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Professora Adriellen Morel – Técnicas de Redação Forense

Leia o texto a seguir para: Qualidades da boa linguagem na redação forense

A boa linguagem é um dever pessoal do operador do Direito que se mantém preocupado em expressar as


ideias com precisão, sem sacrificar o estilo solene que deve nortear a linguagem forense. É claro que, para levar a
cabo tal mister, não se pode utilizar a fala pedante (arrogante), com dizeres mirabolantes, na qual sobeja
a terminologia enrolativa, que vem de encontro à precisão necessária à assimilação do argumento aduzido. A
linguagem hermética e "centrípeta" só agrada ao remetente, não ao destinatário. Com efeito, o preciosismo é vício
de linguagem marcado pela afetação. Deve-se evitar sacrificar a ideia, fugindo do natural, a fim de causar
"impressão", sem lograr transmitir o pensamento com clareza. [...]
Ademais, é comum encontrar operadores do Direito que opinam sobre regência de verbos, concordância de
nomes, uso de crase e ortografia, sem que se deem ao trabalho de se dedicar à intrincada tarefa de assimilar as
bases da gramática do idioma doméstico. Encaixam-se, portanto, no perfil de ousados corretores que, no afã de
corrigirem, extravasam, na verdade, um descaso com o idioma, ao contrário do que pensam exteriorizar: domínio do
português. Não é por acaso que, segundo os árabes, "nascemos com dois olhos, dois ouvidos, duas narinas e ...uma
boca". É para ter mais cuidado no falar...
Com notável propriedade, Theotonio Negrão ("Revista de Processo") assevera que "o operador do direito que
não consegue ter linguagem correta não consegue expressar adequadamente seu pensamento”. Em entrevista
ao Jornal do Advogado (OAB), Miguel Reale, ao ser inquirido sobre quais eram os pré-requisitos para o exercício da
carreira do advogado, respondeu:"Em primeiro lugar, saber dizer o direito. Nos concursos feitos para a Magistratura,
para o Ministério Público e assim por diante, a maior parte das reprovações são devidas à forma como se escreve.
Há uma falha absoluta na capacidade de expressão. Em segundo lugar, pensar o Direito como uma ciência que
envolve a responsabilidade do advogado por aquilo que diz e defende. Em terceiro lugar, vem o preparo adequado, o
conhecimento técnico da matéria”. 
Como se nota, o desconhecimento do vernáculo torna o advogado um frágil defensor de interesses alheios,
não sendo capaz de convencer sobre o que arrazoa, nem postular adequadamente o que intenciona. Pode até
mesmo se ver privado de prosseguir na lide, caso elabore uma petição inicial ininteligível ou em dissonância com as
normas cultas da língua portuguesa.
Assim, aquele que peticiona deve utilizar uma linguagem castiça, procurando construir um texto balizado em
parâmetros que sustentem a boa linguagem. A comunicação humana precisa ser eficiente, devendo o usuário da
linguagem estar atento para as virtudes de estilo ou qualidades do léxico de rigor. [...] Na oração "Assim, requer o
Autor à Vossa Excelência...", há vício gramatical quanto à crase, uma vez que se deve grafar "Assim, requer o Autor
a Vossa Excelência...", sem o sinal grave indicador da contração, uma vez que não há crase antes de pronome de
tratamento. Nesse diapasão, observe a frase: "Arquive-se os autos". O equívoco é palmar, na medida em que o
sujeito da oração é "autos", devendo o verbo concordar com o sujeito. Portanto, procedendo à correção: "Arquivem-
se os autos". [...] A concisão é qualidade inerente à objetividade e justeza de sentido no redigir. Como se sabe,
falar muito, com prolixidade, é fácil; o difícil e invulgar é falar tudo, com concisão. A sobriedade no expor, traduzindo o
sentido retilíneo do pensamento, sem digressões desnecessárias e manifestações supérfluas, representa o ideal na
exposição do pensar. Não há como tolerar arrazoados e petições gigantes e repetitivas, vindo de encontro aos
interesses perquiridos pelo próprio subscritor do petitório, embora, às vezes, não perceba o resultado. [...]
Nas peças forenses, é comum encontrarmos expressões supérfluas, cuja simples supressão
importaria em aperfeiçoamento da frase. Observe o exemplo abaixo: "O acusado foi citado por edital, por não ter
sido encontrado pessoalmente". Procedendo ao devido enxugamento frasal, ter-se-ia: "O acusado foi citado por
edital, por não ter sido encontrado". Na mesma esteira, deve-se evitar o uso excessivo de advérbios de modo. Evite,
portanto, "precariamente", "tocantemente", "tangentemente", "editaliciamente". Observe os exemplos: "Eles foram
editaliciamente citados" (Corrigindo: Eles foram  citados por edital.); ou "Tangentemente a esse caso, ..."  (Corrigindo:
No que tange a esse caso...). Posto isso, faz-se mister a preservação da boa linguagem, evitando-se distanciar
dos postulados acima expendidos, a fim de que possa o causídico alcançar o que se busca: o êxito na arte
do convencimento.
SABBAG, Eduardo de Moraes. Qualidades da boa linguagem na redação forense.
Disponível em:  . Acesso: 8 maio 2012. [Adaptado].

1 - No texto, defende-se a ideia principal de que o


a) conhecimento técnico da ciência jurídica tem primazia sobre o conhecimento da língua.
b) domínio da gramática pelos profissionais do direito é obrigação prevista em lei.
c) uso da linguagem jurídica de forma clara e precisa contribui para o sucesso na argumentação.
d) padrão da redação forense em estilo pomposo e eloquente impressiona o interlocutor.
e) que falar correto é melhor do que ser claro.

2 – Sobre o domínio do idioma o texto afirma que:


a) A fim de causar boa impressão é preciso mostrar conhecimento por meio de palavras típicas do direito.
b) Em busca da preservação da boa linguagem é mais possível usar a arte do convencimento.
c) Não há como tolerar arrazoados e petições gigantes e repetitivas, pois elas cansam, embora pareçam completas.
d) É para ter mais cuidado no falar [...] e assimilar as bases da gramática do idioma.
e) Falar difícil e uma vantagem.
3 - Com relação ao parágrafo dissertativo na redação jurídica, assinale a alternativa que define, respectivamente, a
dissertação argumentativa e a expositiva.
a) Exposição sucinta de fatos; discussão de uma ideia, de assunto ou de uma doutrina.
b) Representação escrita de uma sequência de aspectos jurídicos; exposição de um assunto, com inserção de
comentários pessoais.
c) Posicionamento sobre determinado assunto; relato detalhado de natureza persuasiva.
d) Técnica de persuasão necessária apenas no discurso forense; exposição de opiniões de forma clara e objetiva.
e) Discussão de uma ideia, de um assunto ou de uma doutrina; exposição de ideias com o objetivo de convencer o
leitor.

4 – Leia o seguinte trecho: “A concisão é qualidade inerente à objetividade e justeza de sentido no redigir”.
Com base no texto a melhor definição para concisão é:
a) A sobriedade no expor, traduzindo o sentido retilíneo do pensamento, sem digressões desnecessárias e
manifestações supérfluas.
b) Petições gigantes e repetitivas.
c) Preservação da boa linguagem, porém com vocabulário rebuscado e com muito jargões.
d) Falar e escrever de forma prolixa.
e) Complexidade na coerência e coesão

5 - (IFCE – 2014 - Administrador) O texto apresenta como ideia central:


COMO PROCESSAR QUEM NÃO NOS REPRESENTA?
Não somos vândalos. E deveríamos ganhar flores. Cidadãos que respeitam as regras são diariamente
maltratados por serviços públicos ineficientes. Como processar o prefeito e o governador se nossos impostos não se
traduzem no respeito ao cidadão? Como processar um Congresso que se comporta de maneira vil, ao manter como
deputado, em voto secreto, o presidiário Natan Donadon, condenado a 13 anos por roubo de dinheiro público?
Se posso ser multada (e devo ser) caso jogue no chão um papel de bala, por que não posso multar o prefeito quando
a cidade não funciona? E por que não posso multar o governador, se o serviço público me provoca sentimentos de
fúria e impotência? Como punir o vandalismo moral do Estado? Ah, pelo voto. Não, não é suficiente. Deveríamos
dispor de instrumentos legais para processar quem abusa do poder contra os eleitores – e esse abuso transcende
partidos e ideologias. […] (Texto retiradodo artigo de Ruth Aquino. Revista Época, 02/09/2015.)

a) (  ) Inúmeros questionamentos e dúvidas que demonstram a falta de informação da autora sobre o modo de punir o
serviço público de má qualidade.
b) (  ) Questionamentos retóricos que refletem a indignação da autora diante dos desmandos de políticos e de
instituições públicas contra os cidadãos que não têm como punir os que deviam representá-los.
c) (  ) A ideia de que o cidadão que não é vândalo tem que ser bem tratado pelos políticos e pelos servidores
públicos.
d) (  ) A discussão de que é pelo voto que podemos punir os políticos e seus partidos pelo desrespeito imposto aos
cidadãos.
e) (  ) A ideia de que abusos contra os cidadãos que não são eleitores ocorrem todos os dias e devem ser punidos.

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