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Programas de atendimento às vítimas e ao agressor

A Lei nº 16.620, de 07 de maio de 2015, em vigor no Estado de Santa Catarina, instituiu a política
Estadual para o Sistema Integrado de Informações de Violência Contra a Mulher, denominado
Observatório da Violência Contra a Mulher-SC, que visa a implantação de um sistema de
monitoramento de dados, vinculando a rede de atendimento, para que haja uma disseminação de
informações de atendimento e prosseguimento de processos. Criando a partir da coleta desses
dados, estatísticas mais fiéis a realidade, pois muitas informações se perdem pela falta de
comunicação entre todos os locais possíveis em que a vítima procurará ajuda.

Os índices estaduais de violência doméstica e feminicídio são alarmantes. Portanto, as políticas


públicas voltadas a violência doméstica e feminicídio, devem abranger todas as vertentes que
compõem os relacionamentos abusivos e violentos. A punição ao agressor prevista em lei é eficaz,
porém, não necessariamente fará com que ele ou ela se perceba como culpado. Na maioria das
vezes, quem agride ou mata, transfere a culpa para a vítima, na tentativa de justificar sua ação,
como uma consequência de algo errado que a pessoa fez. Na tentativa de mostrar o quanto essa
percepção está equivocada, encontram-se em andamento diversos programas de atendimento aos
agressores e as famílias vítimas de violência doméstica, que tem como foco principal, trazer a
reflexão sobre direitos de igualdade e gênero.

Em visita a Cevid – Coordenadoria de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher – as


servidoras Michelle de Souza Gomes Hugill, Jussara Aparecida Barboza e Roselene Silveira,
apresentaram a sua atuação como órgão de assessoria à Presidência do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina e também expuseram alguns programas de atendimento que estão operantes no estado.

São iniciativas que visam melhorar o atendimento das vítimas, bem como, através da educação e da
reflexão, diminuir as agressões.

Oficina Filhos Para Todo Sempre (Jaraguá do Sul): trabalho realizado com crianças de 7 a 12
anos, que estão em relacionamentos familiares conflituosos. Tem enfoque na orientação com
relação à solução de conflitos e desenvolvimento de relacionamentos saudáveis.

Oficina Pais Para Todo Sempre (Jaraguá do Sul): voltada para pais em dificuldades no
relacionamento tanto conjugal, quanto com os filhos e também para pais ou responsáveis de
adolescentes que estão em conflito com a lei. Tem o objetivo de disseminar a cultura da pacificação
social, independente do arranjo familiar que se tenha, pois foca na motivação dos pais a cuidarem e
zelarem por seus filhos, mantendo a estabilidade social, psicológica e física.

Oficina Direito Sistêmico (Jaraguá do Sul): trabalha junto com a Oficina Pais Para Todo Sempre.
Voltada na explicação do que é a constelação familiar e como esse entendimento pode ajudar a
superar os conflitos, exteriorizando a solução mais justa, promovendo a humanização, compreensão
e o equilíbrio emocional.

Oficina Paz nos Lares (Jaraguá do Sul): é dividida em três partes. Na primeira, tanto homens
quanto mulheres recebem orientação sobre a lei Maria da Penha e tem a oportunidade de refletir
sobre a convivência conjugal e familiar. Na segunda, apenas para homens, que serão orientados
sobre leis, saúde e autoconhecimento, para que haja a abertura de um caminho para crescimento
pessoal. Na terceira, apenas para mulheres, que também são informadas sobre leis e saúde,
aprendendo sobre amor próprio e limites, favorecendo o autoconhecimento e o crescimento pessoal.
Ágora – Grupo Reflexivo de Homens Autores de Violência (Florianópolis): em parceria com a
UFSC, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina está criando esse programa, que tem como objetivo a
criação de grupos de reflexão para homens autores de violência doméstica e familiar contra a
mulher. A intenção é se criar uma rede de atendimento para esse agressor, que será encaminhado de
acordo com o motivo pelo qual ele cometeu a agressão. Por exemplo, se o agressor tiver problemas
com álcool e droga será encaminhado para o devido tratamento da sua dependência.

Ethos – Rede de Atendimento e Proteção à Mulher: está presente nas comarcas de Blumenau,
Balneário Camboriú, Meleiro, Chapecó, Cunha Porã e Dionísio Cerqueira. Criado para a
disseminação da cultura de boas práticas no âmbito da violência doméstica e familiar, promovendo
o compartilhamento de ideias, assim, fortalecendo a rede de atendimento e proteção, e também
identificando as causas e quais as formas de prevenir a violência doméstica e familiar.

Formar para Transformar: realiza capacitações com os profissionais da educação, prestando


informaçãoes e orientações sobre a Lei Maria da Penha, conceitos de violência, direitos, garantias e
medidas de proteção, rede de atendimento local para nortear os docentes acerca de procedimentos
em situações de violência domestica e seus devidos encaminhamentos. Trabalha a sensibilização
dos profissionais quebrando mitos e preconceitos para que estes estejam aptos a ouvir sem pré-
julgamentos. Este projeto está presente em Siderópolis, Florianópolis, Itapema, Biguaçu e São
Miguel do Oeste.

OAB Por Elas (Balneário Camboriú): atendimento voluntário de advogadas, em casos de


violência doméstica, buscando soluções sem a necessidade de judicialização de demandas.

Protocolo de Atendimento à Mulher, Idoso, Crianças e Adolescentes, Vítimas de Violência


Sexual, Doméstica e Intrafamiliar (Comarca de Meleiro): iniciou em 2015, na comarca de
Meleiro, liderado pela magistrada Dra. Thania Mara Luz e pelo Dr. João Luís Carvalho Botega,
Promotor de Justiça.
Após a criação do protocolo, foi realizado um trabalho de discussão do tema e dos procedimentos
descritos com todos os seguimentos que compõem a comarca: saúde, educação, assistência social,
conselhos tutelares e segurança pública, fomentando a discussão e sensibilizando a rede de
atendimento sobre o problema da violência intrafamiliar. Em abril de 2018, foi realizado o Primeiro
Seminário sobre Violência Doméstica, onde foi assinado termo de compromisso para implantação
do protocolo, sendo realizado curso de formação, ao longo dos meses de maio a agosto, com todas
as equipes da rede socioassistencial, integrando assim toda a rede de atendimento da comarca. A
ideia é utilizar recursos de penas pecuniárias e multas para a capacitação das equipes que atuarão
diretamente com as famílias.

REFLETIR – Grupo Reflexivo de Homens Autores de Violência (Comarca de Chapecó):


presta atendimento aos agressores condenados, possibilitando a presença deles em curso educativo
de combate a violência doméstica e familiar, com condição de suspensão condicional da pena ou
condição específica de passagem para o regime aberto.

PC por Elas (Joinville): após o registro do boletim de ocorrência, a mulher é convidada a


participar do grupo reflexivo, onde há o atendimento com uma psicóloga policial, que traz
informações pertinentes as implicações da medida protetiva e também orientações sobre o
relacionamento abusivo e como superar esse relacionamento. Aquelas mulheres que desejarem
solicitar a medida protetiva, são encaminhadas para realizar a coleta de depoimento, que será
gravado e junto com toda a documentação, será enviado ao poder judiciário. Ainda há uma roda de
conversa, onde são tratados vários assuntos de maneira casual para que a mulher entenda e queira
sair do ciclo de violência.
Também há o grupo que faz o atendimento do agressor. É escolhido o perfil de situações mais
graves, onde o juiz determina que este homem seja encaminhado ao grupo, com a condição de
participarem de no mínimo 60% dos encontros, sem julgamentos, visando a mudança de conduta
através da reflexão de como superar essa dificuldade em entender as questões de gênero. Depois do
término dos encontros, esse agressor é encaminhado para uma unidade de ensino parceira para dar
continuidade ao tratamento psicológico.

Dialogando com os homens sobre as culturas das masculinidades (Joinville): são palestras
direcionadas para o público masculino em geral, com o objetivo de disseminar informações sobre o
tema da violência doméstica.

O Governo do Estado de Santa Catarina, juntamente com a policia civil, está realizando um trabalho
com adolescentes das escolas estaduais, onde será escolhido turmas com perfil violento, para
participarem de grupos de reflexão com psicólogas policias, trazendo orientações sobre questões de
gênero e violência.

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