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EPILEPSIA

Depois de receber uma consulta sobre epilepsia idiopática decidi


lançar mais um artigo no meu site, esclarecendo dentro dos possíveis
algo sobre epilepsia na sua generalidade. É uma enfermidade que se
vai alastrando, e que a meu ver nesta actual humanidade desenfreada e
confusa é sobremaneira salutar parar-se um pouco e apercebermo-nos
com algum conhecimento dos males que vão minando a alma humana!
A Epilepsia pode considerar-se como uma anomalia cerebral com
crises que se definem como deficiências neurológicas transitórias
provocadas por uma actividade eléctrica anormal no cérebro.
As actividades, os pensamentos, as percepções e as emoções
resultam normalmente da excitação eléctrica regulada e ordenada das
células nervosas do cérebro.
A causa principal da Epilepsia consiste em descargas eléctricas entre
algumas dessas células nervosas. Também traumatismos cranianos, e
em alguns adultos tumores no cérebro podem estar na origem da
doença. Não esquecer que causas profundamente psíquicas, devido
muitas vezes a estruturas ambientais desequilibradas, onde
continuadamente gritos e conflitos ainda mais gritados em fúrias de
agressividade imperam, podem afectar a fragilidade da massa
encefálica, mal protegida pela fraca consistência da massa craniana,
logo nas primeiras infâncias. Mas em alguns casos a causa não chega a
ser conhecida. Quando a causa específica não chega a ser conhecida a
epilepsia é denominada idiopática. A meu ver todos os fenómenos a
todos os níveis são efeitos de causas … mesmo que a mente humana
ainda não tenha atingido o conhecimento de muitas causas!… Há
casos muito raros em que uma criança com menos de seis meses pode
ter um ataque epilético, que, por vezes é tomado erradamente por outra
situação médica.
Embora a epilepsia seja mais considerada como hereditária, desde há
muito sabe-se que pode também ter causas traumáticas, e afecta cerca
de 5 pessoas em cada 1000. O distúrbio tem geralmente início na
infância ou na adolescência, mas se houver percepção do facto,
submetendo essas crianças e jovens a terapias adequadas superam a
epilepsia e não requerem medicação. Esta doença pode apresentar-se
sobre duas formas fundamentais: as crises generalizadas e as crises
parciais. As primeiras originam perdas de consciência, afectam todo o
organismo, e podem surgir em qualquer ponto duma extensa área
cerebral.
As variantes das crises generalizadas são conhecidas como crises de
"grande mal" e as de "pequeno mal".
Durante uma crise de "grande mal" há
perca de consciência e todo o corpo torna-se
rígido, e surgem depois contracções
intermitentes dos membros. Por vezes pode
ocorrer um grito inicial, a respiração parece
cessar ou torna-se muito irregular durante a
crise. Por fim os músculos relaxam e pode
surgir incontinência fecal ou urinária. Depois
de algum tempo, o doente vai tomando
consciência, fica primeiramente confuso,
pode ter dores de cabeça, ou uma grande
necessidade de dormir, e normalmente não
se recorda de nada do que lhe aconteceu. São
crises convulsivas.
O "pequeno mal" é caracterizado por ausências; normalmente há
uma momentânea perda de consciência, que por vezes é muito curta
em que o paciente não se apercebe de nada. Esta situação é muito mais
frequente nas crianças, na puberdade em que a criança ou o jovem
durante o episódio de alteração de consciência permanece com um
olhar fixo e vazio não se observando espasmos nem convulsões. Por
exemplo num período de ausência, uma criança pode continuar a fazer
o movimento da escrita, mas sem realmente formar letras. Umas das
formas de diagnosticar a epilepsia é através do electroencefalograma,
que nem sempre é suficiente para o diagnóstico.
Os epiléticos estão geralmente aptos a trabalhar, mas o distúrbio
mental pode alterar e mesmo limitar a escolha da profissão, levando-os
a viver na maior parte do tempo de Vida descontentes, desconfiados e
por vezes conflituosos!
A epilepsia provoca muitas vezes a modificação do carácter, grande
excitabilidade, irritabilidade, agressividade quando são contrariados
nas suas vontades, nas suas ideias, mas apresentam lentidão de
reacções, e diminuição de faculdades mentais. O exemplo mais célebre
do génio epilético foi o soberbo escritor russo Dostoievski.
As crises parciais em que se pode manter o
nível de consciência são originadas por
lesões numa área do cérebro mais limitada
como por exemplo a epilepsia do lobo
temporal. No entanto embora estas crises
tenham início numa área cerebral mais
específica, o distúrbio eléctrico pode
espalhar-se e afectar todo o cérebro humano
tornando-se numa crise generalizada.
A propósito da epilepsia do lobo temporal é considerada aquela em
que se verificam as descargas eléctricas anormais no cérebro limitadas
ao lobo temporal.
A causa principal é a existência num dos lobos temporais duma área
afectada que actua como um foco potente no desenvolvimento das
descargas anormais eléctricas. A lesão pode ser provocada por
traumatismo de nascimento, tumor cerebral, ou acidente vascular
cerebral.
As pessoas afectadas por epilepsia do lobo temporal padecem de
estados oníricos, que vão desde a perda parcial da consciência, a uma
situação de desatenção, e desconcentração quase total. A pessoa
afectada pode fazer coisas de que não se recorda, e mesmo se alguém
fizer alusão às situações observadas, nega-as compulsivamente
alegando que não fez, que não disse … etc.
É tremendamente difícil ter um contacto assíduo com este tipo de
doentes.
Também há a considerar que esta doença afecta com frequência
indivíduos dotados de aptidões notáveis.
Temos como exemplo a coragem e o génio de Vicent Van Gogh.
Nos últimos 10 anos da sua vida dedicou-se à pintura. Um homem
excêntrico, frequentemente desagradável trabalhou incessantemente. A
doença de Van Gogh nunca foi correctamente diagnosticada durante a
sua vida, mas tem sido analisada posteriormente por numerosos
especialistas. Uma das teorias actualmente avançadas, é que ele não
sofria de loucura, mas de epilepsia temporal, que se caracteriza
também por perturbações emocionais, perceptivas e psicomotoras. Há
a considerar que existem também descargas eléctricas no interior dos
centros sensoriais e de emoção que podem provocar comportamentos
anómalos e violentos seguidos de amnésia.
Van Gogh vivenciou no seu infortúnio doentio uma combinação de
sofrimento e simultaneamente de esperança que ele expressa numa
linguagem sem par das cores, das texturas e das formas, que legou ao
mundo, perfeitamente visível nos seus quadros, em especial no quadro
"Corvos sobre campo de trigo". É considerado o último dos seus
quadros, onde parece anunciar o seu suicídio que o levou com toda a
sua genialidade aos 37 anos.

Pode-se combater a epilepsia com os normais fármacos


psiquiátricos, mas também com saudáveis e eficientes produtos
naturais e as indispensáveis psicoterapias, especificamente as
psicoterapias de relaxamento com musicoterapia suave e
descontrainte; Yogoterapia direccionada à enfermidade e estou
convencida por experiência própria profissional que em alguns casos é
possível fazer desaparecer esta enfermidade. Além destas
psicoterapias, que são as mais eficientes nesta doença, há outras a
acrescentar conforme a situação de cada doente. Sobre este assunto
poderia ensinar muitas técnicas, mas já vai demasiado longo o artigo.
Actualmente parece cada vez mais crescente o número de crianças e
jovens afectados por várias perturbações desrítmicas, paroxísticas,
neste torvelinho humano, que vive correndo desenfreadamente …
Porquê?! Para quê?! Para onde?! tornando tantas crianças e jovens
profundamente infelizes numa angustiante solidão afectiva e numa
revolta contínua. Se têm tudo a nível material, por vezes demais, se os
pais lhes dão tudo, perguntam-se eles: "Porque são os filhos
problemáticos?". Estes são as principais vítimas! Muito mais teria para
dizer, mas já vai muito extenso o artigo. Obrigada pela paciência.

Fala-se muito por aí em manias e fobias, mas duma forma tão leve e linear!!! Na
verdade abundam nesta época conturbada e confusa em que a consciência real dos
factos fica para além da consciência real de cada um! Vou tentar resumir o mais e o
melhor que me for possível o que na verdade psíquica significa cada uma.

As Manias são desordens mentais que se podem manifestar pela repetição


impulsiva de actos esquisitos como por exemplo: a mania de cuspir
repetidamente, a mania da perseguição em que o indivíduo se sente
frequentemente perseguido por intenções e actos dos que o rodeiam; a mania
das limpezas que pode conduzir a uma fobia escravizante. Há pessoas que
vivem mortificadas limpando, limpando o que muitas vezes está limpo, vendo
sujidade insuportável na mais pequena poeira. A mania de limpar as maçanetas
das portas que leva à fobia dos micróbios e doenças por eles produzidas
(nosofobias). É bom salientar que as manias quando muito agravadas podem
tornar-se em obsessões fóbicas.
A mania das limpezas conduz a pessoa ao extremo, de, por mais cansada que
esteja, não se deita para descansar, porque não consegue dormir sem limpar o
que a sua mente doente considera menos limpo e sem cumprir os afazeres a que
se propôs como necessários ao dia de trabalho doméstico. Limpam e arrumam
constantemente numa ansiedade sem tréguas. Segundo vários psicanalistas e
após investigações profundas neste sentido, não é o exterior que está sujo, mas
as profundezas da mente. Limpam afanosamente o exterior, porque na realidade
desejam desesperadamente limpar o interior. Pessoas que têm a mania de
constantemente pretender mudar o "visual", e pouco depois já não se sentem
confortáveis, e vão comprar roupas, mudar o penteado, transformar,
transformar, quando a nível inconsciente há uma ansiosa e premente
reclamação duma mudança e transformação interior. Outras mudam os móveis
da casa numa canseira de encontrar o equilíbrio e a estética que procuram; a
mudança e a estética que inconscientemente reclamam é no Eu interior. Não se
encontram, há uma desorientação profunda na actividade psíquica de que não
têm consciência.
As manias podem em casos limites levar a certas formas de psicose que são
designadas por maniaco-depressivas. Tanto as manias como as fobias são
angustiantemente escravizantes.
As Fobias são mais graves e são consideradas neuroses de obsessão. A Fobia é
acompanhada dum medo exagerado e persistente que não tem limites em
relação às causas que o produzem. Medo dos bichos, como cobras, ratos, certos
insectos, etc; medo do escuro; medo de andar na rua; medo de andar de avião, e
medos apavorantes de fazer curtas viagens de carro; medo mórbido e aterrador
que acompanha a Vida de ser enterrado vivo; medo apavorante da morte que
não deixa viver um segundo; medo do contágio dos micróbios; etc … pois o
exército de medos é confrangedoramente quase ilimitado. Os perigos que
parecem provir desses medos de seres, objectos ou situações, mascaram por
vezes um perigo simbólico.
Um exemplo esclarecedor deste simbolismo é-nos dado pela primeira criança
que foi psicanalizada por Freud. O pequeno Hans sentia um medo angustiante
dos cavalos, embora lhe despertassem também um interesse muito vivo. Pela
psicanálise Freudiana demonstrou-se que o cavalo simbolicamente tinha
tomado o lugar do pai e a fobia era motivada pela angústia do medo da
castração com que o pai parecia ameaçá-lo. O cavalo tornara-se para o pequeno
Hans o símbolo do pai, ao mesmo tempo motivo de interesse, mas temido e de
certo modo rejeitado. Qualquer fobia gera uma angústia que ultrapassa de longe
o perigo real que as situações possam implicar. É muito difícil dizer qual é o
objecto exacto da fobia, porque a fobia pode mascarar de facto um perigo
simbólico. No entanto o fóbico vive angustiantemente aterrorizado por perigos
que criou imaginariamente ao longo do agravamento dum processo neurótico,
que pode conduzir a uma neurose fóbica-obsessiva. Tanto as manias como as
fobias são mais ou menos graves manifestações neuróticas.
Há vários tipos de fobias, sendo talvez a mais conhecida e falada a
Claustrofobia, que gera uma angústia tremenda que o indivíduo sente em
lugares fechados. Segundo a psicologia Junguiana, o medo aterrorizante que
domina a pessoa que se sente fechada pode-a levar a cometer os actos mais
alucinantes e está relacionado com o nascimento. Várias investigações provam
que está relacionado com a estreiteza da vagina, que comprime, pressiona e
causa profundo mau-estar à criança quando nasce, confundindo-se então com a
angústia do bebé ao passar por um canal tão estreito, e o desejo irreprimível de
voltar à segurança do ventre materno. Esta ambivalência agrava a fobia. Se
posteriormente a formação e o desabrochar do Ser fôr de descompressão, de
descontracção, de libertação, esta fobia dilui-se. Na verdade a claustrofobia está
basicamente no fenómeno do nascimento, que causas posteriores, num processo
neurótico, e por ab-reacção psicológica leva o indivíduo a potencializar a
vivência claustrofóbica. Esta fobia de pavor angustiante também se pode
manifestar nas multidões, como por exemplo num meio de transporte cheio de
pessoas, onde o claustrofóbico se sente apavoradamente aprisionado. Até numa
densa fila de carros numa ponte se pode processar o mesmo efeito.
A Agorafobia, que é a angústia inversa da claustrofobia, que é o medo de
espaços abertos e amplos. O pavor angustiante não se relaciona com o lugar em
si mesmo, mas com algo como enfrentar o desconhecido sem limites para ele, e
o angustiado atacado deste género de fobia não quer deslocar-se sem ajuda ou
sem direcção num espaço aberto. Este medo do desconhecido fá-lo sentir
desesperadamente por vezes perigos imprevisíveis, que mesmo no horizonte
amplo do alto duma montanha pode sentir tremenda falta de ar.
Há inúmeras fobias causadoras de grande sofrimento, e investigações profundas
das neuroses que envolvem fobias e também manias revelam quase sempre
impressões gravadas no passado. O medo é sem dúvida uma forma de
objectivar angústias.
Estas são as mais conhecidas fobias embora outras existam como:
i. Algofobia – medo da dor;
ii. Altofobia – medo das alturas;
iii. Antropofobia – medo de enfrentar a sociedade que leva o indivíduo a
trágicas solidões;
iv. Decidofobia – medo de tomar decisões numa insegurança desesperante;
v. Gerontofobia – medo de envelhecer … e até do convívio com pessoas
idosas;
vi. Necrofobia – o terrífico medo da morte e até dos mortos;
vii. Nosofobia – pode iniciar-se com a mania dos micróbios, e lentamente
conduz o indivíduo à fobia marterizante do medo de adoecer, e leva a
pessoa a tratar-se de doenças que não tem, em alguns casos duma
determinada doença que o obceca;
viii. Obesofobia – medo de engordar, o que se pode tornar uma obsessão;
ix. Pantofobia – medo de tudo;
x. Pedofobia – rejeição e desagrado em relação às crianças, e até medo
talvez perante o trabalho e a responsabilidade que representam;
xi. Talassofobia – medo das águas, rios, etc;
xii. Teofobia – medo de desagradar a Deus, medo de pecar, o que se pode
tornar uma obsessão fanática;
xiii. Zoofobia – medo dos animais.
Depois com toda a minha boa vontade esclarecerei o que são processos
neuróticos perfeitamente generalizados nas sociedades desencontradas em que
vivemos!

Distúrbios da Personalidade
A Personalidade

Novamente um artigo científico! A ciência procurou e cada vez mais através


dos tempos, debruçar-se em estudos e investigações sobre os mistérios da
actividade psíquica do homem.

Neste "Presente" em que os distúrbios da personalidade


são cada vez mais acentuados, provocados pela
desorganização mental de sociedades cada vez mais
desequilibradas, que dão ao mundo crianças, pequeninos
seres indefesos, sem lhes ser dado condições de
adquirirem mecanismos de defesa e de orientação
psíquica que os possa conduzir (na sua maior parte) a
humanos tranquilos, pacíficos, harmoniosos e
equilibrados! Tenho muitas consultas através da Net
sobre os mais variados distúrbios da Personalidade, Uma criança, na sua
portanto proponho-me a fazer vários artigos que me adaptação ao mundo
levarão algum tempo de investigação mais profunda para exterior, sofre
melhor esclarecimento de quem quer aprender. Primeiro muitos choques
procurarei dar uma noção tanto quanto possível correcta psicológicos, como
do que se entende por Personalidade. por exemplo o
temível primeiro dia
na escola ...
Para os médicos e psicólogos na sua generalidade a palavra Personalidade
corresponde a padrões persistentes de comportamentos, pensamentos e
sentimentos que as pessoas seguem durante a Vida. É óbvio que a maneira
como as pessoas se comportam depende de inúmeros factores. Os traços mais
profundos e persistentes da personalidade, aqueles que nos caracterizam
durante a infância até ao fim da Vida e que dificilmente conseguimos
modificar, apesar de todas as circunstâncias que vamos vivendo são aqueles
que adquirimos geneticamente. Por exemplo ser-se emocionalmente estável ou
instável poderá estar condicionado pela actividade do tipo do sistema nervoso
simpático que herdámos (e como se sabe este sistema controla a tensão arterial,
a frequência cardíaca, a respiração, etc.), embora possam existir factores de má
orientação psíquica que provocam situações emocionais semelhantes. Outros
aspectos da nossa personalidade são modelados por acontecimentos externos e
resultam sobretudo da nossa aprendizagem e adaptação ao mundo externo.
Segundo o grande psicólogo, e profundo pensador Carl Jung a personalidade
saudável é aquela que consegue o equilíbrio entre o consciente e o
inconsciente, entre a Vida interior e exterior. Mais que qualquer outra escola
psicológica, a psicologia analítica de Jung busca a unidade do indivíduo no
mais profundo de si mesmo, com uma técnica que conduz à individuação. A
Personalidade saudável é "Una" e dependemos em proporções angustiantes de
um funcionamento pontual do nosso psiquismo inconsciente, dos seus
referentes e das suas falhas ocasionais. Portanto a personalidade de cada
indivíduo apresenta traços próprios, ou seja modos originais de perceber e
reagir ao mundo exterior, que se repetem em múltiplas situações ao longo da
sua Vida que de certo modo o individualizam e o distinguem das outras
pessoas. É só quando esses traços da personalidade se acentuam demasiado,
tornam-se incoerentes, inflexíveis, desadaptados à realidade habitual,
prejudicando o bem-estar pessoal, familiar ou social do indivíduo,
apresentando até formas diversas de actuar perante as mesmas situações, é que
se considera que há um distúrbio de personalidade.

Diz-nos Jung: "Uma personalidade é um todo vivo e


individual, único e autómato, que se vai construindo a
partir do nascimento, por uma integração dinâmica de
factores orgânicos, intelectuais, éticos, afectivos e
sociais".

A personalidade na sua origem supõe, desde logo, a ideia de uma pessoa que
não deixa de ser o que é, que é a mesma no espaço e no tempo, que mantém a
identidade para consigo e a diferenciação para com os outros. Quando se fala
de personalidades fortes e personalidades fracas, refere-se, a que as primeiras
são pessoas de comportamentos solidamente não contraditórios, e as
personalidades fracas são pessoas de comportamentos bastante irregulares.
É interessante saber que podemos relacionar a personalidade à saúde física,
pois a "personalidade é para a psicologia analítica a totalidade dos atributos
psicológicos", resultando dos distúrbios psíquicos várias psicossomáticas. Um
estudo efectuado nos anos 60 diferenciaram personalidades do tipo A das
personalidades do tipo B. Depois mais tarde profundas investigações
concluíram que pessoas com personalidade do tipo A (ambiciosas, agressivas,
impacientes) eram mais propensas a ataques cardíacos que as do tipo B (mais
passivas, flexíveis e depressivas).
Posteriormente procurou-se a "característica tóxica" do tipo A e concluiu-se
que a hostilidade, os ressentimentos, rancores, o cinismo, a falsidade, a inveja,
o egocentrismo, o egoísmo são as principais toxinas do tipo da personalidade
A. O paradigma do tipo A é referenciado o executivo masculino, de nível
elevado, no apogeu da carreira, entre os 40 e cinquenta e poucos anos. Este é o
mais significativo referencial do tipo da personalidade A, mas não é exclusivo.
Na massa humana que abunda no planeta há muito mais e em muitas mais
situações tipos de personalidade do tipo A. Quanto a possíveis ligações entre a
Personalidade e as doenças, investigações recentes têm trazido resultados
diversos, e provas de que os indivíduos possuidores de certos traços neuróticos
da personalidade como a ansiedade, as angústias que tanto torturam, o
pessimismo, a hostilidade, a rigidez com intolerância e inflexibilidade, a
insociabilidade têm fortes probabilidades de adoecer com certa gravidade aos
quarenta e poucos anos. Esta ligação não se dá com nenhuma doença
específica, mas com a falta de saúde em geral, salientando-se as mais correntes
psicossomáticas: asma, ulceras pépticas, enxaquecas, e doenças cardíacas e
cardio-vasculares.
Depois … enviar-vos-ei os mais correntes distúrbios de personalidade … muito
em breve. Não façam muitas perguntas, porque as respostas são encontradas
nos extensos esclarecimentos que vos dou. Todos poderemos remover
"esquemas velhos" como "folhas mortas" desde os primórdios das nossas
infâncias mal orientadas e a maioria numa repetição das formações
antecedentes, porque os progenitores não aprenderam mais, exigindo e não
entendendo nem acompanhando as mudanças que se operam ao longo dos
anos. É imprescindível, humanamente necessário dar àqueles a quem damos o
"existir" dar-lhes a Vida no real sentido de Viver!

Distúrbios da Personalidade do 1º grupo:


Distúrbio da personalidade do tipo Esquizóide

Depois de vos dar algumas noções do que se entende por Personalidade vou finalmente
escrever sobre os seus distúrbios mais correntes, embora muito resumidamente.
Considera-se uma personalidade perturbada ou em distúrbio quando os traços da
personalidade da pessoa se tornam rígidos, excessivos, excêntricos e desadequados,
impedindo uma adaptação saudável às mudanças do ambiente e um bom relacionamento
interpessoal. Uma personalidade em distúrbio, desadaptada, provoca sempre um mau
estar familiar, profissional e social, além dum angustiante sofrimento pessoal. As áreas
perturbadas da personalidade começam por se manifestar na adolescência e persistem na
Vida adulta, provocando maior ou menor grau de incapacidade pessoal e social e
agravando-se consideravelmente em situações de maior stress. O diagnóstico do
distúrbio da personalidade implica uma avaliação do funcionamento do indivíduo nos
seus múltiplos e variados aspectos e a longo prazo, não se limitando a episódios
patológicos isolados.
Há a considerar 3 grandes grupos de distúrbios da personalidade, e a cada um pertencem
vários tipos específicos.
Primeiro grupo – a este grupo pertencem indivíduos caracterizados essencialmente por
possuírem pensamentos estranhos, comportamentos excêntricos, e uma mórbida
tendência ao isolamento. Aqui se inserem os Paranóicos que na generalidade vivem de
suspeitas e desconfianças infundadas, os Esquizóides são emocionalmente frios e têm
dificuldade em estabelecer relações sociais, e as Personalidades esquizotípicas têm
comportamento e funcionamento próximo da Esquizofrenia embora menos acentuado e
limitante.
Comecemos por analisar os tipos do 1º grupo em pormenor.

Distúrbio da personalidade do tipo Esquizóide

É caracterizado por dificuldade de relacionamento com os outros e o


indivíduo sentir sempre dificuldade no bom desempenho nas actividades
sociais.
Os traços esquizóides de personalidade revelam-se desde a infância e os
indivíduos são solitários, estranhos, têm poucos amigos ou até nenhum; são
excêntricos, pouco simpáticos, por vezes carrancudos e nutrem pouco ou
nenhum afecto, assim como respeito pelos outros.
São normalmente pessoas desinteressantes, inconstantes, incoerentes, e
desinteressadas nas actividades do dia a dia. Os psicanalistas acreditam que
esta perturbação da personalidade resulta duma relação mãe-filho instável,
insegura, precária e muito pouco natural. Cerca de 10% das pessoas com
personalidade do tipo esquizóide poderão vir a desenvolver uma
esquizofrenia. Acontece que a Personalidade esquizóide agrava-se com o
tempo, quando não devidamente tratada e segue-se naturalmente a
esquizofrenia. Afirma a grande cientista Dra. Barbara Ann Brennan "que é
possível que a primeira experiência traumática, no esquizóide se registou
antes do nascimento, ou por ocasião dele ou ainda nos primeiros dias de
vida". O trauma costuma centrar-se em redor de alguma hostilidade
recebida directamente, ou de um pai que não deseja o filho, ou ainda o
trauma durante o processo de nascimento como a mãe que se desliga do
filho emocionalmente fazendo-o sentir-se abandonado, sentimento que o
acompanha se sentir na mãe esse contínuo desapego. Sua falha fundamental
passa a ser o medo, medo até de não ter o direito de existir.

"A nível do corpo, o resultado é um corpo que


parece uma combinação de peças, não firmemente
unidas nem integradas" afirma-nos ainda a Dra.
Ann Brennan; e ainda "estas pessoas são
normalmente altas e magras, e em alguns casos têm
corpos pesados" devido também a pesadas tensões.
"Um dos ombros pode ser maior que o outro; a
cabeça frequentemente mantém-se inclinada de um
lado com uma expressão vaga no olhar como se a
pessoa estivesse parcialmente em outro lugar".

Quando bebé, a personalidade esquizóide sentiu a hostilidade directa pelo


menos de um dos pais, dos quais dependia a sua sobrevivência. Essa
experiência deu início ao seu terror existencial, o que lhe vai ocasionar mais
tarde uma grande dor ao aperceber-se que a pessoa necessita em absoluto
duma ligação afectuosa e nutritiva com os outros seres humanos. Mas
depois com os seus terroríficos medos, a sua solidão não foi capaz de criá-la
na sua vida. São pessoas com insucessos nas relações sociais e afectivas,
pelo que podem ter graves dificuldades no emprego e tormentoso
relacionamento com alguns elementos de família. Quando a hostilidade se
torna num ódio rancoroso contra esses elementos ou algum dos elementos
entrou certamente na Esquizofrenia.

Esquizofrenia
A Esquizofrenia destrói não só a vida dos doentes como a dos familiares
mais chegados. No mundo ocidental a Esquizofrenia é responsável por 50%
das admissões nos hospitais psiquiátricos. Há quem confunda os
esquizofrénicos com as vítimas dos distúrbios de personalidade múltipla.
A American Psychiatric Association distingue ainda a esquizofrenia dos
distúrbios da personalidade esquizóide ou esquizotípicos, porque estes além
do já descrito, implicam características e comportamentos bizarros e têm
graves dificuldades no relacionamento interpessoal, indiferença pelos
outros, pouca ou nenhuma afectividade, desconfiança extremamente
exagerada, crenças esquisitas, estranhas, mas não apresentam delírios que
começam a surgir quando a doença se aproxima da esquizofrenia nem
apresentam tão profundas incoerências de pensamento. Os esquizofrénicos
podem sofrer de alucinações auditivas, delírios (o que mais tarde explicarei),
imaginação … Eles criam como imbatíveis situações reais, falsas e por vezes
irreais convicções, como sentirem que estão a ser controlados por algo ou
alguém, sem tal acontecer, ou até … quando chegam a um estado
extremamente grave de loucura acreditam que lhes foi dada a missão de
salvar o mundo da guerra nuclear!!!…
Riem-se nos funerais ou quando os outros choram de sofrimento, choram
quando os outros riem. Outros ainda têm dificuldade de executar as tarefas
mais simples, ou são incapazes de falar coerentemente. Inicia-se geralmente
entre os 15 e 25 anos nos homens, e geralmente 5 anos mais tarde nas
mulheres. É de evolução muito prolongada e vai conduzindo à deterioração
mais ou menos grave na personalidade e em qualquer desempenho social.
Acabam por perder com o tempo a motivação, e a capacidade de atenção, de
concentração, de raciocínio lógico e ficam incapazes para desempenhos
profissionais ou sociais. Muito se tem estudado e investigado sobre as causas
da esquizofrenia e existem várias teorias que a investigação científica
procura cada vez mais esclarecer e clarificar.
Os estudos actuais sugerem que a doença está ligada a desequilíbrios
bioquímicos do cérebro. Outras causas podem ser factores hereditários,
infecções virais, stresses muito graves, lesões cerebrais da infância,
anomalias do sistema imunológico, e também relações sexuais parentais
precoces como incestos, violações forçadas muito perturbadas; esta causa é
mais um factor que uma causa única. Provavelmente a etiologia, isto é, as
causas mais profundas e remotas dos processos que geram a esquizofrenia
são multifactoriais, pelo que é imprescindível cada doente investigar o
conjunto de factores implicados, para se poder organizar um plano
terapêutico adequado.
O diagnóstico de esquizofrenia deve ser feito ao longo dum período contínuo
pelo menos de seis meses ou mais e especialmente com a quebra da realidade
do doente com evidência da fragmentação e deterioração da personalidade
em qualquer altura da vida do doente.
Tentei resumir o máximo para não tornar tão extenso o artigo. Continuo a afirmar que
entrei nos distúrbios da personalidade, pela insistência que me são postas e em número
bastante considerável, sobre estes temas.
Pensei que seria aconselhável, visto a insistência e o número de pessoas a pedirem para
falar em vários distúrbios, que decidi pedir-lhes paciência e esperarem que eu faria
artigos mais completos e esclarecedores não só sobre o distúrbio mencionado por cada
um, mas numa exposição mais completa ao longo de vários artigos.
Por favor não ponham questões, pois não é possível curar ou melhorar este tipo de
doentes, pelo menos os do 1º grupo com respostas escritas que são sempre longas e não
conduzem a um tratamento adequado. É com psiquiatria e técnicas psicoterápicas
indicadas pelo médico, além de fármacos indispensáveis.
Para o próximo artigo continuarei com os distúrbios do 1º grupo. Falta esclarecer o que
é a Paranóia, uma doença também bastante desagradável.

Distúrbios da Personalidade do 1º grupo:


Paranóia

Eis mais um distúrbio de personalidade do 1º grupo, a meu ver de 1º grau.


É considerada uma doença psiquiátrica cuja característica central é um delírio
(ideias falsas) bem organizado?! (explicarei à frente o que é um delírio) e
geralmente com teor repetitivo. As ideias falsas persistem no tempo e são
contraditórias às evidências da realidade, mas que não desorganizam
completamente a personalidade e o funcionamento do indivíduo como na
esquizofrenia. A paranóia também designa a mania da perseguição.
O tipo mais comum destes distúrbios mentais é o delírio paranóide em que o
indivíduo se sente especialmente perseguido e ameaçado por outros – a terrível
mania da perseguição que consome e destrói.
No paranóico um sistema delirante amplo e desfasado da realidade pode
coincidir com áreas bem conservadas da personalidade, e do funcionamento
social do sujeito, o que origina uma repercussão paranóica no funcionamento
geral do indivíduo muito variável. O comportamento é bizarro e depende do
âmbito mais ou menos restrito do sistema delirante, pois a atitude
comportamental na sua generalidade é coerente com as suas convicções e
suspeitas; por exemplo quando o delírio está ampliado abrangendo todos os
familiares e colegas de trabalho, gerando-se no paranóico um conflito em que
considera na generalidade que todos os indivíduos que o cercam o pretendem
prejudicar, as suas atitudes de defesa ou de vingança tornam-se tão
inadequadas e de extrema gravidade que conduzem a situações de extremas e
graves deformações pessoais que podem prejudicar a sociedade que o cerca.
Portanto no delírio paranóide o indivíduo sente-se perseguido e ameaçado por
outros.
Outra característica do paranóico é o delírio da grandiosidade que confere ao
indivíduo ideais megalómanos sobre o seu valor, capacidades ou
conhecimentos. A megalomania faz parte do paranóico, a mania das grandezas,
acredita e tem delírios imaginativos de grandeza social ou monetária de ter e
poderes superiores, sempre numa auto-imagem do melhor, vivendo numa
ansiedade e credibilidade de uma situação a todos os níveis superior que se não
conseguiu irá conseguir, mesmo que seja económica e socialmente impossível!
Posiciona-se socialmente sempre em altos valores materiais e até laborais, se
os não tem acredita que tem todas as capacidades para os ter. A ânsia do ter e
do poder são insaciáveis.
Os grandes estadistas sofrem muitas
vezes de paranóia, julgando-se
investidos de direitos divinos, e sentem-
se sempre perseguidos e ameaçados por
inimigos a abater. Foi assim que
Plutarco viu Alexandre da Macedónia.
Napoleão I era também, sob certos
aspectos um paranóico. E Hitler era-o
completamente! Freud ao constatar que
o paranóico se sente habitualmente
ameaçado e perseguido por pessoas do
seu sexo, deduziu daí que o delírio da
perseguição pode ser condicionado por
uma atitude de defesa perante a
homossexualidade.
Outra característica é o delírio erotómano que faz com que o indivíduo se
sinta profundamente desejado e amado por alguém de posição mais elevada e
de facto muito distante. A erotomania, é outra manifestação que se expressa a
vários níveis. É mais uma obsessão, a procura doentia dum amor ideal,
especialmente do erotismo e da sexualidade. No entanto pode existir uma
grande desconfiança em relação à sua capacidade amorosa, e a possibilidade do
abandono da companheira ou companheiro, que se fazem sentir nitidamente
nas formas de erotomania ligadas a certas representações muito precisas, como
os fetiches, podendo chegar a fixações ou perversões, que já não implicam
relação com qualquer parceiro amoroso.
Há ainda a referir o "delírio do ciúme" – os ciúmes mórbidos – preocupação
exagerada, descabida e fora da realidade, com a infidelidade sexual do
parceiro, ou mesmo a obsessão dum caso mais íntimo de amizade que se torna
intolerável para o doente. Este é por via de regra um homem que tem a suspeita
ou mesmo a convicção que a parceira tem um caso amoroso ou mesmo que
está mais ligada afectivamente a alguém que a ele. Tem uma atitude de
espionagem contínua, atento a qualquer variação no seu comportamento,
procurando provas, geralmente falsas para a sua suspeita. Frequentemente pode
recorrer à violência física ou à tortura psicológica. O ciúme mórbido,
patológico é inerente à personalidade do doente paranóico, que revela traços
depressivos, insegurança, baixa auto-estima, e sentimentos de inferioridade
sexual; estes traços de personalidade, presentes desde sempre, podem tornar-se
mais evidentes e patológicos quando associados ao alcoolismo ou a síndromas
cerebrais orgânicos. Os ciúmes patológicos constituem uma causa frequente de
violência conjugal, que pode chegar ao homicídio do parceiro, seguido ou não
do suicídio do doente.
Temos a considerar alguns tipos de paranóia:
A Paranóia Crónica que pode resultar de lesões cerebrais, abuso de
anfetaminas ou de álcool, esquizofrenia ou distúrbio maniaco-depressivo. Pode
também manifestar-se em pessoas com "distúrbio paranóide da personalidade"
que se caracteriza por indivíduos muito desconfiados e sensitivos, com uma
aparência emocionalmente fria, mas são extremamente vulneráveis, que se
melindram facilmente; criando um ambiente de contacto humano bastante
desagradável.
A Paranóia Aguda – que pode aparecer em indivíduos já com distúrbios
prévios da personalidade, com crises com uma duração inferior a seis meses.
Sofrem de alterações radicais no seu meio ambiental, como imigrantes,
refugiados, recrutas que entram no serviço militar, sobretudo os que foram
vítimas de hiper-protecção familiar, ou jovens que saiem de casa pela 1ª vez,
quando também a super-protecção imperou. Em tais indivíduos, devido a
possuirem uma personalidade vulnerável, grande predisposição a intensos
stresses vivenciais levam-nos a uma ruptura psicológica mais ou menos
transitória.
Há também a considerar a Paranóia Partilhada, o delírio é partilhado por dois
parceiros. Trata-se geralmente de um casal no qual um elemento dominante
com distúrbio paranóide, incute e influência mentalmente as suas falsas
crenças no parceiro mais fraco passivo e sugestionável. Habitualmente não
existem outros sintomas de doença mental. No entanto habitam nos seus
mecanismos psíquicos, a raiva, as desconfianças mórbidas, o isolamento social
que vão marcando na continuidade do tempo uma crescente modificação
comportamental no indivíduo que se vai tornando cada vez mais excêntrico, e
tenta viver cada vez em maior isolamento social.
Os paranóicos raramente se vêem a si próprios como doentes e normalmente só
aceitam tratar-se por convencimento insistente de parentes ou amigos. Não se
consideram doentes e não se querem tratar. A pessoa não tem consciência do
seu próprio estado, da sua própria enfermidade.

NOTA - Como prometi vou dar um ligeiro esclarecimento sobre:


Delírio
Delírio – Ideia fixa, obsessão irracional, uma atitude inabalável mas falsa,
errada, não compartilhada por outras pessoas a funcionar dentro da
normalidade mental, do mesmo meio, da mesma cultura, e não cede a qualquer
argumentação lógica. No delírio paranóide, o mais frequente, as ideias
delirantes têm conteúdos de perseguição, especialmente vindo dos que estão
mais em contacto, acompanhado, se as situações se proporcionarem, do ciúme
patológico, mórbido. Uma pessoa com delírio de megalomania acredita e tem
delírios imaginativos de grandeza social ou monetária de ter o que ambiciona,
numa ansiosa credibilidade que é uma realidade absoluta para ele, mesmo que
seja social ou economicamente impossível. Se as ideias delirantes obsessivas
persistem são um sinal de doença mental grave, muitas vezes crónica, como a
esquizofrenia. A erotomania é uma das mais graves facetas do delírio que se
torna uma verdadeira obsessão.

Distúrbios da Personalidade do 2º grupo

Depois duns tempos de ausência volto ao vosso convívio com toda a minha boa
vontade. Desejo caros visitantes que o Novo Ano 2003 vos traga muita Paz, Amor e que
a saúde seja uma constante na vossa caminhada. Que saibam conquistar gratificantes
realizações pessoais, e um grande obrigada a muitos de vós que me têm manifestado um
grande interesse pelos meus artigos.

Vamos pois continuar com os distúrbios da personalidade focalizando agora os


distúrbios do 2º grupo: na generalidade o comportamento tende a ser dramático,
apelativo, e as emoções são expressas com intensidade. Os indivíduos histriónicos são
muito excitáveis, demonstrativos, justificativos e egocêntricos; os narcisistas possuem
expectativas e exigências excessivas relativamente a si próprios e tendem a desvalorizar
sempre os outros; e por fim os distúrbios da personalidade Anti-Social manifestam
uma incapacidade geral de adaptação aos padrões sociais e de estabelecimento de
relações afectivas estáveis.

Distúrbio da personalidade
Anti-Social

Os indivíduos que são vítimas deste distúrbio sofrem de


incapacidade de adaptação às normas e comportamentos sociais
estabelecidos. Expressam-se por atitudes e actos repetitivos de
desafio, confronto e violação da ordem familiar e social; chegando
até à violação das legalidades sociais (mesmo sabendo que terão as
consequentes penalizações), evoluindo cada vez mais
progressivamente para uma inevitável marginalização. Só muito
recentemente se admitiu a possível alteração da personalidade
anti-social, quando considerada como uma doença psiquiátrica e
portanto susceptível de tratamento e reabilitação. Houve
controvérsia entre os investigadores de décadas atrás e os mais
recentes, porque antigamente as pessoas com este distúrbio de
personalidade eram consideradas como sociopatas ou psicopatas.
Na verdade possuíam traços de carácter anti-social, mas não eram
considerados doentes mentais.
O distúrbio anti-social, cujo comportamento é perfeitamente
notório, inicia-se pela adolescência antes dos 15 anos, o que se
torna difícil atribuir o diagnóstico de deficiência mental. Aliás
para qualquer distúrbio de personalidade o diagnóstico não pode
ser feito antes dos 18 anos. O objectivo do tratamento consiste
numa transformação comportamental, e aprendizagem de novos
comportamentos que sejam na generalidade aceites socialmente
pela família e pela sociedade em que se insere, de forma a tornar-
se gratificante para o indivíduo a aquisição dessas novas
aprendizagens. A psicoterapia mais adequada para este distúrbio
é a psicoterapia comportamentalista em grupo, ou individual com
programas específicos de ajuda a uma integração comunitária.
Devido às frequentes actividades criminais dos indivíduos com este
distúrbio, mesmo sujeitos às terapias mencionadas, eles não
cedem, e por vezes os tratamentos têm que ser interrompidos ou
adaptados aos tempos e modalidades da punição judicial.
Até agora tenho exposto com objectividade científica as
características fundamentais deste tão desagradável distúrbio de
personalidade, e assim ainda vou continuar.
Na realidade continuam os cientistas a questionar-se se estas
pessoas são originariamente más ou se são vítimas de doença
mental.

Tanto se fala em psicopata,


mas que é um Psicopata?
São indivíduos atingidos de
distúrbios de personalidade
anti-social, sofrem duma
perturbação de
personalidade
extremamente grave; são
muitos "marginais"
indesejáveis na sociedade,
assaltantes, violadores e até
assassinos que podem ser
frequentemente presos,
julgados e condenados.
Os psicopatas podem ser
agradáveis, sedutores e
normalmente inteligentes.
No entanto as suas
características psíquicas
intrínsecas são a falta de
ética, do mínimo senso
moral, ou da mais pequena
preocupação pelos outros.

Para um psicopata, a Vida apenas


se resume aos seus interesses
imediatos. Não hesita em mentir,
burlar, cometer qualquer espécie de
crime, para satisfazer os seus
instintos básicos, ou os seus desejos
sejam de que nível mais baixo
forem! A sua esfera emocional
apresenta-se demasiado
perturbada, e não conseguem
estabelecer relações afectivas
profundas ou estáveis por mais que
o desejem duma forma mais
inconsciente que consciente. O Óleo de Marcela Slade, 2000
sofrimento dos outros deixa-o
indiferente.
O comportamento anti-social manifesta-se muitas vezes muito
antes da adolescência, acentuando-se notoriamente nesta fase da
Vida. Os jovens psicopatas têm geralmente uma história de mau
funcionamento familiar, escolar estendendo-se para o social com
tendência para a impulsividade agressiva, conflitos com o mundo
que o rodeia, conflitos que afinal habitam no seu interior, e os
transferem para os outros, mau comportamento, e insuportável
falta de respeito para com os familiares, professores, e todos os
seres humanos que rejeitam ou que os contrariam. Mais tarde
vivem uma instabilidade profissional que nem os amedronta; têm
uma tendência nítida para actos com características de crueldade
(por exemplo maltratar ou matar animais) e prática de delitos
graves.
Todos os criminosos são tremenda e assustadoramente
perturbados mentalmente.
Serão as melhores receitas para a sua melhoria mental encurralá-
los em estabelecimentos prisionais em que os mandatários na sua
maioria nem conhecimentos adequados às situações têm nem por
vezes condições de sentimentos humanos possuem? Serão as
melhores receitas encurralá-los como bichos sem possibilidades de
tratamento, de compreensão para a sua involuntária afecção
mental? Ou não seria mais humano e salutar existirem
estabelecimentos recuperativos com técnicos adequados para
ajudar esses desfavorecidos pela Natureza, que tanto mal causam,
sim, é uma realidade, mas que nem família adequada tiveram para
se tornarem melhores? São afinal os sistemas políticos e os
grandes senhores?!!?, os guerreiros, por vezes bem perigosos, que
sem armas vivem a gladiarem-se pelo poder, pelo ter, deixando
cada vez mais deteriorarem-se situações nesta sociedade já tão
podre e em decadência!

Distúrbios da Personalidade do 2º grupo


Ao fim de algum tempo de ausência vou continuar com os distúrbios de personalidade,
alertando que não é aconselhável algumas pessoas verem-se totalmente incluídos num
determinado distúrbio e surgem-me questões especialmente sobre a Paranóia sempre na
mesma interrogação: "Serei paranóico? Tenho todos esses sintomas, etc., etc., etc. …".
São pessoas que já se encontram doentes e a quem não lhes foi directamente feito o
diagnóstico, ou pessoas que se sentem mal e não expressam os seus incomodativos mal-
estares psíquicos, vivendo em perfeita confusão. A minha objectividade é dar alguma
cultura, ensinar algo a milhares de pessoas que ainda se encontram perfeitamente
ignorantes acerca dos complexos meandros do psiquismo e da infinitude de causas que
perturbam a actividade mental, remontando a maioria delas a afastadas e às vezes
longínquas infâncias.
Vou dar resumidamente uma noção sobre o que são indivíduos com:

Personalidade Histriónica

Esta personalidade é duma extrema emotividade e os indivíduos que a


possuem necessitam ser o centro das atenções, adoptando qualquer meio
para atingir os seus fins, como comportamentos provocatórios de sedução
sexual, por vezes inadequados. Normalmente utilizam a aparência física
que é cuidadosamente tratada conforme as pessoas e as situações para
tornar-se exuberantemente chamativa para mais facilmente atrair sobre si
as atenções. Exercitou ao longo do tempo discursos convincentes que
impressionam as pessoas a quem se dirigem, e muda de tema para tema
conforme a pessoa, sempre convincentemente declamado, mesmo na maior
das mentiras. Cada pessoa a quem se dirige é sempre uma mudança
radical de postura e discurso, numa forma exageradamente emotiva e
atraente.

Na verdade é um soberbo actor teatral no palco da


Vida! No entanto é duma fraca personalidade,
facilmente influenciável, especialmente pelos que têm
características semelhantes, e deixa-se também
influenciar muito facilmente pelas circunstâncias que
lhe convém. São os que baralham e enganam
facilmente os médicos, ou psiquiatras, saindo vitoriosos
do seu tão malabarístico e emotivo poder de convencer.

A personalidade histriónica é mais característica nas mulheres ou nos


homens efeminados, mas muito especialmente nas mulheres. Facilmente
representam um grande amor mesmo que nada sintam. Os namorados são
facilmente atraídos, e neste campo a faceta teatral pode ir do
deslumbramento do mais feliz enamoramento, aos tremendos conflitos que
mascara com desesperos dignos da mais profunda compaixão. O
histriónico tem dificuldade, senão quase impossibilidade de lidar com a
sua própria identidade, porque como disse ele confunde todos os que
quere confundir, sem se aperceber que está a confundir-se cada vez mais a
ele próprio.
Caminha sem se dar conta para uma perturbação dissociativa da
identidade, ou melhor pelo que tecnicamente se chama personalidade
múltipla, que mais tarde irei detalhadamente mencionar.
É muito difícil diagnosticar este distúrbio de personalidade, pela sua
fortíssima arte teatral de enganar num parecer consoante as
circunstâncias e as conveniências. Perderam ao longo da caminhada a
consciência do Ser! Parecer ... numa constante e firme vontade de atrair as
atenções, em atitudes sempre emotivas e convincentes... Será que são mais
felizes os possuidores da personalidade histriónica?!...

Para finalizar os distúrbios de personalidade do 2º grupo, vou agora dar


resumidamente uma noção do que é:
O Narcisismo
Este distúrbio é característico das
personalidades imaturas e egocêntricas e
também define um amor que somente
deseja a sua própria auto-satisfação. O
nome dado a este distúrbio – Narcisismo
– é originário do nome do lendário jovem
grego – Narciso, que segundo a lenda se
apaixonou pela sua própria imagem
quando se observava reflectido na água.
Tão concentrado e obcecado estava no
enamoramento da sua imagem reflectida
na água, que um dia, segundo a lenda,
caiu nela e afogou-se. Foi pois Narciso
que deu o nome a um distúrbio de
personalidade cuja característica mais
forte é o egocentrismo.

O Narcisismo revela também um excesso de amor próprio. Segundo a


teoria psicanalista ao longo do desenvolvimento normal de qualquer
criança existe um estádio durante o qual o seu Ego toma grandes
dimensões e vibra em grandiosidade e sente-se mesmo omnipotente. Esta
fase é extremamente importante, porque se neste período surgem
dificuldades emocionais e de relacionamento podem originar vários
distúrbios e distorções nas relações com os outros, e distorção também no
autoconceito, sendo origem do aparecimento de núcleos narcísicos da
personalidade.
O narcisismo pode ser alimentado pelo mundo que rodeia o indivíduo,
porque este sente que muitas pessoas o amam pela sua beleza, o seu
encanto atractivo, e todos os seus dons excepcionais. Manifesta-se com
frequência nas mulheres belas que amam a sua própria beleza. Também
os homens que vivem intensa e frequentemente como astros sob as luzes da
ribalta, os aplausos efervescentes e constantes do público que os admira,
podem ficar sujeitos a manifestações de narcisismo.
O distúrbio da personalidade narcisista pode ser também considerado por
sentimentos de forte auto-valorização, e uma premente necessidade de
atenção, elogios, adoração, bajulação. Apresenta psicologicamente uma
incapacidade de aceitar críticas que vão contra os seus conceitos, e muito
menos qualquer derrota, e ainda dificuldade de relacionamento com
outras pessoas. Sente-se muito acima de todos.
Além de egocêntricos, são também egoístas levando-os a ignorar os
sentimentos e necessidades dos outros. São portanto naturalmente
individualistas, e se não têm a atenção de que se acham merecedores,
sentem-se hostilizados e injustiçados.
Esta humanidade em perfeita decadência de valores, não se apercebe que
foi perdendo ao longo dos tempos os ingredientes válidos que preenchem a
Vida, constróem a Paz, alicerçam a Solidariedade entre os Homens, e
transformariam o planeta num paraíso e não no inferno das guerras?!

Distúrbios da Personalidade do 3º grupo


Finalmente caros visitantes proponho-me a completar, embora muito
resumidamente os "Distúrbios da Personalidade" para recomeçarmos novos
temas. Entretanto fui respondendo a várias questões, sempre em grande
quantidade, embora não me seja possível de forma alguma responder a todas, do
que peço desculpa.

Hoje começaremos por um distúrbio pouco falado e talvez menos


conhecido:

Distúrbio passivo-agressivo da personalidade


Manifesta-se como uma incapacidade do indivíduo conseguir executar
com eficiência determinados trabalhos em casa ou no emprego, mais
em consequência da pessoa ser dominada por uma resistência passiva
a actuar, do que propriamente uma recusa activa em colaborar. Não
vencem essa resistência passiva, deixam correr o tempo, sem grande
consciência de responsabilidades, e vulgarmente chegam atrasados,
mesmo quase sistematicamente até a nível de tarefas laborais; chegam
a esquecer-se de realizar tarefas, mesmo de grande responsabilidade,
ou são deliberadamente ineficientes. Em consequência dão uma
imagem pública, mas esta é real, de ineficácia e insegurança, que
impede promoções no emprego, e prejudica grandemente a sua
actividade social, conduzindo-os por vezes a depressões. Subjacentes a
este distúrbio da personalidade no campo da passividade, estão sempre
sentimentos intensos, profundamente reprimidos, de agressividade e
um exército de medos, entre eles o medo de serem confrontados ou de
entrarem em conflito directo com outro. São sentimentos que vão
acumulando à medida que a resistência passiva, por vezes indirecta,
que oferecem a ser cooperantes nas formas correctas de actuar e
integrar-se dignamente no mundo social a que pertencem. Ao
sentirem-se de certo modo marginalizados, uma raiva surda, sufocante
toma conta deles e são eles próprios que se marginalizam à medida
que a agressividade aumenta e os medos os dominam.
As formas de tratamento são através de psicoterapias individuais e
aconselhamento Rogeriano, e psicoterapias comportamentalistas.
Como estas pessoas são geralmente não cooperantes, são muitas vezes
os outros que os cercam que se apercebem das suas dificuldades. Por
vezes acontece que o próprio não tem consciência delas, seguindo
acomodado na sua passividade. Quando incitados a tratamento
especializado, oferecem tremenda resistência, pois são distúrbios da
personalidade de grande gravidade. Além das terapias mencionadas,
há também a considerar a psicoterapia analítica, que constitui outra
forma ideal de tratamento destes distúrbios, pois provoca alterações
graduais e duradouras na personalidade, se o doente não oferecer
resistência ao avanço, porque por meio desta terapia o doente com o
tempo pode começar a compreender as causas fundamentais que
motivam o seu comportamento inadaptado e a soltar-se a capacidade
para escolher com sucesso outros padrões mais adequados. Esta
situação acontecerá se o paciente quiser colaborar!
Vamos passar a outro distúrbio do 3º grupo, o

Distúrbio de evitamento da personalidade


A característica mais importante das pessoas que sofrem deste
distúrbio é uma hipersensibilidade a eventuais situações de rejeição,
humilhação, a avaliações ou críticas negativas, cujo temor afecta toda
a sua vida. Estas pessoas interpretam a atitude mais inocente como
uma agressão (são de fáceis melindres injustificados), não fazem
amigos com facilidade e têm uma vida social limitada. Evitam
actividades profissionais que envolvam contactos pessoais de mais alto
nível ou profissional ou social, num medo da crítica, de não serem
aprovados ou minimamente valorizados, ou mesmo rejeitados. Vivem
atormentados, por vezes em situações de pânico, receando
desesperadamente as críticas e as rejeições, que podem ser situações
criadas pelas suas mentes doentes. A sua auto-estima é muito reduzida,
desvalorizando sistematicamente aquilo que realizam de bom e
reagindo com ansiedade e depressão às suas supostas insuficiências.
Ao contrário das pessoas que sofrem de distúrbios de personalidade
esquizóide, os que têm personalidade com características de
evitamento, desejam intensamente uma vida social, ambicionando
mais do que tudo ser aceites, ser amados e valorizados pelos outros,
mas depois ... complexam-se evitando o que eles consideram de riscos
pessoais, novas relações sociais que possam vir a ser embaraçosas;
estão sempre atentos e desconfiados e acabam paradoxalmente por
manter o isolamento que lhes é tão penoso. Podem apresentar formas
mais ou menos graves de fobia social, evitando sempre numa fuga
situações que os possam obrigar a relacionar-se com outras pessoas,
temendo constantemente possíveis humilhações (mesmo imaginárias)
ou rejeições.
Este distúrbio de personalidade que perturba já a infância, cujas causas
podem ser educacionais e ambientais, é muito comum. Técnicas
psicoterápicas podem auxiliar consideravelmente os que sofrem desta
angustiosa situação psíquica.
Mais uma desagradável perturbação que infelizmente afecta uma
grande percentagem da humanidade. É o

Distúrbio obsessivo compulsivo


O Distúrbio obsessivo compulsivo é considerado uma neurose em que
a vítima é constantemente afligida por obsessões que a obrigam a actos
repetitivos e ritualizados. A perturbação obsessiva-compulsiva começa
habitualmente na adolescência e tem um curso flutuante. Embora
exista por vezes uma componente biológica e hereditária bem
determinada os factores ambientais também têm influência no
desenvolvimento do distúrbio. Certas formas de lesão cerebral
especialmente devido a encefalites, resultam em sintomas obsessivos.
Embora a neurose obsessiva compulsiva seja mais rara, os sintomas
obsessivos isolados são muito comuns.
Os sintomas das obsessões: apresentam um carácter desagradável e
impositivo; são pensamentos persistentes, que incomodam e difíceis de
afastar. As vítimas consideram estes pensamentos desprovidos de
sentido e por vezes penosos, mas não conseguem evitá-los nem
desprenderem-se deles. Por vezes as obsessões afectam grandemente a
vida do indivíduo, até a nível laboral. Ficam obcecados em
determinadas situações vivenciais que por qualquer motivo os
atraíram, que podem comunicar a amigos ou familiares como algo de
bom lhes surgiu na mente, e por mais conselhos, demonstrações do
que de errado está nessa ideia, por mais lógica que lhes seja
apresentada para afastar uma obsessão a que a mente perturbada se
agarrou, até parecem concordar quando uma lógica justa impera,
mas ... passa o tempo, o obcecado não consegue afastar a ideia que o
persegue e normalmente acaba, por dar voltas e mais voltas à vida e ir
realizar, concretizar a obsessão. Só assim se aquieta, mesmo que as
consequências sejam nefastas. É como uma ruminação mental, uma
cisma ansiosa que a vítima não consegue afastar.
As obsessões são por vezes hábitos próprios que as pessoas adquirem
enquanto ainda novos, muitos ligados a superstições como entrar numa
casa sempre com o pé direito, vestir-se segundo determinada ordem
numa rotina imutável; ir repetidamente verificar se o carro está
devidamente fechado, se as portas estão trancadas, se o fogão está
apagado, etc. Por vezes estes pensamentos e actos assumem uma
carácter exagerado e incontrolável, transformando-se num grave
problema. Problema maior é quando a obsessão se concentra em
problemas de saúde; o medo terrível das doenças, das infecções, dos
micróbios, o terror de poder estar doente, levando o indivíduo a
obcecar em determinadas doenças que ouve falar mais constantemente,
acabando por sentir os mesmos sintomas, sendo conduzido muitas
vezes à hipocondria e à nosofobia. Qualquer destes distúrbios são
verdadeiramente torturantes, muito especialmente a hipocondria.
As compulsões são actos repetitivos, geralmente secundários a ideias
obsessivas levados a cabo de forma ritualizada. O seu maior objectivo
é afastar temores e aliviar ansiedades decorrentes da obsessão.
Geralmente as vítimas não tiram qualquer prazer na realização desses
actos, mas não conseguem deixar de os fazer pois a ansiedade aumenta
muitíssimo quando resistem à compulsão. A obsessão e a compulsão
estão interligadas daí este distúrbio ser designado de obsessivo-
compulsivo. Os actos compulsivos podem no entanto ser executados
tantas vezes e ter um carácter tão bizarro que chegam a perturbar
seriamente o trabalho e a vida social e quotidiana da pessoa.
Cerca de 2/3 destas pessoas vítimas deste angustiante distúrbio
respondem razoavelmente às psicoterapias comportamentais e
analíticas mas nem sempre dispensam fármacos, que lhes
proporcionam algum alívio (embora podendo aparecer os sintomas)
nas ansiedades e nas depressões secundárias e pode diminuir a
frequência da intensidade das obsessões e das compulsões. Estes
sintomas podem reaparecer em situações de stress, mas conseguem
geralmente ser controlados. No entanto mais que tudo é a aplicação
das psicoterapias adequadas com um acompanhamento assíduo, que
podem dar mais respostas satisfatórias a este distúrbio. Nos casos mais
graves, e a terapêutica pode tornar-se pouco eficaz e o indivíduo fica
muito deficitário, podendo acabar por não sair de casa, e tornar-se
incapaz de exercer actividades simples, tanto no trabalho como na vida
pessoal.
Investigações recentes descobriram provas de anomalias bioquímicas e
fisiológicas no cérebro de algumas pessoas vítimas de distúrbios
obsessivo-compulsivo. Áreas específicas dos lobos frontais e nos
gânglios da base do cérebro revelam ritmos metabólicos
invulgarmente elevados. Outros estudos indicam que os níveis de
"serotonina" – neurotransmissor químico abundante nestas áreas – são
superiores às normais.
E tudo começa em idades infantis ou na puberdade, e de geração para
geração ao longo dos tempos mais perturbações stressantes,
angustiantes vão vitimando a humanidade, cada vez mais sofredora de
situações psíquicas de desesperante ansiedade, e angustiosa
incompreensão.

Não consegui terminar todos os distúrbios de personalidade, pois o artigo já vai longo,
embora resumisse os conteúdos, mas verdades científicas estão bem esclarecidas. Penso
que não é necessário questionar-me o que está tão bem expresso nestes três distúrbios.
Terminarei no próximo artigo, desejando que cada um encontre respostas para muitas
dúvidas a este nível destes temas e procure ajuda se sozinho não conseguir as melhoras
e o bem-estar tão desejado. Até breve.

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