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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 63

BELO HORIZONTE, 22 DE AGOSTO DE 2013.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
CADERNO DOUTRINÁRIO 3

BLITZ POLICIAL
MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
nº 3.04.03/2013-CG
CADERNO DOUTRINÁRIO 3

BLITZ POLICIAL
MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL
nº 3.04.03/2013-CG

Belo Horizonte - MG
Academia de Polícia Militar
2ª Edição revisada
2013
Direitos exclusivos da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG).
Reprodução condicionada à autorização expressa do Comandante-Geral da PMMG.
Circulação restrita

Governador do Estado: Antonio Augusto Junho Anastasia


Comandante-Geral da PMMG: Cel. PM Márcio Martins Sant´ana
Chefe do Estado-Maior: Cel. PM Divino Pereira de Brito
Chefe do Gabinete Militar do Governador: Cel. PM Luis Carlos Dias Martins
Comandante da Academia de Polícia Militar: Cel. PM Sérgio Augusto Veloso Brasil
Chefe do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação: Ten.-Cel. PM Sílvio José de Sousa Filho

Tiragem: 3.000 exemplares

M663b MINAS GERAIS. Polícia Militar de. Blitz Policial - Belo Horizonte:
Academia de Polícia Militar, 2013.
92 p.: il. (Manual Técnico-Profissional (MTP)

1. Abordagem policial. 2. Abordagem a veículo. 3. Técnica e tática


policial militar. 4. Equipamentos policiais. I. Título. II. Série.

CDU 351.746
CDD 352.935
Ficha catalográfica: Rita Lúcia de Almeida Costa – CRB – 6ª Reg. n.1730

ADMINISTRAÇÃO:
Centro de Pesquisa e Pós Graduação
Rua Diábase 320 – Prado Belo Horizonte – MG
CEP 30410-440
Tel.: (0xx31)2123-9513
E-mail: cpp@pmmg.mg.gov.br

SUPORTE METODOLÓGICO E TÉCNICO


– Seção de Planejamento do Emprego Operacional (EMPM/3)
Quartel do Comando-Geral da PMMG
Cidade Administrativa/Edifício Minas, Rodovia Prefeito Américo Gianetti, s/n –
6º andar – Bairro Serra Verde – Belo Horizonte – MG – Brasil - CEP 31.630-900
Telefone: (31) 3915-7799.
RESOLUÇÃO N° 4116, DE 08 DE NOVEMBRO DE 2.010.

Aprova o Caderno Doutrinário 3 – Blitz


Policial.

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS


GERAIS, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo inciso I,
alínea I do artigo 6°, item V, do Regulamento aprovado pelo Decreto n°
18.445, de 15Abr77 – (R-100), e à vista do estabelecido na Lei Estadual
6.260, de 13Dez73, e no Decreto n° 43.718, de 15Jan04, RESOLVE:

Art. 1° - Aprovar o Caderno Doutrinário 3 – Blitz Policial.

Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário.

QCG em Belo Horizonte, 08 de novembro de 2.010.

(a) RENATO VIEIRA DE SOUZA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL
Colaboradores 1ª Edição 2010

Coronel PM Fábio Manhães Xavier


Coronel PM Antônio Leandro Bettoni da Silva
Tenente-Coronel PM Marcelo Vladimir Corrêa
Major PM Alfredo José Alves Veloso
Major PM Wágner Eustáquio da Silva Almeida
Major PM Eduardo Domingues Barbosa
Major PM Olímpio Garcia Pereira Júnior
Major PM Édson Gonçalves
Major PM Eduardo Felisberto Alves
Capitão PM Silvio Luiz Pereira Mendes
Capitão PM Arnaldo Affonso
Capitão PM Marco Aurélio Zancanela do Carmo
Capitão QOS Fabrízia Lopes Brandão Pereira
Capitão PM Rodolfo César Morotti Fernandes
1º Tenente PM Rodrigo Saldanha
1º Tenente PM Molise Z. Fonseca de Souza
1º Tenente PM Luciana do Carmo S. Nominato
2º Tenente PM Anderson Pereira de Sousa
2º Ten PM Ricardo Pereira de Araujo Gomes
1º Sargento PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
2º Sgt PM Rinaldo Araújo Marçal
3º Sargento PM Ricardo Martins Lopes
3º Sargento PM Márcia Daniela Bandeira Silva
3º Sargento PM Nadja Alves de Sousa
3º Sargento PM Edna Márcia Costa Mendonça
Cabo PM Elias Sabino Soares
Soldado PM Leonardo Giori de Oliveira
Soldado PM Aline Vanessa Alves
Professor Hugo de Moura
Professora Maria Sílvia Santos Fiúza
Pedagoga Isabel Cristina de P. Moreira Nazareth
Ass. Jurídica Maria Amélia Pereira

Colaboradores 2ª Edição 2013


Tenente-Coronel PM Sílvio José de Sousa Filho
Major PM Eugênio Pascoal da Cunha Valadares
Major PM Cleverson Natal de Oliveira
Capitão PM Ricardo Luiz Amorim Gontijo Foureaux
Capitão PM Adriano Marcos Miranda
1º Tenente PM Thiago Vitorio de Oliveira
Subtenente PM Antônio Geraldo Alves Siqueira
2º Sargento PM Danilo Teixeira Alcântara
2º Sargento PM Luiz Henrique de Moraes Firmino
Cabo PM Elias Sabino Soares
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AIT Auto de Infração de Trânsito
BO Boletim de Ocorrência
BOS Boletim de Ocorrência Simplificado
BPM Batalhão de Polícia Militar
CEPOLC Central de Operações da Polícia Civil
CG Comando-Geral
CICOp. Centro Integrado de Comunicações Operacionais
Cmt. Comandante
CP Código Penal
CPCia. Coordenador de Policiamento da Companhia
CPP Código de Processo Penal
CPU Coordenador de Policiamento da Unidade
CRLV Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo
CTB Código de Trânsito Brasileiro
DEPM Diretriz de Educação de Polícia Militar
DIAO Diretriz Auxiliar das Operações
DPSSP Diretriz para a Produção de Serviços de Segurança Pública
EAL Encarregados da Aplicação da Lei
HT Hand Talk (Rádio Transceptor Portátil)
IMPO Instrumentos de menor potencial ofensivo (armas, munições e equipamentos)
LCP Lei das Contravenções Penais
PAC Patrulha de Atendimento Comunitário
PBUFAF Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos Funcionários
Responsáveis pela Aplicação da Lei
PEPRACO Plano Especial de Prevenção e Repressão de Assalto a Coletivos
PMAmb. Polícia Militar Ambiental
PMMG Polícia Militar de Minas Gerais
POP Patrulha de Operações
PPA Patrulha de Prevenção Ativa
ROTAM Rondas Táticas Metropolitanas
RPM Região de Polícia Militar
SEDS Secretaria de Estado de Defesa Social
TM Tático-Móvel
Vtr. Viatura
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 15

2 CONCEITO ........................................................................................................................ 19

2.1 Categorias ..................................................................................................................... 20

2.2 Procedimentos operacionais .................................................................................. 22

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO .......................................................... 27

3.1 Pessoal e logística ...................................................................................................... 29

3.2 Distribuição de funções ........................................................................................... 30

3.3 Vias públicas ................................................................................................................. 31

3.4 Montagem do dispositivo e procedimento operacional ............................. 32

3.5 Padrões de procedimentos ..................................................................................... 33

3.5.1 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 1 ................. 34

3.5.2 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 2 ................. 36

3.5.3 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 3 ................. 38

3.6 Comunicações operacionais ................................................................................... 40

3.7 Busca ............................................................................................................................... 42

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro .................................................... 46

3.9 Evasão ............................................................................................................................. 47

3.10 Emprego de armas de fogo .................................................................................. 49


4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ............................................................................. 57

4.1 Sinalização .................................................................................................................... 57

4.2 Verbalização policial durante a blitz .................................................................... 61

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado .................... 63

4.2.1.1 Abordado cooperativo ...................................................................................... 63

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo ......................................................... 68

4.3 Procedimentos específicos ..................................................................................... 71

4.3.1 Abordagem a autoridades ................................................................................... 71

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção ......................... 73

4.4 Orientações gerais ...................................................................................................... 76

5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS ......................................................................................... 81

5.1 Abordagem a motocicletas ..................................................................................... 81

5.2 Blitz noturna ................................................................................................................. 82

Anexo “A” - Modelo de Relatório do Comandante da Operação .................... 85

Anexo “B” - Modelo de Relatório da Supervisão da Operação ........................ 88

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 89
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 1

APRESENTAÇÃO
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

1 APRESENTAÇÃO

O policial militar representa o Estado, sendo a ele outorgado poder legal


para agir por meio de intervenções voltadas para a promoção, a prevenção
e a repressão em segurança pública. A sociedade que legitima esse poder
espera, em contrapartida, ética, legalidade e competência nas ações desses
profissionais.

O escopo doutrinário apresentado no álbum Prática Policial Básica objetiva


fornecer respaldo à prática profissional e, por isso, é ponto norteador das
ações e operações desencadeadas pelos policiais. Este Manual Técnico-
Profissional 3.04.03 – Blitz Policial é o resultado de uma construção teórica,
elaborada a partir de laboriosa pesquisa e estudos do cotidiano operacional.

Embora as operações do tipo blitz sejam frequentemente realizadas nas


unidades operacionais da Instituição, a falta de uniformidade na sua condução
tem dificultado o alcance de seus objetivos e, por isso, geram desgastes para
o policial e para a imagem da Instituição. Devido à ausência de planejamento
ou do correto emprego da técnica e da tática policiais, o militar pode colocar
em risco a sua vida e a de outras pessoas.

Durante o período de elaboração deste Manual, foram colhidas, analisadas


e utilizadas sugestões e contribuições12enviadas por policiais militares
de todas as Regiões da Polícia Militar (RPM) de Minas Gerais. As valiosas
manifestações, além de reconhecerem a importância do assunto em pauta
e demonstrarem o anseio dos policiais por uma doutrina padronizadora
de ações, permitiram estruturar e elaborar um trabalho que contempla as
necessidades e as realidades dos grandes centros e dos destacamentos das
pequenas cidades, cujas disponibilidades de policiais militares e de recursos
diferem-se substancialmente.

O Manual Técnico-Profissional 3.04.03 - Blitz Policial traz orientações para


o planejamento, a distribuição de policiais, viaturas e equipamentos nas vias
públicas, em operações desta natureza. Sua leitura deve ser, obrigatoriamente,
precedida do Manual Técnico-Profissional 3.04.01 (Intervenção Policial,
Processo de Comunicação e Uso de Força) e do Manual Técnico-Profissional
3.04.02 (Tática Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento às Vítimas)
e complementadas pela leitura do Manual Técnico-Profissional 3.04.04
1 Sugestões enviadas por meio da rede interna de informações da PMMG denominada Intranet.

15
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

(Abordagem a Veículos) e do Manual Técnico-Profissional 3.04.05 (Cerco,


Bloqueio e Interceptação).

A seção 2 introduz o tema por meio da conceituação de blitz policial e


disingue seus diferentes níveis em função dos objetivos, e as categorias,
com base na estrutura logística e no aparato policial necessários para cada
sitação, bem como os respectivos procedimentos operacionais.

Na seção 3, são apresentadas as variáveis que devem ser consideradas na fase


de planejamento de uma blitz policial além de orientações e procedimentos
importantes que devem ser observados em sua execução, a saber: descrição
das funções e responsabilidades de cada integrante envolvido na operação;
orientações para a montagem do dispositivo, em função de suas diferentes
categorias; embasamento legal para realizar a busca veicular; recomendações
para atuar em caso de evasão da blitz pelo condutor, e a forma correta de
empregar a arma de fogo.

A seção 4 aborda o tema verbalização policial aplicada às operações


dessa natureza, enfatizando a importância do processo da comunicação
para o alcance dos objetivos pretendidos. Considerações teóricas são
complementadas por sugestões de diálogos diante dos diversos tipos de
comportamento do abordado e em situações específicas de abordagem a
autoridades.

Os conteúdos tratados nas seções anteriores são retomados na seção 5,


considerando algumas situações peculiares que podem ocorrer no decorrer
de operações policiais militares do tipo blitz, tais como abordagem a
motocicleta (tipo de intervenção que vem ganhando cada vez mais destaque
no cotidiano operacional) e blitz noturna.

E, por fim, há que se ressaltar que vários assuntos tratados aqui serão
complementados e aprofundados nos demais Manuais Técnicos-Profissionais
que compõem esse álbum Prática Policial Básica, principalmente nos
Manuais Técnicos-Profissionais 3.04.04 e 3.04.05 que tratam, respectivamente,
de Abordagem a Veículos e Escoltas Policiais e Conduções Diversas.

16
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 2

CONCEITOS
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

2 CONCEITO

Blitz é um tipo de operação policial2 realizada em vias urbanas ou rurais, com


a utilização de sinalização física, visual e sonora, para abordar veículos e seus
ocupantes, realizando checagens e vistorias em geral.
Pode ser executada por uma equipe composta somente por policiais militares
ou por policiais militares em conjunto com os integrantes de diversos órgãos,
conforme o tipo de policiamento envolvido, tais como:

tpoliciamento ostensivo geral – ênfase na identificação


de pessoas procuradas, busca de armas, drogas, veículos
roubados, dentre outros;
ttrânsito urbano e rodoviário - ênfase na verificação de
documentos e condições do condutor e do veículo;
tmeio ambiente – ênfase na verificação de documentos
e fiscalização de transporte de produtos e animais
protegidos por legislação específica;
tapoio a fiscalizações realizadas por outros órgãos
(municipal, estadual e federal) - fazendárias, sanitárias,
dentre outros.

De acordo com os objetivos, as operações do tipo Blitz Policial se dividem em


três níveis3 :
a) nível 1 - educativo: visa informar, orientar e conscientizar as pessoas sobre
temas de interesse público;
b) nível 2 - preventivo: visa realizar verificações em locais onde há
incidência significativa ou a possibilidade de ocorrerem infrações e
delitos;
c) nível 3 - repressivo: visa restaurar o quadro de tranquilidade pública,
após a constatação de prática de atos contrários à segurança.
2 Operação policial: é a conjugação de intervenções, executadas por uma tropa ou suas frações constituídas,
que exige planejamento específico. Pode ter caráter estratégico, tático ou operacional, administrativo
ou de treinamento, a ser desenvolvida por Comandos Intermediários, Unidades, Subunidades ou outras
frações isoladas ou em conjunto. Pode envolver, ainda, intervenções conjugadas de força policial-militar,
combinadas com outras forças, para o cumprimento de missões específicas, com a participação eventual
de órgãos de apoio da Corporação e de órgãos integrantes do Sistema de Defesa Social (PMMG, 2009a).
3 Os três níveis de blitz correspondem aos três níveis de intervenção policial militar, descritos na seção 5
do Manual Técnico-Profissional 3.04.01.

19
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Serão efetivadas por ações devidamente planejadas e coordenadas e, como


toda intervenção policial militar, tem como objetivo genérico servir e proteger
a sociedade, preservar a ordem pública e a incolumidade das pessoas e do
patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e a integridade de todos4 .
Atendendo ao princípio da universalidade5 , na execução de uma operação
do tipo Blitz, em qualquer nível, o policial pode se deparar com qualquer
irregularidade (penal ou administrativa) que, ainda que não seja o escopo
primordial da operação, nem a situação específica da atividade, a equipe
deverá tomar providências que o caso demandar.
ATENÇÃO! Os procedimentos específicos para
operações tipo Blitz policial de trânsito urbano
e rodoviário, bem como meio ambiente, serão
tratados nos Manuais Técnicos-Profissionais
referentes à prática policial especializada, acrescidos
do conteúdo deste Manual Técnico-Profissional, no
que for pertinente.

2.1 Categorias

A Blitz Policial classifica-se em três categorias que se diferem basicamente


quanto à estrutura de pessoal e ao material necessário para a sua execução
(apoio logístico e ao aparato policial), conforme tabela 1.

TABELA 1 – Previsão de efetivo, viaturas e armamento/equipamento na Blitz Policial


CLASSIFICAÇÃO EFETIVO
CATEGORIA VIATURAS ARMAMENTO EQUIPAMENTO
QUANTO AO PORTE POLICIAL

1 Pequena 2 ou 3 1 Convencional Para balizamento de pista

2 Média 4a6 Mínimo 2 Convencional Para balizamento de pista

3 Grande 7 ou mais Mínimo 2 Convencional Para balizamento de pista

Específico e
Especial Previsto para as categorias 1, 2 ou 3 Específico para a missão
reforçado.

4 Inciso V do artigo 144 da Constituição Federal Brasileira e Identidade Organizacional da PMMG.


5 O policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública, tomada no seu sentido
mais amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à especialização, não constitui óbice à preparação
do PM ser capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Aos PM especialmente
preparados para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas, ainda que as prelimi-
nares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas
não desobriga o PM do atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para as quais seja chamado
ou determinado. (PMMG, 2002b).

20
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

A classificação em categorias das diversas estruturas não guarda vínculo


direto com os objetivos específicos de uma determinada operação do
tipo Blitz. A mesma estrutura pode ser utilizada para diferentes objetivos,
conforme avaliação do PM Comandante da operação. Caso a blitz tenha o
objetivo alterado para o nível 3 (repressivo), a operação deverá ser provida
de armamentos e equipamentos adequados ao novo objetivo, conforme
avaliação do comandante da operação. Neste caso, acrescenta-se à categoria
da blitz, o termo “especial”, isto é, a operação, independentemente de sua
classificação, passa a ter o objetivo repressivo.
Exemplo 1: pode ser realizada uma operação que exija uma
estrutura correspondente à categoria 2, envolvendo todo o efetivo
de um pelotão, com duas viaturas em apoio, realizando uma
operação do tipo Blitz de caráter educativo (nível 1), por ocasião da
semana do meio ambiente.
Exemplo 2: por outro lado, pode ser realizada uma operação do
tipo Blitz, com estrutura correspondente à categoria 1, para realizar
uma operação de nível 2, tendo em vista a necessidade da adoção
deste tipo de operação em atividades preventivas de combate à
criminalidade em determinado local (bairro, região, cidade, etc.).
Da mesma maneira, os objetivos inicialmente planejados (educativo,
preventivo ou repressivo), poderão variar, ainda que temporariamente, em
função dos riscos que se apresentarem no desenvolvimento da operação,
podendo implicar até mudança de categoria, mediante reforço logístico e de
efetivo policial.
Exemplo 3: alteração de categoria em função do nível de risco –
instalada uma operação com estrutura correspondente à categoria
2, voltada para a fiscalização de trânsito rodoviário, de caráter
preventivo, é noticiado via rede-rádio, um assalto a banco com
tomada de reféns, sendo o local da blitz uma possível rota de fuga.
A operação poderá migrar para a categoria 2-ESPECIAL e assumir
caráter repressivo, caso receba reforço de pessoal e de logística
(tropa especializada, equipamentos de bloqueio de via, dentre
outros).
Exemplo 4: A blitz anterior, categoria 2 -ESPECIAL não tem mais
o objetivo repressivo, tendo em vista que outra equipe, em outro
local logrou êxito em capturar os fugitivos. A operação poderá ser
reclassificada para 2, voltando seu objetivo para o caráter preventivo
de fiscalização da rodovia.

21
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

2.2 Procedimentos operacionais

Nessas operações do tipo Blitz, a equipe responsável deve adotar as seguintes


orientações:
a) durante as operações de nível 1 e 2 (educativa e preventiva), antes
da abordagem, manter-se no estado de atenção (amarelo). Esteja
precavido e considere que a sua segurança deve ser priorizada, tanto
em relação ao fluxo do trânsito, quanto a uma possível reação por
parte do abordado ou de outras pessoas no veículo. Use sempre os
equipamentos de segurança. No momento da abordagem, esteja no
estado de alerta (laranja) e considere as etapas da avaliação de
riscos e o quarteto do pensamento tático. Identifique quais as ações
de respostas para o caso de uma ameaça e qual nível de força será
necessário. Identifique, preliminarmente, os possíveis locais de abrigo
que sejam facilmente acessíveis e próximos ao local da intervenção ver
Manual Técnico-Profissional (MTP -1);
b) operações de nível 3 (cerco, bloqueio e interceptação) (ver Manual
Técnico-Profissional 3.04.04): nestes casos, existe uma probabilidade
maior de resistência por parte dos abordados. Dessa forma, é necessário
considerar a hipótese do uso de força em níveis mais elevados,
permanecendo no estado de prontidão adequado (estado de alerta
– laranja, ou alarme - vermelho), conforme avaliação de riscos, para
garantir uma resposta de polícia adequada e, ao mesmo tempo, a
segurança da equipe e a de terceiros (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.01);
c) procure atuar sempre privilegiando a segurança da equipe, evitando
abordar veículos com quantidade de ocupantes adultos em número
superior ao de policiais militares na operação;
d) caso ocorra a parada de um veículo com número de ocupantes adultos
superior ao de policiais e ainda estejam presentes outros fatores da
análise de risco que indiquem falta de segurança para a guarnição PM
seguir na intervenção, é recomendável liberar imediatamente o veículo
sem abordá-lo, e recorrer a outros procedimentos técnicos e táticos,
como apoio de outras guarnições ou cerco e bloqueio, para que a ação
de resposta seja efetiva. Tal procedimento traduz-se em profissionalismo,
com ênfase na segurança da equipe, e não em fragilidade da equipe;

22
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

e) se, em função da segurança da equipe, optar pela liberação do veículo,


alerte ao Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp)
ou correspondente, sobre o ocorrido, transmitindo os dados (local,
características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento), para uma
possível abordagem posterior por uma guarnição PM reforçada;
f) no caso específico de operação Categoria 1, aborde somente um veículo
de cada vez;
g) caso ocorra alguma eventualidade relevante, atualize rapidamente sua
avaliação de risco e decida por continuar a abordagem, ou não, e pedir
reforços;
h) nos casos de fuga, a operação será mantida no local e um integrante
da equipe deverá repassar as informações ao CICOp ou correspondente,
preferencialmente via rede-rádio, sobre o ocorrido, transmitindo os dados
(local, características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento),
para fins de rastreamento e abordagem, com maior segurança, por
outras guarnições PM (ver Evasão – Seção 3).

23
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 3

PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

A blitz policial deve ser precedida de planejamento elaborado pela Seção


de Emprego Operacional (P3) da RPM, CPE, UEOp. e Cias Independentes,
além dos Comandantes de Fração (nos diversos níveis), por meio de ordens
de serviço ou outros instrumentos, nos quais estejam presentes todos os
aspectos que, direta ou indiretamente, venham contribuir para o sucesso da
operação.
O local e o horário de instalação da blitz policial são aspectos importantes
a serem observados no planejamento da operação. O local não pode ser
escolhido aleatoriamente. Deve ser definido a partir de dados obtidos na
análise criminal e em conformidade com as metas estabelecidas, tomando-
se por base:

tBTFHVSBOÎBEBWJB

t BT DPOEJÎÜFT EF USÈGFHP BDMJWFT  EFDMJWFT  DVSWBT 


pontes, cruzamentos, túneis e viadutos);

tBWJTJCJMJEBEFFJMVNJOBÎÍPEPMPDBM

tPTÓOEJDFTEFDSJNJOBMJEBEFOPMPDBM

t P UJQP EF WFÓDVMP B TFS QBSBEP F BCPSEBEP DPOGPSNF


o objetivo da operação, principalmente em relação ao
horário. Exemplos: táxi, ônibus, motocicleta, etc;

t P PCKFUJWP QSJODJQBM B TFS BUJOHJEP EF BDPSEP DPN B


característica da operação;

tBQPTTJCJMJEBEFTEFFWBTÍP SPUBTEFGVHB


tBOFDFTTJEBEFEFBQPJPEFPVUSPTØSHÍPTQÞCMJDPTPV
privados;

tBJOUFSGFSÐODJBOPøVYPEFUSÉOTJUP

tBQSPYJNJEBEFEFMPDBJTPOEFPDPSSFDPODFOUSBÎÍPEF
crimes violentos.

27
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Se o local e horário escolhidos para a execução da operação influenciarem


no desenvolvimento normal do tráfego, tornando-o intenso, devido ao
estrangulamento do fluxo de veículos, será avaliada a possibilidade de
realizar a operação em local e horário diversos, sem contudo perder o foco e
o objetivo principal da operação.

ATENÇÃO! Em caso de operações que necessitem ser


montadas em vias de grande fluxo de veículos pesados,
elas serão precedidas de rigorosa análise de riscos,
observada a segurança dos policiais e do tráfego da via
(ver procedimentos operacionais específicos tratados nos
Manuais Técnicos-Profissionais referentes à prática policial
militar especializada de trânsito).

Caso o comandante da operação decida pela alteração do local e do horário,


solicitará autorização ao coordenador do policiamento, dará ciência à Sala
de Operações da Unidade e fará constar no relatório quais os fatores que
contriburam para a tomada de tal decisão, remetendo-o à Seção de Emprego
Operacional para planejamentos posteriores. Deverão ser consideradas as
etapas da avaliação de riscos e priorizar o quesito “segurança” dos policiais e
do público (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.01).
Em caso de condições climáticas adversas, a operação será adiada,
suspensa ou cancelada, pois nessa situação, o quesito segurança poderá
ser comprometido, pela dificuldade de visibilidade, pela frenagem e pela
possibilidade da ocorrência de acidentes de trânsito. Nesses casos, é
recomendável que o efetivo da operação permaneça em patrulhamento nas
imediações do local e cumpra parcialmente os objetivos estabelecidos.
O tempo previsto para a execução da blitz policial será o suficiente para
alcançar o objetivo sem comprometer a qualidade das operações policiais.
Conforme avaliação feita pelo PM Comandante da operação, no local, o
tempo poderá ser redefinido, desde que autorizado pelo Coordenador do
Policiamento da Unidade ou pela Supervisão ou pelo Comandante da Fração.
Durante o Treinamento Tático,62 serão transmitidas todas as informações
e orientações aos policiais envolvidos, de acordo com os objetivos e as
características de cada operação.

6 Treinamento realizado em chamadas de lançamento de turno.

28
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

3.1 Pessoal e logística

a) Efetivo: de acordo a função das categorias de cada operação, definidos


na seção 2;
b) Viaturas: de 4 (quatro) ou 2 (duas) rodas, na quantidade definida,
conforme a categoria da operação;
c) Armamentos e equipamentos:

tBSNBTEFQPSUFQBSBUPEPTPTQPMJDJBJT

t BSNB QPSUÈUJM DPN CBOEPMFJSB QBSB P PM Segurança,


quando disponível;

tSÈEJPTQPSUÈUFJTo)5 RVBOEPEJTQPOÓWFM

tDPMFUFTCBMÓTUJDPTQBSBPTQPMJDJBJT

tDPMFUFTSFøFUJWPTPVKBQPOBEVQMBGBDFDPNGBJYBTSFøFUJWBT

t JOTUSVNFOUPT EF NFOPS QPUFODJBM PGFOTJWP BSNBT 


munições e equipamentos), quando disponíveis;

tFUJMÙNFUSP RVBOEPEJTQPOÓWFM

d) Acessórios:

tDPOFTEFTJOBMJ[BÎÍP NÓOJNPEFPJUPDPOFT


tDBWBMFUFEFTJOBMJ[BÎÍP RVBOEPEJTQPOÓWFM
tBQJUPTEFUSÉOTJUP
tQSBODIFUBT DBOFUBFQBQFMQBSBBOPUBÎÜFT
t QMBOJMIB QBSB SFHJTUSP EB SFMBÎÍP EF WFÓDVMPT F EPT
condutores;
tCMPDPEF"VUPEF*OGSBÎÍPEF5SÉOTJUP "*5

tMBOUFSOBT NFTNPEVSBOUFPEJB
QBSBWJTUPSJBOPWFÓDVMP

29
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

töUB[FCSBEB
tMV[TJOBMJ[BEPSB
tLJUEFCJPTTFHVSBOÎB

3.2 Distribuição de funções

Para melhor entendimento e detalhamento das ações, são atribuídas funções


específicas aos policiais envolvidos na operação:

a) PM Comandante: é o militar de maior posto ou graduação ou o mais


antigo, responsável direto pela coordenação e controle da operação.
Faz cumprir o planejamento, orienta a equipe para que sejam atingidos
os resultados propostos e corrige as falhas que porventura possam ter
ocorrido. É o responsável pela definição das funções de cada um dos
policiais, dentre elas, quem será o responsável pelo Box de Registro;

b) PM Selecionador: é o militar responsável pela seleção dos veículos


que serão abordados de acordo com os objetivos da operação. Estará
com a atenção voltada para o trânsito e para o comportamento dos
condutores e, sinalizará através de gestos e silvos de apito, previstos no
Código de Trânsito Brasileiro, a fim de orientar o condutor do veículo a
ser abordado a posicionar-se no Box de Abordagem;

c) PM Vistoriador: é o militar que procede à abordagem e mantém


contato visual e verbal com o condutor do veículo e seus passageiros.
Deve ser firme e educado no momento da abordagem, transmitindo
segurança e tranquilidade, atuando em conformidade com os
preceitos da verbalização policial e dos princípios e critérios de
emprego dos níveis do uso de força (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.01). É também o policial encarregado de sinalizar para que os
veículos vistoriados retornem à via de trânsito;

d) PM Segurança: é o policial responsável pela integridade e segurança


dos componentes da equipe. Sua posição não é fixa no dispositivo,
varia de acordo com a quantidade de policiais envolvidos e o tipo de

30
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

via em que a operação é realizada. Mantém escuta ininterrupta da


rede-rádio. Poderá utilizar arma portátil, dotada de bandoleira, de
acordo com a situação.

ATENÇÃO: um policial militar poderá acumular


duas funções descritas no item anterior,
conforme a categoria da operação Blitz, os
objetivos a se atingir, ou devido ao número de
policiais integrantes da equipe.

3.3 Vias Públicas

Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais,


compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

Vias rurais são estradas e rodovias.

Vias urbanas são ruas, avenidas, vielas ou caminhos e similares abertos à


circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente
por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

A faixa de trânsito corresponde ao corredor de tráfego com velocidade,


sentido e direção definidos por onde os veículos circulam. Uma pista pode
ter uma ou mais faixas, de acordo com sua largura.

A pista compreende parte da via, normalmente utilizada para a circulação


de veículo, identificada por elementos separadores por diferença de nível em
relação às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.

As pistas podem ser classificadas como:

a) pista simples ou única: possui faixa(s) de rolamento com dimensões


que permitem a passagem de veículo em cada sentido de tráfego (único
ou duplo);

b) pista dupla: caracterizada pela presença de canteiro central ou outro


tipo de barreira física dividindo-a.

31
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

3.4 Montagem do dispositivo e procedimento operacional

O dispositivo de uma blitz policial é montado em via pública e constitui-se


no espaço sinalizado e demarcado pelos meios logísticos (viatura, cones,
cavaletes, etc.). É formado por duas áreas, separadas por cones, denominadas
Boxes, sendo um Box de Abordagem e um Box de Registro.

O Box de Abordagem é o local destinado ao desenvolvimento das ações


de abordagem aos veículos selecionados e o Box de Registro destina-se
aos veículos abordados que necessitarem ficar retidos por algum motivo
(apreensão, remoção, registro de BO etc).

No caso de o PM Vistoriador detectar alguma irregularidade que exija a


adoção de providências imediatas, deverá encaminhar o condutor e o veículo
para o Box de Registro. Nesses casos, deverá ser aumentada a atenção em
relação ao veículo para evitar evasão. Dependendo da avaliação do risco e
do tipo de infração constatada, como exemplo uma visível embriaguez, na
medida do possível, o veículo permanecerá parado onde estiver e os registros
serão feitos mesmo fora do Box destinado a esse fim.

Nas operações de blitz policial – CATEGORIA 1, serão instalados 1 (um) Box


de Abordagem e 1 (um) Box de Registro. Nas operações de blitz policial –
CATEGORIA 2, poderão ser instalados 2 (dois) ou mais Boxes de Abordagem
e 1 (um) ou mais Boxes de Registro, analisando as condições de segurança,
de acordo com a avaliação de riscos, o número de policiais disponíveis e os
objetivos a serem atingidos.

O dispositivo operacional deverá ser montado levando-se em conta as


características da via e a categoria da operação. O local escolhido para
realização de blitz policial deve permitir a montagem da operação sem
prejuízo substancial ao fluxo do trânsito, com atenção à segurança dos
policiais e à de terceiros, conforme avaliação de riscos.

O PM Comandante deverá ainda avaliar se o local escolhido para a


montagem do dispositivo interfere na qualidade das transmissões, a fim de
evitar prejuízos das ações, principalmente aquelas relacionadas à segurança.
Constatada a falha na comunicação via rede-rádio, transferir a operação para
outro local em condições ideais.

32
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

3.5 Padrões de procedimentos


Durante a montagem do dispositivo da blitz, os policiais militares deverão
dar especial atenção quanto à segurança do fluxo de trânsito da via, dos
transeuntes e da própria equipe.
Após instalação do dispositivo operacional, havendo condições favoráveis
ao contato e interação com a população local, dentro dos princípios da
polícia comunitária, o militar poderá informar aos cidadãos residentes, ou
que exerçam atividades comerciais nas proximidades, sobre a importância
e os benefícios da operação para a promoção da segurança pública e da
prevenção da criminalidade.
O policial militar não deverá fornecer dados de caráter reservado que possam
ser prejudiciais ao bom andamento do serviço, porém, poderá prestar
informações básicas, simples e objetivas sobre a duração do empenho e a
finalidade da operação. Tais ações servem como forma de estreitar os laços
entre a PM e a comunidade local, demonstrando educação e cordialidade,
porém sem permitir a aglomeração de pessoas no local de realização da blitz.
A distribuição dos materiais e do efetivo na via pública obedecerá ao previsto
nos croquis estabelecidos a seguir, contemplando também os procedimentos
a serem adotados por cada policial na operação, de acordo com sua função.
Após a verificação do veículo, caso nenhuma irregularidade seja constatada,
o condutor será liberado do Box de Abordagem pelo PM Vistoriador e
retornará à via de trânsito, observando-se todas as regras de segurança (fluxo
de veículos e pedestres).
Uma ou mais viaturas poderão ser acionadas para apoio ao Box de Registro,
nas situações de risco ou no acúmulo de registros de defesa social (REDS).
O PM Comandante deverá observar permanentemente a organização
do dispositivo da operação, primando sempre pela segurança de todos
(policiais, motoristas, passageiros, pedestres e veículos). Em caso de acúmulo
de pessoas no Box de Abordagem, o PM Selecionador deverá interromper
a parada de veículos enquanto o comandante da operação reorganizará os
espaços. Ocorrendo igual situação no Box de Registro, os motoristas e seus
veículos que aguardam as providências cabíveis devem ser encaminhados
para um local seguro próximo à blitz, fora do dispositivo, ficando as chaves
dos carros sob a guarda do policial responsável pelo prosseguimento da
ocorrência.

33
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

3.5.1 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 1

Figura 1- Dispositivo com dois policiais e uma viatura

34
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Montado o dispositivo, o PM Selecionador irá postar-se à retaguarda


dos cones 4 e 5 enquanto o PM Comandante ficará sobre a calçada nas
proximidades dos cones 7 e 8 (ver figura 1).

O PM Selecionador, ao escolher o veículo a ser abordado, irá sinalizar para


que todos os veículos na via diminuam a velocidade. Em seguida ordenará ao
veículo selecionado que adentre ao Box de Abordagem.

O PM Comandante sinalizará para o veículo selecionado orientando quanto


ao lugar em que irá parar no interior do Box de Abordagem.

Após a parada, o PM Comandante deslocará para a retaguarda do veículo,


ficará sobre a calçada e passará a atuar, também, como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a


entrada do Box de Abordagem. Nesse momento, passará a atuar como PM
Vistoriador, se aproximará do condutor pela esquerda, fará a abordagem e
iniciará a vistoria.

Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador,


primeiramente em todos os ocupantes (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.02), e depois no interior do veículo (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.04).

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego para fazer o


veículo retornar ao seu deslocamento com segurança, olhando para a pista e
sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Vistoriador


recolocaráo cone 5 na posição descrita na figura 1 e retornará à sua posição
inicial, para novamente atuar como PM Selecionador.

ATENÇÃO: O dispositivo de blitz da figura 1


é o padrão para a operação. Todavia, devido
às características da via ou circunstâncias
do tráfego, a viatura poderá ser posicionada
paralelamente à calçada.

35
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

3.5.2 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 2

Figura 2 - Dispositivo com cinco policiais e duas viaturas.

36
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Montado o dispositivo, o PM Selecionador irá postar-se à retaguarda dos


cones 4 e 5 enquanto o PM Comandante e o PM Vistoriador ficarão sobre
a calçada nas proximidades dos cones 8 e 7 respectivamente (ver figuras 2).

O PM Selecionador, ao escolher o veículo a ser abordado, irá sinalizar para


que todos os veículos na via diminuam a velocidade. Em seguida ordenará ao
veículo selecionado que adentre ao Box de Abordagem.

O PM Vistoriador sinalizará para o veículo selecionado orientando quanto


ao lugar em que irá parar no interior do Box de Abordagem.

Após a parada, o PM Comandante deslocará para a retaguarda do veículo,


ficando sobre a calçada e passa a atuar também como PM Segurança.

O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a


entrada do Box de Abordagem, e permanecerá próximo ao cone 5, com a
atenção voltada para o trânsito e para a abordagem.

O PM Vistoriador, que se encontrava sobre a calçada no centro do Box


de Abordagem, contornará o veículo por trás, abordando o condutor e
procedendo à vistoria.

Se houver necessidade de busca, será feita pelo PM Vistoriador,


primeiramente em todos os ocupantes (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.02) e depois no veículo (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.04).

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego, fazendo o


veículo retomar seu deslocamento tão logo as condições estejam seguras,
olhando para a pista e sinalizando ao condutor para que siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador


recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado na figura
2, e ficará pronto para selecionar outro veículo.

ATENÇÃO: O dispositivo de blitz da figura 2


é o padrão para a operação. Todavia, devido
às características da via ou circunstâncias
do tráfego, a viatura poderá ser posicionada
paralelamente à calçada.

37
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

3.5.3 Procedimentos Operacionais nas Operações de Categoria 3

Figura 3 - Dispositivo com sete policiais e duas viaturas

38
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Montado o dispositivo, o PM Selecionador irá postar-se à retaguarda


dos cones 4 e 5 enquanto o PM Comandante, o PM Segurança e os PM
Vistoriadores ficarão sobre a calçada (ver figura 3).
O PM Selecionador, ao escolher o veículo a ser abordado, irá sinalizar para
que todos os veículos na via diminuam a velocidade. Em seguida ordenará ao
veículo selecionado que adentre ao Box de Abordagem.
O PM Vistoriador sinalizará para o veículo selecionado orientando quanto
ao lugar em que irá parar no interior do Box de Abordagem 1.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 1 contornará o veículo por trás,
abordando o condutor e procedendo à vistoria.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 permanecerá na calçada,
aguardando o próximo veículo.
O PM Segurança permanecerá na calçada (ou em outra posição mais
adequada) com a atenção voltada para os dois Boxes de Abordagem, bem
como para todo o perímetro da operação.
O PM Selecionador sinalizará para um segundo veículo e o orientará para a
entrada no Box de Abordagem 2.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 fará o balizamento para a parada
do segundo veículo, de modo que este pare a aproximadamente 3 (três)
passos do primeiro.
O PM Selecionador deslocará o cone 5 para a diagonal ao cone 4, fechando a
entrada dos Boxes de Abordagem; permanecendo próximo ao cone 5 com a
atenção voltada para o trânsito e para a abordagem do veículo.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 contornará o segundo veículo
por trás, abordando o condutor e procedendo à vistoria.
Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador;
primeiro em todos os ocupantes (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.02) e
depois no veículo (Manual Técnico-Profissional 3.04.04).

ATENÇÃO: O dispositivo de blitz da figura 3 é o padrão


para a operação. Todavia, devido às características da
via ou circunstâncias do tráfego, a viatura poderá ser
posicionada paralelamente à calçada.

39
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o condutor que foi


abordado, para fazer com que o seu veículo retorne à faixa de rolamento em
segurança. Verificará, através de contato visual com o PM Selecionador, as
condições do fluxo de tráfego e, no melhor momento, sinalizará para que o
condutor siga em frente.

Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador


recolocará o cone 5 em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras
5 e 6, e selecionará outro veículo.

3.6 Comunicações operacionais

Montado o dispositivo, o PM Comandante comunicará, via rede-rádio, ao


Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp.) ou correspondente
e ao Coordenador de Policiamento da área de atuação, o local, horário de
início, efetivo e objetivo da operação.

O PM Segurança deverá manter escuta ininterrupta das comunicações


operacionais, de modo a captar informações importantes para a segurança
do pessoal empregado, tais como: notificação sobre veículos roubados ou
furtados, veículos que se evadiram de outras intervenções policiais ou sobre
envolvidos em crimes. Essas informações serão repassadas, de imediato, a
todos os militares envolvidos na operação.

As comunicações administrativas que não forem urgentes, como o registro


de ocorrências, a relação de pessoas e de materiais apreendidos, a solicitação
de reboque, dentre outras, serão realizadas com o CICOp. ou correspondente,
preferencialmente, via telefone, para não sobrecarregar as comunicações na
rede-rádio.

Eclodindo alguma situação adversa, como desobediência, resistência,


tentativa ou consumação de fuga, o PM Comandante cientificará,
imediatamente, via rede-rádio, o CICOp ou correspondente e o Coordenador
do policiamento, e fornecerá informações para que as medidas de proteção
sejam adotadas, como o envio de unidades de apoio para o local, ou para que
sejam implementadas ações de cerco e bloqueio. No caso de prisões, estas
deverão ser executadas dentro dos parâmetros legais e com a preservação da
integridade física e dignidade do infrator.

40
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

O cuidado e a serenidade são essenciais ao realizar as comunicações na rede-


rádio. Muitos exemplos de ações mal sucedidas, já divulgadas na PMMG,
foram decorrentes de informações incompletas ou inadequadas transmitidas
por policiais de serviço. As mensagens alarmistas estimulam correria. Alardes
em casos como simples evasões de veículos já provocaram tensão exasperada
e uso inadequado de força, em situações não caracterizadas como crime, tais
como motoristas inabilitados ou sem documentação e outras infrações de
trânsito.

Para essas situações de veículos em fuga, o PM Comandante da blitz


comunicará na rede-rádio as informações, seguindo uma sequência lógica a
ser transmitida:

− CICOp, prioridade!

− Comunicação de veículo em fuga.

− Veículo (marca, cor, modelo) evadiu da rua ..., sentido ...

− Veículo com 1 (2, 3 ...) ocupante(s)

(citar as características observadas dos ocupantes).

ATENÇÂO: A disciplina nas comunicações por


rádio é responsabilidade compartilhada de
todos os policiais militares de serviço. Trata-se de
requisito indispensável para garantir a qualidade
da informação transmitida e a legalidade das
ações realizadas. Não seja alarmista! A segurança
dos demais policiais militares depende do seu
profissionalismo em comunicar-se pela rede-rádio.

41
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

O encerramento da blitz será realizado via rede-rádio ou por telefone (190),


devendo seu comandante comunicar ao CICOp. ou correspondente e ao
coordenador do policiamento a finalização e os resultados alcançados.

Nas operações das Unidades Especializadas, deve-se atentar para a


utilização de um Rádio Portátil HT na frequência da área de atuação, além do
acompanhamento da rede-rádio da unidade específica.

3.7 Busca

A realização de busca pessoal ou veicular na operação é uma decisão do


policial militar quando vislumbrar uma fundada suspeita, observando-se a
discricionariedade e o pleno exercício de sua autoridade legal.

A fundada suspeita constitui em pressuposto e requisito necessário à busca


veicular e pessoal realizada durante a blitz policial. A disposição inserta no
artigo 181 do Código de Processo Penal Militar (CPPM) com correspondência
semelhante no artigo 244 do Código de Processo Penal (CPP) determina a
busca pessoal diante da existência de fundada suspeita de que a pessoa
esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam
corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca
domiciliar7.2.

Conforme preconiza o artigo 180 do Código de Processo Penal Militar8,3“a


busca pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas, malas e
outros objetos que estejam com a pessoa revistada e, quando necessário, no
próprio corpo”.

O policial militar tem uma grande margem de análise subjetiva para identificar
essas situações. Não pode, entretanto, desprezar a existência de elementos
concretos e plausíveis para justificar uma busca. A decisão é tomada por
meio do desenvolvimento de competências, do tirocínio, da experiência e do
discernimento adquiridos pelo policial durante a sua carreira.

Procure ser discreto, oriente o cidadão, explique o que está fazendo, seja
compreensivo e procure contornar os eventuais conflitos, sem descuidar-se
de sua segurança e dos seus companheiros.

7 Artigo 244 do Decreto-Lei nº 3.689, de 03 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).


8 Artigo 180 do Decreto-Lei nº 1.002, de 21 de outubro de 1969 (Código de Processo Penal Militar).

42
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Com a finalidade de manter a postura mais técnica quanto ao emprego de


armas e evitar a exposição desnecessária durante a operação, apenas o PM
Segurança deverá empunhar o armamento portátil, ou de porte, de forma
ostensiva. Ressalva-se que todo policial militar deve ter atenção especial ao
princípio da segurança e manter-se vigilante nos pontos de foco e pontos
quentes.

Após decidir pela realização da busca nos ocupantes no veículo, evite


posicioná-los na pista de rolamento. Realize a busca de forma a evitar
constrangimentos e esteja atento às determinações do Manual Técnico-
Profissional 3.04.02.

A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo


abordado, por meio de revistas nos compartimentos suscetíveis a serem
utilizados para esconder objetos ilícitos. A busca estende-se a veículos
automotores e a quaisquer outros objetos que estejam com a pessoa, salvo
se constituírem domicílio. Veículos não são domicílios, por isso devem ser
alvo de revistas toda vez que houver fundada suspeita9.4.

A revista do veículo deverá ocorrer somente após o desembarque e a busca


pessoal de todos os ocupantes do veículo. Primeiramente, orienta-se realizar
a revista interna, para depois se realizar a revista externa (Figura 4).

Esteja atento para as seguintes orientações e procedimentos a serem


adotados nas buscas veiculares:

a) antes de iniciar a revista no veículo, pergunte aos ocupantes se


há objetos de valor (carteira, talões de cheques, joias, entre outros).
Se necessário, o policial militar recolherá os objetos na presença do
proprietário, repassando-os em seguida. Deverá ser mantida a atenção
para que o indivíduo não acesse armas ocultas;

b) convide o condutor, outro ocupante ou uma testemunha para


acompanhar a busca. Comece a busca pela vistoria interna, que se
iniciará pelo porta-malas, prossegue pela parte interna e finaliza-se na
região do motor (se for o caso);

c) a vistoria interna será realizada da seguinte forma:

t TPMJDJUFBPDPOEVUPSRVFEFTUSBORVFFBCSBWBHBSPTBNFOUF
9 A abordagem em ônibus, caminhões, trailers, motocicletas será tratada no MTP 4 Abordagem a Veículos.

43
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

a porta-malas, e proceda à busca, observando o assoalho, as


laterais, qualquer indício de pintura mal encoberta nos cantos,
o compartimento do guarda-estepe, entre outros;

t OP DPNQBSUJNFOUP JOUFSOP EFTUJOBEP BPT PDVQBOUFT EP


veículo, levante o vidro (se estiver abaixado), coloque uma
folha de papel atrás da numeração do chassi (gravada no
vidro), e confira o número existente com o documento;

t BCSBBQPSUBBPNÈYJNPFWFSJöRVFOPTDBOUPTBFYJTUÐODJB 
ou não, de pintura encoberta da veículo;

t CBMBODF MFOUBNFOUF B QPSUB QBSB WFSJöDBS  QFMP CBSVMIP  TF


existe algum objeto solto em seu interior;

t WFSJöRVF TF FYJTUF BMHVN PCKFUP FTDPOEJEP OP GPSSP EBT


portas. Siga o critério de bater com as mãos para escutar se o
som é uniforme;

t WFSJöRVFPQPSUBMVWBT RVFCSBTPM UBQFUFT FNCBJYPEPCBODP 


entradas de ar, cinzeiros, lixeiras, e todos os compartimentos
que possam esconder objetos ilegais;

t JOJDJFBWJTUPSJBOBQBSUFJOUFSOBUSBTFJSBEPWFÓDVMP EJWJEJOEPB
imaginariamente em lado direito e lado esquerdo. Observe os
assentos dos bancos, encostos, assoalho, lateral do forro;

t TBJBQBSBWJTUPSJBSPMBEPFTRVFSEPFWFSJöRVFPBTTFOUPEP
condutor em todo o seu compartimento (assoalho, lateral, teto,
atrás do assento);

t MPDBMJ[FPOÞNFSPEPDIBTTJ DPOGSPOUFPDPNBEPDVNFOUBÎÍP
e verifique se existem indícios aparentes de adulteração;

t DBTP MPDBMJ[F RVBMRVFS PCKFUP JMÓDJUP OP JOUFSJPS EP WFÓDVMP 


avise aos demais policiais militares.

d) para realizar a vistoria externa, inicie pela porta dianteira direita e,


após, a lateral traseira direita, traseira, lateral traseira esquerda, porta
dianteira esquerda, capô. Esteja atento para verificar:

44
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

t TFFYJTUFNBWBSJBTRVFJOEJRVFNBPDPSSÐODJBEFBDJEFOUFTEF
trânsito recente. Constatada avaria, verifique junto ao CICOp. se
há ocorrência de acidente ou evasão em que veículos tenham
empreendido fuga do local, e compare características;

t PVUSBTQFDVMJBSJEBEFTFYUFSOBTDPNPPMBDSFSPNQJEPEBQMBDB 
contornos irregulares das perfurações da placa, perfurações na
lataria por disparos de arma de fogo, entre outros.

Deve se proceder a busca com respeito ao patrimônio do abordado e com o


devido cuidado, para não danificar objetos ou partes do veículo, sendo que
os materiais retirados deverão ser recolocados no mesmo local, sempre que
possível.

Durante a busca veicular, o condutor do veículo e passageiros devem


aguardar sobre a calçada próximo à parte traseira do veículo. O PM Segurança
permanecerá atento ao comportamento dos ocupantes do veículo, enquanto
o PM Vistoriador realiza a revista.

Figura 4 - busca veicular após desembarque dos abordados.

45
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro105

O teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) é um dos recursos


utilizados para fins de aferição técnica se o condutor de um veículo
automotor encontra-se sob efeito de álcool em nível acima do permitido
pela legislação vigente. Caso o exame configure crime de trânsito, o policial
deverá adotar medidas administrativas (retenção do veículo, confecção de
AIT, recolhimento da CNH) e criminais (prisão do condutor).

No caso de recusa do condutor a ser submetido ao teste de alcoolemia, a


infração poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas
acerca dos notórios sinais de embriaguez. Tais sinais deverão ser descritos
na ocorrência ou em termo específico. O policial deverá registrar a recusa do
condutor em se submeter aos exames previstos no ordenamento jurídico
e descrever os sintomas que demonstram efeitos de álcool ou substância
psicoativa, tais como:
t FOWPMWFVTFFNBDJEFOUFEFUSÉOTJUP
t EFDMBSB UFS JOHFSJEP CFCJEB BMDPØMJDB PV PVUSB
substância psicoativa);
t RVBOUP Ë BQBSÐODJB  TF P DPOEVUPS BQSFTFOUB
sonolência, olhos vermelhos, vômito, soluços,
desordem nas vestes, odor de álcool no hálito;
t RVBOUP Ë BUJUVEF  TF P DPOEVUPS BQSFTFOUB
agressividade, arrogância, exaltação, ironia, falante,
dispersão;
t RVBOUP Ë PSJFOUBÎÍP  TF P DPOEVUPS BQSFTFOUB
desorganização espacial e temporal (exemplo: não
sabe onde está, horário ou data);
t RVBOUP Ë DBQBDJEBEF QTJDPNPUPSB F WFSCBM  TF P
condutor apresenta dificuldade no equilíbrio, fala
alterada.

Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo policial


militar, orienta-se ser considerado não somente um sinal, mas um conjunto
de sinais que comprovem a situação do condutor.

10 Texto adaptado das Resoluções do CONTRAN pertinentes à fiscalização de alcoolemia. Procedimentos


específicos deverão ser observados por meio dos documentos normativos expedidos pela PMMG.

46
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Os procedimentos descritos neste item recepcionarão eventuais mudanças


do ordenamento jurídico.

3.9 Evasão116

Durante a operação, situações de evasão podem ocorrer, geralmente, de três


maneiras diferentes:

a) Quem evitou a blitz


Ao visualizar a operação, o condutor pode evitá-la, simplesmente, parando
ou estacionando seu veículo ou fazendo conversão na via antes de chegar no
dispositivo policial. Nestes casos, se o policial militar perceber uma postura do
condutor que mereça uma atenção especial, fará uma avaliação sobre o melhor
procedimento a ser adotado, como por exemplo deslocar em supremacia de
força até onde o veículo foi estacionado para realizar abordagem; transmitir
as características do veículo, via rede-rádio, para possível abordagem por
outras viaturas no caso de fuga etc. Evite mensagens com conteúdo alarmista
na rede. Procure mobilizar somente os policiais militares necessários para
realizar a abordagem posterior. Alerte-os para procedimentos de segurança,
mas considere que pode ser apenas um condutor inabilitado.

Todavia, se o condutor evitar a operação, realizando manobras bruscas e


perigosas para evadir da blitz, orienta-se que sejam tomadas as seguintes
providências e precauções:

t QFÎB QSJPSJEBEF EF DPNVOJDBÎÍP F USBOTNJUB BT


informações, via rede-rádio, com tranquilidade. Evite
alarmismo que possa confundir e colocar em risco as
outras guarnições;
t NBOUFOIB B PQFSBÎÍP OP NFTNP MPDBM F OÍP
efetue disparos de qualquer natureza. A tentativa de
interceptar o veículo por meio de disparos na direção
dos pneus e motor é uma prática perigosa e ineficiente,
pois as chances de êxito são mínimas, consideradas
as condições em que ocorrem, e a possibilidade de
atingir uma pessoa inocente é muito grande (vítima
no porta-malas ou transeuntes);
11 Devem ser observados, em paralelo, os procedimentos prescritos pela Instrução Geral nº 3005/90
EMPM, principalmente no que se refere aos cuidados indispensáveis para a realização das perseguições e
acompanhamentos.

47
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

tBUFOUFQBSBPGBUPEFRVFBFWBTÍPQPEFFTUBSBUSFMBEB
a diversos fatores, inclusive condutor inabilitado ou
embriagado;

tTFQPTTÓWFM BEPUFQPTUFSJPSNFOUFPTQSPDFEJNFOUPT
de Auto de Infração de Trânsito (AIT).

b) Quem não respeitou a ordem de parada

Esteja bem atento com esta situação. Se o condutor não respeitou a ordem
de parada e empreendeu fuga, a possibilidade de estar em conflito com a lei
é grande. Por isso, a equipe deve transmitir rapidamente as características
do veículo (local, direção de fuga, marca, modelo, cor, placa e características
dos ocupantes) para o CICOp. ou correspondente, no intuito de que sejam
realizadas as ações de cerco, bloqueio e interceptação, nas principais rotas
de fuga e vias de acesso do local. Nesses casos, as providências e precauções
devem ser tomadas conforme a alínea anterior, no que for pertinente.

c) Quem parou e resolveu fugir em seguida

Além de observar as orientações constantes do tópico anterior, neste caso, o


risco de atropelamento de policiais militares da blitz é maior, tendo em vista
que o militar estará mais próximo do veículo, com condutor inicialmente
cooperativo e, que, bruscamente arranca com o veículo em fração de tempo
muito pequena. Mantenha-se atento, mesmo que o veículo abordado esteja
parado e desligado.

Caso seja possível identificar antecipadamente esta predisposição do


abordado de fugir ou dizer que simplesmente não permanecerá no local
(autoridades, pessoas alcoolizadas, entre outros), todos os policiais deverão
atentar para este evento, interromper as abordagens realizadas e adotar
posturas preventivas, tais como:

t BQPEFSBSTF EBT DIBWFT EF JHOJÎÍP EF NBOFJSB


discreta e rápida;

t CMPRVFBS öTJDBNFOUF B TBÓEB DPN DBWBMFUFT 


tambores, dentre outros;

t BEPUBS BT EFNBJT QSPWJEÐODJBT QPMJDJBJT RVF P DBTP


exigir (Auto de Resistência, AIT, prisão, entre outros).

48
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Diante de uma evasão ou agressão armada, os policiais deverão estar prontos


para rapidamente buscarem um abrigo, a fim de não serem atropelados ou
alvos dos disparos. A conduta apropriada é abrigar-se e, posteriormente,
avaliar o risco potencial (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.01) de danos
a terceiros no caso de fogo cruzado entre agressor e policiais. As vidas dos
policiais e dos cidadãos sempre serão prioridade.

Esse tema será retomado de forma mais detalhada no Manual Técnico-


Profissional 3.04.04 - Abordagem a Veículos e Manual Técnico-Profissional
3.04.05 - Escoltas Policiais e Conduções Diversas.

ATENÇÂO: Veículos que passam repetidamente ou


que estacionam voluntariamente nas proximidades
do local da blitz devem gerar suspeição. Os infratores
podem utilizar carros “escolta” para protegerem-se
da ação da polícia. considere que o perigo também
pode vir de outro veículo diferente daquele dque
esta sendo parado na pista pelo selecionador.

3.10 Emprego de armas de fogo

Durante as operações, os policiais devem ter cuidados especiais com o uso


diferenciado de força, principalmente no que se refere à utilização de armas
de fogo (dissuasivo e disparo), quando o emprego dos demais níveis de força
não forem suficiente para solucionar a intervenção. Observando preceitos
legais e técnicos (ver MTP 1), a utilização de armas de fogo durante a blitz
deverá seguir as seguintes orientações:

a) situação de normalidade (abordado cooperativo):

A pessoa abordada acata todas as determinações do policial durante a


intervenção, sem apresentar resistência (Classificação de risco nível I).

Os policiais com armamento de porte deverão manter suas armas nos


coldres, em condições de serem sacadas quando necessário. Somente o PM
Segurança manterá o seu armamento em posição de arma localizada ou
guarda baixa, conforme a categoria da blitz e as características do local,
quando não dispuser de armamento portátil.

49
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

O PM responsável pela resposta imediata nos casos em que a situação se


agrave deverá ser qualquer membro da equipe que estiver em melhor
posicionamento tático e em condição de agir prontamente. É importante,
portanto, que o PM Segurança, considerando sua função específica, procure
sempre a melhor posição para prover a proteção da equipe.

b) situação de resistência passiva

A pessoa abordada não acata, de imediato, as determinações do policial, ou o


abordado opõe-se a ordens, reagindo com o objetivo de impedir a ação legal.
Contudo, não agride o policial nem lhe direciona ameaças (classificação de
risco nível II).

Caso seja necessário empregar controle de contato, essa reação deverá ser
do policial que estiver melhor posicionado e que possua maior domínio das
técnicas de defesa pessoal policial. Assim como na situação de normalidade,
somente o PM Segurança manterá o seu armamento em posição de arma
localizada, guarda baixa ou guarda alta, conforme avaliação de risco. Os
demais deverão estar com as mãos livres para emprego de outros níveis de
força e algemação, se a situação se agravar.

c) situação de resistência ativa

Apresenta-se nas seguintes modalidades (ver Classificação de risco nível III,


Manual Técnico-Profissional 3.04.01):

t$PNBHSFTTÍPOÍPMFUBM

O abordado opõe-se à ordem agredindo os policiais


ou pessoas envolvidas na intervenção, contudo, tais
agressões, aparentemente, não representam risco de
morte.

Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o


policial quando este tenta aproximar-se para efetuar
a busca pessoal.

Em caso de reação do abordado que, em princípio,


não coloca em risco a vida dos policiais, a resposta
imediata será do PM que estiver mais próximo, ou

50
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

em melhor posicionamento tático. Apenas o PM


Segurança estará com a arma de fogo empunhada
em condições de uso. Desta forma, os demais policiais
permanecerão com as mãos livres para efetuarem a
imobilização e algemação do agressor.

t$PNBHSFTTÍPMFUBM

O abordado utiliza de agressão que põe em perigo de


morte o policial ou pessoas envolvidas na intervenção.
Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-
se em direção do policial e tenta atacá-lo.

Neste caso, a resposta imediata será do PM Segurança,


que estará com a arma em pronta resposta. A
primeira reação dos policiais deve ser voltada para a
preservação de suas vidas e dos cidadãos, por isso,
deverão procurar abrigo e somente disparar quando
presentes as condições elencadas na seção 6 sobre
uso de armas de fogo do Manual Técnico-Profissional
3.04.01.

Essas orientações são fundamentais para:

t FWJUBS B EFNPOTUSBÎÍP EFTOFDFTTÈSJB EF GPSÎB F B


consequente vulgarização do impacto desejado
quando todos os policiais retiram as armas do coldre
e as empunham, ou quando as apontam para o
abordado;

t QSPQJDJBS BP QPMJDJBM PQÎÜFT EF VTP EJGFSFODJBEP


desse nível de força aplicado a cada situação (arma na
posição 1, 2, 3 ou 4) (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.01);
t QSPQPSDJPOBS B QSFTFOÎB EF QPMJDJBJT DPN BT NÍPT
livres para ações (revistar, algemar, imobilizar, entre
outros) necessárias aos trabalhos da equipe;
t FWJUBS P SJTDP EF EJTQBSP BDJEFOUBM RVBOEP FYJTUFN
várias armas apontadas em um determinado local de
abordagem;

51
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

t FWJUBS B QPTTJCJMJEBEF EF GPHP DSV[BEP FOUSF PT


componentes da equipe quando da eventual ação dos
policiais, disparando suas armas para se defenderem.

Especial atenção deve ser dada quanto à direção dos disparos realizados
contra o agressor, bem como quanto às características técnicas do armamento
e da munição (calibre, potência e alcance) que é utilizado pelo PM.

O PM Segurança da blitz, caso seja necessário, poderá estar equipado com


uma arma portátil, dotada de bandoleira. Terá como benefício da utilização
desse armamento, o seu aspecto de impacto psicológico, inibindo uma
possível reação. A escolha desse armamento deve ser baseada nas suas
características técnicas de emprego, alcance útil e calibre da munição,
obedecendo às restrições de disparos principalmente no ambiente urbano.

Em relação às posições das armas 1, 2, 3 e 4, descritas na seção 7.2.3 sobre o


uso de arma de fogo, descritas no Manual Técnico-Profissional 3.04.01:

ATENÇÃO! Em relação às posições das armas 1, 2, 3 e 4, descritas


no (MTP 1), na seção 7.2.3 sobre o uso de arma de fogo, LEMBRE-
SE SEMPRE:

ARMA LOCALIZADA: possibilidade de ruptura da normalidade,


sensação que a situação pode agravar-se – RISCO NIVEL II;

ARMA EM GUARDA BAIXA OU ALTA: possibilidade de risco


à segurança do policial e terceiros (análise subjetiva) – RISCO
NIVEL II;

ARMA EM PRONTA RESPOSTA: está ocorrendo ameaça real à


segurança do policial e terceiros (percepção objetiva) – RISCO
NÍVEL III.

Em caráter complementar, proceder, conforme letra “e” da Seção 7.2.7 do


Manual Técnico-Profissional 3.04.01, no que for pertinente, como se segue:
Disparos de dentro da viatura policial em movimento ou contra veículos
em fuga: a regra é não atirar. Todavia, existem algumas circunstâncias
em que a vida do policial militar ou a de terceiros se encontra em grave e
iminente risco, como nos casos de atropelamentos ou acidentes intencionais
provocados pelo veículo em fuga (o motorista utiliza o veículo como “arma”).

52
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Estes disparos repre-sentam a única opção do policial para detê-lo. Nestas


situações, ele deve considerar as possíveis consequências (riscos) de disparar,
e sua responsabilidade na proteção da vida de outras pessoas, para isto
observará:
t FTUFTEJTQBSPTUÐNQPVDBFöDÈDJBQBSBGB[FSQBSBSVN
veículo e os projéteis podem ricochetear (no motor ou
nos pneus) ou atravessar o veículo ou, até mesmo, não
atingi-lo, convertendo-se em “balas perdidas”;
t TFPDPOEVUPSGPSBUJOHJEP FYJTUFVNSJTDPFMFWBEPEF
que ele perca o controle do veículo e cause acidentes
graves;
t FTUFT EJTQBSPT UÐN QPVDB QSFDJTÍP  B QPOUBSJB öDB
prejudicada pelo movimento do veículo e pelo balanço
provocado por ele, inclusive quando efetuados por
atiradores experientes;
t FYJTUFBQPTTJCJMJEBEFEFRVFWÓUJNBT SFGÏOT
FTUFKBN
no interior do veículo perseguido, inclusive dentro do
porta-malas;
t PT EJTQBSPT FGFUVBEPT QFMPT QPMJDJBJT QPEFN
provocar um revide por parte dos abordados,
incrementando ainda mais o risco para outras pessoas,
principalmente em áreas urbanas (balas perdidas). O
mais recomendável é distanciar-se do veículo em fuga
e, sem perdê-lo de vista, adotar medidas operacionais
para efetuar o cerco e o bloqueio. Recomenda-se,
ainda, solicitar reforço policial para que a intervenção
possa ser realizada com mais segurança.

ATENÇÃO! Policiais militares não deverão diparar


contra veículos que desrespeitem um bloqueio de
via pública, a não ser que ele represente um risco
imediato à vida ou à integridade dos policiais ou de
terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes
intencionais (o motorista utiliza o veículo como
“arma”).

53
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 4

PROCESSO DE
COMUNICAÇÃO
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é um dos fatores mais importantes nas


intervenções policiais. Se bem realizado, constitui um importante facilitador
do sucesso da abordagem e evita o emprego de níveis de força superiores,
facilitando o desempenho operacional.

A comunicação entre as pessoas é expressa por meio da linguagem falada


ou escrita (verbal) e por meio de gestos, sinais, expressões faciais, postura,
dentre outros (não verbal).

Ao policial militar cabe estar sempre atento à sua forma de se comunicar,


preocupar-se com as palavras utilizadas para que possa transmitir suas
intenções, e com sua postura na condução das ocorrências. Cabe também
se lembrar que o conjunto de condutas coerentes aos preceitos doutrinários
(Polícia Comunitária, Direitos Humanos e valores institucionais elencados na
Identidade Organizacional) traduz profissionalismo e transmitem segurança
ao abordado. A boa comunicação favorece a interação entre a polícia e a
comunidade e auxilia na condução das ocorrências policiais.

Por outro lado, posturas mais agressivas, como apontar o dedo indicador,
manter olhar sisudo, sustentar o bastão tonfa nas mãos de forma ameaçadora,
apontar ou empunhar a arma de fogo, desnecessariamente, causam
uma sensação de medo, ideia de brutalidade, falta de profissionalismo,
arbitrariedade, abuso, além de serem incoerentes com os princípios
doutrinários da PMMG.

4.1 Sinalização

Na orientação do trânsito, os policiais militares utilizam sinais regulamentares


para conduzir o veículo na direção do Box de Abordagem.

Os sinais de orientação são sonoros e gestuais e devem ser executados com


firmeza, correção, determinação e objetividade, qualidades obtidas por meio
de repetições e de treinamento. Uma sinalização executada de maneira
correta evitará que os condutores tenham uma interpretação equivocada
ou duvidosa quanto à obediência às ordens emitidas durante a fiscalização.
Desta forma, o PM Sinalizador não pode apresentar timidez, embaraço ou

57
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

dúvida na sua atuação. Deve utilizar a comunicação como ferramenta que o


auxilia na expressão da sua autoridade policial militar.

a) Sinais sonoros

Os sinais sonoros emitidos por meio de silvos de apito estão descritos no


QUADRO 1 abaixo, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Os sinais sonoros devem ser utilizados em conjunto com os sinais gestuais.

QUADRO 1: Sinais sonoros.

Sinal Significado Utilização

Um silvo breve Atenção SIGA. Liberar o trânsito em direção/sentido


indicado pelo agente
Dois silvos breves PARE Indicar parada obrigatória
Um silvo longo Diminua a marcha. Quando for necessário fazer diminuir a
marcha dos veículos.

Fonte: Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro e Resluções do CONTRAN.

b) Sinais gestuais

Os gestos correspondem a movimentos convencionais de braço, para orientar


e indicar o direito de passagem dos veículos.

As ordens emanadas por meio das sinalizações feitas pelos policiais militares
prevalecem sobre as regras de circulação e sobre as normas definidas por
outros sinais de trânsito, conforme QUADROS 1 e 2.

58
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

QUADRO 2: Sinais gestuais previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Sinal Significado

Ordem de parada obrigatória para todos os veículos.


Quando executada em interseções, os veículos que já se
encontrem nela não são obrigados a parar.

Ordem de parada para todos os veículos que venham de di-


reções que cortem a direção indicada pelos braços estendi-
dos, qualquer que seja o sentido do seu deslocamento

Ordem de parada para todos os veículos que venham


de direções que cortem a direção indicada pelo
braço estendido, qualquer que seja o sentido do seu
deslocamento

59
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Sinal Significado

Ordem de diminuição da velocidade.

Ordem de parada para todos os veículos aos quais a luz


é dirigida

Fonte: Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.

Os procedimentos para a parada do veículo no Box de Abordagem e seu


retorno à via são os seguintes:
tFTDPMIJEPPWFÓDVMPBTFSBCPSEBEP PPM Selecionador
determina aos veículos que diminuam a marcha,
emitindo, um silvo longo de apito, bem como
gesticulando a ordem de diminuição de velocidade;
t RVBOEP P WFÓDVMP TFMFDJPOBEP FTUJWFS QSØYJNP  P PM
Selecionador levanta o braço e efetua dois silvos
breves a fim de parar o trânsito de veículos. Em seguida,
por meio de gestos e apito (silvo breve), determina ao
condutor que se desloque para o Box de Abordagem.
t BQØT P WFÓDVMP B TFS BCPSEBEP BEFOUSBS OP Box de
Abordagem, o PM Selecionador deverá normalizar
o tráfego de veículos na via, emitindo um silvo breve e
gesticulando para que os condutores sigam em frente.

60
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Para fazer o veículo retornar à via com segurança, o PM Vistoriador deverá:


t PCTFSWBS P øVYP EF WFÓDVMPT F BHVBSEBS P NPNFOUP
mais seguro para a saída do veículo abordado;
tSFUJSBSRVBJTRVFSNBUFSJBJTRVFJNQFÎBNPVEJöDVMUFN
a saída do veículo (cones, cavaletes etc);
tQBSBSPUSÉOTJUPOBWJB BUSBWÏTEFHFTUPFEPJTTJMWPT
breves, caso seja necessário;
tFNJUJSVNTJMWPCSFWF PMIBSQBSBPDPOEVUPS BQPOUBS
para o sentido do fluxo de trânsito e indicar: “SIGA EM
FRENTE”.

4.2 Verbalização policial durante a blitz

Verbalizar significa expressar ou exprimir algo. A verbalização é a técnica


utilizada pelo policial militar durante sua atuação em intervenções,
abordagens a pessoas e vistorias de veículos, com a finalidade de emitir
orientações e ordens. Para cada tipo de operação e, dependendo do contexto
no qual ela ocorre, a verbalização varia em alguns aspectos, porém sempre
com o objetivo de possibilitar uma comunicação efetiva entre a polícia e o
cidadão.

Verbalizar corretamente minimiza os riscos e maximiza os resultados,


durante uma abordagem (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.01). Para uma
verbalização eficiente durante uma blitz policial, é imprescindível observar
os seguintes aspectos:
t FYQSFTTBS TVB JOUFOÎÍP EF GPSNB öSNF F TFHVSB 
demonstrando domínio técnico e influenciando para
que o cidadão acate as ordens e aceite as orientações
recebidas durante a abordagem;
t VUJMJ[BSMJOHVBHFNDMBSB QSFDJTBFPCKFUJWB GBDJMJUBOEP
a compreensão do cidadão acerca dos objetivos da
ação policial militar;
t WFSCBMJ[BSFNUPNEFWP[öSNFFSFTQFJUPTP
t GBMBS EF GPSNB QBVTBEB  QFSNJUJOEP Ë QFTTPB B
interpretação da sua mensagem;

61
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

t BWBMJBSTFPDJEBEÍPDPNQSFFOEFVBNFOTBHFN
t GB[FS VNB CSFWF MFJUVSB EB TJUVBÎÍP  BWBMJBOEP BT
características do abordado e adotando linguagem
coerente às condições dele, pois, o abordado poderá
ser um estrangeiro, ou pessoa com dificuldades
auditivas ou de fala. Nesses casos, orienta-se atentar
para a utilização de gestos e sinais que favoreçam a
compreensão de sua intenção;
t$6*%"%0"MHVNBTiFYQSFTTÜFTwQPEFNTFSEFTDPOIFDJEBT
para determinadas pessoas ou podem ter significados
diferentes em outras regiões, por isso seja flexível;
t KBNBJTVUJMJ[FHÓSJBT BQFMJEPTPVUFSNPTRVFQPTTBN
sugerir preconceito.

LEMBRE-SE: a utilização adequada da verbalização


ao longo de toda a intervenção policial reduz as
possibilidades de confronto.

Em circunstâncias especiais:

t $3*"/±"4POEFIBKBDSJBOÎBTOPJOUFSJPSEPWFÓDVMP P
policial militar, sem descuidar da segurança, verbalizará
de forma a evitar que os pais sejam constrangidos
perante os filhos. Orienta-se evitar exposição ostensiva
desnecessária de armas de fogo (armas empunhadas
ou apontadas). Além disso, deve observar a capacidade
de entendimento e interpretação das recomendações
e a própria ação policial em função das características
emocionais e psicológicas típicas de cada faixa etária
(criança e adolescente)12.2.

t *%0404 OB QSFTFOÎB PV OB BCPSEBHFN B QFTTPBT


idosas, cabe ao policial militar observar as possíveis
dificuldades de compreensão, locomoção, auditivas,
visuais, entre outras, tratando-os com consideração e
respeito13.3.

12 Conforme Estatuto da Criança e do Adolescente.


13 Conforme Estatuto do Idoso

62
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

t (36104 76-/&3«7&*4 BMÏN EF DSJBOÎBT F JEPTPT 


diante de outros integrantes de grupos vulneráveis e
minorias, orienta-se que o policial militar considere as
características individuais no processo de verbalização,
evitando situações que provoquem discriminações e
abusos, visando à proteção e prevenção à violação de
direitos (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.02).

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado

De modo geral, os tipos de comportamento a serem observados em um


indivíduo, ao ser abordado, são:

tDPPQFSBUJWP

tSFTJTUFOUFQBTTJWP

tSFTJTUFOUFBUJWP

É importante observar que o abordado pode iniciar sua atitude com diferentes
tipos de comportamento e, a partir de determinado momento ou evento,
poderá variar da forma resistente, para a cooperativa (ou o inverso), exigindo
do policial militar uma readaptação da sua linguagem, imediatamente (ver
Manual Técnico-Profissional 3.04.01).

Para otimizar a segurança e potencializar as ações, os policiais deverão manter


contato gestual entre si, sempre quando pertinente. Durante a realização de
uma busca, por exemplo, se for preciso um policial militar passar na frente
da mira da arma de quem executa a segurança ou cobertura, será necessário
gesticular, a fim de indicar a sua intenção. Somente após verificar a correta
compreensão da mensagem é que o policial militar deslocará e o outro
direcionará sua arma para uma posição segura.

4.2.1.1 Abordado cooperativo

O abordado cooperativo é aquele que acata a todas as determinações do


policial militar durante a intervenção, sem apresentar resistência (ver Manual
Técnico-Profissional 3.04.01). Nesse caso, cabe ao policial militar atentar para

63
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

os elementos da comunicação já descritos. Sugere-se, como referencial, o


seguinte diálogo:
— Bom dia! Eu sou o “Sargento ... (dizer posto /
graduação e o nome)”, da Polícia Militar (utilize o
complemento POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS,
caso esteja em operação próxima à divisa/ fronteira do
Estado).

— Tudo bem? Desligue o veículo e coloque suas


mãos sobre o volante (Os outros ocupantes também
devem colocar as mãos em local visível)

Aguarde a resposta do abordado, verifique se houve entendimento de sua


mensagem e qual o nível de cooperação demonstrado. Caso o abordado
mantenha-se cooperativo, dê continuidade ao diálogo:

— Esta é uma operação policial preventiva. O


procedimento durará apenas alguns minutos. Para a
sua segurança, siga minhas orientações, OK...?

Novamente, aguarde a resposta. No caso do abordado manter-se cooperativo,


mantenha-se no estado de alerta (laranja), advirta os demais integrantes da
guarnição e prossiga na abordagem, até que seja assegurada a minimização
do risco de porte de armas ou de possíveis reações do abordado.

Nesse momento da abordagem, a equipe policial militar estará atenta para os


seguintes aspectos:

t WFSJöDBS  SBQJEBNFOUF  TF FYJTUFN PVUSBT QFTTPBT F


objetos no interior do veículo;

t VUJMJ[BS P UJSPDÓOJP QPMJDJBM F BUVBMJ[BS B BWBMJBÎÍP EF


riscos para identificar possíveis práticas delituosas;

t EFDJEJSTPCSFBOFDFTTJEBEFEFWFSCBMJ[BSDPNPVUSBT
pessoas no interior do veículo, a fim de certificar-se
de que não esteja ocorrendo condução coercitiva de
algumas dessas pessoas por parte do motorista ou
dos ocupantes, a exemplo de sequestro, abuso de
inocência nos casos de crianças ou deficientes mentais
ou outras condutas criminosas mais graves.

64
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Caso não haja indícios das situações acima, dê sequência à abordagem ao


motorista:

— Qual o seu nome...?

(Aguarde a resposta. Caso o abordado não forneça o


nome, trate-o por cidadão. Se o abordado fornecer o
nome passe a tratá-lo da seguinte forma:)

— Senhor ... (nome), está portando a carteira de


habilitação e o documento do veículo?

(Aguarde a resposta.).

— Senhor ... (nome), lentamente, pegue os


documentos e me entregue. Não faça movimentos
bruscos.

Apenas os documentos devem ser aceitos pelo policial militar, ou seja, caso
estejam dentro de carteiras, bolsas ou outros porta-documentos que possam
conter dinheiro ou objetos desnecessários deve ser determinado ao condutor
que lhe entregue somente o que foi solicitado.

Após a entrega dos documentos, certifique-se de que o motorista recolocou


as mãos sobre o volante. Caso não o tenha feito, oriente-o novamente.
Em seguida, confira os documentos e solicite informações ao CICOp. ou
correspondente sobre prontuário e queixa-furto. Para isso, alerte o abordado
sobre seu procedimento, dizendo:

— Aguarde! Vou conferir os dados.

Durante a conferência dos dados, o PM Segurança estará no estado de


alerta (laranja) e manterá vigilância sobre os ocupantes.

Não será necessário realizar busca pessoal e veicular, se:

t BT JOGPSNBÎÜFT SFQBTTBEBT QFMP $*$0Q PV DPSSFT


pondente confirmarem os dados da documentação;

65
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

t TF OBEB DPOTUB FN SFMBÎÍP BP WFÓDVMP F TFVT


ocupantes;

t TF B WJTUPSJB JOJDJBM F BWBMJBÎÍP EF SJTDPT JOEJDBS RVF


não há indícios de fundada suspeição. Nesse caso,
dirija-se ao motorista, devolva-lhe a documentação e
informe-o sobre o andamento da abordagem.

— Senhor... (nome ou o trate por “cidadão”) a


documentação está correta. (tratar a pessoa pelo
nome que consta na identidade apresentada)

Caso haja criança(s) no veículo, cumprimente-a(s) com amabilidade e cortesia:

t0J UVEPCFN 

t2VBMPTFVOPNF 

t2VBOUPTBOPTWPDÐUFN 

Caso haja animais no interior do veículo, aproxime-se com cuidado e solicite


ao condutor que o controle.

Terminada a abordagem, explique ao cidadão sobre a importância da


pesquisa pós-atendimento que se seguirá:

t Senhor (nome)! A Polícia Militar realiza uma


pesquisa de pós-atendimento para verificação da
qualidade e aperfeiçoamento do nosso trabalho.

t 1SFDJTP RVF JOEJRVF P EJB EB TFNBOB  IPSÈSJP F


número de telefone, para que possamos entrar em
contato, sem que cause incômodo.

(Aguarde, anote a resposta, agradeça e despeça-se)

— Agradeço pela colaboração e conte com o nosso


serviço. Tenha um bom dia!
Na hipótese da verificação preliminar e avaliação de riscos levantar fundada
suspeita baseada na experiência e o tirocínio do policial militar, alertarem
para a necessidade de efetuar a busca no veículo ou no condutor e em seus
ocupantes, sinalize para o PM Segurança (gesto com as mãos simbolizando

66
Manual Técnico-Profissional 3.04.03
“suspeito”), que apoiará o desembarque e a busca pessoal e veicular (ver MTP
2 e 4).
Logo após, verbalize com os ocupantes:
— Senhor... (nome), será necessário que desça do
veículo.
t7BNPTEBSTFRVÐODJBËBCPSEBHFNQPMJDJBM
t 3FUJSF MFOUBNFOUF P DJOUP EF TFHVSBOÎB F
desembarque.
t "CSB B QPSUB F EFTÎB FN EJSFÎÍP Ë DBMÎBEB
acostamento.
Nesse momento, afaste-se, de modo a permitir que o cidadão abra a porta do
carro. Mantenha constante monitoramento dos suspeitos (principalmente das
mãos). A seguir, proceda conforme preceitua o MTP 1 – Intervenção Policial,
Verbalização e Uso de Força. Para isso, verbalize conforme a necessidade.
Sugere-se como exemplo:

— Será necessário realizar uma busca pessoal.

Se houver mais de uma pessoa no veículo, explique que todos deverão


desembarcar do veículo, um a um, para maior segurança.

Indique, a cada uma das pessoas embarcadas no veículo, quando deverão


descer e quais procedimentos deverão seguir, conforme os preceitos da
técnica policial militar. Todos os movimentos deverão ser orientados,
seguindo a sua verbalização.

Nos casos de busca pessoal, o PM Vistoriador, dialogará com o abordado, de


forma pausada e conforme a seguinte sequência:

— Coloque as mãos sobre a cabeça. Cruze os


dedos. Fique de costas para mim. Afaste os pés e
permaneça parado!

Se nada for constatado com a pessoa ou no veículo, encerre a abordagem e


inicie o procedimento para liberar o abordado.

Solicite ao cidadão seus dados para que possa ser realizada posterior pesquisa
de pós-atendimento, conforme já sugerido anteriormente.

67
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo

O abordado resistente passivo é aquele que não acata, de imediato, as


determinações do policial militar, ou opõe-se a ordens, reagindo com o
objetivo de impedir a ação legal. Contudo, não agride o policial nem lhe
direciona ameaças. Por sua vez, o abordado resistente ativo opõe-se à ordem
com comportamentos agressivos que podem representar risco de morte
para o policial ou pessoas envolvidas na intervenção (ver Manual Técnico-
Profissional 3.04.01).

No caso do abordado resistente, após realizar avaliação de riscos, o policial


militar deve mensurar e avaliar as atitudes e adaptar sua linguagem,
sendo mais imperativo e impositivo. Comunique imediatamente com
seus companheiros sobre o nível de reação do abordado, para que a força
empregada seja adequada, coerente com os princípios para uso de força,
com foco na segurança dos envolvidos na intervenção.

Considere que poderão existir diversas razões que levarão o abordado a


resistir de maneira passiva ou ativa às ordens dadas, por exemplo:

tRVBOEP OÍP DPNQSFFOEF B PSEFN FNBOBEB QFMP


policial;

tRVBOEPOÍPBDBUBTJNQMFTNFOUFQPSRVFRVJTEFTBöBS
a autoridade ou desmerecer a ação policial, tentando,
assim, expô-lo a uma situação humilhante frente ao
público, ou ainda, provocar o uso excessivo de força;

tRVBOEP CVTDB DPOTFHVJS B TJNQBUJB EF QFTTPBT B


sua volta, colocando-as contra a atuação da polícia,
assumindo assim uma posição de vítima;

tRVBOEP UFN BMHP QBSB FTDPOEFS BSNBT  ESPHBT 


outros) e busca distrair a atenção do policial;

tRVBOEPRVFSHBOIBSUFNQPQBSBGVHJSPVFOGSFOUBS
fisicamente os policiais, isto é, com resistência ativa.

68
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

O policial militar poderá verificar, por meio de verbalizações, se o abordado


compreende o que está sendo dito:

— Você está me entendendo?

ou

O que está acontecendo? Por que você não me


obedece?

ou

— Está tudo bem? Você está com algum problema?

Caso o abordado demonstre que entendeu as ordens, mas não as acatou,


o policial deverá adverti-lo quanto ao seu comportamento, esclarecendo
tratar-se de crime (desobediência, art. 330 do Código Penal Brasileiro) e que,
evoluindo o conjunto de recusa por sua parte, pode redundar em outros
crimes, tais como desacato, resistência ou agressão contra policiais.

— Obedeça! Desobediência é crime!

ou

— Cidadão, isto é uma ordem legal! Faça o que


estou mandando!

Caso o abordado resista, passiva ou ativamente, ao ser submetido à busca,


alerte-o sobre as consequências da desobediência à ordem legal. Persistindo
a desobediência, aja com superioridade numérica, isole-o dos demais, e use
o nível de força, conforme o nível da resistência, para compeli-lo a cumprir a
determinação legal (seguir os procedimentos contidos no Manual Técnico-
Profissional 3.04.01).

Se detectar algum objeto ilícito durante a busca pessoal ou constatar indícios


de infração penal, imediatamente, separe o suposto infrator dos demais
ocupantes do veículo e inicie uma busca minuciosa. Confirmada a situação
infracional e decidido pela condução, siga os procedimentos previstos no
Manual Técnico-Profissional 3.04.02 quanto ao uso de algemas (se necessário),
verbalização da ação e condução até o interior da viatura policial militar.

69
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Os policiais militares responsáveis pela condução deverão relacionar os


objetos ilícitos encontrados, qualificar o infrator e conferir o prontuário (caso
ainda não o tenha feito).

LEMBRE-SE: arrole e qualifique as testemunhas


da prisão efetuada, preferencialmente oriundas
do público presente que tenha visto o incidente
ou acompanhado a ação policial. Evite relacionar
policiais como testemunhas.

Conforme o artigo 5º da Constituição Federal sugere-se que sejam fornecidas


as seguintes informações para o caso de prisão em decorrência de flagrante
delito ou de mandado judicial:

— (Citar o nome da pessoa presa). Sou o ... (citar o


posto ou graduação e nome do policial condutor da
prisão).

— Você está preso pelo cometimento do crime de


... (citar o delito).

t7PDÐUÐNPEJSFJUPEFQFSNBOFDFSDBMBEP

t7PDÐUFNEJSFJUPBBTTJTUÐODJBEBTVBGBNÓMJBFEF
advogado.

— Você será encaminhado à delegacia... (citar o


local onde será feito o encerramento do BO/REDS)

— Na delegacia, sua família ou pessoa indicada por


você poderá ser comunicada.

É conveniente fazer perguntas ao revistado, tais como:

t1PSGBWPS DPOöSBTFVTQFSUFODFT

t 2VFS SFHJTUSBS BMHVN GBUP SFGFSFOUF B FTUB BÎÍP


policial?

70
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

No caso do abordado descer do veículo ou caminhar em direção à guarnição,


o policial deverá avaliar a situação conforme os preceitos de técnica
policial para conter e controlar a situação. Nessa hipótese, sugere-se como
verbalização:

t1BSBEP/ÍPTFBQSPYJNF

t"DBUFNJOIBTPSEFOT.BOUFOIBTVBTNÍPTPOEF
eu possa ver (Coloque suas mãos para cima!)

t/ÍPGBÎBNPWJNFOUPTCSVTDPT0CFEFÎBËPSEFN
policial!

t7PVFNQSFHBSBGPSÎB

4.3 Procedimentos específicos

Diante da diversidade de situações com as quais o policial pode se deparar


nas abordagens, é importante atentar para algumas especificidades de
ocorrências envolvendo autoridades ou tentativa de corrupção144por parte
do abordado.

4.3.1 Abordagem a autoridades

Caso o abordado se apresente como autoridade titular de prerrogativas ou


imunidades, proceda da seguinte forma:

tFTUBCFMFÎBVNEJÈMPHPJOJDJBMSFTQFJUPTPFBNJTUPTP
e utilize, de imediato, os pronomes de tratamento
adequados ao cargo ou à função alegados por ele;

tJEFOUJöRVFTF EJHBTFVOPNF QPTUPPVHSBEVBÎÍP F


explique que se trata de uma operação policial;

tEJHBMIF RVF QPS OÍP DPOIFDÐMP QFTTPBMNFOUF


será necessário que apresente a identidade funcional
correspondente.

14 Conforme artigo 7º do Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação da Lei – CCEAL e o
previsto no artigo 308 do Código Penal Militar (Crime de Corrupção).

71
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Nesse caso, é sugerida a seguinte verbalização:

tSenhor, (Embaixador, Juiz, Promotor, Deputado,


General, Delegado, etc.) eu sou o (posto ou
graduação, seguido de nome) estamos realizando
uma operação preventiva para a sua segurança.

t Necessito que o senhor apresente sua carteira


funcional.

Constatada formalmente a identificação da autoridade, segundo o grau de


imunidades e prerrogativas, o policial avaliará as circunstâncias, para ver se é

o caso de:

a) não prosseguir na abordagem;

b) prosseguir na abordagem, acionar quem de direito e adotar as providências


cabíveis, conforme cada circunstância observada.

Havendo indícios de suspeição, solicite a colaboração do abordado no sentido


de apresentar os demais documentos do veículo ou facultar a busca veicular.

Caso a autoridade se negue a apresentar sua carteira funcional, ou diante


situações mais graves de fundada suspeição, comunique o fato ao CPCia./
CPU, solicitando ao CICOp. ou correspondente a presença de representante
do órgão a que pertence a autoridade, para as medidas decorrentes. Nesse
caso, deverá dizer:

- Senhor... (nome com declinação do cargo alegado), necessito que aguarde


no local, pois o coordenador de policiamento já está a caminho para
solucionar esta situação.

Na solução dos conflitos ou desentendimentos que porventura possam


surgir, o policial militar buscará atuar com comedimento e profissionalismo,
evitando:

tEJTDVTTÜFTBDBMPSBEBT QSPWPDBUJWBT
DPSQPSBUJWJTUBT
e que se exponham ao público ou à imprensa;

tJNQPTJÎÍPEFBVUPSJEBEFTPCSFBVUPSJEBEF FNVNB
disputa desgastante para ambos.

72
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Conforme evolua a gravidade do incidente, as ações de contatos físicos ou


uso de equipamentos serão restritos à contenção da pessoa e à defesa dos
policiais militares.

Numa situação de descontrole emocional da autoridade envolvida, que


poderá utilizar a arma que porta para ameaçar a equipe ou empreender
fuga, deverá ser dada atenção especial à segurança dos policiais, do público
presente no local da ocorrência e do abordado, observando-se o uso
diferenciado de força (ver Manual Técnico-Profissional 3.04.01 – Intervenção
Policial, Verbalização e Uso de Força).

Em caso de envolvimento de policial civil, federal ou militar em ocorrência


policial de qualquer natureza, o centro de operações, o Centro Integrado
de Comunicações Operacionais (CICOp.) ou correspondente e a Central de
Operações da Polícia Civil (CEPOLC), ou correspondentes às forças armadas
e à polícia federal, deverão ser imediatamente acionados e o(s) envolvido(s)
apresentado(s) à autoridade competente.

As eventuais escoltas e conduções posteriores serão realizadas por integrantes


da própria Instituição a que pertencer o abordado. Na impossibilidade,
mediante prévia solicitação formal da respectiva chefia ou comando, a
condução poderá ser realizada em viatura da PMMG.

Na situação da autoridade querer forçar a saída da blitz antes da solução


final da ocorrência, deverão ser adotadas as medidas previstas no item
3.9 – Evasão.

A divulgação dos fatos aos órgãos de imprensa obedecerá aos preceitos


estabelecidos pelas normas da PMMG.

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção

Existem situações em que o abordado, para se ver livre de prisão ou sanção


administrativa, oferece alguma vantagem para o policial militar. Essas
tentativas podem ser feitas de inúmeras formas, mas o militar deve agir com
profissionalismo.

Em outros casos, a experiência policial nos mostra que o abordado, por se


sentir nervoso, ou por descrédito com os órgãos responsáveis pela aplicação
da lei, empregue termos, palavras ou gestos, de maneira que possam gerar

73
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

interpretações que configurem situação semelhante à citada acima, ou seja,


tentativa de corrupção.

Desse modo, pode ocorrer, por exemplo, a entrega de documentos (carteira


de habilitação, Certidão de Registro e Licenciamento de Veículo), com alguma
vantagem econômica, como quantia em dinheiro “deixada” intencionalmente
junto à documentação e entregue ao policial.

Nesses casos, o PM deverá confirmar sua suspeita, podendo manter o


seguinte diálogo:

— Senhor, por favor, retire os pertences particulares


e me entregue somente os documentos solicitados.

Há também os casos de insinuações feitas pelo abordado, utilizando falas do


tipo:

— É para o cafezinho!

ou

t%ÈQBSBSFTPMWFSEFPVUSBGPSNBFTUBTJUVBÎÍP

ou

t$PNPQPEFNPTBENJOJTUSBSFTTFQSPCMFNB

ou

t$PNPGPSNBEFBHSBEFDFSQFMPTFVTFSWJÎP

ou

t0TFOIPSNFSFDF

ou

t1FMBTVBFEVDBÎÍP

74
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

ou

— Este dinheiro estava aí dentro para o senhor!

ou

— Eu nem lembrava desse dinheiro, pode ficar com


ele!

ou

— É só um agrado, seu guarda!

Nessas situações, o policial militar pode usar as seguintes frases:

— Senhor, não estou entendendo sua pergunta/


colocação, por favor, repita!

ou

— Senhor, o que está propondo?

ou

— Senhor, o que está me dizendo?

ou

— Senhor, para que é este dinheiro?

Caso a conduta do abordado enquadre-se em crime de corrupção15,5,o policial


militar deve fazer valer os valores cultuados pela Polícia Militar, sobretudo
o da ética, transparência e justiça, devendo arrolar testemunhas idôneas e
adotar as medidas legais.

15 Conforme artigo 333 do Código Penal Brasileiro.

75
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

4.4 Orientações gerais

Em uma abordagem, o policial militar deve considerar:

a) diversas condições podem gerar insatisfação em uma pessoa abordada


em uma blitz policial; seja pelo atraso para comparecer a algum
compromisso, seja pelo constrangimento frente ao público do local
(às vezes vizinhos) ou aos demais passageiros do veículo (às vezes
familiares), ou ainda, pelo fato de o colocar na condição de suspeito.
Diante dessas situações, pode ser que o abordado tente argumentar
ou questionar a ação policial, o que não configuraria necessariamente
resistência, ou desacato. Nesse caso, seja tolerante, prudente e sempre
atento a sua segurança, avalie cada situação para melhor definir suas
ações;

b) nem todo cidadão se dispõe a colaborar espontaneamente. Mantenha


o controle da situação através da verbalização adequada e busque
identificar as possíveis razões pelas quais ele pode estar sendo
resistente. Fique atento para não se deixar levar por provocações e cair
em armadilhas do abordado que procura se vitimar diante da ação do
policial;

c) o abordado poderá ter dificuldades de escutar suas ordens, em


decorrência de barulho na rua, por estar com o aparelho de som
ligado, por ter problemas auditivos ou ainda por ser estrangeiro. Nessa
situação, determine a ele que desligue o som do veículo, seja tolerante
e expresse novamente sua intenção;

d) pessoas sob efeito de álcool ou drogas poderão ficar confusas e ter


dificuldades de entender suas colocações. Fique atento às reações
do abordado e com a segurança dele, da sua equipe e das pessoas
próximas da ocorrência;

e) a sua segurança e a da sua equipe são fundamentais. Assim, esteja


atento às diversas peculiaridades do ambiente no qual se desenrola a
operação policial e proceda sempre à avaliação de riscos (ver Manual
Técnico-Profissional 3.04.01);

f) se o abordado demorar a responder ou a acatar as determinações, mas


não manifestar resistência ativa, você deverá insistir na recomendação
dada, e repetir a ordem ou a pergunta por três ou mais vezes. A repetição

76
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

firme das ordens é uma técnica que demonstra a determinação do


policial e poderá superar a resistência inicial com profissionalismo;

g) caso o abordado não responda e se torne resistente, mantenha-se


atento e proceda da seguinte maneira:

t VUJMJ[F B DPNVOJDBÎÍP WFSCBM F OÍP WFSCBM DPNP


forma de auxiliar na verbalização;

t BEFRVF P WPMVNF EB WP[ F FNJUB PSEFN EJSFUB


alertando ao abordado quanto à prática de crime;

t SFTHVBSEF TVBT BÎÜFT BSSPMBOEP TF QPTTÓWFM 


testemunhas que estejam próximas ao local;

t VUJMJ[FSFDVSTPTUFDOPMØHJDPTRVFFTUFKBNËEJTQPTJÎÍP
para comprovar a atuação legítima do policial e
a resistência do abordado. É o caso de aparelhos
telefônicos celulares que tiram fotos, filmam, gravam
áudio, ou outros equipamentos similares. Na utilização
desses recursos, o policial deve ter cuidado de maneira
especial com relação à postura e segurança, de
maneira que não se torne vulnerável na intervenção.
Esses registros eletrônicos só poderão ser utilizados
de maneira oficial, sendo vedada a divulgação ou
distribuição à imprensa ou a outros órgãos.

Quaisquer desses fatores, mal trabalhados, podem levar o responsável pela


abordagem a fragilizar sua demonstração de autoridade.

77
REFERÊNCIAS

SEÇÃO 5

SITUAÇÕES
ESPECÍFICAS
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

Esta seção trata de duas situações que, em função de suas especificidades,


exigem orientações procedimentais específicas além das demais contidas
neste Manual Técnico-Profissional, a saber: a abordagem a motocicletas e a
realização de operação do tipo blitz policial em horário noturno.

5.1 Abordagem a motocicletas

Durante a realização da operação, inevitavelmente, será necessário efetuar


abordagem a motocicletas e seus ocupantes. Este procedimento será alvo
de maior atenção pela equipe, pois a experiência operacional mostra que
este tipo de veículo é largamente utilizado por infratores para a prática de
crimes, devido à sua mobilidade, agilidade no trânsito das grandes cidades e
dificuldade de identificação do rosto da pessoa devido ao uso de capacetes.

Ao proceder à abordagem a motocicletas, o policial agirá de maneira análoga


à apresentada para a abordagem de veículos de 4 (quatro) rodas e deverá
estar atento às seguintes orientações especificas:

a) o PM Selecionador deverá proceder com cautela e avaliar o risco


desta abordagem, considerando que a motocicleta tem sido o meio
mais utilizado para auxiliar na prática de delitos (ver MTP 1);

b) O PM Vistoriador realizará a abordagem pelo lado esquerdo dos


ocupantes da motocicleta, enquanto o PM Segurança ficará do lado
direito. Neste momento os militares observarão os pressupostos da
Técnica de Aproximação Triangular (TAT – MTP 02), monitorando as
mãos do motociclista e passageiro (se houver) – pontos quentes;

c) Será ordenado ao condutor que desligue a motocicleta e retire a chave


da ignição. Em caso de suspeição, será determinado que o condutor e
passageiro (se houver), coloquem as mãos apoiadas no capacete.

d) A busca pessoal, quando necessária, será realizada da seguinte


maneira: ao motociclista será dada ordem para descer do veículo e
colocar as mãos apoiadas no capacete. Caso haja um passageiro, este
será o primeiro a desembarcar e ficará de pé ao lado do veículo, com as
mãos apoiadas no capacete.

81
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

e) em seguida, o PM Vistoriador procederá busca pessoal no(s)


abordado(s), podendo ser na posição de contenção 1 (abordado em
pé sem apoio) ou na posição de contenção 2 (abordado em pé com
apoio – viatura ou parede), conforme MTP 02 e avaliação de riscos feita
pelos militares empenhados na operação.

f ) após a busca pessoal e não sendo detectada situação ilícita, os


procedimentos de fiscalização de documentos (motocicleta,
motociclista e passageiro), bem como a vistoria da motocicleta (lacre da
placa, debaixo do assento, compartimento etc) deverão ser realizados.

5.2 Blitz noturna

O período noturno propicia um ambiente favorável à ocorrência de crimes,


visto que a noite oferece uma sensação de camuflagem para os infratores, os
quais acreditam que a escuridão amplia a possibilidade de êxito de uma fuga
diante da ação policial militar.

ATENÇÃO: Não é recomendável, exceto em casos


extraordinários, a realização de operações tipo blitz
policial no período noturno com dois PM.

Por isso, a blitz, neste período deve ser planejada e executada com adoção de
procedimentos já descritos para a blitz diurna, porém com alguns cuidados
especiais, apresentados a seguir de modo a atender às peculiaridades
inerentes à uma operação noturna:

a) deve ser montada preferencialmente em local com boa iluminação


artificial e que proporcione segurança tanto no aspecto de visualização
do dispositivo montado, quanto nas condições de controle de
perímetro. Os locais que, diante uma situação adversa, poderão ser
fatores complicadores à atuação policial militar, devem ser evitados
como aqueles próximos a desfiladeiros, pontes, aglomerados urbanos,
rios, locais de grande concentração de pessoas, dentre outros;
b) a sinalização da via poderá sofrer algumas alterações para aumentar
a segurança dos envolvidos, pois desta forma é possível dar maior

82
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

visibilidade à blitz e evitar acidentes que envolvam a equipe policial e


os pedestres. Cones com dispositivo luminoso e balizadores manuais
luminosos poderão ser utilizados como meios de sinalização. Em casos
emergenciais, excepcionalmente, poderão ser utilizados outros meios
de fortuna, como pequenos galhos de árvore ;
c) os sistemas luminosos tipo giroflex garantem maior efetividade visual,
à distância, se as viaturas estiverem posicionadas longitudinalmente
em relação à mão de direção e de passagem dos veículos; logo, poderá
haver adaptação do posicionamento transversal descrito nos croquis
e a adoção de posição paralela ao meio-fio da rua, o que propiciará
maior visibilidade ao dispositivo da operação;
d) durante a abordagem noturna, tenha atenção redobrada, pois a baixa
luminosidade interfere diretamente na segurança do trânsito e na
identificação de possíveis ameaças; cabe ao policial militar se manter
no estado de prontidão adequado (ver Manual Técnico-Profissional
3.04.01) para esta situação, o que é uma medida de prevenção decisiva
para a segurança da equipe;
e) a utilização de lanternas e dispositivos de iluminação manuais para
esta operação é imprescindível, seja para a correta iluminação dos
abordados e monitoramento dos pontos de foco e pontos quentes (ver
Manual Técnico-Profissional 3.04.01) durante a abordagem, seja para
efetuar a busca no interior dos compartimentos do veículo;
f) ao proceder à abordagem no período noturno, o policial militar deve
agir de maneira análoga às situações apresentadas para as abordagens
citadas anteriormente, sempre atento às seguintes orientações
particulares:
t RVBOEP OÍP IPVWFS JOEÓDJP EF TVTQFJÎÍP  EJBMPHVF
e tranquilize o abordado de forma a evitar uma
expectativa negativa em relação à atuação policial;
t BPQSPDFEFSËQBSBEBEPWFÓDVMP TPMJDJUFBPDPOEVUPS
que apague os faróis, acenda a luz interna do veículo e
mantenha as mãos em local visível, preferencialmente
sobre o volante;
t TFPWFÓDVMPQPTTVJSQFMÓDVMBEFQSPUFÎÍP Insul-film),
afaste-se e, sem bater no vidro, solicite que o condutor
abra a janela lentamente. Informe ao condutor que

83
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

este procedimento será necessário para segurança


dos ocupantes e do próprio policial;

t VUJMJ[FVNBMBOUFSOBQBSBNFMIPSWJTVBMJ[BSPJOUFSJPS
do veículo, evitando apontar o foco da luz diretamente
para os olhos do condutor ou dos passageiros;

t FWJUFFYQPSTVBWJTÍPBPTMPDBJTEFGPSUFJMVNJOBÎÍP
(faróis), isto poderá interferir fisiologicamente na sua
percepção visual e identificação rápida de um provável
perigo.

84
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da


Operação
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

XXX BPM

RELATÓRIO DE OPERAÇÃO - BLITZ POLICIAL

1 Local (Rua/Av.):___________________________Número:__________

Bairro:____________________Referência: ____________________________

2 Ordem de Serviço: _______________ Número BO / BOS: ________________

3 Data/hora início: ________________ Data/hora término: ________________

4 Efetivo:

Número PM Nome - Posto/Graduação Função

5 Viaturas:

Prefixo Modelo Motorista

85
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

6 RECURSOS LOGÍSTICOS (Viaturas, armamento, rádios portáteis, coletes


balísticos, coletes refletivos, cavaletes, cones, apitos, pranchetas, planilhas
para registro, Lanternas, Bloco de AIT).

7 MONTAGEM DO DISPOSITIVO (Escolha do local, Condições de visibilidade,


posicionamento das viaturas, cavaletes e cones no dispositivo, segurança dos
policiais com relação ao trânsito, previsão de abrigos para policiais nos casos
de eventual emergência).

8 ABORDAGEM POLICIAL (Posicionamento, verbalização, Integração


comunitária, Postura e compostura dos policiais; preenchimento dos
formulários específicos da Operação).

86
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

9 EXECUÇÃO OPERACIONAL
Quantidade de veículos abordados: ________________________________

Quantidade de veículos vistoriados: ________________________________

Quantidade de buscas pessoais realizadas: __________________________

10 OCORRÊNCIAS REGISTRADAS (BO e BOS)


Número Natureza Resumo do fato Residência Prisão

11 OBSERVAÇÕES E SUGETÕES

ASSINATURA DO COMANDANTE DA OPERAÇÃO

87
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

Anexo “B” – Relatório da Supervisão da Operação

SUPERVISÃO DE OPERAÇÃO - BLITZ POLICIAL

1. Local: Número: Bairro Área BPM


2. Ordem de Serviço: Número do (BO ou BOS):
3. Data/hora início: Data/hora término: Efetivo: Viaturas (quantidade)
4. Comando da Operação Viatura(s) Prefixo(s):

VISÃO SISTÊMICA DA OPERAÇÃO BLITZ POLICIAL Assinale com um “X” SUA OPÇÃO
I R B MB O
Insuficiente Regular BOM Muito Bom Ótimo
(1) (2) (3) (4) (5)

1.1 Escolha do local de instalação da Blitz na via (curvas, aclives, declives, influência no tráfego).
1. MONTAGEM DO

1.2 Condições de visilibilidade e luminosidade do local.


DISPOSITIVO

1.3 Correto posiocionamento das viaturas, cavaletes e cones no dispositivo.

1.4 Segurança dos policiais no local Operação (previsão de abrigos / atençaõ à tentativa de atropelamentos.

1.5 Materiais e equipamentos disponíveis para a execução da Operação

2.1 Posicionamento correto dos policiais no dispositivo, para proceder a abordagem.

2.2 Observação das normas de segurança pelos polciais no momento da abordagem.


2. ABORDAGEM POLICIAL

2.3 Verbalização do policial durante toda a abordagem (firme, educado, cortês, conciso e objetivo).

2.4 Verificação dos documentos e realização de busca pessoal e veicular (se for o caso).

2.5 Integração comunitária em a comunidade próxima do local (cordialidade e simpatia do policial).

2.6 Preechimento de formulários específicos da Operação.

2.7 Postura e compostura dos policiais (apresentação pessoal, fardamento padrão, higiene).

3.1 Atuação específica do Selecinador (sinais de apito, gestos, seleção dos veículos).

3.2 Atuação específica do Vistoriador (Quanto à abordagem, vewrbalização, busca pessoal e vistoria no veículo).
3. EXECUÇÃO OPERACIONAL

3.3 Atuação específica do Segurança (Posicionamento, Atenção, Rede-Rádio, Armamento adequado).

3.4 Atuação específica do Comandante (Coordenação e controle de todas as atividades).

3.5 Motivação dos policiais para a operação (interesse, conhecimento, desenvoltura, disposição).

3.6 EPI previstos aos policiais (coletes balísticos e refletivos, armamento, lanternas, apito, prancheta).

3.7 Quantidade de veículos abordados X Período de Operação.

3.8 Quantidade de veículos abordados X Quantidade de veículso vistoriados (busca veicular e pessoal)

ASSINATURA SUPERVISOR

88
Manual Técnico-Profissional 3.04.03

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 9.503, 23 set. 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.


Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, 1997.

FRANÇA, Júnia Lessa. Manual para normalização de publicações técnico-


científicas. 8 ed. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2009.

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS. Manual de Prática Policial nº 1:


Abordagem, Busca e Identificação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.

_____________. Comando Geral. Diretriz Auxiliar das Operações (DIAO). Belo


Horizonte. 1994.

______________. Manual de Prática Policial, Volume 1. Belo Horizonte/Minas


Gerais, 2002a.

______________.Diretriz para a produção de serviços de segurança pública


nº 1 de 27 de março de 2002. Emprego da Polícia Militar de Minas Gerais na
Segurança Pública. Belo Horizonte, 2002b.

_____________. Diretriz nº 3.02.01/2009 – Regula Procedimentos e


Orientações para a Execução com Qualidade das Operações na Polícia Militar
de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009a.

_____________. Plano Estratégico da PMMG 2009-2011. Belo Horizonte:


Comando Geral, Assessoria da Gestão para Resultados, 2009b.

_____________. Intervenção Policial, Uso de Força e Processo de Comunicação


(Prática Policial Básica – MTP 1). Belo Horizonte, 2010a.

_______________. Tática Policial, Abordagem a Pessoas e Tratamento a


Vítimas (Prática Policial Básica – MTP 2). Belo Horizonte, 2010b.

______________. Abordagem a Veículos. (Prática Policial Básica – MTP 4).


Belo Horizonte, 2010c.

_______________. Abordagem a véiculos. (Prática Policial Básica – MTP 4).


Belo Horizonte, 2011.

89
PRÁTICA POLICIAL BÁSICA

ONU. Organização das Nações Unidas. Código de Conduta para os


Encarregados pela Aplicação da Lei (CCEAL). Res. 34/169, 1979.

Princípios Básicos sobre a Utilização da Força e de Armas de Fogo pelos


Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei (PBUFAF), 8º Congresso das
Nações Unidas – Havana, Cuba, 1990.

ROVER, Cees de. Princípios básicos sobre o uso da força e armas de fogo.
In: ROVER, Cees de. Para servir e proteger. Direitos Humanos e Direito
Internacional Humanitário para Forças Policiais e de Segurança: Manual para
Instrutores. 4 ed. Belo Horizonte: Polícia Militar de Minas Gerais, 2009.

90
Página: ( - 94 - )

( - SEPARATA DO BGPM Nº 63, de 22 de Agosto de 2013 -)

(a) MÁRCIO MARTINS SANT’ANA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

CONFERE COM O ORIGINAL:

NIULZA FERREIRA DE ALVARENGA MACIEL, MAJ PM


AJUDANTE-GERAL

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