patamar de desempenho
nas partidas (Silva et al, 2015).
Está bem elucidado na literatura que o futebol contemporâneo deve ser visto
como modalidade de força-velocidade-potência. Neste sentido, iremos explanar
acerca da preparação de força no futebol, tentando demonstrar que a força, por si só,
é um requesito essencial e de maior relevância que as demais capacidades biomotoras
para a performance dos futebolistas.
Nosso entendimento da palavra preparação é sinônimo do ato de preparar-se,
disposição, manipulação, etc. Portanto, em vez de utilizarmos termos como:
treinamento de força, musculação, treino com pesos e afins, preferimos usar no título
desta obra a macrodenominação: preparação de força.
A preparação de força parte do pressuposto de preparar o atleta para algo, no
caso, a força, e mais especificamente voltada ao futebol. Assim, neste texto, a
preparação de força no futebol englobará os exercícios de musculação, treino com
aparelhos, treino com pesos, calistênia, treinamento funcional, técnicas de
levantamento olímpico, pliometria, entre outros.
Resumindo, este livro visa apresentar os fundamentos para a elaboração da
preparação de força no futebol baseados em pesquisas científicas e experiências
práticas vivenciadas, reconhecidas como determinantes para a obtenção de um alto
nível de desempenho esportivo.

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2.0 - A CONTROVERSA ABORDAGEM ECOLÓGICA

A ecologia é um ramo fragmentado da ciência que estuda a interatividade dos


seres vivos com o meio ambiente.
Na teoria do treinamento desportivo, uma abordagem ecológica, significa uma
aproximação dos meios e métodos de preparação ao habitat natural da respectiva
modalidade. O habitat natural refere-se ao local, espaço físico e condições
ambientais onde se desenvolvem as ações motoras pertinentes ao esporte.
Não é uma simples alocação da aparelhagem e equipamentos da sala de
treinamento para o campo de jogo.
Baseia-se no princípio da especificidade, ao qual apregoa, que os meios e
métodos de treinamento empregados, para serem efetivos, devem propiciar uma
transferência positiva para a ação motora da modalidade.
Essa transferência se dará pela utilização de modelos de treino que respeitem a
especificidade bioenergética, neuromuscular, biomecânica e recursos metodológicos
mais próximos da realidade presente na arena competitiva.
Como exemplo, podemos citar, o conceito de periodização tática criado pelo
professor português Vitor Frade, no qual relaciona a complexidade do treinamento
técnico-tático a um modelo de jogo.
Para operacionalizar a preparação de força no futebol baseado numa concepção
ecológica, devemos nos atentar a fugir de meios analíticos de interpretação no
treinamento. Em vez de nos restringirmos à treinarmos preparação de força
isoladamente nas suas manifestações, devemos incorporar elementos presentes nas
habilidades motoras inerentes ao futebol (por exemplo, a bola durante os exercícios
físicos).
Araújo et al (2006) e Duarte et al (2010) discorrem que métodos de
treinamento orientados sobre uma dinâmica ecológica, nas ações motoras
desempenhadas pelos atletas, os mesmos expressam a integração comportamental no
contexto real da atividade competitiva.
Entendendo que, a variabilidade e dinâmica de ações que caracterizam o jogo
de futebol são de ordem complexas, devido às decisões individuais e estratégias
coletivas, não podemos desintegrar o treino da preparação de força das atividades
específicas ocorridas no terreno de jogo (Vaz et al, 2014).
A intenção seria preparar o futebolista como um todo, não os seus diferentes
componentes de maneira isolada.
Carravetta (2012) acentua que após a década de 90, surge a concepção
científica sistêmico-ecológica no futebol. Na concepção sistêmico-ecológica, a
abordagem transdisciplinar globalizada rege as situações-problemas que surgem nos
programas de treinamento e enfatizam a espontaneidade e autonomia dos atletas
aperfeiçoando os componentes psicofísico-motores.
O vitorioso treinador português José Mourinho diz em suas entrevistas que

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acredita no trabalho de força executado somente na área de reabilitação. Rui Faria, o
preparador físico que acompanha Mourinho não é adepto das corridas em torno
campo, como também no trabalho de força executado no ginásio. Todavia, aceita o
uso da bola em seus treinos físicos. Sua filosofia de trabalho é pautada em um
processo natural complexo, segundo ele de difícil execução para outros que tentarem
imitar ou copiar. Em outras palavras, somente quem criou saberia operacionalizar
(Vieira, 2010).
Deveríamos pautar as nossas linhas metodológicas de treinamento em
abordagens de sucesso? Sim e não! Ou por acaso algum sério preparador de atletas
que obedece aos princípios científicos acreditaria em seguir cegamente um modelo de
treino só pelo fato dos resultados apresentados...Sem uma análise rigorosa e
crítica...Não! Então, onde se encaixa o sim? O sim viria (ou não!) com uma série de
estudos direcionados a avaliar tais métodos a longo prazo.
Scaglia (2015) analisou a filosofia de Mourinho na ótica da pedagogia do
treino, alegando que abordagens de entendimento analíticas, fragmentam o futebol e
são exploradas de forma desconexas diante das reais exigências e ocorrências de uma
partida. A programação dos treinos, segundo ele, só teria validade quando
possibilitasse aos jogadores vivenciarem situações mais utilizadas nos jogos.
Tais ideias metodológicas, se distanciam dos modelos reducionistas (Medina,
1996) que apregoam interpretações do saber científico assinaladas em subdivisões
especializadas.
Com essas afirmações, fico imaginando se não estamos regredindo a um
estágio do passado onde os métodos de treinamento eram fundamentados no
improviso, carentes de bases científicas mais apuradas. Quando, por exemplo, os
métodos de treinamento dos atletas no atletismo da prova de 100 metros eram apenas
a reprodução fiel da distância.
Questiono: Estamos regredindo ou progredindo? Difícil resposta...Porém, uma
frase que tem norteado a filosofia de trabalho dos preparadores físicos adeptos da
linha ecológica merece análise:

• Frase : ¨O atleta treina como compete ou joga¨

Esta frase no qual afirma que o jogador deve treinar como compete, tem duas
vertentes: a primeira, no qual quanto mais próximo estiver o estímulo e os métodos
de treino da atividade motora da partida, está correta. Entretanto, analisando pela
segunda vertente, verificamos que não é adequado treinarmos diariamente
reproduções fiéis da atividade orgânico-fisiológica-motora futebolística nos treinos,
pois as cargas devem sofrer flutuações e variações nos métodos (princípio da
interdependência volume\intensidade e princípio da variabilidade) nas unidades de
treinamento. Em determinados momentos, como por exemplo, em um microciclo de
choque, as cargas empregadas são suficientemente elevadas e ultrapassam as
exigências de esforços requeridas nas partidas. Também, por outro lado, normalmente

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após as partidas e, em diferentes ocasiões do micro\mesociclo o treinamento
denominado regenerativo envolve cargas extremamente leves com intensidades
menores do que os jogadores suportam nos jogos e\ou treinos.
Em particular, devemos nos ater ao fato de que existem décadas de pesquisas
desenvolvidas na área de treino da força que aprovam seus benefícios no desempenho
e, não será uma abordagem com estas características que determinará o não uso do
ginásio de pesos para os atletas.
Assim, com base nas premissas levantadas, devemos nos indagar se a
abordagem ecológica seria um modismo passageiro no futebol, ou quais argumentos
fidedignos justificariam a continuidade dessa abordagem a longo prazo?
Definitivamente, esse excesso de especificidade no pensamento ecológico
poderia resultar em efeitos deletérios na preparação corporal global dos jogadores,
devido principalmente a unilateralidade das ações (uso predominante do membro
dominante). Entre os efeitos, podemos citar: problemas de ordem postural,
assimetrias de membros, desequilíbrios musculares, entre outros.
Acreditando que o rendimento no futebol é fruto do domínio motor
automatizado somado a magnitude dos componentes físicos, Carravettta (2012)
profere acerca da complexidade de processos motores e perceptivos que estão
envolvidos: tomadas de decisões, controle, regulação e execução. Neste contexto,
podemos supor que a linha ecológica propiciaria uma aproximação com os
componentes reais envolvidos na partida. Em contraste, na preparação de força, o
preparador físico precisa estar ciente que nem todos os meios e métodos de treino
poderão ser adaptados ao pensamento ecológico.
Os postulados dessa concepção ¨moderna¨ nos remete a uma postura crítica e
aberta por parte do preparador físico, que deverá interagir mais profundamente com o
técnico da equipe, conhecendo seu modelo de jogo e configurando adequadamente os
esforços específicos dos jogadores na unidade de treino. A dita ¨periodização tática¨
seria bem-vindo nos treinos integrados que envolveriam aspectos técnicos-físicos,
técnicos-táticos e técnicos-táticos-físicos. Além dessas três esferas, criar expectativas
adicionais em relação a singular linha ecológica nos parece muito precoce no
presente momento.
Portanto, no transcorrer deste livro, não existirá ¨receita de bolo¨ como
desenhos de exercícios para preparação de força tão comuns em outras literaturas
sobre o tema. Haverá sim, exemplos de exercícios, porém os mesmos não passam de
meras amostras para uma melhor compreensão. A nossa real intenção seria solicitar
da criatividade dos conhecimentos técnicos-científicos aqui apresentados, para que o
preparador físico desafie a si próprio na construção de seus programas de
treinamento.

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3.0 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DO FUTEBOL

O futebol é considerado um esporte coletivo de invasão, onde duas equipes


compostas de onze jogadores cada uma se confrontam em uma arena de 100-110
metros de comprimento por 64-75 metros de largura com superfície de grama. O
objeto de jogo é uma bola esférica, cuja circunferência pode oscilar entre 68-70
centímetros e com uma massa de 410-450 gramas. O objetivo do jogo é marcar gols
entre os travessões dispostos longitudinalmente de lados opostos do campo.
As ações motoras predominantes dos jogadores são realizadas com os pés,
porém em algumas ocasiões se empregam o joelho, o peito e a cabeça. O goleiro é a
única função que pode se utilizar das mãos em suas ações.
A disposição dos atletas no campo de jogo segue desenhos táticos
estratégicamente determinados pelo treinador da equipe. Entre os sistemas táticos
mais perfilhados tem sido utilizado o 4-3-3, o 5-3-2, o 4-4-2 e o 4-5-1. Essas
variações táticas acontecem por meio de marcações individuais, por zona ou mista.
Para entender melhor as características de movimentação e demanda
fisiológica no futebol, a maioria dos pesquisadores tem calculado as distâncias
percorridas nas partidas através de rastreamento da filmagem acoplados à recursos
tecnológicos como softwares e o GPS.
No entanto, pesquisadores como Soares & Rebelo (2013) reportam que os
estudos que empregam mensurações das distâncias no futebol possuem limitações.
Tal fato se deve a não observação dos esquemas táticos adotados pelas equipes.
Citam, como exemplo, em um time que privilegie ações defensivas, os laterais
atuariam mais recuados e, portanto, cumpririam menores distâncias. Ao contrário,
quando o treinador dá ênfase aos esquemas ofensivos, os laterais, em tese,
percorreriam maiores distâncias. A solução para isto seria a mensuração de um
numerário (n) maior de partidas, como também a identificação do modelo de jogo.
D´Ortavio & Tranquilli (1993) citam os tipos de movimentação de um meio-
campista correlacionando com as velocidades: parado, andando (5Km\h), corrida
lenta (11Km\h), corrida média (15Km\h), corrida larga (18Km\h), corrida rápida
(21Km\h), sprint (24Km\h), sprint máxima velocidade (27Km\h), corridas de costas
(3 a 21Km\h), corridas laterias (0 a 21 Km\h).
O quadro 01 mostra um mapeamento das movimentações entre as diversas
funções táticas no futebol.

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Quadro 01 – Demandas de movimentação no futebol
Variáveis Defensores Zagueiros Meio- Meio- Atacantes
do jogo centrais campistas campistas
avançados
Distância
percorrida
Total (m) 9885+\-555 10710+\-589 11450+\-608 11535+\-933 10314+\-
1175
Corrida em
alta 1834+\-256 2605+\-387 2825+\-473 3138+\-565 2341+\-575
intensidade
(m)
Corrida em
muito alta 603+\-132 984+\-195 927+\-245 1214+\-251 955+\-239
intensidade
(m)
Sprint (m) 152+\-50 287+\-98 204+\-89 346+\-115 264+\-87
Outras
variáveis
Corrida em
máxima
velocidade 7,31+\-0,30 7,74+\-0,24 7,52+\-0,32 7,93+\-0,31 7,76+\-0,28
(metros x
segundo)
Tempo de
recuperação 101+\-15 74+\-23 62+\-19 51+\-16 73+\-22
(segundos)
(Adaptado de Bradley et al, 2009)

Em média, nas equipes profissionais, as distâncias percorridas flutuam entre 9


a 12 Km com variações dependentes da função tática desempenhada pelos jogadores.
Aparentemente, os meios-campistas são os que percorrem maiores distâncias entre os
jogadores de linha. O goleiro, em média, perfaz 4km por jogo.
Na interpretação de Santi Maria et al (2013) existem alguns fatores que
influenciam nos valores de distâncias percorridas pelos jogadores de futebol, assim
dispostos: posição de jogo, estilo da equipe, nível de competição, condicionamento
físico dos jogadores, espaço competitivo, evolução da modalidade, momento da
temporada, metodologia de análise, condições climáticas e dinâmica da partida.

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Observando as distâncias percorridas e suas respectivas velocidades, nota-se
que as ações motoras futebolísticas são de caráter acíclico intermitente regidas pela
imprevisibilidade dos esquemas táticos praticados pelas equipes.
Isoladamente, os componentes físicos não determinam o sucesso no futebol
moderno. Deve-se dar atenção também as habilidades motoras técnicas atreladas ao
entendimento tático por parte dos jogadores (Silva Neto, 2013).
Por mais habilidoso e condicionado fisicamente que seja o jogador, as
estatísticas demonstram que a bola só ficará nos seus pés (para realização de passes
e\ou variados chutes) em apenas 1-2% do tempo total da partida (Anderson & Sally,
2013).
Garganta apud Freitas Silva et al (2015) observam que a lógica futebolística
consiste em intercalações dos estados de ordem\desordem, estabilidade\instabilidade,
uniformidade e variedade. São comportamentos que envolvem habilidades complexas
e interdependentes, com dinâmicas próprias.
No vingente futebol de resultados, as equipes de ponta amadureceram para um
jogo mais equilibrado nos sistemas de defesa e ataque. Nas palavras de Anderson &
Sally (2013), ditas de outra forma, o futebol tático atual tenta evitar erros, punindo os
erros da equipe adversária. Ainda segundo os autores, com as informações estatísticas
compartilhadas, os times tornaram-se mais parecidos e, com acesso a jogadores
talentosos, o número de gols apresentou queda significativa ao longo dos anos. No
alto nível existe um grau elevado de uniformidade na natureza do jogo.

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4.0- CONTROLE MOTOR E FUTEBOL

Toda conduta motora, entendida a nível neurofisiológico, se inicia no cérebro


(área pré-motora, córtex motor primário, córtex pré-frontal dorsolateral e córtex
parietal posterior). São processos cognitivos distintos formados em circuitos com
diferentes tipos de organização para prática e aprendizagem de habilidades (Lage et
al, 2015).
O planejamento de uma tarefa motora é gerida por um conjunto complexo de
atividades neurais. A célula nervosa é o neurônio. Os neurônios motores exercem
funções eferentes, e ao contrário, os neurônios sensoriais costumam realizar ações
aferentes. Proporcionalmente, segundo Magill (2011), a relação entre neurônios é de
dez neurônios motores para cada um sensorial e 200 mil interneurônios.
Os motoneurônios sofrem uma divisão, a saber: alfa (medula espinhal –>
ramificações nas fibras músculo esqueléticas) e gama (músculo esquelético –> fibras
intrafusais). Ambos motoneurônios, exercem o papel de transmissão bidirecional da
informação.
O controle do movimento voluntário é baseado em respostas neurofisiológicas
moduladoras da atividade neural em conjunção com uma sequências de eventos.
O sistema nervoso central (SNC) como orgão-presidente, atua sobre o cérebro
e medula espinhal integrando e organizando as informações sensoriais e motoras no
controle do movimento.
Por meio do córtex motor que envia sinais pelos axônios, os músculos
conseguem controlar a coordenação dos movimentos e da postura. A ativação da
unidade motora sobre a influência de impulsos nervosos que conduzem os
motoneurônios alfa, cujo determinado grau de recrutamento contrairá a fibra
muscular.
A velocidade de contração muscular, por meio do sistema neuromotor, ajusta os
reflexos de proteção durante a coordenação e o equilíbrio. Almeida (1999) argumenta
que o SNC se utiliza de múltiplas possibilidades na execução do movimento em
busca de uma única solução. Na visão deste autor, a biomecânica, contribui
metodologicamente para uma descrição cinemática e\ou cinética do ângulo,
velocidade, aceleração e torque muscular nas ações motoras.
Conforme a tarefa motora, ocorrem invariabilidades de ordem cinemática,
controlando amplitudes articulares e alternâncias nas mudanças espaço-temporais dos
alvos-finais.
Ao estudar a existência de um sistema sensório-motor integrado, Medeiros
(2007) retrata uma necessidade de respostas adaptativas às circunstâncias do meio
ambiente, decorrentes de processos cognitivos que estariam presentes em estágios de
vida extremamente precoces, como dos recém-nascidos.
Os proprioceptores (receptores localizados músculos, articulações e tendões)
retransmitem a informação acerca da dinâmica da atividade motora para o SNC.

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McArdle et al (2011) lembram o papel importante dos proprioceptores no
monitoramento contínuo de qualquer estratégia de movimento, conseguindo criar
modulações para o comportamento motor objetivado.
Na atividade esportiva, Platonov (2008) salienta acerca da eficácia da atividade
motora específica competitiva. O controle motor por meio dos mecanismos
neurológicos, psicológicos e fisiológicos regulam a construção hierárquica das ações
especializadas que constituem o arcabouço técnico\tático da modalidade.
Em geral, resumidamente, as principais habilidades executadas pelos
futebolistas em sua diversidade motora incluem: o passe, o drible, o chute, o cabeceio
(ofensivo e defensivo), o controle de bola, controle de corpo e o desarme.
As habilidades motoras executadas no futebol são de análise complexa.
Segundo Shan & Westerhoff (2015), uma análise mais detalhada das ações do
futebolista requerem o uso de imagem tridimensional. Os autores reportam que o
chute é um dos movimentos mais estudados. Na pesquisa, sobre a eficácia do chute,
ficou evidenciado que a execução do chute é dependente de toda uma coordenação
multi-articular. O movimento rotacional do tronco em concordância com os membros
superiores, propiciam uma condição para gerar a contração muscular explosiva,
através do pré-alongamento, resultando em um chute mais potente.
Ao comparar o movimento do chute em duas condições experimentais distintas
(bola parada ou bola em movimento), Egan et al (2007) citam que jogadores mais
experientes utilizam a flexão rápida do joelho como uma estratégia de exploração
dinâmica na busca pela precisão.
Segundo Teixeira et al (1998) as habilidades complexas no futebol de condução
de bola, chute de precisão e chute de potência efetuados com as pernas dominante e
não dominante, denotam assimetrias laterais específicas a tarefa motora devido
principalmente ao caráter dinâmico das ações.
Os movimentos balísticos na diversidade de chutes empregados possuem uma
relação existente entre a velocidade do movimento e a precisão. Na propulsão da
bola, as ações balísticas tem a intenção de projetá-la em determinado local (jogador,
gol, etc). Assim, a área-alvo virtualmente projetada requer da precisão para se atingir
o alvo real. São as alterações que podem ocorrer no perfil cinemático do chute (força
inercial e força muscular) que irão afetar o controle dos movimentos (Teixeira, 2000).
Nos esportes coletivos, como o futebol, devido a imprevisibilidade que norteia
as ações durante a partida, ocorre uma grande variabilidade dinâmica e mutabilidade
para solucionar as tarefas motoras nestas condições instáveis, afetando diretamente os
padrões neuromusculares coordenativos e requerendo um alto grau de
neuroplasticidade.

18
5.0 - BIOENERGÉTICA E FUTEBOL

As diferentes formas de trabalho biológico se utilizam da energia de reações


químicas derivada dos alimentos, para uma cíclica conversão ao trabalho mecânico
do músculo esquelético.
Para MacArdle et al (2011), a definição de bioenergética retrata o fluxo e a
permuta de energia no aporte de um sistema vivo. Os autores advogam que no corpo,
a energia química derivada dos macronutrientes, inicialmente segue para o sistema
muscular para ser convertida em trabalho mecânico, e posteriormente, dispersa-se em
energia térmica sob a forma de calor.
O entendimento da bioenergética permite solucionar questões de como a
maquinaria humana responde ao estresse fisiológico imposto pela atividade motora.
O fornecimento de energia para o trabalho muscular durante o exercício é
regido por três macrosistemas interligados e sobrepostos: sistema anaeróbio alático,
sistema anaeróbio lático e sistema aeróbio.

Quadro 02 – Distribuição energética no futebol


Função Anaeróbio Alático Anaeróbio Lático Aeróbio
Goleiro 80,00% 20,00% 0,00%
Meio-Campo 60,00% 20,00% 20,00%
Atacante 80,00% 20,00% 0,00%
Ponta 80,00% 20,00% 0,00%
(Adaptado de Bompa & Haff, 2012)

5.1 - Sistema Anaeróbio Alático

A moeda corrente resultante da conversão dos elementos químicos celulares e


moleculares para a atividade mecânica da musculatura esquelética é conhecida como
adenosina trifosfato (ATP). A contração muscular se dá pela quebra da ATP em
adenosina difosfato (ADP) e um íon de fosfato. Pelo fato de existir uma pequena
quantidade de ATP nos músculos, suficiente para aproximadamente dois segundos de
trabalho em alta intensidade, a garantia de um trabalho mais prolongado se dará pela
ressíntese de ATP. Essa ressíntese é obtida pelas reações anaeróbias, como também
pelas vias aeróbias (Platonov, 2008).
O sistema anaeróbio alático é caracterizado por uma elevada potência na
liberação de energia e curta duração. Neste sistema, a fosfocreatina (PCr) é a
substância precursora para recompor o ATP. Para MacArdle et al (2011), a energia

19
imediata gerada pelo sistema anaeróbio alático em atividades motoras de curta
duração e altíssima intensidade, como por exemplo, na prova de 100 metros do
atletismo, provém quase que de forma exclusiva do trinômio fosfagênio-ATP-PCr.
Este processo que não necessita da presença do oxigênio para ser acionado, e também
pelo fato de não necessitar de uma série de reações químicas funcionais, costuma
esgotar as reservas de fosfocreatina em até aproximadamente 10 segundos de
exercício máximo de curta duração no desempenho.
De acordo com Goulart et al (2007), no decorrer de uma partida do futebol, em
média a cada 90 segundos, é realizado um sprint com duração de dois a quatro
segundos. As movimentações que incluem: trote, corrida em intensidade média,
sprints de curta duração, saltos intercalados por períodos andando ou parados, geram
tempo suficiente para ressíntese dos fosfagênios. Neste sentido, o metabolismo
anaeróbio alático se faz presente nos jogadores de linha. Todavia, vale lembrar que a
capacidade de ressintetizar rapidamente o ATP está relacionado com a capacidade
aeróbia, ou seja, quanto melhor a aptidão aeróbia do jogador, mais efetiva será sua
recuperação dos esforços intermitentes intensos (Soares & Rebelo, 2013).
O goleiro é outro jogador que se utiliza das vias aláticas durante as suas ações
motoras. Porém, diferente dos jogadores de linha, a atividade motora do goleiro de
futebol está relacionada a potência anaeróbia alática, resultando em redução pequena
do ATP-CP (Gallo et al, 2010).

5.2 - Sistema Anaeróbio Lático

No sistema anaeróbio lático, o fosfagênio dará prosseguimento num ritmo


mais acelerado para suprir as demandas energéticas exigidas pelo exercício de curta
duração.
Esse processo também é conhecido com glicolítico. Este termo é atribuído por
envolver a degradação incompleta do carboidrato em ácido lático. A conversão do
carboidrato em glicose com parte deste em utilização imediata, e outra parte
convertida em glicogênio muscular e hepático para futuro aproveitamento (Foss &
Keteyian, 2000).
Neste sistema que é movido sem a presença do oxigênio, a glicose, principal
fonte de energia, participa ativamente em exercícios de intensidade alta, mas não
máxima. Na premissa de Tubino apud Larangeira & Leal (2011), o metabolismo
lático se origina na decomposição das reservas de glicogênio muscular e hepático e
por consequência, produz ácido lático. Azevedo et al (2009) ao revisarem aspectos
bioenergéticos, chamam a atenção para as fibras de contração rápida, que possuem
um maior concentração da isoforma lactato desidrogenase (LDH), causando a
conversão de piruvato em lactato, resultando em aumento na sua concentração
muscular e sanguínea. Isso se dá no exercício intenso, a partir de quando o hidrogênio
não suporta o ritmo de sua oxidação, o piruvato acaba criando uma união temporária
com o hidrogênio para formar o lactato (McArdle et al, 2011).

20
As atividades motoras de intensidade máxima com 1-3 minutos de duração,
que caracterizam esse sistema, levam ao rápido acúmulo de lactato (McArdle et al,
2011 ; Platonov, 2008).
Os valores de lactato na prática futebolista representam a participação do
sistema anaeróbio lático. A flutuação de valores do lactato em partidas tem sido
menores no final do segundo tempo, quando comparado com o final do primeiro
período do jogo. Sobre este aspecto, Silva et al (2000) encontraram médias de lactato
na ordem de 7,1+\-0,6 mM no fim do primeiro período e 5,7+\-1,3mM (p<0,05) ao
fim da partida. Ao dividir os jogadores por função tática, os valores foram: meio-
campistas (6,4+\-1,8mM e 5,6+\-1,2mM), laterais (6,9+\-2,9mM e 4,7+\3,0-mM) e
atacantes (7,7+\-1,8mM e 7,2+\-2,1mM). Em sessões de treino, os valores de lactato
tem se apresentado superiores: 10,8+\-5,35mM (Lopes et al, 2009).

5.3 - Sistema Aeróbio

O sistema aeróbio de produção da energia, também denominado oxidativo,


envolve o uso de oxigênio nas reações bioquímicas.
Nestas reações aeróbias, são utilizados de forma sequencial e devidamente
sobrepostos, a glicose, os lipídeos e as proteínas como substrato em atividades acima
de 3 minutos de duração (Astrand & Rodahl, 1980).
Segundo Foss & Keteyian (2000), podemos dividir o sistema aeróbio em duas
partes: a primeira, que consiste no término da oxidação dos carboidratos e a segunda
parte, que consiste no prosseguimento com a oxidação dos ácidos graxos livres e dos
aminoácidos. O ciclo de Krebs é que organiza a via final de oxidação destes
substratos.
Importante ressaltar que ocorrem inúmeras interconversões dos nutrientes no
sistema aeróbio. As gorduras, para se fracionarem, são dependentes dos carboidratos
para se catabolizar em sua usina metabólica. Já, as proteínas, durante sua
desaminação perdem a molécula de aminoácido com os restos do esqueleto de
carbono penetrando nas vias metabólicas para produção do ATP (McArdle et al,
2011).
Apesar do futebol ser realizado em dois tempos de quarenta e cinco minutos,
totalizando uma hora e trinta minutos de duração, não podemos considerá-lo uma
atividade aeróbia. O sistema oxidativo se torna relevante para o futebol durante os
intervalos ativos e\ou passivos na partida entre os sprints de intensidade variada, ou
seja, na recuperação.
O consumo máximo de oxigênio (VO2máx) é indicador mais representativo do
sistema aeróbio. Em futebolistas, os valores médios de VO2máx se encontram na
faixa de 60 ml\kg\min (Haugen et al, 2014 ; Mercer et al, 1997 ; Rhea et al. 2010 ;
Silva et al, 2011). Tais valores, são caracterizados como inferiores, se comparado a
modalidades consideradas de endurance.
Comparando o VO2máx por função tática, os meio-campistas apresentam

21
valores 8% maiores que os goleiros (Haugen et al, 2014). O binômio limiar anaeróbio
e economia de movimento regem o desempenho dos futebolistas de elite em testes
diagnósticos do VO2máx (Ziogas et al, 2011).
Conforme Soares & Rebelo (2013), a importância do sistema aeróbio bem
desenvolvido reflete-se em um aumento na distância percorrida pelo atleta, como
também da intensidade, número de sprints e maior envolvimento com a bola.

Quadro 03 – Resumo dos sistemas bioenergéticos


Sistema Fonte Energética Característica Tempo de
Recuperação
Anaeróbio alático ATP-CP Energia imediata 3 a 5 minutos
Elevada potência
Curta duração
Anaeróbio lático Carboidrato Intensidade máxima 24 a 48 horas
de curta e média
duração
Aeróbio Carboidratos Média e longa
Gorduras duração de 24 a 48 horas
Proteínas intensidade
moderada
(Adaptado de Foss & Keteyian, 2000 ; McArdle et al, 2011 ; Wilmore & Costill,
2001)

22
6.0 - PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO DESPORTIVO

A elaboração dos programas de treinamento físico desportivos contemporâneos


seguem as leis científicas de certos princípios.
A literatura costuma apresentar uma grande diversidade destes princípios, a
maioria interconectados. Para efeito deste texto, cuja abordagem é sobre a capacidade
biomotora força, ficaremos restritos aos seguintes princípios: individualidade
biológica, adaptação, sobrecarga, interdependência volume e intensidade,
continuidade, desadaptação, especificidade, variabilidade, progressividade,
concorrência e treinabilidade.

6.1 - Princípio da individualidade biológica

Este princípio advoga que somos seres humanos distintos, ou seja, únicos.
Parte do pressuposto que possuímos características herdadas geneticamente
(genótipo), tais como a composição das fibras musculares, o biotipo, altura máxima,
etc. Somando-se a isto, surge o conceito de fenótipo, que se refere as contribuições
externas ao longo da vida (no caso, o treinamento). Desta forma, o fenótipo, por meio
do desenvolvimento de programas de treinamento, permitiria aumentos nos valores
de VO2máx, força máxima, etc (Azevedo et al, 2007).
A individualidade biológica se aplica também aos gêmeos em suas variações
(monozigóticos ou dizigóticos) (Cavaliere Junior, 2009). Pesquisas realizadas nas
décadas de 1970-1980 indicam que gêmeos submetidos a um programa de treino
idêntico irão resultar em responsividades diferentes.
Sendo assim, conforme Dantas (2003), quanto maior for individualizado a
prescrição do treino, maiores são as chances deste indivíduo atingir seu máximo
desempenho.

6.2 - Princípio da Adaptação

A homeostase é um estado de equilíbrio do organismo. O princípio da


adaptação refere-se a Síndrome de Adaptação Geral proposta por Hans Selye em
1936. Esta lei confere ao organismo uma série de mudanças funcionais decorrentes da
quebra da homeostase. Esta quebra ocorre pelos estímulos oriundos das cargas de
treinamento. Conforme a magnitude desses estímulos (débeis, médios, fortes ou
supramáximos), ocorrerão as adaptações positivas ou negativas.
No treinamento racionalmente organizado, a busca constante é pelas
adaptações positivas, pois são as mesmas que permitiriam a supercompensação
orgânica numa direção de aperfeiçoamento fisiológico da capacidade biomotora que

23
está sendo trabalhada.

6.3 - Princípio da Sobrecarga

O princípio da sobrecarga é baseado nas adaptações funcionais (agudas ou


crônicas) que ocorrem no organismo do atleta.
Expondo o organismo do atleta às sobrecargas, proporcionaria adaptações nos
processos de anabolismo\catabolismo responsáveis pela evolução do seu
desempenho. Vale recordar que essas sobrecargas impostas devem ser racionalmente
organizadas na busca por respostas orgânicas apropriadas (Pereira & Souza Junior,
2003).
Este princípio está intimamente correlacionado com o princípio da adaptação.
O direcionamento das cargas deve respeitar as adaptações requeridas. Por isso,
Bompa & Haff (2012) classificam as cargas como sendo: estressoras, de manutenção
ou recuperativas.

6.4 - Princípio da Progressividade

No princípio da progressividade, as cargas devem ser aplicadas de forma


gradual e respeitando os períodos específicos de adaptação da capacidade biomotora.
A progressividade pode se dar por variados meios, entre eles: aumento da
frequência semanal de sessões de treino, acréscimos graduais no volume e\ou
intensidade, orientações mais específicas das cargas, inclusão de novos métodos de
treinamento, etc (Badillo & Ayestarán, 2001).

6.5 - Princípio da Interdependência Volume e Intensidade

A interdependência do volume (quantidade) e da intensidade (qualidade) se dá


de forma antagonista. Conforme ocorre a aplicação das cargas nos seus devidos
períodos de preparação e de acordo com o modelo de periodização utilizado, o
volume das atividades deverá ser acrescido seguido pela concomitante redução na
intensidade e vice-versa na direção contrária; com a redução do volume
acompanhado pelo aumento da intensidade.

24
Quadro 04 – Variáveis manipulativas no treino de força
Volume Intensidade Densidade
Alterações no número de Aumento das cargas Alterações na frequência
repetições
Alterações no número de Aumento do grau de Distribuição das sessões
séries dificuldade
Alterações no número de Mudança de exercício ---
exercícios
--- Redução dos intervalos ---
(Adaptado de Kamel, 2004)

6.6 - Princípio da Especificidade

A especificidade está relacionada as características e exigências particulares da


modalidade praticada pelo atleta (Weineck, 1999).
Os aspectos bioenergéticos com a utilização adequada dos substratos
fisiológicos. A morfofuncionalidade do desporto que requer atletas com somatotipos
específicos. Soma-se a isto, o respeito aos parâmetros dos desenhos biomecânicos da
atividade competitiva. Por último, os métodos de treino empregados que se
relacionem com atividade motora da devida modalidade.

6.7 - Princípio da Concorrência

As diferentes capacidades biomotoras se apresentam com suas particularidades


que exigem conhecimentos quanto a heterogeneidade sequencial.
Determinadas sequências de sessões de treino com orientações heterogêneas
causam efeitos antagônicos, no qual uma vai se sobrepor a outra, ou seja, a
concorrência.
O treino de força tem sido o mais estudado quanto ao efeito da concorrência
em relação ao treino de caráter aeróbio (Paulo et al, 2005).
O quadro 05 apresenta algumas das principais capacidades biomotoras que
sofrem interferência do princípio da concorrência.

25
Quadro 05 – Concorrência das capacidades biomotoras
Capacidades biomotoras antagônicas
1 Treinamento aeróbio # Treinamento de força
2 Treinamento de flexibilidade # Treinamento de força
3 Treinamento aeróbio # Treinamento de velocidade
4 Treinamento aeróbio # Treinamento de resistência de velocidade
5 Treinamento aeróbio # Treinamento de agilidade
6 Treinamento de força # Treinamento de coordenação
7 Treinamento anaeróbio # Treinamento de força
8 Treinamento técnico-tático # Treinamento de força
(Adaptado de Marques Junior, 2012)

6.8 - Princípio da Treinabilidade

Segundo Tubino & Moreira (2003), o princípio da treinabilidade refere-se a


janela de adaptação funcional dos atletas. Enquanto atletas jovens possuem uma
grande reserva de adaptação para o treinamento, ao contrário, os atletas de elite
possuem uma janela de adaptação menor (devido principalmente aos longos anos de
treinamento a que foram expostos).
Isso significa, que nos atletas de elite, o organismo dos mesmos responderá
com adaptações fisiológicas de forma mais lenta às cargas se comparado aos atletas
jovens. Se quisermos alcançar desempenhos cada vez mais superiores nos atletas
altamente treinados, devemos nos atentar a qualquer pequeno detalhe do treino que
possa fazer a diferença (meios, métodos e recursos).

6.9 - Princípio da Variabilidade

Este princípio preconiza que os estímulos de treinamento no qual os atletas são


submetidos devem sofrer variações.
Sem uma adequada variação nas cargas (volume, intensidade e\ou densidade),
nos meios e métodos de treinamento, os atletas estarão sujeitos a uma espécie de
platô no seu desenvolvimento.
De acordo com Lussac (2008) uma diversificação nestas variáveis envolvidas
nos estímulos de treino possibilitariam elevações no desempenho físico dos atletas.

26
6.10 - Princípio da Desadaptação

Com a interrupção ou diminuição das cargas regulares de treinamento por


determinados períodos, como no caso de lesões ou férias dos atletas, ocorre uma
queda na manutenção dos níveis de condicionamento fisico. Este fenômeno recebe
diferentes denominações: desadaptação, destreinamento, reversibilidade (Powers &
Howley, 2000 ; Mujika & Padilla, 2001 ; Platonov, 2008).
Com a desadaptação, os reajustes fisiológicos adquiridos no treinamento
sofrem uma queda, que é dependente proporcionalmente ao intervalo do tempo de
interrupção dos treinos.
Esses desajustes ocorrem a nível cardiovascular e neuromotor. Na visão de
Platonov (2008), cada um desses sistemas funcionais reage com ritmos diferentes.
No aspecto cardiovascular, Powers & Howley (2000) salientam que cinco dias
de destreino ocasionam distúrbios nas mitocôndrias celulares podendo chegar a
perdas de 50% daquilo que foi adquirido anteriormente. Em adição, MacArdle et al
(2011) revelam que o destreino aeróbio reduz o tamanho e número das mitocôndrias,
assim como as enzimas responsáveis pela capilarização e oxidação de carboidratos e
das gorduras.
Na questão neuromuscular, Platonov (2008) aponta que no terceiro e quarto dia
de inatividade é possível observar uma diminuição significativa no tecido muscular.
O autor reporta uma queda acentuada na força máxima devido a redução do sistema
nervoso de recrutar unidades motoras.
Outro fenômeno ligado ao princípio da desadaptação é a denominada
¨acomodação¨. A acomodação consiste no uso frequente de uma mesma atividade,
exercício e\ou sobrecarga, sem variabilidade no seu volume ou intensidade,
resultando em queda nas adaptações adquiridas anteriormente.
As habilidades motoras técnicas específicas da modalidade parecem ser as
menos afetadas pelo processo de destreino (Platonov, 2008).

6.11 - Princípio da Continuidade

A continuidade está intrinsecamente relacionada a um continuum dos


programas de treinamento.
Em todo programa de treino deve existir uma sequência lógica e devida
regularidade em relação às sessões de treinamento. Por exemplo, se for agendado
sessões de treino às segundas, quartas e sexta-feiras, não deverá ser alterado essa
sequência com a exclusão de algum desses dias. A eliminação da segunda-feira e
sexta-feira, por exemplo, não permitiria um desenvolvimento adequado das respostas
fisiológicas correspondentes ( sessão 1 → sessão 2 → sessão 3 → ...).

27
O princípio da continuidade está visível principalmente na periodização, com
sequências racionalmente programadas: (microciclo 1 → microciclo 2 → microciclo
3...) + (mesociclo 1 → mesociclo 2 → mesociclo 3...) + (macrociclo 1 → macrociclo
2 → macrociclo 3...).

28
7.0 - FISIOLOGIA MUSCULAR E FUTEBOL

O corpo humano possui aproximadamente 600 músculos envolvidos por um


tecido conjuntivo fibroso.
As fibras músculares esqueléticas de formato cilíndrico e alongado são
constituídas de sarcolema, sarcoplasma e miofibrilas. Nas miofibrilas são encontradas
subunidades menores, denominadas filamentos.
Esses filamentos de proteínas (actina, miosina e titina) dentro do sarcômero
estão dispostos longitudinalmente, e são responsáveis pela mecânica do regime de
contração muscular através da sua sobreposição entrelaçada (pontes cruzadas)
(Wilmore & Costill, 2001).
O encurtamento ou alongamento das fibras musculares se dá pela hidrólise do
ATP, no qual a cabeça de miosina por meio do papel da ATPase ativada pela actina
produz a mecânica de deslizamento. Esses ciclos de deslizamento possuem um
caráter assincrônico e são regidas por eventos químicos-cinéticos (McArdle et al,
2011).
A lei do ¨tudo ou nada¨ é o mediador da contração muscular. A base dessa lei
parte da premissa de que o impulso e subsequente disparo neural, provocaria ou não
uma contração. Toda contração muscular é dependente: 1) axônios que inervam o
fuso muscular, 2) quantidade de motoneurônios e 3) interneurônios reguladores
(excitatórios e\ou inibitórios) (McArdle et al 2011).
Quanto a classificação dos tipos de fibras musculares, Foss & Keteyian (2000)
citam: fibras tipo I (vermelhas, tônicas, contração lenta, oxidativas), tipo IIa (branca,
fásica, rápida-oxidativa-glicolítica), tipo IIb (branca, fásica, rápida-glicolítica) e tipo
IIc (indiferenciada, não-classificada, interconexão). A distribuição do tipo de fibra
muscular tem forte influência genética.
Na unidade motora, o tipo de fibra muscular é homogêneo. Contudo, um grupo
muscular possui constituição variada em diferentes proporções. Essa variedade nos
tipos de fibra e unidades motoras é que permite a musculatura esquelética se adapte
as demandas do meio externo. Apesar da constituição dos tipos de fibras sofrerem
influência genética, suas características podem sofrer alterações que são orientadas
conforme a especificidade do treinamento (Tricoli & Barbanti, 2003).
Platonov (2008) complementa que são observadas proporções diferenciadas
das fibras nos atletas de alto desempenho. Essa diferenciação se dá pelo tipo de carga
principal orientadora da modalidade (resistência ou força\potência). Portanto, o tipo
de fibra pode ser considerado como um dos fatores determinantes do desempenho e
da capacidade funcional do atleta.

29
Quadro 06 – Principais tipos de fibras musculares esqueléticas
Características Tipo I Tipo IIa Tipo IIb
Energia aeróbia Mista anaeróbia
(aeróbia\anaeróbia)
Velocidade de baixa elevada muito elevada
contração
Velocidade de baixa elevada elevada
relaxamento
Diâmetro pequena grande grande
Velocidade de lenta moderada\rápida rápida
fadiga
Capilarização elevada moderada baixa
Mitocôndrias elevada moderada baixa
Cor vermelha branca branca
Via de fonte do ATP oxidativa glicólise-oxidativa glicolítica
(Adaptado de Foss & Keteyian, 2000 ; McArdle et al, 2011 ; Wilmore & Costill,
2001)

A composição das fibras musculares em futebolistas jovens foi investigada por


Metaxas et al (2014). Os jogadores foram divididos em três grupos respeitando-se a
idade e o tempo de treinamento no futebol: grupo A (11,2+\-0,4 anos com 3,7+\-1,5
anos de treinamento), grupo B (13,1+\-0,5 anos com 6,6+\-1,6 anos de treinamento) e
grupo C (15,2+\-0,6 anos com 8,0+\-1,1 anos de treinamento). A análise da
composição das fibras foi realizada por meio da biópsia do músculo vasto lateral do
membro dominante. Em termos comparativos, no grupo C em relação ao grupo A e B
foi encontrada predominância de 18% de acréscimo das fibras de contração rápida
tipo IIa. Todavia, o número de células satélites não diferiu entre os grupos. Os autores
atribuem esse resultado aos efeitos dos diferentes regimes de treino e cargas ao qual
os jogadores são submetidos com o evoluir da idade.
Outro estudo que analisou o perfil das fibras musculares, comparou a
composição das fibras, o tamanho e características capilares entre futebolistas de elite
jovens e sedentários com idades semelhantes. No percentual e diâmetro da fibra não
foram encontradas diferenças entre os grupos. No entanto, nos futebolistas, todos os
diferentes tipos de fibras apresentaram tamanhos maiores. Foram maiores: média de
capilares em torno de cada fibra, densidade capilar maior e capilar maior em relação
proporcional à fibra (Kuzon et al 1990).
Apesar de não encontrarmos na literatura alguma pesquisa sobre a composição

30
das fibras em futebolistas adultos, acreditamos que o foco dos estudos deveriam ser
sobre as categorias de base. Será interessante na formação dos jogadores, verificar os
tipos de fibra, para efeito de controle evolucional da idade cronológica e maturacional
em relação as cargas específicas que os jovens são submetidos. Cargas específicas
devidamente orientadas, permitiriam a construção de uma composição de fibras tidas
como ¨ideal¨ para a prática do futebol.

31
8.0 - FORÇA

A segunda lei de Newton apregoa que a força é o produto da massa pela


aceleração (F= m.a).
A capacidade do músculo de produzir tensão frente a uma resistência de ordem
externa é denominado força. Todavia, esta definição pode ser considerada muito
simples quando nos referimos a atividade motora.
Na ação motora esportiva, existe uma relação ativa primária do sistema
nervoso central, permitindo que o aparelho contrátil muscular reaja por meio de
tensões às cargas externas impostas (Bompa & Haff, 2012 ; Verkhosahnsky, 2001).
Barbanti et al (2004) acrescentam que a força motora sofre dependência dos fatores
tempo e velocidade frente as cargas.
A determinação da força é dependente da atividade combinada de vários
músculos: agonistas, antagonistas, sinergistas, estabilizadores, entre outros. A
magnitude da força exercida pelo atleta durante um mesmo movimento sofre
influências do tempo disponível para o desenvolvimento da força, velocidade de
execução, posição corporal (alavancas) e direção do movimento (Zatsiorsky &
Kraemer, 2008).
De acordo com Moura (2003), existem três situações típicas quando um
grupamento muscular é solicitado: 1) resistência externa menor que a força gerada
pelo músculo, ocasionando o seu encurtamento e o movimento; 2) resistência externa
equivalente a força gerada pelo músculo, não causando mudanças no comprimento
muscular e sem realizar movimento; 3) resistência externa maior que a força gerada
pelo músculo, ocasionando o seu alongamento.

Quadro 07 – Tipos de ação muscular


Exercício Ação do músculo Comprimento Resistência
muscular externa
estático isométrica sem alteração igual
dinâmico concêntrica \ encurta \ alonga menor \ maior
excêntrica
(Adaptado de Moura, 2003)

Métodos de treinamento que privilegiam a força dinâmica (concêntrica \


excêntrica) são considerados superiores ao trabalho isométrico (Platonov, 2008). O
treino isométrico tende a ficar restrito aos ganhos de força nos respectivos ângulos
articulares treinados.
Existem diferentes tipos de manifestações da força muscular que podem ser
desenvolvidas em um programa de treinamento. A escolha, quanto ao tipo, frequência

32
e duração do treino das valências de força são dependentes da modalidade praticada.
Platonov (2008) cita três tipos básicos de força: força máxima, força de
velocidade e força de resistência. No entanto, Bompa & Haff (2012) declaram as
manifestações da força no esporte de forma mais analítica: força geral, força especial,
força de velocidade, força máxima, resistência muscular, força absoluta e força
relativa.
A preparação de força na atividade esportiva visando o alto rendimento deve
ser trabalhada de forma multifacetada.

33
9.0 - FORÇA MOTORA NO FUTEBOL

Uma classificação analítica das necessidades de força nos jogadores divididos


por função tática foi apresentada por Bompa (2001b). Ficou restrito aos zagueiros,
meio-campistas e atacantes. Barbanti apud Rinaldi et al (s\data) classifica a
especificidade de força nos esportes coletivos em: força de lançamento, força de
salto, força de sprint e força de resistência. Pombo (1998) ao estudar a estrutura de
treino da força no futebol ao longo da temporada, apresenta uma organização em três
níveis: força de base, força-coordenação e força específica do futebol (sequencial e
intermitente).
No quadro 08, baseados nos autores mencionados, e com a nossa visão e
abordagem, que leva em conta aspectos técnicos-táticos, apresentamos os tipos de
força necessárias para as diferentes funções no futebol.

Quadro 08 - Tipos de força no futebol por função tática


Função Tática Expressões da Força
atacantes força explosiva, força de aceleração,
força de desaceleração, resistência de
força rápida, força de salto, força de
sprints
meio-campistas força de aceleração, força de
desaceleração, resistência de força rápida,
força de salto, força de sprints, força de
lançamento
zagueiros força explosiva, força de aceleração,
força de desaceleração, resistência de
força rápida, força de salto, força de
sprints, força de lançamento
goleiros força reativa, resistência de força rápida,
força explosiva

No futebol, pelas ações motoras expressas durante uma partida, como os


chutes, giros, saltos, deslocamentos frontais, laterais e de costas seguidos por
mudanças de direção em diferentes intensidades, podemos dizer que se faz necessária
uma implementação de progressão didático-pedagógica das seguintes manifestações
da força: resistência muscular localizada, hipertrofia, força máxima, resistência de
força rápida e força explosiva.

34
Importante frisar, que não basta apenas a aplicação das cargas de força nas suas
respectivas variações, é preciso criar condições favoráveis para a transferência de
força em direção a ação motora presente na atividade futebolística.

9.1 - Resistência Muscular Localizada

Bompa (2001a) intitula o trabalho inicial de resistência muscular localizada


(RML) de adaptação anatômica.
A resistência de força se relaciona com a capacidade do atleta de suportar a
fadiga, conservando indicadores da força, em condições de desempenho que
requeiram o uso prolongado da mesma (Platonov, 2008 ; Weineck, 1999).
Manso (1999) considera a força de base como orientação para uma adequada
adaptação ligamento-músculo-articular. Para Bossi (2005) a RML trabalha com a
intenção de resistir aos esgotamentos derivados das exigências dos componentes da
força. A posição de Powers & Howley (2000) sobre a RML se refere a capacidade de
aplicação da força de maneira prolongada, mantendo a qualidade do gestual técnico.
A RML é manifestada em exercícios cuja fadiga é resultante do funcionamento
dos elementos constituintes do sistema neuromuscular. É caracterizada tipicamente
pelo elevado número de repetições quanto pelo tempo em que se consegue manter
com determinado ritmo de levantamentos e\ou posturas (Zatsiorsky & Kraemer,
2008).
Em grande parte das modalidades cíclicas de média e longa duração a RML é
uma das qualidades determinantes para alcançar o alto rendimento. Isto devido ao
elevado número de repetições de movimentos solicitados. O trabalho de RML
aumenta o potencial oxidativo muscular.
Oliveira (2004) apresenta uma taxionomia para a RML, assim disposta: RML
aeróbia dinâmica, RML aeróbia estática, RML anaeróbia dinâmica e RML anaeróbia
estática.
O objetivo do treino de RML é o de criar pré-condições fisiológicas nas
estruturas musculares do aparelho locomotor para que o corpo do atleta suporte aos
trabalhos de força que serão enfatizados ao longo da temporada e servindo como
meio preventivo de lesões.
A RML é caracterizada por um treinamento de força que emprega cargas baixas
com um número moderado a alto de repetições (Bompa, 2001a). Visa trabalhar
exclusivamente todo equilíbrio da cadeia muscular agonista\antagonista de forma
harmônica e simétrica, assim como, reforçar tendões e ligamentos antes da submissão
aos treinos mais intensos (Bompa & Cornacchia, 2000).
É um tipo de trabalho primário muito utilizado após retorno do jogador das
lesões ou cirurgias.
Conforme Barona & Ríos (2012) o melhor método para trabalhar a RML no
futebol seria através do treinamento em circuito (circuit training), que se caracteriza

35
por uma série de exercícios enfatizando a musculatura motora global (primária e
secundária), relacionada ou não, ao gestual técnico da modalidade.
O futebol de alto nível preza muito pela integridade dos seus atletas durante os
treinos, visando prevenir o surgimento de lesões. Souza et al (2014) propuseram uma
forma de treino da RML com o objetivo complementar e de preservação dos atletas
frente as cargas repetitivas monótonas e desgastantes: treino dos membros inferiores
em meio líquido.
No estudo dirigido por Pereira (2013), cujo objetivo era verificar a prática da
musculação em times de futebol profissional no sul do país, foi constatado que na
pré-temporada 60% dos preparadores físicos entrevistados trabalham a RML.
Sendo a pré-temporada caracterizada por um período curto em relação a
temporada, os trabalhos de RML acabam por realizar-se de forma concorrente com
outras capacidades biomotoras, além dos exercícios de caráter técnico e tático
(Oliveira et al, 2012).
Alguns preparadores físicos, em modalidades de força\potência, costumam
iniciar os programas de treino da força através da hipertrofia, deixando o trabalho de
RML negligenciado a um segundo plano. Isto se deve ao fato de que a RML solicita
preferencialmente das fibras de contração lenta, podendo acarretar em efeitos
negativos nas atividades que dependem da força\potência.
Silva & Oliveira (2003) defendem a ideia supracitada, afirmando que o futebol
é uma modalidade de desporto coletivo que exige na sua essência a força e a
velocidade em distâncias pequenas. Para eles, não é aceitável seguir a temporada
esportiva baseados na pirâmide de treinamento tradicional, onde a base é a resistência
aeróbia, seguido por anaeróbia lática e lática. A justificativa está baseada na
conversão dos tipos de fibras, cuja orientação é mais dificultosa no sentido das fibras
lentas para rápidas.

Figura 01 – Orientação da conversão dos diferentes tipos de fibras musculares

I IIc IIa IIb

LENTAS RÁPIDAS

36
Quadro 09 – Modelo de treino da resistência muscular localizada
Séries Repetições Intervalo Carga Velocidade Intervalo
entre séries de execução entre
sessões
2a5 12 a 35 30-65 30-60% Moderada a 48-72hs
segundos 1RM rápida

O treino visando a RML pode ser executado por meio de circuito (circuit
training). O treino em circuito é montado com diversas estações onde o atleta
percorre uma estação no tempo pré-estabelecido e, em seguida, parte para o tempo de
recuperação e estação subsequente. Ao se treinar em circuito, cada estação deve ser
pensada de forma a não fadigar a mesma musculatura em estações seguidas, ou seja,
a sequência das estações deve apresentar solicitações de diferentes grupos
musculares. A vantagem do treinamento em circuito é aglomerar um número grande
de jogadores e o fato do mesmo poder ser realizado no campo.
Nos exercícios apresentados (quadro 10) fica a critério do preparador físico a
escolha quanto ao uso de máquinas ou pesos livres. Para jogadores das categorias de
base que estão em processo de formação, o adequado seria o emprego predominante
das máquinas visando a preservação e aprendizagem da estabilidade corporal nos
exercícios. Já nos atletas profissionais, pode ser dado ênfase ao uso de pesos livres,
como também alternar cargas com pesos livres e máquinas.
O quadro 10 não apresenta necessariamente os exercícios de forma sequencial
para utilização. É apenas uma lista de opções possíveis dos exercícios.

Quadro 10 – Exemplos de exercícios para desenvolver resistência muscular


localizada
Membros Superiores
1 Supino reto
2 Supino inclinado
3 Puxada frontal (pulley)
4 Pull-over
5 Rosca direta
6 Rosca tríceps no pulley
7 Desenvolvimento frontal

37
8 Remada em pé (alta)
9 Remada sentada
10 Extensão de coluna
Membros Inferiores
1 Cadeira extensora
2 Mesa flexora
3 Cadeira adutora
4 Cadeira abdutora
5 Flexão plantar no leg press
Tronco
1 Abdominal
2 Abdominal com rotação do tronco
3 Abdominal invertido
Pescoço
1 Exercícios isométricos (flexão\extensão e flexão lateral)
2 Suporte com carga (flexão\extensão e flexão lateral)

9.2 - Hipertrofia

A hipertrofia muscular é uma adaptação morfológica visível através da área de


secção transversal do músculo. Está associado a um aumento no material miofibrilar
resultando em fibras musculares de maiores volumes.
Consiste em um aumento da área transversal de cada fibra e não por meio do
aumento no número de fibras (hiperplasia). A contribuição da hiperplasia no processo
de crescimento muscular é na proporção menor que 5% (Guedes, 2012 ; Zatsiorsky &
Kraemer, 2008).
Dois processos de hipertrofia da fibra muscular são descritos: sarcoplasmática
e miofibrilar. Na hipertrofia sarcoplasmática ocorre o crescimento do sarcoplasma
através do aumento das proteínas não contráteis. A densidade da área dos filamentos
diminui e a secção transversal da fibra aumenta sem acompanhamento da força
muscular. Já, na hipertrofia miofibrilar, a mesma acontece por meio do alargamento
da fibra com ganho de miofibrilas e filamentos (actina e miosina) (Zatsiorsky &
Kraemer, 2008).
Guedes (2012) postula que a hipertrofia miofibrilar é resultado de uma
adaptação decorrente da sobrecarga tensional, enquanto a hipertrofia sarcoplasmática

38
deriva da sobrecarga metabólica.
Os dois tipos de hipertrofia se manifestam em uma sessão de treinamento da
força. Zatsiorsky & Kraemer (2008) propõem que a hipertrofia miofibrilar é
encontrada em atletas de elite, enquanto a hipertrofia sarcoplasmática pode ser
observada nos fisiculturistas.
O mecanismo que explica o alcance da hipertrofia por meio do treino com
pesos, é o da supercompensação proteíca muscular. Emerge na relação catabolismo
durante as sessões e, subsequente anabolismo durante os repousos apropriados, aliado
a recursos nutricionais (McArdle et al, 2011 ; Teixeira & Guedes Jr, 2009 ; Zatsiorsky
& Kraemer, 2008).
A influência hormonal para os atletas que objetivam a hipertrofia muscular
deriva principalmente da testosterona (anabólico) e fatores de crescimento da insulina
(IGF-1). Vale lembrar, o papel catabólico do hormônio cortisol. Assim, o equilíbrio
entre anabolismo e catabolismo podem otimizar o processo de hipertrofia muscular.
Azevedo et al (2009b) atestam que as citocinas pró-inflamatórias
desempenham um papel relevante no desenvolvimento da hipertrofia. Os autores
sugerem que estas mediadoras inflamatórias participam ativamente na regeneração
muscular, ativação das células satélites e na síntese de proteínas.
Durante a realização de treino resistido intenso e\ou no alongamento
excêntrico, ocorre a expressão de uma isoforma muscular recém identificada,
conhecida como mechano growth factor (MGF). Conforme Minamoto & Salvini
(2001) podemos atribuir a MGF a capacidade de sinalizador molecular para
hipertrofia derivada do estímulo mecânico.
O tipo de protocolo empregado irá determinar o ganho de hipertrofia no
comprimento e diâmetro do músculo (Zatsiorky & Kraemer, 2008).
Em termos metodológicos, quanto ao treino visando hipertrofia, alguns autores
defendem o uso de treinamento até a falha concêntrica (TFC), alegando que esta
forma de treinamento permitiria maiores ganhos hipertróficos (Guimarães Neto,
2012). Por outro lado, trabalhos realizados com indivíduos experientes no treino de
força demonstram que a utilização de TFC induz a um aumento do estresse oxidativo,
que poderia resultar em sobretreinamento (Toscano et al, 2011).
Comparando os efeitos da fadiga sobre o TFC em exercícios monoarticulares e
multiarticulares, Eches et al (2013) comprovaram que durante a realização de séries
múltiplas a 70% de 1RM, o desempenho motor não é sustentado em ambos tipos de
exercícios, embora nos exercícios multiarticulares em menor grau. Outra pesquisa
com a mesma finalidade, porém com cargas igual a 80% de 1RM por meio de TFC,
encontraram respostas semelhantes (Barroso et al, 2011).
Manso apud Vretaros (2003) destaca que a hipertrofia presente em diferentes
modalidades de desporto sofrem variações: fisiculturista (hipertrofia geral), fundista
(hipertrofia seletiva confirmativa de fibras lentas) e velocista (hipertrofia seletiva de
fibras rápidas).
Não objetivamos uma hipertrofia acentuada nos jogadores de futebol, como
encontramos nos fisiculturistas. Todavia, vale chamar a atenção para alguns fatores

39
envolvidos na hipertrofia em futebolistas.
Na teoria da evolução, desenvolvida por Charles Darwin, os seres vivos
sofreram mutações e\ou adaptações com o passar dos tempos. Estudos sobre
tendências seculares, na área de antropologia física, apontam que os seres humanos
estão apresentando valores de estatura mais elevados, além de serem mais fortes. No
passado, algumas décadas atrás, jogadores como Pelé e Garrincha com seu dribles
desconcertantes sobressaiam-se nos jogos, com físicos corporais diferentes dos
encontrados na atualidade. Observem Cristiano Ronaldo, Seedorf, Edgar Davids entre
outros. Apesar de não encontrarmos pesquisas que suportem a tese na qual os
futebolistas de hoje possuem um corpo mais hipertrofiado, acreditamos na
observação direta para comprovar tal fato.
Porém, não bastaria observar, é preciso mensurar o desenvolvimento da massa
muscular. Sendo assim, o controle do índice de muscularidade pelo preparador físico
é tarefa essencial. Portanto, verificações do somatotipo dos jogadores, com atenção
no componente mesomórfico se faz necessário, para garantir um trabalho de força
hipertrófica adequado para o rendimento no futebol.
A título de ilustração, encontramos uma pesquisa sobre somatotipos em
futebolistas turcos, realizada por Hazir (2010) com uma amostragem significativa.
Foram analisados um total de 305 profissionais masculinos, da Super Liga Turca
(n=161) e Primeira Liga Turca (n=144). Os componentes do somatotipo (endomorfia-
mesomorfia-ectomorfia) dos futebolistas estudados, de modo geral, a média
encontrada foi de 2,4-4,8-2,3 (0,9-0,8-0,7). O somatotipo é dominado pelo
componente mesomórfico, e baixa endomorfia e ectomorfia. Outra pesquisa
demonstra dominância do componente mesomórfico (2-5 1\2-2) no futebol (Rienzi et
al, 2000). Adicionalmente, Herdy et al (2013) estudaram 872 futebolistas masculinos
das categorias sub-09, sub-11, sub-13, sub-15, sub-17, e sub-20 de um clube da
primeira divisão do futebol brasileiro. Todas as posições (goleiros, atacantes, laterais,
zagueiros e meias) foram analisados quanto ao somatotipo. Em todas as categorias
houve valores maiores de mesomorfia que a ectomorfia e endomorfia. Portanto, com
base nestes estudos, a predominância da mesomorfia nos indica massa muscular, o
que implica hipertrofia.
Pinno & González (2005) observam que o aumento da massa muscular nos
esportes coletivos de invasão é bastante evidente nos dias atuais. Essa hipertrofia vem
acompanhada de aumentos na força oferecendo uma segurança articular. A junção de
aumentos na força, com treinos de velocidade e coordenação irão tornar os jogadores
de futebol mais ágeis, sem causar efeitos negativos no desempenho.
Em nossa visão, no treino de força hipertrófica voltada para os futebolistas,
objetivamos uma hipertrofia seletiva das fibras de contração rápida.

40
Quadro 11 – Modelo de treino da hipertrofia muscular
Séries Repetições Intervalo Carga Velocidade Intervalo
entre séries de execução entre
sessões
3a5 8 a 15 2a4 65-85% moderada 36-48hs
minutos 1RM

Nos exercícios para o desenvolver da hipertrofia em futebolistas, seguem-se


semelhantes aos exercícios de RML, também se podendo utilizar de outros diferentes.
A questão central reside no período de tempo de aplicação do programa. Um
programa que envolva um número longo de microciclos resultaria em grande ganho
de massa muscular, podendo prejudicar o desempenho motor dos jogadores.
Uma lei geral a ser respeitada é a ordem dos exercícios para um efetivo ganho
de força. Exercícios multiarticulares devem preceder exercícios uniarticulares,
evitando com isso, níveis de fadiga. Sugestão adicional refere-se a alternância de
exercícios para os membros superiores com exercícios para os membros inferiores
(Bompa & Haff, 2012 ; Fahey, 2014).

Quadro 12 – Exemplos de exercícios para desenvolver hipertrofia muscular


Membros Superiores
1 Supino reto
2 Supino inclinado
3 Puxada frontal (pulley)
4 Pull-over
5 Rosca direta
6 Rosca invertida
7 Tríceps no pulley
8 Desenvolvimento frontal
9 Remada em pé (alta)
10 Remada sentada
11 Extensão da coluna
Membros Inferiores
1 Meio-agachamento

41
2 Agachamento búlgaro
3 Leg press
4 Cadeira extensora
5 Mesa flexora
6 Cadeira adutora
7 Cadeira abdutora
8 Flexão plantar no leg press
Tronco
1 Abdominal
2 Abdominal com rotação
3 Abdominal invertido
Pescoço
1 Exercícios isométricos (flexão\extensão e flexão lateral)
2 Suporte com carga (flexão\extensão e flexão lateral)

9.3 - Força Máxima

Para Weineck (1999), a força máxima representaria a maior força que o sistema
neuromuscular pode mobilizar por meio de uma contração voluntária máxima. Na
concepção de Bompa & Haff (2012), a demonstração de força máxima mais visível é
induzida pela maior carga que o atleta pode exercer de uma vez.
A força funcional máxima na atividade esportiva, no conceito de Zatsiorsky &
Kraemer (2008), é denominada força máxima maximorum.
Força máxima é diferente da força absoluta. Platonov (2008) relata que o
potencial da força absoluta pode ser concretizado em condições especiais
(eletroestimulação, alongamento forçado da musculatura, etc). Para Weineck (1999) a
força absoluta é representada pela soma da força máxima e da força de reserva
mobilizada em condições extremas.
A força máxima produzida por um músculo ou grupos musculares é
dependente principalmente de fatores neurais que executam o disparo das unidades
motoras, e não somente relacionado ao tipo de fibra muscular e a área de corte
transversal (McArdle et al, 2011).

42
Existe uma distinção da força máxima: estática ou dinâmica. Segundo Weineck
(1999) a força máxima de caráter estático será sempre maior que a força máxima
dinâmica, pois o desenvolvimento da força máxima só ocorre quando a capacidade de
contração muscular estiver em equilíbrio.
Por meio do treino da força máxima ocorre o aperfeiçoamento da coordenação
intra e inter-muscular. Conforme Weineck (1999) o desenvolvimento da coordenação
intermuscular é realizado através de treino específico. Já na coordenação
intramuscular, a velocidade de contração muscular pode ser aprimorada por meio de
treinamento dinâmico de força máxima, especificamente, com métodos excêntrico e
pliométricos.
A força máxima não é desenvolvida de maneira independente. Ela surge como
uma introdução a ser aplicada na força explosiva dos jogadores de futebol (Silva,
2011). Neste sentido, Harre & Lotz (1989) dizem que a construção de uma base
sólida de força máxima consistiria no aspecto primário para posterior formação da
capacidade de força explosiva.
Existe uma correlação ótima da força máxima com a força de velocidade.
Segundo Platonov (2008), essa correlação se manifesta quanto maior for a resistência
mecânica a ser vencida.
Weineck (1999) alega que a força máxima sofre dependência dos componentes:

• estrias transversais dos músculos (linhas Z);


• coordenação intermuscular (entre músculos que atuam como agonistas
em um mesmo movimento);
• coordenação intramuscular (coordenação e\ou sincronização interna
dentro do músculo)

Em jogadores de futebol da categoria infanto-juvenil, Moreira & Baganha


(2007) estudaram a relação existente entre a força máxima e a velocidade média de
corrida. Na pesquisa, o comprimento dos membros inferiores não apresentou relação
com a velocidade. No entanto, a força máxima correlacionou-se significativamente
com a velocidade média dos sprints de 40 metros (r=0,78).
O treino de força máxima tem sido negligenciado na dinâmica de preparação
dos futebolistas juvenis (Braz, 2010). O autor acompanhou a estruturação das cargas
de uma equipe juvenil durante dezessete microciclos. Verificou que foi priorizado o
treino de RML no período competitivo, sem realizar sessões da força máxima, o que
influenciou no desempenho de velocidade nos sprints de 10 metros (manutenção) e
30 metros (queda no desempenho). Afirma que existe uma necessidade lógica de
sistematização dos treinos de força máxima para alcançar melhores resultados na
função neuromuscular no futebol.
Em jovens futebolistas, com idades compreendidas entre 13 a 17 anos, Sander
et al (2012) acompanharam durante dois anos um programa de desenvolvimento da
força máxima no agachamento (frontal e costas). Houveram resultados positivos com
o treino, sendo que a porcentagem real de ganhos na força nos dois tipos de

43
agachamento foram estimadas em 56-80% nos grupos A(17 anos) e B(15 anos). No
grupo C(13 anos), os valores encontrados de ganhos na força foram de 230-250%.
Também houveram ganhos na velocidade nos testes de sprints.

Quadro 13 – Modelo de treino da força máxima


Séries Repetições Intervalo Carga Velocidade Intervalo
entre séries de execução entre
sessões
3a7 1a6 3a5 85-100% lenta 24hs
minutos 1RM

Os mesmos conceitos apresentados para o treino da hipertrofia servem para


confecção dos exercícios para treinamento da força máxima. Uma observação
pertinente deve ser citada: como o treino de força máxima envolve cargas elevadas,
talvez o uso dos aparelhos de musculação permitiriam atingir valores maiores de
cargas se comparado aos pesos livres, além de proporcionar maior segurança.
Todavia, alguns atletas de elite também conseguem levantar altas cargas com pesos
livres. A escolha quanto ao uso de pesos livres ou aparelhos no treino da força
máxima ficaria a critério final do preparador físico que conhece melhor os seus
jogadores.

Quadro 14 – Exemplos de exercícios para desenvolver força máxima


Membros Superiores
1 Supino reto
2 Supino inclinado
3 Puxada frontal (pulley)
4 Rosca direta
5 Tríceps no pulley
6 Remada sentada
Membros Inferiores
1 Agachamento
2 Meio-agachamento
3 Cadeira extensora
4 Mesa flexora

44
5 Leg press
6 Cadeira adutora
7 Cadeira abdutora
8 Flexão plantar no leg press

Um exemplo de periodização curta de oito semanas (microciclos) para


desenvolvimento da força máxima dos jogadores é apresentado no quadro 15. Baseia-
se na concepção de alterar o volume\intensidade das cargas a cada dois microciclos
para objetivar a força máxima, evitando o desenvolver da hipertrofia que ocasionaria
ganho de peso.

Quadro 15 - Exemplo de periodização de oito semanas para força máxima


Semana 3 séries de 6 RMs
1-2
Semana 3 séries de 5 RMs
3-4
Semana 3 séries de 4 RMs
5-6
Semana 3 séries de 3 RMs
7-8

9.4 - Resistência de Força Rápida

Na resistência de força rápida, sua responsabilidade é vista por manter a


produção de força explosiva por períodos prolongados. Na atividade futebolística,
essa resistência de força explosiva se dá de maneira extremamente breve
(milissegundos) nas ações de paradas bruscas, saídas rápidas e constantes mudanças
de direção. São aproximadamente em média 1400 ações de deslocamentos (curtos,
médios e longos) com intensidade variada (Ré & Meira, 2011). As corridas em alta e
sub-máxima intensidade se realizam repetidas 125 vezes (72-159), por 2,3 segundos
em média (Krustrup et al, 2005).
Zagueiros costumam realizar por partida, distâncias consideráveis de alta
intensidade por meio de sprints (com menos cabeceios e desarmes) que os jogadores
das outras funções. Atacantes cobrem distâncias em alta intensidade semelhantes aos
meio-campistas e laterais, todavia sofrem um declínio mais acentuado nas distâncias
em sprints quando comparados aos meio-campistas e defensores (Bangsbo et al,

45
2006).
Manter níveis de resistência de força rápida durante uma partida pode se
explicar pela elevação da temperatura muscular, que proporciona melhores impulsos
nervosos e desinibição neural, como pela rápida capacidade de ressintetizar ATP-CP
nos períodos de menor intensidade, e quando não, um aumento no percentual da via
glicolítica e aeróbia para sustentar as demandas metabólicas (Dal Pupo et al, 2010).
Assim como na força explosiva (próximo tópico a ser abordado), a resistência
de força rápida é subordinada ao ciclo alongamento-encurtamento (CAE).
O CAE parte do princípio do armazenamento de energia elástica. Através da
reversão muscular do regime excêntrico para o concêntrico, de maneira rápida, o
alongamento resulta numa ação concêntrica mais potente (Fleck & Kraemer, 2006).
De acordo com Moura (2003), o CAE é o padrão de movimentação mais
comum em atividades da locomoção humana, também chamado ciclo excêntrico-
concêntrico. O autor explica que o CAE é ativado por meios reflexos, mecânicos e
elásticos da musculatura esquelética. A ativação reflexa ocorre nos fusos musculares,
por meio do alongamento, cujo arco-reflexo aumenta a tensão inicial melhorando a
capacidade de gerar força. Os meios mecânicos correspondem ao movimento
rotacional da cabeça de miosina propiciando maior energia na ação excêntrica. Por
último, os meios elásticos são resultado dos elementos contráteis que armazenam
energia potencial.
Ao discorrer sobre o CAE, Marques Junior (2009) alega que existe uma ação
direta sobre as propriedades mecânicas dos músculos (componente contrátil - CC,
componente elástico em paralelo – CEP, e componente elástico em série – CES). No
CC, a responsabilidade recai sobre a junção actina-miosina, requerendo energia para
geração de força. O CEP atua na manutenção da estrutura muscular, executando a
força de oposição na ação do alongamento. Já, no CES, localizado no tendão e entre
as pontes cruzadas, amortece o músculo e sua inserção da movimentação brusca
requerida.
A metodologia empregada para desenvolver os trabalhos da resistência de força
rápida é por meio do treino pliométrico. O treinamento de pliometria consiste
tipicamente de exercícios que envolvem o CAE. Komi (2006) alega que as forças são
geradas na rápida passagem da fase excêntrica para a contração concêntrica
explosiva, por meio preferencial de uma ampla gama de alongamentos e forças de
impacto como o andar, correr, saltar sobre efeito da ação gravitacional. São elementos
naturais de recuo elástico do músculo (estiramento-recuo) mediados pelo reflexo
miotático. Bosco (1985) explana que o CAE é o modelo preferido de atividade da
musculatura na locomoção humana.
Em um padrão de movimentação típico no futebol, as ações de andar, correr,
saltar durante os treinos de resistência de força rápida, devem ser feitos por meio de
deslocamentos frontais, de costas e laterais para melhor ativação do CAE.
Nos exercícios pliométricos para membros inferiores estão inclusos saltos
verticais, saltos horizontais, saltos múltiplos, saltos repetitivos no mesmo local, saltos
em profundidade (drop jump) entre outras possibilidades (McArdle et al, 2011).

46
Objetivando a resistência de força rápida, utilizaremos os saltos citados, descartando
os saltos em profundidade, que serão mais detalhados acerca da sua utilização na
progressão do treino de força explosiva para potência.
Weineck (1999) aborda sobre a pliometria de forma a existir uma classificação
dos tipos de exercícios: simples, médios e intensivos. Os exercícios pliométricos
simples são realizados com o peso corporal sem uso de equipamentos adicionais para
aumentar sua intensidade. Na pliometria média, aparecem os equipamentos para
realização dos saltos: barreiras, caixas, etc. Por fim, os exercícios de pliometria
intensiva envolvem saltos complexos com uso dos mais variados equipamentos e
possibilidades com elevada exigência.
Devemos nos atentar aos exercícios de pliometria para os treinos objetivando a
resistência de força rápida, cuja característica se distingue da pliometria voltada para
a força explosiva (potência). Nos exercícios de pliometria para futebolistas que serão
apresentadas no final desse tópico, envolverão predominantemente pliometria simples
com peso do próprio corpo e alguns equipamentos como cones, barreiras baixas,
bamboles, etc. O emprego desses equipamentos se justifica pelo fato que o
desenvolvimento da resistência de força rápida exigir grandes volumes e, não altas
intensidades como nos treinos de potência.
O treino pliométrico é um método de preparação da força mais suscetível ao
risco de lesões. Platonov (2008) considera que para evitar o surgimento de lesões na
pliometria, o método deveria ser empregado por atletas devidamente preparados, com
elevado nível força máxima e velocidade, mobilidade articular, coordenação motora e
técnica.
O tipo de superfície em que se realiza o treinamento pliométrico causa
influências no desempenho neuromuscular. Parece existir um conexão causal entre a
aterrissagem e a impulsão. Uma combinação de fatores existente entre as
propriedades do piso (rígido, areia ou grama), qualidade do calçado (tênis, chuteira
ou descalço), cargas (peso corporal, colete lastrado, halteres ou barra) e técnicas de
aterrissagem (bipodal ou unipodal).
Sobre esta questão, Impellizzeri et al (2008) compararam o efeito do treino de
pliometria em duas superfícies distintas: areia e grama. Dois grupos de futebolistas
foram submetidos a um programa de pliometria no período de quatro semanas, três
vezes semanalmente, onde foram avaliados no desempenho pré-pós no salto
contramovimento (CMJ), agachamento com salto (SJ), teste de sprint 10 metros e 20
metros. Nos resultados, o grupo na areia demonstrou melhor performance no SJ,
devido a requerer mais intensamente da fase concêntrica do movimento, para
compensar a degradação de energia elástica da absorção na areia e dificuldade do
tornozelo com o vetor de força. Já, no grupo grama, os valores do CMJ foram
superiores. Isso se explica pela utilização mais efetiva da fase excêntrica aumentando
a potencialidade do CAE. Ambos os grupos melhoraram o desempenho nos testes de
sprint.
Em outro estudo semelhante, Moraes (2014) comparou treinos pliométricos
realizados por jogadores de futebol na areia e grama. O treinamento periodizado de

47
cinco semanas incluía exercícios como CMJ, drop jump, e saltos múltiplos. O volume
de saltos executados foi de 48 saltos na primeira e segunda semanas, 64 saltos na
terceira semana, 80 saltos na quarta semana e 120 saltos na quinta semana. Durante o
programa, os atletas realizaram normalmente as sessões de treino técnico e tático. Os
resultados encontrados demonstram diferenças significativas (p<0,05) no drop jump
nas alturas de 44, 66 e 88cm realizado na areia em relação a grama.

Quadro 16 – Características das propriedades dos diferentes pisos


Piso Lapso do tempo de Risco de lesão Grau de
contato transferência
rígido curto alto moderada
areia longo baixo moderada
grama médio moderado alta

Para sanar questões sobre o tipo de piso nas sessões de treino pliométrico,
sugerimos que na pré-temporada sejam executados na superfície de areia, cujas
características físicas de deformação criariam maiores exigências nas estruturas do
pé, tornozelo e joelho, fortalecendo-os. Ao adentrar na temporada, a grama seria a
superfície indicada que respeitaria o princípio da especificidade.
Outra forma para se trabalhar a resistência de força rápida no futebol sem o
emprego dos exercícios pliométricos, seria através do treino muscular com pesos
(musculação) com carga intermitente. Silva (2001) propôs um modelo de treinamento
com carga intermitente, considerado por nós como alternativa interessante. O
programa com doze semanas de duração, consistia de dois grupos de futebolistas
separados: grupo 01 (carga contínua: 3 séries de 12 repetições a 70% de 1RM e após
recuperação de 2 minutos, 3 séries de 25 repetições a 50% de 1RM) e grupo 02 (carga
intermitente: 3 séries de 12 repetições a 70% de 1RM e 3 séries de de 25 repetições a
50% de 1RM de forma alternada, sendo: uma série a 70% seguida por outra de 50% e
assim sequencialmente). Para avaliação, foi utilizado o teste de carga máxima no leg
press horizontal. Resultados pré-pós no grupo contínuo (132,0+\-4,0 e 145,0+\-5,0
Kg) e intermitente (131,0+\-7,0 e 161,0+\-9,0 Kg) indicam que quando comparados, a
superioridade do grupo intermitente se mostrou significante em 11% (p<0,05). O
pesquisador ressalta que a intenção deste protocolo de treino com as cargas alternadas
se mostrou eficiente na reprodução das ações motoras rotineiras dos jogadores nas
partidas; como as corridas intermitentes e intervaladas. Segundo ele: ¨ treinar
variando a carga é adaptar o músculo do futebolista à intermitência do jogo¨.
Um aspecto pouco pesquisado na literatura e de importância capital é a questão
dos efeitos do treino pliométrico sobre as habilidades técnicas dos jogadores de
futebol. A princípio alguns argumentos negativos ou neutros poderiam advir, pois o

48
treinamento pliométrico sobre o ponto de vista técnico, melhoraria o desempenho do
chute através de mecanismos neurais e fisiológicos resultando em maior força.
Outrossim, habilidades motoras específicas da modalidade como o passe, drible,
finalização, entre outras, ainda não se sabem ao certo seus efeitos finais.
Tentando sanar esta dúvida, Vieira (2011) estudou a influência do treino de
jogos em programas de força e pliometria na precisão do passe e finalização. Com
este fim, dividiu jogadores sub-18 em três grupos: grupo pliometria (GP), grupo força
(GF) e grupo controle (GC). A duração do treinamento foi de dezesseis semanas com
frequência semanal de três dias e sessões de trinta minutos. Os treinos experimentais
antecediam o treinamento técnico-tático da equipe. A precisão do passe foi avaliada
nas distâncias de 10, 30 e 60 metros e, o teste de precisão de finalização foi medido
em uma trave regulamentar dividida em áreas de pontuação por meio de quadrantes
fixados nas bordas superiores do travessão. As avaliações ocorrerram em três
momentos distintos do delineamento experimental: antes (T1), durante na oitava
semana (T2) e no fim (T3). Na precisão do passe de 10 e 30 metros, houve melhoras
significativas em todos os grupos com diferenças nos momentos de avaliação. Já no
passe de 60 metros, não foram encontradas diferenças significativas. Também, no
teste de finalização não houveram diferenças entre os grupos. O pesquisador salienta
que os treinos de força e pliométricos, além de melhorarem as capacidades de salto,
propiciaram melhoras nas habilidades de passes e finalizações.

Quadro 17 – Modelo de treino da resistência de força rápida


Séries Repetições Intervalo Carga Velocidade Intervalo
entre séries de execução entre
sessões
3a5 10 a 30 2a5 30-50% rápida 24hs
minutos 1RM

Nos exemplos de exercícios apresentados no quadro 18 devem ser trabalhados


tanto os membros inferiores (principais efetores das ações motoras no futebol) como
também os membros superiores dos jogadores (os exercícios de resistência de força
rápida para membros superiores também solicitam o tronco, que é considerado
essencial para o desempenho no futebol). Os exercícios foram adaptados de uma
proposta feita por Vretaros (2003).

Quadro 18 - Exemplos de exercícios para desenvolver resistência de força rápida


Fases Tipos de Exercícios
1 Membros Inferiores

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Saltos verticais no local
Saltos verticais
Saltos horizontais em deslocamento
Saltos com uma perna no local
Saltos com uma perna em deslocamento
Saltos com giros de 180 graus
1 Membros Superiores
Flexão de braços no local
Deslocamento ¨carrinho de mão¨
Deslocamento ¨carrinho do mão¨ com flexão de braços
2 Membros Inferiores
Skeeping alternados com saltos verticais
Skeeping alternados com saltos horizontais
Skeeping alternados com saltos em uma perna
Skeeping alternados com saltos giros de 180 graus
Skeeping alternados com saltos giros de 360 graus
Saltos sobre barreiras baixas (30-50 cm)
Skeepings alternados com saltos sobre barreiras baixas (30-50 cm)
2 Membros Superiores
Flexão de braços com ¨batida de palma¨
Deslocamento ¨carrinho de mão¨ com flexão de braços
3 Membros Inferiores
Saltos com uma perna em deslocamento
Saltos sobre barreiras baixas com uma perna
3 Membros Superiores
Lançamentos de medicine ball frontal
Lançamentos de medicine ball com rotação do tronco
Lançamentos de medicine ball para trás
4 Membros Inferiores
Saltos horizontais com uma perna seguido trocas de passe 1x1 durante
5 minutos
Saltos sobre barreiras baixas ambas as pernas seguido de trocas de

50
passe 1x1 durante 5 minutos
Saltos sobre barreiras baixas com uma perna seguido trocas de passe
1x1 durante 5 minutos
Circuito de mudanças de direção seguido por jogo reduzido 2x2 por 5
minutos
Circuito de mudanças de direção seguido por saltos sobre barreiras
baixas e finalização ao gol
4 Membros Superiores
Lançamentos de medicine ball frontal seguido de sprint 10 metros
Lançamentos de medicine ball frontal seguido de sprint 20 metros
Lançamentos de medicine ball frontal seguido de sprint e finalização
ao gol

9.5 - Força Explosiva

A potência é expressa na seguinte fórmula: potência= força x distância\tempo.


Gomes & Souza (2008) conceituam a força explosiva (potência) como a
capacidade de superação, na menor unidade de tempo possível, uma determinada
resistência.
A capacitação do atleta em desenvolver a força máxima no mínimo tempo é
definida como força explosiva (Zatsiorsky & Kraemer, 2008). Segundo Hegedus
(1980) o limite para o desenvolvimento da potência está relacionado ao fator-chave
velocidade.
Com finalidade de aumentar a potência de um determinado movimento, Fleck
& Figueira Junior (2003) citam que pode ser trabalhado por meio do aumento do peso
a ser resistido, como também pela diminuição do tempo na execução da
movimentação.
Conforme Zatsiorsky & Kraemer (2008) a potência é dependente das
características da tarefa, carga e percentual da força máxima.
Para o desempenho de potência, é necessário um pré-requisito de níveis ótimos
da força máxima. Transmutar ganhos de força máxima em ganhos de velocidade não
é tarefa considerada simples. A seleção dos exercícios para aprimoramento da
potência requerem cuidados quanto aos músculos acionados, tipos de resistência,
tempo e taxa de desenvolvimento da força, velocidade do movimento, direção do
movimento e a relação postura-força. Uma das características marcantes dos
exercícios utilizados no treino da potência, é que a explosão da ação muscular deve
ser executada tão rapidamente quanto possível e com adicional esforço muscular
máximo. Somando-se a isto, vale lembrar que tais exercícios devem ser realizados em

51
ausência de fadiga do sistema nervoso, preferencialmente logo após o aquecimento
(Zatsiorsky & Kraemer, 2008).
Bompa & Haff (2012) reportam que para alcançar alta capacidade de gerar
força se faz necessário obter altas velocidades de movimento. O treino de força
explosiva altera o potencial da porção de alta velocidade da curva força-velocidade,
ou seja, a taxa de desenvolvimento da força (TDF). A TDF é um indicador da rapidez
em que a força é desenvolvida. Existe uma interrelação entre força máxima e a TDF;
o produto da força e a velocidade resulta em potência.
A curva do esforço explosivo, segundo Verkhoshansky (2001), é
interdependente dos seguintes aspectos:

• força máxima;
• manifestação da força rápida no início da tensão;
• capacitação em aumentar o esforço do trabalho na condição dos
músculos contraídos (força de aceleração)

Fry apud Bompa & Haff (2012) sugere que o treinamento da força explosiva
aumenta o tamanho das fibras de contração rápida, assim como, causa alterações na
área de secção transversal das fibras tipo II e tipo I, favorecendo a força máxima.
Executar uma atividade envolvendo força máxima é considerado um condutor
eficiente para executar ações musculares em treino subsequentes de força explosiva
(Guilherme et al, 2012).
As modificações que ocorrem no comportamento mecânico do músculo
durante treinos da potência muscular (Bosco, 1985):

• frequência dos impulsos nervosos;


• número de fibras musculares que enviam mensagem do cérebro;
• influência do biofeedback nos proprioceptores do fuso muscular;
• tipos de fibras musculares;
• dimensão e força da fibra muscular;
• utilização adequada da energia elástica na ativação do CAE

A força máxima e a potência dos membros inferiores em futebolistas solicitam


da musculatura do quadríceps, isquiotibiais e tríceps sural gerando fortes contrações
nas ações de saltar, lançamentos, sprints, mudanças bruscas de direção e ritmo
(Campillo et al, 2009).
O treino da potência no futebol, segundo Turner & Stewart (2014), acontece de
forma multidimensional. Para tanto, propõem três tipos de meios de treinamento:
treino balístico, pliometria (saltos em profundidade) e técnicas de levantamento
olímpico.
A conjunção do trabalho pliométrico com o uso de cargas complementares é
denominado treino balístico, considerado eficaz para o aumento da potência

52
(Platonov, 2008). Segundo McArdle et al (2011) no treino com resistência balística, o
atleta executa o deslocamento do segmento ou peso corporal com sobrecarga, o mais
rápido possível, produzindo elevados níveis de força máxima.
Ribas (2009) estudou os efeitos do treino balístico na potência anaeróbia
alática em jogadores de futebol. Durante quatro semanas, o grupo experimental
realizou um protocolo de treinamento balístico que consistia de três séries de oito
repetições do exercício agachamento seguido de salto, com carga de 30% de 1RM,
tendo como intervalo três minutos entre séries. Os resultados apontaram para um
aumento na potência absoluta e relativa, sem encontrar valores estatísticamente
significativos.
Zatsiorsky & Kraemer (2008) denominam os saltos em profundidade como
exercícios com ação muscular reversível. A melhoria na força explosiva pelos saltos
em profundidade é decorrente da inibição dos reflexos do órgão tendinoso de Golgi,
potencialização do reflexo de alongamento e tempo apropriado.
Os riscos de lesões musculoesqueléticas nas sessões de treino da pliometria
visando a potência partem da premissa de que os saltos e quedas geram cargas
estimadas em aproximadamente dez vezes ou mais do peso corpóreo.
Uma norma proposta pela NSCA (National Strength and Conditioning
Association) preconiza que antes de iniciarmos o atleta ao treinamento de potência, o
mesmo deveria conseguir executar levantamento de cargas equivalente a 1,5 vezes o
peso corporal no agachamento (McArdle et al, 2011). Somando-se a isto, Zatsiorsky
&Kraemer (2008) alegam que os saltos em profundidade não devem ser realizados
em atletas com experiência de treinamento de força menor do que três a quatro anos.
Nos membros inferiores, os saltos em profundidade imprimem grandes
exigências de força sobre os tendões calcâneos e patelares, na unidade músculo-
tendão e, em menor escala na coluna vertebral. Os músculos do trem inferior mais
solicitados: quadríceps (vasto medial, vasto intermédio, vasto lateral e reto femural),
isquiotibiais (semimembranoso, semitendinoso e bíceps femural) e tríceps sural
(gastrocnêmio lateral, gastrocnêmio medial e sóleo).
Junior apud Silva & Oliveira (2003) referem-se as articulações envolvidas no
salto vertical, com suas diferentes contribuições:

• 1) Extensão dos joelhos – 56%


• 2) Flexão Plantar – 22%
• 3) Extensão do tronco – 10%
• 4) Balanço dos membros superiores – 10%
• 5) Extensão do pescoço – 2%

No futebol, o salto para cabecear é a segunda ação motora mais utilizada


durante os jogos e treinos, sendo a primeira o passe. Existe no salto vertical durante
os treinamentos de salto em profundidade, variações: unipodal e bipodal. O uso dos
dois pés (bipodal) no ato de saltar, possui vantagens pelo fato de uma maior flexão do
joelho e flexão dorsal do tornozelo, com esses ângulos articulares maiores gerando

53
níveis de força adicionais se comparado a execução do salto unipodal (Silva &
Oliveira, 2003). Todavia, nas sessões de treino da potência com o uso de saltos em
profundidade, o emprego das duas variações são recomendadas para se atingir altos
desempenhos.
Miyama & Nosaka (2004) encontraram que um programa de oito semanas de
salto em profundidade (cinco séries de 20 repetições de uma altura de 0,6 metros)
provocaram sérios danos musculares persistindo por 48 horas após a realização da
atividade. Os autores especulam que 48 horas não seria tempo suficiente para
recuperação das sessões de salto em profundidade com volume total de cem saltos
consecutivos, podendo causar overtraining, principalmente nas fases iniciais do
programa. Porém, os sujeitos do estudo não possuíam experiência neste tipo de
treino, o que poderia ter provocado o retardo na recuperação, pois se comparados
com atletas de alto nível, as 48 horas seriam tempo suficiente.
Os intervalos de tempo durante as sessões de treino da pliometria com o uso de
salto em profundidade podem ocasionar diferenças no resultado final, principalmente
em jovens atletas. Para entender esta questão, um estudo analisou sete semanas de
treinamento pliométrico com intervalos de 30, 60, ou 120 segundos entre séries, de
baixo volume (sessenta saltos por sessão; 2 séries de 10 saltos em profundidade nas
caixas de 20, 40 e 60 centímetros) e alta intensidade. Encontraram melhorias no salto
vertical em todos os grupos (G30, G60 e G120). Além disso, a velocidade em um
teste de chute foi aprimorada. Os autores atribuem esse desempenho no chute aos
aspectos neuromusculares explosivos dos músculos extensores das pernas utilizados
na pliometria, bem como, fatores biomecânicos melhorados (velocidade linear
máxima) no contato com a bola. Outro dado de relevância diz respeito a dor muscular
após as sessões. Normalmente, a dor muscular é acentuada imediatamente após as
sessões de pliometria de alta intensidade e nas 24 horas seguintes, induzindo à danos
musculares. Entretanto, foi observada uma redução nos indicadores da dor após 24
horas neste estudo, devido a um fenômeno protetivo que acontece no decorrer das
sessões, especificamente nas duas primeiras semanas (Ramirez-Campillo et al, 2014).
No futebol feminino, oito semanas de treino pliométrico (uma vez na semana,
sessenta minutos de duração) em adição aos treinos técnico e tático, durante a
temporada, envolvendo salto triplo, CMJ e saltos horizontais, promoveram ganhos na
potência muscular e velocidade de sprint 20 metros (Ozbar et al, 2014).
Os goleiros são uma função tática que requer níveis predominantes do sistema
anaeróbio alático, quadro representado pela potência. Os efeitos do treino pliométrico
sobre a potência de membros inferiores de goleiros profissionais foi avaliada por
Secco (2011). O programa pliométrico persistiu durante um período de seis meses,
com trinta e oito sessões totais, com média de sessenta saltos por sessão. A potência
foi analisada pelo salto vertical (jump test) em plataforma partindo de uma superfície
de 50cm de altura em relação ao solo. As avaliações ocorreram uma vez ao mês.
Houve melhora final de 4,3% na potência em relação as médias alcançadas nos testes.
O desenvolvimento da potência dos jogadores em conjunção com o treino de
outras capacidades biomotoras pode gerar o fenômeno da concorrência. Oliveira et al

54
(2012) analisaram sete semanas do período preparatório de treinamentos classificados
em funcional (resistência anaeróbia, aeróbia e especial) e neuromuscular (velocidade
cíclica e acíclica, resistência de força e potência) nos ganhos de potência muscular.
Os treinamentos foram realizados seis vezes por semana, com sessões de duração
média de oitenta minutos, e volume total de 3485 minutos em 68 sessões
(funcional=1890 minutos, e neuromuscular=1595 minutos). Mesmo com riscos
fisiológicos do efeito da concorrência, as adaptações decorrentes dos treinos
melhoraram significativamente a potência dos futebolistas que foi mensurada através
do teste de salto horizontal (pré=2,44+\-0,1 e pós=2,48+\-0,1, p<0,05).
Em relação aos exercícios de levantamento olímpico, Fleck & Kraemer (1999)
dizem que estes são comumente utilizados para o desenvolvimento da potência. Os
exercícios arranque e arremesso e desenvolvimentos incompletos (power clean) são
considerados efetivos. Berardi et al (1998) compararam duas metodologias de
treinamento: exercícios derivados do treino de levantamento olímpico (arranque,
arremesso, power clean, abdominais e espinhais) com exercícios em alta intensidade
(supino, agachamento, remada baixa, abdominais e espinhais) quanto a capacidade de
gerar potência. Após oito semanas do programa, com frequência semanal de três dias,
os resultados encontrados mostraram que exercícios de levantamento olímpico são
mais eficazes para o desenvolvimento da potência muscular nos testes empregados.
Nos exercícios que envolvem técnicas de levantamento olímpico visando o
desenvolvimento de potência, o uso de cargas adequadas permitiriam alcançar os
objetivos em menor tempo, como também prevenir o surgimento de lesões neste tipo
de sistema de treino. Sobre esta ótica, Comfort et al (2012) estudaram qual carga seria
considerada ótima no exercício power clean visando desenvolver a potência em
atletas. Através da mensuração em plataforma de força, o desempenho em três
repetições do power clean foram avaliadas com as cargas de 30, 40, 50, 60, 70 e 80%
de 1RM. A ocorrência do pico de potência aconteceu na condição de 70% de 1RM
(2951+\-931,71 Watts). Os autores indicam que para maximizar o desenvolver da
potência, cargas equivalentes a 60-80% de 1RM no power clean seriam consideradas
ideais.
Zamudio (2013) apresenta outra forma conhecida para trabalhar potência no
futebol: o método de contrastes, também conhecido como método búlgaro. Este
método consiste na alternância de cargas na mesma sessão. Exercícios de carga
pesadas (+\-90% de 1RM) com cargas baixas (40-50% de 1RM) realizando os
movimentos em altíssima velocidade (por exemplo, uma série de agachamento
seguido por sprint de velocidade). Essa metodologia foi aperfeiçoada por Vretaros
(2008) quando propôs os exercícios de força combinados (EFC). Os EFC são uma
ferramenta que envolve a execução na mesma sessão de treino do exercício de força
máxima seguido pelo exercício de força explosiva somado sequencialmente ao gesto
da atividade motora específica da modalidade envolvida (por exemplo, uma série do
exercício leg press, seguido por uma série de saltos em profundidade, e terminando
com a execução de uma série de chutes ao gol).
O treinamento da potência pode ser realizado em conjunto com outros métodos

55
visando seu melhor aproveitamento na força explosiva e, em outras capacidades
biomotoras como a velocidade. Sobre isto, Costa (2010) realizou uma pesquisa com
estudo de caso em três futebolistas universitários. O delineamento experimental
constituiu-se de: indivíduo 01 (prática isolada de treino da velocidade de
deslocamento através de sprints repetitivos), indivíduo 02 (prática por meio de
exercícios pliométricos) e indivíduo 03 (prática mista envolvendo sprints repetidos e
pliometria). Durante uma intervenção de seis semanas, os indivíduos foram avaliados
em três ocasiões: após as duas primeiras semanas, ao fim das seis semanas e após dez
dias da última medição com a finalidade de verificar a retenção dos treinos propostos.
As baterias de testes incluíam o salto horizontal e sprint de 20 metros. Os resultados
apontaram para efeitos positivos dos treinos nos indivíduos 01 e 03. No indivíduo 02
os ganhos foram discretos. Apesar da amostra pequena no estudo, podemos especular
que um treino misto (sprints e pliometria) poderia criar resultados em ganhos de
potência, principalmente em períodos onde a mesma permanecer estagnada havendo
necessidade real de variações na metodologia para se atingir resultados superiores.
No arcabouço de metodologias visando ganhos de potência, Gil (2013) denota
sobre o RMT (Resisted Movement Training), que consiste na aplicação de
sobrecargas em ações motoras determinantes específicas da modalidade (manipulação
da intensidade em conjunto com a manutenção da especificidade). Neste tipo de
abordagem, os equipamentos mais empregados incluem: trenó, bandas elásticas, pára-
quedas, coletes lastrados, Vertimax® entre outros. O autor referido realizou um
estudo com jogadores de futebol americano empregando este tipo de sobrecarga em
um protocolo com duração de dez semanas. Foram encontrados resultados que
apontam para melhorias superiores no grupo experimental em variáveis da potência:
1RM, potência média, potência média propulsiva, CMJ, SJ, salto horizontal,
velocidade (5, 10, 15 e 20 metros) e agilidade. No entanto, a grande particularidade
na utilização destes equipamentos que envolvem o RMT é que a sobrecarga é de
difícil quantificação. Também, deve-se ter um cuidado adicional em observar
possíveis alterações na cinemática dos movimentos realizados.
Uma informação relevante é existência de alta correlação da força explosiva
dos membros inferiores dos futebolistas com as velocidades de sprints nas distâncias
de 10 metros (r= -0,74), 20 metros (r= -0,73), 30 metros (r= -0,81) e 40 metros (r=
-0,88) (Pasquarelli et al, 2010).
A força explosiva e a agilidade dos jogadores de futebol foram analisados para
verificar a possibilidade de correlações. Por meio do teste de impulsão horizontal e
teste de shutle run, Campanholi Neto et al (2011) encontraram alta correlação
(p<0,05) entre as duas capacidades.
Outra forma contemporânea de treinamento muito utilizada no futebol são os
jogos reduzidos. A grande maioria dos preparadores físicos se emprega destes mini-
jogos objetivando melhorar a resistência especial. Entretanto, devido as ações
motoras realizadas nos jogos em campos reduzidos reproduzirem esforços
intermitentes explosivos, Fernandes & Navarro (2014) resolveram investigar se esta
forma de treino produz impacto na capacidade de gerar potência. Dois grupos de

56
jogadores foram analisados; o grupo 1 (jogos reduzidos curtos: 1:1, 2:2, 3:3 e 4:4) e
grupo 2 (jogos reduzidos médios: 5:5, 6:6, 7:7 e 8:8). Ambos os grupos realizavam o
RAST Test pré e pós intervenção. Tanto o grupo 1 (886,27 +\-228,79 versus 850,82
+\-145,02 watts) quanto o grupo 2 (877,69 +\-240,09 versus 791,39 +\-141,42 watts)
melhoraram os valores de potência máxima após as sessões. Os investigadores
concluíram que ambos tipos de jogos reduzidos permitiram gerar potência, com
resultados mais expressivos no grupo com espaço reduzido mais curto. Além disso,
seria necessário pesquisas longitudinais para verificar a efetividade deste meio de
treino durante um macrociclo.
A potência muscular dos jogadores sofre flutuações durante a temporada. Com
a intenção de mensurar o grau destas variações na potência, Silva et al (2013)
discriminaram três momentos distintos: final da temporada, início da pré-temporada e
final da pré-temporada. O achado relevante neste estudo foi que na medida do salto
vertical no período compreeendido entre final da temporada precedente e início da
temporada subsequente (período de interrupção dos treinos por férias), os jogadores
apresentaram manutenção dos valores de potência. Fato explicado pelos autores como
uma supercompensação do treino aplicado na temporada anterior. Também, foi
questionado a sensibilidade do teste (CMJ) no qual deveria ser realizado não de
forma isolada, mas sim, em conjunto com outras medidas, tais como: SJ e sprints de
curta distância que permitiriam maior validade para o futebol.
A potência muscular dos futebolistas pode ser melhor explanada quando
apresentada por função tática. Quanto a isto, Rinaldi et al (s\data) resolveram avaliar
a potência muscular de membros inferiores (flexores\extensores do joelho) dos
jogadores por meio de dinamômetro isocinético. Os jogadores foram divididos em
três grupos, assim dispostos: grupo 01(zagueiros e centroavantes), grupo 02(meio
campistas) e grupo 03(laterais e pontas). Na velocidade de 60 graus\segundo
(extensão\flexão), o grupo 01 (225+\-26,9 e 132+\-22,7 N\m) e o grupo 02 (221,8+\-
47,12 e 139+\-29,3 N\m) apresentaram melhor desempenho que o grupo 03 (214+\-
19,72 e 134+\-21,9 N\m). Estes resultados implicam que o teste simula as reais
tarefas desempenhadas pelos meio campistas e zagueiros cujos deslocamentos
consistem em corridas sub-máximas e trote, além dos saltos muito empregados pelos
centroavantes e zagueiros. Já, na velocidade isocinética de 300 graus\segundo, o
grupo 03 (197,7+\-31,7 e 66,8+\-19,1 N\m) demonstrou valores superiores em relação
aos grupos 01 (181,2+\-181 e 155,3+\-22,7 N\m) e 02 (185,6+\-76,5 e 147+\-33,1
N\m). Nesta velocidade, o grupo 03 que é constituído por laterais e pontas, foram
superiores devido as adaptações que se desenvolvem durante os treinos e partidas,
cuja capacidade de força mais evidente é a força de sprint. Enfim, os autores
defendem a tese que os níveis de força (potência) gerados pelos atletas respeitam a
especificidade de suas funções táticas e que os treinos deveriam ser elaborados
respeitando esses parâmetros.

57
Quadro 19 – Modelo de treino da força explosiva
Séries Repetições Intervalo Intervalo Carga Velocidade Intervalo
entre entre de entre
saltos séries execução sessões
3a6 6 a 10 10 3a5 30-50% rápida 48-72hs
segundos minutos 1RM

Quadro 20 – Exemplos de exercícios para desenvolver força explosiva


1 Arremesso
2 Arranque com kettebell
3 Arranque
4 Agachamento com salto
5 Salto em profundidade (queda bipodal)
6 Salto em profundidade (queda unipodal)
7 Salto em profundidade bipodal seguido de sprint 15 metros
8 Salto em profundidade bipodal seguido de sprint 20 metros
9 Salto em profundidade unipodal seguido de sprint 15 metros
10 Salto em profundidade unipodal seguido de sprint 20 metros
11 Abdominal completo com lançamento de medicine ball
12 Exercícios utilizando RMT (Resisted Movement Training)
13 Exercícios utilizando EFC (Exercícios de Força Combinados)
14 Jogos reduzidos

58
10.0 - TREINAMENTO FUNCIONAL

O treinamento funcional (TF) é uma metodologia de treinamento que foi


utilizada por fisioterapeutas e, que atualmente, após a década de 90, foi incorporada
na área do fitness e aos meios de treino dos atletas.
Através do TF o aparelho locomotor do atleta pode ser treinado por meio de
movimentos. Ao contrário do treino de força convencional, que se foca em exercícios
direcionados aos grupos musculares de forma uniplanar em planos estáveis, o TF
busca exercitar os movimentos. Os movimentos solicitados no TF abrangem
multiplanos e multi-articulações. A intenção é tornar o corpo mais eficiente quando
solicitado nas variações de planos e bases estáveis e\ou instáveis.

Quadro 21 – Diferenças básicas entre o TF e o convencional


Treinamento Convencional Treinamento Funcional
Treina músculos Treina movimentos
Uniplanar Multiarticular + Multiplanar
Superfícies Estáveis Superfícies Estáveis + Instáveis
Exercícios Simples Exercícios Complexos
Posições Estáticas Posições Estáticas + Dinâmicas
Exercícios Gerais Exercícios Gerais + Específicos
(Vretaros, 2015)

Para uma melhor compreensão do TF é preciso conhecer sua terminologia de


trabalho específica, dividida em fases:

• Fase 01: Propriocepção


• Fase 02: Core
• Fase 03: Capacidades Biomotoras

Propriocepção pode ser entendida como a informação sensorial-motora sobre


as características da movimentação que está sendo executada (direção, localização no
espaço, velocidade e ativação muscular). A propriocepção traz o feedback dos ajustes
segmento-posturais-corporais frente às ações e cargas a que o corpo é submetido
(Magill, 2011). O órgão tendinoso de Golgi (OTG) e os fusos musculares são
considerados os receptores proprioceptivos, que estão localizados nos tendões e

59
dentro das fibras musculares, respectivamente.
No TF o feedback proprioceptivo é responsável sobre o deslocamento do
membro e\ou articulação na posição espaço-temporal, sendo a base para correções. É
importante para o timing no início dos comandos motores (Magill, 2011). Assim, um
feedback proprioceptivo distorcido (pela fadiga ou falta de estimulação) altera a
coordenação dos movimentos multiarticulares afetando a precisão espacial e temporal
dos movimentos.
Diversos estudos asseguram a importância do TF direcionado para
propriocepção como sendo uma estratégia adequada para prevenção de lesões no
futebol e outras modalidades (Alentorn-Geli et al, 2009 ; Borghuis et al, 2008 ;
Daneshjoo et al, 2012 ; Ergen & Ulkar, 2008 ; Hides et al, 2011 ; Leung et al, 2015 ;
O´Brien & Finch, 2014 ; Zazulak et al, 2007).
Treino do core no TF refere-se a exercitar a zona central do corpo. Uma
definição do core foi apresentada por Vera-Garcia et al (2014): capacidade dos
sistemas musculares e osteoarticulares coordenados pelo sistema nervoso-motor, para
manutenção ou retorno a uma posição ou trajetória do tronco quando este é
acometido a perturbações de forças externas ou internas. Para Granacher et al (2014)
funcionalmente, o core facilita a transferência de torques e momentos angulares para
as extremidades superiores e inferiores. De acordo com Bossi (2011) os músculos que
comandam o centro de gravidade (core) corporal, são representados pela região
abdome-quadril-espinha.
No treinamento da força central-funcional, os músculos do core agem em
conformidade na estabilidade da coluna vertebral, pelve, tórax e estruturas da cadeia
cinética acionada (McArdle, 2011).
A estabilidade do core é fundamental para iniciação funcional dos movimentos,
estabilização lombar e controle motor no desempenho atlético (Akuthota et al, 2008 ;
Akuthota & Nadler, 2004).

Quadro 22 – Músculos do core


Região Músculos
Abdominal reto do abdome, transverso do abdome, oblíquo
interno, oblíquo externo
Quadril iliopsoas, reto femural, sartório, tensor da fáscia lata,
pectíneo, glúteo máximo, glúteo médio, glúteo
mínimo, semitendinoso, semimembranoso, bíceps
femural, adutor curto, adutor longo, adutor magno,
gêmeo superior, gêmeo inferior, obturador interno,
obturador externo, quadrado femural, piriforme
Espinha eretor espinhal, quadrado lombar, paraespinhal,
trapézio, psoas maior, multifídios, iliocostais
lombares, iliocostais torácicos, rotatores da espinha,

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serrátil anterior, latíssimo dorso
(Adaptado de Alen et al, 2002)

Os exercícios no TF são executados em cadeia cinética fechada, isto é, durante


o movimento realizado, os segmentos corporais distais permanecem fixos. O
acréscimo das perturbações corporais devido ao desequilíbrio provocado durante os
movimentos provocam solicitações na região do core e potencializam a
propriocepção e determinada capacidade biomotora (McArdle, 2011).
Behm et al apud Reis et al (2015) complementam o quadro acima
acrescentando ao conceito anatômico do core: esqueleto axial (cintura pélvica e
escapular) e os tecidos moles (articulações, fibro-cartilagem, ligamentos, tendões,
fáscias, e músculos).
O equilíbrio é capacidade de controlar o centro de gravidade corporal na base
de sustentação. No TF, causar estabilidade e\ou instabilidade na base de sustentação,
exige solicitações diferenciadas nos músculos enfatizando principalmente a região do
core (Bossi, 2011).
No futebol, Ayala (2008) adverte que o equilíbrio e\ou desequilíbrio provocado
pelo TF, contribui para os jogadores melhorarem a coordenação, o controle do
esquema corporal, minimizar a possibilidade de lesões por quedas e aprimorar o
rendimento físico-desportivo.
O core ou estabilidade do tronco, afeta a capacidade de controlar a posição de
movimentação do tronco durante a aplicação de cargas dinâmicas. Diferentes tipos de
exercícios produzem resultados distintos na resposta motora. Portanto, a seleção
adequada dos exercícios no TF devem ser devidamente repensados.
As capacidades biomotoras a serem desenvolvidas no TF, segundo Bossi
(2011):

• Resistência muscular localizada, força máxima, potência, velocidade, agilidade


• Resistência de velocidade, resistência anaeróbia, resistência aeróbia
• Coordenação geral, coordenação específica
• Flexibilidade, mobilidade

A seguir apresentamos alguns estudos acerca do TF no futebol e, em seguida,


continuamos com algumas informações adicionais acerca dos parâmetros para
elaboração e confecção dos exercícios funcionais.
No futebol feminino, Nesser & Lee (2009) verificaram a relação existente entre
a força do core e a performance. Com este fim, os sujeitos foram testados em
diferentes avaliações: força (1RM no supino e 1RM no agachamento), performance
(CMJ, sprint de 40 jardas, shutle-run 10 jardas) e força do core (extensão e flexão do
tronco, ponte direita e esquerda). Os resultados evidenciaram que o core não sofre
correlações com a força e potência nas jogadoras testadas. Entretanto, os
pesquisadores ressaltam que o papel do core é essencial em um programa de

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condicionamento e, deveria ser investigado conforme a especificidade da modalidade.
A capacidade de transferir forças do centro corporal para as extremidades em
futebolistas foi investigada por Shinkle et al (2012). Os jogadores foram submetidos a
um programa de lançamento de medicine ball (para frente, trás, direita e esquerda)
em posições estáticas e dinâmicas. Os resultados evidenciaram altas correlações nos
níveis de força avaliados.
Estudo recente sobre os efeitos do TF em jogadores de futebol avaliou o treino
do core por nove semanas (2-3 vezes semanalmente), na força de ativação do tronco,
salto contramovimento, velocidade de sprint, agilidade e rapidez. O TF causou
efeitos significativos na força extensora do tronco (5%), sprints de 10 e 20 metros
(3%) e rapidez (1%) (Prieske et al, 2015).
Imai et al (2014) estudaram a estabilidade do tronco em jovens futebolistas
durante doze semanas de TF. Foram avaliados quanto a efetividade de dois tipos de
exercícios: exercícios de estabilização do tronco (SE – prancha frontal, prancha
dorsal, exercício quadrupede e ponte lateral) e exercícios de tronco convencionais
(CE – abdominal, abdominal rotacional, extensão dorsal-1 e extensão dorsal-2).
Durante o programa de intervenção, os jogadores foram testados em relação ao
equilíbrio, teste de Cooper, sprint de 30 metros, agilidade, salto vertical e salto
rebote. Nos resultados, os SE demonstraram possuir benefícios superiores quando
comparados ao CE; nos testes de equilíbrio e desempenho envolvidos.
Uma investigação interessante realizada em futebolistas, avaliou se os
exercícios do core afetam a área de corte transversal dos músculos reto abdominal,
oblíquos, psoas maior, quadrado lombar e paraespinhais. Essa análise foi feita usando
ressonância magnética. O programa de TF durou seis meses, sendo realizado a uma
frequência semanal de quatro dias, em adição ao treino específico regular de futebol
em seis dias por semana. Houve aumento significativo na área de corte transversal
dos músculos após os seis meses (grupo treino= 4,4-13,4% e grupo controle= 5,5-
10,9%) (Hoshikawa et al, 2013).
No TF, os exercícios realizados são multiplanares; plano sagital, coronal,
frontal e transversal (D´Elia, 2013).
Uma observação mais detalhada das ações motoras que ocorrem no futebol nos
indicam que os movimentos gestuais específicos são realizados em grande parte, com
o apoio de um dos pés no chão (Sargentim, 2013).
O chute, como uma das habilidades motoras básicas mais utilizadas pelos
jogadores, ocorre numa sequência proximal-distal. Durante o contato do pé com a
bola, a força de reação ao solo é afetada vertical e lateralmente. O membro de suporte
(apoio) possui elevada importância para o desempenho do chute, oferecendo
equilíbrio postural, além de auxiliar na trajetória da bola (Cossio-Bolaños & Maria,
2013 ; Cunha et al, 2013).
Sargentim (2013) destaca que no TF voltado para futebolistas, devem ser
respeitados o equilíbrio simétrico das articulações do tornozelo, joelho e quadril, com
exercícios sobre uma base de apoio e cuja vertente de força do core seria na diagonal.
Contrariando em parte o autor supracitado, na nossa concepção, após análise

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das habilidades motoras do futebol, explícitas no quadro 23, acreditamos ser
imperativo treinarmos os jogadores durante o TF nos variados planos em vetores de
força na vertical, horizontal e diagonal.

Quadro 23 – Vetores da força nas habilidades motoras mais empregadas no futebol


Habilidade Motora Movimentos Vetor de Força
chute\passe rotação quadril, horizontal-vertical-
flexão\extensão do joelho diagonal
salto para cabeceio flexão\extensão do joelho, vertical
flexão plantar\dorsi flexão
do tornozelo,
flexão\extensão do pescoço
marcação flexão\extensão do joelho, horizontal-vertical-
flexão plantar\dorsi flexão diagonal
do tornozelo, rotação do
quadril
drible\finta flexão\extensão do joelho, horizontal-vertical-
flexão plantar\dorsi flexão diagonal
do tornozelo, rotação
quadril
condução de bola flexão\extensão do joelho, horizontal
flexão plantar\dorsi flexão
do tornozelo

Duas características relevantes do TF aplicado no futebol: objetivando ganho


de força ou fortalecimento articular. No ganho de força, os exercícios de TF devem
ser executados em bases estáveis cujas possibilidades de ganho são maiores. Por
outro lado, se o TF objetivar fortalecimento articular e propriocepção, as bases
instáveis são as mais adequadas (Sargentim, 2013). Somando-se a isto, para treino
das capacidades biomotoras no TF em futebolistas, as duas versões de base são
apropriadas. No quadro 24 apresentamos um guia de progressão pedagógica do TF.

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Quadro 24 – Guia de progressão do TF
Fase Características
1 Aprendizagem do movimento
2 Propriocepção
3 Exercícios estáticos em superfície estável
4 Exercícios estáticos em superfície instável
5 Exercícios dinâmicos em superfície estável
6 Exercícios dinâmicos em superfície instável
7 Exercícios dinâmicos em ambiente imprevisível

A disposição do TF no planejamento da temporada em paralelo com outras


valências físicas deve ser pensado com cautela para propiciar ganhos significativos
(propriocepção, core e capacidades biomotoras) entre as diversas sessões de treino
com orientações distintas.
A periodização é a palavra-chave para contornar possíveis direcionamentos
equivocados das metodologias empregadas no TF.

Quadro 25 – Modelo de microciclo com TF na pré-temporada


período segunda terça quarta quinta sexta sábado domingo
manhã TF(P) TF(P) TF(P) Repouso TF(P) Repouso TF(P)
+ + + + +
Técnica Técnica Técnica T+T Coletivo
tarde TF(C) TF TF(C) TF TF(C) Repouso TF
+ (CB) + (CB) + (CB)
RML RML RML
*TF(P)= treino funcional da propriocepção, TF(C)= treino funcional do core, TF(CB)= treino funcional das
capacidades biomotoras, RML= resistência muscular localizada, T+T= técnica e tática

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Quadro 26 – Modelo de microciclo com TF na temporada
período segunda terça quarta quinta sexta sábado domingo
manhã Repouso TF(P) Repouso Repouso
+ Coletivo T+T Coletivo
Tática
tarde Repouso TF Repouso TF(P) TF(C) TF(CB)
(CB) + + Jogo
Fmáx Veloc
*TF(P)= treino funcional para propriocepção, TF(C)= treino funcional do core, TF(CB)= treino funcional
das capacidades biomotoras, Fmáx= força máxima, Veloc= velocidade, T+T= técnica e tática

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11.0 - AVALIAÇÃO DA FORÇA

Qualquer instrumento para avaliação deve respeitar a qualidade nas medidas e


os critérios de cientificidade. Validade, objetividade e reprodutibilidade são os
critérios que regem um programa de avaliação. Fatores adicionais para uma avaliação
daquilo que se propõe envolveriam os conceitos de confiança, precisão, rigor,
exatidão, resolução e erro (Bonin & Schütz, s\data).
A nossa ideia é apresentar protocolos simples de baixo custo com boa aplicação
no treinamento, pois alguns clubes da segunda e terceira divisão, como nas categorias
de base, não possuem equipamentos mais sofisticados para avaliação da força.
Precisão, versatilidade e economia são palavras-chave para os preparadores físicos
que necessitam de pouco tempo para aplicação dos testes e rápida interpretação dos
dados em uma temporada longa.
A seguir apresentaremos os testes de 1 repetição máxima, impulsão horizontal,
salto unipodal triplo horizontal, salto sêxtuplo, impulsão vertical, teste de força
abdominal e o functional movement screen. São testes considerados simples de fácil
aplicação em qualquer local e que envolvem materiais pouco sofisticados em termos
tecnológicos.

11.1 - Teste de 1 Repetição Máxima (1RM)

O teste de carga máxima ou teste de repetição máxima (1RM) mensura a força


máxima exercida pelo atleta por meio de uma repetição, em um determinado
exercício. É considerado teste ¨padrão-ouro¨ para medir a força. No entanto, é
realizado sob condições de tentativa-e-erro. Os exercícios mais utilizados para o teste
de 1RM tem sido o supino (membros superiores) e o agachamento (membros
inferiores). Vale lembrar que o teste de 1RM é o preditor das cargas na grande
maioria dos exercícios de força.
Neste sentido, Turner et al (2011) alegam que para o futebol deveria ser
empregado o agachamento, haja visto, a solicitação predominante das extremidades
inferiores nas ações motoras dos jogadores e, também, pelo fato de não encontrarem
correlações significativas entre o supino e o desempenho no futebol. Os mesmos
autores apontam o uso do teste de 1RM no exercício power clean para medir a
potência.
Nossa experiência prática, nos reporta a indicar o uso do agachamento, mas
também, o leg press, mesa extensora e flexora e o supino, conforme o nível dos
futebolistas a serem avaliados. Justificamos essa abordagem pelo fato de que
futebolistas em formação ainda não possuem base motora segura na execução de um
exercício complexo como o agachamento. Por isso, a opção pelo leg press, mesa
flexora e extensora que são realizados em máquinas, proporcionando maior

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estabilidade e segurança. Quanto ao supino, acreditamos na sua necessidade, pois os
membros superiores durante as ações futebolísticas, são requeridos em termos de
coordenação motora e força elevadas. No que se refere ao power clean para mensurar
potência, concordamos com os autores, desde que os jogadores sejam instruídos e
treinados quanto a técnica biomecânica correta de execução do exercício.
Discrepância adicional para os exercícios cadeira adutora e abdutora, pois os
mesmos, apesar de não encontrarmos estudos apontando correlações significativas
com a performance no futebol, acreditamos na sua importância para ações motoras,
em especial nas diversas variações de chute.
Com as adaptações neurofisiológicas proporcionadas pelo programa de treino
da força, a 1RM tende a mudar continuamente. Por isso, o jogador deve ser avaliado
com determinada periodicidade para que se possa realizar adequações nos parâmetros
das cargas.
Materiais: barras, anilhas com variações de peso, aparelhos, ficha de anotação

11.2 - Impulsão Horizontal

A impulsão horizontal mensura a força explosiva de membros inferiores


indiretamente por meio da performance de impulsionar-se horizontalmente. O atleta
se posiciona com os pés paralelos atrás de uma linha representada por uma fita fixada
ao solo. Após comando, o atleta deverá saltar no sentido horizontal tentando atingir a
maior distância. Deverá ser realizado três tentativas, ao qual prevalecerá a maior
medida alcançada. Observação: o salto será invalidado se precedido de marcha,
corrida ou salto (Matsudo, 1995).
Materiais: fita adesiva, fita métrica, ficha de anotação

11.3 - Salto Unipodal Triplo Horizontal

Serve para avaliar a potência de membros inferiores dos futebolistas. Consiste


em realizar a maior distância possível por meio de três saltos unipodais, podendo
utilizar os membros superiores (braços) para impulsionar uma distância maior a ser
atingida.
Para respeitar o princípio da especificidade, é interessante a realização do teste
em uma superfície de grama.
Os jogadores devem se posicionar atrás de uma linha demarcatória no solo,
cuja distância total será calculada por meio de trena métrica partindo desta linha até o
ponto final atingido. Os três saltos deverão ser feitos de forma contínua, sem que o
membro contralateral toque o solo.
O teste deve ser realizado em ambos as pernas (dominante e não-dominante) e
o resultado será através da média dos três saltos de cada perna (Selistre et al, 2012).
Materiais: fita adesiva, fita métrica, ficha de anotação

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11.4 - Salto Sêxtuplo

O salto sêxtuplo é empregado para avaliar a força rápida de membros


inferiores. Possui variações conforme as características da modalidade a ser avaliada.
Pode ser executado de forma unilateral que consiste de seis saltos com a
mesma perna. Na forma bilateral, são executados três saltos alternados com cada
perna.
Outra variação do teste, utilizada no futebol, seria o salto sêxtuplo bilateral
simultâneo que são seis saltos seguidos com as duas pernas simultâneamente
(Pasquarelli et al, 2010).
Materiais: fita adesiva, fita métrica, ficha de anotação

11.5 - Impulsão Vertical

A impulsão vertical (IV) mensura a força explosiva dos membros inferiores


através da performance de impulsionar verticalmente. Duas variações da IV: salto
sem auxílio dos braços e salto com auxílio dos braços.
Com uma fita métrica fixada verticalmente na parede, o atleta após comando
executa uma das variações da IV com objetivo de tocar a ponta dos dedos marcados
com giz no ponto mais alto da fita métrica. São executados três tentativas, onde
prevalecerá o maior valor alcançado (Matsudo, 1995).
Materiais: fita adesiva, fita métrica, giz ou tinta, ficha de anotação

11.6 - Teste de Força Abdominal

Mede a força da musculatura abdominal. Com a execução do exercício


abdominal (flexão\extensão do quadril) durante 1 minuto. Será considerado o valor
do maior número de repetições durante 1 minuto executado de forma correta
(Matsudo, 1995).
Materiais: colchonete, cronômetro, ficha de anotação

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11.7 - Functional Movement Screen (FMS)

O Functional Movement Screen (FMS) é uma técnica de avaliação da força que


permite identificar e solucionar problemas corporais relacionados aos desequilíbrios
musculares e assimetrias, déficits de flexibilidade, equilíbrio e estabilidade (Rumpf,
2015). Indica as compensações musculares que ocorrem em uma musculatura
indevidamente trabalhada e que podem se tornar um potencial risco de lesões.
Para uma devida avaliação são usados sete exercícios complexos ao qual são
examinados na qualidade de execução (Kiesel et al, 2007 ; Song et al, 2014):

• Agachamento profundo (mobilidade bilateral, simetria e funcional dos quadris,


joelhos e tornozelos)
• Passo obstáculo (padrão da mecânica de movimento)
• Afastamento antero-posterior em linha (lunge) (avalia quadril, mobilidade e
estabilidade do tronco, flexibilidade do quadríceps e estabilidade do joelho e
tornozelo)
• Mobilidade do ombro (graus de liberdade bilateral de movimentação do ombro,
mobilidade escapular e extensão da coluna torácica)
• Elevação de perna reta ativa (determina a flexibilidade ativa dos isquiotibiais,
gastrocnêmios e sóleo mantendo a pélvis estável)
• Estabilidade do tronco ao empurrar para cima (pusch-up) (estabilidade do
tronco enquanto um movimento simétrico é realizado)
• Estabilidade rotativa (estabilidade do tronco em múltiplos planos enquanto as
extremidades superior e inferior estão em movimento combinado)

Os movimentos são analisados pela observação direta da imagem por fotos,


vídeo e a olho nu. Apesar de não haver um consenso na literatura, Song et al (2014)
propõem o uso de duas filmadoras posicionadas estrategicamente em frente e ao lado
do atleta a ser avaliado\testado.Vale adicionar que seria interessante a presença de
dois ou mais avaliadores experientes.
É adotada uma escala de pontuação de no máximo de 21 pontos, variando entre
0 (dor durante a movimentação) a 3 (ação desempenhada corretamente). Rumpf
(2015) relata que para cada exercício é dada uma pontuação e cinco destes são
testados bilateralmente. As pontuações:

• Nota 3 (ação desempenhada corretamente)


• Nota 2 (execução com compensação)
• Nota 1 (não pode executar a tarefa)
• Nota 0 (dor durante a movimentação)

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Após a soma das pontuações, os jogadores que apresentarem valores inferiores
ou iguais a 14 pontos, estariam situados em uma situação de risco de
desenvolvimento de lesões (Chorba et al, 2010).
Informações adicionais quanto a melhor aplicabilidade do FMS podem ser
adquiridas em cursos específicos, como também em vasta literatura sobre o tema
(Butler et al, 2010 ; Chorba et al, 2010 ; Kiesel et al, 2011 ; Minick et al, 2010 ;
Smith et al, 2013 ; Teyhen et al, 2012).
Materiais: bastões, traves com barreira, colchonete, fita adesiva, filmadoras,
ficha de anotação

70
12.0 - AQUECIMENTO NO FUTEBOL

O aquecimento pode ser considerado um mecanismo de pré-mobilização do


organismo que antecede a atividade principal.
Por meio do aquecimento, ocorre o aumento da temperatura muscular
proporcionando o aumento da elasticidade tecidual, produção aumentada do líquido
sinovial que banha as articulações, melhoria na função do SNC com concomitante
melhora no recrutamento de unidades motoras. Além disso, o aumento no débito
cardíaco e fluxo sanguíneo periférico complementam as reações orgânicas durante o
aquecimento (Di Alencar & Matias, 2010).
Conforme Weineck (1999) e Fahey (2014) o aquecimento pode ser subdividido
em parte geral e parte específica. O aquecimento de caráter geral seria uma condição
de pré-ativação dos grandes grupos musculares através de atividades variadas
dinâmicas. No aquecimento específico, a atividade se volta para a musculatura
seletiva empregada na respectiva modalidade.
Ao nos referirmos aos tipos de aquecimento, logo surge uma questão: o
alongamento deve ou não ser realizado? Em caso afirmativo, como incluir o
alongamento dentro do processo de aquecimento?
Essas questões surgem devido a várias pesquisas que investigaram o efeito do
alongamento sobre a performance de força, com resultados conflitantes. Neste
sentido, Ribeiro et al (2007) destacam que na prática esportiva é usualmente utilizado
o alongamento durante a realização do aquecimento. Estes autores investigaram a
hipótese da perda de desempenho nos exercícios de força, quando antecedidos por
alongamento. Realizaram dois protocolos de aquecimento precedendo um teste de 10
RM no leg press. O primeiro protocolo consistia de trinta segundos de alongamento
estático nos membros inferiores, e no segundo protocolo, o aquecimento era realizado
no próprio aparelho com carga leve. Os resultados encontrados não demonstraram
diferenças significativas no desempenho muscular.
Em futebolistas, Gonçalves et al (2013) compararam os efeitos do alongamento
estático ou dinâmico na performance. Foram avaliados impulsão horizontal,
flexibilidade, velocidade e ativação muscular nos isquiotibiais. No alongamento
estático, a impulsão horizontal (p=0,02) e a flexibilidade (p=0,03) sofreram melhorias
na fase crônica. Os dois tipos de alongamento provocaram decréscimos na
velocidade. Por último, o alongamento dinâmico propiciou aumentos na atividade
elétrica dos isquiotibiais.
Alguns trabalhos, desenvolvidos mais recentemente, advogam a tese da
exclusão dos exercícios de alongamento durante o aquecimento, afirmando que o
mesmo pode ser prejudicial para a produção de força em atividades que envolvam
força\potência.
Aquecimentos de alta intensidade e curta duração são efetivos para esportes de
equipe. Zois et al (2015) comprovaram que um protocolo de aquecimento usando

71
exercício de força (no caso, leg press), causa um efeito de potencialização pós-
ativação muscular melhorando o desempenho físico antes das atividades nas sessões
de treinamento.
O conceito de potencialização pós-ativação parte da premissa de que a
realização de exercícios de força no aquecimento (pré-ativação), desencadeiam
mecanismos fisiológicos na fosforilação da miosina regulatória de cadeia leve. Com
isso, causa alterações nas pontes cruzadas com aproximação dos filamentos de actina,
que implica em maior quantidade de conexões contráteis, gerando maior produção de
tensão. Soma-se a isto, as questões neurais: aumento no recrutamento de unidades
motoras, melhor sincronia dos disparos de impulsos nervosos, diminuição de
mecanismos inibitórios centrais e periféricos, como também um possível aumento da
inibição recíproca dos músculos antagonistas (Batista et al, 2010). Os pesquisadores
destacam alguns pontos relevantes durante a utilização de exercícios de força
objetivando atingir a potencialização pós-ativação: 1) selecionar o exercício de força
adequado, 2) programar de forma correta o momento da realização no aquecimento
de maneira que não resulte em fadiga para atividade subsequente. Podem ser
empregados exercícios isométricos ou dinâmicos de intensidade próxima a máxima e
de curtíssima duração.
Buscando verificar o efeito de potencialização pós-ativação no aquecimento,
Marques (2012) alega que o uso do salto vertical e da pliometria, desde que
administrados em indivíduos com experiência em treino de força, podem ser úteis no
ganho ou na manutenção de potência nos membros inferiores.
Santos (2011) estudou o efeito do aquecimento na produção de potência em
jogadores de futebol. Comparou os efeitos da realização do aquecimento ou não, nos
resultados de impulsão vertical. O aquecimento empregado foi uma corrida contínua
a 85% da frequência cardíaca máxima durante vinte minutos. A altura média do salto
vertical foi significativamente maior quando foi realizado o aquecimento (45,47+\-
8,89 versus 47,85+\-8,28 cm).
O uso do exercício meio agachamento ou saltos pliométricos em futebolistas
foram analisados quanto a sua efetividade na potencialização pós-ativação na
velocidade de sprint em 20 metros. No trabalho, após um aquecimento com
exercícios usando deslocamentos e mudanças de direção com bola em seguida
alongamento, cada atleta realizava uma série de quatro repetições máximas do meio
agachamento, e repouso por cinco minutos. Em sequência, era avaliada a velocidade
de 20 metros. Na próxima fase, após o aquecimento padrão, era realizado uma série
de quatro saltos pliométricos consecutivos sobre barreiras dispostas a 40cm de altura,
seguido de cinco minutos de repouso e novamente avaliada a velocidade de 20
metros. Concluiu-se que o exercício meio-agachamento quando comparado com a
pliometria foi mais efetivo para desencadear o efeito de potencialização pós-ativação
(Carvalho et al, 2012a).
Nos treinos de musculação, o aquecimento se utilizando de cargas
neuromusculares tem se mostrado mais eficaz. Luz Junior et al (2014) avaliaram os
efeitos de diferentes protocolos de aquecimento sobre o desempenho de força

72
máxima nos exercícios supino e leg press (sem aquecimento, cinco minutos de
esteira, cinco minutos de bicicleta, quinze repetições com 40% de 1RM ou duas
séries de duas repetições com 90% de 1RM). Concluíram, que o aquecimento com
protocolo de força máxima apresentou resultados positivos em membros superiores e
inferiores. Todavia, em menor escala, os aquecimentos aeróbios e de resistência de
força influenciaram melhorias do desempenho muscular no leg press.
Com base nas pesquisas apresentadas, podemos propor um modelo de
aquecimento para jogadores de futebol. Um modelo para sessões de treinamentos de
força e outro para ser realizado em dias de jogos.

Quadro 27 – Modelos de aquecimento para sessões de treino da força


Treino de força na sala de musculação
Aquecer usando o mesmo exercício a ser realizado com carga mínima
Treino de força no campo
Aquecer com corridas lentas seguidos de aumento da intensidade de forma gradual
Aquecer com exercícios usando força isométrica seguida de saltos
Aquecer usando troca de passes em deslocamento
Aquecer com saltos horizontais (usando as duas ou uma perna)
Aquecer usando troca de passes em deslocamento e finalização de chute ao gol
Aquecer usando troca de passes em deslocamento e finalização de salto com
cabeceio ao gol

Nos dias de jogos, os jogadores precisam estar fora do vestiário rapidamente,


pois o regulamento alega que é necessário estar no campo dez minutos antes da
partida. Assim, elaboramos uma proposta de aquecimento levando em conta tal fator.
Além disso, iremos propor duas formas de aquecimento que poderiam ser
feitos no vestiário e, complementados após a entrada em campo, para não perder o
efeito do aumento da temperatura muscular. Todavia, vale salientar, que a soma do
aquecimento executado no vestiário mais o aquecimento feito no campo não deve ser
excessivo, pois corre-se o risco dos jogadores iniciarem a partida em estado de
fadiga.

73
Quadro 28 – Modelos de aquecimento para os dias de jogos
Aquecimento em aparelho no vestiário
Aquecer realizando 2-3 séries de leg press com carga mediana
Aquecer realizando 2-3 séries de agachamento ou meio-agachamento com carga
mediana
Aquecimento no vestiário sem uso de aparelhos
Aquecer com exercícios leves de saltitos no local (saltos verticais); polichinelo
látero-lateral, polichinelo anteroposterior, etc
Aquecer realizando skeepings, seguidos de corridas de intensidade gradual
Aquecer com exercícios pliométricos (ambas as pernas ou uma perna)
Aquecimento no campo
Aquecer com bola usando troca de passes
Aquecer com a realização de alongamentos dinâmicos
Aquecer com bola ¨bobinho¨
Aquecer com bola realizando chutes de finalização ao gol
Aquecer com bola realizando corrida lenta e finalizando com cabeceio ao gol

74
13.0 - FADIGA

A fadiga é um mecanismo de proteção contra possíveis efeitos deletéricos do


esforço visando proteger a integridade dos processos de ordem fisiológica (muscular,
metabólica, cardíaca e mental) (Ascensão et al, 2003 ; Paula, 2004).
Exaustão ou esgotamento é um termo erroneamente utilizado para designar a
fadiga. Weineck(1999) e Baroni et al (2011) salientam que diferentemente da fadiga,
que costuma ser uma situação reversível e permite uma continuação da atividade com
um gasto de energia maior e coordenação motora desequilibrada, a exaustão seria
uma condição de impossibilidade total de realizar o exercício.
A fadiga possui um caráter multifatorial, e suas classificações são: periférica
(neuromuscular e metabólica), central (processos mentais) e de governo central
(cardíaca).
Na fadiga de origem periférica, ocorrem alterações nos níveis de concentração
da enzima creatina-fosfato (nas atividades de alta intensidade – fibras de contração
rápida), glicogênio muscular (cuja diminuição pode alterar a relação excitação-
contração) e também na relação lactato-pH (acidose metabólica).
Moreira et al (2008) retratam a fadiga de origem central como relacionada aos
complexos processos de formulação dos padrões motores pelo córtex cerebral,
cerebelo e junções sinápticas. Complementando, Ferreira & Moro (2011) chamam a
atenção para o neurotransmissor dopamina, que sofre uma redução durante a
execução do exercício e\ou atividade de longa duração. Essa redução da dopamina
acaba estimulando o aumento da serotonina (5-HT) que concorre com o triptofano
(TRF). Na liberação da serotonina no cérebro, surge a inibição da excitação do
sistema nervoso central (SNC). Além disso, de acordo com Ascensão et al (2003),
ocorrem perturbações psicológicas na motivação, atenção, humor e depressão, como
também na coordenação neuromuscular.
Por último, a fadiga de governo central proposta por Noakes (2000), retrata a
questão da regularidade da oferta de oxigênio para o coração. O autor apresentou uma
esquematização no qual o pico de fluxo sanguíneo das coronárias acaba afetando a
eficiência e contratibilidade do coração, ocasionando um débito cardíaco máximo.
Este fato, se reflete na eficência músculo-esquelética alcançado pelo volume de
trabalho limitando o débito cardíaco. Seria um mecanismo de proteção contra
possíveis danos resultantes da falta de oxigenação.
Platonov (2008) destaca dois tipos de comportamentos da fadiga associada na
relação cargas de treino\competições: a fadiga visível e a fadiga oculta. A fadiga
visível por se apresentar espontaneamente após as cargas, é de fácil resolução e
controle durante os processos de recuperação, pois não é cumulativa. Em
contrapartida, a fadiga oculta, caracterizada pela dificuldade de identificação, pode
gerar risco de overtraining resultante do seu acúmulo residual.

75
Quadro 29 – Características comportamentais da fadiga
Fadiga Aguda Não- residual Compensatória Risco de
Visível overreaching
Fadiga Crônica Residual Não- Risco de
Oculta compensatória overtraining

O overreaching e o overtraining são duas síndromes decorrentes do exercício e


sua relação com a fadiga (desequilíbrio entre as cargas e a recuperação). No caso do
overreaching, tal estado ocorre de forma aguda, transitória e, pode ser revertido com
métodos de recuperação apropriados. Já o overtraining ou sobreuso, refere-se a uma
síndrome multifatorial de característica mais grave. Seu diagnóstico não é fácil e,
quanto mais precocemente for identificado, maiores as chances de uma recuperação.
É marcante uma sensação de estafa prolongada por parte do atleta, não conseguindo
realizar as sessões de treino com a mesma frequência, intensidade e duração
anteriormente acostumado. Os sintomas alternados de cansaço e excitação cercam o
sistema nervoso simpático. No sistema nervoso parassimpático, a inibição e
depressão são marcantes. O tratamento do overtraining envolve várias situações
complexas, tais como: reduções nas cargas de treino, mudanças no tipo de
treinamento e até afastamento dos treinos. Intervenções multidisciplinares com
psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, médicos e outros profissionais se fazem
obrigatório. Métodos de diagnóstico podem ser efetuados por via bioquímica ou
indicadores psicométricos (POMS, RPE, REST-Q Sport) (Costa & Samulski, 2005).

76
14.0 - FADIGA NO FUTEBOL

O futebol é um esporte com imprevisíveis variações de movimentos alternando


o seu tipo, duração e frequência. Então, uma partida com duração total de noventa
minutos, é um grande elemento potencializador de fadiga (Bangsbo et al, 2007). Isso
devido principalmente aos movimentos repetitivos de corridas, sprints, mudanças de
direção e colisões físicas com diferentes graus de magnitude.
De acordo com Russell et al (2011), no futebol, a fadiga afeta diretamente a
proeficiência técnica e tática, assim como as ações técnicas coletivas e individuais.
Na prática, os indicadores mais utilizados para mensurar o nível de estresse
fisiológico da fadiga são a creatinaquinase (CK), relação testosterona\cortisol,
lactatodesidrogenase (LDH), testes neuromusculares (salto vertical, salto
contramovimento, etc), questionários de percepção subjetiva do esforço (PSE,
POMS, etc), entre outros.
Estudando os efeitos da fadiga em jogadores de futebol, Greig & Siegler
(2009) investigaram acerca do pico de força excêntrico do músculo isquiotibial
durante um jogo simulado de noventa minutos. Antes do jogo e durante o intervalo de
quinze minutos, os jogadores foram submetidos a uma avaliação isocinética da
musculatura flexora do joelho. Os resultados apontaram para uma redução
significativa no pico de torque em função do tempo de andamento da partida. Tal
fato, é um indicador de grande risco de lesões nos isquitibiais nas partidas, devido
principalmente, pela constante utilização de movimentos explosivos.
Os efeitos da fadiga no futebol feminino dinamarquês foram estudados. As
avaliações incluíam o salto contramovimento, teste 30 metros de sprints e o teste Yo-
Yo de resistência intermitente. No teste Yo-Yo a queda ocorrida foi de 62% após a
partida em relação ao início (484+\-50m versus 1265+\-133m, p<0,05). No teste de
sprints 30 metros a queda foi de 4% mais lento no fim do jogo, em relação ao estado
de repouso (5,06+\-0,06 segundos versus 4,86+\-0,06 segundos). O salto
contramovimento não foi afetado pela fadiga decorrente da partida. Os autores
reportam que os efeitos da fadiga são mais evidentes com a aproximação do final do
segundo tempo do jogo (Krustrup et al, 2010).
A fadiga neuromuscular em atividades intermitentes é dependente da
velocidade de contração muscular. Segundo Morel et al (2015) os mecanismos da
fadiga são induzidos pela força-velocidade empregada nas contrações musculares.
A magnitude da fadiga afeta a precisão dos movimentos técnicos. Lyons et al
(2006) verificaram que quanto maior o grau de fadiga no qual os jogadores foram
submetidos, ocorrem interferências significativamente negativas no desempenho do
passe em um teste específico.

77
14.1 - Glicogênio

A depleção nos estoques de glicogênio muscular e hepático, com a finalidade


de preservar níveis adequados de glicemia durante uma partida é considerado um
fator indutor de fadiga. Nas atividades intermitentes de alta intensidade que ocorrem
no futebol, ao iniciar as partidas com glicogênio depletado, podem ocorrer reduções
na capacidade de desempenho do jogador para manter deslocamentos em ritmos
elevados, principalmente no segundo tempo da partida. Evidências realizadas por
meio de biópsia do músculo vasto lateral, demonstram uma grande utilização de
glicogênio nas fibras de contração rápida (287,4+\-41,2 mmol de glicose por unidade)
quando comparado as fibras de contração lenta (182,2+\-34,5 mmol de glicose por
unidade, p<0.05) neste tipo de exercício (Nicholas et al, 1999). Uma ingestão
alimentar adequada no aporte de carboidratos durante os respectivos períodos de
alimentação diários poderiam sanar essa deficiência. Assim como, a suplementação
de carboidratos pré-jogo, aliado a uma hidratação com líquidos carboidratados
durante a partida.

14.2 - Desidratação

Sendo uma atividade aberta, outro fator contribuidor de fadiga no futebol são
as condições climáticas que os jogadores estão expostos (Mohr et al, 2005). A
desidratação acima de 2% do peso corporal já reflete indícios de fadiga. A evaporação
do suor é o mecanismo essencial para termorregulação do organismo. Neste quesito, a
umidade relativa do ar (URA) é tida como a grande inimiga das atividades esportivas
sujeitas a variações do clima. O aumento da URA leva a diminuição da taxa de
evaporação do suor presente na superfície cutânea da pele, e ocasiona uma menor
liberação do calor corporal, podendo levar o atleta a injúrias de ordem térmica
(Carvalho & Mara, 2010). Machado-Moreira et al (2006) revisaram as
recomendações da National Athletic Trainer´s Association (NATA) acerca da
reposição de fluídos na prática esportiva. A NATA recomenda ingestão de 500-600ml
de água ou bebida hidroeletrolítica de duas a três horas antes do exercício, e 200-
300ml 10-20 minutos antes da atividade. Durante o exercício, a percepção da sede e o
estado climático é que irão determinar a ingestão de líquidos pelos jogadores.
Existem indicadores para avaliar o status hídrico do atleta (quadro 30).

78
Quadro 30 – Índices do estado de hidratação
Estado de % Coloração Gravidade
Hidratação Peso Corporal da Urina da Urina
Eu-hidratação +1 a -1 1 ou 2 < 1010
Desidratação -1 a -3 3 ou 4 1010 - 1020
mínima
Desidratação -3 a -5 5 ou 6 1021 - 1030
significativa
Desidratação grave > -5 >6 > 1030
(NATA apud Moreira-Machado et al, 2006)

A maioria dos pesquisadores tem investigado a questão da hidratação em


relação à atividade competitiva, ou seja, durante partidas simuladas ou reais, como
também durante as sessões de treino (Andrade-Souza et al, 2015 ; Gordon et al,
2015 ; Salum & Fiamoncini, 2006).
O controle do peso corporal durante uma sessão de treino físico\técnico de
duas horas e trinta minutos de duração foi investigada por Salum & Fiamoncini
(2006). Foram encontradas diferenças na percentagem de peso corporal perdido nos
jogadores conforme a função tática que desempenham; sendo os maiores valores de
perda para os goleiros (-1,78%) e os menores para os atacantes (-0,76%).
A questão da desidratação para Mohr et al (2005) implica em grandes perdas
hídricas numa partida em condições climáticas termo-elevadas, oscilando de 3 a 5
litros, conforme variabilidade individual dos jogadores.
Em futebolistas profissionais do Chile (n=156), Castro-Sepúlveda et al (2015)
encontraram 0,6% de estado euhidratado, 9% de desidratação mínima, 76,9% de
desidratação significativa e 13,5% de desidratação séria em condições de pré-treino.
A fadiga decorrente da desidratação afeta a função muscular. A força
isocinética, isométrica e a potência da musculatura flexora\extensora dos joelhos em
futebolistas, indicaram que a reposição de fluídos durante noventa minutos de
treinamento, não conseguiu compensar as reduções nos níveis da força e velocidade
de sprints (Ali & Williams, 2013). Ao verificarem os efeitos de um clima quente
sobre a performance muscular de jogadores de futebol, Mohr et al (2010) mostraram
quedas no desempenho dos valores de repetidos saltos contramovimentos (-2,6%) e
três séries de sprints de 30 metros (-8,2%), após partida de jogo amistoso de dois
tempos de quarenta e sete minutos por um intervalo de quinze minutos. Na Copa do
Mundo FIFA 2014, realizada no Brasil, Nassis et al (2015) analisaram a associação
existente entre o estresse do clima quente e a performance dos jogadores. Nos 64
jogos estudados, o número de sprints e a distância percorrida em alta intensidade
foram menores conforme a elevação da temperatura. Todavia, a velocidade de pico

79
das ações, como também o número de passes bem sucedidos, não foram
significativamente afetados tanto em elevadas como em baixas temperaturas.
Chegaram a conclusão que futebolistas de elite conseguem criar uma modulação das
atividades motoras nas partidas, a ponto de manter a preservação das características
globais do jogo independente do clima.
Na revisão de Monteiro et al (2003) sobre a hidratação direcionada aos
futebolistas, salientam que o desempenho somente pode ser melhorado se o líquido a
ser consumido contiver além da água, o carboidrato. Estratégias como hiper-
hidratação na semana pré-partida, aclimatação e alterações nas regras do jogo que
permitissem os atletas ingerirem líquidos a qualquer sinal de sede, tornariam a fadiga
induzida por desidratação menos provável.
A indumentária, ou seja, os uniformes usados pelos jogadores de futebol
influenciam o ganho e\ou a perda de calor, afetando a eficiência do processo de
hidratação. Uniformes de tecidos com fibras sintéticas, permitem uma transferência
eficaz do calor e umidade da pele para o meio ambiente. As cores escuras dos
uniformes atraem e absorvem os raios solares promovendo ganhos de calor. Em
contraste, uniformes de cores claras dissipam calor mais facilmente por refletirem
raios luminosos para longe do corpo (MacArdle et al, 2011). Os referidos
pesquisadores citam alguns fatores que influenciam o efeito de isolamento da
vestimenta nos atletas: velocidade do vento, movimentos corporais, roupas aderentes
ou folgadas, transferência de vapor da água e fator de eficiência por permeação.
Somando-se a isto, a cor da pele dos jogadores segue o mesmo princípio aplicado a
cor dos uniformes.

14.3 - Propriocepção

A fadiga causa interferências de ordem negativa nos mecanismos de


propriocepção. O controle neuromuscular com o intuito de manter a estabilidade
muscular dinâmica, por meio de aferências proprioceptivas dos receptores da
periferia para centros superiores e as respostas motoras são afetadas pela fadiga. Uma
redução e\ou déficit proprioceptivo sensorial do movimento e da posição articular no
controle postural se torna um agente indutor de lesões, devido principalmente aos
efeitos da fadiga no tempo de reação muscular em tarefas que exigem respostas
musculares em condições extremamente rápidas (Santos Silva et al, 2006 ; Zazulak et
al, 2007).
Nos jogos de futebol, a queda nas respostas proprioceptivas músculo-
articulares, devido a fadiga imposta pelas cargas, ocasionam disfunções nos
mecanorreceptores, podendo levar os atletas a lesões (Cerulli et al, 2001 ; Greig
&Walker-Johnson, 2007 ; Mohammadi & Roozdar, 2010). Segundo Ergen & Ulkar
(2008) uma articulação ou membro em movimento, são dependentes diretamente do
feedback proprioceptivo na percepção consciente ou inconsciente das ações motoras.

80
14.4 - Fatores adicionais limitantes do desempenho no futebol

O futebol com sua característica de esforços alternantes curtos de máxima ou


supramáxima intensidade por períodos de recuperação variáveis, acaba exigindo dos
jogadores a capacidade de reproduzir e manter repetitivos sprints. Sendo assim, a
presença da fadiga tende a limitar a execução dessas ações motoras.
Na visão de Girard et al (2011), nos esportes coletivos como o futebol, a
habilidade do jogador em repetir inúmeros sprints durante uma partida sem queda na
sua velocidade, é condição crucial do desenvolvimento físico. A revisão dos autores
acerca dos fatores limitantes na habilidade de executar repetitivos sprints, estão
enunciados: fatores musculares (excitabilidade muscular, limitações no suprimento de
energia, acumulação de metabolitos), fatores neurais (unidade neural, estratégias de
recrutamento muscular) e outros (regulação do stiffness muscular, perturbações
ambientais).

Quadro 31 – Resumo dos fatores limitantes na capacidade de reproduzir sprints


Aspecto Fator Condição Fisiológica
Muscular Excitabilidade muscular Distúrbios iônicos

Muscular Limitações no suprimento Recuperação parcial dos


de energia estoques de ATP nas fibras
de contração rápida
Muscular Limitações no suprimento Inibição na utilização do
de energia sistema anaeróbio
glicolítico nos sprints
subsequentes
Muscular Limitações no suprimento Limitação na contribuição
de energia do sistema oxidativo de
produção de ATP nos
sprints finais de acordo
com o valor de VO2máx
do atleta
Muscular Acúmulo de metabolitos Acidose metabólica inibe a
atividade do ATP derivada
da glicólise
Muscular Acúmulo de metabolitos Acréscimos no fosfato
inorgânico afetam a
liberação de cálcio no

81
retículo sarcoplasmático
e\ou sensibilidade
miofibrilar
Neural Unidade neural Reduzida eficiência na
geração de comando motor
com reflexos na atividade
cerebral elétrica
Neural Estratégia de recrutamento Com a fadigabilidade das
muscular fibras de contração rápida,
ocorre relativa contribuição
das fibras de contração
lenta na geração de força
Outros Regulação da rigidez Manutenção de níveis
muscular (stiffness) adequados de stiffness
muscular é condição básica
para suportar fadiga
durante séries de sprints
Outros Perturbações ambientais Execução dos exercícios
em condições de altitude e
climáticas extremas
(Adaptado de Girard et al, 2011)

82
15.0 - MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO

No meio esportivo, os recursos recuperativos são empregados com a finalidade


de restaurar o organismo dos atletas das cargas a que são submetidos nos treinos e
competições, com isso, prevenindo contra efeitos residuais da fadiga e permitindo um
adequado restabelecimento e otimização das funções físicas e mentais.
Na literatura sobre recuperação, temos observado um detalhe que passa
desapercebido por alguns autores. As pesquisas tem se apegado a apresentar meios e
métodos de recuperação imediata, negligenciando o conhecimento do tempo de
recuperação das capacidades biomotoras treinadas. Neste sentido, Marques Junior
(2012) preconiza ser essencial o preparador físico conhecer a recuperação das
diversas capacidades biomotoras, melhorando o planejamento das sessões de treino
subsequentes. O quadro 32 apresenta os intervalos de tempo recuperativo das
capacidades biomotoras.

Quadro 32 – Tempos de recuperação das capacidades biomotoras


Treinamento Período de Recuperação
Partida ou Jogo 24h a 72h
Técnico ou Técnico-Tático 6 a 24h
Força Máxima ou Força Rápida 24h
Resistência de Força Rápida ou Resistência 48h
Muscular Localizada (RML)
Salto em Profundidade (Iniciação) 24h
Salto em Profundidade de Força Rápida 48h
Salto em Profundidade de Força Máxima 72h
Anaeróbio Alático, Anaeróbio Lático e 24h a 48h
Aeróbio
Agilidade 6h
Flexibilidade 24h
(Adaptado de Marques Junior, 2012)

Entre os procedimentos de recuperação pós-treino e\ou jogo mais conhecidos e


utilizados estão os meios passivos e ativos.
Recuperação passiva engloba meios mais elementares, entre eles, o principal: o
sono. Visa o restabelecimento de viagens prolongadas, e das cargas de treino\jogos

83
com 9 a 10 horas de sono por dia, principalmente durante a noite (Bompa & Haff,
2012).
Os meios de recuperação ativa consistem em estratégias de grande potencial;
desaquecimento ativo, massagem, termoterapia, crioterapia, eletroestimulação, roupas
compressivas, oxigênioterapia, farmacologia e técnicas nutricionais.(Bompa & Haff,
2012 ; Feitosa, 2013 ; Goto & Morishima, 2014).

84
16.0 - RECUPERAÇÃO NO FUTEBOL

A sequência ininterrupta de sessões de treino e partidas causam um


desequilíbrio orgânico podendo levar os jogadores a fadiga muscular, falta de energia
e esgotamento, podendo resultar em overtraining. Além disso, tais sinais podem
intensificar o aparecimento de lesões, baixa resistência física e imunológica. De fato,
se não houver uma recuperação correta dos parâmetros físico-orgânico-imunológico
dos atletas, os mesmos não apresentarão um bom desempenho para as próximas
sessões de treino ou partidas (Feitosa, 2013).
A recuperação está atrelada ao processo da fadiga, buscando o
restabelecimento da capacidade de trabalho. Não implica necessariamente em retorno
do organismo do atleta ao estado normal. E sim, que as reações orgânicas após as
cargas são conservadas e reforçadas, para posteriormente com a recuperação ocorrer a
situação de supercompensação (Platonov, 2008).
No futebol, suas atividades motoras implicam em solicitações predominantes
do ciclo alongamento-encurtamento que estão relacionadas ao rompimento de
material miofibrilar e danos nas citosinas. Checchi (2013) cita também mudanças
hormonais, hematológicas, alterações no humor e apetite, que podem ocorrer em uma
situação de sub-recuperação dos treinos ou jogos.

16.1 - Massagem

A massagem tem sido utilizada na recuperação física de atletas como elemento


restaurador durante e após as atividades.
Pode ser considerada como um agente recuperador da fadiga, atuando na
melhora da circulação, redução da hipertonicidade e remoção de metabolitos como o
lactato.
Cassar (2001) ao se referir a massagem com fins terapêuticos, cita os diferentes
tipos de técnicas: deslizamento, compressão, massagem linfática, percussão, fricção,
vibração, agitação e trabalho corporal.
Em treinos de força, Marchetti & Gonçalves (2006) avaliaram o efeito da
massagem entre as séries no exercício mesa flexora unilateral do membro não
dominante até a fadiga. Os resultados indicaram que a massagem promove aceleração
do processo recuperativo e pode ser considerada uma intervenção efetiva na
recuperação pós-séries no treino de força.
No futebol, Lopes et al (2009) investigaram os efeitos da massagem na
remoção do lactato após uma sessão do treino de caráter anaeróbio. O protocolo
envolvia cinco tiros e no grupo intervenção, a massagem (técnicas de deslizamento
superficial e profundo) era aplicada logo em seguida aos exercícios durante dez
minutos. Após esta fase era executado um repouso ativo a 50% VO2máx durante dez

85
minutos. Na comparação do grupo com a intervenção da massagem em relação ao
grupo controle, apresentou velocidade de remoção 18,7% mais rápida. Concluíram
que a massagem pode ser um meio efetivo para remoção do lactato quando
empregada com outra estratégia recuperativa.

16.2 - Crioterapia

No futebol e em outras modalidades desportivas a crioterapia é um método de


recuperação muito utilizado que apresenta benefícios.
Crioterapia inclui técnicas de recuperação com o uso de gelo ou baixas
temperaturas atingindo os tecidos para controle das dores, inflamações e lesões.
Entre os efeitos proporcionados pela crioterapia incluem-se a diminuição da
velocidade de condução das vias sensitivas e motoras.
Após a aplicação da crioterapia, Brancaccio et al (2005) relatam que ocorre
uma diminuição do fluxo sanguíneo local, levando a diminuição do metabolismo e
minimizando danos teciduais causados pela hipóxia. Os autores pesquisaram o uso da
crioterapia em ratos treinados e sedentários sobre uma lesão muscular provocada no
gastrocnêmio direito. Houve diminuição na desorganização das fibras na lesão dos
ratos treinados em comparação aos sedentários. Também, neste estudo, a crioterapia
minimizou a ectasia vascular e angiogênese. Podemos especular que a crioterapia
beneficia mais indivíduos treinados. Todavia, é necessário averiguar o tipo de
atividade envolvida (aeróbia ou anaeróbia).
Na musculatura do quadríceps, Carvalho et al (2012b) verificaram a
efetividade de duas modalidades de crioterapia: sacos com gelo e sacos contendo
mistura de gelo e água. Nos resultados, ambas as variações produziram resfriamento
da musculatura. A técnica que empregou mistura de gelo e água ocasionou
resfriamento maior.
Um indicador muito utilizado no futebol visando a recuperação completa dos
jogadores é a creatinaquinase (CK). É um marcador da intensidade dos esforços
desenvolvidos, que produz respostas inflamatórias e declínio da função anaeróbia nas
72 até 96 horas pós-partidas (Checchi, 2013).
Os efeitos da crioterapia sobre a concentração de CK em futebolistas foi
estudada por Figueiredo-Freitas et al (2006). O delineamento consistia na realização
de tiros em alta velocidade nas distâncias de 5, 10, 20 e 30 metros tentando
reproduzir deslocamentos específicos da partida. Após a realização dos exercícios, os
atletas imergiam os membros inferiores em uma banheira contendo água e gelo, cuja
temperatura se manteve em torno de 8 graus. O tempo de imersão total foi de 15
minutos, onde após 24, 52 e 76 horas eram coletados amostras de sangue. O grupo
controle realizou os mesmos exercícios do programa sem a imersão e, com a
execução de repouso passivo. Nos resultados, o grupo submetido ao tratamento
crioterápico apresentou níveis de concentração de CK duas vezes maiores após 24
horas da realização dos exercícios (p< 0,05). Concluíu-se que no desenho

86
experimental aplicado, a crioterapia propiciou uma recuperação na meia-vida da CK
sérica.
Ascensão et al (2011) compararam duas técnicas de recuperação nos jogadores
de futebol: imersão em água fria (10 graus) e imersão em água termoneutra (35
graus) durante dez minutos. Nos dois grupos foram mensurados índices de dano
muscular (CK e mioglobina), inflamação (proteína reativa C), função neuromuscular
(squat jump , salto contramovimento, sprint de 20 metros e força máxima isométrica
do quadríceps) e dor muscular de início tardio (antes, 30 minutos antes do fim, 24 e
48 horas depois da partida). A percepção de frio foi maior no grupo imersão em água
fria (média 7) em relação ao outro grupo (média 0,5). Acréscimos na atividade da CK
24 e 48 horas após tratamento foram maiores no grupo termoneutro. Houve aumento
na mioglobina em ambos os grupos sem diferenças significativas. Concentrações de
proteína reativa C foram elevadas em ambos grupos, sendo maior no termoneutro
(p<0,05). Os testes de saltos sofreram quedas nos valores, sendo após 24 horas no
squat jump e 24 e 48 horas no salto contramovimento no grupo termoneutro. Os
testes de sprint não foram afetados em ambos grupos. Queda na força isométrica do
quadríceps foram notadas após 24 e 48 horas no tratamento termoneutro, enquanto no
grupo água fria somente após 48 horas. Concluíram que a crioterapia na forma de
imersão em água fria imediatamente após partida é um meio redutor dos marcadores
de dano muscular.
Na questão sobre remoção do lactato sanguíneo após atividade motora, Baroni
et al (2010) verificaram que a crioterapia de imersão por dez minutos (a 5 graus)
mostrou-se menos efetiva quando comparado a recuperação passiva.
Merece destaque uma informação sobre a crioterapia apresentada por Feitosa
(2013). De acordo com ele, existem jogadores que não se adaptam bem a crioterapia,
devido a uma hipersensibilidade extrema a baixas temperaturas. Acredita que deve
ser usado o bom senso quanto a aplicabilidade ou não da crioterapia em futebolistas.

16.3 - Técnicas adicionais de recuperação

Entre as técnicas recuperativas adicionais temos a termoterapia,


eletroestimulação, terapia de contraste, imersão em água, drogas anti-inflamatórias,
estratégias nutricionais, oxigênioterapia, roupas compressivas e o sono.
A termoterapia se utiliza do calor para provocar aquecimento no corpo
(imersão em água com temperatura morna ou quente, saunas, banheiras de
hidromassagem quentes, banhos de vapor, bolsas quentes e uso de lâmpadas
infravermelhas) (Bompa & Haff, 2012).
Eletroestimulação, segundo Feitosa (2013) consiste no emprego da corrente
elétrica para provocar contrações musculares que intensificam a circulação e
oxigenação eliminando toxinas. É um procedimento feito por meio de aparelho
portátil que usa correntes de onda (corrente galvânica e correntes variáveis).
Na terapia de contraste, o emprego de meios físicos como o calor e o frio de

87
forma alternada produzem alterações no fluxo sanguíneo, redução do inchaço,
diminuição das respostas inflamatórias e dos espasmos musculares, assim como altera
a percepção de dor (Bompa & Haff, 2012).
Imersão do corpo ou partes corpóreas no meio líquido proporciona por meio
da pressão hidrostática, estímulos no fluxo sanguíneo com um aumento na taxa de
reposição energética, estimula os proprioceptores cutâneos, e faz a eliminação dos
resíduos que melhoram a recuperação.
A oxigênioterapia é a inalação de oxigênio concentrado ou misturas de gases
que causam um aumento temporário na saturação de oxigênio no sangue e tecidos,
acelerando a recuperação após atividades de cargas intermitentes (Pupis et al, 2013).
Roupas compressivas são empregadas para tratamento das desordens
inflamatórias. Aplicando a compressão, cria um gradiente de pressão que reduz os
espaços para formação de inchaço, hemorragia e hematomas. Em medicina, elas são
usadas no tratamento preventivo da trombose. Na prática esportiva, seus benefícios
incluem aumento no retorno venoso, improvisa filtração capilar de grande volume
sanguíneo e ajuda a remover sub-produtos (Davies et al, 2009).
O uso de drogas anti-inflamatórias não esteróides tem sido usado como meio
recuperativo. Seu emprego tem como finalidade estimular uma recuperação aguda da
função muscular e minimizar dores musculares. No entanto, anti-inflamatórios não
esteróides devem ser prescritos com cautela, pois sua utilização crônica pode atenuar
a síntese proteíca induzida pelos exercícios de força (Bompa & Haff, 2012).
Entre as estratégias nutricionais recuperativas no futebol, Fernandes (2015)
cita a hidratação (repor água e eletrólitos), alimentação (repor glicogênio e proteínas)
e suplementos adicionais.
O sono é uma variável recuperativa. Quantidades adequadas de horas dormindo
e o sono de qualidade (sem ruídos, sem luzes, local apropriado, etc), permitem uma
oportuna restauração psicofísica. De particular contexto são as inúmeras viagens em
que os atletas são submetidos. Viagens a nível nacional são pouco ou muito
desgastantes conforme o meio de transporte utilizado e quantidade de horas. Já nas
viagens internacionais, os desajustes no ritmo circadiano são mais evidentes, podendo
ocasionar alguns sintomas negativos, tais como: dificuldades com sono, desempenho
cognitivo reduzido, perda de motivação, irritabilidade, perda de apetite, entre outras
(Bompa & Haff, 2012). Para Nédélec et al (2015) o sono antes e após as partidas
sofre efeitos potenciais estressores: o efeito ¨primeira noite no hotel¨, a excitação pré-
pós jogo, o brilho das luzes policromáticas do estádio, iluminação dos aparelhos
eletrônicos (celular, televisão, tablet, etc), tempo de cochilo durante o dia, mudanças
na temperatura ambiente e efeito cumulativo da fadiga nas viagens da temporada.
Esses fatores provocam irregularidades no padrão de sono dos jogadores que irão se
refletir em quedas no desempenho.
Um estudo sobre recuperação após partidas demonstra a importância e os
efeitos das diferentes estratégias de recuperação e, que pode ser utilizado no futebol
foi orientado por Gill et al (2006). Na pesquisa, com vinte e três jogadores de rugby
profissionais da Nova Zelândia, o objetivo era descobrir qual de quatro estratégias

88
recuperativas seria a mais eficiente após partida. As quatro tipos de estratégias
envolvidas: recuperação passiva (nove minutos sentado no banco e devidamente
hidratado), recuperação ativa (exercício de baixa intensidade no cicloergômetro por
sete minutos), terapia de contraste (imersão de um minuto em água fria de 8-10
graus, alternando com dois minutos na água quente de 40-42 graus, durante nove
minutos), roupa compressiva (vestir uma roupa de compressão nos membros
inferiores usando até a manhã seguinte, aproximadamente doze horas). Foram
coletados as amostras de CK, 3,5 horas antes e imediatamente após quatro jogos, e às
36 e 84 horas após as partidas. O quadro 33 apresenta a efetividade dos diferentes
meios de recuperação empregados.

Quadro 33 – Efetividade dos meios de recuperação em jogadores de rugby


Técnica de Recuperação Recuperação após 84 horas
Recuperação Ativa 88,20%
Roupa Compressiva 84,40%
Terapia de Contraste 85,00%
Recuperação Passiva 39,00%
(Adaptado de Gill et al, 2006)

As estratégias de recuperação apresentadas podem ser aceleradas com o uso


combinado de duas ou mais modalidades restauradoras. Existe a possibilidade de
implementar um número infinito de combinações de acordo com as necessidades
específicas do esporte (Bompa & Haff, 2012).

89
17.0 - LESÕES NO FUTEBOL

Sendo o futebol considerado um esporte de contato, acaba tornando os


jogadores mais suscetíveis ao risco de lesões musculoesqueléticas se comparado a
outras modalidades de não-contato. Porém, devemos nos atentar ao fato de que
mesmo sendo um esporte de contato, acabam ocorrendo lesões de não-contato nas
partidas e\ou treinos. O que observamos na mídia em relação as lesões de não-
contato, seriam lesões decorrentes de microtraumatismos de repetição, lesões de
fadiga dos treinos, lesões decorrentes da fadiga de jogo e, alguns casos de lesões
cardíacas agudas.
Em pesquisas analisadas, percebemos que os autores tomam o cuidado inicial
de definir lesão segundo os objetivos e critérios do respectivo estudo. No nosso caso,
consideraremos como lesão qualquer acometimento de ordem musculoesquelética ou
trauma no jogador, que o leve a sofrer atendimento médico imediato ou posterior,
tanto nos treinos como nas partidas, podendo levá-los ao afastamento por dias ou
meses, como somente momentâneo.
As lesões são uma problemática corriqueira no futebol. Na contratação de
novos jogadores para o elenco são realizados exames aprofundados na intenção de
descobrir eventuais lesões existentes ou mal recuperadas. Os clubes se preocupam
cada vez mais com o tempo de afastamento dos seus jogadores devido ao elevado
custo monetário\financeiro na sua recuperação. Além disso, existe uma pressão muito
grande no ambiente futebolístico para que o jogador retorne precocemente do
tratamento. Essa pressão exercida pelo retorno envolve o risco do jogador perder ou
ser desvalorizado na sua titularidade e\ou função. Também acontece a necessidade do
treinador, patrocinadores e dirigentes para com a presença imediata do jogador-chave
na equipe.
Os fatores causadores de lesões no futebol podem ser divididos em: intrínsecos
e extrínsecos. Fatores intrínsecos relacionam-se com o desempenho muscular
(fraqueza muscular, instabilidade, fadiga e falta de flexibilidade). Quanto aos fatores
extrínsecos, estão incluídos o meio ambiente, terreno de jogo, equipamento, regras do
jogo, etc (Marujo, 2014).
As lesões estão presentes em sua maioria nos membros inferiores e em
futebolistas masculinos. A prevalência de lesões ocorrem no joelho, coxa, tornozelo e
lesões por fadiga. Sua frequência é maior durante as partidas quando comparadas
com os treinamentos (Costa, 2011).
A gravidade de uma lesão pode ser deduzida baseando-se no tempo de
afastamento do atleta. Neste sentido, Checchi (2013) apresenta uma classificação:
lesão ligeira (de 1 a 3 dias de ausência), lesão leve (de 3 a 7 dias de ausência), lesão
moderada (de 8 a 28 dias de ausência) e lesão grave (acima de 28 dias de ausência).
No futebol feminino, Berredo & Malschik (2010) aplicaram um inquérito de
morbidade a dezenove jogadoras de dois clubes do Distrito Federal. A frequência dos

90
locais anatômicos de acometimento foram o tornozelo (16), ombro (04), mão (01),
dedo (01), lombar (01), pelve\sacro (01), coxa (02), joelho (06) e perna (02). Quanto
ao tipo de lesão, as citadas: ligamentar (10), fratura (04), luxação\subluxação (01),
muscular (02), entorse (10), outros (03) e sem diagnóstico (04). As lesões de contato
foram predominantes (64,70%) em relação as de não-contato (35,30%). Dos relatos
de 33 lesões totais, o tempo mediano de afastamento foi de 15 dias (0-730).
Nesta formatação de estudo supracitada (inquérito de morbidade), Barbosa
(2014) ao investigar 198 futebolistas com idade compreendida de 12 a 18 anos,
verificou baixa correlação do viéis recordatório de lesões dos atletas no período de
quatro meses de acompanhamento. Talvez, o inquérito recordatório não seja um
instrumento tão confiável para pesquisas sobre lesões. Acreditamos que o ideal seria
uma ficha individual do histórico do jogador no departamento médico\fisioterápico
para melhor controle das lesões, tratamentos e\ou cirurgias realizadas na temporada.
Nascimento et al (2015) estudaram vinte e cinco jogadores profissionais
paraenses na temporada 2013, por meio de uma pesquisa transversal descritiva. Da
amostra total, 36% relataram ter sofrido lesões na temporada. Foram registrados onze
tipos de lesões, sendo que alguns jogadores apresentaram mais de uma lesão. Os tipos
de lesões citadas e o seu respectivo percentual: entorse de tornozelo (18,18%),
distensão de coxa (18,18%), luxação de joelho (9,09%), entorse de joelho (18,18%),
contusão (9,09%), lombalgia (18,18%) e tendinite (9,09%). A maioria das lesões foi
por contato mecânico direto (36,36%) e por sobrecarga repetitiva (27,27%). A
ocorrência se deu em sua maioria durante os treinos (54,54%) quando comparado
com os jogos (45,45%) e, a função tática mais afetada foram os meio-campistas
(44,44%).
No futebol amador masculino do interior de São Paulo, Zanuto et al (2010)
acompanharam cinquenta jogadores de dez equipes durante uma competição quanto
aos indicadores de lesões. Ao final do campeonato encontraram 0,40 lesões por jogo,
equivalente a 12,0 lesões por 1000 horas\atleta. No quesito circunstâncias das lesões,
57% ocorreram por contato e 43% sem contato. Quanto a gravidade da lesão, 43%
foram consideradas leves, 33% moderadas e 24% graves. Os locais acometidos
incluem a coxa (38%), tornozelo (24%), joelho (10%), perna (10%), membros
superiores (10%), pé (5%) e tronco (5%). Os mecanismos de lesão foram por trauma
(38%), entorse (38%), aceleração (14%) e chute (10%). Os autores destacam que os
números notificados de lesões deste estudo são considerados inferiores aos jogadores
profissionais, devido ao acontecimento de lesões serem proporcionais aos níveis de
atuação.
Em competições internacionais, como a Copa América de 2011 na Argentina,
foram investigados as lesões. Em vinte e seis partidas realizadas, 26 jogadores
lesionaram-se e acumularam 63 lesões. Estimando a incidência, os autores
encontraram valores de 2,42 por 1000 horas de jogo por partida disputada. Os
membros inferiores foram acometidos por 54 lesões (85,7%) e 09 (14,3%) no resto do
corpo. A distribuição das lesões por segmentos corpóreos foram assim dispostas:
joelho (09 casos), perna (04 casos), coxa (03 casos), tornozelo (02 casos), pé (02

91
casos), face (02 casos), tórax (01 caso), mão (01 caso) e ombro (01 caso). Nos quinze
minutos finais das partidas ocorreram as predominâncias de lesões (Pedrinelli et al
2013).
Estudos longitudinais nos permitem uma melhor interpretação do ¨fenômeno¨
lesão esportiva. Sendo assim, encontramos um estudo de caráter longitudinal
desenvolvido por Dias (2011) com futebolistas de elite. O autor acompanhou três
temporadas consecutivas (2006-2009) recolhendo dados durante os treinos e as
partidas disputadas. Neste período foram encontradas 167 lesões, equivalente a um
padrão de incidência de 7,2 (5,8-8,6) lesões por 1000 horas de exposição. Nos jogos a
incidência foi maior que dos treinos. O tempo de afastamento dos jogadores da
primeira temporada em relação a terceira diminuiu (24,6 versus 9,0 dias, p<0,05).
Concluiu que a manutenção da equipe multidisciplinar no decorrer das temporadas
contribuiu para estes resultados.
Os goleiros no futebol também são acometidos por lesões. Os goleiros
amadores estão sujeitos a maior incidência de lesões quando comparados aos goleiros
de equipes profissionais (Schmitt et al, 2008). Mihalik et al (2005) assentam para um
caso de fratura maxilofacial e trauma dental em um goleiro após choque traumático
na face com o joelho de um jogador adversário. Ademais, outras lesões envolvem o
goleiro: ruptura parcial do bíceps braquial (Lopez-Zabala & Fernández-Valencia,
2013), fratura distal do rádio (Kraus et al, 2007), fraturas de tíbia e fíbula (Bopen et
al, 1999), entre outras. Strand et al (2011) encontraram taxas de incidência de lesões
nos goleiros norueguêses na ordem de 27,9 por 1000 horas durante os jogos, 23,6
para o treino específico de goleiros e 9,1 para outros tipos de treinamentos
futebolísticos. Neste mesmo estudo, 36% das lesões acometeram os membros
superiores dos goleiros, em especial referência ao ombro.
Em termos musculares, Paschoal et al (2013) reportam as percentagens de
lesões nos jogadores como sendo 37% para os isquiotibiais, 23% para os adutores,
19% para o quadríceps e 13% na panturrilha.
Ao analisar os meses de maior ocorrência de lesões numa temporada, Monteiro
et al (2014) citam outubro e novembro. Isso se deve, em parte, por serem meses de
final da temporada no Brasil, o que agravaria o surgimento das lesões por estado de
fadiga.

17.1 - Joelho no Futebol

O joelho é uma articulação elaborada para dar estabilidade e mobilidade aos


membros inferiores. O joelho sustenta forças equivalentes a 4-6 vezes o peso
corporal. Os movimentos funcionais do joelho de flexão, extensão e rotação axial são
controlados entre as estruturas ósseas, ligamentos, meniscos, e os músculos ao seu
redor. O LCA é considerado mais fraco e suscetível a injúrias quando comparado ao
seu parceiro oposto (ligamento cruzado posterior – LCP).
Dados epidemiológicos aferem a lesão predominante nos joelhos dos

92
futebolistas: rupturas no ligamento cruzado anterior (LCA). Na concepção de
Fernandes (2007) as lesões de LCA no futebol estão interrelacionadas com fatores
externos (nível de competição, número de jogos da temporada e calçado esportivo) e
fatores internos (idade, sexo, alterações anatômicas, estabilidade articular, força
musculoesquelética, agilidade, coordenação e histórico de lesão prévia).
Em quatro equipes de futebol profissional foram realizados um estudo
retrospectivo acerca da incidência de lesões de joelho no Campeonato Paulista de
2004. Revelou-se que do total de trinta e oito lesões de joelho em trinta jogadores, a
maior incidência foi no LCA, representando 26,3% (Barbosa et al, 2005).
As entorses de joelho ocasionadas por traumas diretos ou indiretos podem
originar lesões nos meniscos, condrais e ligamentares (principalmente LCA) nos
jogadores de futebol. Stewien & Camargo (2005) investigaram a ocorrência de
entorses de joelho no futebol da primeira divisão do Amazonas. Foram estudados
jogadores de ambos os sexos, utilizando como instrumentos a entrevista do histórico
de entorses, avaliação subjetiva e exame físico. Nos jogadores masculinos, 32%
haviam se referido a entorses (28% unilateral e 4% bilateral) e as jogadoras
possuíam histórico com 23% de entorses (19% unilateral e 4% bilateral). Entre os
jogadores, o joelho mais afetado foi o lado esquerdo (56%) e nas jogadoras, o joelho
direito (69%). Ao dividir os atletas por função tática, a maioria das entorses estavam
presentes nos meio-campistas (29,5%), defesa (29,5%) e atacantes (22%). A maioria
das lesões de entorse foram ocasionadas durante as partidas (68%). Quanto ao tipo de
tratamento efetuado, no masculino, o conservador foi feito em 56% dos joelhos e o
cirúrgico em 44%. Nas mulheres, 85% o tratamento conservador e em 15% não foi
realizado nenhum tipo de tratamento. O tempo de retorno para prática esportiva dos
jogadores masculinos oscilou na média de 3,5 meses (1 a 9 meses) e nas jogadoras, a
média de retorno foi de 3,7 meses (1 a 9 meses). Na avaliação funcional, foi
observado que os jogadores são divididos em 76% varos e 24% alinhamento normal.
Enquanto as atletas femininas, 62% possuem alinhamento normal e 38% varas.
Enfim, quando comparados os atletas em termos de frouxidão articular, a presença foi
maior entre as jogadoras (63%).

17.2 - Tornozelo no Futebol

O tornozelo (articulação tíbio-társica) é outro local de acometimento de lesões


no futebol, em particular pelas entorses que os jogadores sofrem. O tornozelo e o pé
são importantes estruturas de locomoção do ser humano. O pé se apoia no chão por
meio do equilíbrio adquirido por uma estrutura triangular. São três pontos de apoio
que formam arcadas ósseas que constituem e sustentam o denominado arco plantar.
No aspecto muscular, os músculos que atuam sobre o tornozelo e o pé possuem
fixações proximais e são divididos em três grandes grupos: posterior, anterior e
lateral. São estes três grupos musculares que permitem a realização das ações
cinesiológicas da junção pé\tornozelo: flexão plantar, dorsiflexão, inversão, eversão,

93
rotação externa, rotação interna, pronação e supinação (Smith, 1987 ; Vretaros,
s\data).
Massada apud Lopes (2008) salienta que no futebol os membros inferiores são
mais propensos a lesões (76,3%), sendo o tornozelo representado por 26,3%.
Em jogadores infanto-juvenis (entre 15 e 17 anos) masculinos, Beirão &
Marques (2008) investigaram a incidência de entorses do tornozelo. Após aplicação
de um questionário abordando a incidência e recidivas das entorses, foi constatado
que 54% dos jogadores tiveram entorses do tornozelo, enquanto 46% não. Entre os
atletas que sofreram a lesão, 43% relatam apenas um acontecimento, 50% dois
acontecimentos e 7% três vezes. Ao analisarem as reais causas de acometimento das
entorses, foram encontrados 36% dos casos via traumatismo direto, 43% alegaram
como causa as irregularidades do gramado, 7% atribuem a entorse aos obstáculos
como pisar na bola e no pé de outro jogador e por último, 14% justificam como causa
o desequilíbrio corporal. No tocante ao mecanismo lesivo, 86% por entorses em
inversão e 14% por eversão. Levando em conta a posição tática dos jogadores, 21%
das lesões acometeram os zagueiros, 7% um lateral esquerdo, 36% meio-campistas e
36% nos atacantes.
A entorse de tornozelo por inversão tem sido a mais frequente quando o pé se
encontra em flexão plantar, invertido e aduzido. Na entorse, o principal músculo
envolvido são os fibulares. Contudo, o bíceps femoral pela sua inserção na cabeça da
fíbula, acaba sofrendo um mecanismo de reflexo de estiramento durante a entorse.
Com o objetivo de verificar os efeitos de uma bandagem numa simulação de entorse
de tornozelo em futebolistas, Barreto et al (2010) dividiram os jogadores em três
grupos randomizados, assim dispostos: CTRL (grupo controle sem aplicação da
técnica), FIB (grupo com a técnica de ativação do músculo fibular longo) e BNM
(grupo submetido a duas técnicas de correção articular simultaneamente). Nos três
dias do experimento, todos os jogadores foram obrigados a passar por todos os
grupos com intervalo de vinte e quatro horas. Ao serem submetidos a plataforma de
simulação de entorse, uma análise eletromiográfica dos músculos bíceps femoral e
fibular longo acompanhava o tempo de desarme. Nos resultados, uma comparação
entre os grupos BNM e CTRL não foram encontradas diferenças significativas na
resposta do músculo fibular. No entanto, análise da frequência mediana apontou
aumento no grupo FIB em relação aos demais. Segundo os autores, isso detalha um
maior controle motor e seleção de fibras que serão recrutadas para defesa do
tornozelo no momento da entorse. Concluem que as técnicas de bandagem expostas
poderiam minimizar as respostas neurofisiológicas na entorse do tornozelo por
inversão.

17.3 - Quadril no Futebol

A pubalgia é considerada uma lesão recorrente no quadril de futebolistas


profissionais. Especula-se que é mais comum acometer atividades motoras que

94
envolvam grandes esforços na sínfise púbica, como por exemplo nas saídas rápidas,
mudanças de direção, paradas bruscas e diferentes tipos repetitivos de chutes. Inicia-
se por uma dor na sínfese pubiana (conhecida como região inguinopúbica ou virilha),
de característica aguda ou crônica, na maioria dos casos unilateralmente (membro
dominante).
Silva et al (2011a) mencionam que a pubalgia representa índices de 6,3% das
lesões por sobreuso na atividade esportiva. Esses autores usaram a eletromiografia
para avaliar os músculos de futebolistas envolvidos com a pubeíte: reto abdominal,
adutor longo, e glúteo médio. Queixas de dor durante os treinos e partidas foram
expressas na realização do chute (22%), giros (11,1%), corridas (66%), arrancadas
(11,1%) e combinações de movimentos. No grupo de jogadores acometidos, a
resposta eletromiográfica do músculo adutor longo se mostrou diminuída e estes
atletas possuíam maior tempo de prática no esporte (11,33+\-3,57 anos) quando
comparado ao grupo controle (8,33+\-1,87 anos, p<0,05). Retratam ainda, que o teste
de contração voluntária máxima isométrica utilizado poderia ser uma ferramenta útil
na avaliação eletromiográfica da pubalgia.
Na literatura não há consenso sobre a fisiopatologia da pubalgia. Todavia,
alguns fatores predisponentes podem estar envolvidos como os adutores do quadril,
rotatores do quadril, isquiotibiais e na articulação sacroilíaca. Quanto aos adutores do
quadril, o seu encurtamento muscular por meio de um tratamento com estiramento
inadequado obrigaria o jogador a tentar utilizar toda sua amplitude de movimento,
aumentando o estresse e a força de cisalhamento na junção miotendinosa, o que
resultaria irritação mecânica e inflamação. Ainda sobre os adutores do quadril, a
pubalgia poderia estar relacionada a um desbalanço entre abdutores e adutores e os
rotatores internos do quadril gerados pelos movimentos de chute. Na questão sobre os
rotatores do quadril, os movimentos compensatórios (internos ou externos) causam
alterações no funcionamento das articulações sacroilíaca e pubiana, resultando em
problemas de ordem mecânica (cisalhamento). A responsabilidade dos isquiotibiais
na pubalgia refere-se ao seu encurtamento, que no desenho biomecânico do chute
correto, solicitaria uma maior tração no reto abdominal levando a estresses danosos
no púbis. No que tange a articulação sacroilíaca, sua instabilidade (púbis e duas
sacroilíacas) e reduzida mobilidade acarretariam futuros problemas na região pubiana
dos jogadores (Azevedo et al, 1999).
A literatura consultada, de maneira geral, afirma que no surgimento da
pubalgia deve-se iniciar com tratamento conservador (fisioterapia) e que se não reagir
à altura, parte-se para uma abordagem invasiva (cirurgia). É complexo reconhecer
tais sinais logo de imediato no jogador, pois alguns suportam as dores nos treinos e
jogos e, somente buscam auxílio médico após longos períodos de permanência dos
sintomas. O ideal seria o atleta manifestar-se o mais precocemente para evitar os
procedimentos cirúrgicos.
Em um jogador profissional meio-campista foi investigado o tratamento
conservador fisioterápico da pubalgia através de estudo de caso. Nesta pesquisa, a
queixa do atleta era de dor na face medial da coxa direita e foi evoluindo nos meses

95
subsequentes para dor bilateral, na área de inserção dos adutores e região escrotal. Na
avaliação foram identificadas alterações como a hiperlordose lombar, encurtamento
dos isquiotibiais e iliopsoas, sinais inflamatórios e perda de força na musculatura
abdominal inferior, quadríceps e adutores. O tratamento se estendeu por sete semanas
consecutivas com duração de uma hora e meia diária, onde aos sábados eram
realizadas as reavaliações. A fisioterapia se constituiu de exercícios de alongamento
(músculos posteriores da coxa, iliopsoas, rotatores dos glúteos e quadrado lombar) e
fortalecimento muscular. Soma-se a isto, o uso da crioterapia, ultra-sons pulsáveis,
massagem, natação e bicicleta estacionária. Ao final, verificou-se a eliminação dos
encurtamentos musculares (iliopsoas e isquiotibiais) e redução da hiperlordose
lombar, bem como ausência de sinais dolorosos na palpação e na realização de
chutes\passes (Oliveira, 2011).
Grava de Sousa et al (2005) estudaram o tratamento cirúrgico da pubalgia de
vinte e três futebolistas profissionais realizados entre os anos de 1991 a 2001. Para
um melhor entendimento, caracterizaram a dor existente em três níveis: leve (quando
surgia após atividade física e não sendo limitante), moderada (quando aparecia
durante os movimentos para chutar e no início das arrancadas) e intensa
(incapacitante até nas atividades diárias). Do total de jogadores, 78,2% apresentavam
dor intensa e 21,7% moderada. A técnica cirúrgica envolvida consistia na liberação da
fáscia da musculatura do reto abdominal, curetagem do disco interpúbico e
cartilagem articular e, no fim, tenotomia parcial dos músculos adutores. Dos
jogadores operados, 05 eram meia-direitas, 05 ponta-direitas, 03 ponta-esquerdas, 03
volantes, 02 alas, 02 centro-avantes, 01 lateral direito, 01 pivô, e 01 ala direita. No
pós-operatório e retorno para prática dos treinamentos, 4,4% retornaram na segunda
semana, 4,4% na terceira, 21,7% na quarta, 21,7% na quinta, 8,7% na sexta, 13,0%
na sétima, 17,4% na oitava e 8,7% na nona semana.
A técnica cirúrgica envolvendo a ressecção trapezoidal da sínfese púbica
associada a tenotomia parcial bilateral do adutor longo foi empregada para solucionar
a pubalgia em futebolistas. Foram envolvidos 30 jogadores profissionais entre os
anos de 2000 a 2008 que apresentavam dor no púbis nos últimos doze meses. Eles
não responderam satisfatoriamente ao tratamento conservador e estavam afastados
das atividades esportivas. Entre as funções desempenhadas pelos jogadores na
equipe: sete defensores, dezessete meio-campistas e seis atacantes. Os jogadores
retornaram em média oito semanas aos treinamentos após a cirurgia e dezesseis
semanas para os jogos. Um critério de reavaliações longitudinais foi efetuado aos 12,
24 e 36 meses do tratamento. Uma dessas reavaliações envolvia radiografia
anteroposterior da bacia com carga, onde não foram encontrados deslocamentos na
sínfese púbica e nenhuma queixa de instabilidade. No estudo, os autores defendem o
procedimento como sendo rápido, de efetiva solução e baixo índice de complicações
pós-cirúrgicas (Queiroz et al, 2014).
Os exames de imagem mais empregados para diagnótico e futuro tratamento da
pubalgia, segundo Reis et al (2008) deveriam ser a radiografia e a ressonância
magnética que permitiriam um maior detalhamento anatômico da região afetada.

96
Nahas et al (2007) narram a ocorrência de uma lesão rara no futebol: fratura-
luxação traumática no quadril. O jogador amador descreveu para os médicos a lesão
durante a partida como sendo resultado de uma disputa de bola por cabeceio, e que na
queda ao solo, sem contato com outro jogador, sentiu imediatamente dor no quadril
esquerdo e na perna de mesmo lado. O tratamento envolvido foi de ordem cirúrgico e,
após seis meses com uso de muletas e fisioterapia, o jogador foi liberado para
reiniciar o condicionamento físico.

17.4 - Isquiotibiais no Futebol

O grupo muscular biarticular denominado isquiotibial fica localizado


anatomicamente na parte posterior da coxa e, é constituído pelos músculos: bíceps
femoral, semitendíneo e o semimembranoso (Kamel, 2004).
Na atividade intermitente futebolística de caráter intensa, os isquiotibiais
produzem elevados valores de força. Sua atuação ocorre de maneira excêntrica no
quadril e no joelho durante os constantes movimentos de acelerações e
desacelerações (Rodrigues et al, 2007).
Para Carlson (2008) análises biomecânicas indicam que durante uma corrida, o
alongamento máximo dos isquiotibiais acontece na fase final de oscilação antes do
contato do pé com o solo, no momento da flexão do quadril e redução da flexão do
joelho. Também, existe uma confirmação de que a contração máxima dos
isquiotibiais se dá nesta fase, com a finalidade de travar a força do quadríceps e os
flexores do quadril.
Marujo (2014) explana que as lesões de isquiotibiais no futebol tendem a
acontecer de forma mais frequente quando a mesma é reincidente. Dessa forma, o
autor cita os principais sintomas da lesão de isquiotibiais: a) estalo b) dor súbita na
parte posterior da coxa, c) inchaço d) hematomas, e) dificuldade na caminhada, e
f) dificuldade em realizar a flexão do joelho.
O equilíbrio muscular agonista\antagonista visando evitar déficits de força é
uma variável respeitável para prevenção de lesões nos isquiotibiais em futebolistas.
No futebol de Portugal, Gonçalves (2000) avaliou futebolistas da primeira liga
quanto a força máxima isocinética dos flexores\extensores do joelho buscando
confrontar os índices de equilíbrio da musculatura do quadríceps\isquiotibiais dos
membros dominantes e contralaterais. Foi constatado que os jogadores lesionados na
temporada, nos isquiotibiais, haviam tido nas avaliações diferenças de força
superiores a 10% nos membros dominantes e não-dominantes (p<0,05).
Em relação ao desequilíbrio de força e o risco de lesão nos isquiotibiais,
Navarro et al (2015) concluem que é dependente:

• tipo de avaliação empregado, por exemplo, concêntrico-excêntrico, velocidade


angular isocinética, entre outras;
• déficit de força excêntrico nos isquiotibiais;

97
• déficit unilateral ou bilateral de força funcional na relação
quadríceps\isquiotibiais;
• fadiga;
• nível de performance

A flexibilidade da musculatura isquiotibial após uma lesão aguda fica reduzida


devido a formação de tecido cicatrizante intramuscular. A execução de trabalhos que
visem desenvolver a flexibilidade dos isquiotibiais tem como objetivo a restauração
do comprimento muscular. Isso permitiria reduzir as cargas excêntricas a que os
isquiotibiais são submetidos durante os movimentos e\ou atividades (Carlson, 2008).
Sendín et al (2005) constataram que a cadeia muscular cinética reta posterior
(inclui os isquiotibiais e o tríceps sural) de cem jogadores quando comparados aos
não atletas, possuem elasticidade superior nos isquiotibiais e nível inferior no tríceps
sural.
Treinamento vibratório (cinco séries de sessenta segundos) proporciona
aumento da flexibilidade nos isquiotibiais (88,46%) em um protocolo de duas
semanas de duração, três sessões semanais (Ferreira, 2013).
Na literatura revisada não foram encontradas evidências consistentes
apontando que a flexibilidade dos isquiotibiais poderia ser um elemento preventivo
para as lesões no futebol. Em contrapartida, Thorborg (2012) defende que para
prevenir o surgimento e\ou recorrência das lesões de isquiotibiais em futebolistas,
exercícios como o Nordic Hamstring e treinos de força isocinéticos (quadríceps e
isquiotibiais) tem se mostrado efetivos.
Navarro et al (2015) questionam a necessidade de realização dos estudos
biomecânicos nas lesões de isquiotibiais dos futebolistas nas ações motoras
específicas de correr, saltar e chutar, preferencialmente em 3D (terceira dimensão).
Também, neste aspecto, atribuem o mérito de melhor compreender a sincronização
muscular lombopélvica-isquiotibiais durante a corrida e\ou sprints.

17.5 - Prevenção de Lesões no Futebol

Buscando alcançar o sucesso desportivo e a prevenção de lesões no futebol se


faz necessário uma ampla equipe multidisciplinar no organograma da equipe. Dias
(2011) cita alguns destes profissionais de suma importância para uma equipe
profissional que almeja elaborar um programa de prevenção de lesões: médicos
especializados em medicina esportiva, enfermeiros, fisioterapeutas, preparadores
físicos, nutricionistas, massagistas, médico ortopedista esportivo, dentista,
podologista, optometrista e posturologistas.
Vretaros (2002) diz que o quesito relevante para um programa profilático das
lesões esportivas não é a quantidade de profissionais envolvidos, e sim , a capacidade
dos mesmos em compartilhar e interpretar a solução dos diferentes diagnósticos.

98
Figura 02 – Plano de ação para futebolista lesionado

FUTEBOLISTA
LESIONADO

Exames,
MÉDICO
Avaliação diagnóstica,
DESPORTIVO
Indicação de tratamento

Reabilitação,
FISIOTERAPEUTA
Reavaliação funcional do
DESPORTIVO
membro lesionado

PREPARADOR Adaptação músculo-funcional


FÍSICO para a modalidade

99
A figura 02 foi baseada na proposta elaborada por Vretaros (2002) para o caso
de um atleta lesionado necessitar de um plano de ação visando o retorno à prática
esportiva competitiva.
Entre as técnicas mais usadas na atualidade para prevenção de lesões no futebol
e outras modalidades de desporto estão inclusas o treinamento funcional (Sargentim,
2013), treino de reprogramação neuro-motora (Boiça, 2015), pré-reabilitação (Meir et
al, 2007), e outras.
Merece atenção o termo pré-habilitação, ao qual significa uma sistemática
revisão das lesões mais comuns na especificidade do esporte e, com isso, traçar um
programa para minimizar sua incidência (Meir et al, 2007). Independente da
estratégia preventiva a ser adotada, o treinamento funcional, a reprogramação neuro-
motora e, por último a pré-habilitação tem se servido de exercícios similares. Neste
entendimento, cabe ao preparador físico basear-se no banco de dados das lesões para
identificação dos locais mais acometidos pelas lesões e, a partir disso, elaborar
exercícios que fortaleçam, estabilizem e desenvolvam a propriocepção músculo-
tendínea-articular dos jogadores.
Dentre os parâmetros essenciais para um programa efetivo de prevenção de
lesões no futebol, devem ser observados: a existência do histórico de lesão, as
alterações de controle postural, aspectos relacionados a acumulação de fadiga e
possíveis estados de overreaching (Dias, 2011).
Uma forma de prevenção das lesões musculares é através do treino de
equilíbrio, que afeta diretamente o controle do movimento e postura. Assim, Silva &
Hirata (2013) investigaram a oscilação do centro de pressão plantar (COP) no
comportamento do equilíbrio dinâmico no desempenho do chute. A metodologia
empregada consistia na realização de três chutes que foram filmados e, instruídos a
acertar um alvo na parede (2,00 x 2,00 metros) numa distância de nove metros. Os
autores acreditam que o registro do COP pode ser uma ferramenta eficaz para
correção do gestual motor do chute e prevenir futuras lesões. De fato, o uso da
biomecânica no entendimento e prevenção de lesões traumato-ortopédicas tem sido
prática cada vez mais frequente.
O kinesio taping é mais uma ferramenta no arsenal para profilaxia das lesões
esportivas. Consiste num suporte anatômico que produz feedback mecânico
corrigindo possíveis desalinhamentos (muscular, fascial ou articular) durante a
movimentação e conferindo uma estabilidade assintomática (Bastos, 2014). Em
futebolistas, o kinesio taping tem sido estudado na prevenção de lesões no tornozelo
(Brogden & Greig, 2014) e ligamento cruzado anterior (Nadali et al, 2014).
Em jovens futebolistas, foram estudados os efeitos potenciais do kinesio taping
no ganho de força da musculatura do quadríceps (imediatamente, 48 horas e 72 horas
após a sua aplicação). Para tanto, os trinta jogadores realizavam um protocolo de
avaliação isocinética por meio de cinco contrações máximas concêntricas
(velocidades de 240, 180 e 90 graus\segundo). Foram mensurados a força do
quadríceps sem e com a utilização do kinesio taping no membro dominante e não-

100
dominante. As técnicas de aplicação do kinesio taping foram o ¨I¨ e o ¨Y¨. Nos
resultados, verificou-se que o kinesio taping promove aumento na força do
quadríceps, sendo em 240 graus\segundo imediatamente após aplicação em ambos os
membros e, na velocidade de 180 graus\segundo no membro não-dominante. Após 48
horas, em duas velocidades (180 e 240 graus\segundo) também em ambos os
membros. Porém, na velocidade de 90 graus\segundo as alterações significativas
somente ocorreram no membro não-dominante (Bastos, 2014). Em contraste, Serra et
al (2015) encontraram respostas neutras no ganho de força dos extensores do joelho
(quadríceps) após aplicação de kinesio taping e 3M Micropore em futebolistas
masculinos e femininos. Não evidenciaram medidas de ganho da força
imediatamente e após 24 horas. No entanto, acreditamos que o kinesio taping é, e
deve ser utilizado nos jogadores de futebol como medida preventiva de acordo com
as necessidades individuais.
Para prevenção de lesões que acometem a região da virilha\quadril dos
jogadores, Serner et al (2013) propuseram um protocolo de oito exercícios
criteriosamente selecionados que envolvem a adução de quadril. Estes exercícios
englobam contrações isométricas de adução do quadril com uma bola entre os
tornozelos, adução isométrica com a bola entre os joelhos, adução em decúbito
lateral, deslizamento com adução\abdução, adução com banda elástica, aparelho de
adução, adução supina bilateral e adução Copenhagen. Acredita-se que tais exercícios
realizados em intensidade gradual permitiriam exercer um efeito protetor muscular.
A FIFA propôs um programa de treino para prevenção de lesões denominado
¨11+¨. O ¨11+¨ é um programa que envolve uma rotina de vinte minutos englobando a
execução de exercícios de força, pliometria, core e equilíbrio. Esse programa possui
variações e progressões por meio de exercícios-chave (Costa, 2012).
Um instrumento tecnológico que recentemente foi adotado para detecção de
lesões ainda imperceptíveis é a termografia. A termografia é um método que registra
de forma não invasiva a radiação térmica emitida pelo corpo. Através da formação de
imagens térmicas produzidas pela radiação infravermelha no corpo do jogador,
permite precisar o local da lesão (estágio inicial ou evolutivo). Com o uso das
imagens produzidas, é mostrado o gradiente de diferença de calor nos grupos
musculares, permitindo com isso, recomendar repouso, reforço da musculatura,
diminuição das cargas do treino e prevenção de uma futura lesão. Todavia, o
equipamento é de alto custo e requer treinamento para sua utilização correta (Silva &
Andrade, 2014).
McCall et al (2015) realizaram um survey com os médicos das 32 equipes
participantes da Copa do Mundo FIFA 2014, visando mapear as estratégias de
prevenção de lesões adotadas. Os cinco principais testes usados para detectar lesões
por não-contato que foram citados pelos médicos das equipes: avaliação da
flexibilidade, aptidão física, função e mobilidade articular, equilíbrio\propriocepção,
resistência muscular e pico de força muscular. As variáveis monitoradas: diário
médico, número e\ou minutos de jogos realizados, bem estar subjetivo, frequência
cardíaca, marcadores bioquímicos e bem estar objetivo (exemplo: horas de sono). No

101
survey os médicos também foram indagados sobre a importância do preparador físico
no processo preventivo de lesões. Foram listados os principais exercícios durante os
programas individualizados, que norteiam a prevenção de lesões, e devem ser
observados rigorosamente pelos preparadores físicos: flexibilidade, core, combinação
dos regimes de contração muscular, equilíbrio\propriocepção e exercícios
excêntricos.

102
18.0 - PERIODIZAÇÃO

É impossível manter o desempenho dos jogadores em cem por cento das suas
capacidades físicas durante toda a temporada. Com o objetivo de planejar
sistematicamente os picos de desempenho dos atletas e conhecer racionalmente o seu
comportamento foi criado a periodização.
Historicamente, a periodização teria surgido na Grécia antiga. Porém, a
literatura aponta também regiões como Roma, Egito ou China. Tudo se iniciou com o
modelo primitivo denominado ¨tetras¨, cujos ciclos consistiam de três dias de treino
por um dia de descanso (recuperação ativa ou passiva) (Platonov, 2008 ; Bompa &
Haff, 2012 ; Marques Junior, 2012).
A literatura atribui o mérito da criação e\ou origem dos diferentes modelos de
periodização aos cientistas russos, especificamente ao professor Matveev. Naquela
época (meados dos anos 1950), o modelo tradicional de periodização baseou-se no
ciclo olímpico, ou seja, de quatro em quatro anos (Alves, 2010).
Na atualidade, surgiram os modelos contemporâneos de periodização. Tais
modelos se utilizam de ciclos curtos e concentrados em determinadas valências
físicas: periodização em bloco, estrutural, individualizado de Bondarchuk e
estruturado para modalidades coletivas (Tourinho Filho & Barbanti, 2010).
A estruturação global da periodização se dá em ciclos, assim divididos:

• Unidade de treino (menor unidade, ou seja, a sessão de treinamento)


• Microciclos (podem ser constituídos de 5 a 10 dias, porém são mais utilizados
na forma de sete dias – uma semana)
• Mesociclos (um mês – quatro microciclos)
• Macrociclos (anual, semestral, quadrimestral, ou subdivisão menor)

Quadro 34 – Tipos de microciclos


Microciclo Características
Ordinário Intensidade e\ou volume elevado objetivando melhora no
condicionamento
Estabilizador Controle do volume e\ou intensidade objetivando a
manutenção dos níveis de condicionamento
Choque Intensidade e\ou volume elevados acima das cargas
consideradas padrões
Recuperativo Intensidade e\ou volume diminuído objetivando restauração
físico-orgânico-psicológico do atleta
Controle Microciclo de avaliação dos processos de treino e respostas
específicas do condicionamento
(Adaptado de Dantas, 2003 ; Guedes, 2012)

103
Quadro 35 – Resumo das características dos diversos modelos de periodização
Estudo Criador Modelo de Características
Periodização
Matveev, Matveev Clássico Leis biológicas aplicadas ao
1997 ciclo olímpico, variações
ondulatórias, picos controlados
no período competitivo
Farto, 2002 ; --- Pendular Alternação ritmada de
Pereira, 2009 microciclos contrastantes,
sequência de microciclos
básicos e regulação
Alves, 2010 Tschiene Estrutural Modalidades de força
explosiva, manutenção de
níveis elevados da intensidade,
dinâmica das cargas em
formato de ondas
Oliveira, 2007 Verkhoshanski Blocos Esportes de características de
; Alves, 2010 força, cargas concentradas
(desenvolvimento unilateral
biomotor)
Alves, 2010 Bondarchuck Bondarchuck Não existe preparação geral
(exceto na recuperação),
preparação específica com base
nos movimentos competitivos,
regida em função da curva de
forma física
Bompa & Bompa Bompa Modalidades de força, potência,
Haff, 2012 velocidade e resistência,
especificidade bioenergética,
modelo de treino, utiliza
somente macro e microciclos
Gomes, 2002 Gomes Cargas Seletivas Usada inicialmente no futebol,
capacidades de velocidade,
alternância de cada capacidade
por mês (mesociclo)
Alves, 2010 ; Issurin e ATR Adaptação ao modelo de
Issurin, 2010 Kaverin (Acumulação, periodização em blocos

104
transformação e
realização)
Pivetti, 2012 ; Vitor Frade Tática Metodologia de treinamento
Borges, 2014 originada no futebol, pode
abranger esportes coletivos,
ênfase dada nas tarefas técnicas
e táticas (indiretamente
desenvolve questões físicas),
baseada na complexidade do
modelo de jogo
Arroyo- --- Reversa Originária do treino de força
Toledo et al, (levantamento de peso), inicia-
2013 se com alta intensidade e baixo
volume e gradualmente
aumenta-se o volume e reduz a
intensidade
Fleck & --- Não-linear Estudada nos treinos de força,
Kraemer, mais flexível que a linear,
2009 cargas com diversidade de
estímulos, múltiplos picos
Forteza, Forteza Sinos Estruturais Ajuste da estrutura pendular,
2006 ; Pereira, distinção entre cargas gerais e
2009 específicas, predominância em
cargas especiais, vários
macrociclos na temporada

105
19.0 - PERIODIZAÇÃO DA FORÇA NO FUTEBOL

Uma temporada no futebol brasileiro é considerada longa, variando em torno


de dez meses, com a participação em média de quatro campeonatos, entre eles:
Estaduais, Libertadores ou Sul Americana, Libertadores ou Copa do Brasil e
Campeonato Brasileiro (Carravetta, 2012). Os jogos são realizados na grande maioria
das vezes às quartas e aos domingos. Notadamente, Bompa & Haff (2012) frisam que
no Campeonato Inglês de futebol, as equipes tendem a competir na temporada a cada
três dias e meio e\ou quatro dias e meio.
Quanto maior o número de jogos que o atleta compete, menor será seu tempo
precioso para realizar treinos para a próxima competição.
O termo polimento é frequentemente empregado para descrever uma estratégia
de elevação do condicionamento e\ou preparo do atleta. No polimento, as cargas
periodizadas são alteradas (volume, intensidade ou densidade) nos microciclos que
antecedem a competição buscando a curva de aproveitamento para um pico de
desempenho (Bompa & Haff, 2012).
A problemática dos picos de desempenho nos esportes coletivos está ligada a
questões que envolvem quantidade e magnitude. Uma quantidade razoável de picos
no período competitivo pode ser alcançada através da modulação apropriada do
polimento. Em contrapartida, o manuseio da magnitude dos picos não é tão simples.
Inicialmente, em um time de futebol com vários jogadores, na mensuração da
magnitude dos picos será evidente as variações inter-individuais. Agregando-se a isto,
em um período competitivo prolongado as respostas individuais da magnitude
sofrerão constantes oscilações, cujas características são dependentes da escolha do
modelo de periodização e estratégia de polimento, tendendo a declinar seus valores
nos estágios finais da temporada. A explicação mais plausível para esse fato seria a
necessidade de diminuição da quantidades de picos, para que se possa atingir
magnitudes suficientemente elevadas. Questiono: o que priorizar? Quantidades de
picos ou magnitudes elevadas? Talvez, a conduta mais aceitável como artifício seja
priorizar quantidades de picos em determinados momentos da temporada
(competições mais curtas) e, quando não, alternar possibilidades de magnitudes
elevadas em competições longas nos momentos estratégicos.

106
Figura 03 – Gráfico hipotético comportamental dos picos ao longo da temporada

100,00%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00% Quantidade
Magnitude
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03 Bloco 04

O período da pré-temporada no futebol é considerado curto para desenvolver


um estágio adequado de condicionamento. Portanto, deve-se periodizar a pré-
temporada de tal forma que os níveis mais elevados do condicionamento sejam
alcançados na temporada.
A discussão de quanto se emprega de exercícios de caráter geral ou específico
na pré-temporada não está bem estabelecido segundo os parâmetros dos modelos de
treinamento contemporâneos. Alguns autores clássicos preservam o conceito de que
sendo a pré-temporada identificada como período preparatório, deve-se dar ênfase
predominante as atividades de caráter geral que não possuem muita ligação com a
modalidade. Outros autores costumam dividir a pré-temporada em dois períodos
preparatórios; geral, nos microciclos iniciais e, específico nos microciclos finais que
se aproximam da temporada. Ao contrário, modelos contemporâneos resguardam
atividades gerais na pré-temporada, salientando que quanto maior o grau de
especificidade melhor.
Sem adentrarmos no mérito de qual seria a melhor abordagem na pré-
temporada, poderíamos dizer que conforme a periodização adotada pelo preparador
físico (blocos, estrutural, etc), haverá uma adequação tida como apropriada. Nos
jogadores das categorias de base, a periodização clássica com o período preparatório
dividido em dois (geral e específico) se apresentaria como receptível para um

107
desenvolvimento multilateral. Nos profissionais, conforme a escolha do modelo a ser
periodizado e o tempo disponível para os treinamentos, o período preparatório poderá
ou não sofrer subdivisões. Por exemplo, se houver um entendimento da comissão
técnica que o campeonato estadual será considerado como competição de controle, os
microciclos iniciais do campeonato poderiam ser uma extensão da curta pré-
temporada.
Ao iniciar a temporada, define-se a quantidade de competições que a equipe irá
participar. Não existe uma frequência considerada ¨ótima¨ de treinos da força nos
microciclos. No entanto, está bem estabelecido que maiores serão os ganhos de força,
quanto maior o número de sessões do treinamento das diferentes manifestações da
força. Bompa & Haff (2012) apregoam que no auge do período competitivo os níveis
de força adquiridos podem ser mantidos (microciclo estabilizador) com treinos
alternados de força máxima e potência.
Os quadros 36 até 39 apresentam a distribuição das manifestações de força no
futebol nos distintos modelos de periodização.

Quadro 36 – Distribuição das manifestações da força na periodização clássica


Tipos de PP PP Período Período Período
Força Geral Específico Competitivo Transição Transição
Passivo Ativo
RML X X
Hipertrofia X
Força X
Máxima
Resistência X X
Força
Rápida
Força X
Explosiva
*PP Geral= período preparatório geral, PP Específico= período preparatório específico, RML= resistência
muscular localizada

108
Quadro 37 – Distribuição das manifestações da força na periodização dupla
Tipos de PPG PPE PC 1 PT 1 PPE 2 PC 2 PT 2
Força
RML X X
Hipertrofia X X
Força X X
Máxima
Resistência X X X
Força
Rápida
Força X X
Explosiva
*PPG= período preparatório geral, PPE= período preparatório específico, PC 1= primeiro período
competitivo, PT 1= primeiro período de transição, PPE 2= segundo período preparatório específico, PC
2= segundo período competitivo, PT 2= segundo período de transição, RML= resistência muscular
localizada

Quadro 38 – Distribuição das manifestações da força na periodização dupla sem


transição no meio da temporada
Tipos de PPG PPE PC 1 PPE 2 PC 2 PT
Força
RML X
Hipertrofia X X
Força X X
Máxima
Resistência X X
Força
Rápida
Força X X
Explosiva
*PPG= período preparatório geral, PPE= período preparatório específico, PC 1= primeiro período
competitivo, PPE 2= segundo período preparatório específico, PC 2= segundo período competitivo, PT=
período de transição. RML= resistência muscular localizada

A periodização em blocos é um modelo contemporâneo mais empregado nos


atletas de alto nível. Possui como característica marcante as cargas concentradas em
blocos (desenvolvimento unilateral biomotor). No geral, simplificando, podemos

109
classificar as tarefas nos blocos:

• Bloco A: Preparação física especial


• Bloco B: Preparação técnica e tática
• Bloco C: Competição

Na periodização em blocos, na fase inicial (bloco A), devido a elevada


concentração unilateral de cargas, acaba ocorrendo um declínio nos níveis de força.
Posteriormente, ao adentrar no bloco B, cuja predominância se fixa aos aspectos
técnicos e táticos da modalidade, a força cuja curva sofria queda, tende a elevar-se
gradualmente. Por fim, no bloco C com as competições, o pico de desempenho se
acentua.
Existem inúmeras possibilidades de variações na periodização em blocos (por
exemplo, subdivisões dos blocos em A1, A2, A3, B1, B2, B3...) que são dependentes
da experiência do profissional e do calendário de aplicação. O exemplo proposto no
quadro 39 é uma dessas variações.

Quadro 39 – Distribuição das manifestações da força na periodização em blocos


Tipos de Bloco Bloco Bloco Bloco Bloco Bloco Bloco Bloco
Força A1 A2 B1 C1 A3 A4 B2 C2
RML X
Hipertrofia X X X
Força X X
Máxima
Resistência X X X X X X
Força
Rápida
Força X X X X X X
Explosiva
*Bloco A1= primeira preparação especial de força, Bloco A2= segunda preparação especial de força, Bloco
B1= primeira preparação técnica e tática, Bloco C1= primeiro bloco competitivo, Bloco A3= terceira
preparação especial de força, Bloco A4= quarta preparação especial de força, Bloco B2= segunda preparação
técnica e tática, Bloco C2= segundo bloco competitivo

De acordo com Oaks & Simali Garcia (2013) o calendário do futebol brasileiro
tem se apresentado mal distribuído durante a longa temporada. Segundo os
pesquisadores, o ideal nos treinos seria manter intensidades altas, com prioridade para
o sistema neuromuscular explosivo nas sessões de treino. A escolha dessa vertente se
baseia na questão de que as partidas envolvem ações motoras predominantes de

110
caráter força-potência. Ainda mais, consideram o modelo de cargas seletivas o mais
adequado para aplicação em futebolistas profissionais.
Sobre a periodização de cargas seletivas aplicadas no futebol e futsal, Cetolin
& Foza (2010) revelam que ao organizar as cargas neste modelo, ocorrem poucas
alterações no volume durante o macrociclo. O foco estaria em alternar as capacidades
biomotoras a cada mês (mesociclo), se concentrando nas manifestações da velocidade
e buscando crescente manutenção do desempenho. O quadro 40 exemplifica o
modelo de cargas seletivas direcionada ao futebol.

Quadro 40 – Exemplo hipotético de periodização no modelo das cargas seletivas no


futebol
Capacidades Biomotoras Mesociclo 1 Mesociclo 2 Mesociclo 3
Resistência geral 20,00% 10,00% 10,00%
Resistência específica 25,00% 20,00% 15,00%
Força (diferentes manifestações) 35,00% 40,00% 35,00%
Velocidade (diferentes 20,00% 30,00% 40,00%
manifestações)
(Adaptado de Cetolin & Foza, 2010)

111
20.0 - CONTROLE DAS CARGAS

Segundo Rebelo et al (2012) a quantificação das cargas de treino é um fator


relevante no processo de planejamento do treino. Permite entender e prevenir o
surgimento do estado de overtraining e, colocar os jogadores em situação
considerada ¨ótima¨ para as competições da temporada.
Monitorar as cargas de treinamento nos esportes coletivos não é tarefa
qualquer. O simples fato de serem vários jogadores, cada um em sua distinta função
tática, aliado as diferentes capacidades biomotoras a serem desenvolvidas, tornam o
controle das cargas uma missão complexa.
São diversos os intrumentos usados para quantificar as cargas no futebol:
frequência cardíaca, consumo máximo de oxigênio (VO2máx), níveis de lactato,
distância percorrida, marcadores bioquímicos, entre outros.
Nakamura et al (2010) relatam uma diferenciação existente entre a carga
interna (percebida) e carga externa (planejada).
Restringindo-se aos métodos de monitoramento de cargas externas nos treinos
de força, podemos dizer que o controle da tonelagem (volume) na sessão seria o
primeiro passo. Esse controle se consegue ao multiplicar em um determinado
exercício estabelecido, o número de série versus o número de repetições pela carga
levantada em quilos (ver quadro 41).

Quadro 41 – Esquematização do controle da tonelagem (volume) no treino de força


3 séries x 12 repetições x 100kg = 3600 Kg ou 3,6 toneladas

A intensidade das cargas no treino de força é perceptível pela carga erguida


(normalmente em Kg). Alguns treinadores empregam apenas a quantidade de
repetições a serem completadas (8-12 RM). Porém, é mais comumente expressa em
termos de percentual de uma repetição máxima (por exemplo, 80-90% de 1RM).
Esse controle do volume e da intensidade como da densidade das cargas
permitiria criar as modulações exigidas pela periodização. Para complementar,
merece recordação o quadro 04 com as variáveis manipulativas no treino de força
(página 25).
Para monitorar a carga interna de cada sessão de treino elaborada, alguns
estudiosos tem apresentado como ferramenta útil a escala de percepção subjetiva de
esforço (PSE) modificada. Tal controle é obtido pelo produto da duração da sessão
(em minutos) pelo valor da escala apontada pelo atleta (Borin et al, 2007). Em
complemento, Pinheiro et al (2014) defendem que a proposta inicial da escala PSE
foi utilizada para medir a intensidade do esforço, porém advertem que nos estudos

112
experimentais a PSE tem aumentado de forma linear mesmo em estado de equilíbrio
fisiológico. Com isso, advertem que o ideal seria considerar a PSE como uma escala
marcadora da duração tolerável do esforço em determinada intensidade.
Em termos práticos, por exemplo, o jogador indica na escala de percepção
subjetiva o valor de 3 e, sendo a duração total da sessão 50 minutos, então 3
multiplica 50 e obtêm-se 150 unidades arbitrárias (intensidade do treino).
A forma como se aborda o jogador para indicar o esforço percebido segue uma
padronização:

1) O atleta responde a pergunta indicativa após 15-30 minutos do término


da sessão de treinamento
2) A pergunta indicativa é: ¨Quão intensa foi a sua sessão de treino?¨
3) O atleta indica na tabela o valor correspondente (classificação de 0 a 10)

Quadro 42 – Tabela de percepção subjetiva de esforço modificada


Classificação Descrição Intensidade
0 Recuperação
1 Sumariamente fácil
2 Fácil
3 Moderado
4 Mais ou menos difícil < 4= baixa
5 Difícil
6
7 Muito difícil >4 e <7= moderada
8 >8= alta
9
10 Fadiga máxima
(Adaptado de Foster et al, 2001 ; Moreira et al, 2015 )

Os cálculos das cargas (PSE) devem ser realizados individualmente e de forma


coletiva, buscando análise e interpretações em cima de valores estatísticos (por
exemplo, a média, mediana, moda e outras).

113
Quadro 43 – Exemplo hipotético de carga individual no microciclo com um jogo
semanal
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
descanso 100 UA

180 UA
230 UA
330 UA
410 UA Jogo
800 UA
*UA= unidades arbitrárias

Quadro 44 – Exemplo hipotético de carga individual no microciclo com dois jogos


semanais
Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo
descanso 70 UA 120UA
160 UA 200UA
Jogo
650 UA Jogo
800 UA
* UA= unidades arbitrárias

Silva et al (2011) em estudo com jogadores de futebol 7 society e futsal,


analisaram a PSE no treino de força no exercício cadeira extensora. Em diferentes
cargas (5 RM, 10 RM ou 15 RM) e intervalos de recuperação (30, 60 e 120 segundos)
os atletas apontavam a PSE na escala OMNI-RES (OMNI – Resistance Exercise
Scale) imediatamente após o fim das três séries. Encontraram que quanto menor foi o
intervalo de recuperação, maior foi a sensibilidade no indicador de fadiga percebida.
Além do treino de força, Gaudino et al (2015) reportam que a PSE pode ser
empregada para quantificar as cargas de distâncias percorridas em alta velocidade, o
número de impactos e acelerações durante as sessões do treino de futebolistas de

114
elite.
Uma variável influenciadora da PSE seria a monotonia das sessões. De acordo
com Foster apud Nakamura (2010), a monotonia pode ser calculada através da média
das cargas de um determinado período (no caso, microciclo) dividido pelo desvio
padrão. Vale atentar que quanto menor for a variação das cargas, maior tenderá a ser a
monotonia. Valores elevados de monotonia podem ser considerados indicadores de
patologias, como as doenças infecciosas e lesões.
Equacionar a distribuição da carga interna (PSE) e externa
(volume\intensidade) se faz imperativo nos modelos contemporâneos de periodização
do treinamento da força. Durante a implementação de um programa de treino, o
monitoramento contínuo e os necessários ajustes das cargas permitirá avaliar se os
objetivos estão sendo atingidos.

115
21.0 - LISTA DE ABREVIAÇÕES

VO2máx: consumo máximo de oxigênio

ATP: adenosina trifosfato

ADP: adenosina difosfato

PCr: fosfocreatina

RML: resistência muscular localizada

IGF-1: fator de crescimento da insulina

MGF: mechano growth factor (isoforma muscular)

TFC: treinamento até falha concêntrica

RM: repetições máximas

CAE: ciclo alongamento-encurtamento

CC: componente contrátil

CEP: componente elástico em paralelo

CES: componente elástico em série

CMJ: salto contramovimento

SJ: agachamento com salto

DJ: drop jump (salto em profundidade)

TDF: taxa de desenvolvimento da força

NSCA: National Strength Conditioning Association

RMT: resisted movement training

116
EFC: exercícios de força combinados

TF: treinamento funcional

OTG: órgão tendinoso de Golgi

FMS: functional movement screen

SNC: sistema nervoso central

pH: potencial hidrogeniônico

5-HT: serotonina

TRF: triptofano

URA: umidade relativa do ar

NATA: National Athletic Trainer`s Association

CK: creatinaquinase

LCA: ligamento cruzado anterior

LCP: ligamento cruzado posterior

PSE: percepção subjetiva de esforço

UA: unidades arbitrárias

LDH: lactatodesidrogenase

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