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GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
NOME DO MÓDULO | Página 2 de 104
Mod.DFRH.111/0
FICHA TÉCNICA
IDENTIFICAÇÃO DO CURSO:
Gestão das Organizações
VERSÃO:
1
DATA DA ÚLTIMA
28-11-2016
ATUALIZAÇÃO:
ESTRUTURA .......................................................................................................................................6
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................7
ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................................................. 8
GESTÃO ........................................................................................................................................................12
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................................34
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................................................45
MÉTODOS DE ANÁLISE DE TRABALHO ........................................................................................................................................................45
NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ..................................................................................................................................48
OBJETIVO GERAL
Desenvolvimento, aprofundamento e actualização das competências dos responsáveis, nos diversos
níveis de intervenção, pela Gestão das Organizações.
DESTINATÁRIOS
PROGRAMA
“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que
se recusem a aprender, reaprender e voltar a aprender” ALVIN TOFLER
Peter Drucker, personalidade marcante da história recente da gestão, afirmou que esta era a
“sociedade das organizações”. De facto, quase todos pertencemos a uma ou mais organizações.
Cada vez mais as organizações, sejam empresariais, políqcas, religiosas, desporqvas, de solidariedade
social, de defesa do ambiente, ou outras, assumem um papel crescente na nossa sociedade, quer seja
a nível social ou económico.
São as organizações que actualmente assumem a responsabilidade pela execução das principais
acqvidades necessárias ao funcionamento da sociedade: a produção de bens e serviços, a prestação
de serviços de saúde, a segurança, o desporto, o ensino, a defesa do ambiente, a solidariedade social,
entre muitas outras.
Faz assim senqdo que se aprofunde o estudo das organizações enquanto enqdades sociais,
económicas e de desenvolvimento das capacidades humanas, assim como agentes fundamentais da
mudança e evolução.
Uma profunda transformação tem vindo a acontecer no funcionamento das organizações, devido a
diversos factores, dos quais se destaca a globalização da economia, devida em grande parte aos
avanços tecnológicos no tratamento e transferência de informação, nos transportes e na mobilidade
de pessoas e bens.
As pessoas tornaram-se no seu principal acqvo: deixaram de ser meros executantes de tarefas
decididas e ordenadas pelos orgãos de topo, para passarem a consqtuir parte integrante no processo
de tomada de decisões Hoje as organizações aprendem, na medida que os seus acqvos aprendem. A
era da tecnologia está a dar lugar à Sociedade do Conhecimento.
Cada vez mais as organizações estão a mostrar maior atenção à criação de valor através do poder do
conhecimento.
De um modo geral, o sucesso nos negócios é alcançado pelas empresas que têm o melhor
conhecimento, ou que o dominam de modo mais eficaz, e não necessariamente pelas mais
poderosas.
ORGANIZAÇÃO
CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO
Vivemos numa sociedade dominada por organizações, grandes ou pequenas, com ou sem fins
lucraqvos – hospitais, escolas, igrejas, forças armadas, empresas, governo e organismos oficiais – nas
quais as pessoas trabalham em conjunto, com vista à prossecução de objecqvos que seriam
impossíveis de aqngir se trabalhassem isoladamente.
De entre essas organizações, a empresa é, sem dúvida, uma das mais importantes e com maiores
repercussões nas nossas vidas.
Podemos apresentar uma organização como um conjunto de duas ou mais pessoas que realizam
tarefas, seja em grupo seja individualmente, de forma coordenada e controlada, actuando num
determinado contexto ou ambiente, com vista a aqngir um objecqvo predeterminado através da
afectação eficaz de diversos meios e recursos disponíveis.
Temos então:
Actuação coordenada: As pessoas têm que se organizar, ou seja, desenvolverem as suas acqvidades
de forma coordenada e controlada para aqngir determinados resultados.
Afectação eficaz: Os recursos na maioria dos casos são escassos, daí que a sua alocação deva ser
eficaz para que a probabilidade de aqngir os objecqvos predefinidos seja a maior possível.
Contexto: Representa toda a envolvente externa da organização que influencia, de forma directa ou
indirecta, a sua actuação e desempenho. Nesta envolvente incluem-se os contextos económico,
tecnológico, sócio-cultural, poliqco-legal, e ainda os clientes, fornecedores, concorrentes,
organizações sindicais, comunicação social, entre outros.
Ao gestor cabem diversas funções com o objecqvo de produzir bens ou serviços com eficácia e
eficiência, mantendo o nível de saqsfação dos colaboradores, num processo dinâmico entre as
pessoas e as tarefas.
TIPOS DE ORGANIZAÇÕES
1. Pelos fins
Todas as organizações pretendem criar produtos ou prestar serviços, sendo que, nalguns casos, o
objecqvo úlqmo é o de gerar lucros.
A empresa, associação organizada ou empreendimento, é uma firma ou pessoa jurídica que explora
uma acqvidade com o objecqvo de ter lucro.
Este qpo de classificação tem a ver com a acqvidade desenvolvida. A principal divisão é entre sector
primário, sector secundário e sector terciário:
• Sector terciário: inclui as acqvidades relacionadas com a prestação de serviços e com o comércio,
distribuição e transportes.
A simplificação dos processos administraqvos na criação de uma empresa é hoje, sem dúvida, um dos
seus aspetos fundamentais. O mesmo se pode dizer da uqlização da internet para a realização
operações e movimentos junto dos organismos do Estado (que anqgamente só podiam ser realizadas
presencialmente), o que poupa tempo e dinheiro.
As empresas podem ser formalmente consqtuídas sob diversas formas jurídicas, das quais se
destacam as mais usuais:
Caso o negócio seja consqtuído por uma só pessoa, pode optar por uma das seguintes formas
jurídicas:
• E~ composto somente por uma pessoa e a sua responsabilidade é ilimitada, ou seja, o empresário
responde ilimitadamente pelas dívidas contraídas no exercício da sua aqvidade e perante os seus
credores, incluindo com os seus bens pessoais;
• Deve estar inscrito na Segurança Social, deduz e liquida IVA quando aplicável e IRS.
• Esta é uma sociedade em que existe somente um sócio, a sua responsabilidade é limitada ao
montante do capital social, que tem que ser no mínimo 1 € (um euro), mas é aconselhável que esse
valor seja superior;
• Deve estar inscrito na Segurança social, deduz e liquida IVA quando aplicável e IRC.
• De salientar que aquando do início de aqvidade deve ter contabilidade organizada e um TOC
(Técnico Oficial de Contas).
Caso o negócio seja consqtuído por mais do que uma pessoa, podemos optar pelas seguintes formas
jurídicas:
• São consqtuídas no mínimo por dois sócios, o seu capital social mínimo é de um euro (1€), são
sociedades cuja responsabilidade é limitada ao montante do capital social invesqdo;
• Devem estar inscritas na Segurança Social, deduzem e liquidam IVA, quando aplicável, e IRC;
Sociedades anónimas
• A sociedade tem que ter no mínimo cinco sócios, o seu capital social mínimo é de cinquenta mil
euros (50.000€), distribuído por ações.
• Devem estar inscritas na Segurança Social, deduzem e liquidam IVA, quando aplicável, e IRC;
• Tem de ter contabilidade organizada e um TOC (Técnico Oficial de Contas), bem como um ROC
(Revisor Oficial de Contas);
• Estas empresas devem também ter um conselho fiscal (ou fiscal único).
• Cooperaqva.
a classificação das empresas quanto à sua dimensão difere de país para país mas está geralmente
associada a grandezas como o volume de negócios ou o número de funcionários. No caso português
é uqlizada a classificação europeia:
• Média Empresa: empresa com menos de 250 trabalhadores, um volume de negócios inferior a 50
milhões de euros e um balanço também inferior a 43 milhões de euros;
5. Pela Propriedade do Capital: a disqnção mais usual é entre empresas públicas e empresas
privadas:
• Empresas públicas: empresas cujo capital é deqdo pelo Estado ou por insqtuições por ele
directamente controladas;
• Empresas privadas: empresas cujo capital é deqdo por pessoas individuais ou por insqtuições
privadas;
• Empresas de capitais mistos: empresas cujo capital é deqdo simultaneamente pelo Estado e por
enqdades privadas.
GESTÃO
CONCEITO DE GESTÃO
Gestão é o processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com o esforço dos outros.
FUNÇÕES DA GESTÃO
• Organização – há que definir quem vai actuar para que o plano aconteça, quem são as
pessoas, como se relacionam, com que meios, que acqvidade ou função cabe a cada uma
isoladamente ou em grupo. Há que organizar. A organização consiste em estabelecer relações
formais entre as pessoas, e entre estas e os recursos, para aqngir os objecqvos propostos.
Um dos aspectos fundamentais desta função é assegurar que a pessoa certa, com as
qualificações certas, está no local e no tempo certos para que melhor sejam cumpridos os
objecqvos.
A direcção envolve:
o moqvação – reforço da vontade das pessoas se esforçarem por conseguir alcançar os
objecqvos da organização. Implica a aproximação (convergência) dos objecqvos
individuais de cada elemento humano da organização com os objecqvos globais da
organização.
o liderança – capacidade de conseguir que os outros façam aquilo que o líder quer que
eles façam. É um aspecto da direcção, por sua vez um aspecto da gestão. A
capacidade e esqlo de liderança define, até certo ponto, a categoria de um gestor.
Por melhor que estas tarefas sejam realizadas (planeamento, organização e direcção), nada se passa
exactamente como o previsto (aparecerão muitas perturbações).
Tipos de perturbações
o Externas
o Internas
o Dependentes das pessoas
o Independentes das pessoas
Função de controlo: definir as acções necessárias para corrigir os desvios e evitá-los no futuro através
de: acções de caracter pedagógico, educaqvo e formaqvo; reformulação do plano, organograma
organizacional e formas de direcção.
PLANEAR ORGANIZAR
CONTROLAR DIRIGIR
“Se perguntarem aos gestores o que eles fazem, é muito provável que vos digam que planeiam,
organizam, coordenam e controlam. Vejam depois, o que eles fazem, de facto. Não se surpreendam
se não puderem relacionar aquilo que vêm com aquilo que vos foi dito.”
HENRY MINTZBERG
Segundo Henry Mintzberg, os gestores não actuam de acordo com as funções clássicas da gestão –
planeamento, organização, direcção e controlo; em vez disso, eles actuam desempenhando, como se
fossem actores, uma série de dez diferentes papéis, agrupados em três grandes grupos:
• Interpessoal
1. Figuraqvo – desempenhando funções cerimoniais e sociais como representante da
organização.
2. Líder – interagindo com os subordinados, moqvando-os e dirigindo-os.
3. Relação – estabelecendo uma rede de contactos, nomeadamente com o exterior da
empresa.
• Informacional
4. Receptor – recebendo informações quer do interior quer do exterior da empresa.
5. Disseminador – transmiqndo aos outros membros da organização as informações
adquiridas.
6. Transmissor – informando, para o exterior da empresa, sobre planos, políqcas, acções e
resultados.
• Decisional
7. Empreendedor – desenvolvendo iniciaqvas de mudança com base na análise das
oportunidades proporcionadas pelo ambiente.
8. Solucionador de distúrbios – responsável pelas acções correcqvas quando a organização
enfrenta distúrbios significaqvos e inesperados.
9. Distribuidor de recursos – controlando a afectação das pessoas, dinheiro, equipamento e
tempo, programando e aprovando as decisões respecqvas.
10. Negociador – parqcipando nas acqvidades de contratação e negociação.
Gestores não são só aqueles que têm responsabilidade pela empresa como um todo.
Gestores são todos aqueles que, numa organização, conseguem coisas feitas com o trabalho dos
outros, planeando, organizando, dirigindo e controlando.
Institucional
Intermédio
Operacional
A importância relaqva das funções de gestão não é exactamente a mesma nos diversos níveis de
gestão.
Institucional P O D C
L R I O
A G
N A R N
E N E T
Intermédio A I C R
M Z
E A Ç O
N Ç Ã L
T Ã
Operacional O O
O O
Um gestor pode ser eficaz sem ser eficiente, e pode ser eficiente sem ser eficaz.
Para ser eficiente e eficaz, o gestor deve possuir e conqnuamente desenvolver várias apqdões
essenciais:
• Apqdões técnicas - Capacidade de usar conhecimentos, técnicas e recursos no seu trabalho
concreto. Por exemplo, conhecimento e experiência em engenharia, informáqca,
contabilidade, markeqng, produção, etc. Está geralmente relacionada com o trabalho com as
coisas (processos e objectos materiais) e é parqcularmente importante nos gestores de 1ª
linha (operacionais), onde se resolvem os problemas do dia-a-dia.
O grau de desenvolvimento necessário destas apqdões está relacionado com o nível de gestão em
que o gestor se situa.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
“A melhor estrutura organizacional não garanqrá os resultados, nem os lucros. Contudo, uma
estrutura inadequada é uma garanqa de fracasso.”
Peter Drucker
- Estratégia
A estrutura organizaqva consqtui uma das maneiras da organização concreqzar os seus objecqvos e,
uma vez que estes derivam da estratégia da empresa, é necessário que estratégia e estrutura se
interliguem. Necessariamente que a estrutura sofre sempre alterações quando existem ajustamentos
na estratégia. Uma estratégia de inovação em novos produtos ou serviços, requer uma estrutura
diferente da necessária para uma estratégia de diversificação de produtos, a qual é diferente para
uma estratégia de diminuição de custos.
- Dimensão
As alterações e modificações ao nível da estrutura são tanto mais significaqvas quanto maior a
diferenciação verqcal, horizontal ou geográfica, ou seja, numero de colaboradores, nível de
especialização das tarefas e quanqdade de espaços geográficos.
- Tecnologia
Tecnologia não está apenas associada a equipamentos informáqcos e outras máquinas com
pensamento arqficial. O conceito de tecnologia é bastante mais vasto e amplo: conjunto de técnicas,
artes e oˆcios capazes de modificar / transformar o ambiente natural, social e humano, em novas
realidades construídas arqficialmente.
• A estrutura de cada organização deverá ser desenhada e implementada por forma a ajustar-se às
caracterísqcas especificas dessa organização, em termos de estratégia, dimensão, produtos,
tecnologias, pessoas e meio ambiente.
• A especialização facilita a obtenção de níveis elevados de desempenho, dado que permite a cada
indivíduo o conhecimento mais profundo da suas atribuições
• A eficácia não é possível sem a correcta coordenação e controlo das acqvidades individuais.
A estrutura informal surge da interacção social das pessoas, o que significa que se desenvolve
espontaneamente quando as pessoas interagem umas com as outras.
Não existe um qpo de estrutura organizacional ideal, aliás uma das caracterísqcas de uma boa
estrutura deverá ser a sua capacidade de se adaptar às mudanças e ao desenvolvimento.
• A sequência de passos necessária para proporcionar os bens ou serviços que os membros e clientes
desejam ou necessitam
• A dimensão da organização
Estrutura simples
Na estrutura simples ou personalizada toda a autoridade está centrada apenas numa pessoa, o
gerente. Este qpo de estrutura está geralmente associado às pequenas empresas, empresas
familiares ou às que se encontram no início.
Como vantagem temos que permite ao orgão de topo controlar todo o desenvolvimento do negócio.
Por outro lado, ele pode não ter o conhecimento necessário para o fazer e esta estrutura não é viável
à medida que a organização vai crescendo em dimensão e complexidade.
Vantagens:
Desvantagens:
Vantagens:
- Os gestores das divisões são responsáveis pelo planeamento de curto e médio prazo;
- Os gestores de topo estão mais disponíveis para o planeamento estratégico de longo prazo.
Desvantagens:
- A coordenação global pode ser mais diˆcil, devido à maior complexidade e diversidade de divisões.
Estrutura em holding
Nas estruturas em holding o orgão central actua como uma empresa gestora de invesqmentos,
fixando objecqvos para as suas parqcipadas, que são fortemente independentes e possuem estrutura
própria.
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Vantagens:
- Os riscos e lucros são diversificados pelas múlqplas organizadas em vários sectores de acqvidade;
Desvantagens:
- As empresas holding podem não dispor de qualidade de gestão especifica e recursos tangíveis;
Estrutura matricial
A estrutura matricial é }pica das grandes empresas mulqnacionais, com grande dispersão geográfica
e duplas divisões (por produto/região).
Vantagens:
Desvantagens:
Na sua forma extrema a organização em rede é consqtuída por uma série de empresas
independentes ligadas umas às outras por computador.
A estrutura em rede enquadra-se nas tendências que se vêm verificando, quer para a redução das
acqvidades secundárias das empresas (o outsourcing – a subsqtuição do “fazer” pelo “comprar”)
quer para as políqcas de contratos de longa duração com os fornecedores, ou outras alianças
estratégicas.
Unidade A Unidade B
Unidade E Unidade D
Empresas de
embalagem
Designers Fornecedores
SEDE
(EMPRESA)
Produtores Distribuidores
Agentes
de promoção
e publicidade
Para delinear uma estrutura organizacional é importante conhecer os seus componentes, ou seja,
três sistemas que apesar de disqntos se intercruzam: responsabilidade, autoridade e comunicação.
O sistema de responsabilidade está relacionado com a obrigação que cada indivíduo tem de executar
aquilo que lhe é atribuído. De forma a evitar situações de conflito, a definição de funções e
respecqvas responsabilidades deve ser clara e rigorosa.
O sistema de autoridade está directamente relacionado com o direito de dar instruções, ordens,
tomar decisões e controlar.
Existem dois qpo de autoridade disqntos e que podem ou não ser sinónimos: autoridade hierárquica
e autoridade funcional.
O sistema de comunicação está relacionado com todas as trocas de informação existentes entre os
vários níveis hierárquicos e unidades funcionais.
Peter Drucker considera ainda o sistema de decisão como fazendo parte da estrutura organizacional,
como resultante da acção sobre as informações.
Podemos afirmar que a comunicação promove mudanças que podem ser direccionadas
posiqvamente ou não, conforme a capacidade de entendimento ou divergências das partes em
interacção.
- A comunicação descendente parte dos níveis hierárquicos superiores e dirige-se aos escalões
inferiores, seguindo o padrão de autoridade das posições hierárquicas. Exemplos: Informações
Internas, Normas de Serviço, Circulares, Procedimentos Internos, Descrições de Funções, etc.
- A comunicação ascendente circula no senqdo inverso, da base para o topo, passando pelos
escalões intermédios. Exemplos: reuniões periódicas em grupo ou individuais, contacto telefónico,
relatórios, formulários e outros documentos.
- A comunicação horizontal ocorre entre indivíduos situados no mesmo nível hierárquico, entre os
diferentes sectores, serviços ou especialidades.
- A comunicação pode ainda assumir uma direcção funcional ou obliqua, quando diferentes níveis
hierárquicos e diferentes linhas funcionais comunicam entre si.
Comunicação verbal
As interacções sociais, ao nível das relações face a face, está sujeitas à influência de variáveis, que
lhes influenciam ou determinam, a condução dos processos comunicacionais.
- Factores pessoais - nível de conhecimento que o indivíduo tem ou que lhe é atribuído; imagem
ˆsica (postura corporal, os gestos e expressão facial).
Cuidados a ter:
- Reformulação e feedback
Comunicação escrita
Alguns estudos referem que, quanto mais informação escrita se produz numa organização, mais
dificuldades existem na comunicação. Curiosamente, à medida que aumentam os textos escritos
diminui a taxa de leitura e impacto da mensagem.
- Problemas de memória - não considerando problemas patológicos, mas sim situação comum de
retenção do que se lê.
Cuidados a ter:
- A forma como é redigida: usando o mais simples e curto, evitando abreviaturas e palavras
generalistas e preferindo a voz acqva à passiva.
INTRODUÇÃO
“O passado serve para evidenciar as nossas falhas e nos dar indicações para o progresso do futuro.”
Henry Ford
Como o conhecimento transforma o homem e permite que se tenha uma nova perspecqva do mundo
real, da teoria da organização em acção, fez senqdo conhecer a evolução gradual dos conceitos
básicos que nos podem dar ferramentas para uma gestão voltada para um futuro incerto.
A teoria das organizações é composta por diversas peças, tendo passado por enormes
transformações ao longo dos tempo. Apesar do seu aparecimento formal ser atribuído aos finais do
século XIX, já anteriormente qnham ocorrido inúmeras contribuições. Este é um sistema em con}nuo
movimento.
Hoje o conhecimento é considerado como o recurso económico mais valioso no processo produqvo e
de inovação, sendo a peça-chave para a sobrevivência num ambiente de alta compeqqvidade.
As teorias e práqcas de gestão das organizações são praqcamente tão anqgas como a própria História
da Humanidade.
Os primeiros registos escritos relacionados com gestão e administração surgem nas civilizações pré-
clássicas.
Há cerca de 3.000 anos A.C., os Sumários já faziam registos de impostos e demonstravam ter uma
preocupação com o controlo das aquisições e bens.
Também a sabedoria chinesa contribuiu com princípios relacionados com planeamento, organização,
direcção e controlo. Por volta de 500 A.C., Sun Tzu, general chinês, escreve o clássico “A Arte da
Guerra”, uqlizado até hoje por militares e gestores como guia.
ABORDAGEM CLÁSSICA
Apesar dos contributos das civilizações anqgas, foi a parqr dos finais do século XIX que a gestão das
organizações passou a ser considerada como uma ciência social.
A revolução industrial iniciada em Inglaterra, nos meados do século XVIII, levou a grandes
transformações na sociedade, nas ciências, na tecnologia, nas matérias-primas, nas energias
uqlizadas e, logicamente, no âmbito das organizações.
Desde então, para empresários, gestores, cienqstas sociais e governantes, as organizações não só
deveriam aqngir o máximo de eficiência, de modo a permiqrem um aumento da produqvidade do
trabalho, como também deveriam ser objecto de um conhecimento cienqfico exausqvo.
As abordagens clássicas são a expressão genuína desta realidade histórica para Frederick Taylor, Henri
Fayol e Max Weber, e outros autores da mesma época. Apesar de Taylor fazer a sua analise sobre a
tarefas do factor de produção “trabalho”, Fayol sobre as estruturas da empresa, com ênfase na
administração, e Weber sobre o qpo ideal de racionalidade burocráqca, todos eles qnham um
objecqvo comum: compreender, explicar e interpretar as organizações em bases racionais e
cienqficas, de forma que o pragmaqsmo da acção individual e colecqva enquanto capacidade
produqva das pessoas, evoluísse para a eficiência máxima.
Apesar do reconhecido impacto desta teoria organizacional, muitas forma as criqcas apontadas ao
taylorismo. Varias personalidades contestaram este modelo, em que o homem é visto como uma
mera peça na engrenagem da produção industrial. Um exemplo de críqca brilhante é feito por Charlie
Chaplin, no famoso filme “Tempos Modernos”.
Apesar de todas as criqcas a esta teoria, foi graças ao “taylorismo-fordismo” que o automóvel se
tornou um produto de consumo de massas e ao alcance de todas as classes sociais.
Vantagens:
Inconvenientes:
- A realização das tarefas repeqqvas conduz a desmoqvação, cansaço, stress e doenças profissionais;
Enquanto Taylor incidiu as suas análises em tornos das tarefas, Fayol preocupou-se essencialmente
com os componentes estruturais e funcionais que são essenciais para funcionamento de qualquer
empresa. Para Fayol exisqam seis unidades estruturais com funções muito especificas: técnica,
comercial, financeira, segurança, contabilidade e administração.
De acordo com este autor, as funções administraqvas estão sempre presentes, embora de forma
diferenciada, em todos os outros sectores de acqvidade de qualquer organização. Desde os gestores
de topo às chefias intermédias e ao nível de base , todos os membros de uma organização exercem
funções administraqvas com um grau de importância e especificidade diferenciadas.
O principal contributo desta abordagem foi, sem duvida, a apresentação das funções estruturais
existentes numa organização (técnica, comercial, financeira, segurança, contabilidade e
administração), e ainda a ênfase dada às funções de administração: planear, organizar, comandar,
coordenar e controlar.
A teoria da burocracia pretendeu dar as bases de um modelo ideal e racional de organização a ser
aplicado em empresas de qualquer ramo de acqvidade. Neste modelo a ênfase está na forma, na
especialização da tarefa associada à competência, nas regras e normas especificadas e ainda nas
responsabilidades definidas e registadas. Como principais criqcas à organização burocráqca são
apontadas a falta de flexibilidade e a carência de inovação.
Na verdade, este modelo, apesar das desvantagens, tem sido largamente aplicado em organizações
de todas as dimensões e sectores de acqvidade. Quanto às disfunções organizacionais geradas,
bastará recordar o senqdo que a palavra “burocracia” adquiriu nos nossos dias.
Como o modelo burocracia se baseia em princípios como “comportamento humano pautado pela
racionalidade, precisão, rapidez, unicidade interpretava e uniformidade de roqnas e procedimentos”,
é fácil perceber as dificuldades de aplicação. Como Daniel Goleman diz “é um risco serio ignorar as
emoções e o seu impacto nas organizações”.
A Teoria das Relações Humanas, surgiu nos Estados Unidos da América como consequência imediata
das conclusões obqdas na Experiência em Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus
colaboradores. Foi basicamente um movimento de reacção e de oposição ao racionalismo e ao
paradigma do Homem Economics.
Perante estes cenários, verificava-se que as abordagens clássicas das organizações não eram
totalmente validas. Algo de fundamental lhes escapava: os aspectos sociais e psicológicos do
comportamento humano. Foram precisamente estes os principais temas da invesqgação de Elton
Mayo e outros cienqstas sociais.
Como consequência desta abordagem, uma nova linguagem passa a dominar o repertório
administraqvo: surge o novo paradigma do homem social, em oposição ao homem economics. Fala-
se agora pela primeira vez em moqvação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de
grupo, etc.
A Teoria das Relações Humanas surge como reacção ao modelo racionalista. Os seus princípios
básicos defendem que as relações humanas são a variável fundamental na gestão das organizações; a
principal moqvação do indivíduo é o reconhecimento e o senqmento de pertença; o comportamento
do indivíduo no trabalho é determinado pelo grupo a que pertence; o grupo a que ele pertence tem
uma natureza informal.
Foram vários os autores que se dedicaram ao estudo destas temáqcas. Para além de Elton Mayo,
importa referir Kurt Lewin e Mary Parker Follet pela sua importância nos estudos relacionados com a
Dinâmica dos Grupos, Abraham Maslow e Douglas McGregor no domínio da moqvação humana,
entre outros.
A Teoria Comportamentalista
“Quanto mais saudáveis nós somos emocionalmente, mais importantes se tornam as nossas
necessidades de preenchimento criaqvo no trabalho. Ao mesmo tempo, menos nós toleramos a
violação das nossas necessidades para tal preenchimento.”
Abraham Maslow
Dos vários autores que se dedicaram a esta temáqca, destaque para Maslow com a idenqficação das
necessidades humanas sob a forma de pirâmide, Herzberg que coloca a tónica no enriquecimento do
conteúdo funcional como forma de saqsfazer as necessidades de realização e desenvolvimento
profissional dos indivíduos. Outra abordagem, a de Likert, aponta vários caminhos possíveis, de
acordo com os sistemas de autoridade.
Abraham Maslow terá sido um dos primeiros a apresentar uma teoria sobre a moqvação humana,
segundo a qual as necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia
de importância e influência.
Embora esta teoria tenha sido fortemente contestada, principalmente pela impossibilidade de
padronização do comportamento humano, sem duvida deixou um contributo considerável para o
conhecimento e compreensão desse comportamento.
Outro dos invesqgadores de referência foi Frederick Herzberg. Os seus estudos incidiram na
moqvação dos funcionários para o trabalho, este concluiu que exisqam factores de saqsfação e
insaqsfação. Os factores de insaqsfação estão relacionados com o ambiente de trabalho (também
designados por factores higiénicos) e os de saqsfação com o trabalho em si mesmo (ou seja, factores
moqvacionais).
No quadro a seguir apresentamos alguns exemplos de práqcas de gestão que, de acordo com este
autor, podem funcionar como factores moqvacionais.
Foi Ludwig von Bertalanffy, biólogo, que estabeleceu a Teoria Geral dos Sistemas, constatando um
facto que parece simples: vivemos num mundo de sistemas interdependentes.
O que a aplicação desta visão sistémica trouxe de novo à Teoria da Gestão foi o fornecimento de um
quadro global, no qual podem ser integrados quase todos os conhecimentos anteriores,
considerando agora também o ambiente no qual a organização se insere.
Esta é a grande novidade, pois, até a esse momento, as teorias onde gestão que qnham sido
propostas viam a empresa como um sistema fechado. Tal como vimos atrás Taylor concebia-a como
um sistema de produção, Fayol como uma estrutura autónoma e os teóricos humanistas como um
sistema social fechado.
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
O que trouxe de verdadeiramente novo este modelo, é que tudo é relaqvo. Não há nada
absolutamente infalível quanto à forma ideal de gerir uma organização, pelo que um modelo de
gestão pode ser eficaz numa organização, mas ser um total fracasso noutra.
De acordo com a teoria da conqngência não existe uma única maneira melhor de organizar, em vez
disso, as organizações precisam ser sistemaqcamente ajustadas às condições ambientais.
Defende ainda a concepção do Homem Complexo, entendido como sistema composto por valores,
percepções, caracterísqcas de personalidade e necessidades que tornam cada indivíduo um ser
único.
Globalmente, a abordagem neoclássica caracteriza-se pelo seu ecleqsmo, ao aproveitar vários dos
contributos dados pelas abordagens anteriores. com destaque para as funções de gestão (planear,
organizar, dirigir e coordenar), reconhecimento da importância das moqvações e do comportamento
humano na eficiência e eficácia das organizações, e ainda na visão da organização como um sistema
complexo consqtuído por vários subsistemas.
A grande inovação desta teoria está na introdução do conceito de Gestão por Objecqvos, tão em voga
nos nossos dias.
“Toda a empresa deve criar uma verdadeira equipa e reunir esforços individuais num esforço comum.
Cada membro da empresa contribui com uma parcela diferente, mas todos devem contribuir para a
meta comum. Os esforços devem ser exercidos numa só direcção e as contribuições devem
combinar-se para produzir um resultado ópqmo - sem lacunas, sem atritos, sem a desnecessária
duplicação de esforços. A Gestão por Objecqvos exige um grande esforço e instrumentos especiais,
pois, numa empresa, os execuqvos são automaqcamente dirigidos para o objecqvo comum.”
Apesar das diversas definições, a GPO (Gestão por Objecqvos) é geralmente descrita como um
processo parqcipaqvo, por meio do qual, trabalhadores e gestores de uma organização, idenqficam
em conjunto os objecqvos colecqvos e individuais, definem áreas vitais de actuação e resultados a
alcançar, usando medidas como guias de orientação para as diversas unidades orgânicas,
estabelecendo as contribuições para cada um dos membros envolvidos.
RALPH NADER
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos, os conceitos de “produtividade“ e “competitividade“ têm sido alvo de profundas
alterações, com tendência para a afirmação de um novo modelo produtivo baseado na variedade e na
diferença, posicionando o saber como factor de competitividade.
Durante os últimos tempos, esse processo de inovação, teve como objectivo o enriquecimento
do conteúdo do trabalho, o aumento da iniciativa, da responsabilidade e da autonomia funcionais, o
incremento da qualidade aos mais diversos níveis, numa lógica de valorização dos recursos humanos.
Por detrás destas abordagens está o quesqonamento das práticas tradicionais da gestão e dos
modelos de organização do trabalho.
No entanto procuramos sempre a resposta à mesma interrogação: de que forma podemos ser mais
produqvos, mais eficazes e mais eficientes.
O estudo dos métodos de trabalho, não é mais que uma sistemaqzação dos passos, recursos e meios
de forma a idenqficar a forma como realizamos operações ou tarefas. A parqr dessa análise,
podermos disqnguir a sequência mais adequada de realização das tarefas, introduzir mecanismos
facilitadores e ainda aproveitar as sinergias decorrentes do trabalho em equipa.
• Observação;
• Análise crítica;
A observação pode ser feita pela visualização simples ou complementada com entrevista do
executante, ou ainda por experimentação directa da tarefa ou operação em análise. Será de todo
conveniente ter a colaboração dos trabalhadores analisados. Desta forma, além de tornar as intenções
mais transparentes, haverá uma maior motivação e empenhamento para as futuras alterações a
introduzir.
Existe um conjunto de informações que devem, obrigatoriamente, ser observadas e recolhidas para
posterior tratamento. Deverá proceder−se ao registo de tudo o que se considerar que pode vir a
ser útil.
• Porquê?
• Fluxogramas;
O registo da informação poderá incluir a medição dos tempos requeridos para a execução de
cada operação e/ou tarefa, no caso de se pretender fazer a sua quanqficação.
Depois da fase de análise crítica dos dados registados passamos à fase da classificação do tipo de
tarefas:
• Tarefa essencial:
• Tarefa redundante
• Tarefa simultânea
Finalmente, na última fase, conjuntamente com a equipa envolvida, poderá efectuar−se uma
análise de todas as tarefas que são efectivamente essenciais, quem possui as competências
necessárias para a sua execução, eliminar as redundantes, seleccionar apenas um executante
para as simultâneas, quais os recursos efecqvamente necessários, etc.
Nos úlqmos tempos surgiram novas formas de organização do trabalho, como tentaqvas de
conciliar dois objecqvos: elevar o nível de moqvação dos trabalhadores e aumentar o
rendimento do trabalho. Temos como mais divulgadas:
• Enriquecimento do trabalho
• Círculos de qualidade
• Trabalho à distância
For detrás deste movimento de inovação organizacional, houve sobretudo uma tentativa de
reabilitação das potencialidades resultantes da organização e animação de grupos de
trabalho e, nomeadamente, do trabalho em equipa, pondo em causa o modelo clássico de
organização do trabalho e de gestão da empresa.
A rotação de tarefas, tal como o próprio nome indica, consiste em colocar o funcionário A que
fazia a tarefa A a realizar a tarefa B, passando o trabalhador B a executar a tarefa A.
Esta alteração na distribuição de tarefas, se aparentemente não traz grandes vantagens nem
para o trabalhador, nem para a organização, pode ser vista como um meio para:
• Normalizar as qualificações;
A polivalência, por seu turno, pode constituir uma arma de dois gumes e ser percebida pelo
trabalhador como um risco acrescido de carga física e/ou mental de trabalho. Devem assim
ser bem equacionados os seus benefícios reais para a organização e para o trabalho, antes da
sua aplicação.
O alargamento de tarefas consiste basicamente na integração das tarefas (ou dum conjunto de
tarefas) da mesma natureza. Importa disqnguir aqui dois qpos de alargamento: horizontal e
verqcal. No caso do alargamento horizontal, trata−se apenas de “mais do mesmo“, isto é,
integração num posto de trabalho de várias tarefas da mesma natureza, por exemplo,
integração no mesmo posto de trabalho de várias tarefas roqneiras, em lugar de estarem
distribuídas por diversos postos de trabalho.
Seja como for, o alargamento de tarefas continua a partir do pressuposto da fragmentação das
tarefas; o trabalho é pensado em termos individuais e não aproveita por isso as sinergias do
grupo, e não permite uma maior autonomia nem responsabilização do colaborador sobre as
suas realizações. O controlo permanece num nível hierárquico superior. Contudo, esta forma
de organização poderá ter grande aplicação nas indústrias em que existe ainda trabalho em
cadeia, isto é, nos sistemas de produção em grande série (por exemplo, indústria automóvel).
4. Círculos de Qualidade
Os círculos de qualidade surgiram nos anos 60 como necessidade das empresas em avançarem
em direcção ao chamado estilo de gestão participada (parqcipaqve management).
Sem que possa parecer, os círculos de qualidade podem constituir uma das alavancas mais
incenqvadoras no seio das organizações.
Sabemos que, por vezes, até os colaboradores mais competentes sentem desmotivação e
frustração no esforço desenvolvido para produzirem trabalho de alta qualidade. Esta situação
revela−se negativa para a organização, podendo conduzir ao desinteresse no trabalho, ao
absentismo, a defeitos na produção, reclamações por parte dos clientes, acidentes de trabalho,
etc.
Os círculos de qualidade, através da junção de esforços por parte dos seus intervenientes,
influenciam todo o ambiente interno da empresa e, deste modo, permitem prevenir e reduzir
as situações anteriormente descritas, revelando−se excelentes impulsionadores da qualidade.
• Melhorar a produtividade.
• Maior compreensão dos pontos de vista de cada um e dos problemas que os afectam;
Vantagens:
• Realização profissional.
Desvantagens:
5. Grupos Semi-Autónomos
Vejamos alguns dos pressupostos em que assenta o modelo: “o grupo é maior do que a soma
dos seus membros individualmente, sendo que cada grupo consqtui um sistema com
caracterísqcas próprias disqntas das caracterísqcas dos indivíduos que os compõem“. Se
quisemos traduzir por expressão numérica, poderíamos dizer que, “2+2=5“ (sinergia).
Outra ideia−chave no conceito de trabalho de equipa é a relação igualitária, não subordinada, não
hierárquica. Não basta a acção concertada de duas ou mais pessoas, trabalhando na solução de
um problema, em conjunto e de maneira organizada, é necessário que essa relação seja
estabelecida numa base de relativa igualdade, fora portanto da relação hierárquica. Essa relação
traduz−se no espírito de equipa.
Princípio Descrição
Evitar a monotonia ✓ ✓ ✓
Reduzir a fadiga ✓ ✓
Maior qualificação ✓ ✓ ✓ ✓
Maior motivação / ✓ ✓ ✓ ✓
satisfação
Maior autocontrolo ✓ ✓
Maior cooperação/ ✓
entreajuda
Maior responsabilidade ✓ ✓
Mellor comunicação ✓ ✓
Nível operacional ✓
descentralizado
Maior produtividade ✓ ✓ ✓ ✓
Contudo, embora possa parecer que a principal diferença deste modelo é a mudança do local onde
o trabalho é realizado, ela vai muito para além disso. Podemos mesmo falar numa verdadeira
revolução que se opera: mudam os processos de recrutamento e selecção tradicionais, o conteúdo
do posto de trabalho, o horário, o sistema retributivo, o grau de autonomia e responsabilidade do
trabalhador, as relações deste último com a organização, com os colegas, surgem novas utilizações
dos canais de comunicações, etc.
Existem diversos tipos de Teletrabalho, desde o colaborador com uma relação contratual com uma
organização, mas que exerce as suas funções de forma deslocalizada, ao colaborador liberal que
presta serviços para uma ou mais organizações.
Os efeitos do Teletrabalho nas organizações e na sociedade são amplos. For um lado, altera a
forma como uma organização trabalha, por outro pode afectar o modo como as pessoas se
relacionam entre si e com a sua profissão.
O Teletrabalho tem grandes vantagens para as organizações, para os colaboradores e ainda para a
sociedade em geral. Vejamos com maior pormenor:
Para as organizações:
• Diminuição da perda de empregados (factores como mudança de emprego do cônjuge, regresso aos
estudos, gravidez, deixam de ser um moqvo de perda de empregados);
• Aumento dos serviços aos clientes (a empresa pode fornecer aos clientes uma assistência mais
abrangente em termos temporais).
Para os trabalhadores:
• Menor perturbação na vida familiar (o trabalhador passa mais tempo com a família);
• Maior economia e autonomia na escolha da habitação (já que o teletrabalhador tem a liberdade
de executar o seu trabalho em qualquer local).
Apesar das múltiplas vantagens do Teletrabalho há algumas limitações a este novo sistema de
trabalho. O isolamento a que este tipo de trabalho induz, pode conduzir a estados de depressão e
angúsqa. Também o senqmento de segurança pode ficar enfraquecido, dado ser uma área nova em
termos de legislação. Por outro lado, as condições de trabalho em casa nem sempre são adequadas.
PETER DRUCKER
Definições de estratégias
Estratégia é a determinação dos objectivos básicos de longo prazo de uma empresa e a adopção das
acções adequadas e afectação de recursos para atingir esses objectivos (Chandler, 1962).
Estratégia é um modelo ou plano que integra os objectivos, as políticas e a sequência de acções num
todo coerente (Quinn, 1980).
A estratégia consiste na tomada de opções que determinam a vida subsequente de uma organização
ou de um indivíduo.
Partindo então desta última, poderemos dizer que em consequência dessas opções deve resultar
um conjunto articulado de orientações práticas para as várias acções, as quais visam garantir a
coerência e a consistência com essa escolha estratégica. A essas orientações chamamos o
planeamento estratégico.
Não pode haver planeamento estratégico sem que previamente exista uma escolha/opção
estratégica;
Para que esta opção seja, de facto, estratégica, torna-se necessária uma profunda reflexão com esse
cariz, que aqnja um ponto de sistemaqzação de alternaqvas;
Esta reflexão estratégica pode ser permanente e colecqva, contudo as opções têm momentos e
actores próprios para a sua realização;
Os três subprocessos são, então, a análise estratégica, a escolha estratégica e a execução estratégica.
Estratégia da Empresa
O primeiro passo na formulação da estratégia da empresa deverá passar pela análise da envolvente
externa. Isto é, os gestores deverão procurar analisar as tendências do meio envolvente, bem como
as implicações das oportunidades e ameaças para a organização e o sector de acqvidade em que se
insere. Desta forma, os esforços deverão ser orientados para aproveitar as oportunidades e afastar as
ameaças.
Importa ainda analisar a estrutura do sector tendo em conta a realidade de todas as organizações
empresariais, de forma a adoptar o melhor posicionamento competitivo.
Os FCS, são, naturalmente, as variáveis que mais valor proporcionam aos clientes e que levam a uma
maior diferenciação da empresa face aos seus concorrentes na criação de valor.
Os Factores Críticos de Sucesso de qualquer organização devem satisfazer três critérios genéricos:
• Relevância decisiva
Apesar de as tendências do meio envolvente serem iguais para todas as empresas que concorrem
num determinado sector, existem algumas que conseguem obter maior sucesso que outras. As
diferenças estruturais no sucesso das empresas resultam regra geral de níveis de capacidade de
gestão distintos, derivados da utilização de mais e/ou melhores recursos.
A análise do contexto interno deve pois começar pela identificação da natureza dos principais
recursos ao dispor da empresa e pela avaliação dos respectivos méritos.
Para além disto, interessa perceber o comportamento dos custos da empresa, de forma a avaliar o
grau de eficiência da uqlização dos seus recursos. O real valor dos recursos da empresa depende da
análise conjunta dos beneˆcios e custos por eles produzidos.
Competências centrais
Ao comparar a empresa com as empresas concorrentes, é possível avaliar os seus pontos fortes e
fracos. Uma acqvidade ou recurso da empresa consqtui um ponto forte se contribuir para saqsfazer
as necessidades dos clientes melhor que a concorrência.
Os pontos fortes que mais disqnguem a empresa das suas concorrentes na saqsfação das
necessidades dos clientes constituem as suas competências centrais. Regra geral, as competências
centrais proporcionam muito valor aos clientes, são difíceis de imitar e permitem o acesso a novos
mercados.
Adequação estratégica
Após a análise da envolvente externa e do contexto interno, é necessário alinhar a empresa com a
evolução do mercado e da concorrência.
Quando as empresas fazem bem (competências centrais) aquilo que tem de ser bem feito (factores
críqcos de sucesso), conseguem obter o sucesso desejado.
É importante para a empresa adoptar uma perspecqva dinâmica da adequação estratégica. Pelo
menos tão importante como o actual enquadramento da empresa no seu meio envolvente, é a
criação de novas competências que correspondam aos futuros factores críqcos de sucesso do sector
e que permitam qrar o máximo parqdo das oportunidades do mercado.
Uma vez feito o alinhamento dos factores críticos de sucesso com as competências centrais
da empresa, é conveniente relacionar os pontos fortes e fracos da empresa com as
principais tendências do seu meio envolvente, no sentido de gerar ideias alternativas para
lidar com as oportunidades e ameaças identificadas.
Este modelo é conhecido como Análise SWOT (Strengths: forças ou pontos fortes;
Weaknesses: fraquezas ou pontos fracos; Opportuniqes: oportunidades; Threats: ameaças.
• Produção
• Financeira
• Recursos humanos
• Marketing / comercial
Como sabemos, a formulação da estratégia da empresa tem de ter origem na conjugação das
análises da envolvente externa e do contexto interno:
PLANEAMENTO ESTRATÉGICO
•Missão
•Visão •Análise Externa
•Valores •Análise Interna •Estratégias
•Cenários •Objetivos (Metas)
•Indicadores
•Auditoria de
Desempenho
Missão
A Missão da organização consiste numa declaração escrita que expressa a razão de ser da
empresa.
A definição da missão tem como objecqvo difundir o espírito da empresa por todos os seus
colaboradores e levar a congregar esforços par atingir os objectivos gerais.
Sendo assim, a missão deve acentuar o domínio das competências centrais / factores críqcos,
para a consecução do sucesso da empresa.
A missão deve ser explícita, clara e bem difundida, de modo a garantir que os esforços de
todos os colaboradores contribuem de facto para o sucesso da organização.
Quando a evolução do meio envolvente o justifica, a missão pode sofrer alterações. Caso
isto aconteça, é necessário explicar a razão da mudança e difundir os novos ideais por toda a
organização.
Valores
Os valores da empresa correspondem àquilo que a empresa acredita e que considera como
importante, correcto e fundamental em termos filosóficos. São as convicções e os
princípios morais que formam a base da cultura da empresa, que sustentam o estilo de
direcção da organização, a sua relação com os colaboradores e demais stakeholders.
Objecqvos estratégicos
• Specific/Específicos;
• Measurable/Mensuráveis;
• A•ainable/Aqngíveis;
• Realisqc/Realistas;
• Time/Enquadrados no tempo.
Nem todos os objecqvos são igualmente importantes. Apenas os objecqvos que promovem
o reforço das competências centrais da empresa nos factores críqcos de sucesso do negócio
são os objecqvos estratégicos. A concreqzação destes objecqvos tem um grande impacto no
sucesso da empresa, pelo que todos os esforços devem ser colocados na sua concreqzação,
devendo ser monitorizados com especial atenção.
• Onde deve a empresa compeqr? É necessário definir em que sectores a empresa deve
actuar, tendo em conta a atracqvidade dos sectores e as competências da empresa;
For sua vez, as linhas de orientação podem ser detalhadas através de prioridades
estratégicas.
Para alcançar cada uma das prioridades estratégicas podem ser definidos programas de
acção. Estes programas integram um conjunto de iniciaqvas concretas que são necessárias
levar a cabo de forma a aqngir os objecqvos definidos.
Na prática, para alcançar os objectivos desejados, tem de ser concebida uma estratégia
empresarial para a empresa como um todo e para cada um dos seus negócios individuais. A
definição da estratégia empresarial é substanciada em linhas de orientação, prioridades e
programas de acção que consqtuem os mecanismos de actuação da empresa de forma a
aqngir os objecqvos definidos.
Contexto
O plano estratégico deve basear−se nas reflexões dos gestores da empresa e definir, de uma forma
clara e sintética, uma orientação consensual para o futuro.
Mais do que um sumário de análises, o plano estratégico deve conter uma perspecqva integrada da
actuação futura da empresa, indicando os negócios onde deseja compeqr e as linhas de orientação a
adoptar para alcançar os objecqvos definidos.
• Catalisador − fornecendo informação e análises aos gestores para a reflexão das questões
relevantes;
• Avaliação − com base em análises e estudos, avaliação do impacto das alternativas propostas
anteriormente;
Condições de eficácia
A eficácia do processo de planeamento estratégico depende em grande parte dos seguintes quatro
aspectos:
• Vontade e empenhamento da gestão de topo − Não basta a gestão de topo manifestar vontade.
Tem de dedicar tempo e empenhar−se no processo.
• Dimensão da empresa − Numa grande empresa, o processo terá de ser mais formalizado que numa
pequena empresa, de forma a assegurar a integração e a coerência indispensáveis à elaboração dos
planos e à definição dos objectivos globais da empresa.
• Natureza do negócio − Seja por razões económicas, políticas, sociais ou tecnológicas, há mercados
cuja instabilidade pode tornar difícil a formalização do processo de planeamento estratégico. Mas
quanto mais instável a situação, maior a exigência de reflexão estratégica. Poderá ser uma simples
página, bastando que todos os gestores tenham a “cabeça arrumada“ e com orientações comuns
quanto ao caminho a seguir.
Estratégia da empresa
Visão
PROCESSO DE FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
Missão
Valores
Objectivos
Linhas de Orientação
Prioridades
Programas de Acção
Plano Estratégico
Todos já passámos por situações em que, apesar do cuidado colocado no planeamento, o sucesso
não é alcançado. Quais serão então os principais obstáculos à implementação da estratégia?
Após a formulação da estratégia, deverá ser posto em marcha todo um conjunto de mecanismos de
comunicação a toda a empresa. Só posteriormente, a estratégia pode ser posta em prática.
Estas duas fases traduzem dois gaps que dificultam a implementação da estratégia.
O primeiro gap está relacionado com a compreensão da estratégia, isto é, o verdadeiro senqdo da
estratégia definida nem sempre é bem compreendido por todos os trabalhadores da empresa.
O segundo gap está relacionado com a concretização da estratégia, ou seja, devido a múltiplos
factores, regra geral, o resultado da implementação das orientações estratégicas não coincidem com
a intenção inicial.
• Visão − somente 15% das pessoas nas empresas compreende realmente a estratégia da
organização;
• Pessoas − somente 25% das pessoas nas empresas conhece e tem definido os seus próprios
objectivos (mediante políticas de reconhecimento ou retributivas) ligados à estratégia. Em muitos
casos as competências das pessoas não estão alinhadas com a estratégia;
• Operações − cerca de 60% das empresas não alinha as acções operacionais, recursos e orçamentos
com a estratégia;
• Aprendizagem − cerca de 85% dos gestores de topo investe menos de 1 hora por mês sobre
assuntos referentes à estratégia e 50% nunca o faz. Além disso, não recebem sistematicamente
informação actualizada sobre o estado do nível de implementação da estratégia.
Existem vários métodos e técnicas auxiliares ao planeamento estratégico, de acordo com as áreas de
intervenção e negócio a que se desqnam. Já apresentámos atrás dois dos modelos de análise mais
vulgarmente utilizados: a análise SWOT e ainda os Factores Críticos de Sucesso, sendo estes
geralmente os pontos de partida para a definição de uma estratégia de negócio. Seguidamente
apresentaremos outros exemplos de modelos e técnicas, com maior aplicação em áreas funcionais
mais específicas,
Assim, o ciclo de vida de um produto no mercado pode ser dividido em quatro fases:
Introdução − O produto foi lançado no mercado. Nesta etapa, os encargos costumam ser mais altos
em razão da baixa produtividade e dos custos tecnológicos de produção e as margens apertadas em
função do valor que o mercado se dispõe a pagar.
Crescimento − Ocorre a parqr do momento em que a procura pelo produto aumenta. A relação entre
produção e vendas melhora em função do aumento nas vendas. É também a fase em que começam a
chegar novos compeqdores.
Maturidade − Neste estágio, a taxa de crescimento das vendas diminui e tende a estabilizar, dado
que o consumidor já se habituou ao produto e começa a surgir a pressão pela redução do preço. As
vendas começam a dar sinais de abrandamento. Este é geralmente o momento em que as
organizações tendem a despender mais verbas em publicidade e guerra de preços com a
concorrência.
A Matriz BCG (o nome deriva da instituição que a desenvolveu: Boston Consulting Group) é, tal
como o Modelo das Cinco Forças, muito utilizado no planeamento do portfólio de negócios.
Recorre a duas variáveis isoladas para efectuar a análise: a taxa de crescimento do mercado e a
quota de mercado relativa da empresa.
Consoante os valores obtidos para cada uma dessas duas variáveis, o negócio é classificado em
quatro tipos diferentes (Interrogação, Estrela, Vaca Leiteira e Cão) sendo, para cada um deles,
efectuadas recomendações genéricas sobre as estratégias a adoptar.
Interrogação: Corresponde a negócios com elevado crescimento mas em que a empresa tem baixa
quota de mercado. Geralmente geram fluxos financeiros muito negativos pois o seu atraso na curva
de experiência limita a sua rentabilidade e o elevado crescimento da indústria obriga à realização de
investimentos avultados. A recomendação é abandonar a acqvidade ou aumentar a quota de
mercado.
Estrela: Representa os negócios com elevado crescimento e em que a empresa tem elevada quota de
mercado. Geralmente geram fluxos financeiros pouco significativos pois se, por um lado, o avanço na
curva da experiência proporciona elevados retornos, por outro lado o elevado crescimento do sector
obriga à realização de investimentos avultados. A recomendação é manter a liderança.
Vaca Leiteira: É respeitante aos negócios com baixo crescimento e em que a empresa tem elevada
quota de mercado. Geralmente geram fluxos financeiros muito significaqvos, pois o avanço na curva
de experiência proporciona elevados retornos e o baixo crescimento do sector não obriga à
realização de invesqmentos avultados. A recomendação é rentabilizar o negócio de forma a sustentar
o crescimento dos negócios Estrela e Interrogação.
Cão: Corresponde a negócios com baixo crescimento e em que a empresa tem baixa quota de
mercado. Geralmente geram fluxos financeiros pouco significativos pois o atraso na curva da
experiência não permite retornos elevados mas, por outro lado, o baixo crescimento do sector
também não obriga à realização de investimentos avultados. A recomendação é abandonar ou
reformular o negócio.
Esta matriz desenvolvida na Harvard Business, da autoria de Ansoff, é uma das ferramentas mais
utilizadas no planeamento estratégico na área de marketing.
Desenvolve−se a partir de dois vectores (produtos e mercados), cada qual com duas alternativas
(actual e novo). Definem−se assim quatro quadrantes de possibilidades de crescimento de
negócios.
Nessa opção de crescimento, a empresa concentra os seus esforços em colocar produtos actuais para
mercados actuais. Essa opção estratégica tem como pressuposto manter os clientes, desde que a
organização esteja satisfeita com a sua participação de mercado, aumentando as vendas através de
promoções ou outras acções que possam vir a provocar um aumento do consumo ou simplesmente
garantir a lealdade de consumidores. Considera−se uma das estratégias mais conservadoras de
mercado.
Nessa opção a empresa procura comercializar os seus produtos actuais em novos mercados. Esta
estratégia é muito comum em empresas que têm muito sucesso com a sua prática numa
determinada área de mercado e procuram estendê−la a outras áreas, através da ampliação dos
seus canais de distribuição e vendas, utilização de representantes, etc. Para muitas empresas o
mercado externo é uma opção interessante.
Nesta caso, a empresa decide lançar novos produtos para novos mercados. Podem ser relacionados
ou não relacionados. N primeiro caso, a empresa permanece num segmento de negócio que já lhe
é familiar; no segundo caso, parte para um segmento totalmente novo para ela. O mesmo
raciocínio da estratégia de desenvolvimento de produtos aplica−se tanto na hipótese do produto ser
novo para a empresa como na de ser novo para o mercado.
O modelo de análise desenvolvido por Michael Porter, conhecido como “modeto das 5 forças
competitivas“, encontra−se estruturado em torno da organização e do meio em que está inserida, das
principais variáveis e dos seus efeitos sobre a mesma.
Assim, este modelo defende que, para que cada ponto seja analisado correctamente, são necessários
estudos direccionados a cada uma das cinco forças, bem como às oportunidades e às ameaças
inseridas em cada uma delas. Importa assim que os gestores se mantenham vigilantes e atentos às
mudanças de mercado, às suas variações mais discretas, aos pontos onde podem ganhar espaço no
mercado, ampliando a sua rede de consumidores, trazendo mais informações para o ambiente da
empresa e produzindo um feedback mais produtivo e com avaliações mais precisas dos produtos e
do mercado.
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Mod.DFRH.111/0
Neste modelo, não existe um departamento ou direcção com maior peso ou importância. Existe uma
preocupação com a globalidade da organização e com a interacção colaborativa entre os vários
departamentos, tendo todos o mesmo nível de importância para o sucesso da organização: o
mercado é constantemente analisado, há espaço para analisar clientes, fornecedores, concorrentes,
as novas empresas e a concorrência.
Cada um dos pontos analisados e inseridos neste modelo influenciam directamente o desempenho
da organização no mercado, pois estão interligados e complementam−se uns aos outros, mesmo que
pareçam completamente distantes ou sem nenhuma relação aparente. Vejamos com mais pormenor
cada um dos cinco elementos consqtuintes do modelo:
• Clientes: os clientes ou consumidores são desejados por todas as organizações, mas a forma de os
aqngir e trazer para "dentro" da organização consome tempo e estudos muito aprofundados; cada
factor é importante, desde a faixa etária até mesmo aos factores psicológicos que influenciam o
seu comportamento e decisão de compra;
• Fornecedores: cada vez mais é necessário tornar os fornecedores como parceiros da organização,
qualificando a sua estrutura, tornando−os importantes dentro de toda a cadeia, permitindo que em
conjunto cresçam;
• Novos concorrentes: estas organizações podem causar problemas para quem já está no mercado,
pois os produtos estão em circulação, são conhecidos os clientes e consumidores e como lidam
com o mercado. Quando surgem empresas dispostas a produzir produtos diferenciados, em busca
de ganhos sobre o mercado das organizações á estabelecidas, deverá analisar−se a competência de
cada novo concorrente e a sua posição face ao mercado;
• Produtos subsqtutos: todos os produtos podem e serão trocados mais cedo ou mais tarde: não há
como imortalizar um produto, os avanços tecnológicos facilitam a troca de um bem por outro, as
caracterísqcas são diferentes, mas exercem função similar e podem tomar o mercado de outras
empresas que já possuem um histórico e uma longa vida no mercado.
Por cada um desses factores é assim necessário estar permanentemente atento e efectuar estudos
de análise e avaliação sistemáticos, produzindo assim dados importantes para a definição da
estratégia a seguir em cada fase do ciclo de vida da organização.
De que forma se arqculam as cinco forças compeqqvas, é o que importa agora averiguar.
O poder de negociação dos clientes é tanto maior quanto maior for a importância das suas
compras para o fornecedor, quando compram em grandes volumes, por exemplo, ou
quando o preço dos produtos representa um custo elevado para os compradores, quando os
custos de mudança são baixos ou ainda quando o produto comprado não é muito importante
para os negócios do comprador. Quando o poder de negociação é forte, afecta a
organização forçando à redução dos preços e ao aumento da qualidade dos serviços e
produtos. O poder de negociação depende largamente da barreira de mudança que um
cliente tem de ultrapassar para poder mudar de fornecedor.
Todas as organizações concorrem com produtos subsqtutos, produtos estes que podem
desempenhar a mesma função. Quanto melhor a relação desempenho/preço dos produtos
subsqtutos, tanto maior será a pressão.
Conforme atrás afirmámos, uma estratégia sem medidas é simplesmente um desejo. For
outro lado, medidas não alinhadas com a estratégia são uma perda pura de tempo.
Estes sistemas deverão incidir sobre as varáveis de gestão relacionadas com os factores
críqcos de sucesso do negócio, de modo a garanqr que a actuação da empresa está de facto
a contribuir para o reforço da sua adequação estratégica.
O controlo de gestão não deve pois ser entendido apenas como a fase final do ciclo de
gestão da empresa. O seu maior valor reside precisamente na indução do novo ciclo de
planeamento e gestão da empresa. Para as empresas em aprendizagem contínua, o
controlo de gestão é simultaneamente um ponto de chegada e um ponto de partida.
Existem numerosas concepções deste qpo de sistemas mas essencialmente deve tratar− se
de um instrumento de gestão e de acção muito sintéqco, rápido e frequente. Basicamente,
estes sistemas produzem informações de acompanhamento e controlo da implementação
da estratégia, facilitam a comunicação e o diálogo a todos os níveis da empresa e cumprem
a sua missão ajudando os gestores na tomada de decisão.
• Orientam−se para a quantificação dos objectivos, meios e factores críticos quer internos
quer externos;
• Os indicadores orientam os indivíduos para o que têm de fazer para estarem alinhados
com a estratégia da empresa;
O BSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que pode ser traduzida para Indicadores
Balanceados de Desempenho. Este termo “Indicadores Balanceados“ resulta da escolha dos
indicadores duma organização, não se restringindo unicamente ao foco económico
−financeiro, mas a outros aspectos como: o desempenho de mercado junto aos clientes,
o desempenho dos processos internos e pessoas, a inovação e a tecnologia. Isto porque, a
soma destes factores, aumentam o desempenho desejado pelas organizações,
consequentemente criando valor futuro.
Desde que foi criado, o BSC tem vindo a ser utilizado por centenas de organizações dos
sectores privado, público e até mesmo social do mundo inteiro, e foi escolhido pela revista
Harvard Business Review como uma das práqcas de gestão mais importantes e
revolucionárias dos úlqmos 75 anos.
A- A Perspecqva Financeira
Existem argumentos que defendem que a melhoria das medidas não financeiras resulta
numa posterior melhoria das medidas financeiras. De acordo com estes argumentos, o
sucesso financeiro é a consequência lógica de se obter uma boa performance nas restantes
perspecqvas.
• Rentabilidade.
Para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de avaliação da
performance. Para avaliar o objectivo de criação de valor para o accionista, podem ser
utilizadas as medidas:
• Quota de mercado;
• Rentabilidade do Investimento;
• Saqsfação;
• Fidelização;
• Rentabilidade.
De igual forma, para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de
avaliação da performance. Para avaliar o objectivo de satisfação, podem ser utilizadas as
medidas:
Criar clientes satisfeitos e leais apenas permite atingir os objectivos da perspectiva financeira
se os principais processos internos forem realizados de forma eficaz e eficiente.
• Racionalização;
• Qualidade;
• Eficiência e eficácia.
Para cada um dos objectivos atrás referidos, também é possível associar medidas de
avaliação da performance.
Índice de produqvidade;
De modo a garantir que a empresa continue a ter clientes satisfeitos e leais no futuro e
continue a utilizar os seus recursos de forma eficiente e eficaz, é necessário que a empresa
e os seus trabalhadores continuem a aprender e a apostar no seu desenvolvimento.
Para além de invesqr em acqvos, a empresa tem que invesqr conqnuamente na investigação
e desenvolvimento de novos produtos, na formação dos trabalhadores, na exploração dos
sistemas e na melhoria dos processos, de modo a garantir o sucesso das outras três
perspecqvas.
• Inovação;
• Desenvolvimento tecnológico.
Para cada um dos objectivos atrás referidos, é possível associar medidas de avaliação da
performance.
Para avaliar o objecqvo de moqvação dos trabalhadores, pode ser uqlizadas as medidas:
Para avaliar o objecqvo de formação dos trabalhadores, podem ser uqlizadas as medidas:
Um planeamento é, na sua forma mais rudimentar, uma lista das tarefas a fazer, com pormenores
sobre a importância das mesmas ou a altura em que vão ser executadas. Um bom planeamento ajuda a
manter uma ideia dos objectivos e das tarefas que ainda têm que se executar para aqngir esses
mesmos objecqvos.
Um plano de acção bem preparado mostra bem delineada a meta a ser atingida e os objectivos a
cumprir; actividades relacionadas a empreender; detalhes de avaliação. Os três principais pilares de
um plano de acção são: qualidade, custo e tempo. É importante não considerar um plano de acção
como sendo uma imagem fixa ou um evento único. Deve ser modificado e ajustado conforme
necessário, como parte de um processo contínuo (introduzindo alterações sempre que surgem
informações novas).
Analisar a situação
No início do desenvolvimento de um plano de acção, é útil começar por definir a situação actual a que se
reporta. Trata−se do planeamento de um novo projecto, ou mesmo o lançamento de um novo produto no
mercado! Poderá também tratar−se da resolução de um problema concreto como, por exemplo, planear a
reestruturação de uma sala de formação com vista à resolução do problema de climatização que tantas
reclamações tem originado. Enfim, importa fazer uma breve descrição do problema específico que o plano de
acção endereçará. Deve incluir um detalhe contextual suficiente para estabelecer por que é importante. Uma
declaração de problema esboça a necessidade para o plano de acção, o que representa um factor essencial
para quem toma decisões. Nesta fase, importa também saber quem são as pessoas envolvidas e ainda
auscultar o seu grau de envolvimento e empenhamento na concretização do plano. Sem o compromisso e o
empenhamento dos envolvidos, não há bom planeamento que resulte.
Definir a meta
Depois da análise prévia da situação, importa agora estabelecer uma meta, que não é mais do que uma
declaração concisa que descreve o propósito do plano de acção (o que alcançará). As metas devem ser realistas
e não ambiciosas demais. Doutra forma, mesmo com muito empenhamento dos envolvidos, a meta estará
sempre longe demais. Um exemplo de meta poderia ser “Aumentar o nível de satisfação dos clientes com os
serviços de formação”.
Estabelecer os Objecqvos
Os objectivos declaram, num nível mais detalhado que a meta, os resultados específicos que o plano de acção
espera realizar, respondendo à pergunta “O que necessita ser alcançado para estarmos onde queremos estar,
partindo de onde estamos agora?“ Alguns objectivos só podem ser alcançados no fim do projecto; outros
podem ser alcançados ao longo do projecto. O princípio de começar em passos pequenos deve ser manqdo em
mente.
Specific/Específicos;
Measurable/Mensuráveis;
A•ainable/Aqngíveis;
Realisqc/Realistas;
Time/Enquadrados no tempo.
Sempre que necessário, tanto objecqvos como metas poderão sofrer ajustamentos, de acordo com os
constrangimentos e dificuldades senqdos durante a implementação da acção.
Vejamos alguns exemplos de objecqvos para a meta “Aumentar o nível de saqsfação dos clientes com os
serviços de formação”.
• Aumento da saqsfação com as condições das salas de formação em 80%, a parqr do próximo mês de Janeiro;
• Equipar 2/3 das salas de formação com smartboard, até ao final do 3.º semestre do ano em curso;
• Equipar 2/3 das salas com 1 computador portátil para cada dois formandos, até ao final do corrente ano.
Definir Indicadores
O sucesso do Plano de acção pode ser medido pelo grau de cumprimento dos objecqvos. Definindo
indicadores de desempenho para cada objecqvo, especifica como esta realização será medida e será
verificada. Imaginemos que vamos reestruturar as salas de formação, com vista à diminuição de reclamações
por parte dos formandos. Um dos indicadores para verificação do cumprimento de um dos objecqvos poderia
ser o “Índice de saqsfação com as condições da sala, a parqr das acções a iniciar em Janeiro“. Neste caso, o
meio ou fonte de verificação seria o questionário de opinião específico ou o questionário de avaliação da
reacção aplicado aos formandos no final de cada acção de formação.
Definir as acqvidades
As acqvidades são o nível de acção mais alto na hierarquia do plano de acção e estabelecem o caminho para os
detalhes a serem desenvolvidos. Uma acqvidade pode ser definida como um elemento de trabalho prestado
durante um projecto. Uma acqvidade tem uma duração esperada, custo, e recursos necessários para sua
compleição. Um exemplo de acqvidade poderia ser “Colocação de vidros duplos nas salas de formação“.
Parqndo do princípio que as acqvidades são elementos qpicamente grandes, eles necessitarão ser divididos em
tarefas mais manejáveis. As acqvidades apenas devem ser divididas até um nível que possibilite ao grupo de
desenvolvimento do plano de acção calcular eficientemente o tempo e recursos necessários, e forneça
informação suficiente aos responsáveis pela acqvidade ou tarefa.
Dividir excessivamente actividades dificulta o processo de planear e de obter uma visão geral sobre o projecto.
A experiência mostra que é difícil de controlar mais de 10−20 tarefas por actividade. Vejamos um exemplo de
decomposição em tarefas, a parqr da seguinte acqvidade:
Tarefas:
2. Pedir orçamentos;
3. Analisar orçamentos;
4. Adjudicar serviço;
5. Acompanhar a obra.
Com uma lista de actividades e tarefas necessárias para completar o plano de acção, é importante avaliar
como estão relacionadas umas com as outras para determinar a sequência de implementação necessária e
identificar quaisquer dependências. For outras palavras, que actividades/tarefas podem começar
imediatamente? Que acqvidades/tarefas necessitam ser completadas antes de outras poderem começar?
Algumas acqvidades/tarefas necessitam de começar ao mesmo tempo?
Estimar quanto tempo cada actividade/tarefa provavelmente necessitará para ser concluída é essencial para o
desenvolvimento de um plano de acção eficaz. Embora a duração de cada acqvidade/tarefa, nesta etapa, só
possa ser esqmada (será necessário ajustar o plano de acção durante a sua implementação), deve prever−se
cuidadosamente as durações de modo a assegurar que o plano de acção seja tão exacto quanto possível.
Rever projectos anteriores pode ajudar, e a experiência mostra que este é o modo mais eficiente de aprender a
planear realisticamente. Quando as actividades ou tarefas são de uma natureza técnica, pode ser necessário
consultar aqueles que têm o conhecimento técnico respecqvo. Contudo, por mais cuidadoso que seja o
planeamento, é sempre bom incorporar tempo extra para eventuais imprevistos.
Uma gama de recursos é habitualmente exigida para implementar um plano de acção. Estes podem incluir,
entre outros: recursos humanos, materiais, instalações, equipamentos, etc. Entre os custos associados, não
esquecer de incluir, por exemplo, viagens, formação necessária. Para determinar com exacqdão os recursos
necessários para completar cada actividade e tarefas relacionadas, poderá questionar−se:
• Ainda relativamente aos recursos humanos, além dos conhecimentos e capacidades, quantos dias de trabalho
serão necessários e ainda qual o custo associado?
• Relativamente às instalações, que espaços são necessários, por quanto tempo e qual o custo esqmado?
• Existem alguns serviços associados, tais como viagens, traduções, formação ou outros! Se sim, em que
quanqdade, e qual o custo esqmado?
• Quanto aos materiais, que qpo são necessários, qual a quanqdade e o custo esqmado?
• Existem ainda outros requisitos necessários, em termos de capacidades específicas, recursos, etc.?
Atribuir Responsabilidades
Este passo ajuda a determinar, de uma forma preliminar, quem será responsável para completar cada
actividade e tarefa. Isto demonstra que, em princípio, o acordo de compromisso foi obtido por parte dos
participantes do plano de acção. Nesta fase (como os recursos humanos e financeiros podem não estar
adequadamente assegurados), é melhor considerar−se sempre que, na realidade, as responsabilidades podem
necessitar de ser ajustadas. Perguntas chave incluem:
• Quem tem os conhecimento e competências apropriados?
• Foram tomadas em conta as capacidades e apqdões de cada membro da equipa e se estes estão moqvados e
demonstram empenhamento, antes de atribuir responsabilidades por acqvidades e tarefas?
• Organizar uma reunião com toda a equipa do projecto para formalmente dar início à implementação do plano
de acção (discuqr metas, objecqvos, acqvidades, possíveis desafios e constrangimentos) para assegurar que
todos os membros concordam com o plano de acção e com as práticas e métodos de trabalho.
Monitorizar e Avaliar
Monitorizar a fase de implementação ajuda a assegurar que o plano de acção está a correr como previsto. Dado
que vários factores podem afectar a qualidade, o tempo, e os custos relacionados com a realização do
projecto, importa ter previsto um sistema de monitorização de pré−aviso para desvios e constrangimentos
possíveis, como garanqa do sucesso.
• Tem havido mais dificuldades na concretização de certas actividades do que aquilo que estava previsto
inicialmente e, se sim, isso está a afectar a qualidade ou poderá pôr em causa o alcance da meta final?
Comunicar os Resultados
Chegando à fase final da realização, importa agora fazer um balanço final não só relativamente ao alcance da
meta, como dos objectivos parcelares definidos e ainda dos desvios ocorridos como, por exemplo, em termos
de derrapagens de custos, tempos previstos, etc. Estes resultados poderão ser postos por escrito num relatório
ou simplesmente comunicados oralmente aos intervenientes no processo, em reunião para o efeito.
PHILIP KOTLER
Existem diversas definições para o termo qualidade, o que torna difícil apresentar apenas uma que
corresponda a todas as ideias e percepções. O certo é que a Qualidade veio par ficar, seja no
trabalho, em casa, na produção de bens ou na prestação de serviços. Em qualquer actividade, a
qualidade tornou−se consensual.
Sistema de Gestão da Qualidade é um sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização no
que respeita à qualidade .
Como podemos ver, o termo é geralmente empregue para significar "excelência" de um produto ou
serviço, apresentando sempre duas perspecqvas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do
produtor, a qualidade associa−se à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das
necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à
utilidade reconhecidos ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.
Nos últimos anos, deram−se alterações significativas na envolvente das empresas e no modo de
gerir a qualidade. A partir dos anos 80, os mercados expandiram−se muitíssimo, obrigando a uma
alteração das estratégias até então seguidas. A qualidade tornava−se no factor mais importante da
competitividade. A sobrevivência das organizações, a política económica dos países industrializados
e a procura do equilíbrio das suas balanças comerciais conduziram a uma estratégia qualitativa.
Assim, duma estratégia quantitativa passou−se para uma estratégia qualitativa, assente na
diferenciação do produto/serviço pela qualidade. Todo este percurso responde a uma necessidade
expressa pelo mercado e foi acompanhado por alterações substanciais ao nível da gestão da
qualidade. A qualidade não pode ser assegurada pelos mesmos métodos do passado .
Para dirigir e controlar com sucesso uma organização, é necessário que ela seja gerida de forma
sistemáqca e transparente. O sucesso pode ser consequência da implementação e manutenção de
um sistema de gestão concebido para continuamente melhorar o seu desempenho, tomando em
consideração as necessidades de todas as partes interessadas. A gestão de uma organização inclui,
entre outras disciplinas de gestão, a gestão da qualidade.
Podemos assim idenqficar um conjunto de oito princípios que devem ser adoptados pelas
organizações, de modo a que as mesmas obtenham os melhores resultados:
Focalização no cliente
As pessoas, em todos os níveis, são a essência de uma organização e o seu pleno envolvimento
permite que as suas aptidões sejam utilizadas em benefício da organização.
Identificar, compreender e gerir processos inter−relacionados como um sistema contribui para que a
organização aqnja os seus objecqvos com eficácia e eficiência.
Melhoria con}nua
Convém que a melhoria contínua do desempenho global de uma organização seja um objecqvo
permanente dessa organização.
Uma organização e os seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo
potencia a aptidão de ambas as partes para criar valor.
Estes oito princípios de gestão da qualidade constituem a base das normas de sistemas de gestão
da qualidade da família ISO 9000.
Conforme atrás afirmámos, actualmente a gestão da qualidade é uma das maiores preocupações das
organizações, seja ela aplicada à qualidade dos produtos ou dos serviços. A consciencialização para a
qualidade e o reconhecimento de sua importância, tornou a certificação de sistemas de gestão da
qualidade indispensável para todas as organizações de qualquer dimensão e área de negócios.
Uma organização que queira implementar um Sistema de Gestão da Qualidade tem que possuir/
desenvolver:
• Gerir a Qualidade, ou seja, depois de definidos claramente os objectivos a atingir, importa planear e
implementar.
Vejamos então os elementos consqtuintes de um Sistema de Gestão da Qualidade (de acordo com a
norma NF 9001:2001):
• Análise críqca de contratos: os requisitos contratuais devem estar completos e bem definidos. A
empresa deve assegurar que tenha todos os recursos necessários para atender às exigências
contratuais.
• Produtos fornecidos pelo cliente: deve−se assegurar que estes produtos sejam adequados ao uso.
• Idenqficação e rastreabilidade do produto: requer a idenqficação do produto por item, série ou lote
durante todos os estágios da produção, entrega e instalação.
• Situação da inspecção e ensaios: deve haver, no produto, algum indicador que demonstre por que
inspecções e ensaios passou e se foi aprovado ou não.
• Controlo de produto não-conforme: requer procedimentos para assegurar que o produto não
conforme aos requisitos especificados é impedido de ser utilizado inadvertidamente.
• Acção correctiva: exige a investigação e análise das causas de produtos não−conformes e adopção
de medidas para prevenir a reincidência destas não−conformidades.
• Registos da qualidade: devem ser manqdos registos da qualidade ao longo de todo o processo de
produção. Estes devem ser devidamente arquivados e protegidos contra danos e extravios.
• Formação: devem ser estabelecidos programas de formação, para manter, actualizar e ampliar os
conhecimentos e as competências dos funcionários com responsabilidade directa na qualidade.
• Técnicas estatísticas: devem ser utilizadas técnicas estatísticas adequadas para verificar a
aceitabilidade da capacidade do processo e as caracterísqcas do produto.
São estes os principais responsáveis pela criação, motivação, liderança e dinamização da política de
qualidade e concretização dos objectivos definidos. A gestão de topo é responsável por
proporcionar evidências do seu comprometimento no desenvolvimento, implementação e melhoria
contínua da eficácia do SGQ. Eis os principais aspectos a ter em conta, da responsabilidade da
gestão:
Compromeqmento da Gestão
• Assegurar que os requisitos do cliente são determinados e cumpridos, com o objecqvo de obter a
sua saqsfação;
Focalização no cliente
Políqca da Qualidade
• A Gestão de topo deve definir políticas de actuação que garantam a gestão, a concretização e o
controlo planeado de todas as fases de concreqzação do Sistema de Gestão da Qualidade.
Objecqvos da Qualidade
• Os órgãos de gestão devem assegurar que os objecqvos da Qualidade sejam estabelecidos para as
funções mais relevantes dentro da organização. Os objectivos da Qualidade devem ser mensuráveis
e consistentes com a Política da Qualidade.
Provisão de recursos
Recursos humanos
Infra-estruturas
Documentos
• Finalmente, importa ainda referir que estão sempre associados ao processo de Gestão da
Qualidade um conjunto de impressos.
Há já várias décadas que foram criados mecanismos de certificação de qualidade, funcionando por
um lado como um instrumento normalizador de procedimento e, por outro, como forma de
reconhecer e divulgar essas boas práticas.
A certificação da qualidade além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, reduzir custos
internos, aumentar a produtividade, melhorar a imagem e os processos continuamente, possibilita
ainda fácil acesso a novos mercados. Esta certificação permite avaliar as conformidades
determinadas pela organização através de processos internos, garantindo desta forma aos clientes
que um produto ou serviço foi concebido de acordo com padrões, procedimentos e normas de
qualidade.
Normas da Qualidade
A sigla ISO deriva das iniciais de Internaqonal Organizaqon for Standardizaqon que é uma organização
internacional que aglomera os grémios de padronização/normalização em 148 países. A
International Organization for Standardization aprova normas internacionais em todos os campos
técnicos, excepto na electricidade e electrónica. Embora as normas ISO 9000 sejam as mais
conhecidas e divulgadas, existem inúmeras outras. Vejamos apenas alguns exemplos:
De acordo com o tipo de certificação que se pretende obter: qualidade da empresa, qualidade de um
serviço; qualidade de um produto; qualidade ambiental; qualidade da segurança e higiene no
trabalho; segurança alimentar, etc.), existem entidades especializadas.