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DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

Os crimes contra a pessoa são aqueles que mais imediatamente afetam a pessoa (ente
humano). Os bens físicos ou morais que eles ofendem ou ameaçam estão intimamente
consubstanciados com a personalidade humana. Tais são: a vida, a intangibilidade corpórea
(integridade corporal), a honra e a liberdade do indivíduo.
Os quatro são requisitos fundamentais para a vida comunitária, logo o bem jurídico tutelado
tem caráter eminentemente público (o Estado os resguarda e defende).

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Estes se dividem em 04 espécies, a saber:


a) Homicídio
b) Infanticídio
c) Instigação e auxílio ao suicídio
d) Aborto

1. Crime de homicídio
 Consumação do homicídio
Ocorre a consumação do crime com a morte cerebral da vítima.

 Homicídio privilegiado (art. 121, §1º)


A pena será reduzida de 1/3 a1/6.
Hipóteses do homicídio privilegiado:
I. Se o homicídio é praticado por motivo de relevante valor social. Ex.: matar o traidor da pátria.
II. Se o homicídio for praticado por motivo de relevante valor moral. Ex.: eutanásia.
III. Se o agente mata sob o domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da
vítima. Ex.: quando alguém mata em flagrante adultério.
Obs.: as três hipóteses têm caráter subjetivo.

 Homicídio qualificado (art. 121, §2º)


Qualificadoras:
I. Mediante paga ou promessa de recompensa: a qualificadora existe ainda que o contratante não
entregue o que prometeu (valores econômicos)
II. Motivo torpe: é o motivo imoral, vil, repugnante. Ex.: o filho que mata o pai para ficar com a herança;
morte por preconceito (raça, cor, religião, opção sexual.

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III. Motivo fútil: é o motivo pequeno para matar alguém. Ex.: matar porque fez uma barbeiragem no
transito; porque a vítima fez uma brincadeira com o seu time.
Obs.: Essas três hipóteses são de qualificadoras subjetivas.
IV. Emprego de veneno. Ex.: o açúcar para o diabético.
V. Fogo.
VI. Explosivo.
VII. Asfixia é o impedimento da função respiratória que pode se dar mecânica ou toxica.
VIII. Tortura: quando o meio empregado demora a causar a morte da vítima. Ex.: matar alguém de
fome, sede, insolação, frio, etc.
IX. Meio cruel: também causa grande sofrimento na vítima antes de sua morte, mas são mais rápidos.
Ex.: atropelamento intencional, espancamento, apedrejamento, pauladas, com ácido.
X. Meio insidioso: é o meio fraudulento, velado para matar a vítima, como ocorre no caso das
armadilhas e sabotagens, como por exemplo no freio do carro, etc.
XI. Meio de que possa resultar perigo comum: é o meio que além de matar a vítima exponha a risco
um grande número de pessoas. Ex.: matar a vítima no meio de um show, baile funk.
Obs.: As qualificadoras IV até a XI são objetivas porque são ligadas aos meios de execução
do homicídio.
XII. Emboscada: o agente fica de tocaia esperando a vítima.
XIII. Traição: o agente se vale de alguma facilidade decorrente da prévia confiança que a vítima nele
deposita, para matá-la em momento inesperado. Ex.: marido que mata esposa enquanto ela está
dormindo.
XIV. Dissimulação: trata se de uma farsa para se aproximar da vítima e matá-la de forma inesperada.
XV. Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido. Ex.: golpe de
surpresa ou pelas costas.
Obs.: as qualificadoras XII até a XV são também objetivas porque são ligadas ao modo de
execução do homicídio.
XVI. Matar para assegurar a execução de outro crime. Ex.: matar o marido para estuprar a esposa.
XVII. Matar para garantir a ocultação de outro crime: a intenção do agente é evitar que a ocorrência
do crime anterior chegue ao conhecimento público ou das autoridades. Ex.: matar alguém que estava
prestes a descobrir o crime.
XVIII. Matar para garantir a impunidade de outro crime: neste caso a ocorrência do crime anterior já
é de conhecimento público ou das autoridades, de modo que a intenção do homicida é apenas de
evitar a concretização da pena. Ex.: matar uma testemunha que tem conhecimento dos fatos para
que não preste depoimento em juízo.

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XIX. Matar para assegurar a vantagem de outro crime. Ex.: matar para evitar que o outro ladrão fique
com todo dinheiro fruto do crime.
Obs.: as qualificadoras de XVI até XIX são subjetivas.
XX. Feminicídio: homicídio praticado contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
(violência doméstica e familiar); menosprezo ou descriminação a condição de mulher.

§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Incluído pela Lei nº 13.104,
de 2015)

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com


deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. (Incluído pela Lei nº 13.104, de


2015)

XXI. Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144, da CF. Ex.: Policial Rodoviário Federal.
Integrante do sistema prisional e da força de segurança pública, no exercício da função ou em
decorrência dela contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau em
razão desta condição. É chamado de homicídio funcional.

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº
13.142, de 2015)

Obs.: as qualificadoras XX e XXI são subjetivas.


Cuidado: é possível a existência de homicídio qualificado privilegiado desde que as
qualificadoras sejam objetivas até porque as três hipóteses de privilégios são subjetivas.

 Perdão judicial no homicídio culposo (art. 121, §5º)


O juiz pode deixar de aplicar a pena quando verificar que as consequências do crime culposo
atingiram o agente de forma tão grave que sua imposição se mostra desnecessária. Ex.: os exemplos
mais comuns são aqueles em que a vítima é um parente, como por exemplo filho.

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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO E AUXÍLIO AO SUICÍDIO (art. 122)

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de
suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único - A pena é duplicada:

Aumento de pena

I - se o crime é praticado por motivo egoístico;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

Neste caso, o agente não é partícipe, ele é autor, porque a conduta criminosa é induzir, instigar
e auxiliar, cuja pena será a reclusão de 02 a 06 anos.
É um crime que só existe na modalidade dolosa e só se consuma se a vítima realmente se
suicidar ou, quando a sua tentativa gera lesões graves. Se as lesões forem leves, o agente também
não responderá pelo crime.
A pena para o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio é a reclusão de 02 a 06 anos. Mas
se a vítima apenas sofre lesões graves (não chegando a se suicidar) a pena será reduzida à metade,
de 02 a 03 anos. Caso a vítima seja menor ou estiver em situação de vulnerabilidade, essa pena será
duplicada.
Contudo, só haverá crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio contra menor de
idade se este menor tiver capacidade de autodeterminação. Portanto, ajudar uma criança de 02 anos
a pular da janela, não é caso de auxílio ao suicídio e sim, uma hipótese de homicídio qualificado.
Diferentemente ocorre se esse auxílio for a um menor de 17 anos, neste caso, o menor possui
capacidade de autodeterminação.
Uma questão frequente em prova diz respeito ao pacto de morte. Por exemplo, quando um
casal resolve, juntos, cometer um suicídio, mas um deles desiste ou sobrevive. Outro exemplo é a
prática da chamada “roleta russa”. Os sobreviventes, nesses casos, responderam criminalmente pelo
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, conforme o caso concreto.

INFANTICÍDIO (art. 123, CP)

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Pratica o infanticídio a mãe que mata o seu filho durante, ou logo após, o parto sob a influência
do estado puerperal, incidindo em pena de detenção de 02 a 06 anos.

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É uma hipótese de crime próprio (classificação que toma como parâmetro o sujeito ativo da
conduta). Crime próprio é aquele que exige uma qualidade especial daquele que o pratica, no
caso, a agente deverá ser a mãe.
A doutrina costuma se referir ao infanticídio como um crime bipróprio, por que ele exige uma
qualidade especial do agente e exige uma qualidade especial da vítima. Ou seja, é um crime em que
o sujeito ativo deve ser a mãe e o passivo (a vítima) deve ser o filho.
Para que se configure o infanticídio, o crime deverá ter sido praticado durante ou logo após
o parto. Lembrando que o parto se inicia com a dilatação do colo do útero. Antes do início do parto
não há de se falar em infanticídio e sim em aborto, vez que antes da dilatação do colo do útero a vida
é intrauterina.
Caso a mãe, sob a influência do estado puerperal, mate, por engano, o filho de uma
pessoa achando que era o seu filho, ela será responsabilizada como se tivesse matado o
próprio filho. Seria uma hipótese de erro quanto a pessoa.

ABORTO

Existem mais de uma espécie de aborto, como se pode observar:


1. Aborto praticado pela gestante (auto aborto)
2. Aborto praticado por terceiro:
2.1. Sem o consentimento da gestante
2.2. Com o consentimento da gestante
Lembrando que o único crime contra a vida em que se admite a modalidade culposa é o
homicídio. Portanto, só existe aborto em sua modalidade dolosa.
Portanto, se a gestante ingere uma substância abortiva sem ter conhecimento, ela não será
punida pelo crime de aborto já que esse tipo penal não admite a modalidade culposa.
O aborto praticado pela gestante (auto aborto) possui uma pena de 01 a 03 anos.
No crime praticado por terceiro com o consentimento da gestante, esse terceiro responderá
pelo crime de aborto com pena de 01 a 04 anos e a gestante que consentiu responde como se
tivesse praticado o auto aborto, cuja pena é de 01 a 03 anos.
Se o crime é praticado por terceiro sem o consentimento da gestante a pena será mais
grave, de 03 a 10 anos. E se, em virtude do aborto, a gestante sofrer lesões corporais de
natureza grave as penas são aumentadas de um terço (1/3); e se a gestante vier a morrer, será
o caso de aborto qualificado pela morte, previsto no artigo 127, onde a pena será duplicada.
Há casos de aborto que são permitidos pelo nosso Código Penal. Nesses casos, o aborto
deverá ser realizado por médico, conforme dispõe Código Penal. Contudo, se, incidindo em alguma

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das hipóteses de aborto permitido no Brasil, este for realizado por outra pessoa que não um médico
(uma parteira, por exemplo), é possível que se faça uma analogia in bonam partem.
Hipóteses de aborto permitidas no Brasil (artigo 128):
 Aborto necessário: é aquele realizado por médico quando há risco de vida da gestante.
 Aborto Humanitário: ocorre quando a gravidez resulta do estupro.
Não se faz necessário uma autorização judicial para que se realize qualquer dessas duas
espécies de aborto permitidas pela legislação.
Importante lembrar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal permitiu a antecipação terapêutica
da gravidez na hipótese de feto com anencefalia.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

A lesão corporal poderá ser dolosa ou culposa. A dolosa, por sua vez, poderá ser leve,
grave ou gravíssima.
A lesão corporal leve possui pena é de 03 meses até 01 ano, contudo, se praticada no âmbito
doméstico ou familiar a pena será elevada para até 03 anos, lembrando, ainda, que essa lesão
praticada em ambiente domiciliar não será apenas contra mulher, como ocorre mais precisamente na
lei Maria da Penha.
A lesão grave é de natureza qualificada e a pena máxima atinge 05 anos. Um exemplo de
lesão grave ocorre quando, em decorrência desta, o sujeito fica inabilitado de exercer as suas funções
por até 30 dias, quando dessa lesão resulta aceleração do parto, quando há debilidade de membro,
órgão ou função.
O código fala, ainda, de uma outra modalidade de lesão qualificada cuja pena poderá
chegar a 08 anos. Essa modalidade foi denominada pela doutrina de lesão gravíssima. Ocorre
a lesão gravíssima, por exemplo, quando, em decorrência desta há a perda do membro, sentido ou
função; quando há o aborto, o perigo de vida, a debilidade permanente.
A lesão corporal admite a modalidade culposa.
A lesão leve (se não cometida no âmbito residencial ou domiciliar) e a culposa são
infrações de menor potencial ofensivo.
LESÃO CORPORAL:
1. DOLOSA
1.1. Leve
1.2. Grave (§ 1º)
1.3. Gravíssima (§2º)
2. CULPOSA

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CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
produzí-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil
réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

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Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Código. (Redação dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem
conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9 o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa
portadora de deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)

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