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Prof. Duarte Jr
OBJETIVO
Objetiva-se apresentar com base no Código de Defesa do Consumidor
dos contratos de adesão, disseminando cada ponto inerente ao assunto, tal
como a importância, origem, objetivo, características, dentre outros.
Abordam-se também as diversas cláusulas abusivas existentes no
ordenamento jurídico. Para tanto, faz-se breve comentário sobre a evolução
histórica desse instituto, citam-se princípios norteadores e dissecam-se as
principais modalidades contratuais, de forma a apresentar as cláusulas
abusivas existentes em cada um desses contratos.
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1 - A ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS
CONTRATOS DE ADESÃO
Desde os primórdios das civilizações, quando o homem passou a
relacionar-se e comunicar-se organizadamente, o contrato está presente para
celebrar as negociações realizadas, embora, não necessariamente de forma
escrita ou formal. Afinal, antes o contrato era realizado de maneira informal,
baseado meramente na confiança mútua (na palavra, no fio do bigode –
expressões usadas para definir o empenho em cumprir acordos realizados).
Desse modo, tem-se a imprecisão da demarcação de uma data específica para
o surgimento do contrato.
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1 - A ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS
CONTRATOS DE ADESÃO
Necessidade de se criar um meio para exigir o cumprimento.
Tal necessidade deu origem as diversas modalidades de contratação, inclusive
a denominada adesão (BITTAR, 1991).
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1 - A ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS
CONTRATOS DE ADESÃO
Contrato Negociado (Século XIX).
A revolução industrial.
Globalização.
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1 - A ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS
CONTRATOS DE ADESÃO
Ante a esse novo cenário que se delineava, fez-se cogente a criação de
respostas que pudessem atender eficazmente as novas necessidades; exigia-
se, pois uma contratação geral, rápida e com menor onerosidade. Origina-se
então a chamada massificação contratual ou padronização dos contratos
(MARTINS, 2002).
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2 - DA PROTEÇÃO CONTRATUAL COM BASE
NA LEI Nº 8.078/1990
Nos tempos atuais, com a massificação da produção e aumento da
comercialização, originou-se uma nova modalidade de contratação, conhecida
por contrato de adesão.
Neste tipo de contrato o fornecedor pré-define as cláusulas e as impõe
ao consumidor, restando tão somente a este último aceitá-las ou no caso do
não aceite desistir do negócio.
Por exemplo, contratos de transporte, contratos de seguro e contratos
bancários.
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2 - DA PROTEÇÃO CONTRATUAL COM BASE
NA LEI Nº 8.078/1990
Percebe-se, nesse sentido, um desequilíbrio na relação contratual, mais
designadamente, no que concernem as partes que a compõem. De modo que,
tornou-se característica vinculada às relações de consumo, a condição de
vulnerabilidade do consumidor ante ao fornecedor.
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2 - DA PROTEÇÃO CONTRATUAL COM BASE
NA LEI Nº 8.078/1990
Constituição Federal
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
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2 - DA PROTEÇÃO CONTRATUAL COM BASE
NA LEI Nº 8.078/1990
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
Art. 48 O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da
promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.
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2.1 - PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR
2.1.1 PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA E TRANSPARÊNCIA
O Princípio da Boa-fé objetiva, nesse sentido, exige-se que as partes da
relação de consumo pratiquem seus atos pautados na Boa-fé, ou seja, com
seriedade, veracidade, confiança, sinceridade, lealdade e transparência. A
boa-fé objetiva impõe limites à relação, tal princípio exerce, portanto, uma
função de controle, pautada na confiança de ambas as partes.
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2.1.1 - PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA E
TRANSPARÊNCIA
No que tange a transparência, Cláudia Lima Marques define como:
“Informação clara e correta sobre o produto a ser vendido, sobre o contrato a
ser firmado; significa lealdade e respeito nas relações entre fornecedor e
consumidor, mesmo na fase pré-contratual*, isto é, na fase negocial dos
contratos de consumo” (1998, p. 286).
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2.1.2 - PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DOS
CONTRATOS
O Princípio da Função Social dos Contratos origina-se da interpretação da
Constituição Federal, art. 5º, XXII que preceitua: “A propriedade atenderá sua
função social” e, também do Código Civil, art. 421: “A liberdade de contratar
será exercida em razão dos limites da função social do contrato”.
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2.1.3 - PRINCÍPIO DA INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA
O Princípio da Inversão do Ônus da Prova é um instituto que tem como
objetivo facilitar a defesa dos direitos do consumidor. Encontra-se legalmente
amparado pelo art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor. Todavia, para
que ocorra, a inversão do ônus da prova, é necessário haver a presença de
pelo menos um dos requisitos básicos, dentre os quais se enfatiza a
verossimilhança das alegações (verdade aparente presente no alegado pelo
autor) e a hipossuficiência do consumidor (condição desfavorável de
consumidor).
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2.1.3 - PRINCÍPIO DA INVERSÃO DO ÔNUS
DA PROVA
Obs: Não é automática. Tem que requerer.
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2.1.4 - PRINCÍPIO DA REVISÃO,
CONSERVAÇÃO E EQUILÍBRIO CONTRATUAL
Revisão: quando a obrigação já nasce desproporcional, ou quando se
torna desproporcional.
Exemplo: Leasing.
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2.1.5 - PRINCÍPIO DA VULNERABILIDADE
O art. 4º, I, do Código de Defesa do Consumidor;
Presunção Absoluta;
Todos os consumidores são vulneráveis, mas nem todos são
hipossuficiêntes (depende do juiz);
A vulnerabilidade pode ser:
a) Técnica (possuir informações técnicas sobre o produto/serviço);
b) Jurídica (não conhecimento dos seus direitos);
c) Fática (sujeição as condições do fornecedor);
d) Informacional (possuir condições gerais sobre o produto/serviço);
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.1 - ORIGEM
Com o passar dos anos, mais precisamente no final do século XIX a
sociedade evoluiu de forma acelerada, a quantidade de negócios aumentou
assustadoramente, a economia mudou e com isso veio à necessidade de
criação de uma modalidade contratual que pudesse tutelar esses negócios de
forma mais prática, contudo eficaz.
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.2 - CONCEITO
No próprio Código de Defesa do Consumidor, o legislador preocupou-se
em defini-lo, no art. 54, in verbis:
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
CARACTERÍSTICAS:
a) Uniformidade;
b) Generalidade;
c) Abstratividade;
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.4 - INSERÇÃO DA CLÁUSULA NO FORMULÁRIO PADRÃO
A inserção da cláusula no formulário padrão é assunto no parágrafo 1º do
art. 54 da Lei n. 8.078/1990 que explicita:
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.4 - INSERÇÃO DA CLÁUSULA NO FORMULÁRIO PADRÃO
Sobre essa disposição Rizzato Nunes Filho (2002) clarifica que a intenção
da norma é clara, pois ainda que uma ou mesmo algumas cláusulas sejam
introduzidas no contrato de adesão, previamente definido, não há que se falar
em desqualificação do contrato de adesão. Mesmo em situações onde a
cláusula adicional tiver sido precedida de negociações.
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.5 - ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE ADESÃO
Sobre o assunto, encontra-se amparo legal no § 3º do art. 54 do CDC que
clarifica:
Art. 54
[...]
§ 3º – Os contratos de adesão escritos serão redigidos
em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis,
cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de
modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (grifo
nosso).
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.5 - ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE ADESÃO
Contudo, para a adequada interpretação do referido artigo importa
relacioná-lo com o disposto no art. 46 do mesmo instituto que preceitua:
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.5 - ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE ADESÃO
Por sua vez, o artigo supramencionado possui conexão com o art. 30 da
mesma lei que assim dispõe:
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.5 - ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE ADESÃO
Desse modo, com base na leitura conexa dos artigos anteriormente
mencionados da referida legislação, entende-se que os contratos adesivos
deverão conter termos claros, caracteres ostensivos e legíveis, sendo sua
elaboração direcionada pelos princípios contratuais.
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3 - CONTRATO DE ADESÃO
3.7 - CONTRATO “DE” E “POR” ADESÃO
Contrato de adesão: elaborado Poder Público, onde resta ao consumidor
à aceitação ou não do contrato, não havendo, portanto, a possibilidade de
alterar suas cláusulas. Presente o monopólio.
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4 - CLÁUSULAS ABUSIVAS MAIS COMUNS EM
ALGUNS CONTRATOS DE ADESÃO
Código de Defesa do Consumidor
Art. 51 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre
o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser
limitada, em situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou que sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
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4 - CLÁUSULAS ABUSIVAS MAIS COMUNS EM
ALGUNS CONTRATOS DE ADESÃO
Código de Defesa do Consumidor
Art. 51
[...]
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
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4 - CLÁUSULAS ABUSIVAS MAIS COMUNS EM
ALGUNS CONTRATOS DE ADESÃO
Código de Defesa do Consumidor
Art. 51
[...]
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou
a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
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CONCLUSÃO
Globalização, busca do maior lucro;
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CONCLUSÃO
Assim, espera-se manifestar um sentimento de mudança, não só na
ótica de quem analisa os contratos de adesão como também uma mudança
daqueles que elaboram este tipo contratual. Esta mudança de
comportamento deve pautar-se no respeito aos princípios da boa-fé e
equilíbrio contratual, das leis específicas e do ordenamento jurídico como
um todo. Pois, com o passar dos tempos, por óbvio, a sociedade evolui e
com ela as necessidades e ao seu passo o Direito.
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MUITO OBRIGADO!
@DuarteJr_
Duarte Jr
Duarte Jr
hduartejr@hotmail.com