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Impacto da Avaliação Institucional no Processo de Gestão Educacional da

Faculdade Centro Mato-Grossense


Faculdade Centro Mato-Grossense (FACEM)
Eixo III - Impactos da CPA

Jaquelini Silveira Schardosim (Faculdade Centro Mato-Grossense)


Ariel Díaz Loaces (Faculdade Centro Mato-Grossense)
Víviam Santin Tremea (Faculdade Centro Mato-Grossense)

Resumo

A avaliação institucional pode ser compreendida em sua dimensão formativa, na busca


pelo aperfeiçoamento dos procedimentos existentes e a melhoria constante da
comunidade acadêmica. O processo de avaliação quando desenvolvido com seriedade,
respeitando os princípios de qualidade permite compor uma visão diagnostica dos
processos pedagógicos, administrativos, científicos e sociais da instituição de ensino
superior (IES). Este processo deve ser permanente e desenvolvido como ferramenta para
a prática pedagógica, servindo como instrumento de gestão, direcionando caminhos,
apontando falhas, identificando possíveis causas de problemas, fidelizando o que está
bom e mostrando possibilidades. A prática da avaliação deve ser um processo
permanente, um instrumento de concretização de uma cultura de avaliação institucional,
com o qual a comunidade acadêmica se identifica e se compromete. Neste sentido esta
pesquisa de caráter descritivo teve como objetivo analisar o impacto da avaliação
institucional no processo de gestão da Faculdade Centro Matogrossense/FACEM.
Participaram dos estudos acadêmicos, professores e colaboradores da FACEM, sendo
utilizado como instrumento para a coleta de dados questionários com perguntas abertas
e fechadas, além da revisão documental dos relatórios da comissão própria de avaliação
(CPA) dos anos 2011 e 2012 e portarias e atas do conselho superior da IES (CONSU)
de julho de 2012 a abril de 2013. Na fundamentação teórica foram utilizadas a
documentação do INEP referente a CPA e os critérios de pesquisadores dos processos
de avaliação institucional como José Dias Sobrinho, Roberta Muriel, Wille Muriel,
Domingos Giroletti, Dilvo L. Ristoff. A partir do relatório de avaliação da CPA foram
identificadas situações que interferem diretamente na qualidade do processo de ensino
aprendizagem da FACEM, tais como: A preparação didático-pedagógica dos
professores, dada fundamentalmente por se tratar de pessoas jovens, com pouca
experiência na área de educação, sendo principalmente, engenheiros agrônomos,
fisioterapeutas, zootecnistas e enfermeiros; a segunda situação relatada está relacionada
com a qualidade da internet “WI-FI” para realização de atividades docentes e pesquisas
acadêmicas; a terceira situação está relacionada aos laboratórios, especialmente a clínica
escola do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética cuja qualidade não
permitia a realização do estágio supervisionado nas instalações físicas da IES
provocando deslocamento e desgaste de acadêmicos e professores, sem supervisão. A
análise das atas do CONSU demonstrou as ações traçadas pela gestão da IES para
resolver essas dificuldades, descrevemos as principais: elaboração de um programa de
formação continuada na área de educação; implementação da primeira pós-graduação da
IES na área de educação onde a gestão facilitou a inclusão dos professores mediante
oferecimento de taxas diferenciadas e facilidade de pagamento, incentivando a

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matrícula; extensão da rede de internet sem fio para todos os locais da instituição
possibilitando o acesso para fins educacionais bem como a reforma da clínica escola,
oportunizando a realização de atividades de estágio supervisionado e de extensão,
visando atender a comunidade. Considera-se que existe uma relação entre os processos
de avaliação, planejamento e ações de gestão dentro da FACEM, possibilitando a
consecução lógica da qualidade do ensino superior mediante a direção científica dos
processos institucionais.

Palavras-Chave: Avaliação Institucional. Gestão do Ensino Superior. Comissão Própria


de Avaliação.

Introdução

A educação brasileira está passando por constantes mudanças. A globalização já


atinge setores que antigamente permaneciam indiferentes ou havia muita demora nas
mudanças da sociedade, afinal o mundo está em constantes transformações e a educação
tradicional não tem mais espaço nesse mundo onde a democracia é soberana, os direitos
e deveres são respeitados, e os seres humanos são visto como seres pensantes e capazes
de contribuir para uma educação melhor e com mais qualidade.
A Faculdade Centro Matogrossense - FACEM vem buscar a qualidade do ensino
superior na região de Sorriso (centro norte de Mato Grosso), valorizando a opinião, o
diálogo e a democracia, de todos os atores envolvidos nesse processo. Assim sendo, a
Instituição utiliza-se de instrumentos que auxiliam na tomada de decisões, nas
mudanças que são favoráveis em termos do processo de ensino-aprendizagem e da
gestão, através Avaliação Institucional que ocorre durante todo o ano e é aplicada pela
Comissão Própria de Avaliação - CPA.
A avaliação institucional serve como instrumento de Gestão Educacional, pois
avaliar é uma das ações primordiais para o gestor, em qualquer área. Em educação do
ensino superior, a avaliação indica o norte, para qual caminho seguir, qual evitar. A
avaliação permite trabalhar com o que tem de melhor e pior nos nossos pares; ela
mobiliza e motiva aqueles envolvidos com o processo de conhecimento da Instituição
de Ensino Superior - IES e causa estranheza para avessos a mudanças.
As ações da CPA são fundamentais para criarmos condições de iniciar e
desenvolver o processo de avaliação chegando ao relatório completo sobre a IES que
desejamos ter e ser. Com essas informações o gestor poderá tomar as melhores decisões
e evitar problemas que são naturais no decorrer do processo, porém que se não são
vistos com precisão, podem aumentar e trazerem um desgaste para resolução do
problema. Desta forma o gestor poderá se dedicar mais para criar estratégias e promover
o crescimento da instituição.
A preocupação com a qualidade do ensino e satisfação da comunidade
acadêmica é constante, precisamos estar sempre atentos às mudanças e buscar o que tem
de melhor para a instituição.

Hoje, com o aumento da concorrência entre IES e sobra de vagas, a


“visita ao campus” é insuficiente para captar alunos e mantê-los até a
formatura. Esses problemas têm sido encarados como desafios pelas
gerências de nível tático das IES que estão motivadas e mobilizadas para
inventar novas estratégias de captação e manutenção de alunos (MURIEL;
GIROLETTI, 2010, p. 60).

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Maximiano (2004) salienta que o processo administrativo abrange quatro tipos
principais de decisões, também chamadas processos ou funções, que são: planejamento,
organização, execução e controle. É necessário uma articulação entre o que foi
planejado e o que realmente ocorre na IES, sendo demonstrada por meio de práticas
consolidadas e institucionalizadas. Muriel (2013) reforça que a avaliação é base para o
planejamento e que o planejamento é base para a gestão profissional.
Ter e manter o acadêmico até o final do curso com um ensino de qualidade é
pré-condição para que o projeto pedagógico se realize em sua totalidade.

O “saber ouvir” surgiu como o primeiro aspecto importante para


manter o discente no curso. Isso implica criar uma organização capaz de
ouvir e aprender com ele. Tal ação não é tão simples quanto parece, pois
envolve preparo, tempo e, em muitos casos, mudança nos hábitos dos
gestores de cursos. Não são raros os casos que a gestão oferece vantagens que
não interessam aos alunos ou cria situações que impede o julgamento
adequado de suas demandas. Saber ouvir é uma das principais características
dos líderes (KOUZES e POSNER, 2008 apud, MURIEL; GIROLETTI, 2010,
p.71).

Sendo assim, avaliar exige conhecimento específico para enxergar as


necessidades da IES, do corpo docente, discente e de colaboradores, bem como atender
as exigências dos órgãos reguladores.

O ideal é que a instituição aproveite a oportunidade para instituir


uma estrutura que possa cuidar da avaliação permanente e em condições de
interferir e mudar aquilo que precisa ser mudado. Um crivo de qualidade,
permanentemente atento. Se cuidarmos permanentemente da qualidade,
podemos ser avaliados a qualquer momento, sem a necessidade de pararmos
a Instituição para atendermos ao que o MEC exige (MURIEL, 2013, p.26).

Os princípios mais importantes da autoavaliação institucional que explicam a


natureza do processo, sua necessidade para o desenvolvimento institucional e razão de
ser, são expressas segundo Suanno (2002), pelos objetivos de auto-referência, auto-
análise e auto-desenvolvimento. Neste sentido, a autoavaliação Institucional na FACEM
é uma constante. Nos últimos resultados da avaliação institucional, promovida pela
CPA da FACEM, foram identificadas situações que interferem diretamente na qualidade
do ensino superior o que poderá ser acompanhado no decorrer desse artigo, que
pretende analisar o impacto da avaliação institucional no processo de gestão FACEM e
os caminhos que foram percorridos para colocar em prática o que foi demonstrado
através dos resultados.

Objetivos

Objetivo Geral
Analisar o impacto da avaliação institucional no processo de gestão FACEM.

Objetivos específicos
- levantar informações dos relatórios da CPA como fontes documentais de suporte para
a pesquisa;
- verificar nas atas do CONSU a atenção prestada aos resultados da avaliação
institucional no processo de gestão da IES;

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- identificar as ações realizadas no processo de gestão institucional para atender as
principais situações que interferem diretamente na qualidade do processo de ensino
aprendizagem da FACEM.

Metodologia

A correta seleção da metodologia resulta um passo muito importante dentro do


processo de investigação, pois possibilita a condução da pesquisa de forma acertada
para a solução do problema e cumprimento do objetivo proposto.
Segundo seus objetivos a investigação realizada segue o esquema de estudo
descritivo, que para Selltiz et al. apud Marconi e Lakatos (2006) são as que descrevem
um fenômeno, objeto de estudo ou situação em determinado espaço-tempo. Também na
concepção de Best apud Marconi e Lakatos (2006) as pesquisas descritivas consideram
a descrição, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais objetivando seu
funcionamento.
A atual pesquisa foi redigida como pesquisa documental que segundo os
critérios de Marconi e Lakatos (2006) tem como característica fundamental a coleta de
dados que fica restrita a documentos que estejam estes escritos ou não.
Os principais documentos utilizados para este estudo foram as atas do Conselho
Superior (CONSU) da FACEM, de julho de 2012 a abril de 2013 e os Relatórios da
CPA dos anos 2011 e 2012, para verificar a utilização das informações derivadas da
avaliação institucional no processo de gestão da IES. A fim de cruzar informações
também foi aplicado um questionário de perguntas fechadas, no mês de maio, para
verificar a satisfação em relação ao trabalho de gestão da IES.
Foram aplicados os procedimentos de triangulação a partir da concepção de
desenhos mistos introduzidos em 1979 por Jick apud Sampieri; Collado; Lucio (2006),
os quais têm como propósito recavar dados a partir de técnicas qualitativas e
quantitativas para obter uma fotografia mais enriquecedora e com maior sentido no
entendimento dos fenômenos. A triangulação permite utilizar informações de diversas
fontes para obter o resultado esperado, ou seja, “que quando numa hipótese o resultado
sobrevive à confrontação de diversos métodos tem um grau maior de validez que se é
testada por um único método” (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2006).
Por outra parte a triangulação, segundo Báxter (2005) permite a recolhida de
dados de diferentes ângulos para compará-los e contrastá-los fazendo um controle
cruzado de diferentes fontes de dados.
Para a organização metodológica foram seguidos os seguintes passos:
1- Análise dos relatórios da CPA dos anos 2011 e 2012, procurando os principais
problemas detectados na avaliação institucional. Foram considerados como principais
problemas aqueles que mais aparecem nos relatórios.
2- Análises das atas do CONSU de julho de 2012 a abril de 2013, para verificar se nas
reuniões do conselho aparecem ações de gestão encaminhadas a resolver os principais
problemas detectados na avaliação institucional.
3- Aplicação de um questionário de perguntas fechadas para cruzar informação e
comprovar na prática se a gestão atendeu realmente as reclamações feitas por eles
durante a avaliação institucional e não fico só nas atas de reunião.
4- Cruzamento das informações das três fontes mediante triangulação para facilitar a
análises objetiva dos dados obtidos e poder chegar a conclusões.
A estruturação metodológica adotada permitiu realizar as análises descritas para
a consecução dos objetivos da investigação.

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Referencial Teórico
Os tópicos abordados durante o referencial teórico procuram aprofundar o tema
da pesquisa, enfatizando a importância da avaliação institucional para tomada de
decisões da IES, que proporcionam aos gestores maior conhecimento, experiências,
descobertas sobre as potencialidades e limites do cotidiano institucional. A avaliação
institucional como instrumento de gestão vem trazer significados importantes para as
ações e melhorias da qualidade no cotidiano acadêmico, que vem sendo discutido e
acompanhado por muitos profissionais nos últimos tempos.
Ao longo dos tempos autores vêm trazendo definições que têm historicamente
sido expressas pelos que pensam acerca dos objetivos da avaliação educacional. Para
Tyer (1950, apud Ristoff, s.d.) a avaliação é um processo para determinar até que ponto
os objetivos educacionais foram realmente alcançados”. Na visão de Tyer a avaliação
está centrada em objetivos, partindo dos processos educacionais.
Alguns autores trazem a avaliação como a descoberta de algo, indicado o
caminho, o que está bom e que pode ser melhorado, Stake (1969, apud Ristoff, s.d) já
previa isso. Ele dizia que:

a avaliação é a descoberta da natureza e do valor de alguma coisa, onde os


propósitos da avaliação poderiam ser muitos, porém a avaliação sempre tenta
descrever algo e indicar os seus méritos e deméritos [...]. A avaliação não é
uma busca de causas e efeito, um inventário do status presente, ou uma
previsão de sucesso futuro. Ela é tudo isto, somente na medida que contribuir
para a identificação da substância, função e valor (p. 03 e 04).

Diferentemente de Stake, Scriven apud Ristoff (s.d.) escreve que a “avaliação é


o processo através do qual se determina o mérito, o valor de mercado e o valor das
coisa”, segundo Scriven apud Ristoff (s.d.), o processo avaliativo determina o valor ao
invés de estuda-lo, como um container que determina o conteúdo, com um copo que dá
a forma á água que contém. Em outras palavras, Scriven deixa explicita uma visão de
avaliação cuja valoração ocorre não a partir do que é encontrado, mas a partir do que se
constrói sobre o encontrado, com a participação decisiva de uma carga valorativa já a
priori incorporada às estruturas conceituais do avaliador, com se o processo avaliativo
fosse, repito, um container que moldasse o conteúdo. Daí a sua insistência em distinguir
avaliação de mensuração.

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No Brasil as definições sobre avaliações, adquirem origem própria a
partir de 1993, com o PAIUB que definiu avaliação com “um processo
continuo de aperfeiçoamento acadêmico, uma ferramenta para o
planejamento da gestão universitária, um processo sistemático de prestação
de contas à sociedade, um processo de atribuição de valor, a partir de
parâmetros derivados dos objetivos, um processo criativo de autocrítica
(RISTOFF, s.d, p. 06) .

Esse foi um dos referencias que nos moveu a escrever e acreditar que a avaliação
serve como processo de gestão, pois desde 1993 o Brasil já vem trilhando esse caminho.
Na visão de Dias Sobrinho apud Ristoff (s.d, p. 06) a avaliação institucional é
definida como “um empreendimento sistemático que busca a compreensão global da
universidade, pelo reconhecimento e pela integração de suas diversas dimensões”. A
visão de Sobrinho traz a contextualização da IES como processo de integralização de
todas as partes.
Neste contexto procurou-se explorar a avaliação com processo de gestão
acadêmica, ajudando direta ou indiretamente no processo de retenção e captação de
acadêmicos no ensino superior.
Muriel e Giroletti (2010) consideram que “com o aumento da concorrência
entre IES e sobra de vagas, a “visita ao campus” é insuficiente para captar alunos e
mantê-los até a formatura”. O que vivemos hoje na FACEM vai ao encontro do que
dizem os autores, pois nossa preocupação com a qualidade do ensino e estrutura
oferecida é constante e cada vez mais a avaliação institucional vem nos ajudando a
percorrer esse objetivo.
Muriel (2013), também reafirma a importância da avaliação verificando de
forma mais efetiva a evolução da IES a partir dos processos de planejamento e
avaliação, considerando o relato institucional como meio de verificar esta evolução.
Para que a IES desenvolva uma avaliação de natureza formativa, o
mais importante é que esta adote uma metodologia participativa, buscando
trazer para o âmbito das discussões as opiniões de toda a comunidade
acadêmica, de forma aberta e cooperativa, e se dê globalmente em função de
uma necessidade identificada (MURIEL, 2013, p.04).

Para que o processo de avaliação seja completo, é preciso considerar o ambiente


externo, riscos e oportunidades e o ambiente interno, analisando todos os questionários
com muita precisão e sabedoria. Desta forma é possível fazer com que a avaliação
institucional aplicada pela CPA, determine os rumos institucionais, de curto, médio e
longo prazo.
Muriel (2013) destaca que a CPA é responsável por conduzir o processo
avaliativo, mas a avaliação é de todos ou não alcançará os objetivos propostos pelas
Diretrizes dos SINAES. Desta forma e considerando as diretrizes do SINAES, percebe-
se que a auto avaliação é um forte instrumento de gestão para as IES e pode trazer
resultados eficientes e que demonstrem fielmente o que ocorre de fato na instituição.
A avaliação deve permitir um diálogo entre o avaliado e o avaliador, e, portanto,
precisa ser flexível e buscar sentido, pois o processo avaliativo requer reflexão sobre as
práticas (MURIEL, 2013).
Cabe considerar as palavras de Dias Sobrinho (2008, p.83), quando diz que a
avaliação “pode ser um instrumento valioso que ajuda a compreender e a melhorar as
instituições e sistemas fundando as possibilidades para os processos reflexivos que
produzam sentidos a respeito das ações, relações e produções educativas”.
A avaliação deve ser uma investigação sistemática e contínua que busca a
apreciação de indicadores a partir de objetivos propostos, proporcionando informações

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acerca do desenvolvimento de um processo (gestão, planejamento da IES, processo de
ensino-aprendizagem). Portanto, é algo sempre a ser aprimorado e de inteira relevância
para a IES. “Escutar” o outro é parte do processo pela busca da qualidade, e nada como
a avaliação institucional para analisarmos se estamos seguindo no caminho correto, não
nos deixando cegar pelo poder da gestão acadêmica.
Assim sendo, as instituições de educação superior, precisam ir além do que está
escrito no papel e procurar utilizar os resultados como forma de gestão institucional,
podendo planejar as ações para o cotidiano educacional, refletindo sobre as práticas
visando sempre à melhoria da aprendizagem.

Resultados e Discussões

A avaliação institucional realizada pela CPA da FACEM no ano 2011 levantou


situações relacionadas fundamentalmente na preparação didático-pedagógica dos
professores. Segundo o Relatório da CPA (FACEM, 2011) na opinião dos acadêmicos,
“temos muitos professores ótimos, mas temos alguns que deixam a desejar ou não estão
“abito” (sic!) a exercer a profissão muito obrigado” fazendo referência a aptidão de
alguns docentes para sua prática pedagógica. É muito importante referir que neste ano,
assim como acontece na atualidade, somente 34% dos docentes em exercício na
FACEM tiveram formação ou fizerem pós-graduação na área de educação como mostra
a figura 1.
60,00%

36,36%
35,71%

34,62%

AGRONOMIA E.FÍSICA ESTÉTICA TOTAL

Figura 1- Professores com graduação ou pós-graduação em Educação


Fonte - Dados coletados do cadastro de professores da FACEM

Perante esta realidade, como foi constatado na revisão da Ata 004 de setembro
de 2012 do CONSU, a FACEM decidiu implantar o seu primeiro curso de pós-
graduação lato sensu. Um dos objetivos da pós-graduação é fornecer preparação na
área de educação para os professores da FACEM e pessoas da comunidade, oferecendo
facilidades de pagamento e mensalidades diferenciadas para os professores da
Faculdade e do Centro de educação Básica São Jose que pertence a mesma
mantenedora. A decisão de abrir a pós-graduação na área de educação reforça a
preocupação dos gestores pela qualidade do ensino ministrado, conforme a missão da
FACEM, para cumprir com seus compromissos sociais. Segundo Dias Sobrinho (1998)
a avaliação constitui um veículo importante para que a instituição identifique seus
pontos fortes assim como seus principais problemas para melhor definir suas
prioridades e organizar seu próprio desenvolvimento em termos administrativos, éticos,
pedagógicos e científicos. Nesse sentido relata o autor anteriormente citado que “a

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avaliação é orientada para o conhecimento, a interpretação, a tomada de decisões e a
transformação da realidade” (grifo nosso).
Outra situação levantada pela avaliação institucional foi referente a
disponibilidade de computadores na biblioteca para facilitar o estudo e a pesquisa dos
acadêmicos. O Relatório da CPA (FACEM, 2011) aponta que “a faculdade precisa
melhorar em aspectos como [...] disponibilidade de computadores para a realização dos
trabalhos”. Diante desta situação a gestão decidiu ampliar a rede de internet sem fio
(Wi-Fi) para todas as salas de aula, conforme registrado na ata do CONSU 003 de 2012,
uma vez que não disponibilizava de verbas suficientes para a aquisição de
computadores,
Já na avaliação 2012, num levantamento quantitativo, ficou registrado a
magnitude do problema onde 68,23% dos acadêmicos participantes da avaliação,
consideraram regular para péssima a disponibilidade de recursos informáticos
fornecidos pela faculdade para a realização de trabalhos de sala e pesquisas conforme
aparece refletido na figura 2, a seguir.

Curso de Agro. Curso E. Física Curso de Estét. Total da FACEM


61,1%
51,43%
49,27%
35,28%
33,61%

27,81%
27,62%

23,33%
22,2%

16,22%
11,43%
13,9%
5,00%

4,76%
3,47%

2,74%
1,67%
0,00%
0,0%

ÓTIMA BOM REGULAR RUIM 0,0%


PÉSSIMA
Figura 2- Disponibilidade de recursos informáticos para trabalhos e pesquisa
Fonte- Relatório CPA 2012 da FACEM

Também na avaliação 2012, a fim de verificar a efetividade da decisão tomada


em ampliar a internet sem fio para todas a salas foram obtidos os resultados que
aparecem na figura 3.

Curso de Agro. Curso E. Física Curso de Estét. Total da FACEM


44,4%
37,14%

37,08%

33,52%
29,52%

28,47%

30,6%
27,36%
26,51%

22,48%
19,05%
15,91%

13,9%
11,1%

9,52%
7,08%
0,00%

0,00%
0,00%
0,0%

ÓTIMA BOM REGULAR RUIM PÉSSIMA


Figura 3- Qualidade da internet sem fio
Fonte- Relatório CPA 2012 da FACEM

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Observa-se que nesta avaliação quantitativa mais de 50% dos acadêmicos
participantes, que foram 33,55 da matrícula oficial da IES, consideraram entre ruim e
péssima a qualidade da internet Wi-Fi. No mesmo instrumento foi também solicitado
aumento da velocidade da internet Wi-Fi e aumentar o número de computadores
disponíveis para pesquisa e trabalhos, “pois nem todos temos notebook para trabalhar”,
conforme relatou um acadêmico.
Outro resultado interessante que chamou atenção dos gestores no estudo do
Relatório de Avaliação Institucional da CPA (FACEM, 2012) está relacionado com o
conhecimento do laboratório de informática da faculdade, cujos resultados aparecem na
figura 4.

Total da FACEM

Curso de Estét.

Curso E. Física

Curso de Agro.

0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%

Não Sim

Figura 4- Conhecimento do laboratório de informática da faculdade


Fonte - FACEM, Relatório da CPA 2012

O fato de que o laboratório de informática fica frente à reprografia da faculdade


e que mais de 8% dos acadêmicos participantes da avaliação não conheciam sua
existência foi preocupante, o que motivou a nova gestão, que assumiu no segundo
semestre do ano de 2012 a pesquisar sobre as normas de utilização do mesmo. A
descoberta foi que o laboratório somente era utilizado com fins docentes, ou seja,
utilizado apenas durante as aulas e não era aberto para que os acadêmicos realizassem
trabalhos de pesquisa. Esses resultados levaram a modificação do regulamento de
utilização dos laboratórios e contratação de um técnico de laboratório, conforme
registrado na ata do CONSU 001 de 2013, liberando prévio agendamento a utilização de
todos os laboratórios da IES para atividades de pesquisa, estudo e extensão por parte
dos acadêmicos e professores. Outra das decisões tomadas na mesma reunião conforme
aparece nesta mesma ata foi ampliar e fortalecer a rede de internet sem fio aumentando
a velocidade para 5 MHz full e colocando antenas para que o sinal fosse captado em
todo o campus.
A decisão adotada permitiu ampliar as práticas tradicionais de captação de novos
acadêmicos ingressantes pela IES. Segundo declara Muriel e Giroletti (s.d.) a realização
de eventos, visitas aos laboratórios e atividades de extensão com alunos de ensino
médio de escolas da região são práticas importantes na captação de ingressantes. Outro
dos acréscimos ao desenvolvimento da FACEM está em consonância com a opinião de
Sobrinho (s.d.) que declara: “a ênfase deve ser dada a os processos de ensino, pesquisa e
extensão, sempre que possível integradamente”.
A terceira situação identificada na avaliação feita pela CPA estava relacionada
com os laboratórios, mais especificamente a Clínica Escola do Curso Superior de
Tecnologia em Estética e Cosmética, que constava nas ações estratégicas de

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planejamento da IES. A reforma foi adiada por gestões anteriores ou por falta de
recursos financeiros ou falta de gestão para acessar fontes de financiamento.
Já na avaliação feita pela CPA (FACEM, 2011) os acadêmicos reclamaram
sobre a qualidade dos laboratórios para a realização das aulas práticas. As principais
reivindicações chegaram das acadêmicas do Curso Superior de Tecnologia em Estética
e Cosmética que declararam “no laboratório atual não temos como pôr em prática os
conhecimentos aprendidos em sala” ou “muito complicado aprender os procedimentos
estéticos sem equipamentos adequados” ou ainda “é difícil fazer o estágio fora das
instalações da faculdade”.
Conforme Muriel (2013) nada será bem aproveitado se não se aproveita os
resultados da avaliação para planejar o futuro, para planejar as ações a seguir no
desenvolvimento da IES.
Com esses resultados a nova gestão decidiu começar a reforma do antigo
laboratório de estética da faculdade para deixar no formato da nova Clínica Escola,
segundo o que consta na Ata 004 de setembro de 2012 do CONSU. O projeto demorou
mais que o planejado para a inauguração da nova Clínica Escola, sendo um dos motivos
a aquisição e entrega dos equipamentos a tempo, devido a distância que separa o norte
de Mato Grosso dos grandes centros de produção e venda de equipamentos na área da
saúde. Esta demora refletiu na avaliação da CPA (FACEM, 2012) conforme os dados
apresentados na figura 5.

Curso de Agro. Curso E. Física Curso de Estét. Total da FACEM


57,14%
51,39%
50,0%

44,90%

36,31%
33,33%

27,8%
24,03%
22,2%
18,89%

15,29%
4,76%

4,76%

3,33%
2,36%

2,37%

1,11%
0,00%
0,0%

0,0%

ÓTIMA BOM REGULAR RUIM PÉSSIMA


Figura 5- Qualidade dos laboratórios
Fonte - FACEM, Relatório da CPA 2012

Como demonstram os resultados, mais de 60% das acadêmicas do Curso de


Estética estavam insatisfeitas com a qualidade dos laboratórios avaliando-os de regular
a péssima. Resultados que se destacam dos demais Cursos cujos resultados nas mesmas
categorias foram: Agronomia menos de 31% e Educação Física menos de 28%.
No ano 2013, foi aplicado um questionário, como parte do sistema de avaliação
continuada da FACEM feita pela CPA, durante as atividades da II Mostra Científica da
Faculdade e para verificar como foram recebidas as mudanças já realizadas. Foi
perguntado aos acadêmicos sobre a qualidade da FACEM como IES e os dados obtidos
foram os apresentados na figura 6.

10
47,06%
43,14%

3,92%

3,92%
1,96%
ÓTIMA BOA REGULAR RUIM N. A.
Figura 6 - Avaliação do trabalho da FACEM como IES
Fonte - Processo avaliativo CPA 2013

Como se observa no gráfico, mais de 90% dos acadêmicos está satisfeito com o
trabalho da FACEM como IES avaliando nas categorias de ótima e boa.
Neste sentido, a avaliação institucional pode ser compreendida em sua dimensão
formativa, na busca pelo aperfeiçoamento dos procedimentos existentes e a melhoria
constante da comunidade acadêmica. O processo de avaliação quando desenvolvido
com seriedade, respeitando os princípios de qualidade permite compor uma visão
diagnóstica dos processos pedagógicos, administrativos, científicos e sociais da IES.

Considerações Finais

Pode-se perceber os impactos positivos da avaliação institucional da FACEM, já


que os resultados subsidiam o processo de planejamento e gestão institucional. A partir
das avaliações já foi possível reorganizar o trabalho da instituição, que vai além das
atividades de sala de aula, envolvendo gestão, planejamento, elaboração de projetos,
entre outros, apresentando-se novas demandas representadas pela ampliação da práxis
educativa da IES, garantindo busca pela qualidade de ensino, produzindo significado
sobre a pertinência e relevância social, fortalecendo a identidade da IES.
Considera-se, portanto, que existe uma relação entre os processos de avaliação,
planejamento e ações de gestão dentro da FACEM, possibilitando a consecução lógica
da qualidade do ensino superior mediante a direção científica dos processos
institucionais.
A prática da avaliação deve ser um processo permanente, um instrumento de
concretização de uma cultura de avaliação institucional, com o qual a comunidade
acadêmica se identifica e se compromete.
Neste sentido, compreende-se que a Instituição deve ser avaliada
processualmente, considerando a participação dos protagonistas através do diálogo
permanente, na pluralidade das ideias e dinamismo que a caracteriza, em um movimento
de permanente construção de padrões de competência e qualidade como referência na
(re) construção da práxis educativa. Entende-se, portanto, que a avaliação deve produzir
resultados, como pontos de partida para busca de alternativa de solução e tomada de
decisões coletivas, exigindo que a IES esteja aberta em todas as suas instâncias, para
através de encaminhamentos concretos, solucionar as indicações provenientes das
avaliações efetuadas, considerando especialmente aspectos da região em que está
inserida.

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Referências
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