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Manual de Tronco Comum

Psicologia Geral
Código A0006

Universidade Católica de Moçambique (UCM)


Centro de Ensino à Distância (CED)
Direitos de autor (copyright)
Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de Ensino à
Distância (CED) e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste
manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos,
mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade
Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é
passível a processos judiciais.

Elaborado Por: Farissai Pedro Campira

Licenciado em Psicologia e Pedagogia pela Universidade Pedagógica, Delegação da Beira-


Moçambique.

Revisado por: António Domingos Braço

Mestrado em Educação: Currículo pela Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP-
Brasil)

Universidade Católica de Moçambique (UCM)


Centro de Ensino à Distância (CED)
Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa
Beira – Sofala

Telefone: 23 32 64 05
Cell: 82 50 18 440
Moçambique

Fax: 23 32 64 06
E-mail: ced@ucm.ac.mz
Website: www.ucm.ac.mz
Agradecimentos

A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor do


presente manual, Farissai Pedro Campira, agradecem a colaboração de todos que directa ou
indirectamente participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos.
Psicologia Geral i

Índice
Visão geral 1
Benvindo a Psicologia Geral............................................................................................. 1
Objectivos do curso .......................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3
Acerca dos ícones .......................................................................................... 3
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação)................................................................................. 4
Avaliação .......................................................................................................................... 5

Unidade N0 01-A0016 7
Tema: Introdução a Psicologia ......................................................................................... 7
Introdução ................................................................................................................ 7
Sumário ............................................................................................................................. 7
Exercícios........................................................................................................................ 12

Unidade N0 02-A0016 13
Tema: Inícios da Psicologia Científica ........................................................................... 13
Introdução .............................................................................................................. 13
Sumário ........................................................................................................................... 13
Exercícios........................................................................................................................ 17

Unidade N0 03-A0016 18
Tema: Evolução do objecto de estudo da Psicologia ...................................................... 18
Introdução .............................................................................................................. 18
Sumário ........................................................................................................................... 18
Exercícios........................................................................................................................ 23

Unidade N0 04-A0016 24
Tema: Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso ................................................. 24
Introdução .............................................................................................................. 24
Sumário ........................................................................................................................... 24
Exercícios........................................................................................................................ 29

Unidade N0 05-A0016 30
Tema: Genética e Comportamento ................................................................................. 30
Introdução .............................................................................................................. 30
ii Índice

Sumário ........................................................................................................................... 30
Exercícios........................................................................................................................ 33

Unidade N0 06-A0016 34
Tema: Processos Sensoriais ............................................................................................ 34
Introdução .............................................................................................................. 34
Sumário ........................................................................................................................... 34
Exercícios........................................................................................................................ 42

Unidade N0 07-A0016 43
Tema: Percepção ............................................................................................................. 43
Introdução .............................................................................................................. 43
Sumário ........................................................................................................................... 43
Exercícios........................................................................................................................ 47

Unidade N0 08-A0016 48
Tema: Consciência .......................................................................................................... 48
Introdução .............................................................................................................. 48
Sumário ........................................................................................................................... 48
Exercícios........................................................................................................................ 51

Unidade N0 09-A0016 52
Tema: Motivação ............................................................................................................ 52
Introdução .............................................................................................................. 52
Sumário ........................................................................................................................... 52
Exercícios........................................................................................................................ 56

Unidade N0 10-A0016 57
Tema: Inteligência .......................................................................................................... 57
Introdução .............................................................................................................. 57
Sumário ........................................................................................................................... 57
Exercícios........................................................................................................................ 60

Unidade N0 11-A0016 61
Tema: Processos afectivos: Sentimento e Emoção. ........................................................ 61
Introdução .............................................................................................................. 61
Sumário ........................................................................................................................... 61
Exercícios........................................................................................................................ 63

Unidade N0 12-A0016 64
Tema: Personalidade. ...................................................................................................... 64
Introdução .............................................................................................................. 64
Sumário ........................................................................................................................... 64
Exercícios........................................................................................................................ 66
Psicologia Geral 1

Visão geral

Benvindo a Psicologia Geral


A vida Humana é essencialmente Social. O homem é produto da história
da Humanidade, que foi cristalizando ao longo do tempo, nesse processo
de trocas sociais, foi se ajustando aos símbolos, signos, que são
elementos da cultura. Com base nesses símbolos, torna-se fácil a
interação humana, pois permite a compreensão, a comunicação entre os
diferentes indivíduos na sociedade. É neste contexto da necessidade de
compreensão e melhoria nas relações humanas que a Psicologia
configura-se como uma área capaz de providenciar elementos necessários
para uma melhoria da actividade humana.

Objectivos do curso
Quando terminar o estudo de Psicologia Geral, o estudante deve ser
capaz de:

 Explicar o objecto de estudo da Psicologia Geral (o comportamento


Humano) descrevendo as etapas da sua evolução e sua importância
para a actualidade.

 Compreender a importância da Psicologia na vida do homem;


2 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Quem deveria estudar este


módulo
Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à
distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM),
através do seu Centro de Ensino à Distância (CED).

Como está estruturado este


módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se
estruturados da seguinte maneira:

Páginas introdutórias

 Um índice completo.

 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os


aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.

Conteúdo do curso / módulo

O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma


introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.

Outros recursos

Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista


de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.

Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação

Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada


unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do módulo.

Comentários e sugestões

Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários


sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / módulo.
Psicologia Geral 3

Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.

Acerca dos ícones


Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia.

Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada


um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste módulo.

Habilidades de estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante
planificar muito bem o seu tempo.

Procure reservar no mínimo 2(duas) horas de estudo por dia e use ao


máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é
necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o
dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,
com colegas, outros).

Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz


bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas
competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de
caso, reflexão, etc.

O manual contém muita informação, algumas chaves, outras


complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução das
exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de
notas desempenha um papel muito importante.

Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de


desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos
fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.

Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o


responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.
4 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o
material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,
alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de
clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,
escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,
contacte-o pessoalmente.

Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o


estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,
usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.

Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de


problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase
posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza
geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.

Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de


expediente.

As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem


a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode
apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.

O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque


apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamnte, reflictam
sobre estratégias de superação, mas produza de forma independente o seu
próprio saber e desenvolva suas competências.

Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância.

Tarefas (avaliação e auto-


avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-
avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante
que sejam realizadas.As tarefas devem ser entregues antes do período
presencial.

Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrga, e o não


cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do
estudante.

As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser


dirigidos ao tutor/docentes.
Psicologia Geral 5

Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os


mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do
autor.

O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)


palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade ,
humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a
realização dos trabalhos.

Avaliação
Vocé será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o
período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com
base no chamado regulamento de avaliação.

Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual,


concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.

Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para


os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.

Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões


presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média
de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a
cadeira.

A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame,


(b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.

Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)


testes escritos e 1 (um) exame escrito.

Não estão previstas quaisquer avaliações orais.

Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas como


ferramentas de avaliação formativa.

Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em


consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a
indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,
entre outros.

Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.


Consulte-os.

Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.


Psicologia Geral 7

Unidade N0 01-A0006

Tema: Introdução a Psicologia

Introdução
Antes de começar a falar da Psicologia, como qualquer outra disciplina, é
importante definir o seu campo de estudo, descrever os procedimentos
usados na investigação psicológica, é importante também discutir a
importância da Psicologia na vida. Esta primeira unidade vai centrar-se
na discussão destes aspectos para uma melhor compreensão das unidades
seguintes.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o objecto de estudo da Psicologia.

 Descrever os procedimentos usados na investigação Psicológica.


Objectivos  Explicar a importância da Psicologia na vida e na sua futura profissão.

Sumário
Para os iniciantes do Curso de Psicologia, a expectativa é maior, a
prior lhes vem à cabeça que serão capazes de ler a mente dos
outros. Por esta razão, muitos quando se deparam com cursantes
desta área científica o receio é maior, pois se acredita que eles
são capazes de penetrar nos nossos pensamentos, invadindo
deste modo a privacidade.

Esta forma de pensar resulta da concepção que desde o início a


Psicologia se identificou, o estudo dos fenômenos conscientes,
através da introspecção, método usado pelo alemão Wilhelm
Wundt no estudo dos processos mentais baseando-se nas
8 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

sensações. Com o tempo percebe-se que não é necessariamente


assim, ninguém seria capaz de entrar nos pensamentos dos
outros, pois assim sendo as nossas acções seriam tão previsíveis.

A Psicologia enquanto campo Científico constitui preocupação de


muitos, todos nós gostaríamos de conhecermo-nos, a nós próprios
e aos outros por forma a melhorar as nossas relações ainda que
preocupações desta natureza tenham marcado a vida dos nossos
antepassados.

Tantas vezes já nos perguntamos: porque a vida é assim, fulano


tem atitude estranha, por que se comporta deste modo, da mesma
forma ficamos preocupados em compreender fenômenos de
natureza macro, como a ideologia de Adolf Hitler, de Savimbi, Bin
Laden. Essas são preoupações do homem, que foi criando
pressupostos para uma nova área Científica- a Psicologia. A
Psicologia trata de estudar o comportamento humano nas suas
diversas manifestações (observáveis e não observáveis).
(Confronte com a unidade III).

Estudar o comportamento humano não é tarefa fácil, psicólogos


acredita que a Psicologia é tão complexa quanto o próprio
homem. Não é fácil, sobretudo, quando o objecto de estudo é o
próprio homem, capaz de se transformar em sujeito da pesquisa.
Daí todo o cuidado que se tem ao estudar o comportamento
humano.

O comportamento humano é também difícil de ser compreendido


pela natureza da sua realidade, bio-psico-sócio-cultural. A análise
do seu comportamento requer o cuidado de ter-se em conta essa
complexa realidade humana. Por esta razão a Psicologia pode e
deve possuir laços interdisciplinares com outras ciências, como
por exemplo, as de natureza biológica, sociológica, cultural, etc.
Nesta ordem de idéias, Cardoso, Frois & Fachada (1993)
consideram como objectivo final da Psicologia a explicação das
condutas em função dos factores ou variáveis que as condicionam
ou determinam, daí a necessidade de se ter em conta as outras
áreas científicas na abordagem dos fenómenos psicológicos.
Psicologia Geral 9

Os métodos usados na investigação psicológica.

Tal como todas as outras áreas científicas, a Psicologia firmou-se


como ciência quanto elaborou seus próprios caminhos de
investigação. Normalmente, a construção do conhecimento
científico parte de um método que se caracteriza por formular
hipóteses, teorias e organizar observações. Essas hipóteses são
testadas para confirmar ou refinar a teoria sugerindo aplicações
práticas.

Em termos gerais, os métodos usados em Psicologia não são


muito diferentes dos usados nas pesquisas em áreas sociais e
humanas, no entanto, os mais aplicados na investigação
psicológica são: Estudo de caso; Observação; Experimental e
Clínico.

Estudo de caso: é um dos mais antigos métodos usado pelos


psicólogos, e consiste no estudo de um ou mais sujeitos com
maior profundidade, na intenção de revelar verdades de muitos.
Os estudos de caso são usados na impossibilidade de se abarcar
toda a população que se requer pesquisar. Alguns exemplos
clássicos de estudos de caso realizados na Psicologia são os de
Jean Piaget, que depois de interrogar e observar suas crianças foi
capaz de desenvolver a sua teoria de desenvolvimento cognitivo,
muito usada para a explicação da aprendizagem das crianças do
mundo inteiro e, ainda, os estudos com chipanzés e de “crianças
selvagens” que foram importantes na explicação da linguagem em
todos os seres.

O cuidado que se deve prestar nestes estudos é que os


resultados, por resultarem de uma amostra restrita e pequena,
podem ser enganosos, quando generalizados para um universo
maior da população.

Observação: Obervar é registar o comportamento de organismos


em seu ambiente natural, a isso Myers (1999) chama de
“observação naturalista”. Nesta observação é importante o registo
10 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

da informação recolhida, como também é importante definir o que


realmente vai observar.

Experimentação: Felizes são aqueles que “se mostram capazes


de perceber as causas das coisas” revelou o Poeta Virgílio citado
por (Myers 1999). Lembre-se que a Psicologia estuda o
comportamento humano, mas não o pode compreender sem
analisar a relação causa-efeito. Os experimentos permitem que
um pesquisador focalize os possíveis efeitos de uma ou várias
variáveis. Enfim, para se compreender o porquê as jovens
solteiras têm filhos, o porquê as pessoas fumam ou fazem algo
estranho quando bebem, é necessário realizar experiências que
podem permitir o alcance das respostas desejadas. Em psicologia
muitos experimentos foram feitos com animais, ver a primeira
causa do surgimento tardio da Psicologia na unidade II.

Método clínico: refere-se à observação directa dos pacientes


com lesão ou doenças cerebrais, o objectivo fundamental é
procurar relacionar o tipo de lesão ou doença as modificações do
comportamento. A observação clínica tem suas limitações,
algumas observações só são possíveis depois da morte do
indivíduo, explica-se por razões éticas.

Que Importância tem a psicologia na vida prática? Ou seja,


porque tanto interesse com o estudo objectivo do
comportamento? Não basta o conhecimento do senso
comum?

No início da unidade deixamos claro que as ciências nascem da


necessidade do ser humano, em responder ou satisfazer suas
necessidades. Cada momento da evolução histórica do ser
humano vai exigindo que se aperfeiçoem os campos científicos; é
natural, o conhecimento não é algo estático, mas um processo
complexo de criação do ser humano com o meio envolvente, no
caso da Psicologia é importante reconhecer que o comportamento
humano tende a ser mais complexo ao longo da evolução
histórica, limitando deste modo a explicação do senso comum
dando lugar a esclarecimento mais conciso, objectivo e científico.
Psicologia Geral 11

Os psicólogos “além de ajudar, poderão também dedicar-se a


investigação, exercer funções de planificação e organização em
diferentes áreas, tanto empresariais como educacionais.”
(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993, p. 6). Como ficou claro,
o comportamento humano passou a exigir explicação mais
ajustada a sua complexidade de modo a nos adequarmos melhor
aos contextos, situações e as pessoas com quem nos lidamos.

São vários os domínios da vida humana, por esta razão ela (a


Psicologia) tem se multiplicado em várias áreas ou domínios de
modo a procurar melhor explicar o comportamento humano.

Quais são esses domínios? Qual a preocupação de cada


domínio?

Mencionar esses domínios seria tarefa fatigante, porém podemos


resumir nas palavras de Myers (1999, p. 5), para este autor,
“alguns psicólogos realizam pesquisa básica, alguns fazem
pesquisa aplicada, e alguns prestam serviços profissionais”, ao
conjunto desses domínios, na idéia deste autor, é que se dá o
nome de Psicologia, pois a Psicologia é um campo de disciplinas
nas suas diversas actividades.

Na área da pesquisa básica há que integrar os psicofisiologistas,


preocupados com o estudo da relação cérebro e a mente (ver
Unidade IV), os psicólogos do desenvolvimento que estudam as
mudanças que ocorrem nas diferentes fases da vida humana.

Na pesquisa aplicada, por exemplo, constatam-se os psicólogos


industriais ou organizacionais que tratam de investigar o
comportamento humano no trabalho ou nas organizações,
selecionando, recrutando e avaliando os profissionais das
diferentes áreas de trabalho. Nesta categoria constam também os
psicólogos clínicos e psiquiatras proporcionando
acompanhamento clínico e psicoterapia (para psiquiatras) de
algumas perturbações mentais.
12 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Exercícios

1 – Explique a importância da Psicologia para a sua vida Profissional?

Resposta: A vida na Sociedade, para uma melhor cooperação, exige


dos seus intervenientes a compreensão mútua, no contexto educacional
Auto-avaliação (nosso lado profissional), essa compreensão é muito necessária para a
direcção do processo de Ensino Aprendizagem. Ninguém pode ensinar
melhor se não conhece os seus alunos.
Psicologia Geral 13

Unidade N0 02-A0006

Tema: Inícios da Psicologia


Científica

Introdução
O surgimento de um campo científico, traz antecedentes, aliás psicólogos
acreditam que a Psicologia existia desde a muito tempo. Mas interessa
compreender quando é que ela assume o estatuto de uma ciência, o que a
difere, enquanto conhecimento científico, do conhecimento de senso
comum.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Distinguir Psicologia Científica a do Senso Comum;

 Identificar os objectivos da Psicologia;


Objectivos  Explicar os princípios que orientam a Psicologia; e

 Explicar as razões do surgimento tardio da Psicologia.

Sumário
OS INÍCIOS DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA

Há que destacar que “A psicologia se desenvolveu a partir da


Biologia e da Filosofia, com objectivo de se tornar uma ciência que
descreve e explica como pensamos, sentimos e agimos.”
(MAYERS, 1999, p. 1). Numa primeira manifestação a Psicologia
foi, simplesmente, uma disciplina descritiva, isto é, tratava de
descrever as manifestações comportamentais dos indivíduos sem
com isso explicar a causa ou os porquês dessa manifestação.
14 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Hoje a psicologia, para além de descrever e explicar o


comportamento humano, objectiva prever e modificar (dentro das
possibilidades) o comportamento humano.

No entanto, é preciso ter em conta que a tentativa de explicar o


comportamento humano não é um acto recente, em tempos, antes
do ano 300 a.C., Aristóteles, filósofo grego, preocupou-se com os
temas relacionados com aprendizagem e memória, vocação e
emoção, percepção e personalidade Mayers (1999). Mesmo
pensadores como Platão (427 -347 a.C), Santo Agostinho (354 –
430 d.C), Descartes (1596-1650) também contribuíram com
profundas reflexões sobre a natureza do ser humano. E, mais
tarde Charles Darwin, nas suas viagens descobriu e explicou a lei
de selecção natural.

A idéia de Aristóteles recebeu críticas do filósofo empirista John


Locke (1632-1704), ao rejeitar a noção das idéias inatas, para
Locke nada existe no homem ao nascer, tudo seria resultado da
experiência.

Importa referir-nos às inquietações da Neurociência e dos


Evolucionistas, duas correntes da Psicologia que se confrontam
na explicação das características humanas. Na neurociência, as
preocupações centraram-se na relação entre o corpo e o cérebro
para explicar as emoções, percepções e sensações, já para os
evolucionistas ficaram preocupados na influência da evolução
(genes) no comportamento humano.

Com tantos antecedentes, a Psicologia como Ciência


independente (da Biologia e da Filosofia) nasceu em 1879, “data
em que o alemão Wilhelm Wundt estabeleceu em Lípsia (hoje
Alemanha do Leste), o primeiro laboratório de Psicologia
Experimental” (CAPARRÓS, 1999, p.10).

Os antecedentes apresentados nos parágrafos anteriores


associados à idéia de que as preocupações com o
comportamento humano não começaram em 1879, com a criação
Psicologia Geral 15

do laboratório de Wundt, mas bem antes, quando os provérbios ou


adágios populares, ainda que partindo de um conhecimento de
senso comum, eram os alicerces para a compreensão e
explicação da conduta humana, deixa para a humanidade a
seguinte questão: onde fica esse todo contributo na história da
Psicologia? Então porquê 1879? Estas preocupações constituíram
num desafio colocado a esta Ciência jovem. Porém, a resposta
vem de Caparrós (1999), que lembra-nos de que se trata da
Psicologia Científica que é diferente da do senso comum, o que
caracteriza uma ciência, de entre outros aspectos, é um campo
delimitado e emprego de certos métodos, técnicas ou
instrumentos na sua investigação e a possibilidade de verificação
a partir de testes objectivos.

Com efeito, cada um de nós possui conhecimentos da psicologia


do senso comum, este entendido como o “conjunto de opiniões
geralmente aceites pelos membros de um grupo social numa
determinada época (...) é aquela forma de saber vulgar, própria do
comum das pessoas, que se adquire de modo espontâneo, sem
esforço e não intencionalmente na experiência do dia a dia”
(CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993).

Sendo assim, a Psicologia científica não se limita nesta explicação


casual, ela, enquanto ciência, procura fundamentar de forma
objectiva, através de pesquisas cientificamente ajustadas à
natureza de cada situação do ser humano. E, isso foi possível
graças ao alemão Wilhelm Wundt em 1879 que criou as condições
para que a Psicologia configurasse como área científica, o que
não significa menosprezar o contributo e a importância que o
conhecimento do senso comum presta a essa jovem ciência.

Duas razões levaram ao desenvolvimento tardio da Psicologia: A


primeira, o carácter espiritual, sagrado e transcendental do
Homem o que fez com que as investigações não fossem feitas
directamente ao ser humano, por isso grande parte das pesquisas
psicológicas foram feitas com animais, e, a segunda prende-se
com a complexidade do ser humano e do seu comportamento,
isso fez com que os psicólogos levassem mais tempo para
aperfeiçoar os métodos antes de serem aplicados ao Homem.
16 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Princípios Psicológicos

A psicologia encontra-se, actualmente, no seu auge e num estágio


de indiscutível desenvolvimento progressivo. Os princípios básicos
pela qual a Psicologia se fundamenta são:

1. Princípio do monismo materialista. Estabelece que a


psique é uma propriedade do cérebro, e por consequência
os psicólogos devem estudar as leis da actividade nervosa
superior para compreenderem de forma objectiva a
natureza dos processos psíquicos e conhecer os
mecanismos fisiológicos desses processos a fim de
“sobrepor” os fenómenos psíquicos aos processos
fisiológicos;

2. Princípio do determinismo. Mediante a qual se


reconhece a condicionalidade causal dos fenómenos
psíquicos pelos processos da actividade nervosa superior
e as influências do meio exterior.

3. Princípio do reflexo. Segundo o qual a consciência é


reflexo subjectivo do mundo objectivo. A partir deste
critério os psicólogos devem estudar a psique, a
consciência, não como algo independente e que se
desenvolve segundo suas próprias leis imanentes, mas
como algo condicionado pela existência objectiva do
mundo que reflecte.

4. Princípio unidade entre a consciência e a acção.


Pressupõe que a consciência é inseparável da actividade e
não apenas manifesta-se nela, mas também forma-se
durante a actividade. Guiando-se por este princípio, os
psicólogos devem estudar os processos psíquicos não de
forma abstracta, mas com relação aos tipos concretos de
actividade.
Psicologia Geral 17

5. Princípio da historicidade. Estabelece que a psique, a


consciência, desenvolve-se no processo de
desenvolvimento histórico do homem, por isso é
necessário, estudar os fenómenos psíquicos no seu
desenvolvimento, esclarecendo a condicionalidade social
dos diferentes aspectos da consciência humana e da
personalidade.

6. Princípio da unidade entre a teoria e a prática. Significa


que os psicólogos devem estruturar os seus trabalhos de
investigação científica de tal forma que os ajude a resolver
tarefas práticas da construção social.

Exercícios

1 – Qual seria a importância da Psicologia do Senso Comum para


actualidade?

Resposta: Primeiro, a Psicologia existe em cada um de nós de forma


Auto-avaliação casual, esse modo de proceder é que organiza maior parte da nossa vida
que não exige necessariamente uma ciência, porém não dispensa o
conhecimento científico dada a limitação deste conhecimento
sensocomunal. Se pararmos para pensar nos problemas que enfrentamos
no dia a dia veremos que a solução destes não exige necessariamente os
conhecimentos científicos. A psicologia como ciência tem raízes no senso
comum, que a partir dai passou a organizar-se como ciência.
18 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 03-A0006

Tema: Evolução do objecto de


estudo da Psicologia

Introdução
O presente texto sustenta e prolonga o estudo anteriormente feito na
Unidade I sobre o objecto de estudo da Psicologia, nesta Unidade serão
explicados as diferentes percepções quanto ao objecto de estudo da
Psicologia, desenvolvidas ao longo da história humana, tomaremos como
referencias na explicação desta evolução os trabalhos de Wilhelm Wundt,
Condutistas ou comportamentalista, gestaltistas e os psicanalistas.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar a evolução do objecto de estudo da Psicologia.

 Seleccionar as principais idéias defendidas por diferentes correntes ou


escolas.
Objectivos

Sumário
Ficou claro na Unidade I que o objecto de estudo da Psicologia é
o comportamento humano, mas o consenso neste campo não foi
tão pacífico, resultou de uma “luta interna” entre os pensadores da
área que culminou com esta visão mais actual e aceite por muitos
profissionais deste campo científico. Vejamos a seguir a evolução
do seu objecto de estudo.
Psicologia Geral 19

Visão de Wilhelm Wundt

Wilhelm Wundt, considerado pai da Psicologia, montou o primeiro


laboratório de psicologia experimental na Europa (1879)
influenciado pela Fisiologia, área que já tinha atingido o estatuto
de uma ciência, a semelhança da Física, Química, mesmo a
Filosofia;

Interessado no estudo da experiência consciente, procurava fazê-


lo analisando a consciência nos mais ínfimos componentes.
Procurava os elementos básicos da psicologia às partes mais
ínfimas da consciência analisável. “Como a física tinha seus
elementos, também a psicologia as teria (...) os elementos básicos
eram unidos por associação” – tese defendida por Wundt
(SPRINTALL & SPRINTALL, 2000, p. 20). Para este pensador, a
mente é composta por elementos individuais ou átomos de
experiência ligados por associação. Para estudar esses elementos
Wundt utilizou a técnica de introspecção que consistia no
treinamento de sujeitos a olharem para dentro de si, relatando
seus sentimentos e sensações.

Essa forma de olhar para os fenômenos psicológicos não agradou


os psicólogos gestaltistas. Adiante estão descritos seus
argumentos.

Os gestaltistas

Max Wertheimer, seu expoente principal citado por (SPRINTALL &


SPRINTALL, 2000) considera Wundt ter levado a Psicologia por
água abaixo – ao tentar produzir a sua perfeita tabela atômica
organizada da psicologia, com ela perdera de vista a realidade da
experiência humana, ao analisar a experiência em suas partes
ínfimas, tinha de facto destruído a noção da experiência como
totalidade. Max considera “o todo é maior do que a soma das
partes” (citado por Wertheimer, apud Sprintal&sprintal, 2001). Por
isso, é preciso estudar o todo, a totalidade, a configuração inteira,
a gestalt.
20 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Os elementos atuam de maneira diferente quando são retirados


do seu contacto. As sensações são partes integrantes da
experiência humana e o estudo destas não nos revela essa
complexa experiência humana. Para estes teóricos, a
compreensão da experiência humana é irredutível ao estudo das
sensações, sobretudo na sua forma de estudá-los, por
associação.

Os comportamentalistas

Conhecidos também como behavioristas, de seu representante


John B. Watson, os comportamentalistas atacam Wundt pelo uso
do método de introspenção enquanto instrumento científico. Eles
acreditavam nos elementos, mas não gostavam como Wundt
tentava os encontrar.

Watson considera o verdadeiro objecto de estudo, comportamento


(behavior). A introspenção não tem utilidade para a psicologia,
como também não tem para a Física e para a Química.

A única coisa observável, por isso, a única que permite o uso dos
métodos científicos é o comportamento manifesto pelo sujeito. Se
a consciência puder apenas ser estudada através da
introspenção, e não tiver correlatos do comportamento, então a
psicologia terá de se ver livre dela (SPRINTALL & SPRINTALL,
2000 p. 26).

Watson aliou-se ao poderoso Russo Ivan Pavlov, cujo trabalho


sobre condicionamento era mais conhecido na altura e consegui o
que queria na altura, demonstrar a existência do – reflexo
condicionado, algo observável para substituir o não observável de
Wundt.

Visão dos psicanalístas

A preocupação dos psicólogos até esta etapa evolutiva centrou-se


no estudo da consciência, diferem-se simplesmente na forma
como estes a estudam-na. A visão psicanalítica ampliou a
Psicologia Geral 21

compreensão do campo de estudo da psicologia, sua principal


inovação é o mundo inconsciente, antes por muitos ignorados.

A consciência para Freud parece determinada por esse mundo


inconsciente, pois é o reservatório de toda nossa experiência, o
que realmente sabemos de nós (consciente), não explica a
experiência (desejos, frustrações, ansiedades, mágoas, glórias
etc.), por várias razões, reprimimos e, outras, que por força da
memória esquecemos.

Freud especulou se alguns distúrbios neurológicos não poderiam


ter causas psicológicas, em vez de fisiológicas. Para explorar
esta possibilidade, ele usou a hipnose para tratar de pacientes
que sofriam desses distúrbios.

Enquanto experimentava com a hipnose, Freud descobriu o


“inconsciente”. Juntando os relatos dos pacientes sobre suas
vidas, ela conclui que a perda da sensibilidade em umas das
mãos podia ser causada por um medo de tocar os órgãos
genitais; a cegueira ou a surdez podiam ser causadas por não
querer ver ou ver alguma coisa que provocava uma intensa
ansiedade.

Diante de capacidades desiguais dos pacientes para a hipnose,


ele passou a usar a associação livre, em que apenas dizia ao
paciente para relaxar e falar qualquer coisa que lhe aflorasse a
mente, por mais trivial ou embaraçosa que pudesse parecer.
Freud acreditava que a associação livre produzia uma corrente de
pensamento que levava ao inconsciente do paciente,
recuperando e acreditando, dessa forma, lembranças
inconscientes dolorosas, com freqüências oriundas da infância.
Freud chamou sua teoria e técnicas associadas de psicanálise.

Subjacente à concepção psicanalítica de Freud havia sua


convicção de que a mente é como um iceberg- a maior parte
dela está oculta. Nossa concepção consciente é a parte do
iceberg que flutua acima da superfície. Por baixo da superfície,
está a região inconsciente, muito maior, contendo pensamentos,
desejos, sentimentos e lembranças para os quais, em grande
22 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

medida, não estamos despertos. Guardamos alguns desses


pensamentos temporariamente numa área pré-consciente, de
onde podemos recuperá-los à vontade para a percepção
consciente. De maior interesse para o Freud eram essas paixões
e pensamentos inaceitáveis que ele acreditava que reprimimos,
ou bloqueamos à força, da nossa percepção, porque admiti-los
seria doloroso demais.

Freud achava que podíamos não ter percepção consciente


desses sentimentos e idéias perturbadoras, mas eles nos
influenciam poderosamente. Em sua opinião, os impulsos não-
reconhecidos expressam-se de formas disfarçadas – o trabalho
que escolhemos, as convicções a que nos apagamos, os hábitos
quotidianos os sintomas perturbadores. Dessa maneira, o
inconsciente se infiltra nos nossos pensamentos e acções.

Para Freud o determinista, jamais era acidental, ele achava que


vislumbrava a infiltração do inconsciente não apenas nas
associações livres, convicções, hábitos e sintomas das pessoas,
mas também em seus sonhos e lapsos ou actos falhos, enquanto
liam, escreviam e falavam.

O aparelho Psíquico

O aparelho psíquico de Freud é constituído por três elementos


fundamentais (Id, Ego e Superego); estes elementos estão
relacionados entre si funcionando assim de forma
interdependente. Freud citado por Cardoso, Frois & Fachada
(1993) considera o primeiro elemento ID, que se desenvolve nos
primeiros momentos da vida, e corresponde ao conjunto de
desejos instintivos que procura a auto satisfação do sujeito e rege-
se pelo princípio de prazer, é denominada parte biológica ou
animaléstica.

Entre os 3 a 5 anos forma-se o segundo elemento que se rege


pelo princípio normativo ou social, o Super-Eu ou Superego,
conjunto de normas sociais do próprio meio em que a criança se
desenvolve.
Psicologia Geral 23

O terceiro elemento da estrutura psíquica é o Ego, este tende a


gerir o conflito entre o ID e o Superego, isto é entre os desejos e a
possibilidade de satisfazê-las de acordo com os princípios ético-
morais vigentes em cada contexto social. É também denominado
como elemento psíquico que age segundo o princípio da razão.
Por exemplo, o estudante que sente a necessidade de cabular no
teste porque quer passar de classe (ID), no entanto, ele
reconhece que este acto é sancionável e é desonesta a atitude
que pretende tomar (Superego) pode resolver em não cabular e
no próximo teste estude o suficiente para cobrir a nota do teste
anterior (Ego).

Exercícios

1 – Explique porque há divergências entre diferentes escolas ou correntes


na definição do objecto de estudo da Psicologia.

Resposta: A visão que cada escola tem da Psicologia, os contextos sócio-


históricos que os pensadores vivenciam, a ideologia defendida sustenteda
por influencias do contexto de cada pensador, fazem com que haja
Auto-avaliação diferenças na forma de pensar no objeto de estudo.
24 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 04-A0006

Tema: Estrutura e Funcionamento


do Sistema Nervoso

Introdução
Nesta Unidade procura-se discutir a Estrutura e Funcionamento do
Sistema Nervoso para uma melhor compreensão dos processos
psicológicos, pois a relação entre o biológico e o psicológico
(fundamentos biológicos do comportamento) é evidente o que torna
necessária esta abordagem.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar a Estrutura do Sistema Nervoso;

 Explicar o funcionamento das partes constituintes do Sistema


Nervoso;
Objectivos

Sumário
Estamos neste momento em casa, na biblioteca da escola ou no
café, de livro aberto, a iniciar o estudo do sistema nervoso. Até
ao momento, o nosso dia decorreu de modo natural, tendo-nos
comportado como habitualmente nas circunstâncias normais da
nossa vida. Fizemos a higiene matinal, tomamos o pequeno-
almoço, viemos para a escola, cumprimentamos pessoas,
discutimos com alguns colegas, sorrimos para os outros,
assistimos as aulas, lemos o jornal, ouvimos música, etc.
Psicologia Geral 25

Tudo isto exigiu que os nossos músculos e as nossas glândulas


executassem actos de natureza fisiológica e que determinados
mecanismos internos se implicassem em actos de natureza
psicológica. E toda esta actividade foi realizada
espontaneamente, sem grande esforço e reflexão da nossa parte,
como se fosse inevitável que as coisas se processassem com
esta naturalidade e ligeireza.

Será sempre assim? Estará sempre presente esta naturalidade? E


em todas as pessoas? Não haverá circunstancia em que uma
alteração no organismo venha a destruir a tranqüilizadora rotina
do nosso modo de estar na vida?

Essas questões evidenciam a relação entre as estruturas


fisiológicas e o comportamento humano, basta uma ligeira
afecção numa pequena parte do cérebro para a conduta da
pessoa se alterar significativamente.

Podemos ver, pois, que percepcionar o mundo e orientamo-nos


nela, dando conta dos problemas, executar actos ajustados, ser
amigo das pessoas, gozar o bom tempo e o sol, fazer projectos,
desejar a ir numa festa viver a vida e apreciar o que ela tem de
bom, alimentar expectativas relativamente ao futuro, tudo isso
implica no normal funcionamento de estruturas fisiológicas cujo
controlo está a cargo do sistema nervoso.

Constituído por um conjunto de órgãos inter-relacionados, o


sistema nervoso tem como função geral à coordenação dos
processos que garantem o equilíbrio interno do organismo e o
equilíbrio do ser humano no seio exterior.

Na sua actividade, o sistema nervoso dispõe de dois subsistentes


fisiológicos que se designam por sistema nervoso central (SNC)
e sistema nervoso periférico (SNP).
26 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 O sistema nervoso central desempenha essencialmente


as tarefas associadas ao processamento e coordenação
das informações. É constituído por duas estruturas
nervosas: o cérebro e a espinal-medula.
 O sistema nervoso periférico desempenha as tarefas
ligadas à condução e a circulação das informações.
Nele se inscrevem os nervos sensoriais, os motores e
os mistos.

NEURÔNIO

Desde os órgãos coordenadores aos condutores, todo o sistema


nervoso é constituído por células nervosas, unidades básicas
designadas por neurônio.

Tas como as demais células, o neurônio é formado por um corpo


celular, em cujo interior se situa o núcleo. Diferencia-se, no
entanto, das outras células por uma série dos prolongamentos,
que o constituem, a que se da o nome de dendrites. Um deles
alonga-se bastante em relação aos outros, chegando a apresentar
alguns decímetros de comprimento: é o cilindro-eixo ou axônio,
que termina num conjunto de ramificações parecidas com uma
raiz, chamadas telodendrites.

Para (ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 60) os neurônios


apresentam duas propriedades importantes para compreender a
circulação de mensagens.

 Excitabilidade, que lhes permite reagir a estímulos.


Quando uma fibra nervosa é estimulada, modificam-se as
suas características elétricas, o que produz uma pequena
corrente a transmitir a outro neurônio.
 Condutibilidade, que lhes permite transmitir as
excitações e outras células nervosas. A direção normal
das excitações implica a sua passagem das telodendrites
de um axônio as dendrites do neurônio seguinte.

SINAPSE

Uma das funções dos neurônios é a condutibilidade, ou seja, a


transmissão dos impulsos nervosos que, no seu conjunto,
Psicologia Geral 27

constituem o influxo nervoso. Os impulsos nervosos transitam das


telodendrites de um neurônio as dendrites do seguinte, levando
com elas as informações.

INFLUXO NERVOSO energia ou impulsos elétricos que


circulam nos neurônios.

Não existe contacto físico ou continuidades entre as dendrites de


um neurônio e as telodendrites do neurônio seguinte, mas uma
ligação funcional, a que se da o nome da sinapse.

Entre as telodendrites de um axônio e as dendrites do neurônio


seguinte existe um pequeno intervalo a que da o nome de fenda
sinaptica. Nas extremidades do axônio existem pequenas
vesículas com substâncias químicas, os neurotransmissores ou
mensageiros químicos. No momento em que o influxo nervoso
atinge o ponto sináptico, as vesículas laçam essas substâncias na
fenda, cheia de partículas ionizadas, preenchendo o espaço
intercelular ou sinóptico. As partículas ionizadas atuam
quimicamente sobre as paredes das dendrites do neurônio
seguinte, cujo equilíbrio elétrico fica momentaneamente alterado,
absorvendo a informação transmitida. De imediato segue-se a
recaptação dos neurotransmissores para as vesículas, ficando
assim disponível para novo impulso.

COMUNICAÇÃO NERVOSA

Como órgão coordenador, o cérebro tem que “saber” o que se


passa no organismo. Este conhecimento só é possível mediante a
circulação da informação através dos nervos, que são um
conjunto de fibras nervosas formadas por axônios e recobertas
por uma membrana.

Os nervos são, pois as vias de circulação das mensagens


entre o sistema nervoso central, os órgãos sensoriais, os
músculos e as glândulas. Por exemplo, ao acabar de ler uma
página, os nervos encarregam-se de levar ao cérebro essa
informação é trazer aos músculos do braço e da mão as
instruções para voltar a folha.
28 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

A informação circula em três tipos de nervos, que fazem parte o


sistema nervoso periférico: os sensórios, os motores e os
mistos.

Nervos sensoriais- O mesmo que nervos aferentes. Transportam


as informações dos órgãos sensoriais até a espinal-medula e ao
cérebro, para ai serem processadas.

Nervos motores- O mesmo que eferentes. Transportam as


impressões dos órgãos periféricos, isto é, músculos e glândulas.

Nervos mistos- Transportam a informação da periferia para os


órgãos centrais (cérebro e espinal-medula), e destes para os
órgãos periféricos. Sensoriais, motores ou mistos, os nervos são
constituídos por feixes de dendrites e axônios, que podem ter
junções sinópticas com muitos outros. Porém, os impulsos
nervosos não transmitem indiscriminadamente para qualquer
neurônio. São os órgãos centrais que decidem o trajecto que o
influxo deve seguir e lhe indicam o percurso, fazendo uma
espécie de agulhagem.

CRONAXIA

Cronaxia é velocidade com que uma célula nervosa pode excitar


(ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 63).

Os neurônios não levam o mesmo tempo a reagir estímulos,


possuindo cronaxias diferentes. Porém, o influxo nervoso só
transita de células para outras quando possuem a mesma
cronaxia.

Compete aos centros nervosos fazer com que as células nervosas


fiquem com a mesma velocidade de excitação ou com velocidades
de excitação diferentes.

 Os neurônios que ficam com a mesma rapidez de


excitabilidade são aqueles por onde passa o influxo.
 Os neurônios que ficam com rapidez de excitabilidade
diferente são aqueles por onde o influxo não pode circular.
Psicologia Geral 29

Assim, os centros nervosos definem, pelas alterações que


introduzem nas cronaxias, o trajecto que o influxo deve seguir: da
periferia aos órgãos centrais, para que as mensagens veiculadas
sejam descodificadas, ou dos órgãos de comando aos efectores,
para que o comportamento seja efetuado.

Exercícios

1 – Os Laços entre a Psicologia e Biologia não são recentes, desde o


surgimento da Psicologia a Biologia Exerceu forte influencia a
Psicologia. Explique a relação mente/corpo.

Auto-avaliação Resposta: Com base no texto anterior, foi possível compreender essa
relação, pois determinadas estimulações nervosas resultam em certas
reações psicológicas por exemplo a lesão sofrida na área somatomotriz
pode resultar no bloqueio dos movimentos.
30 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 05-A0006

Tema: Genética e Comportamento

Introdução
A grande discussão/debate que se levanta nesta Unidade é a influência
genética no comportamento, em princípio procura-se explicar a influência
da hereditariedade e do meio no desenvolvimento do Homem,

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o papel da Hereditariedade e do meio no Desenvolvimento;


Objectivos  Explicar a Importância da Hereditariedade para a Psicologia; e

 Diferençar o fenótipo do genótipo.

Sumário
Caro estudante, ao entrar nessa unidade esperamos que já tenha
ouvido falar da hereditariedade na disciplina de Biologia no ensino
secundário, a área que se ocupa no estudo da transmissão de
características de pais ou progenitores para os filhos, num
capítulo chamado genética. O mesmo assunto volta a ser
discutido em psicologia. Certamente devem estar a se questionar:
porque o estudo da hereditariedade em Psicologia? Ao longo
da unidade serão capazes de compreender a introdução deste
tópico em Psicologia.
Psicologia Geral 31

O interesse pelo estudo da hereditariedade em psicologia em


parte resulta da discussão do papel que esta tem no
desenvolvimento da inteligência. Para alguns a inteligência
depende unicamente dos factores hereditários, para outros
embora não afastem a hipótese da sua influência, encontram no
meio social o principal elemento para explicar as diferenças nas
capacidades dos indivíduos.

Hereditariedade, para Myers (1999) refere-se ao conjunto de


processos biológicos que são responsáveis na transmissão das
características dos pais aos seus descendentes.

Cardoso, Frois & Fachada (1993) distinguem aqui dois tipos de


hereditariedade, a Específica e a Individual, a primeira refere-se
às características comuns da mesma espécie, essas
características são as que distinguem os indivíduos das outras
espécies. Todavia, apesar da existência de características
comuns nos indivíduos, estes podem apresentar características
particulares que os distinguem dos outros, ai estaremos a falar de
Hereditariedade individual.

Genótipo é constituído por todos caracteres quer morfológicos,


quer psicológicos quer comportamentais, são características como
altura, cor dos olhos, cor e tipo de cabelo, etc. Esse conjunto de
material hereditário responsável pelo fenótipo, constituído pelo
gene das células denomina-se genótipo.

Para ser preciso na questão Cardoso, Frois e Fachada (1993, p.


155) explicam que,

“o conhecimento claro dos


princípios básicos do
mecanismo da hereditariedade
permitirá compreender, justificar
e resolver muitos dos problemas
dos seres humanos nos mais
diversos domínios da vida social
tais como a educação,
segurança social, o emprego,
etc.”
32 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Os trabalhos sobre o estudo da hereditariedade mais conhecidos


são os de Gregório Mendel, acredito que o estudante já se lembra
deste cientista cuja experiência com ervilha é famosa.

Como ao longo do tempo nos tornamos quem somos? Cada um


de nós já se questionou e gostaria de obter resposta desta
inquietação. Mas a resposta para essa questão não é pacífica,
por um lado as explicações religiosas e por outro as científicas
podem trazer idéias contrárias a este respeito. Desde as
descobertas de Abadi Spallanzani (1775), ficou claro que a longa
marcha do desenvolvimento humano começa com a união do
espermatozóide com o óvulo (processo denominado por
fecundação) este desenvolvimento progride numa seqüência
ordenada, embora frágil.

Cromossomos sexuais

Por cromossoma, devemos entender o “elemento integrante do


núcleo de cada célula transportadores dos genes que são as
unidades básicas da hereditariedade” (ABRUNHOSA & LEITÃO,
2009, p. 20).

Já deixamos claro que o processo de transmissão de caracteres


de pais à sua descendência designa-se por hereditariedade, esta
transmissão ou processo que recebe o nome de herança genética
processa-se através da fecundação, isto é da união do óvulo e
espermatozóide. O óvulo fecundado é designado por ovo e
constitui a primeira célula e pelo processo da mitose vai-se
dividindo até formar outras células que são constituintes do
organismo.

Em cada célula existe um núcleo com cromossomas formados


por genes, que são os agentes portadores e transmissores de
toda informação hereditária. O número e a disposição de
cromossomas estão definidos num cariótipo que é o mesmo em
todos os indivíduos da mesma espécie. Mas importa referir que o
cariótipo humano apresenta 46 cromossomas dispostos em
pares: 23 para cada origem (materna e paterna)
Psicologia Geral 33

Os genes contém moléculas de ácido desoxorribonucleico (ADN,


também conhecido por DNA), cada molécula de ADN contém
milhares de nucleótidos formados por associação de ácido
fosfórico, açúcar e uma das quatro bases: adenina, timina,
citosina e guanina. A informação hereditária codificada no ADN
designa-se por genoma.

Exercícios

1 – “Nem tudo que é inato é hereditário, mas tudo que é hereditário é


inato”comente a afirmação.

Resposta: toda a informação(características) que carregamos ao nascer


não é toda que é transmitida, porém o que se transmite não são
características adquiridas mas sim inatas. O herdamos nascemos com ele,
Auto-avaliação mas a herança não resumo tudo que trazemos ao nascer.
34 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 06-A0006

Tema: Processos Sensoriais

Introdução
A presente Unidade procura abordar aquilo que chamamos de Processos
Sensoriais, que também são processos cognitivos, como elementos
importantes na construção do Conhecimento. Para o efeito serão tratados
alguns sentidos, tais como: Audição, Visão, Olfato, Tacto, etc.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o Papel dos processos Sensoriais na construção do


Conhecimento.

 .Descrever os diferentes tipos de Sentidos e o papel que elas


Objectivos desempenham.

Sumário
A possibilidade de sobrevivência no mundo depende da
capacidade de utilização do repertório (equipamento) humano, os
sentidos. A capacidade de descriminar os estímulos ambientais
depende dos nossos sentidos, Isto é, audição, visão, tacto,
gustação, olfacto.

Sensação é para Abrunhosa & Leitão (2009, p. 139) a “captação


de estímulos realizada pelos órgãos sensoriais” nota-se neste
conceito que cada sentido é responsável na captação de um
determinado estímulo. A este conjunto de órgãos e suas funções é
denominada de processos sensoriais.
Psicologia Geral 35

A questão mais discutida no estudo dos processos sensoriais é a


“Origem do Conhecimento” (GLETMAN, FRIDLUND &
REISBERG, 2009). Os empiristas defendem a posição da
passividade dos nossos sentidos na construção do conhecimento,
nesta ordem de idéia tal como a máquina fotográfica, os nossos
sentidos captam do meio experiências pré-concebidas, exclui-se
aqui o seu papel selectivo. Locke (ano), um dos representantes
desta corrente, defendia que nada existia na mente do individuo
ao nascer, o ser humano era simplesmente uma folha em branco
ou uma tabua rasa. Hoje acreditamos que os empiristas foram
reducionistas, o homem é capaz de seleccionar, ordenar os
estímulos e atribui-lhes o significado, pois o indivíduo percebe-os
porque guardam sentido para ele.

Codificação Sensorial

Um código é um conjunto de regras através das quais um


conjunto de símbolos e transformado num outro conjunto de
símbolos (GLEITMAN, FRIDLUND & REISBERG, 2009). É a
tentativa de compreender os intervenientes no processamento
sensorial, ou seja, entre o estímulo físico e a experiência sensorial
leva-nos a discutir as diferentes formas de codificação sensorial.

De acordo com os autores acima referenciados, temos três formas


de explicar a codificação sensorial:

Código sensorial- através dele o sistema nervoso representa as


várias experiências sensoriais;

Código da intensidade psicológica- mudanças no volume do


som, do brilho, em geral quanto mais intenso o estímulo mais é a
probabilidade de activação neuronal e maior será a magnitude
psicológica.

Código da Qualidade sensorial- o que distingue uma sensação


da outra não é apenas o estímulo que causa esta sensação, a
doutrina da energia específica dos nervos explica que as
diferenças nas qualidades sensoriais não são causadas por
36 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

diferenças dos próprios estímulos, mas pelas diferentes estruturas


nervosas que esses estímulos excitam.

Para o melhor esclarecimento das qualidades sensoriais, Myers


(1999) propõe o conceito Limiar para designar os diferentes
níveis de estimulação ou de intensidade sensorial, assim temos
Limiar inferior, absoluto e relativo.

Limiar Inferior- também chamado de estimulação subliminar, isto


é abaixo do limiar essas estimulações normalmente não as
sentimos, mas ela tem poder sobre o mundo sensorial.

Limiar Absoluto- é o nível em que detectamos o estímulo na


metade das vezes, se for abaixo destes níveis poucas vezes
detectaríamos, por isso pode ser considerado como o nível médio
e não necessariamente absoluto. Por esta razão significa que
todos os estímulos apresentados a este nível serão percebidos.

Limiar Relativo- também conhecido por diferença mal


perceptível. Não é um a quantidade constante, mas certa
proporção relativamente constante do estímulo, o limiar inferior
varia com o aumento da magnitude do estímulo, dai a designação
relativa.

Os Sentidos

Não vamos entrar em muitos detalhes sobre aos diferentes tipos


de sentidos, para mais esclarecimento temos no fim do manual
uma proposta de obras a consultar.

O sentido e o mundo; Princípios Básicos;

Os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as


informações de que precisam. Através das sensações
conhecemos os pormenores ou aspectos dos objetos e das
situações. No entanto as condições das sensações são os
agentes externos ou internos que excitando os receptores
sensoriais determinam neles modificações que atingem a
consciência.
Psicologia Geral 37

No processo das sensações temos que considerar as seguintes


condições e fases:

a) O estimulo- que é todo o agente capaz de provocar uma


resposta de um organismo, podem ser estímulos mecânicos
(tácteis e sonoros), físicos (térmicos, eléctricos e luminosos) e
químicos (gustativos e olfactivos).

b) A excitação- que é a modificação momentânea a que se segue


uma reação de um organismo a um estímulo. A existência deste
depende da eficácia do estímulo.

c) A sensação- que é a apreensão pela consciência da


mensagem nervosa originada pela consciência.

Visão

A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de


receber a estimulação, convertê-la para sinais neuronais e enviar
estas mensagens neuronais para o cérebro.

O estímulo da visão é a radiação ou vibrações luminosas. Para


que o estímulo seja eficaz são necessárias três condições:
freqüência, intensidade e duração.

Dispositivo receptor

O principal dispositivo receptor da vista é a retina que é uma


membrana de meio milímetro (1/2 mm) de espessura. Cada uma
das retinas forra a parte do glóbulo ocular e prolonga-se pelo
nervo óptico até ao cérebro.

Há dois (2) tipos de retinas – as que terminam em forma de


bastonetes e as que se apresentam em forma de cones. Estes
dois tipos de células correspondem a sensibilidades e funções
diferentes.

Por exemplo, os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e


não suportam a luminosidade intensa pelo que só entram em
funcionamento na semi-obscuridade. Por isso, os animais de vida
38 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

nocturna como (gato, morcego...), têm uma retina rica em


bastonetes.

Os cones são essencialmente sensíveis às cores e são menos


sensíveis à luz. Tem o seu funcionamento de dia ou quando a
luminosidade é suficientemente intensa.

Audição

O estímulo sonoro é constituído por vibrações mecânicas


transmitidas por um meio elástico geralmente o ar. Para que haja
o estímulo sonoro deve-se ter em conta as três condições –
duração, intensidade e freqüência.

As freqüências audíveis ao homem variam entre 20 e 20 mil


vibrações por segundo. As freqüências inferiores a 20 (infracções)
e superiores a 20 mil (ultracções) não excitam o ouvido humano.

As ultracções são audíveis por certos animais como, por exemplo,


cães e ratos. Portanto, o dispositivo receptor da audição, situa-se
no ouvido interno nas chamadas células auditivas onde se gera o
influxo nervoso, transmitido ao cérebro pelo nervo auditivo.

Os dados imediatos da audição são os sons e ruídos. Os sons são


sensações distintas e geralmente agradáveis produzidas por
vibrações de freqüências regulares.

Os ruídos são sensações confusas geralmente desagradáveis


produzidas por vibrações de freqüências irregulares.

Outros Sentidos

Acontecimentos extraordinários estão ocultos dentro dos quatro


outros sentidos comuns: tacto, paladar, olfato e o sentido de
posição.

O tacto

O estímulo táctil é qualquer corpo sólido, liquido ou gasoso com a


condição de que comprima a pele deformando-a mais ou menos
ligeiramente. A sua acção é mecânica.
Psicologia Geral 39

Os dispositivos receptores tácteis distribuem-se pelas diferentes


regiões da pele. É de realçar a existência de dois tipos de
receptores:

a) Superficiais - sensíveis a deformações ligeiras, fornecem


sensações de contacto.
b) Profundas- só sensíveis a compressões demoradas,
fornecem sensações de pressão.

Portanto, os dados imediatos de tacto são as sensações de


pressão e de contacto.

O paladar

Como o tacto, o sentido do paladar envolve quatro sensações


básicas, nomeadamente doce, azedo, salgado e amargo. O gosto
é uma sensação química.

Os estímulos gustativos são substâncias chamadas sápidas que


se diluem na saliva, (acção química). O dispositivo receptor é
constituído por células reunidas em papilas e que com
ramificações do nervo gustativo se encontram dispostas na
superfície da língua.

Para que as células sejam excitadas é necessária a diluição, por


isso, a introdução na boca de qualquer substância sapida
determina logo um acréscimo de secreção salivar (reflexo salivar).

Os elementos do sentido gustativo são os sabores e que se


dividem em quatro grupos – doce, amargo, acido e salgado. Esta
distinção de sabores tem uma base fisiológica, porque cada sabor
fundamental corresponde a grupos de células de estabilidade
química diferentes.

As sensações gustativas combinam-se com as outras que as


enriquecem ou modifica (térmicas ou olfativas).

As sensações gustativas térmicas, como por exemplo café,


cerveja, sopa e água sabem de modo diferente conforme se são
tomadas quentes ou frias. As sensações olfativas, ao exemplo da
40 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

comida, da bebida entre outras sabem melhor quando cheiram


bem.

O olfato

Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos


alguma coisa quando moléculas de uma substância trazidas pelo
ar alcançam um pequeno agrupamento de 5 milhões de células
receptoras no alto de cada cavidade nasal.

Os estímulos olfativos são partículas de substâncias voláteis


transportadas na corrente respiratória que passam pelas fossas
nasais.

O seu dispositivo receptor é constituído por uma camada de


células extremamente excitante que são ramificações de nervo
olfativo e que formam um número de muitos milhões da mucosa
nasal especialmente na sua parte superior.

Os dados imediatos do sentido olfativo são os odores. Há uma


grande qualidade de odores muito ricos em qualidades sensíveis.
Uns agradáveis (flores, frutos), outros desagradáveis (suor) e
outros ainda repugnantes (carnes podres, excrementos humanos,
ovos podres, etc).

A sensibilidade olfativa é varia muito de espécie para espécie e é


relativamente pouco desenvolvida no homem e extremamente
desenvolvida nos animais chamados osmóticos, na vida dos quais
tem um papel primordial. É pelo olfato que os animais geralmente
distinguem substâncias próprias para a sua alimentação das
substâncias nocivas. É pelo olfato que os animais caçadores e
predadores descobrem e perseguem as suas presas.

O sentido de posição

O funcionamento eficaz do corpo exige um sentido sinestésico,


que comunica ao cérebro a posição e o movimento de partes do
corpo, assim como um sentido de equilíbrio, que monitora a
posição e o movimento de todo o corpo.
Psicologia Geral 41

Chama-se sentido de equilíbrio a capacidade que o ser vivo tem


de assumir quer no estado de repouso quer em movimento, a
posição somática correspondente às exigências de momento.

E o sentido de orientação é a capacidade que tem o ser vivo de se


situar no espaço e de se dirigir para o lugar não directamente
percebido.

Os estímulos de orientação e de equilíbrio são de natureza


mecânica respectivamente a força de gravidade e as forças
centrípetas produzidas pelos movimentos do nosso corpo.

O dispositivo receptor dos sentidos de equilíbrio e de orientação


no homem é o ouvido interno a que se encontram dispositivos
sobre os quais atuam os estímulos, isto é, os otólitos e a
endolinfa.

Os otólitos são corpúsculos calcários (pedrinhas) situados em


pequenas cavidades do ouvido interno. São sensíveis a acção da
gravidade, isto é, pesam sob acção de gravidade. Os otólitos
fazem a pressão sobre as células revestidas de cílios tácteis e que
por sua vez comunicam com os nervosos sensitivos através dos
quais a excitação é transmitida ao cérebro.

Restrições Sensoriais

Pessoas temporária ou permanentemente privadas de um dos


sentidos geralmente compensam ao se tornarem mais
conscientes das informações recebidas dos outros sentidos.

Experiências de restrição sensorial temporária muitas vezes


acarretam uma percepção aguçada de todas as formas de
sensação. Sob supervisão, a restrição sensorial pode proporcionar
um impulso terapêutico para as pessoas que procuram controlar
problemas como o tabagismo.
42 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Exercícios

1 – Para os empiristas nada existe no homem ao nascer, tudo resulta da


experiência. Discuta a posição defendida pelos Empiristas na construção
do conhecimento.

Auto-avaliação Resposta: Não há dúvidas que uma das formas de construção do


conhecimento é a experiência, porém não é a única forma, pois nem todo
conhecimento que possuímos resulta da experiência, pesquisas
demonstram que ao nascer o Homem traz consigo uma certa informação
que o faz reconhecer perigo nas primeiras semanas de vida, que faz
reconhecer a música que a mãe escutava enquanto grávida, esses são
apenas alguns exemplos da limitação do posicionamento Empirista.
Psicologia Geral 43

Unidade N0 07-A0006

Tema: Percepção

Introdução
Um dos processos cognitivo é a percepção, falamos das sensações na
Unidade anterior (Unidade VII) como captação específica dos estímulos
do ambiente. Como são organizados estes estímulos para serem
significativos? Remete-nos a compreensão da percepção. Sendo assim
nesta Unidade serão discutidos os seguintes temas: Percepção, atenção
selectiva, ilusões perceptivas, organização perceptiva, etc.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Definir os conceitos de:

(a) Atenção selectiva

(b) Percepção

 Distinguir Percepção da sensação; e

Objectivos  Explicar o papel da percepção na construção do conhecimento.

Sumário
Percepção

Chama-se percepção o processo de organização e interpretação


dos estímulos sensoriais. Difere da sensação na medida em que é
uma actividade cognitiva pela qual conferimos sentido e
significação à informação sensorial. No entanto, a percepção é um
fenômeno complexo e resultante da interação de vários factores e
tem sido explicado de diferentes formas em função dos problemas
que se lhe colocam.
44 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Atenção Selectiva

A qualquer momento, nossa


consciência focaliza, como um
facho de luz, um aspecto
limitado de nossa experiência,
(MYERS, 1999, p.127).

As percepções nos chegam a cada momento e nem todas são


significativas para nós. Daí, haver uma necessidade de discernir
as informações recebidas, algo facilitado pela atenção.

De acordo com Pestana e Páscoa (2002, p.25), a atenção


consiste na focalização da percepção, de modo prolongado,
sobre um conjunto de estímulos em detrimento de outros. Trata-
se dos aspectos activo e selectivo da percepção.

A atenção selectiva significa que em qualquer momento


focalizamos nossa percepção em apenas um aspecto limitado de
tudo o que somos capazes de experimentar.

Ilusões perceptivas;

Segundo Cardoso, Frois & Fachada (1993, p. 288), a ilusão é uma


deformação da percepção. Diz-se, portanto que há ilusão sempre
que há um desacordo entre o percepto e o objecto, isto é, entre os
dados da percepção e a realidade física. A ilusão resulta da
aplicação de processos perceptivos a certas configurações de
estímulos.

Convém distinguir a ilusão de dois fenômenos com que, por vezes


é confundida: a miragem e a alucinação.

A miragem é mais um fenômeno físico que psicológico. Portanto


explica-se pela modificação da direcção dos raios solares
resultantes de certas condições atmosféricas. Ao passo que a
alucinação tem uma causa psicológica, mas difere da ilusão pelo
facto de supor uma percepção sem objecto, mais do que uma
deformação da percepção. A ilusão pelo contrário implica a
Psicologia Geral 45

percepção de um objecto, mas uma percepção falseada deste


objecto cuja causa se situa no processo perceptivo.

De acordo com Cardoso, Frois & Fachada (1993 p.290), existem


hoje várias teorias psicológicas que além de tentarem explicar as
ilusões, procuram nelas razões para reforçar as suas concepções
acerca dos processos perceptivos normais. Essas teorias estão de
acordo nestes pontos:

- As ilusões implicam os processos perceptivos normais; estudar


as ilusões é extraordinariamente útil para a compreensão da
percepção normal.

-Tal é o caso de Piaget, que elaborou sua teoria geral dos


mecanismos perceptivos com base essencialmente no estudo
experimental das ilusões perceptivas.

Organização perceptiva

A percepção como um processo mental obedece a certos critérios


estabelecidos pela própria mente e a ter em conta no agente
perceptivo. Para clarificar este fenômeno, Myers (1999)
estabelece um princípio que favorece a transformação de
informações sensoriais em percepções significativas que a seguir
se apresenta.

Para transformar a informação


sensorial em percepções
significativas, devemos organizá-la:
devemos perceber objectos como
distintos de seu ambiente, vê-los
como tendo uma forma definida e
constante e discernir sua distância e
movimento. As regras do cérebro
para formular percepções explicam
algumas ilusões desconcertantes,
(MYERS, 1999, p.130).

Os primeiros psicólogos da gestalt de acordo com Myers (1999,


p.136), se impressionaram com a maneira aparentemente inata
pela qual organizamos dados sensoriais fragmentados em
percepções completas. A mente estrutura as informações
recebidas de várias maneiras demonstráveis:
46 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 Percepção de forma - Para reconhecermos um


objecto devemos primeiro percebê-lo (vê-lo como uma
figura), como distinto dos estímulos ao redor (o fundo).
Devemos também organizar a figura de uma forma
significativa. Vários princípios da gestalt – proximidade,
semelhança, continuidade, fechamento e conexão -
descrevem esse processo.
 Percepção de profundidade – Pesquisas com o
penhasco visual revelam que muitas espécies
percebem o mundo em três dimensões, ao nascimento,
ou logo depois. Transformamos imagens
bidimensionais na retina em percepções
tridimensionais usando sugestões binoculares, como a
disparidade na retina, e sugestões monoculares, como
os tamanhos relativos dos objectos.
 Percepção do movimento – o cérebro calcula o
movimento à medida que os objectos se deslocam
através da retina ou em sua direcção. Uma rápida
sucessão de imagens, como num filme ou no cartaz
luminoso, podem também criar uma ilusão de
movimento.
 Constância perceptiva – Constâncias de tamanho,
forma e brilho, descrevem como os objectos parecem
ter características inalteradas, independentemente da
distância, forma ou movimento. Essas constâncias
explicam varias das mais conhecidas ilusões visuais.
Psicologia Geral 47

Exercícios

1 – Olhando para a teoria da Gestalt ou da forma. Que relevância traria no


seu entender quando aplicada no processo de ensino aprendizagem?

Resposta: A compreensão da matéria não é fácil se não olhamos para a


Auto-avaliação totalidade do conteúdo, da experiência, essa teoria chama-nos para um
olhar global das situações da aprendizagem, alias a educação para o
Futuro, exige esse olhar. Trata-se de enfatizar os paradigmas
holonómicos, preocupados com o Homem Todo. Assim a abordagem dos
conteúdos de aprendizagem deve ser feita partindo do geral ao particular,
depois de o individuo ter compreendido a visão geral.
48 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 08-A0006

Tema: Consciência

Introdução
Começamos por lembrar que o primeiro objecto de estudo da Psicologia
foram os fenómenos conscientes, essa consciência que se reduzia a
associação das sensações.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o Conceito de Consciência.

 Descrever os diferentes níveis ou graus de consciência.


Objectivos

Sumário
A palavra “consciência” é usada de muitas maneiras. Temos
consciência da nossa identidade e do que nos rodeia. Fazemos
um esforço consciente para obter bons resultados nos nossos
estudos.

Para Pestana & Páscoa (2002: 46), consciência é uma função


psicológica que no estado de vigília, fornece ao indivíduo a
experiência subjectiva, suficientemente clara, dos seus processos
psíquicos (idéias, percepções, sentimentos...).
Psicologia Geral 49

Para a maioria dos psicólogos hoje de acordo com Myers (1999) a


consciência é a percepção de nós mesmos e do nosso ambiente.
Portanto, consciência é o conhecimento da nossa existência, dos
nossos actos e do mundo exterior.

Parece haver um grande fosso entre o mundo “exterior” e cada um


dos mundos “interiores” e é impossível medir fisicamente os
sentimentos causados por uma experiência pessoal. As nossas
experiências conscientes são actividades das células nervosas do
cérebro.

Estados de Consciência

A consciência pode aprender os fenômenos psicológicos de duas


formas:

-Expontânea e reflectidamente, daí surgirem duas formas de


consciência:

 Consciência espontânea – que é o conhecimento


imediato que acompanha todos fenómenos psicológicos.
Podemos considerar isso de consciência directa ou
indirecta porque é a primeira impressão ou o simples
registo de nossos estados psíquicos.
 Consciência reflectida – que é a volta deliberada do
espírito sobre si mesmo. A lei da consciência reflectida
supõe atenção, é mais clara e intensa do que a
consciência espontânea.

Podemos dizer que a consciência espontânea é a “consciência


das coisas” enquanto que a consciência reflectida é a “consciência
de si mesmo”.

Graus da consciência

Como não há dois fenômenos psíquicos rigorosamente idênticos,


também não haverá dois graus de consciência iguais.

Existem três graus de consciência:


50 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

 O grau consciente ou zona clara - que abrange todos


fenómenos de que temos conhecimentos nítidos, como por
exemplo, a alegria provocada por uma boa noticia ou por
um pensamento dominante. A percepção consciente
permite-nos exercer um controle voluntário e comunicar
nossos estados mentais a outros, mas a consciência é
apenas a ponta do iceberg do processamento das
informações.

 O grau subconsciente ou zonas abatidas - que é


formado pelos fenômenos de conhecimento menos claros,
mas não igual a zero como adição do bater da chuva na
janela quando estamos absorvidos numa leitura. Por baixo
da superfície, o processamento subconsciente de
informações ocorre simultaneamente em muitos canais
paralelos.

É normal que certos fenómenos nunca tenham feito parte da zona


clara da consciência porque ao se produzirem não provocaram a
nossa atenção ou por serem pouco intensos ou ainda, por serem
absorvidas pelas nossas preocupações diversas.

 Grau inconsciente ou zona escura - que abrange


segundo alguns psicólogos certos fenómenos
verdadeiramente não conscientes que escapam totalmente
à consciência, isto é, fenómenos inconscientes.

Para outros, este grau é constituído por um conjunto de


possibilidades de ordem psíquica, virtualidades, disposições,
tendências que são como a fonte das nossas actividades
conscientes e subconscientes, mas que são pré-fenómenos e não
fenómenos, possibilidades de actos e não actos propriamente
ditos. (Rever a psicanálise de Freud, Unidade III).

Hipnose

Para Myers (1999), a hipnose é ao menos em parte, um


subproduto dos processos sociais e cognitivos. Muitos
pesquisadores acham que é também um estado alterado da
Psicologia Geral 51

consciência, talvez envolvendo uma dissociação entre níveis de


consciência.

Exercícios

1 – Será que a nossa consciência pára quando dormimos? Que papel


desempenha o mundo inconsciente?

Resposta: Quando domínios a nossa mente não pára, mas continua a


Auto-avaliação funcionar normalmente, as informações recolhidas ao longo do dia, como
evidenciam psicólogos de aprendizagem, são organizadas neste momento
já que não existe muita interferência do mundo consciente. O sonho é
uma evidencia de que a mente funciona mesmo quando dormimos.
52 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade N0 09-A0016

Tema: Motivação

Introdução
Um dos conceitos mais discutidos em Psicologia é a motivação,
acreditam psicólogos que a actividade humana não é cega ela persegue
algo, ou seja, um fim. Compreender o motivo seria a chave de sucesso na
explicação do comportamento Humano.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o conceito motivação.

 Descrever os diferentes tipos de motivação.

 Explicar as teorias motivacionais.

Objectivos

Sumário
Conceitos Motivacionais

Motivação é uma área de investigação da Psicologia, que


ainda não encontrou rigor terminológico, ou seja, precisão,
mas a importância na compreensão do comportamento
humano é inegável. Cardoso, Frois & Fachada (1993, p.
207) encaram a motivação como um “processo
finalizado(...)”, significando uma acção do sujeito que seria
difícil de ser totalmente explicada como reacção mecânica e
automática a agentes específicos do meio, mas envolve da
Psicologia Geral 53

parte do sujeito a orientação para a atingir um determinado


objectivo.

Desta definição pode se notar dois elementos da motivação:


(i) estímulos do meio ambiente, que vão suscitar reacções
do sujeito, mas essas reações não são mecânicas, pois (ii) o
sujeito que regula esses estímulos em função das suas
necessidades e interesses, por esta razão nem todos
estímulos ambientais provocam reacção ao sujeito. Portanto,
existe uma componente interna ao sujeito e outra externa,
do meio circundante.

Pestana & Páscoa (2002, p.137) consideram a motivação


como a dinâmica do comportamento e focalizam o aspecto
interno ao indivíduo enquanto dirigido a uma meta, objectivo,
ou incentivo. Esses autores distinguem o comportamento
motivado dos diferentes momentos sucessivos ou
seqüência, necessidade ou carência que está na origem da
motivação; impulso ou desejo que constitui o carácter
energético; saciedade, o fim do processo motivacional
resultado da anulação ou redução da carência ou do
impulso.

A fome, sede, a realização são considerados por alguns


autores como tipos de motivação, porém olhando para a
definição de Pestana & Páscoa (2002), esses não passam
de necessidades ou carências que o sujeito sente e que dão
origem a motivação. Portanto, a sede leva o indivíduo a
procurar água, a fome orienta o sujeito a busca da comida,
sendo assim esses são elementos que originam a
motivação.

Tipos de Motivação

Para aprendizagem desta Unidade, vamos considerar dois


tipos de motivação, a motivação intrínseca e a Motivação
extrínseca. Em função das definições da motivação
54 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

apresentadas anteriormente, podemos definir a motivação


extrínseca aquela em que a fonte que a origina encontra-se
no meio exterior ao indivíduo, mas quando a fonte que a
origina se encontra no interior do sujeito essa chama-se
intrínseca.

Por exemplo, quando o pai promete ao filho uma viagem


para o Brasil, caso se suceda bem nos estudos esta
motivação é extrínseca porque a fonte da motivação é
exterior ao sujeito, mas quando o sujeito se esforça em
estudar porque sente a necessidade de aprender não
porque alguém lhe impôs, prometeu prémio ou castigo, essa
motivação por ser própria do sujeito e denomina-se
intrínseca.

Note: uma motivação pode começar por ser extrínseca e


passar a intrínseca, pois ao longo do processo o sujeito
pode perceber a importância desta aprendizagem e que
passa a se empenhar independentemente do prémio ou
castigo prometido.

Teorias Motivacionais
Procuramos discutir três teorias da motivação a dos
Behavioristas, dos cognitivistas e a dos humanistas
(sobretudo a hierarquia das necessidades de Abraham
Maslow).

Teoria Behaviorista

Nesta teoria, a motivação esta dependente do


condicionamento, isto é, da associação entre o estímulo e a
resposta. O reforço ou a recompensa são elementos
fundamentais para a motivação, o indivíduo actua para
alcançar o prémio que satisfaz a sua necessidade.
Psicologia Geral 55

Para esses teóricos o ensino deveria estar repleto de


condicionamentos ou reforços (prêmios e elogios), por isso
evidenciam a motivação extrínseca.

Teoria Cognitiva

Os cognitivistas consideram o Homem um ser racional capaz


de decidir conscientemente o que quer ou não quer fazer.
Bruner citado por Piletti (1995) considera o desejo de
aprender, um motivo intrínseco que encontra tanto sua fonte
como sua recompensa em seu próprio exercício. As
imposições da escola para este autor não despertam as
energias naturais que sustentam a energia espontânea, tais
como: o desejo de competência, profundo compromisso em
relação a reciprocidade social, etc. A ênfase para esses
teóricos esta na motivação intrínseca.

Teoria Humanista

Vamos nos centrar na visão de Abraham Maslow, um dos


fundadores da teoria humanista; aceitou a idéia de que o
comportamento humano pode ser motivado pela satisfação
de necessidades biológicas.

Maslow distingue as necessidades básicas das superiores.


As básicas são por exemplo as fisiológicas, de segurança, e
as superiores abrangem as estéticas, de reconhecimento,
etc.

Maslow citado por Piletti, questiona: “quando não há


alimento, o homem vive apenas pelo alimento, mas o que
acontece quando o homem consegue satisfazer sua
necessidade de alimentos?” Imediatamente surgem outras
necessidades cuja satisfação provoca o aparecimento de
outras. Daí que esquematizou uma hierarquia de sete
conjuntos de necessidades:
56 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

a) Necessidades fisiológicas;

b) Necessidades de segurança;

c) Necessidade de amor e de participação;

d) Necessidade de estima;

e) Necessidade de realização;

f) Necessidade de conhecimento e de
compreensão; e

g) Necessidades estéticas.

Exercícios

1 – Os leigos na matéria motivacional distinguem motivação da situação


motivacional. Esclareça a diferença.

Resposta: As actividades desenvolvidas na sala ou no meio social de


forma a criar motivação, são situações motivacionais que não devemos
confundir com a motivação propriamente dita, esta é interior ao sujeito,
tudo que fazemos é no sentido de suscitar o desejo no individuo para que
realize a actividade com gosto e prazer, mas só ele que atribuirá este valor
Auto-avaliação ou significado.
Psicologia Geral 57

Unidade N0 10A0006

Tema: Inteligência

Introdução
Nesta Unidade vamos falar da Inteligência como processo psicológico
mais discutido entre os psicólogos experimentais, desenvolvimentistas e
de aprendizagem, trata-se de um conceito tão polêmico dado que não se
consegue chegar ao consenso na precisão do conceito. Aspectos a serem
abordados nesta unidade são: Conceito de Inteligência; Tipos de
Inteligência; e Teorias da Inteligência.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o conceito Inteligência;

 Identificar os tipos de inteligência; e

 Explicar a diferentes teorias de inteligência;

Objectivos

Sumário
Conceito de Inteligência

Um dos principais alvos de discussão no estudo da


inteligência é a precisão do termo, porém Cardoso, Frois &
Fachada (1993, p. 345) apresentam quatro definições que
passamos a apresentar:

a) Capacidade de fornecer respostas certas e objectivas;


58 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

b) Capacidade para desenvolver o pensamento abstrato;


c) Capacidade para aprender a adaptar-se ao meio; e
d) Capacidade de adquirir capacidades.
Como é fácil de observar que cada definição apresenta uma
tendência a evidenciar um elemento constituinte da
inteligência e em algum momento fazem referência a um tipo
de inteligência. Tais imprecisões levam a várias definições
deste conceito algumas convergentes e outras divergentes,
antes de chegarmos ao conceito, lembremos que existem
factores que influenciam a inteligência: factor biológico;
maturação; e meio físico e social.

Factor Biológico - a inteligência tem um suporte biológico


daí que é impossível pensar na inteligência sem olhar para
este detalhe, o funcionamento do Sistema Nervoso,
condicionam algumas funções psicológicas como é o caso
da inteligência;

Maturação - factor responsável pelas modificações dos


processos fisiológicos, como as estruturas nervosas e
glândulas endócrinas;

Meio Físico e Social- basta lembrarmos que o ser humano


desde a sua nascença está mergulhado nas relações
sociais, neste sentido é inegável o seu contributo no
desenvolvimento intelectual.

Voltando ao conceito de inteligência de Pestana & Páscoa


(1995) que resumem as quatro definições apresentadas da
seguinte maneira: “Capacidade de discernir relações entre
os elementos de uma situação nova ou problema, que
permite resolvê-lo e atingir de forma adequada e adaptativa.”

Esses autores apresentam uma definição mais abrangente


pelo facto de não admitirem no seu conceito a natureza
Psicologia Geral 59

específica da capacidade, correndo-se ao risco de


apresentar um tipo de inteligência.

Tipos de Inteligência
Desde muito tempo ficou bem conhecida a visão clássica de
definição da inteligência vista sob forma conceptual
Inteligência abstrata, lógica ou matemática. Actualmente
reconhece-se que a inteligência envolve capacidades de
realização prática, inteligência prática. Neste sentido,
podemos falar da inteligência social, aquela que envolve a
capacidade de lidar com os outros; inteligência emocional,
capacidade de avaliar o significado emocional das situações;
inteligência corporal, aquela usada pelos bailarinos,
jogadores, é a capacidade de lidar com o corpo; inteligência
espacial, capacidade ou facilidade de localizar as regiões,
mais desenvolvida nos pilotos e médicos da cirurgia.

Teorias da inteligência
Vamos apresentar apenas duas teorias a bifactorial e a
multifactorial.
Teoria bifactorial- segundo esta teoria a inteligência se
estrutura tendo como base, uma capacidade geral de
discernir relações complexas, factor G, expressão de uma
energia mental sobre a qual se estabelecem aptidões
específicas, factor S que predomina no desempenho de
determinadas actividades.

Teoria multifactorial- Thurstone a partir de novos cálculos


de analise factorial nega a existência de um factor geral e
afirma que a inteligência é constituída pela combinação de
várias aptidões mentais primárias, no desempenho da sua
actividade.
60 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Exercícios

1 – Alguns teóricos consideram que a inteligência varia com o contexto


sociocultural. Comente a afirmação.

Resposta: Se a inteligência é a capacidade que o sujeito tem de resolver


os problemas, esses problemas variam de contexto, os usos e costumes
também influenciam o nosso pensamento, dai que cada contexto
desenvolver certo tipo de prática diferente do outro, mas isso não invalida
a presença de características comuns.
Auto-avaliação
Psicologia Geral 61

Unidade N011 - A0006

Tema: Processos afectivos:


Sentimento e Emoção.

Introdução
Para esta Unidade reservamos o tema relacionado com os processos
afectivos como parte integrante do comportamento humano, pois a
reacção aos estímulos dependem da forma como sentimos, como
atribuímos significado e valor. Sendo assim centraremos a análise em
dois principais processos afectivos: O sentimento e a emoção.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o conceito afecto;

 Identificar os tipos de afectos; e

 Distinguir sentimento da emoção.

Objectivos

Sumário
Afecto

No dia a dia, já falamos especialmente de alguém familiar ou


amigo, sentimos algo que pode ser amor, ódio, sentimento
nos alegres com noticias boas, e triste com acontecimentos
ruins, essas todas manifestações, ao seu conjunto é que se
da o nome de afecto, e o processo pelo qual essas
sensações são cristalizadas em nós, denomina-se processo
afectivo.
62 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

“Sensação subjectiva e imediata que o indivíduo


experimenta em relação a um objecto, situação ou pessoa e
que orienta o seu comportamento” (PESTANA & PÁSCOA,
1995, p 14). Os afectos são variam de acordo com a
intensidade, tonalidade e qualidade, desta forma é possível
distinguir alegria, tristeza, amor, ódio, cólera, etc.

Tipos de afecto: Sentimento e Emoção


Ao tratarmos de sentimento e emoção não queremos reduzir
o quadro dos processos afectivos, mas centramos–nos
nestes dois processos por uma questão didáctica, pois não
se pretende esgotar o tema nesta Unidade.

Sentimento- “estado afectivo em que em que predomina a


experiência interior e cognitivo” (PESTANA & PÁSCOA,
1995, p. 197). Esse carácter subjectivo distingue-o da
emoção, mas faz com que certas correntes da psicologia,
mais objectiva, não lhe façam referência e incluam na
emoção sociais, e é em função disto que a forma como são
avaliados esses sentimentos depende do contexto social,
pois algumas expressões faciais podem constituírem insulto
para uns e para outras a melhor forma de expressar o amor
e alegria.

Emoção - muitas vezes confundimos os sentimentos com


emoção, ciúme, cólera; é importante a distinção destes
conceito para não corrermos o risco de confundir amor com
indigestão. Esta é uma chamada de atenção para sabermos
interpretar nossos estados internos, por exemplo, se o
aperto no coração é antecipação do perigo ou se trata de
uma forte saudade da pessoa amada.

Pestana & Páscoa (1995) definem emoção ao estado


afectivo brusco e agudo desencadeado por uma percepção
Psicologia Geral 63

(interna ou externa), ou representação (imaginária ou real), é


caracterizado por ativação mais ou menos intensa dos
processos neurovegetativos, são exemplos de emoções: o
medo, a cólera, surpresa, vergonha, etc.

A emoção desempenha um papel muito importante na vida


humana, constitui os padrões de acção que se organizam ao
longo da evolução (filogénese) de forma a enfrentar
determinadas situações.

É importante reconhecer o contexto das interações sociais


como catalisador dos sentimentos humanos, o ódio, amor,
alegria, tristeza, são sensações que se experimentam e
desenvolvem-se no contexto das interacções.

A principal diferença entre as emoções e o sentimento


reside, sobretudo, na intensidade dos estímulos que causam
e no tempo que duram. A emoção é uma reação brusca e
intensa a determinados estímulos e esta reação não dura
tanto, diferentemente do sentimento em que a reação tende
a ser estável e muitas vezes desconhecemos o estímulo
desencadeador.

Exercícios

1 – A dor é uma das expressões dos nossos afectos que para muitos não
tem importância, já que causa sofrimento. Concorda com esta afirmação?
Argumente.

Resposta: A dor funciona como elemento sinalizador do organismo


humano, ela indica que algo não anda bem, exigindo desta forma especial
atenção para repor o funcionamento normal. Ha tantas doenças que não
conseguimos verificar, se não sentíssemos a dor como iríamos notar que
Auto-avaliação precisamos de cuidados médicos?
64 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade 12 - A0006

Tema: Personalidade.

Introdução
Caro estudante esta é a última Unidade desta Disciplina, falamos ao
longo das unidades diferentes aspectos da vida Humana, lembre-se
dissemos que o Homem era complexo, por este motivo o seu estudo
requer muito cuidado, pois integram na sua complexidade aspectos
físicos/biológicos, psicológicos, socioculturais, etc. Agora tentemos
compreender a totalidade deste Homem, sua personalidade, tarefa não
fácil.

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

 Explicar o conceito personalidade;

 Identificar os factores que entrevê na sua formação; e

 Explicar a diferentes teorias ou escolas no estudo da personalidade;

Objectivos

Sumário
Conceito de Personalidade

Parece que em Psicologia os conceitos usados não são


consensuais, isso seria exagerado, mas é certo que estes
conceitos são mais debatidos, e por isso não constituiem
crise científica pelo contrário revelam o quanto os
profissionais desta área estão trabalhando.
Psicologia Geral 65

O temo personalidade “vem do latim persona que


originalmente significava máscara” (CARDOSO, FROIS &
FACHADA, 1993, p. 370). Esta visão serviu para definir
personalidade do ponto de vista externo. Mais tarde o
conceito de personalidade passou a referir as qualidades
que estão por detrás da máscara, ou seja, as qualidades
íntimas e pessoais do indivíduo.

Neste sentido Pestana & Páscoa (1995) entendem por


personalidade ao conjunto estruturado das características
inatas (herdadas), das aquisições do meio (sociocultural), e
da história das experiências vividas (desenvolvimento) que
organizam e determinam o comportamento do indivíduo.

A definição destes autores dispensa o esclarecimento dos


elementos importantes no desenvolvimento da
personalidade, pois ficou claro que o meio, a herança, e as
experiências vividas constituem factores preponderantes
na compreensão da totalidade do indivíduo.

Teorias da Personalidade

A noção de personalidade varia de corrente para corrente da


psicologia. O termo tem vindo associado a outros como
carácter e temperamento, próximos, mas não sinónimos.

As teorias da personalidade divergem essencialmente na


importância que atribuem aos factores responsáveis na
formação doa personalidade.

As tipologias morfológicas de Kretschmer e de Sheldon


enfatizam os factores hereditários, morfofisiológicos; os
teóricos de aprendizagem vão mais para o meio social;
Freud e Erikson dão ênfase aos factores dinâmicos do
desenvolvimento; Roger e Maslow vão mais para as
necessidades que orientam a realização do indivíduo; e
66 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Allport, a personalidade pode ser descrita pelos traços que


a constitui (teoria dos traços).

Exercícios

1 – Ainda que tenha bastante estudado sobre este assunto, a totalidade do


Homem é difícil senão impossível. Fundamenta porque.

Resposta: Tendo em conta a sua complexidade bio-socio-cultural revela


nos difícil a apreensão da totalidade humana, primeiro, porque ele(o
homem) não deixa com facilidade que seja compreendido, segundo os
instrumentos usado na exploração da personalidade carecem de
aperfeiçoamento e por fim reconhecer que somente alguns aspectos da
Auto-avaliação sua personalidade que serão possíveis de desvendar e não a totalidade.
Psicologia Geral 67

EXERCÍCIOS PARA RESOLVER

Em cinco (5) páginas no mínimo, faça uma redação dos seguintes sub-
temas do tema – “Os Inícios da Psicologia Científica”:

 Trabalho1 para primeira sessão presencial – Código: T-F.E-01

A Questão da Origem da Psicologia:


(a) Psicologia Filosofia

(b) Raízes Biológicas da Psicologia.

 Trabalho2 para segunda sessão presencial – Código: T-F.E-02

A Questão da Evolução do objecto do objecto de estudo da Psicologia:

(a) Contribuição de Wilhelm Wundt.

(b) Contribuição da Psicanálise.

 Trabalho3 para terceira sessão presencial – Código: T-F.E-03

A Questão da Motivação:

(a) Motivação e aprendizagem.

(b) Motivação e afecto.


68 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 ABRUNHOSA, Maria Antónia e LEITÃO, Miguel. Psicologia B.


Lisboa: Edições Asa, 2009.

 CARDOSO, Adelino, FROIS, António,FACHADA, Odete. Rumos


da Psicologia. Lisboa, Edições Rumo, 1993.

 CAPARÓS, António. História da Psicologia. Lisboa: Plátano


editora, 1999.

 GLEITMAN, Henry, FRIDLUND, Alan J., REISEBERG, Daniel.


Psicologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2009.

 MYERS, David. Introdução Psicologia Geral. São Paulo: Editora


Santuário, 1999.

 PESTANA, Emanuel, PÁSCOA, Ana. Dicionário Breve de


Psicologia.Lisboa: Editora Presença, 1995.

 PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Editora Ática,


1995.

 SPRINTALL, Norman A., SPRINTALL, Richard C. Psicologia


Educacional, Lisboa: MP-Graw-Hil, 2000.

 ____________________________. Psicologia Educacional, Lisboa:


MP-Graw-Hil, 2001

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