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Fluidos

Propriedades Físicas
A Mecânica dos Fluidos foi desenvolvida a partir do entendimento das propriedades

físicas do fluido, da aplicação das leis básica da mecânica, termodinâmica, e informações

da experimentação. As seguintes propriedades são de particular importância:

Densidade e Viscosidade: ⇒ nos escoamentos em dutos; canais abertos; ao redor de

objetos.

Tensão Superficial: ⇒ na formação de gotas; escoamentos de jatos; na interface de

escoamentos multifásicos; na formação de ondas de capilaridade.

Pressão de Vapor: ⇒ nos escoamentos com mudança de fase, líquido-gás.

Fluido é uma substância que deforma continuamente sob a aplicação de uma tensão

de cisalhamento. Os Fluidos compreendem as fases líquidas e gasosas. A distinção com o

estado sólido baseia-se que o sólido não deforma continuamente quando aplicamos uma

tensão de cisalhamento.

Densidade é uma importante propriedade de uma substância, é a razão entre a sua

massa e o seu volume. Usualmente utilizamos a letra grega rô (ρ ) para sua representação.

massa m
Densidade = ou ρ=
volume V

A densidade da água em unidades CGS é 1g/cm3. Convertendo esta para unidades

SI, quilograma por metro cúbico, obtemos para a densidade da água


3
1 g 1 kg  100 cm
ρ=   = 10 kg / m
3 3

cm 3 10 3 g  m 
Uma unidade conveniente de volume é o litro (l):

1l = 103 cm3 = 10-3m3

Em termos desta unidade, a densidade da água é 1,0 kg/l. Quando a densidade de

um corpo é maior que a da água, o corpo afunda na água; quando a densidade é menor, o

corpo flutua na água. Na verdade mostraremos numa seção adiante que os corpos flutuantes

têm uma fração do seu volume imerso em qualquer líquido que é igual a razão entre a

densidade do corpo e a densidade do líquido.

A maior parte dos sólidos e dos líquidos se expande ligeiramente quando aquecidos,

e se contraem ligeiramente quando sujeitos a um aumento de pressão externa, estas

variações de volume são relativamente pequenas, assim podemos dizer que as densidades

da maior parte dos sólidos e dos líquidos são, numa aproximação grosseira, quase

independentes da temperatura e da pressão. Por outro lado, a densidade dos gases

dependem fortemente da pressão e da temperatura. Com uma boa aproximação, a densidade

de um gás é proporcional à pressão e inversamente proporcional temperatura(absoluta).

Devido a este motivo a pressão e temperatura devem ser especificadas quando se exprimem

as densidades dos gases. È bom termos em mente que as densidades dos gases são

consideravelmente menores que as do líquidos e sólidos; por exemplo a densidade da água

é cerca de 800 vezes a do ar, em condições normais.

Usa-se também a densidade ponderal (ou peso específico), definida como a razão

entre o peso de um corpo e o seu volume. A densidade ponderal é igual a ρ g:

mg
γ = ρg =
V

A densidade ponderal da água é: ρ agua g = 9,81 × 10 3 N / m 3 .


Vamos fazer algumas considerações sobre outra propriedade física importante, a

viscosidade. Considere uma substância fluida entre duas placas planas e paralelas (Figura

1). A tensão F/A é aplicada em qualquer substância entre as duas placas paralelas.

Figura 1. Deformação devido a uma força cisalhante constante.

Experimentos com diversos fluidos demonstram que há aderência do fluido no

contorno da placa. Desta forma, podemos escrever:

Au Au F u
F α ⇒ F =µ ⇒ = τ =µ ⇒
t t A t

du
Na forma diferencial temos: τ =µ dy , chamada Lei de Newton da viscosidade,

du
onde: τ - tensão de cisalhamento; dy ou γ - taxa de deformação; µ - viscosidade.

Alguns materiais fluidos não satisfazem a lei de Newton da viscosidade; desta

forma os fluidos são classificados em Newtonianos e não-Newtonianos (Figura 2).

O fluido Plástico Ideal ou Plástico de Bingham possui uma tensão de cisalhamento

inicial; materiais como tinta de caneta tem a viscosidade dependente da taxa de deformação

e tendência a solidificar.
Tensão de Cisalhamento τ (N/m )
Newtoniano

2
14
não-Newtoniano (Dilatante)
12 não-Newtonian (Pseudoplastico)
Plástico de Binghan
10

0
0 2 4 6 8 10 -1 12
Taxa de Deformação, du/dy γ(s )

Figura 2. Curvas de comportamento de fluidos.

Gases e Líquidos comuns possuem tendência de comportamento Newtoniano,

enquanto fluidos biológicos como sangue, não-Newtoniano.

Nos fluidos reais a viscosidade é resultante de movimentos moleculares. Moléculas

de regiões de velocidade macroscópica elevada colidem com moléculas movendo-se com

velocidade macroscópica mais baixa. Estas colisões transportam quantidade de movimento

de uma região do fluido para outra.

Como o movimento aleatório é afetado pela temperatura do meio, a viscosidade

também é função da temperatura. Em geral encontramos o seguinte comportamento em:

Líquidos ⇒ aumento da temperatura ⇒ diminuição da viscosidade (forças de

coesão);

Gases ⇒ aumento da temperatura ⇒ aumento da viscosidade (atividade molecular,

diretamente proporcional a transferência de quantidade de movimento);


O efeito da temperatura na viscosidade é aproximadamente correlacionado em

C T 3/ 2
equações empíricas: Equação de Sutherland (gases): µ= ; onde C e S são
T +S

constantes empíricas e T é a temperatura absoluta. Sendo a viscosidade conhecida em duas

temperaturas podemos determinar as constantes da equação. Equação de Andrade

(líquidos): µ= D e B / T ; onde D e B são constantes empíricas e T é a temperatura

absoluta.

N
τ m2 kg
A unidade da viscosidade no S.I. é: µ [ =] d u [ =] m 1 [ =] Pa .s [ =] m.s ,
.
dy s m

comumente escrita em unidades de CGS (Poise = 1g/cm.s). A viscosidade cinemática

aparece e é dada pela viscosidade dinâmica ou absoluta (µ ) dividida pela densidade.

Tensão Superficial: Na interface entre um líquido e um gás ou entre dois líquidos

imiscíveis, um filme fino ou camada líquida é formada junto da superfície. A formação

desta película é justificada pela força de atração molecular na superfície. O simples

experimento da agulha boiando na superfície da água, evidencia a existência desta fina

camada; outro exemplo é a formação de pequenas gotas de mercúrio devido as forças de

coesão na superfície (a conseqüência física aparente das forças de coesão é o surgimento de

uma película hipotética). A formação desta camada pode ser entendida com base na energia

superficial ou trabalho por unidade de área requerido para a ligação molecular na

superfície.
A tensão superficial é a força requerida para formar o filme fino (forças de tensão

superficial), obtida pela divisão da energia de superfície pelo comprimento do filme em

equilíbrio. Ou de forma equivalente "a intensidade de atração molecular por unidade de

comprimento ao longo de uma linha de superfície é chamada de tensão superficial (σ -

N/m) (que depende da temperatura do fluido)

A tensão superficial da água varia entre 0,074 N/m (20 oC) a 0,059 N/m (100 oC).

A pressão dentro de uma gota de fluido esférica pode ser calculada usando o

desenho esquemático da Figura 3. A força desenvolvida na superfície da gota é resultante

da tensão superficial, e vale: 2π R.σ . Esta força deve se equilibrar com a força devido a

diferença de pressão interna e externa atuando na superfície circular, π .R2.

Figura 3. Forças atuando numa gota de líquido.

Sendo assim:


2π R σ =∆pπ R 2 ou ∆p = pi − pe = .
R

Um fenômeno comum associado a tensão superficial é o efeito de capilaridade em

tubos. Se um pequeno tubo é inserido num recipiente com água, o nível de água no tubo

eleva-se como ilustrado na Figura 4. Nesta situação temos a interface líquido-gás-sólido;


temos neste caso uma atração (adesão) entre a parede do tubo e as moléculas do líquido

fluido, que é forte o suficiente para elevar o nível do fluido. A altura "h" é governada pelo

valor da tensão superficial (σ ), o raio do tubo (R), o peso específico do fluido (γ ), e o

ângulo de contato (θ ) entre o fluido e o tubo. A partir da Figura 4.b podemos verificar o

equilíbrio entre a força vertical devido a tensão superficial, 2π R σ cos θ , e a força peso do

fluido, teremos:

γ π R 2 h =2π R σcos θ . A altura "h" será dada por:

2 σcos θ
h = , onde o ângulo "θ " depende da do fluido e da superfície de
γR

contato. Para água em contato com vidro liso, θ ≈ 0.

Se a adesão de moléculas numa superfície sólida é fraca comparada com a força de

coesão entre moléculas, verificamos um efeito de superfície inversos da água (Figura 4.c).

O mercúrio é um exemplo desses fluidos, cujo ângulo de contato é maior que 90o . Para o

mercúrio em vidro liso, temos θ ≈ 130º. Os efeitos de tensão superficial estão associados

com muitos problemas práticos, como o movimento de fluidos em meios porosos; formação

de bolhas e gotas; na vida de animais na interface líquido-líquido e líquido-gás. Por outro

lado problemas em são predominantes as forças inerciais e viscosas, a tensão superficial

torna-se desprezível.
Figura 4. Efeito de capilaridade em tubos.

Pressão num fluido estático


Consideremos uma pequena superfície, com área A como a de uma pequeno moeda

imersa no fluido. O fluido, numa face da moeda, exerce uma força F sobre ele que é

equilibrada por uma força igual, porém oposta, exercida pelo fluido na outra parte da

moeda. Quando o moeda é muito pequena, de modo que podemos desprezar a diferença de

profundidade do fluido sobre a superfície, a força F é independente da orientação da

moeda. A pressão P se define como a razão entre o módulo da força e a área da moeda:

F
P=
A

A unidade SI de pressão é o newton por metro quadrado (N/m2) denominada

pascal(Pa):

1 Pa = 1 N/m2

A pressão num lago, ou oceano, aumenta a medida que a profundidade cresce. A

pressão atmosférica diminui a medida que se ascende a maiores altitudes. A variação na


pressão de um fluido com a profundidade ou com a altura pode deduzir-se com facilidade.

Consideremos uma coluna de líquido, água por exemplo, com área de seção reta A e

espessura ∆ h, onde h é a profundidade medida a partir do topo do líquido (Figura 5).

Figura 5. Variação de pressão num fluido estático.

Seja P1 a pressão do topo da coluna e P2 a pressão na base. A força exercida para

baixo sobre a coluna, pelo fluido que lhe está por cima, é P1A. A força exercida para cima,

sobre a coluna, pelo fluido que lhe fica abaixo, P2A. Esta força para cima tem que ser maior

que a força para baixo, para equilibrar o peso da coluna. O volume da coluna é A ∆ h, e seu

peso é mg = ρ A ∆ h g. Fazendo a força para cima, devida a diferença de pressão, igual ao

peso da coluna temos:

P2 A − P1 A = mg = ρA ∆h g ou ∆P = ρg ∆h

onde ∆ P é a diferença de pressão que corresponde `a diferença de profundidade ∆ h. Se

dividirmos por ∆ h e tomarmos o limite quando ∆ h tende a zero, a razão ∆ P/∆ h torna-se

a derivada dP/dh, e temos

dP
= ρg
dh
Esta equação vale para qualquer fluido. Para resolvermos esta equação em termos

da pressão, precisamos saber como a densidade do fluido depende da pressão. No caso da

água, e da maior parte dos líquidos, a densidade é aproximadamente independente da

pressão, ou seja, os líquidos são quase incompressíveis. Então, de acordo com esta equação,

dP/dh é igual a uma constante, e P deve variar linearmente com h:

P = P0 + ρgh

onde P0 é a pressão em h = 0. A pressão a uma profundidade h é maior que no topo, por

uma grandeza ρ gh. Independendo da forma do vaso e vale para todos os pontos que estão

a uma mesma profundidade. Se aumentarmos P0, através de um pistão por exemplo que

pressiona a superfície do líquido, o aumento de pressão é o mesmo em todos os pontos do

líquido (Princípio de Pascal).

A Figura 6 mostra o medidor de pressão mais simples, o manômetro de tubo aberto.

O topo do tubo está aberto para a atmosfera, na pressão P0. A outra extremidade do tubo

está na pressão P a ser medida. A diferença P-P0 é igual a ρ gh, onde ρ é a densidade do

líquido no tubo. A diferença entre a pressão absoluta P e a pressão atmosférica P0 é a

pressão manométrica.

P = Pman + P0

Figura 6. Manômetro de tubo aberto para medir a pressão desconhecida P.


A Figura 7 mostra um barômetro de mercúrio usado para medir a pressão

atmosférica. O topo do tubo foi fechado e evacuado, de modo que a pressão atmosférica ali

reinante é nula. A outra extremidade está aberta para a atmosfera, na pressão P0. A pressão

P0 é dada por P0 = ρ gh, onde ρ é a densidade do mercúrio.

Figura 7. Barômetro de tubo fechado para a medição da pressão atmosférica P0.

Quando pesamos um objeto submerso em água, notamos que a leitura da balança é

menor que a leitura do corpo pesado no ar. A água exerce sobre o corpo uma força que

equilibra, parcialmente, a força da gravidade.

A força exercida por um fluido sobre um corpo submerso é denominada o empuxo e

depende da densidade do fluido e do volume do corpo, mas não da forma ou conteúdo do

corpo. O módulo da força é igual ao peso do volume deslocado pelo corpo. Arquimedes

enunciou o seguinte princípio: Um corpo, total ou parcialmente imerso num fluido, sofre

um empuxo para cima igual ao peso do volume do fluido deslocado.

A Figura 8.a e 8.b mostra as forças verticais que atuam sobre o corpo que está sendo

pesado imerso, ou seja, a forma da gravidade W para baixo, a força da balança de mola F

para cima, uma força F1 que atua para baixo em virtude de o fluido estar pressionado a
superfície do topo do corpo e uma outra força F2 para cima, conseqüência de o fluido estar

pressionando a superfície inferior do corpo. Uma vez que a balança de mola(dinamômetro)

lê uma força menor que o peso, a força F2 deve ter módulo maior que o da força F1. A

diferença no módulo dessas duas forças é o empuxo E = F2 – F1. O empuxo aparece porque

a pressão do fluido na base do corpo é maior que no topo.

Figura 8. (a) Pesagem de um corpo de massa m imerso num fluido; (b) Diagrama de

forças de um corpo. A diferença F2 – F1 é o empuxo sobre o corpo.

Na Figura 9 substituímos o corpo submerso por um volume igual de fluido e

eliminamos a mola. A força do empuxo E = F2 – F1, atuando sobre este volume de fluido, é

a mesma que atuava sobre o corpo original estando este volume de fluido em equilíbrio, a

força resultante que atua sobre ele deve ser nula. O empuxo é igual ao peso do fluido:

E =w
Figura 9. Situação idêntica à da Figura 8.a, exceto em que o corpo foi substituído por um

volume igual de fluido.

Podemos ainda considerar sobre o princípio de Arquimedes, o seguinte: seja ρ f a

densidade do fluido. Um volume V do fluido tem então a massa ρ fV e o peso ρ fgV. O peso

do corpo pode escrever-se ρ cgV, onde ρ c é a densidade do corpo. Se a densidade do corpo

for maior que a do fluido, o peso será maior que a do empuxo e o corpo afundará no fluido,

a menos que seja suportado. Se ρ c for menor que ρ f , o empuxo será maior que o peso e o

corpo será acelerado até a superfície livre do fluido, a menos que seja forçado a manter-se

imerso. O corpo flutuará em equilíbrio com uma fração do seu volume imersa, de modo que

o peso de volume deslocado seja igual ao peso do próprio corpo.

Equação de Bernoulli
Vamos considerar apenas o escoamento permanente, incompressível e não-

turbulento. No lugar de seguir as partículas individuais do fluido, à medida que se deslocam

de ponto para outro, vamos observar um ponto fixo no espaço. Seja ρ a densidade do
fluido num certo ponto e V a velocidade num certo instante t, no mesmo ponto. À medida

que o tempo passa, as partículas do fluido deslocam-se para jusante do ponto, e novas

partículas entram nas regiões vizinhas do ponto. No escoamento permanente, a densidade e

a velocidade do fluido, em qualquer ponto, são constantes no tempo.

Na Figura 10, reunimos e traçamos várias linhas de corrente do escoamento das

partículas do fluido para formar um tubo de corrente. Embora a velocidade e densidade do

fluido variem de ponto para ponto no tubo, no escoamento de regime permanente, a

velocidade e a densidade num ponto são constante no tempo. Então, a massa do fluido, no

tubo, permanece constante no tempo.

Figura 10. Linhas de corrente no escoamento de um fluido e um tubo de corrente.

A Figura 11, na parte sombreada indica a massa do fluido que escoa no tubo num

certo tempo ∆ t. O volume desta região é v1∆ tA1, onde v1 é a velocidade no ponto P1. Se a

densidade neste ponto for ρ , a massa do fluido que escoa no tubo é dada por:

∆m = ρ1v1∆t1
Figura 11. No estado permanente, a massa do fluido que passa pelo ponto P1 deve ser

igual à massa que passa pelo ponto P2. A vazão em quilogramas por segundo é Avρ

A taxa de escoamento do fluido no tubo é denominada a vazão mássica Im:

∆m
Im = = ρ1v1 A1
∆t

Num escoamento em estado permanente, uma massa igual de fluido deve escoar

para fora do tubo, no ponto P2. Se a densidade nesse ponto for ρ 2,, a velocidade v2 e a área

da seção reta A2, a massa que sai do tubo é:

∆m = ρ2 v2 A2 ∆t

Igualando esta à massa que entra no tubo, no mesmo intervalo de tempo, temos:

ρ1v1 A1 = ρ2v2 A2

As vazões nos pontos P1 e P2 devem ser iguais. Por isso, temos o seguinte resultado

importante:

No escoamento de regime permanente, a vazão é a mesma em qualquer ponto:

I m = ρvA = cons tan te

Esta equação é denominada equação da continuidade.


Escoamento não viscoso
Escoamento não-viscoso é aquele em que está ausente as forças viscosas, que são

forças de atrito interno que dissipam energia mecânica. Vamos aplicar o teorema da energia

cinética à massa do fluido num tubo de corrente, e limitar nossas considerações a fluidos

incompressíveis, ou seja a fluidos nos quais a densidade é a mesma em qualquer ponto.

A Figura 12 mostra um fluido que escoa através de um tubo que sofre alterações de

altura e da área da seção. Aplicamos o teorema da energia cinética ao fluido que está

contido, no estado inicial em ∆ x1. Depois de um curto intervalo de tempo ∆ t, este fluido

terá deslocado ao longo do tubo e estará contido entre os pontos em ∆ x2.

Figura 12. Fluido em movimento num tubo, para a dedução da equação de Bernoulli.

A massa de fluido (∆ m) sombreada pode ser calculada como:

∆m = ρ1v1∆t1 = ρ2v2 ∆t2 = ρv∆t

Na medida que a massa inteira do fluido desloca-se no intervalo de tempo ∆ t, o

fluido que a sucede exerce sobre ela uma força de módulo F1 =P1A1, onde P1 é a pressão no

ponto 1. Esta força efetua trabalho W1 = F1∆ x1 = P1A1∆ x1 = P1∆ V, onde ∆ V é o volume.
Ao mesmo tempo, o fluido que precede a massa que estamos considerando exerce sobre ela

uma força F2 =P2A2 para a esquerda. Esta força efetua um trabalho negativo, W2 = -F2∆ x2

= P2A2∆ x2 = P2∆ V. O trabalho líquido efetuado por estas forças é:

W = P1 ∆V − P2 ∆V = ( P1 − P2 )∆V

Este trabalho é igual a variação de energia cinética e da energia potencial do fluido

analisado, isto é, é igual à variação de energia da massa ∆ m = ρ ∆ V. A variação da

energia potencial da massa é:

∆U = ∆m gy 2 − ∆m gy 1

A variação da energia cinética é:

∆ Ec = 12 (∆ m)v22 − 12 (∆ m)v12
Então, o teorema da energia cinética nos conduz a seguinte equação:

( P1 − P2 )∆ V = ∆ m g y2 − ∆ m g y1 + 12 (∆ m)v22 − 12 (∆ m)v12
Se dividirmos cada termo por ∆ V e escrevermos a densidade como ρ = ∆ m/∆ V,

obteremos:

P1 − P2 = 12 ρ v22 − 12 ρ v12 + ρ g y2 − ρ g y1
Reunindo num membro as grandezas com índice 2 e no outro as que têm o índice 1,

a equação fica:

P1 + ρ g y1 + 12 ρ v12 = P2 + ρ g y2 + 12 ρ v22
Este resultado pode ser escrito como:

P + ρ g y+ 12 ρ v 2 = constante ⇒ Equação de Bernoulli.


A equação de Bernoulli demonstra que esta combinação de grandezas, calculada em

qualquer ponto no tubo, tem o mesmo valor que em qualquer outro ponto, válida para o

regime permanente e laminar, de um fluido não-viscoso e incompressível. Em condições

especiais, a equação de Bernoulli também se aplica a fluidos compressíveis como os gases.

Uma aplicação especial da equação de Bernoulli ocorre num caso de fluido em

repouso. Assim, v1 = v2 = 0 , então obtemos:

P1 − P2 = ρg ( y 2 − y1 ) = ρgh

onde h = y2 – y1 é a diferença de altura entre os pontos 2 e 1.

Exemplo 1: Um fluido incompressível, como a água, escoa através de um tubo horizontal

que tem uma seção estrangulada, conforme mostra a Figura 13. Demonstre que a

pressão se reduz no estrangulamento.

Figura 13. Estrangulamento num tubo com um fluido em movimento. A pressão é menor na

seção estrangulada do tubo, onde o fluido desloca-se mais rápido.

As duas seções do tubo têm a mesma altura, fazemos y1 = y2 na equação de

Bernoulli. Temos então:

P1 + 12 ρ v12 = P2 + 12 ρ v22
Porém com a densidade constante:

A1v1 = A2v2 ou v2 = A1/A2 .v1


Levando esta resultado na equação, P1 + 1 ρ v1 = P2 + 12 ρ v22 , temos:
2
2

A12v12
P1 + 12 ρv12 = P2 + 12 ρ
A22

ou

 A12  2
P1 – P2 =  2 − 1 v1
1
2
 A2 

Desde que A1 é maior que A2, a grandeza no segundo membro é positiva e P2 tem

que ser menor que P1. Observe que a única circunstância na qual P2 e P1 podem ser iguais,

de acordo com a última equação, ocorre quando V1 = 0; isto é, quando o fluido está em

repouso no tubo.

Exemplo 2: Uma reservatório de água (Figura 14) é esgotado por um tubo de seção reta A,

que tem uma válvula a uma distância h abaixo da superfície da água no reservatório.

Mostrar que a pressão no tubo se reduz quando a válvula for aberta.


Figura 14. Quando a válvula está aberta, possibilitando o escoamento da água pela

tubulação, a pressão no tubo se reduz.

Para aplicar a equação de Bernoulli: P1 + ρ g y1 + 12 ρ v12 = P2 + ρ g y2 + 12 ρ v22 ,


tomamos o ponto 1 como a superfície superior da água na caixa, onde a pressão é a pressão

atmosférica Po. Fazemos também y1 = h. O ponto 2 fica no tubo, logo a montante da

válvula, e y2 = 0. Em virtude de a área superficial A1 do reservatório ser muito grande em

comparação com a área do tubo, a velocidade escalar v1 de queda do nível de água, é

pequena. Então temos:

Po + ρ g h = P2 + 12 ρ v22
ou

P2 = Po + ρ gh - 2 ρ v2
1 2

Se a válvula for fechada, a água está em repouso e v2 = 0. Então, de acordo com a

equação P2 = Po + ρ gh -
1
2
ρ v22 , a pressão no tubo, na entrada da válvula, é P 2 = Po +

ρ gh. Quando a válvula for aberta, a água se desloca e v2 não será nula. Então, de acordo

com a equação P2 = Po + ρ gh -
1
2
ρ v22 , a pressão no tubo diminuirá de um valor igual a
ρ v22/2.

Exemplo 3: Calcular a pressão P2 no exemplo anterior se h = 15 m, Po = 101 kPa e v2 = 16

m/s, com a válvula aberta.

Com a válvula fechada, v2 = 0, e pressão é:


P2 =Po + ρ gh = 101 kPa + (103 kg/m3).(9,81 N/kg).(15 m)

P2 = 101 kPa + 1,47 × 105 N/m2 = 101 kPa + 147 kPa

P2 = 248 kPa

Com a válvula aberta, a pressão diminui de:

1
2
ρ v22 = 12 (1 03 kg/m )(16 m/s)
3 2

1
2
ρ v22 = 1,2 8 × 105 kg.m/s2.m2 = 128kPa

Portanto a pressão com a válvula aberta é P2 = 101 kPa + 147 kPa – 128kPa = 120

kPa.

Escoamento Viscoso
O escoamento em regime permanente através de um tubo horizontal, longo e

estreito, com a seção reta e constante, a pressão será constante ao longo do tubo. Porém na

prática, observamos que há uma queda de pressão quando nos movemos ao longo do tubo,

na direção do escoamento. Esta queda de pressão se deve à viscosidade do fluido. O tubo

exerce uma resistência de arraste sobre o fluido que está em suas vizinhanças, e as camadas

de fluido exercem uma força de arraste viscoso sobre as camadas adjacentes. A velocidade

do fluido não é constante na direção de um diâmetro do tubo, mas é maior na vizinhança do

centro e menor nas vizinhanças das bordas, onde o fluido está em contato com as paredes.

Seja P1 a pressão no ponto 1 e P2 a pressão no ponto 2, à distância L a jusante do ponto 1. A

queda de pressão ∆P = P1 − P2 é proporcional à vazão. Se representarmos a constante de

proporcionalidade por R, teremos:


∆P = P1 − P2 = I V R

onde

I V = VA ⇒ é a vazão.

A resistência ao escoamento R depende do comprimento do tubo L, do raio r a da

viscosidade do fluido.

O coeficiente de viscosidade de fluido defini-se da seguinte forma. Na Figura 15 um

fluido está confinado entre duas chapas paralelas, cada qual com a área A, separadas por

distância z0. A chapa superior é puxada, com velocidade constante V, por uma força F,

enquanto a chapa de baixo se mantém em repouso. Para puxar-se a chapa superior é

necessário uma força, pois o fluido vizinho à chapa exerce uma força de arrasto viscoso que

se opõe ao movimento. A velocidade do fluido entre as chapas é, em essência, igual a V nas

vizinhanças da chapa superior e zero nas vizinhanças da inferior e varia linearmente com a

altura entre as chapas. A força F, segundo se verifica, é inversamente proporcional à

separação das chapas z0. O coeficiente de viscosidade µ defini-se por

VA
F =µ
z0

Figura 15. Duas chapas de mesma área A, com um fluido viscoso entre ambas. Quando a

chapa superior se desloca em relação à inferior, cada camada do fluido exerce uma força

de arrasto sobre as camadas adjacentes, estabelecendo-se um gradiente de no fluido. A

força necessária para empurrar a chapa superior é proporcional à velocidade escalar V a

área A e inversamente proporcional à separação entre as chapas z0 .


Em termos do coeficiente de viscosidade, a resistência R da equação,

∆P = P1 − P2 = I V R no escoamento permanente através de um tubo circular de raio r pode

ser escrita como:

8µL
R=
πr4

8µL
As equações ∆P = P1 − P2 = I V R e R = π r 4 podem ser combinadas para dar a

vazão através da um tubo circular em termos da queda de pressão:

π  r4
IV= ΔP
8μL

Esta equação é conhecida como lei de Poiseuille. É bom notarmos a dependência,

com o inverso de r4, da resistência ao escoamento do fluido. Se o raio do tubo for dividido

por dois, a queda de pressão, para cada vazão, aumenta por um fator de 16.

Exercícios
1) Converta a densidade de 1,0 g/cm3 para kg/m3 .

2) Um peixe controla sua profundidade na água através do ajuste do conteúdo de ar em “bolsas de

ar” para que sua densidade fique igual à da água. Suponha que, com as bolsas de ar vazias, um

peixe tenha a densidade de 1,08 g/cm3. Se ele quiser reduzir sua densidade à da água, que fração do

volume do seu corpo deverá ser ocupada por ar dentro dos sacos? (esses sacos são chamados de

bexigas natatórias).

3) Calcule a diferença de pressão hidrostática sangüínea entre o cérebro e o pé de uma pessoa de

1,83 m de altura. A densidade do sangue é 1,06 x 103 kg/m3.


4) Os pulmões humanos podem operar sob uma diferença de pressão de até cerca de 1/20 da

atmosférica. Se um mergulhador usar um respirador de tubo aberto, a que profundidade abaixo da

superfície pode nadar?

5) Encontre a pressão, em pascal e atm, 150 m abaixo da superfície do oceano. A densidade da água

do mar é 1,03 g/cm3 e a pressão atmosférica ao nível do mar é 1,01 x 105 Pa.

6) Por causa das variações principalmente na temperatura e a salinidade, a massa específica da água

do mar aumenta com a profundidade de acordo com a equação: ρ=ρs + bh , onde “ ρs ” é

massa específica na superfície; “b” é uma constante positiva e “h” a profundidade. (A) Encontre a

expressão da pressão em função da profundidade, P(h); (B) Calcule a pressão a 3 m de

profundidade considerando b=1,5 e b=150, sendo ρs =1100 kg / m ; (C) Calcule também


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considerando a massa específica constante.

7) Uma lata tem volume de 1.200 cm3 e massa de 130 g. Quantas gramas de balas de chumbo ela

poderia carregar, sem que afundasse na água? A densidade do chumbo é 11,4 g/cm3.

8) A água se move com uma velocidade de 5,0 m/s através de um cano com uma área de seção

transversal de 4,0 cm2. A água desce 10 m gradualmente, enquanto a área do cano aumenta para 8,0

cm2. (a) Qual é a velocidade do escoamento no nível mais baixo? (b) Se a pressão no nível mais alto

for 1,5 x 105 Pa, qual será a pressão no nível mais baixo?

9) Se uma pessoa soprar ar com uma velocidade de 15 m/s, passando pela parte de cima de um dos

ramos de um tubo em U que contenha água, qual será a diferença de nível entre os dois lados deste

tubo?

10) Um medidor de Venturi possui um tubo de diâmetro igual a 10 pol e um gargalo de diâmetro

5,0 pol. Se a pressão da água no tubo for 800 Pa e no gargalo 600 Pa, determine a vazão de água

em litros por segundo.

11) A água escoa por um cano horizontal para a atmosfera a uma velocidade de 15 m/s, como

mostrado na Figura abaixo. Os diâmetros das seções direita e esquerda do tubo são 3,0 cm e 5,0
cm, respectivamente. (a) Que volume de água escoa para a atmosfera durante um período de 10

minutos? (b) Qual é a velocidade de escoamento da água no lado esquerdo do tubo? (c) Qual é a

pressão manométrica no lado esquerdo do tubo?

12) Um tanque é cheio de água a uma altura H. Um buraco é aberto em uma das paredes, a uma

profundidade h abaixo da superfície da água. (a) encontre a distância “x” entre a parte de baixo da

parede e o ponto onde o jato atinge o chão em função de “h” e “H” (b) A que profundidade deve

ser aberto um buraco para que o alcance do jato seja máximo.

13) Considere o escoamento de sangue num capilar, D=1 mm. Encontre a queda de pressão ( ∆P )

em Pa e mmHg relativa à 1 cm de comprimento do capilar. Utilize a equação de Hagen-Pouiselle,

∆P L v2 ρvD
=f , onde f = 64 / Re e Re = µ , e os seguintes dados: ρ=900 kg / m 3
ρ D 2

; µ=4.10 −06 Pa .s ; Q=300 ml/min. Calcule também o número de Reynolds para classificar o

escoamento em laminar ou turbulento.

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