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Contra Alegações:
Não houve.
II QUESTÕES A APRECIAR.
O objecto do presente recurso, delimitado pelas conclusões formuladas
(artigos 635º/3-4 e 639º/1-3, ambos do Código de Processo Civil, «ex vi»
do artº 281º CPPT), salvo questões do conhecimento oficioso (artigo 608º/
2, in fine), consiste em saber se a sentença errou no julgamento de facto e
de direito ao julgar procedente a oposição deduzida contra a execução
revertida.
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cessão de quota.
------- Todos os sócios presentes, em seu nome e em nome da sociedade
que representam, não pretendem gozar de qualquer direito de preferência
nas cessões de quotas atrás referidas.
------- A sociedade presta o devido consentimento às cessões das quotas a
favor de J..........
------- Foi nesta altura dito pelo Sr. J.........., que desde as datas acordadas
com os cedentes, tem comandado os destinos da empresa como Director
Geral, pelo que assume todo e qualquer encargo e responsabilidade que
possa advir desde essas datas.
------- Foi também assumido por todos os sócios cedentes, que dado só
agora formalizarem esta cessão, não solicitarão" mais nenhuma quantia ao
adquirente, a qualquer título, para além dos valores de cedência, já
recebidos por todos.
------- Passou-se então à análise do quarto ponto da ordem de trabalhos,
tendo a sócia M........, através do seu representante, renunciado à gerência,
reportando-se esta renúncia a Maio de 2000. O sócio M......... também
renunciou à gerência reportando-a a Junho de 1999, tendo também o sócio
J......... renunciado à gerência reportando-a a Agosto de 1999. Todas as
renúncias à gerência foram aprovadas por unanimidade.
------- Passou-se de imediato à discussão do quinto ponto da ordem de
trabalhos, tendo-se deliberado por unanimidade, nomear gerente o novo
sócio J...........
------- Passou-se à discussão do sexto ponto da ordem de trabalhos, tendo-
se deliberado por unanimidade, alterar a forma de obrigar da sociedade,
passando a ser apenas necessária a assinatura de um gerente para obrigar a
sociedade.
------- Por último passou-se à análise do sétimo ponto da ordem de
trabalhos, tendo-se deliberado por unanimidade, alterar os artigos terceiro
e quarto do contrato de sociedade, ficando a ter a seguinte redacção: (…)”
(cfr. fls. 129 a 133 do PEF apenso, cujo teor se dá por integralmente
reproduzido).
J) A presente oposição foi apresentada em 03.05.2011 (cfr. fls. 16 dos
autos).
****
Factos Não Provados:
1 – Não foi provado que a Oponente tenha praticado algum ato de
gerência ou participado ativamente na vida da sociedade devedora
originária, no período posterior a 23.05.2000.
****
Não se provaram outros factos com interesse para a decisão da causa.
****
A decisão da matéria de facto fundou-se na prova documental junta aos
autos e no processo executivo, conforme indicado a propósito de cada
alínea do probatório.
IV FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO.
A Oponente deduziu oposição judicial contra a reversão da execução
inicialmente instaurada contra a devedora originária “R.......... Lda.” por
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Ora, no caso dos autos, o despacho de reversão parece partir do princípio de que o
simples facto de alguém se encontrar registado como administrador de direito da
sociedade devedora originária é razão suficiente para operar a reversão, uma vez
que nenhuma outra razão de facto ou de direito vem neles invocada.
Não obstante, sempre se dirá que a prova documental carreada para os autos sempre
impossibilitaria o recurso à presunção judicial decorrente do facto da Oponente se
encontrar registada como gerente da sociedade, na medida em que tal prova
constitui um forte indício de que a Oponente não exercia, de facto, a gerência da
sociedade desde 23.05.2000, data em que celebrou contrato de compra e venda da
sua quota, ideia qua acaba reforçada com o teor da Ata nº 6 da sociedade.
Portanto, quer porque a A.T. não logrou no procedimento de reversão, quer nos
próprios autos, trazer qualquer mínimo facto indiciário daquela gerência de facto,
quer porque a Oponente, ainda assim, logrou demonstrar factos, no mínimo
indiciadores da não verificação daquele pressuposto da reversão, a consequência da
falta de tal prova apenas pode reverter contra a A.T.
Apreciemos.
(…) ”.
O mesmo é dizer que tal prova recai sobre a AT que não pode limitar-se a
extrair da gerência de direito qualquer presunção de gerência efectiva,
pelo menos depois do acórdão do Pleno da Secção do CT do STA n.º
01132/06 de 28-02-2007, em cujo sumário se lê
Por conseguinte, o facto de não existir uma presunção legal sobre esta
matéria, não tem como corolário que o Tribunal com poderes para fixar a
matéria de facto, no exercício dos seus poderes de cognição nessa área,
não possa utilizar as presunções judiciais que entender, com base nas
regras da experiência comum [acórdão do STA de 10.12.2008, Processo
0861/08].
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Em suma, não tendo resultado provado nos autos que a Oponente, para
além de deter a qualidade de gerente de direito da executada originária
também exercia de facto esse estatuto, praticando os actos próprios e
típicos da gerência no período aqui em causa, não pode ser
responsabilizado subsidiariamente pelo pagamento das dívidas
exequendas e, com tal, deverá concluir-se, como bem fez o Tribunal a
quo, pela ilegitimidade do Oponente para a execução, com a presente
fundamentação.
V DECISÃO.
(Mário Rebelo)
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[1] Ac. do TCAN n.º 01210/07.5BEPRT de 30-04-2014 (Relator: Pedro Nuno Pinto
Vergueiro) - Sumário:
II) A fundamentação formal do despacho de reversão basta-se com a alegação dos
pressupostos e com a referência à extensão temporal da responsabilidade
subsidiária que está a ser efectivada (nº 4 do art. 23º da LGT) não se impondo,
porém, que dele constem os factos concretos nos quais a AT fundamenta a alegação
relativa ao exercício efectivo das funções do gerente revertido.
III) Assim, não se impõe que constem do despacho de reversão os factos concretos
nos quais a AT fundamenta a alegação relativa ao exercício efectivo das funções do
gerente revertido, o que significa que, no caso de reacção do visado, a AT terá então
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