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  I.  APRESENTAÇÃO  ...............................................................................

.        2
             II. 
INTRODUÇÃO ....................................................................................
.          3
             III. O MODELO DE NOSSOS
GRUPOS ..................................................          4

            3.1  Síntese


histórica ....................................................................................            4
            3.2  Aspectos
referenciais ............................................................................            5

 
  IV. NUCLEAÇÃO E INICIAÇÃO- A PU COMO
PROCESSO .............            9

            4.1 
Nucleação......................................................................................................10
            4.2 
Iniciação ................................................................................................         11

 
             V.  FATORES QUE CONDICIONAM O
PROCESSO ....................... .....         17
            5.1  Fatores externos ..........................................................................
.........          17
            5.2  Fatores
internos ....................................................................................          20
            VI
ATIVIDADES ......................................................................................      
21

            6.1 
Nucleação.............................................................................................         
22 
            6.2 
Iniciação ..............................................................................................          
26

           VII
AVALIAÇÃO ......................................................................................           31
            7.1  Quem
avalia ................................................................................. ........          31
            7.2  Condicionantes para uma boa
avaliação ..............................................             31
            7.3  Sugestões de instrumentos de trabalho ............................................
....            32

 
VII. 
CONCLUSÃ
O ..................
......................
......................
....................   
      34
 
 
 
 
Roteiro de Nucleação
e Iniciação da
Pastoral Universitária
 
I.  Apresentação
 
Brasília, 25 de junho de
1999-07-06
P n 
0527/99
 
“O Espírito do Senhor está sobre mim. Ele me escolheu para anunciar a
Boa Nova aos pobres e me mandou anunciar a liberdade aos presos, dar
vista aos cegos, pôr em liberdade os que estão sendo maltratados e anunciar
o ano que o Senhor vai salvar o seu povo. (Lc 4, 18-20)”.
 
Aos Universitários(as) Cristãos(ãs):
Apraz-me apresentar-lhes este Roteiro de Nucleação e Iniciação.

Ele nasce do sonho do(a) universitário(a) que está preocupado com a


evangelização do mundo universitário e o compromisso deste com a
construção de uma sociedade mais justa, ética e solidária.

É um esforço de várias mãos, como bem identifica a capa. Mãos que. na


diversidade de idéias e projetos, se unem em torno de um projeto maior: a
construção do Reino, tendo, na pedagogia de Jesus Cristo, o referencial por
excelência.
Agradeço a todos os que se envolveram nesta construção coletiva,
priorizando a Pastoral Universitária, como um dos ideais a serem assumidos
pelo mundo da Universidade, para que o saber realmente possa ser colocado a
serviço da opção preferencial pelos pobres.

Eu os convoco a serem os discípulos de Emaús: promovam o reino de Deus,


anunciando a Boa Nova.

Que o espírito do Senhor esteja sempre convosco.


Cordialmente,
 
Dom Jayme Henrique
Chemello,
           Presidente da
CNBB
 

II.  Introdução

“Como fazer para começar a PU em nossa diocese ou Universidade?


Qual a melhor maneira de iniciarmos um grupo de PU? Qual o material que
vocês têm para nos ajudar a fazer PU?” Essas e outras perguntas nos chegam a
cada momento. Elas traduzem uma demanda objetiva por PU. É verdade que,
na CNBB, temos muitas publicações, temos até um “kit — PU” enviado para
todos os que solicitam material. São relatórios, textos conceituando PU, o
“Roteiro de Estudos”, etc. Mas falta alguma coisa!
Por outro lado, temos consciência de nosso tamanho. Para a PU,
quantidade nunca foi questão fundamental. Nossos objetivos fundamentais e
nossa metodologia implicam um “formato” de pastoral baseado em pequenas
comunidades que se fazem instrumento para atingirmos o mundo
universitário.
Todavia, tem crescido entre nós a consciência de que precisamos
aumentar quantitativamente. Primeiro, porque vamos sentindo a acolhida que
o ambiente universitário proporciona às mais diversas e variadas formas de
religiosidade; segundo, porque o aumento quantitativo é, antes de tudo, a
concretização de nossa missão, capacitando-nos à profética denúncia do
individualismo (gritante no meio acadêmico) e da mercantilização, pela qual
passa o ensino superior; terceiro, porque esse crescimento quantitativo é um
elemento importante na evangelização, à medida que interfere diretamente na
visibilidade de nossa experiência; e, finalmente, porque estamos certos de que
tal opção pelo aumento da quantidade não exclui, nem se confronta com a
afirmação de nossa identidade. E, para multiplicar o número de
grupos/comunidades, procurando atingir uma percentagem mais significativa
da população universitária do país, precisamos de um bom instrumental.
Foi assim que surgiu a idéia de elaborarmos um roteiro para fazer
NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO na PU. Numa oficina de trabalho que reuniu
coordenadores, assessores e ex-militantes no I Encontro Inter-regional de
Coordenações — Vinhedo/SP, 26 a 30/01/98 —, fizemos uma primeira versão
para ser aplicada durante o ano de 98. Em janeiro de 99, no VII Encontro
Nacional da PU, foi revisada a partir das observações e emendas vindas das
experiências realizadas até aquela data.
O formato de roteiro quer ajudar os que nucleiam e iniciam um novo
grupo, partindo de grupos já existentes ou do nada. Ele contém reflexões e
conceitos, mas também instruções e dicas. Não queremos, contudo, que seja
confundido com uma espécie de “receita de bolo”. Na verdade, sabemos que
as diferenças entre cada realidade particular torna isso impossível. O seu papel
é auxiliar, colaborar diretamente com um processo em que os protagonistas
são pessoas e realidades bem contextualizadas que não podem, em hipótese
nenhuma, ser substituídas por manuais.
O texto está assim estruturado: após a apresentação e a introdução, vem
o capítulo O MODELO DE NOSSOS GRUPOS, que procura contextualizar
nossa história e nossa experiência de Pastoral; segue uma conceituação dos
processos de NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO, descrevendo o objeto central do
texto; o capítulo seguinte resgata os condicionantes, FATORES EXTERNOS
E INTERNOS, que incidem direta e/ou indiretamente sobre nossas iniciativas;
depois, apresentamos as ATIVIDADES, maneiras como podem ser
executados os processos; e, finalmente, os caminhos para a AVALIAÇÃO,
destacando que, como empreitada necessária e contínua na missão da PU, os
processos de NUNCLEAÇÃO e INICIAÇÃO precisam ser constantemente
revistos e melhorados.
Enfim, ressaltamos que este ROTEIRO brotou da consciência de que,
pela vocação, somos enviados para o anúncio, como colaboradores na ação
salvífica de Deus. Por isso, ele é, sobretudo, um instrumento para a realização
da vontade do Pai e para ele esperamos um acolhimento criativo e
entusiasmado.
 

III O modelo de nossos grupos

 
3.1  Síntese Histórica
 
Compreendemos a Pastoral Universitária de Linha Diocesana como uma
presença eclesial no mundo universitário. Diocesana, porque a realidade da
Igreja Particular é seu lugar vital, lugar de motivação e de ação primária;
eclesial, porque se insere na iniciativa evangelizadora da diocese, sendo parte
integrante de sua Pastoral de Conjunto.
Trata-se de uma experiência que nasce com a rearticulação dos
Universitários católicos no Concílio de Jovens de Lins — SP, em 1977.
Naquele momento, na busca de resgatar a experiência da Juventude
Universitária Católica, os universitários presentes, que já estavam organizados
em grupos nas Universidades, procuraram um rosto próprio.
Em seu primeiro período (entre 1977 e 1986), essa articulação procurou
agrupar genericamente as várias experiências espalhadas pelo país. Com a
caminhada, as diferenças foram se tornando cada vez mais fortes, inclusive
com o surgimento de Movimentos em seu interior. Em 1986, o VI Encontro
Nacional optou por constituir uma PU Nacional Pluralista, reconhecendo os
diferentes carismas em seu interior. É nesse momento que surge o que
chamamos, hoje, de Pastoral Universitária Diocesana. Fundamentalmente,
essa experiência procurou retomar, com criatividade, a continuidade dos
princípios da JUC, como, por exemplo, a metodologia (Ver — Julgar  --
Agir — Celebrar e a Revisão de Vida) e a evangélica Opção Preferencial
pelos Pobres.
Em 1987, a PU de Linha Diocesana fez seu primeiro Encontro Nacional.
Nesses doze anos, as experiências foram se somando e sendo sistematizadas.
Hoje, nós nos compreendemos como COMUNIDADES PROFÉTICAS NO
MEIO UNIVERSITÁRIO, presença da Igreja com um rosto fortemente laical,
que procura viver os sinais do Reino através de pequenas comunidades e,
como tal, existem em função da missão de anunciar profeticamente os seus
valores (do Reino) no meio universitário.O objetivo fundamental é
evangelizar o mundo universitário, buscando impregnar o ambiente
acadêmico dos valores que nós, cristãos/ãs, professamos (ética, justiça,
verdade, solidariedade, fraternidade), buscando propagação do
Evangelho no cotidiano do ensino superior.

Marca-nos, ademais, o forte protagonismo laical e estudantil, o compromisso


de evangelizar pessoas e estruturas, a busca de provocar uma presença cristã
comprometida com os destinos da Universidade, para que ela assuma,
determinadamente, seu papel de serviço à sociedade e, nesta, aos
marginalizados e excluídos. Presença solidária com os que integram a
comunidade universitária, compromisso com a formação integral dos
estudantes para que sejam academicamente competentes, eticamente
comprometidos e espiritualmente inspirados, tendo em vista seu futuro agir
profissional. Marca-nos, enfim, a consciência da missão, de que somos,
sobretudo, enviados para fazer com que todos os povos se tornem discípulos
(Cf Mt 28,19).

Sabemos que não somos a única experiência de evangelização no meio


universitário. Aí estão também a Pastoral da Universidade, uma iniciativa da
própria instituição universitária (geralmente confessional), que oferece serviço
de pastoral aos estudantes, professores e funcionários, e movimentos eclesiais
como a RCC, Focares, Comunhão e Libertação, etc. (Uma reflexão mais
aprofundada sobre esse assunto ejlcontra-se no caderno de estudos
Pdu/Pu —n0  1).
 
 
3.2  Aspectos referenciais
 
A Pastoral Universitária procura concretizar a missão evangelizadora da
Igreja na Universidade, como apresentam os diversos documentos eclesiais, a
partir da experiência que foi sendo acumulada e sistematizada ao longo dos
anos e das demandas que a realidade nos apresenta. Para isso, temos como
fundamento a constituição de pequenas comunidades, núcleos formados por
estudantes (cujo número ideal é entre quatro a oito) acompanhados1 sempre
que possível, por um assessor.
Marcados pelo amadurecimento pessoal e grupal, destacam-se quatro
aspectos na vida do núcleo:
 a vivência de uma dinâmica comunitária;
           a tomada de consciência e explicitação da espiritualidade cristã,
encarnada na cultura universitária;
 a ação evangelizadora;
           e, finalmente, o estabelecimento de relações privilegiadas com a
Universidade.
A vivência comunitária de tais aspectos visa a dar unidade à nossa
experiência, sem, no entanto, ter qualquer intenção de uniformizar os grupos.
Para nós, é grande o valor do respeito ao espaço de liberdade para o
aparecimento da diversidade no interior da Pastoral Universitária.
 
 
3.2.1 A dinâmica comunitária
 
Nossos grupos têm a vida comunitária como imperativo de Deus: o        
grupo que segue Jesus é comunidade que procura viver, antecipadamente, os
sinais do Reino, no amor, que é solidariedade, partilha, atenção e carinho
mútuos. E essa experiência que vai inspirar e alimentar os compromissos
cotidianos, o processo exigente de seguir a Cristo incondicional e
continuamente e as relações intersubjetivas para o amadurecimento pessoal e
grupal.
Dos membros da comunidade requeremos uma atitude em que o
referencial de conduta não é a posse da verdade, do definitivo, mas o desejo
de construir, através do provisório, os pontos de encontro nos quais valores,
motivações e objetivos, por vezes diferentes, possam ser explicitados.
comparados, avaliados e “reelaborados”, continuamente, sem nunca termos a
pretensão de chegar a uma síntese definitiva e sem perder a identidade
própria. É preciso afirmar a subjetividade como capacidade de
autocompreensão e autonomia, fatores decisivos para a compreensão e a
convivência com o outro. No grupo, tal atitude se traduz na postura de diálogo
permanente, em que a relação que se estabelece com o outro é de constante
aprendizado. Mais cresce quem mais aprende. O desafio é, portanto, de
aprender a aprender, sem nunca desperdiçar as oportunidades de aprendizado.
O que equivale a dizer que a busca da maturidade implica um processo de
afirmação do eu como realização comunitária.

Outro aspecto mantenedor da vida comunitária é o respeito ao outro diante das


eventuais falhas, não com o intuito de ignorá-las, mas com o de que sejam
tratadas no momento oportuno e da maneira adequada. O amadurecimento
pessoal e coletivo se concretiza na criação de vínculos de intimidade e
amizade, que proporcionem, não apenas a partilha das dores, alegrias,
frustrações e felicidades, mas também do pão e da roupa, da passagem do
ônibus e dos livros. Assim, responsabilizamo-nos pelos companheiros e
companheiras e constituímos um espaço de discernimento e construção de um
projeto de vida.

Essa experiência comunitária é movida, acima de tudo, pela gratuidade


que pode gerar, espontaneamente, atitudes e posturas. No grupo de PU,
contudo, ela é marcada também pela metodologia (na prática da Revisão de
Vida, através do método Ver—Julgar — Agir — Rever — Celebrar, vivida
com sistematicidade). Para nós, é o aspecto comunitário vivido, como
experiência da mística cristã, que marcará profundamente a vida do
universitário.
  
3.2.2 Espiritualidade
 
Como afirma Dom Cândido Padim, só existe uma espiritualidade cristã:
a vivida por Jesus Cristo. Quando destacamos a espiritualidade como aspecto
marcante no grupo de PU, enfatizamos atitudes e posturas que, na dimensão
transcendente do ser humano, ganham características próprias. São espirituais
no sentido de que são especialmente motivadas pelo Espírito de Deus, a
exemplo do que aconteceu com Jesus de Nazaré.
Em primeiro lugar, vem a relação com o Criador. Os membros da
comunidade são levados a amadurecer sua relação pessoal com Deus, através
da oração (conversa intima com Deus), da leitura bíblica, que busca
compreender a revelação para atualizá-la, e, no silêncio, para ouvi-lo através
de sua criação. O mesmo se dá na vida do grupo, nos momentos celebrativos e
nos de estudo e escuta da Palavra e na busca de uma referência para
compreender melhor o mundo.
A vivência, segundo o Espírito, é cultivada para afirmar a abertura e o
acolhimento da diferença, a radicalização da comunhão com Deus através dos
irmãos/ãs e da natureza (também esta, criatura divina que precisa ser
respeitada em sua existência ativa) e a resposta à proposta de Deus como fé
existencial, encarnada na vida em todas as suas dimensões.
A espiritualidade vivida pelo grupo e pelos seus membros procura se
encarnar, primariamente, em seu lugar vital: a Universidade. Isso implica uma
fé celebrada e vivida a partir dos elementos próprios da vida universitária,
experimentando-a como graça, como dom que se torna dívida no momento em
que traz a exigência de ser partilhada (seus conhecimentos e frutos) com todos
os irmãos/ãs. É preciso, contudo, dizer que ela é dinâmica, é processo que se
aprofunda paulatinamente e, nas diversas situações e dimensões da vida,
procura experienciar a presença mistérica e amorosa de Deus, revelada na
vivência da mística espiritualidade do seguimento a Jesus. Enfim, nossa
espiritualidade está sempre aberta à descoberta de quão belo e gostoso é
sermos filhos e filhas de Deus. 
 3.2.3 Ação evangelizadora
 
A comunhão e a espiritualidade existem em função do anúncio e da
missão evangelizadora, sem a qual a comunidade eclesial perde o sentido.
A missão do grupo de PU é evangelizar o mundo universitário. O
amadurecimento pessoal e grupal cresce em direção à ação evangelizadora
que será, ao mesmo tempo, caminho e critério para tal crescimento.
A primeira ação acontece com a própria constituição da comunidade: a
dinâmica comunitária e a espiritualidade vivida são alimentos para a
evangelização plena da comunidade, uma espécie de “auto-evangelização”.
Mas não haverá sentido, caso paremos por aí. O maior sentido está na
evangelização para fora do grupo, em direção ao mundo universitário.
Em comunhão com a Igreja do Brasil, compreendemos a ação
evangelizadora como propagação do evangelho na “cultura” universitária,
realizada através:
 do testemunho do serviço,
 do diálogo,
 do anúncio
 e do testemunho comunitário.
O grupo em conjunto e/ou cada membro tem como fundamento essas
exigências.
Como serviço, são desenvolvidas atividades de acolhimento a
estudantes que estão longe de suas famílias e não podem arcar com despesas
muito grandes para sua hospedagem, como por exemplo, aqueles que saem de
suas cidades para fazer vestibular. Mas é também atitude gratuita emprestar
um livro, oferecer um caderno para aulas serem copiadas, assumir as lutas
acadêmicas (através dos Diretórios e Centros Acadêmicos) como canal para a
construção de uma universidade voltada para a formação integral da pessoa e
comprometida com as demandas que vêm dos empobrecidos, marginalizados
e excluídos, preferidos por Jesus de Nazaré, isto é, ser presença solidária.
Como diálogo, o testemunho é dado através da postura pessoal, do
relacionamento com irmãos de outras confissões e na abertura para ouvir o
que a ciência tem a dizer para a fé. E também ter o que apresentar, ter uma
identidade que possa entrar em intercâmbio para o crescimento comum,
promovendo debates, conferências e palestras que abram espaço para a
comunidade universitária refletir e aprofundar temas importantes. E, enfim, a
atitude de escutar o outro na atenção de captar a vontade de Deus através de
suas criaturas. Esse, talvez, seja o testemunho mais requisitado de um cristão
no ambiente universitário. Sem dúvidas, se há uma só característica
tipicamente universitária, esta é o pluralismo de pensamento e expressões nos
mais variados campos da cultura.
Acreditamos que tais testemunhos conseguem PROVOCAR nossos
interlocutores, sensibilizá-los para os valores apresentados pela proposta de
Jesus: a promoção da justiça, a construção da fraternidade e o cultivo da
esperança. Deles podemos ver emergir uma ética que prioriza a vida e a
solidariedade, uma política que prima pela participação democrática e um
‘fazer”  técnico-científico que tem, na valorização de cada pessoa, sua
motivação e seu horizonte.
Sabemos, entretanto, que a evangelização, em seu sentido pleno, exige
mais. Exige um testemunho que anuncie explicitamente o nome de Jesus
Cristo como Senhor. Com a consciência de que tal anúncio precisa ser como
uma resposta a algo que procuramos, e não como imposição de um
pensamento, o grupo de PU realiza, entre outras iniciativas, a preparação de
universitários/as para o sacramento da crisma, celebrações nos campus
universitários, divulgação da Campanha da Fraternidade; oportuniza aos
estudantes o aprofundamento da fé através de retiros e de reflexões a respeito
de temas religiosos.
Por último, é o testemunho da própria comunidade, que procura
seduzir universitários e universitárias para se integrarem na “família”. O
testemunho pessoal e grupal da vida comunitária é o primeiro caminho para o
convite ao outro: VINDE E VEDE COMO VIVEMOS. Porém, isso não basta.
É preciso que:
  o convite seja feito de maneira explícita e direta;
             a ação evangelizadora se plenifique, ao oferecer a oportunidade
para que outros também possam experimentar o gostoso da vida comunitária
de Pastoral Universitária;
             os acadêmicos possam conhecer Jesus mais de perto e assim
aprofundar sua fé;
 possam, enfim, fazer de sua fé, uma maneira de existir, um vinho
que mergulha no corpo e renova toda a vida em alegria.
E isso exige ter uma postura verdadeiramente profética, em que, ao
sermos vocacionados/as e imersos/as na graça do Espírito, nos descubramos
apaixonados/as pelo projeto do Reino. Assim, vamos formando novos grupos
que começarão a caminhada para se tornarem comunidades.
Nada disso, contudo, pode depender apenas da espontaneidade. Desfrutando
dos dons do conhecimento e da racionalidade acadêmica que lhes foram
dados, o grupo procura primar, ao máximo, pela sua organização. A ação
evangelizadora precisa ser guiada pela gratuidade, mas não poderá esquecer o
planejamento e a avaliação contínuos. Afinal, ser evangelizador é ser
mediador de uma proposta de muito valor, que não pode ser apresentada de
qualquer jeito. Para isso, o grupo possui uma rotina de trabalho, com reuniões
periódicas e uma metodologia própria (Ver — Julgar — Agir Rever —
Celebrar e a Revisão de Vida). Além disso, prepara-se através de estudos,
procurando a vivência de uma fé consciente e comprometida que visa à
transformação da realidade na qual está inserido. Ademais, o grupo está
sempre articulado, assumindo sua organicidade com a Igreja local e com os
outros grupos de PU espalhados pelo país.
Finalmente, ressaltamos que, apesar da prioridade, o ambiente
universitário não é o único espaço para nossa ação evangelizadora. O grupo
ou alguns de seus membros desenvolvem atividades junto a comunidades
carentes (como campanhas educativas e assistenciais) e procura estar presente
na vida da Igreja, oferecendo seus dons de universitários para o crescimento
de toda a comunidade eclesial. Muitos membros da PU são catequistas,
acompanhando, por exemplo, a preparação dos sacramentos de iniciação cristã
em paróquias.
  
3.2.4  A relação com a universidade
 Esse destaque se deve, em primeiro plano, à importância sócio-cultural da
Universidade. Ela abastece hoje todas as instâncias decisórias da sociedade
com informações e pessoas, seja no campo político, no econômico ou no
educacional. Nesses termos, é impossível não reconhecer a hegemonia da
racionalidade e do conhecimento científico e tecnológico na cultura
contemporânea. Assim, a Universidade ganha importância à medida que
produz uma elite que tende a controlar os destinos da sociedade. Dela se
esperam, também, alternativas tecnológicas para um desenvolvimento
económico que não seja excludente.
O papel da Universidade dentro da sociedade já indica, por si, a
importância que ela possui como um meio pelo qual a Igreja pode
desenvolver, com sucesso, sua missão no mundo. Não obstante, vale ressaltar
o destaque dado por Jesus ao saber intelectualizado. Se é certo que não
podemos simplesmente fazer uma transposição histórica entre os legistas do
século I na Palestina — que, tomando a chave da ciência, não entram e
impedem a entrada dos outros (Cf Lc 11,52)— e os cientistas de nossa época,
não é menos verdade que aqueles assumiam, à sua época, o papel que esses
assumem hoje. De forma que a crítica de Jesus explicita, sobretudo, a
responsabilidade que têm os “sábios” perante o mundo. Certamente, o mundo
seria outro se a cultura científica moderna fosse melhor permeada pelos
valores evangélicos.
Daí a necessidade de uma ação pastoral que objetive a evangelização da
Universidade como estrutura de produção e difusão do saber científico e
ambiente próprio das pessoas ligadas a essas atividades. Essa necessidade se
torna maior, quando percebemos, ainda presente, uma tendência à
dicotomização entre ciência e fé. Evangelizar o mundo da Universidade, nesse
aspecto, significa buscar a superação dessa tendência, anunciando e
testemunhando que ciência e fé podem e devem se relacionar através de uma
mútua complementação. Por um lado, a fé precisa cada vez mais dos
elementos de compreensão e transformação do mundo, oferecidos pela ciência
e tecnologia para fazermos fé existencial; por outro, o fazer científico e
tecnológico tem demonstrado sempre mais a necessidade de um
direcionamento ético que pode e deve ser oferecido pela fé, pela esperança no
projeto salvífico de Jesus Cristo.
Evangelizar a Universidade — pessoas e estruturas — deve ser, hoje,
ponto fundamental para a comunidade eclesial que quer chegar até os confins
do mundo. Prescindir desse meio, significa, pelo menos, abrir mão de um
canal adequado para o diálogo com a cultura hegemônica contemporânea. Isso
implica que o grupo considere, em seu agir pastoral, os mais diversos aspectos
da vida universitária, para que, no diálogo e no serviço, possa haver
evangelização. Assim, é preciso que o grupo:
      considere, em primeiro lugar, que ela (a Universidade) é uma
instituição situada na sociedade e, como tal, estabelece relações de
obrigações e de deveres. Assim, poderíamos dizer que, governada por
cânones próprios, a Universidade exige que a presença e atuação junto
a ela obedeçam as suas linguagens, aos seus ritmos, aos seus rituais,
isto é, a sua própria dinâmica. Na busca de propagar o evangelho, é
preciso estar atento aos sinais que vêm deste mundo, com abertura
para reconhecer seus valores e estabelecer diálogo. E não qualquer
diálogo, mas um que traduza a postura de respeito por este mundo
como criação de Deus e como lugar de manifestação de Seu Espírito;
      considere a Universidade como lugar próprio de pessoas que, na
qualidade de jovens estudantes, estão decidindo seu futuro. Neste
sentido, ela é uma realidade marcante, mas transitória e, como tal,
intermediária. A ação do grupo está voltada, não só para frutos no
presente, provocando o compromisso dos estudantes com a
transformação da realidade em que vivem, mas também para frutos no
futuro, provocando-os a buscarem uma formação que corresponda a
seus compromissos como cristãos na vida profissional.
Isso se traduz:
      na compreensão da ciência e da tecnologia como dons de Deus,
que precisam estar voltados para realizar Sua vontade;
      no fato de assumir os estudos como atitude inspirada pelo
mesmo Espírito que inspira o compromisso da solidariedade com o
outro;
      na convivência acadêmica como testemunho existencial de sua
fé, contradizendo a competitividade selvagem que, muitas vezes, se
apresenta até mesmo na sala de aula;
      no engajamento nos diversos movimentos acadêmicos, políticos
e culturais;
_    enfim, na participação ativa em todos os momentos da vida
universitária.
Essa compreensão e atitude são cultivadas no dia a dia com os colegas,
nas ações do grupo e em seus momentos mais fortes de revisão de vida e
celebração.
  

IV   Nucleação e iniciação

A PU como processo

 
Chegar a um grupo/comunidade, com as características descritas no
capítulo anterior, não é fácil. Na verdade, é preciso percorrer um caminho,
desenvolver um processo que leve um grupo a afirmar sua decisão de ser
comunidade cristã.
O ser cristão é, fundamentalmente, tomar uma decisão de seguir o
MESTRE e, no caminho, ir aperfeiçoando a maneira de segui-lO. Os
exemplos bíblicos dos seguidores de Jesus no Novo Testamento indicam que
não basta tomar a decisão.
 
 Como Pedro, somos tentados a negar (Cf Mc 14, 66-72);
 como Tomé, somos tentados a não crer (Cf Jo 20, 24-29);
          e, como todos, temos dificuldades em compreender a
mensagem de Jesus (Cf At 1, 1-6).
Ao longo dos anos, fomos sistematizando nossa experiência, lançando
mão dos dados da realidade, da história e da herança que recebemos.
Chegamos a algumas conclusões. Entre elas, a de que o processo é complexo,
não é linear e está sempre intimamente ligado à realidade onde se insere o
grupo e à realidade existencial de cada pessoa que dele participa. Sabemos,
também, que nossa maneira de percorrer o caminho da experiência cristã não
é única nem exclusiva, mas particular. Ela reflete nossas opções e nossos
objetivos como estudantes universitários cristãos.
Hoje, compreendemos nosso processo como sendo constituído por três
etapas: NUCLEAÇÃO, INICIAÇÃO e CONSOLIDAÇÃO. Numa analogia
que temos usado bastante, falamos também dos três momentos, como ocorre
na relação entre dois jovens: primeiramente, há a paquera, a troca de olhares, a
busca de oportunidades de encontro, o encanto da sedução... Esse é o
momento da NUCLEAÇÃO. Aceito o primeiro convite— ou
paquera —, inicia-se o namoro, a descoberta do outro. E o momento de
conhecer-se e dar-se. O momento do namoro, identifica-se com a
INICIAÇÃO. A última etapa, que corresponde ao casamento, refere-se à
CONSOLIDAÇÃO.
A partir de agora, abordaremos as duas primeiras.
  
4.1 Nucleação
 
O termo indica o ato de construir um núcleo, demarcando seus limites e
seu formato. Para nós, significa os primeiros passos visando à estruturação do
grupo/comunidade.
  
4.1.1  Motivação
 A NUCLEAÇÃO é a partida para concretizar nossa ação evangelizadora em
seu sentido mais pleno: fazer crescer a comunidade dos discípulos que
confessam Jesus Cristo como Senhor.
 A motivação inicial é a fé: a certeza de que a proposta de Jesus é
algo que vale a         pena ser vivido, algo que outras pessoas
merecem conhecer.
A nucleação motiva a experiência da vida comunitária: outras
pessoas merecem   vivenciar a alegria de ter em quem confiar,
com quem partilhar, de quem receber a alegria de experimentar,
mesmo que fragilmente, os sinais do Reino, pois precisam disso.
A nucleação motiva, ainda, a consciência de que o trabalho émuito
e os operários são poucos e, por isso, precisamos de mais gente
para anunciar a Boa Nova ao mundo.
É o encontro com Jesus Cristo, que se revela para nós na vida acadêmica
e na partilha comunitária, experienciada no grupo e testemunhada no
cotidiano, que nos leva a irradiar a proposta da PU aos universitários.
 4.1.2  Sensibilizar e Provocar
 Na etapa da NUCLEAÇÃO, agindo com ou sem intencionalidade declarada,
queremos sensibilizar nossos colegas para o fato de que existe uma proposta
de vida que possibilita uma vivência integradora do ser humano em todas as
suas dimensões (inclusive a transcendente) em busca de felicidade, que tal
proposta considera o caráter particular do ser universitário, além de ser vivida
desde o ambiente acadêmico.
 

Através do testemunho pessoal, na conversa cotidiana, nas atitudes que cada


membro do grupo/comunidade vai apresentando, os sinais são enviados. O
objetivo é despertar a curiosidade para, quem sabe, chegar à formulação de
perguntas: Que negócio é esse de PU? O que é que vocês fazem tanto em
reuniões? Vocês acreditam mesmo em Deus? São católicos? ...À maneira de
Jesus, nos deixamos ver no cotidiano da vida universitária. Esse é o grande
espaço para a NUCLEAÇÂO.

Na etapa de NUCLEAÇÃO, buscamos provocar nossos colegas, chamá-


los para fora de si mesmos, para estarem em nosso caminho. Diante da
curiosidade demonstrada, respondemos: VINDE E VEDE. Trata-se do
primeiro convite explícito e direto para as pessoas participarem da PU.
 4.1.3  Espontaneidade e Estratégias
 A NUCLEAÇAO tem como pressuposto a gratuidade evangélica do
semeador que não escolhe o terreno (Cf Mc 4,3-20) e a capacidade de saber
quando se encontram interlocutores com os quais caberia a comparação de
Jesus à sua geração, “... semelhante a meninos que se assentam nas praças e
gritam aos seus companheiros: Tocamo-vos flautas e não dançastes; cantamo
—vos lamentações e não chorastes.”(Mt 11,16—17).
 É preciso dedicar atenção aos que se sensibilizam gratuitamente,
procurando responder aos questionamentos;

     é preciso saber não insistir, não “forçar a barra” de quem, muitas vezes,
atende a um convite por pura educação;

     é preciso ter consciência de que nossa proposta não corresponde ao


desejo de todo mundo.
Além disso, a NUCLEAÇÃO precisa de posturas estratégicas. Num
mundo com tantas “ofertas”, é fácil haver confusão. Nesse sentido, desde o
primeiro momento, a identidade da PU precisa estar clara, bem delimitada. A
forma também é importante. Numa época em que a comunicação se realiza
intensamente através da imagem, não podemos dispensar os cuidados com o
que vamos apresentar em nossos convites.
É importante acentuar que o contato inicial da nucleação quer levar a
despertar o interesse pela proposta da PU, motivando o acadêmico e
conquistando-o, para a formação de novos grupos. O contato inicial precisa
ser sensibilizador, provocativo, mas também, sedutor, apaixonante. Se, por um
lado, ele é proposta, por outro, precisa aparecer como oportunidade e resposta
aos anseios e desejos de quem o recebe. Não custa lembrar que a proposta de
Jesus é acolhida pelo povo, à medida que responde aos anseios de liberdade
(como todos que esperam o vinho antigo para a alegria voltar a uma festa
triste, à maneira das bodas de Caná — Cf Jo 2, 1-12) e de felicidade. Daí que
a NUCLEAÇÃO necessita ser bem preparada, inclusive com um bom
planejamento estratégico.
 
4.2 Iniciação
 Depois de conhecer a PU a ponto de se sentir provocado/a, o/a universitário/a
entra na segunda etapa: a INICIAÇÃO. Como no namoro, esta é a fase do
conhecimento mais profundo, da conscientização e da experiência. Através
dela, buscamos levar o/a interessado/a ao compromisso e à vivência de PU,
até que ele/a não fale em ser “da” PU ou participar da PU, mas em “SER” PU,
criando-se uma identidade de PU.
Antes de tudo, devemos dizer que não se trata de uma iniciação ao
modelo de discípulos que são introduzidos em ciências misteriosas por um
mestre, que vai iluminando seu caminho. Tampouco, de um processo de puro
aprendizado teórico. E, sobretudo, o caminhar com todos os riscos e prazeres
que isso pressupõe, é fazer a “experiência” da iniciação cristã.
Como tal, trata-se de uma experiência pedagógica. Ela é um processo de
aprendizado do qual faz parte:
 aprender a proposta da PU;
 aprender a reconhecer-se como diferente dos demais;
             aprender a reconhecer-se como grupo diferente de outros grupos;
 descobrir valores;
 assumir compromissos.
 
Para tanto, necessitamos de:
pessoas que assumam papéis;
de instrumental pedagógico que facilite o aprendizado e as
descobertas;
de recursos físicos;
 de metodologia.
Na verdade, marca a passagem da 1 para a 2 etapa, a sistematicidade
do trabalho: agora serão reuniões com horários, pauta e frutos mensuráveis.
Por outro lado, mesmo com sistematizações que procurem objetivar ao
máximo o processo, não conseguimos fugir de incertezas. O fato é que a
INICIAÇÃO, na PU, está em função do grupo ou pessoa que, tendo feito a
NUCLEAÇÃO, trata de dar prosseguimento ao seu trabalho; do contexto em
que se está inserida (universidade, cidade, curso ...) e da realidade existencial
do iniciante (sua origem, seus projetos, sua postura ...). Quer dizer, são muitas
as variáveis que devemos considerar. Soma-se a elas o caráter de
intersubjetividade que tem o processo: o encontro de sujeitos que buscam
amadurecer em comunidade.
  
4.2.1  Temas a serem abordados
 Simultaneamente, vários temas que traduzem a proposta da PU irão sendo
trabalhados. Além disso, esperamos que os novos integrantes da PU tragam
consigo expectativas1 desejos, questionamentos e sugestões de temas. Esses
não poderão ser desconsiderados, pois propor o projeto da PU supõe um
diálogo, e não, uma imposição. Portanto, uma das atitudes básicas do processo
é a da escuta das inquietudes do jovem universitário.
  4.2.1.1 A identidade da PU
 A identidade da PU consiste em apresentar, da maneira mais objetiva
possível, o projeto da Pastoral Universitária. Se, no momento da
NUCLEAÇÃO, houve “conversas” sobre o assunto, devemos falar da PU,
sem atropelos, de maneira bem sistematizada, para que o iniciante possa saber
com o que/quem está se encontrando. O mais importante, nesse momento, é a
busca de equilíbrio entre a objetividade e o respeito aos iniciantes: nem o
extremo de trabalharmos apenas exposições no estilo clássico de conferências,
nem o outro, de conversas espontaneístas, sem nenhuma preparação ou
roteiro.
Importa, ainda, que a proposta seja apresentada com segurança,
indicando que ela traz consigo uma experiência acumulada e que tem algo a
oferecer. Claro que sua encarnação na realidade do novo grupo precisará de
uma atualização, de ser adaptada, o que pressupõe iniciativas e sugestões dos
iniciantes. Isso, contudo, não pode significar um eterno retorno, um ter que
recomeçar a PU a cada grupo novo que se inicia.
No tema identidade, estão subentendidos todos os outros que dão caráter
à PU, entre eles o da história, da metodologia, da organização e organicidade e
sua inserção no mundo universitário, etc.
 4.2.1.2 Experiência da dinâmica comunitária
 Mais que um tema de estudo, trata-se de proporcionar a vivência para
aprofundar o inter-relacionamento pessoal. Significa organizar vivências e
dinâmicas para que os membros do grupo possam ir se conhecendo,
aprendendo a confiar um no outro, possam escutar-se mutuamente, enfim,
possam ir criando laços afetivos mútuos. Nos primeiros momentos da  vida do
grupo, será essa afetividade que irá dar-lhe sustentação. Trabalhá-la significa
construir um ambiente no grupo o qual seja acolhedor, gostoso, alegre e
descontraído. E também iniciar todo o processo de amadurecimento das
relações afetivas e dos laços de amizade. Isso será decisivo para o futuro do
grupo, pois dará sustentação para toda a sua vida.
  
4.2.1.3 Aprofundamento da experiência religiosa
 O grupo/comunidade de PU não é apenas um grupo de estudo e reflexão, ou
de amigos que buscam acolher-se mutuamente. E um grupo que tem, na
motivação religiosa, seu maior impulso. Isso precisa estar presente desde os
primeiros momentos da INICIAÇÃO. É importante não cair em extremos. Um
seria o esquecimento; o outro seria a insistência em modelos pré-estabelecidos
de orações e liturgias. É verdade que nossa liturgia católica possui
determinados limites. Não obstante, a atitude de respeito à caminhada dos
iniciantes é fundamental: é preciso reconhecer o estágio em que eles se
encontram e, a partir dai, começar com eles o profundamento e a
sistematização de sua experiência religiosa.
  
4.2.1.4   O crescimento da consciência crítica e do compromisso diante da
realidade
 É estudo, análise, mas também engajamento, participação e experiência.
Ajudarmos os estudantes a descobrirem no cotidiano da vida universitária (no
estudo-pesquisa-extensão, na relação com os amigos, na relação com os
professores, nas entidades políticas e/ou culturais de organização estudantil ...)
um lugar de compromisso cristão é a nossa tarefa.
É inegável que a geração atual de universitários/as não se sente
convocada para um compromisso maior através dos temas ligados à
participação política. Isso, porém, não deve ser desculpa, e sim, desafio a ser
enfrentado com coragem e criatividade.
Por outro lado, é importante que não seja um tema teórico. Não raro, há
muito desejo de participação em algum tipo de atividade de caráter social
(“concreta”, como se costuma dizer). É preciso acolhê-la e estimulá-la de
maneira pedagógica. A tomada de consciência é processo, e o fundamental
nele é o momento de avaliação: perguntar pelos frutos, procurando uma
análise mais ampla da atividade desenvolvida, o mais importante é que possa
ir se desenvolvendo, ao lado da consciência da realidade, o compromisso em
transformá-la, a certeza de que se trata de vivência de fé e não de execução de
projeto político. A ação transformadora da realidade na perspectiva da
construção do Reino é uma exigência evangélica.
 
4.2.2   Pedagogia 
Saber quais os temas que precisam ser abordados no processo de
INICIAÇAO é difícil. Como fazê-lo é muito mais.
No capítulo V, apresentamos sugestões de metodologias, inclusive com
dinâmicas a serem trabalhadas. Sabemos, porém, que o instrumental de nada
valerá se não houver uma postura pedagógica coerente com ele: uma
pedagogia libertadora só dá certo quando aplicada por pedagogos libertadores.
  
Pensando assim, apresentamos a seguir alguns critérios para uma postura
pedagógica coerente com o que estamos propondo no processo de
INICIAÇÃO. Eles não esgotam o tema; outros critérios poderão ser
acrescentados
  
4.2.2.1   Abertura
 Como em toda ação evangelizadora, é preciso que haja uma postura de
escuta: ouvir e entender os que chegam e o que estão falando, quais são seus
anseios, questionamentos, projetos, medos ...
É preciso uma postura de compreensão em relação ao outro ou, dito de
outra maneira, não haver “pré-conceitos”. E não é fácil escaparmos dessa
tentação: melhor que sejam nucleados os que se parecem mais conosco; que
sigam na INICIAÇÃO os que facilmente entraram em nosso esquema ... Há
uma grande demanda por “ouvidos” nos dias de hoje: muitos querem apenas
ser ouvidos, precisam de atenção para se sentirem acolhidos. A postura de
abertura, como o princípio pedagógico quer traduzir, desde o primeiro
momento, é a determinação de que, no processo, a construção do
conhecimento será coletiva.
 
4.2.2.2   Objetividade
 Estar aberto e escutar, acolher e não ter “pré-conceitos” não é igual a não
propor. É preciso que, no processo de INICIAÇÃO, haja objetividade para
que os iniciantes possam reconhecer, com facilidade, que proposta está sendo
apresentada. Por sua vez, a postura objetiva no processo pedagógico deixará
claro os seus rumos: para onde estamos caminhando. Significa dizer que não
podemos temer fazer propostas e exercer um papel de liderança.
O entrave talvez se dê exatamente neste campo: como compreendemos o
papel da liderança em um grupo? Como compreendemos o significado de
autoridade? Ao contrário do que diz o senso mais imediato dos termos,
liderança e autoridade não significam somente poder de mandar, independente
da vontade dos outros, ou poder delegado. Ser liderança é saber ajudar o
grupo a caminhar, e caminhar com ele, ser AUTOR das coisas. Isso é
concedido, não apenas por uma capacidade inata; isso é concedido pela
experiência que acumula conhecimento e pela capacidade de comunicá-lo.
 
4.2.2.3 Respeito 
Significa dialogar com os iniciantes, ter a postura de trocar
conhecimentos com eles. No sentido evangélico, significa ter capacidade de
reconhecer que a VERDADE que vem do Espírito de Deus não está apenas
conosco, que temos uma maior intimidade com o projeto de Jesus. O Espírito
também é dado ao mundo. Os iniciantes, como o mundo, têm consigo a
manifestação de Deus.
Respeito significa, também, a postura de termos zelo pelo que estamos
fazendo. É preciso que haja “PRE-OCUPAÇÃO” com o trabalho. É preciso
que preparemos bem a reunião, a metodologia, os instrumentos. Talvez, para
quem é responsável, em primeira instância, por uma reunião, ocorra o
pensamento de que, quando uma palestra não é bem preparada (o que
acontece), a improvisação não é percebida. Grande engano! Os participantes
reconhecem, de longe, quando uma reunião foi organizada às pressas.
  
4.2.2.4   Coragem e criatividade
 Não se trata de atitudes de coragem e rasgos de criatividade. Para o trabalho
num campo difícil como o universitário, em que os questionamentos são
intensos, em que a atividade pedagógica faz parte do dia-a-dia, em que o
professor e os livros são personagens de cada hora, é preciso que haja muita
criatividade, que haja determinação de inovar. Como não repetir, no processo
de INICIAÇÃO, a pedagogia que se enfrenta na sala de aula? Como motivar
para que se aprendam coisas que não dizem respeito ao mundo técnico? Como
sensibilizar para experiências que não se traduzem em diplomas?
Criatividade é algo que se estimula, que se aprende. É importante
lembrar que, via de regra, a escola formal trabalha no sentido oposto: as
matérias já estão prontas para ser aprendidas, as provas perguntam apenas o
que foi oferecido ... Furar este bloqueio é atitude que precisa de CORAGEM,
não temer o novo, arriscar.
Em síntese, diríamos: é preciso ousar neste trabalho. E a ousadia é fruto
da liberdade, somada à coragem e à criatividade.
  
4.2.3    Quem acompanha o grupo iniciante
 A etapa da INICIAÇÃO é o momento quando toda a PU assume um novo
grupo. Por isso, o processo é de responsabilidade, em primeiro plano, de todos
os que já estão na Pastoral. É como a acolhida de um novo morador em nossa
casa; se alguém da família não o recebe bem, ele nunca ficará à vontade. Uma
maneira muito eficiente de iniciar alguém é a do “apadrinhamento”: para cada
iniciante, o melhor é que haja um “padrinho”, que possa estabelecer com ele
uma relação mais estreita, de maneira que ele possa concretizar, rapidamente,
o sentimento de pertença à PU. Fundamental, entretanto, é o acompanhamento
do grupo em seu cotidiano, desde os primeiros contatos, quando da
NUCLEAÇÃO. Aí surgem duas figuras: o ACOMPANHANTE e o
ASSESSOR.
 
4.2.3.1 O acompanhante
 A Pastoral Universitária é construída pelos/as universitários/as com a
colaboração dos assessores e em comunhão com toda a Igreja. Essa identidade
é construída a partir da compreensão de que os/as universitários/as são os
protagonistas fundamentais da evangelização em sua dimensão humana, até
mesmo pela realidade antropológica que favorece a comunicação e a
convivência entre os sujeitos que estão mais próximos num determinado
contexto.
Em função disso, o grupo iniciante tem, como interlocutor principal na
PU, um MILITANTE — ACOMPANHANTE com experiência, identidade e
domínio de nosso método, suficiente para animar e coordenar o grupo em seus
primeiros passos, fazendo-se o elo mais forte entre este e toda a história da
PU. Seu papel é ser o coordenador nas primeiras atividades do grupo, sendo o
principal agente pedagógico. A ele cabe:
 apresentar a PU: estrutura, metodologia, mística ...;
 tomar a iniciativa para 05 primeiros passos do grupo:
        organizando as primeiras reuniões,
        sugerindo as metas iniciais,
        sugerindo e aplicando dinâmicas,
        estimulando e sistematizando a caminhada dos iniciantes...
Seu trabalho será tanto mais eficiente quanto maior for a velocidade com
que o grupo vai criando autonomia para seguir em frente sem necessitar de
agentes externos.
  
4.2.3.2   O assessor
 O papel do ASSESSOR deve começar a ser inserido ainda no estágio da
INICIAÇÃO. O ideal é que o CANDIDATO A ASSESSOR do grupo comece
a acompanhar o grupo juntamente com o acompanhante, situando-se, porém,
de modo mais tímido nesse começo. Seu papel é auxiliar o acompanhante e
conseguir se inserir no grupo. À medida que o grupo vai construindo sua
autonomia, seu papel irá se concretizando até o momento em que, consolidado
o grupo, o acompanhante sai de cena e o assessor se configure como o único
integrante com papel diferenciado.
Sabendo da necessária empatia que deve haver entre o ASSESSOR e o
grupo, é fundamental que os seus integrantes possam indicar nomes, refletir
sobre eles e escolher e convidar alguém para assumir a assessoria. Nisso
diferem o acompanhante e o ASSESSOR. Enquanto o primeiro é preparado e
indicado pela PU, obviamente, respeitando-se a realidade do grupo iniciante, o
convite ao segundo é algo protagonizado pelos iniciantes, cabendo ao
acompanhante, provocar o grupo a assumir tal tarefa, acentuando a
necessidade e a importância de um ASSESSOR em sua vida do grupo.
 
4.2.4      Algumas dificuldades
 Devemos alertar que três dificuldades tendem a surgir no processo de
INICIAÇÃO.
 
4.2.4.1   A heterogeneidade do grupo nucleado
 
É comum que o grupo nucleado seja formado por pessoas de diferentes
origens sociais, com diferentes histórias de relação com a Igreja ou com o
mundo religioso, provenientes de diferentes cursos, quer dizer, o grupo de PU
é composto por universitários/as que possuem diferentes realidades
existenciais. É um desafio para os acompanhantes equacionar essa
diversidade. Como eles provêm de diferentes cursos e até de diferentes
instituições, não será fácil achar um horário de reunião conveniente para
todos. Da mesma forma, será difícil pensar uma atividade que consiga reunir
todos. Assim, na medida do possível, é aconselhável que o processo de
nucleação possibilite o encontro de pessoas, pelo menos, da mesma
instituição. Ser do mesmo curso implica uma facilidade: ter o horário mais
harmonizado; e uma perda: a do pluralismo e interdisciplinaridade no grupo.
Talvez a dificuldade maior seja de outra ordem, mais subjetiva: quando
há pessoas que vêm de outras experiências religiosas (em alguns casos,
mesmo que sejam católicas), é preciso bastante objetividade e, ao mesmo
tempo, respeito por parte de quem as acompanha para fazermos entender que
a proposta da PU tem um quê de diferente, que, na Igreja, a pluralidade (e,
portanto, a diferença) adiciona riqueza, quando vivida com o devido respeito.
O maior cuidado é para que não arrisquemos nossa identidade em nome do
crescimento da PU.
 
4.2.4.2   A incompreensão da estrutura de pequenos grupos
 A experiência tem mostrado que, para quem é sensibilizado e provocado pelo
testemunho da PU, que cresce em simpatia por nossa experiência, soa muito
estranho não participar do mesmo grupo/comunidade dos antigos.
Para contornar tal dificuldade, é preciso que, desde o momento da
NUCLEAÇÃO, esclareçamos a estrutura, enfatizando que os grupos não
caminham isolados como se cada um fosse uma PU diferente. A articulação
entre os grupos de uma mesma cidade e, depois, destes com os do regional e
nacional, é fator, não apenas de organização, mas de organicidade. Além de
haver uma estrutura que organize tarefas, o que buscamos com a articulação é
que cada grupo se sinta como parte de um corpo integrante ativo de um
sistema que não pode ser
 
dispensado, nem pode dispensar os outros.
É importante destacarmos que um grupo grande não poderá chegar às
características de comunidade que são apresentadas em nossa proposta.
  
4.2.4.3 Quando não se pode formar um grupo novo
 E quando conseguimos sensibilizar e provocar apenas duas ou três pessoas?
Como fazer? Ou seja, quando o número de nucleados não dá para formar
imediatamente um grupo?
Devemos informar que deve ser evitada, ao máximo, a entrada de pessoas
novas em grupos/comunidades que já possuam uma caminhada significativa,
em que o conhecimento sobre a identidade da PU já esteja bem avançado e o
inter-relacionamento pessoal já inspire confiança e afetividade. Uma pessoa
que entra num grupo que já está caminhando, ou irá perder o que já passou
(enfrentando o desconhecido), ou terá de fazer o grupo estacionar para poder
alcançá-lo. Quem entra numa comunidade que já possui um inter-
relacionamento afetivo significante, muito provavelmente, se sentirá
deslocado. O grupo facilmente irá isolá-lo, mesmo que seja
inconscientemente.
Para esses e outros desafios, valerá, como critério de superação, a
realidade local: quais as peculiaridades que o grupo apresenta e como elas
poderão ajudar na superação dos problemas?. Deixemos claro que nem tudo
será tranqüilo, mas, para isso, podem ser criados subgrupos (grupos de estudos
paralelos). Assim, o conhecimento da identidade da PU poderá ser levado aos
nucleados, até que seja alcançado o equilíbrio ou o mínimo de conhecimento
necessário para a caminhada em um só grupo.
  
V Fatores que condicionam o processo
  
A primeira atitude de quem quer executar uma proposta precisa ser
sempre a de OLHAR o ambiente no qual agirá, e daí confrontá-lo com suas
possibilidades e seus limites. Do contrário, correrá o risco de as boas
intenções transformarem-se em péssimas ações.
Em todo processo que se inicia, é preciso um levantamento da realidade,
desde a Universidade ou Faculdade em que se está inserido, até às
macrotendências. Por exemplo, é preciso que, aos dados apresentados neste
roteiro, somem-se outros da realidade local (como o nível de participação dos
estudantes em organizações sociais e/ou eclesiais, aspectos relativos à
ocupação do tempo livre, realidade e natureza da instituição onde
estuda — pública, privada, confessional — gênero, faixa etária, meios de
comunicação utilizados, etc.).

Apresentada nossa proposta, chamaremos a atenção para a realidade (nossa e


do mundo) a fim de encontrar fatores que condicionam os processos de
NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO.

Chamaremos de Fatores Externos algumas macrotendências que


identificamos como fortemente incidentes na vida dos/as universitários/as e
de Fatores Internos aquilo que é condição irrenunciável para que a PU possa
nuclear e iniciar novos grupos.
 
5.1 Fatores externos
 
Nossa intenção é fazer um rápido sobrevôo sobre a macrorrealidade,
identificando as macrotendências e indicando o tipo de incidência sobre nosso
trabalho. Primeiro, porque uma análise mais aprofundada (não obstante à sua
extrema necessidade) demandaria o trabalho de especialistas em diversas
áreas do conhecimento e um maior espaço do que o oferecido; segundo,
porque sabemos que tais informações são de mais fácil acesso.

O fato é que devemos ter presente que o mundo universitário não está isento
das dinâmicas sociais e participa delas num processo de mútua influência.
Assim, no nosso esforço de compreender o universo dos estudantes, temas
como globalização, políticas

neoliberais, aumento da exclusão sócio-econômica, desemprego e


flexibilização do mercado de trabalho necessariamente aparecerão.
Isso implica um perfil diversificado do universitário quanto à situação
financeira, ao lazer, ao trabalho, à faixa etária, ao estado civil, ao interesse em
freqüentar a universidade, à utilização do conhecimento aprendido e às
concepções de mundo. Em muitos casos, alguns/algumas universitários/as
trabalham, estudam e mantêm uma família, e sua disponibilidade em se
engajar em algum movimento dentro da universidade é pequeno. Outros/as
passam por um processo de crise de identidade, pulverização de valores,
conflitos de idéias, incertezas quanto ao certo e ao errado, muita carência
afetiva e falta de um referencial. E, a partir dessa vivência, desejam ter uma
consciência critica de si, dos outros e da realidade social. Pessoas que querem
“mudar o mundo”, mas, às vezes, não sabem por onde começar. A Pastoral
Universitária deve estar atenta a esta realidade e ser um instrumento de
acolhida e de discernimento, abrindo espaço para esses/as universitários/as
poderem partilhar e expressar suas necessidades.
  
5.1.1 Tendência da globalização
 Os meios de comunicação contemporâneos são a estrada para a globalização.
Através da informática, dos satélites e cabos ópticos, deixa de haver lugar
distante no mundo. Os vários processos histórico-sociais, políticos,
econômicos e culturais passam a receber e enviar informações e a se
influenciarem mutuamente (uns influenciando mais do que outros, claro).
E, assim, vamos tendo acesso a uma visão de mundo tão abrangente e
imediata quanto nenhuma das antigas gerações puderam ter. Isso gera frutos
como a facilidade de encontrarmos o diferente, de irmãos perdendo o medo da
pluralidade, de poder haver influência à distância, de precisarmos afirmar a
identidade particular ... Mas também gera outros: a capacidade de haver
domínio à distância entre países economicamente diferentes, a possibilidade
de uniformização da cultura (eliminação das mais “fracas”), a aceleração da
troca de informações e, por conseguinte, a aceleração das mudanças.
No mundo universitário, isso tem impacto intenso e imediato. Hoje, por
exemplo, não podemos imaginar um bom profissional universitário que não
tenha domínio (pelo menos instrumental) de uma língua estrangeira. Ademais,
no campo da ciência e da tecnologia, intensifica-se a tendência da importação
de modelos estrangeiros pré-estabelecidos.
Por outro lado, a massificação de informações tem gerado uma
fragmentação da visão de mundo, pois não ajuda a compreender que os
diversos problemas têm uma interligação global, sugerindo a idéia de que eles
são simplesmente de ordem particular.
De pronto, precisamos considerarem nosso trabalho uma visão de
mundo mais ampla, não podemos oferecer como perspectiva apenas o
particular, o local. Os processos da PU precisam abrir horizontes, procurar
integração com iniciativas internacionais até mesmo para propor um outro
modo de integração. Em outra frente, necessitamos insistir numa visão do
mundo (da sociedade e da cultura) como sistema, onde há uma
interdependência e mútua influência de fatores que, à primeira vista, parecem
estar isolados.
 
 
5.1.2 Tendência da fragmentação dos referenciais
 A massificação da informação gera também a disseminação em massa de
pensamentos e critérios. O que ocorre com as marcas de creme dental que se
multiplicam, dificultando a escolha no supermercado, ocorre também com a
oferta de “critérios” para o discernimento pessoal.
Mesmo no interior das ordens de conhecimento como a ciência ou a
filosofia, as sínteses não são fáceis. Quantas correntes da Psicologia ou
Psicanálise precisamos considerar para ter um conceito de pessoa? E o mesmo
tende a acontecer com a religião: há uma grande fragmentação do religioso, o
que leva a um enorme pluralismo de ofertas. Percebemos a emersão da
subjetividade como subjetivismo e a valorização da espiritualidade
desvinculada da experiência comunitária, mais voltada ao intimismo. O
positivo de tal fenômeno é a valorização da autonomia. Viver numa época
assim é ter que exercitar (mesmo sem querer) a capacidade de decidir, de
escolher o que se quer.
Por outro lado, isso fragiliza o processo de amadurecimento da
identidade pessoal, fragiliza o sujeito. Uma das grandes dificuldades que
vivemos hoje: somos fragmentados em nós mesmos. Frágeis na vivência da
nossa afetividade-sexualidade.
 Quem somos?
 Qual o nosso projeto de vida?
   Para onde caminhamos?
 Qual o sentido profundo dos estudos?
 Para que serve este curso?
São essas algumas das perguntas que muitos jovens não formulam, não
só como pessoas, que constroem relações interpessoais, mas como
universitários/as na identidade.
A época da Universidade, por sua vez, traz consigo mudanças:
 muda a relação pedagógica com a escola — há uma maior liberdade e
responsabilidade sobre a forma de se estudar;
 muda a relação como ciclo de amizade — vão aparecendo pessoas
mais maduras    como amigos/as;
                    muda a relação como ambiente — já não é a escola com muros
e funcionários
 
  
cuidando da disciplina, etc.
Com a Universidade, chega o momento das decisões: a carreira
profissional que o/a jovem vai seguir, o tipo de profissional que deseja ser,
etc.
Nesse contexto, o/a universitário/a é atingido/a de cheio: dúvidas,
inseguranças, vontade de arriscar ou reação de isolamento, de ensi-
mesmamento; a procura de todas as experiências ou a busca da proteção sob
algo muito sólido e fundamentado
A NUCLEAÇÃO e a INICIAÇÃO devem estar atentas a esses
fenômenos. É preciso considerar que toda a proposta oferecida passará pelo
crivo da realização pessoal. Importa descobrir o que oferecer aos estudantes
para ajudá-los a superar tais dificuldades. Não considerar tal fenômeno, é
correr o risco de, como Igreja, fechar as portas à cultura contemporânea,
buscando, quem sabe, respostas fundamentalistas pelo simples fato de manter
a segurança.
  5.1.3 Tendência da exclusão econômica
 Na verdade, estamos falando das tendências no mundo laboral. Aqui não é
preciso de muito para lembrar que a tendência é a exclusão econômica de boa
parte daquilo que se chama mercado (produtor e consumidor). Há, inclusive,
teóricos que apontam como tendência, o fim do trabalho na forma como é
conhecida hoje. O mundo profissional que se apresenta tende à excessiva
competição pela limitação de vagas, excessivo rigor técnico,
multicompetência profissional, relações regidas tão somente pelas leis do
mercado e do controle de grandes corporações.
A incidência de tais tendências sobre o mundo da Universidade são
arrasadoras. Incide sobre o modelo das instituições que tendem a oferecer uma
formação quase que totalmente concentrada no conteúdo técnico (ensino
puramente profissional), excluindo a formação integral dos estudantes. A
Universidade — paradoxalmente — vai perdendo seu caráter de lugar do
universal, da integração do conhecimento humano; percebemos até uma
relativa perda da importância das instituições educativas no processo de
socialização dos jovens.
O curso de graduação tende a perder o valor; já não possibilita o acesso
ao aprendizado científico, mas puramente tecnológico. E já não oferece meios
para ascensão sócio-econômica. Quem quiser tais privilégios, hoje, terá que,
ou estudarem uma superuniversidade, ou se programar para os cursos de pós-
graduação. Sobre o estudante, as conseqüências são diretas. O meio
universitário passa a ser um ponto para sua realização pessoal e estabilidade
financeira. A luta maior é pela inclusão num mercado cada vez mais restrito,
que invade a universidade, promovendo um clima de competição em sala de
aula. Tudo isso gera uma enorme ansiedade no/a universitário/a, que busca
soluções individuais na perspectiva de ser o/a melhor, pois já não pode contar
com uma formação acadêmica que lhe possibilite encontrar o sentido
totalizante da realidade (a sua e a que o cerca).
“Paira no ar” uma sensação de que os estudantes dedicam seu tempo, prioritariamente, à busca da qualificação profissional e
inserção no mercado de trabalho, sabendo que o mercado é cada dia mais exigente e excludente e que, nessa lógica, só os melhores
sobreviverão. Junto com outras tendências, essa exacerba o individualismo, ao passo que tende a produzir gerações frustadas por se
acharem incapazes de corresponder as expectativas do mercado. Com isso, movimentos universitários que, no passado, se
destacavam pela consistência e esperança — como Movimento Estudantil e o Cultural Artístico — passam por graves crises.
Para nossos processos, apresenta-se o desafio de ler, em tal conjuntura, a
presença de Deus.
 Como encontrar os sinais de vida numa cultura com esses traços?
 Como não cair no pessimismo diante da realidade?
          Como ajudar as pessoas a adquirirem a consciência da sua
dignidade?
 
 
Fica ainda o desafio fundamental:
 
sermos capazes de construir esperança a partir de nosso
referencial de fé.
  
5.2 Fatores internos
 
No item anterior, indicamos temas que, se não considerados, poriam em
risco nossa chegada aos estudantes. No caso dos Fatores Internos, é preciso
mais que consideração. Na realidade, são verdadeiros condicionantes para o
processo de NUCLEAÇÃO E INICIAÇÃO.
 
 5.2.1 Motivação e maturidade
 
A atitude de um grupo que deseja ampliar a PU precisa ser fruto de uma
motivação consciente: o grupo QUER DETERMINADAMENTE plenificar
sua ação evangelizadora. Significa que o grupo crê na proposta da PU, está
seduzido por ela, a ponto de a paixão exigir ser comunicada a outros/as. Como
seduzir (nuclear) e fazer com que o outro/a se apaixone (faça a INICIAÇÃO)
se não estivermos apaixonados?
É preciso, também, que ele tenha:
maturidade suficiente;
consciência de sua caminhada histórica para melhor preparar o caminho
dos outros;
um inter-relacionamento pessoal capaz de, naturalmente, testemunhar a
vida comunitária;
uma boa compreensão da identidade de PU.
  
 
 
 
 
5.2.2.   Recursos
 
 
E difícil falar do tema porque recursos é o que menos existe na PU. Possuímos
poucos recursos humanos. Faltam pessoas que nos ajudem no estudo de temas
teológicos. Por outro lado, um estudante já tem tanto a fazer, mesmo quando
não trabalha, que assumir mais uma responsabilidade que vai exigir dele
tempo e atenção não é fácil. Lembramos que para o processo de
NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO precisamos de, pelo menos, uma pessoa com
bastante dedicação na tarefa de acompanhamento do grupo que, de
preferência, seja sempre a mesma.
Recursos materiais também são precisos. Material escrito (subsídios),
lugar para reuniões, telefones, material de escritório, etc. Sugerimos buscar
ajuda junto à Igreja local ou à uma Universidade/faculdade mais próxima. As
vezes, dá mais certo do que possamos esperar. A Coordenação Nacional da
PU, pode oferecer publicações e apoio com visitas, assessoria ... enfim, o que
lhe for possível.
 
5.2.3 Planejamento
 
 
Etimologicamente, a palavra planejamento significa o ato de tornar
plano. Uma boa imagem é a construção de uma estrada que, vencendo
acidentes geográficos, tenta ampliar a visão do horizonte. Numa palavra:
evitar surpresas! E quanto menos recursos temos, mais precisamos planejar,
porque não podemos desperdiçá-los ou desviá-los de onde poderiam render
mais.
Quando falamos em planejamento, estamos falando em plano escrito.
Planejar, todos nós planejamos sempre que não tomamos alguma atitude na
vida por simples reflexo. Quando traçamos um plano, sentamo-nos e
preocupamo-nos com o que queremos fazer; precisamos escrever as idéias,
para que a memória não nos traia. E, afinal, procurar antever o futuro. Há
sempre a ressalva de que um plano pode “amarrar a execução de um processo,
ou tornar-se um modelo mais real que a realidade. Porém, a melhor
característica de um plano é, justamente, a capacidade de ele ir se adaptando à
realidade, de deixar acontecer com flexibilidade.
Não nos preocupamos em oferecer um método de planejamento porque
sabemos que existe bibliografia em abundância sobre o assunto.
 
 
 
 
VI Atividades

 
 
Sugerimos algumas atividades para serem executadas nos processos de
NUCLEAÇÃO e INICIAÇÃO. Propositalmente, há alternativas para um
mesmo objetivo e há vazios. Esperamos que isso estimule a criatividade de
vocês
 
 
  
6.1. Nucleação
                                              
         
Critérios de
O quê ? Para quê? Como? Quando? avaliação
         
1.Promoção de  Despertar o   Número de
eventos na interesse dos  Escolhendo o  O participantes do
universidade estudantes para tema. planejamento evento.
(Debates / a PU, utilizando do grupo  Nível de
Seminários sua linguagem.  Formando (semestral, conhecimento
sobre temas de  Sensibilizar os equipe para anual, etc.) da PU que se
interesse dos estudantes para estruturar o deverá provoca
universitários – as questões da encontro / contemplar o  A qualidade
ética, realidade atividade. período ideal de do evento
universidade e universitária. acordo com (palestras,
conhecimento,  Promover  Buscando cada realidade. organização,
aborto, espaços de parcerias com dinâmica e
afetividade e integração dos outros atores /  Em períodos infra-estrutura).
sexualidade, estudantes. Instituições para que sejam
etc., jogos,  Promover a promoção do adequados ao
atividades maior evento calendário
culturais...) participação (universidade, universitário.
estudantil na cáritas, DCE’S,
vida CA’S).
universitária
 Dar a  Elaborando o
conhecer nossos planejamento.
interesses e  Escolhendo os
propostas. palestrantes.
 Convidar as  Providenciando
pessoas que se infra-estrutura.
interessam pela  Divulgando o
PU para uma encontro ?
reunião. atividade.
 
 

         
Critérios de
avaliação
O quê? Para quê? Como? Quando?
         
2. Material  Formando  No início do  Receptividade
informativo  Divulgar a equipes. período letivo. pela
sobra a PU “Boa Nova” do  Em datas comunidade.
(folders, vídeo, Senhor.  Utilizando os siginificativas  Nível de
home-page, meios eficazes da vida diálogo que se
faixas, cartazes,  Despertar o para se atingir os acadêmica consegue gerar
murais, boletins, interesse pela estudantes com (olinpíadas, com os
panfletos, etc) PU. uma linguagem semanas, estudantes.
 Apresentar a criativa na universitárias,  Número de
PU. elaboração do etc.) pessoas que se
material.  Antecedendo interessam pela
as atividades da PU.
 Buscando locais PU.
estratégicos para  Percebendo o
divulgação do interesse das
material (locais pessoas pela
freqúentados pelos PU.
universitários:
bibliotecas,
jornais  de
circulação no
meio universitário,
secretarias de
cursos, horários de
rádios
universitárias,
paróquias
freqúentadas por
universitários,
etc.)
 Definindo
critérios e
objetivos da
comunicação.
         
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
         
3. Participação  Buscar  Divulgando o  De acordo  Nível de
nos eventos da espaços de evento. com os convites participação no
vida encontro e  Definindo com oferecidos. evento.
universitária diálogo entre os antecipação, o  Espaços de
(jogos estudantes. sentido da mostrar a cara
universitários,  Apresentar-se participação da da PU(ser
noites culturais, como uma nova PU no evento. presença)
corais, festas, maneira de se  Participando  Testemunho.
celebrações, Igreja. como estudante
debates). universitário

 
 
         
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
         
4. Conversas  Estabelecer  Através do  Aproveitando  Interesse que a
informais. contato mais bate-papo na os momentos e pessoa
personalizado e sala de aula, nos espaços demonstra  pela
contínuo com barzinhos, festas, adequados no PU.
os estudantes, etc. cotidiano.  Diálogo com
facilitando uma   os estudantes.
comunicação
mais fluida e a
criação de
laços.
 
 Desenvolver
um trabalho
pedagógico de
encantamento
dos estudantes
pela PU.
 
 Ouvir as
motivações
pessoais dos
estudantes.
         
5. Entrar em  Participar da  Através de  Ao ser  Número de
contato com as Pastoral correspondência. convidado para pessoas que
dioceses, orgânica da  Estando as atividades. demonstrem
coordenadores Igraja local. presente nas  Buscando interesse pela
de pastorais,  Dialogar e instâncias conhecer o PU.
paróquias e  trocar representativas calendário dos  Número de
PdU. experiências. da Ig. Local. outros realizações de
 Mostrar a  Divulgação de organismos atividades em
existência da materiais da PU. pastorais. conjunto.
PU.  Participando
 Despertar das atividades
consciência como DNJ, CF...
sobre o meio
universitário.
 Realizar
atividades em
conjunto.
         
6. Trabalho  Acolher e dar  Organizando  Início do  Surgir o
com assistência ao standers / painéis semestre. contato com a
vestibulandos e universitário. de informação PU.
calouros.  Proporcionar sobre a PU.  Nível de
um ponto de  Divulgando conhecimento
referência. nas salas de aula. da proposta da
 Divulgar a  Criando PU.
PU. espaços de
hospedagem
para os
estudantes.

         
Critérios de
O quê? Para quê? Como? Quando? avaliação
         
7. EDUC/EUC  Proporcionar  Divulgando o  De acordo  Qualidade do
espaços de encontro. com o evento.
convivência e  Viabilizando planejamento  Nível de
reflexão para infra-estrutura. do grupo, o participante e
os estudantes.  Trabalho em calendário da aproveitamento.
 Apresentar a equipe. Universidade e  Nível de
PU como  Escolhendo da Igreja. engajamento na
espaço de palestrantes. PU.
vivência cristã  Entrando em  Repercussão
da realidade contato com as externa.
acadêmica. pessoas que já
 Preparar o participaram
pós-encontro desses eventos ou
(seguimento). já os
assessoraram.
 Leitura do
Projeto dos
EDUCs: uma
proprosta de
trabalho
         
8. ERPU/EBPU  Proporcionar  Definindo  De acordo  Nível de
conhecimento critérios / espaços com o interesse do
da PU a partir de participação calendário da convidado
de uma dos convidados. PU regional. demonstrado
vivência em  De acordo depois do
um espaço com o nível de encontro.
orgânico e interesse pela  Nível d
inter-cidades. PU do acolhimento ao
convidado. convidado.
 Naqueles que
não forem
deliberativos.
 
 
 
 
 
 
 
6.2 Iniciação
 
 
6.2.1 Uma proposta de itinerário
 
A proposta segue o esquema dos quatro aspectos referenciais para os
grupos: dinâmica comunitária, espiritualidade, ação evangelizadora e relação
com a Universidade. No total, são onze temas que podem ou não equivaler a
onze reuniões. Ou seja, é melhor falarmos em onze momentos que precisam
ser trabalhados de acordo com a realidade (tamanho, disponibilidade e
necessidades) do grupo. Sugerimos uma dinâmica de  trabalho para os quatro
primeiros temas. Ressaltamos que a sua aplicação deve considerar sempre a
realidade particular do grupo.
 
 
 
 
6.2.1.1 Dinâmica Comunitária
 
a) IDENTIDADE - QUEM SOMOS NÓS?
 
Dinâmica: O coordenador distribui aos participantes um cartão de
cartolina e pede que cada um escreva seu nome completo. Depois, que conte a
história do seu nome: como foi escolhido, que comente se gosta do nome,
como gosta de ser chamado, se existe (ou existiu) algum fato interessante
relacionado com o seu nome, se tem apelido, se gosta dele, que relembre
alguma história de sua família...
 
Reflexão bíblica: Relembramos as seguintes leituras da Bíblia:
 “Moisés, Moísés! Eis-me aqui, respondeu ele”. (Ex 3,4)
          “Samuel! Samuel! — Falai, respondeu o menino, vosso servo
escuta!” (I Sam     3,4)
 “Passando ao mar da Catiléia, viu Simão e André, seu irmão, que
lançavam as redes ao mar. Jesus disse-lhes: Vinde após mim, eu vos
farei pescadores de homens. Eles, no mesmo instante, deixaram as
redes e seguiram-no” (Mc 1, 16-18)
                     “Saulo, Saulo, por que me persegues? Saulo disse: Quem
és, Senhor? Respondeu ele: Eu sou Jesus a quem tu persegues. Então,
trêmulo e atônito, disse ele: Que queres que eu faça?
 
E agora?
          E na universidade, você já prestou atenção no nome dos seus
amigos e amigas?
Você conhece a história deles?
Que tal conversar com eles durante a semana?
 
b)   INTEGRAÇÃO GRUPAL
 
Dinâmica: Pedir a todos os participantes que façam um círculo. Em
seguida, pedir para que, dois a dois, fiquem de costas uns para os outros e
dêem-se as mãos. Lançar o desafio para voltarem a estar de frente uns para os
outros sem quebrar a corrente (as mãos devem permanecer seguras todo o
tempo). Ao final da dinâmica, pedir para cada um narrar como se sentiu: se
participou da tomada de decisão ou deixou-se guiar pelos demais, se lhe
pareceu difícil ou fácil a tarefa, como interagiu com as outras pessoas...
 
Reflexão bíblica: “Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes
poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo o mal e toda
enfermidade. Eis o nome dos doze apóstolos: o primeiro, Simão, chamado
Pedro, depois André, seu irmão. Felipe e Bartolomeu. Tomé e Mateus, o
publicano. Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu. Simão, o cananeu e Judas
Iscariotes, que foi o traidor” (Mt 10, 2-4).
 
E agora?
Você gostaria de fazer parte de um grupo de cristãos?
Quais são as suas expectativas?
 
c)  INTEGRAÇÃO GRUPAL
 
Dinâmica: Pedir para os participantes se reunirem em duplas e, em
silêncio, responderem ao questionário abaixo, tentando fazê-lo apenas através
da observação. A seguir, pedir para as duplas analisarem as respostas
buscando confrontar as imagens, que cada um formulou do/a companheiro/a,
com a realidade. Ao final, discutir com todo o grupo sobre o tema das
“imagens” tão presentes na sociedade e nos grupos de jovens (em que ajuda e
em que dificulta o relacionamento humano).
 
Olha para a/o tua/teu companheira/o e adivinha:
 Qual é o seu filme preferido?
 Na sua opinião, qual é a sua comida preferida?
 Qual é o seu tipo de música predileto?
 Você acha que ela/ele gostaria de:
                                                                        
 
 
 
  SIM NÃO
Viajar.    
Ir à Igreja.    
Ter um carro próprio.    
Viver em outro país.    
Ver esportes.    
Ter filhos e filhas.    
Ler muitos livros.    
 
 Tua/teu companheira/o é de que cidade e estado?
 
 
Reflexão bíblica: “Então Deus disse: Façamos o homem à nossa
imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos
céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os
répteis, que se arrastam sobre a terra. Deus criou o homem à sua imagem;
criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher” (Gn 1, 26-27).
 
E agora?
  Que atitudes devemos manter no nosso grupo?
 É possível comprometermo-nos em apresentar a nossa verdadeira
dimensão e também de buscar conhecer o outro na sua essência?
 É possível caminharmos juntos num processo comunitário que nos
permite. ao mesmo tempo, descobrirmo-nos e descobrir o/a outro/a,
buscando complementarmo-nos uns aos outros e desenvolver ao
máximo as nossas potencialidades?
 
d) VIDA COMUNITÁRIA: UMA PROPOSTA CRISTÃ
 
Dinâmica:  Uma pessoa se coloca como voluntária. Sua tarefa será
tentar entrar no grupo. Sem que ela saiba, pedir ao restante do grupo para não
deixá-la entrar. Marcar um tempo de três minutos. Depois, os participantes
partilham como se sentiu o que queria entrar e não podia, e os que não o
deixaram entrar.
 
Reflexão bíblica: Preservavam eles na doutrina dos apóstolos, nas
reuniões em comum, na fração do pão e nas orações. De todos eles se
apoderou o temor, pois pelos apóstolos foram feitos muitos prodígios e
milagres em Jerusalém, e o temor estava em seus corações...
 
E agora?
 Por que Jesus elege um grupo para desenvolver junto com Ele a sua
missão?
 Para Deus é importante a vida em grupo? Por quê?
 Existem muitos grupos em nossa sociedade? Quais?
 Qual a diferença entre um grupo cristão e os demais grupos?
 
 
 
 
6.2.1.2 Espiritualidade
 
a)      SIM AO CHAMADO DE DEUS
Oração Inicial: Salmo 138.
 
Dinâmica:  Leitura da música Deus chama a gente pra um momento
novo... Cada integrante deve receber uma cópia da música e, depois,
completar a seguinte frase DEUS CHAMA A GENTE PRA....
 
Reflexão bíblica: O chamado a Jeremias (Jr. 1,4-10).
 
E agora?
 
b) VIVER SEGUNDO O ESPÍRITO
            Rm 12, 1ss;
 
            Texto base: Fiéis no cotidiano de Luís Roberto Benedetti, no
documento: Dia de oração Latino-Americano, X Comitê
Latino-Americano do MIEC-JECI.
 
c)      A VIDA CRISTÃ COMO LUGAR DE SEGUIMENTO DE JESUS
  At 2,42;
 
d) A ESPIRITUALIDADE DO SABER
  Ver texto de Luís Fernando Crespo no documento do Encontro
Latino-Americano de PU.
 
 
6.2.1.3 Ação Evangelizadora
 
a) A MISSÃO DA PU É FORMAR COMUNIDADES
 Música: Brincar de Viver (Guilherme Arantes).
 
h) CONHECENDO A PU: SUA HISTÓRIA, ESTRUTURA E ME-
TODOLOGIA
 Subsídios da PU.
 
 
6.2.1.4 Relação com a Universidade
 
 
a) SER UNIVERSITÁRIO HOJE
 
              Partilha: textos sobre a situação da universidade ou alguma
dinâmica de  
                  análise da realidade.
 
b) A UNIVERSIDADE COMO TERRA DE MISSÃO
 Elaborar um pequeno instrumento de pesquisa da realidade, com base
nos indicadores utilizados na pesquisa apresentada no EIRC.
 
c) CIDADANIA ESTUDANTIL
 Fragmentos do texto do Boletim Internacional.
 
 
6.2.1.5 Dicas importantes
 
Ao final de todo o processo, sugerimos uma celebração em que, em
conjunto com outros grupos e/ou convidados especiais, se façam:
 Memória de momentos importantes;
 Renovação do compromisso batismal;
 Escolha do símbolo e do nome para o grupo.
 
É importante relembrar que nosso processo de formação prima pela
relação teoria/prática. Para que se possa vivificar essa busca de práxis,
recomendamos que, em seu decorrer, o grupo possa fazer algumas
experiências educativas. Como exemplo, citamos:
 
Vida comunitária: os componentes saírem juntos para assistir a um
filme, ou ir a um barzinho, ou para a casa de alguém, para um bate-papo
informal, a fim de haver maior integração. O grupo não pode ficar limitado
apenas ao espaço da reunião semanal ou quinzenal, é preciso criar uma
dinâmica de grupo, de pessoas que se querem e que compartilham um mesmo
ideal e uma mesma fé.
 
Espiritualidade: que o grupo possa fazer um dia de oração ou um retiro
ou uma celebração. É preciso ir criando espaços comunitários de celebração
da fé. É preciso ir educando os universitários na oração pessoal, cultivando o
prazer do encontro com Deus.
 
Ação evangelizadora: é preciso criar espaços de ação para o grupo. Podem
ser ações assistencialistas, mas é importante que sejam dotadas de um caráter
pedagógico. O encontro pessoal com o pobre, o necessitado ajuda no encontro
com Deus. Também, nesse momento, reconhecer a realidade eclesial e social
em que o grupo está inserido.
 
Relação com a Universidade: podem ser gerados encontros com outros
atores como o ME, grupos de culturas, conversas com professores que ajudem
a descobrir a realidade da Universidade e a missão como cristãos.
 
 
 
 
 
 

VII Avaliação

 
 
Avaliar significa rever o caminho percorrido. A avaliação é uma etapa
que propicia os avanços do grupo, porque nos permite lançar um olhar crítico,
suscitando sugestões para corrigir os equívocos e reafirmar princípios e
atividades positivas. Ela é fundamental na vida dos grupos; ela lembra a
atitude de Deus diante da criação (“Deus viu as coisas que fez e disse que
eram boas” Gn 1, 10). Assim, esse ato não deve estar relacionado com uma
perspectiva de punição, exclusão ou a simples classificação.
A proposta de avaliação para a Pastoral Universitária precisa ser
contínua, isto é, não nos restringirmos a determinados momentos de
operacionalização de nossos projetos, do que decorreria uma visão frag-
mentada, parcializada de nossa ação no mundo da Universidade, além de que,
para criarmos uma cultura avaliativa, é necessário que esta passe a ser uma
prática cotidiana na caminhada.
 
 
7.1 Quem avalia
 
Devemos ter bastante consciência de que a eficiência da avaliação é
proporcional à sua abrangência, tanto dos pontos a serem avaliados, quanto
dos sujeitos que a protagonizam. Chamamos de avaliadores tanto os que
elaboram e coordenam o processo, como aqueles que emitem juízo de valor
sobre os temas propostos.
a) Nucleados/iniciantes — apesar de não serem os coordenadores do
processo avaliativo, os nucleados/iniciantes têm importante papel. Como
destinatários e/ou interlocutores diretos, eles serão os mais indicados para
emitirem juízo de valor.
b) Nucleadores/acompanhantes — como coordenadores do processo,
eles farão, na verdade, uma auto-avaliação das idéias propostas e executadas e
do seu próprio comportamento.
 
c) Sujeitos externos — são os atingidos apenas indiretamente pelo
processo: o público universitário em geral, o da diocese, os colegas mais
próximos que não se envolvem... E importante considerar a opinião deles,
mesmo que seu não-envolvimento prejudique o conhecimento sobre 05
detalhes do processo. Também como sujeitos externos, contamos com algum
especialista de fora (da PU de outra cidade ou de outra Pastoral da mesma
diocese) cuja análise é importante, à medida que conseguimos observar
pequenos detalhes que podem ser encobertos por nossa proximidade extrema
com o processo.
 
 
7.2  Condicionantes para uma boa avaliação
 
Chamamos a atenção para a importância de alguns condicionantes
essenciais para uma boa avaliação:
É preciso que o processo avaliativo seja preparado, elaborando-se
antecipadamente os critérios que irão confrontar-se com os resultados e um
cronograma de aplicação da avaliação.
           É preciso que tenhamos um bom instrumento de trabalho, indicando,
por exemplo, quais os dados que vamos recolher (pontos a serem abordados) e
de que maneira vamos fazê-lo. O instrumento de trabalho irá, inclusive,
traduzir se nossa avaliação vai considerar dados objetivos e subjetivos e se
queremos uma avaliação quantitativa e/ou qualitativa.
É fundamental que se faça um bom registro do material captado e das
análises feitas. A memória histórica servirá para o futuro imediato do
grupo, o futuro de grupos que virão, grupos de outras cidades; enfim,
para uma análise histórica da própria PU.
 Uma condição mais subjetiva, porém, não menos importante, é a
predisposição que temos ao iniciarmos um processo de avaliação.
Pedimos apenas que não seja a de punição, correção ou outra coisa do
gênero. Essa é a hora de lembrarmos que a avaliação é, na verdade,
aquilo que está por trás de nossa dinâmica de crescimento cristão (a
RdV), ou seja, que possui uma profunda inspiração na fé num Deus
que é, sobretudo, misericordioso.
 
 
7.3  Sugestões de instrumentos de trabalho
 
Hoje, podemos encontrar uma bibliografia relativamente farta sobre
avaliação. Há, inclusive, trabalhos de tese sobre o tema. Mesmo as cartilhas de
dinâmicas para trabalhos em grupo trazem sugestões de fichas, etc. A intenção
é oferecermos um exemplo de como isso pode ir se adaptando à PU.
Observem, contudo, que os dois exemplos que apresentamos a seguir são
incompletos e genéricos. Incompletos, porque ainda haverá outros itens que
poderão ser pesquisados; genéricos, porque está dirigido a todas as realidades
e a nenhuma em especial. É fundamental que, ao elaborarmos um projeto de
NUCLEAÇÃO/INICIAÇÃO, elaboremos junto o instrumento para a
avaliação.
 
7.3.1 Para o processo de NUCLEAÇÃO
 
A)Dados Objetivos:
a)  Data e local dos eventos que tiveram o objetivo direto de nuclear.
b)  Tema, pauta e metodologia.
c)  Número de inscritos/participantes.
d)  Custos financeiros (é importante incluirmos tudo o que gastamos,
principalmente o que vem da contribuição direta dos estudantes).
e) Responsáveis diretos e indiretos pela organização.
 
B) Sobre a preparação do evento:
a) Número e origem das pessoas envolvidas na preparação.
  b) Como foi o trabalho de preparação? Houve planejamento e um plano
escrito? Se, sim, como foi a execução do cronograma operacional ? Qual foi o
envolvimento da Igreja local?
  c) Como foi o processo de divulgação do evento? Quais os canais e
linguagem utilizada? Que impacto esse processo teve sobre o público (quantos
se inscreveram/participaram em função desse trabalho)?
  d) Qual o nível de preocupação com a questão financeira?
 
C) Sobre o evento:
 
a)  Que avaliação fizeram os participantes em relação:
     a tema(s) abordado(s);
     a assessor(es)/Palestrante(s);
      à dinâmica e metodologia;
      à infra-estrutura;
     a presenças/ausências.
 
 
b) Quais as dificuldades encontradas pela equipe de
organização em relação:
      a envolvimento dos participantes;
      à infra-estrutura;
      à capacidade de coordenação das atividades.
 
D) Sobre o pós-evento:
     a)     Houve repercussão na cidade/universidade/diocese?
     b)     Houve avaliação sistemática ou só a final?
     c)     Quantas pessoas explicitaram o interesse pela PU após o
evento?
     d)     Quais as repercussões que houve no grupo de PU ou na equipe
que preparou e executou o evento?
 
 
7.3.2 Sobre o processo de INICIAÇÃO
 
O  instrumento que segue poderá ser adaptado para servir como ficha de
acompanhamento contínuo (avaliação durante) do processo, de maneira que,
ao seu final, tenhamos uma visão evolutiva do mesmo.
 
A) Dados objetivos:
 
a) Quantas pessoas começaram o processo de INICIAÇAO
h) Quantas concluíram o processo?
c) Quantas e quais as atividades desenvolvidas?
d) Quantas pessoas se envolveram diretamente como acompanhantes?
 
 
 
 
B) Sobre o planejamento:
 
a) Como se originou o processo (motivação)?
b) Houve elaboração de um plano? Com que nível de detalhes?
c) Houve preparação individual para o acompanhamento do processo?
d) Foram indicados responsáveis diretos pelo acompanhamento do
processo?
 
C) Sobre a execução:
a) Houve co-responsabilidade do grupo no acompanhamento do
processo?
b)  Qual o nível de preparação de cada atividade?
c) Quais as dinâmicas mais utilizadas? Quais as que deram certo? E as
que não deram?
c)  Que material (subsídio escrito) foi utilizado?
d)  Qual o nível de envolvimento dos iniciantes na preparação e execução
das atividades?
e)  Houve processo de avaliação sistemática (no decorrer da
INICIAÇÃO)?
f)    Que fatos podem ser aponados como indicativos concretos do avanço
dos iniciantes?
g)  O que não foi feito no processo?
h)  Qual a manifestação dos iniciantes quanto ao trabalho realizado
(atividades)?
i)    Qual a reação dos iniciantes diante da proposta da PU?
j)    Qual o grau de criatividade desenvolvida no processo?
k)  O que foi percebido de novo ou original no processo?
l)    Qual o momento ou fato que indicou o término do processo?
 
 
 
 
 
VIII Conclusão

 
 
Esperamos que este ROTEIRO possa servir de inspiração a todos
aqueles que quiserem fomentar grupos de Pastoral Universitária em sua
Universidade seja ela federal, estadual, comunitária, confessional ou não.
Ele é fruto de muito trabalho, discussões, estudo, noites em claro,
dedicação.
Não citamos nomes, pois foram muitas as mãos que o escreveram, como
bem exemplifica a capa.
A Pastoral Universitária tem possibilidade de existir mais claramente
depois desse ROTEIRO DE NUCLEAÇÃO E INICIAÇÃO, que é parte
essencial do material que integra o KIT PU e pode ser solicitado para:
 
Secretaria Nacional da Pastoral Universitária
Caixa Postal 02067
70259-970 — Brasília — DF
Fone: 313-8300
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Cf. CNBB. Evangelização e Pastoral da Universidade. Cadernos de


Estudo 56. São Paulo — SP: Ed. Paulinas, 1988.

Não discorremos sobre o método neste capítulo, porque acreditamos haver


vasta bihliografia a respeito                 do assunto.
Ver Oliveira,, Alcivam P. “PU — Conceitos” - CNBB — Setor Pastoral
Universitária. Brasília — DF,

1996.

   Entre eles, vale destacar a Constituição Apostólica “Ex—Corde Ecclesiae”,


o documento “A Presença da Igreja na Cultura Universitária”, “As linhas
de Ação da Pastoral Universitária na América Latina”, no relatório do
Seminário Taller de PU de Guadalajara — México, 1993.
 
   Temos consciência da ambigüidade em que pode cair tal conceito. Para nós,
significa, sobretudo, o momento de reconhecimento da história pessoal e
grupal experimentada, considerando as diversas dimensões do sujeito
humano.
 
    Não confundir com a tendência subjetivista atual, que pode levar a um
protagonisrno de matriz econômica, expresso no momento liberal e
neoliberal como afirmação da iniciativa e desejo de possuir. Na verdade,
trata-se de unia redução que ofende a própria autonomia humana.
 
    PADIM, Dorri Cândido. “Espiritualidade e Pastoral”. In: Vida
Pastoral. São Paulo —SP Ed. Paulus, jul/ago 1995, nº183. “Creio,
portanto, como conclusão, não ser recomendável a preocupação em criar
‘espiritualidades’ especializadas para cada grupo na igreja ou para cada
tipo de função. Não vejo necessidade de falar de espiritualidade preshiterai,
laical ou religiosa. Melhor seria falar em distintos processos de formação
espiritual, pois os processos têm vários modos de ordenamento, conforme
sua destinação”.
 
 
 CN BB — Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no
Brasil. Paulinas, S. Paulo — SP, 1995.
 
Na verdade, trata-se da formação permanente na PU. Ela é uma prioridade
constante entre nós. A própria dinâmica de vida dos grupos sugere o
aprimoramento intelectual dos participantes na construção coletiva do saber e
na ação cotidiana. A avaliação constante desenvolve a autocrítica  e a busca
pelo aperfeiçoamento.
A formação acontece, assim, em todas as atividades de articulação, nucleação e no proprio testemunho
pessoal e/ou grupal; nos eventos (palestras, debates, entre outros); nos estudos individuais e em grupos;
na leitura e produção de textos. Para incentivar essa busca pelo saber, produzimos cadernos de estudo
com temas ligados ao mundo universitário; existem colunas nos boletins, escritas pelos participantes da
Pastoral; seminários apresentados pelos mesmos; organizamos, ainda, eventos específicos para formar os
militantes, corno seminários regionais de formação teológica e cursos de capacitação técnica. Uma de
nossas últimas puhlicações foi o “Roteiro de Estudos”.Trata-se de um subsídio que indica áreas de
conhecimento, temas e assuntos para serem aprofundados em grupos ou pessoalmente, acompanhado de
sugestões de bibliografia e de metodologia para cada área.

 
 
   A moral cristã, baseada no Novo Testamento, é acentuadamente um convite
para a felicidade. A palavra “FELIZ” aparece 55 vezes, com as quais
devemos somar expressões afins como alegria (chara), 140 vezes; júbilo
(agalliasis), 16 vezes; alegrar—se (euphainein), 16 vezes; alegria irradiante
(hilaros), 2 vezes; com prazer (asmenos), 2 vezes; ter prazer (oninasthai), 1
vez. Ao todo, a noção de felicidade é mencionada 231 vezes. Para um
maior aprofundameinto consultar: PLÉ, A. “Por Dever ou Por Prazer?”
S. Paulo: Ed. Paulinas, 1984.
 
 

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