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Assembleia Legislativa do Estado do Paraná

Centro Legislativo Presidente Aníbal Khury

SUBSTITUTIVO GERAL AO PROJETO DE LEI Nº 232/2020 e


anexos
Nos termos do art. 175, inciso IV, do Regimento Interno da
Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, apresenta-se Substitutivo Geral
ao Projeto de Lei nº 232/2020 e anexos, com seguinte redação:

PROJETO DE LEI
Estabelece medidas obrigatórias no
Estado do Paraná para o enfrentamento
da emergência em saúde pública,
enquanto perdurar o estado de calamidade
pública em decorrência da pandemia do
coronavírus SARS-CoV-2, e adota outras
providências.
Art.1º Fica obrigatório o uso de máscara pela população, em geral, nos
espaços abertos ao público, ou de uso coletivo, inclusive os comerciais,
industriais, bancários e as empresas que prestem serviço de transporte
rodoviário, ferroviário e de passageiros, no Estado do Paraná.
§1º Para fins do disposto no caput deste artigo deverão ser usadas pela
população em geral, preferencialmente, máscaras de tecido confeccionadas
de forma artesanal/caseira, utilizando-se na produção as orientações contidas
na Nota Informativa nº 3/2020 do Ministério da Saúde, e, destinando-se as
demais preferencialmente ao uso dos profissionais da área médica em
estabelecimentos de saúde e congêneres.
§2º São considerados também espaços de uso coletivo para fins do caput deste
artigo os veículos de transporte público coletivo, de táxi e transporte
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remunerado privado individual de passageiros, vias públicas, parques e


outros estabelecimentos congêneres.
Art. 2º Os estabelecimentos públicos, comerciais, industriais, bancários e as
empresas que prestem serviço de transporte rodoviário, ferroviário e de
passageiros, a que se refere o art. 1º desta Lei, ficam obrigados a fornecer,
gratuitamente, para seus os funcionários, servidores e colaboradores:
I - máscaras de proteção;
II - locais para higienização das mãos com água corrente e sabonete líquido
ou disponibilizar pontos com solução de álcool em gel a 70% (setenta por
cento).
III – luvas de proteção.
§ 1º. Cabe aos estabelecimentos dispostos no caput, exigir que todas as
pessoas, presentes nos estabelecimentos, incluindo o público em geral, usem
máscaras durante o horário de funcionamento do estabelecimento,
independentemente de estarem em contato direto ou não com o público.
§ 2º. Os pontos com solução de álcool em gel a 70% (setenta por cento),
disposto no inciso II, deverá estar disponível para o público em geral.

Art. 3º O não cumprimento do disposto nesta Lei poderá acarretar sanções


pecuniárias que poderão variar:
I- de 1 (um) a 5 (cinco) Unidades Padrão Fiscal do Paraná – UPF/PR para
Pessoas Físicas;
II- de 20 (vinte) a 100 (cem) Unidades Padrão Fiscal do Paraná – UPF/PR
para as Pessoas Jurídicas que descumprirem o disposto nesta Lei;
§1º o valor poderá ser dobrado em caso de reincidência, sem prejuízo
de outras sanções constantes em regulamentos específicos.
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§2º Os recursos oriundos da penalidade constante no caput serão


destinados às ações de combate à COVID-19.

Art. 4° O Poder Executivo regulamentará esta Lei para fins de assegurar a


sua fiel execução, definindo o órgão responsável pela fiscalização.
Art. 5º As obrigações instituídas pela presente Lei não isentam ou
desobrigam qualquer pessoa ou estabelecimento do cumprimento de atos
normativos anteriormente instituídos em decorrência da prevenção à
infecção humana pelo coronavírus SARS-CoV-2, exceto se lhes forem
contrárias.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos
até a data da revogação do Decreto nº 4.319, de 23 de março de 2020, que
declara o estado de calamidade pública no Estado do Paraná.
Curitiba, 22 de Abril de 2020.
DEPUTADO ESTADUAL
PAULO LITRO
JUSTIFICATIVA
O uso de máscara é mais um dos principais instrumentos de prevenção
à Covid-19, contribuindo na proteção individual e criando uma barreira para
se evitar a transmissão do vírus por vias aerossóis (espirro, tosse, saliva e
gotículas), tornando-se assim, equipamento imprescindível de contenção ao
contágio coletivo.
O simples ato de manter a boca e o nariz encobertos tem-se mostrado
eficaz, inclusive sendo recomendado pela Organização Mundial de Saúde
OMS, em situações de crise ocasionadas por doenças endêmicas, como
ocorre neste momento com a pandemia do coronavírus.
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Nesse sentido, o objetivo do Projeto de Lei é obrigar que todo


cidadão, independente de idade, utilize máscara ao sair de casa, ao deixar o
isolamento social, enquanto perdurar o Estado de Calamidade Pública
decretado pelo Estado do Paraná, ora reconhecido por este Poder
Legislativo.
Depreende-se, portanto, que a iniciativa proposta é relevante e urgente
no contexto atual, especialmente diante da possibilidade de colapso do
sistema de saúde em razão do aumento expressivo de casos que necessitam
de cuidados hospitalares. E, ademais, encontra-se em consonância com o
ordenamento jurídico pátrio, como veremos a seguir.
A Constituição Federal, em diversos dispositivos prevê princípios
informadores e regras de competência no tocante à proteção da saúde
pública, destacando, desde logo, no próprio preâmbulo a necessidade de o
Estado Democrático assegurar o bem-estar da sociedade.
Logicamente, dentro da ideia de bem-estar, deve ser destacada como
uma das principais finalidades do Estado a efetividade de políticas públicas
destinadas à saúde.
O direito à vida e à saúde aparecem como consequência imediata da
consagração da dignidade da pessoa humana como fundamento da República
Federativa do Brasil. Nesse sentido, a Constituição Federal consagrou, nos
artigos 196 e 197, a saúde como direito de todos e dever do Estado,
garantindo sua universalidade e igualdade no acesso às ações e serviços de
saúde.
Segundo o art. 196 da Constituição, a saúde é direito de todos e dever
do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos:
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“Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.”
Já o artigo 197, garante que as ações e serviços de saúde são de
relevância pública, cabendo ao Poder Público, nos termos da lei, dispor sobre
sua regulamentação, fiscalização e controle.
“Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.”
De igual maneira, temos o Código de Proteção e Defesa do
Consumidor, Lei Federal nº 8.0781, de 11/9/1990, ao instituir a Política
Nacional de Relações de Consumo, adota como objetivos básicos o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos e a melhoria de
sua qualidade de vida.
E a nível estadual o Código de Saúde do Estado do Paraná, instituído
por meio da Lei nº 13.3312, de 23 de novembro de 2001, estabelecendo
normas sobre a organização, regulamentação, fiscalização e controle das
ações dos serviços de saúde do Estado do Paraná, segundo disposição do
artigo 3º, a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, observadas as
normas de regulamentação, fiscalização e controles estabelecidas na

1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078compilado.htm
2 https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=359960
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Constituição Federal, na legislação federal, neste código, na legislação


suplementar estadual e municipal, a saber:
“Art. 3º. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada,
observadas as normas de regulamentação, fiscalização e controle
estabelecidas na Constituição Federal, na legislação federal, neste
Código, na legislação suplementar estadual e municipal.”
Assim sendo, a competência por ser concorrente da União e Estados
para legislar além da área da saúde (art. 24, XII, da CF) e Consumidor,
possibilitou a edição da Lei nº 13.979/20203, em âmbito nacional, a qual de
forma alguma, afastou a competência legislativa dos demais entes federados,
mas apenas “estabeleceu as orientações gerais, destacando a competência de
cada autoridade, a fim de que o território brasileiro adotasse com
uniformidade as medidas para o enfrentamento da emergência de saúde
pública decorrente do COVID-19”.
Nesta via da competência legislativa concorrente, cabe a Assembleia
legislativa do Paraná, com base no artigo 53, incisos XVI e XII, dispor sobre
todas às matérias de competência comum e concorrente da Constituição
Federal, em adequada redação do art. 53 da Constituição do Estado do
Paraná:
“Art. 53. Cabe à Assembléia Legislativa, com a sanção do
Governador do Estado, a qual não é exigida, no entanto, para o
especificado no art. 54, dispor sobre todas as matérias de
competência do Estado, especificamente:
XVI - matéria decorrente da competência comum prevista no
art. 23 da Constituição Federal;
XVII - matéria da legislação concorrente da Constituição
Federal.”

3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/L13979.htm
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Tanto é verdade que plenamente permitido ainda, além dos Estados,


aos Municípios, nos termos do artigo 30, incisos I e II, da CF a possibilidade
de suplementar a legislação federal e a estadual no que couber, desde que haja
interesse local; devendo, ainda, ser considerada a descentralização político-
administrativa do Sistema de Saúde (art. 198, CF, e art. 7º da Lei 8.080/1990),
com a consequente descentralização da execução de serviços e distribuição
dos encargos financeiros entre os entes federativos, inclusive no que diz
respeito às atividades de vigilância sanitária e epidemiológica (art. 6º, I, da Lei
8.080/1990):
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema
Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
b) de vigilância epidemiológica;
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços
privados contratados ou conveniados que integram o Sistema
Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as
diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal,
obedecendo ainda aos seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os
níveis de assistência;
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto
articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua
integridade física e moral;
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IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou
privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços
de saúde e a sua utilização pelo usuário;
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de
prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, com direção única
em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio
ambiente e saneamento básico;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais
e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da
população;
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de
assistência; e
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar
duplicidade de meios para fins idênticos.
XIV – organização de atendimento público específico e
especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em
geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento
psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade
com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013. (Redação dada pela
Lei nº 13.427, de 2017)
No que tange ao modelo de máscara pode ser confeccionado
artesanalmente com facilidade, com a utilização de pano e elástico, deixando
os demais modelos descartáveis disponíveis para utilização de profissionais
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da área médica que trabalham em hospitais e estabelecimentos de saúde


congêneres, sendo essencial que as pessoas que atuam na linha de frente
tenham à disposição o material básico para executarem suas tarefas.
Juntamente com as outras práticas necessárias, como o isolamento
social, o distanciamento de 2 m (dois metros) entre os cidadãos, a lavagem
constante das mãos com água e sabão e desinfecção com álcool em gel, o uso
da máscara de rosto é uma medida de fácil assimilação pela população e de
baixíssimo de custo.
A máscara tem ainda outra função positiva: dificulta que o usuário leve
as mãos à boca e ao nariz, membros da face que abrigam o vírus em suas
mucosas. Assim, reduzem as chances de que superfícies e objetos sejam
contaminados, colocando em risco a saúde de outras pessoas.
Sugere-se que, juntamente com a obrigatoriedade de uso da máscara,
seja feita ampla divulgação sobre a importância de adoção da medida,
inclusive alertando sobre medidas punitivas no descumprimento da lei
estadual – como advertências e multas, em caso de exposição coletiva ao não
a usar em transporte público municipal, intermunicipal ou interestadual.
Por fim, do ponto de vista legislativo /jurídico constitucional da
presente proposta, temos que a proteção da saúde e do consumidor é matéria
de competência legislativa concorrente, nos termos dos incisos V, VIII e XII
do art. 244 da Constituição Federal e legislação estadual e municipal, e assim,
pela concorrência em não haver norma explicita restritiva da competência
estadual e municipal, não há impedimentos ou reserva de matéria legal no

4 Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...);
V - produção e consumo;
(...);
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
(...);
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
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presente projeto, conforme assegurado pela Constituição Federal e Estadual


do Paraná, e em julgados do STF:
Nos casos em que a dúvida sobre a competência legislativa recai
sobre norma que abrange mais de um tema, deve o intérprete
acolher interpretação que não tolha a competência que detêm os
entes menores para dispor sobre determinada matéria
(presumption against preemption). Porque o federalismo é um
instrumento de descentralização política que visa realizar direitos
fundamentais, se a lei federal ou estadual claramente indicar, de
forma adequada, necessária e razoável, que os efeitos de sua
aplicação excluem o poder de complementação que detêm os
entes menores (clear statement rule), é possível afastar a
presunção de que, no âmbito regional, determinado tema deve
ser disciplinado pelo ente menor. Na ausência de norma federal
que, de forma nítida (clear statement rule), retire a presunção de
que gozam os entes menores para, nos assuntos de interesse
comum e concorrente, exercerem plenamente sua autonomia,
detêm Estados e Municípios, nos seus respectivos âmbitos de
atuação, competência normativa.
[RE 194.704, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 29-6-2017, P,
DJE de 17-11-2017.]
Desta forma, considerando a eficácia da utilização da máscara pelas
razões acima expostas, como forma de contenção à curva ascendente da
doença, conta-se com o apoio dos Nobres Deputados para a aprovação da
presente Proposição.

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