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Sustentabilidade em Projeto de Cidade

Maria Fernanda Lemos e Luís Madeira

Aula 6: Habitação e Habitat Saudável


Plano de aula

Contextualização

Habitat Saudável

Referências de projetos
Urbanização de favelas – o Favela Bairro
O Programa de Arquitetura Pública – o PAP
Habitat Saudável
Contextualização

Indicadores

Alguns dados apresentados no Relatório sobre a Situação da População


Mundial 2007, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA,
2007):

• Em 2008, pela primeira vez, a população urbana ultrapassou a


rural em níveis mundiais.

• Na América Latina, já são 75% das pessoas.

• Em 2030, dois terços (2/3) da população mundial viverão em


centros urbanos.
Contextualização

Indicadores

Alguns dados apresentados no Relatório sobre a Situação da População


Mundial 2007, do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA,
2007):

• A urbanização atual é caracterizada pela larga escala e por sua


concentração em países em desenvolvimento.

• Em 2050 espera-se que a população mundial chegue entre 9 a


10 bilhões de pessoas quando deve estagnar-se.
Contextualização

Indicadores

Estudos realizados pela UN-Habitat apontavam para:

• Acima de 1 bilhão de favelados já em 2005.

• Representa 1/3 da população urbana global.

• Representam 6% da população dos habitantes dos países


desenvolvidos e 78% da população dos países menos
desenvolvidos.

• 90 % dos moradores de favelas se encontram nos


países menos desenvolvidos.
Contextualização

Indicadores

Estudos realizados pela UN-Habitat apontavam para:

• A maior parte da África Sub-Sahariana encontra-se em situação


gravíssima.

• O número de favelados no mundo nos próximos 30 anos


deve alcançar a marca de 2 bilhões de pessoas.

• Nem todos os pobres urbanos moram em favelas, nem


todos os favelados são pobres.
Contextualização

Indicadores

Brasil (IBGE 2000)


- População urbana 80% da população total

- 30 % da população urbana em aglomerados subnormais


- 10 % mais ricos com renda 22 vezes maior que 40% mais
pobres – destes últimos, 32% não tem acesso à saneamento
básico (MS 2002)
- Déficit habitacional estimado pelo MCidades de 6,6
milhões de unidades.
Habitat saudável

Diagnóstico geral

Crise social e ambiental urbana:

- déficit habitacional, quantitativo e qualitativo,


associado, dentre outros fatores do aumento da população
mundial e do crescimento da pobreza.

– quadro de exclusão social

– ausência de políticas públicas de habitação


Habitat saudável
Documentos referenciais

-Carta de Otawa (1986) – ênfase nas condições e recursos para se ter


saúde, associando saúde à valores como qualidade de vida, saúde e
seus determinantes.

-Declaração de Adelaide (1988) – ênfase nas políticas públicas


urbanas saudáveis

-Declaração de Sundsvall (1991) – ênfase à necessidade de


construção de ambientes favoráveis à saúde

-Carta Panamericana sobre Saúde e o Ambiente no Desenvolvimento


Sustentável (OPAS, 1995) - utilização como estratégia para o
desenvolvimento sustentável o incentivo à atenção primária ao
ambiente e à atenção primária a saúde.
Habitat saudável

Redes referenciais

1- Rede Brasileira de Habitação Saudável (1999)

2- Red Interamericana de la Vivenda Saludable (1995)

3 - Movimento Municípios / Cidades Saudáveis (ver OMS e OPAS 2002)


Habitat saudável

Ampliação do conceito de “saúde”

“Saúde” - deixa de estar relacionada exclusivamente ao


determinismo biológico e genético e passa a relacionar-se às
condições de vida e situação de saúde, onde o analfabetismo, o
baixo grau de escolaridade, condições precárias de habitação e de
ambientes seriam determinantes.
Habitat saudável

Ampliação do conceito de “saúde”

A saúde seria o produto de um amplo espectro de fatores relacionados com


a qualidade e condições de vida da população tais como padrões
alimentares adequados a cada faixa etária, padrões de
habitabilidade condizentes com a realidade local, provimento de
equipamentos básicos urbanos, acesso e oportunidade de boas
condições de trabalho, acesso e oportunidade de educação ao
longo de toda a vida, ambientes físicos limpos, apoio social para
famílias e indivíduos, estilos de vidas saudáveis e responsáveis e,
ainda, cuidados com o corpo..
Habitat saudável

O conceito de “risco” associado à saúde e habitação

- risco na habitação (habitat)


- risco na moradia
- risco na família
Habitat saudável

O conceito de “risco” associado à saúde e habitação


- risco na habitação (habitat)
ausência de infra-estrutura urbana adequada; transporte
deficiente; ausência de assistência médica e educacional;
paisagismo deficiente, originando insolação inadequada;
ausência de áreas de lazer; violência urbana; presença do
narcotráfico; ausência de iniciativas comunitárias e de
cidadania; existência de habitantes de rua, originando
marginalidade e promiscuidade e incidência de doenças
transmissíveis devido à precariedade de ambientes
construídos e sua relação com o entorno.

- risco na moradia
- risco na família
Habitat saudável

O conceito de “risco” associado à saúde e habitação


- risco na habitação (habitat)
- risco na moradia
existência umidade devido à falta de acabamento e / ou
presença de infiltrações; insolação; existência de poeira;
existência e acúmulo de lixo; existência de compartimentos
inadequados projetados sem a devida obediência a normas
técnicas; falta de noções de ergonometria; falta de qualidade
e freqüência na água de abastecimento; falta de instalações
sanitárias adequadas e existência de contaminantes de
origem química, biológica e radiações devido aos
materiais construtivos e acabamentos empregados no
ambiente construído.
- risco na família
Habitat saudável

O conceito de “risco” associado à saúde e habitação


- risco na habitação (habitat)
- risco na moradia
- risco na família
falta de higiene devido à localização geográfica imprópria;
falta de assistência educacional; falta de assistência
médica; existência de violência doméstica; falta de
cuidados com manutenção da moradia; falta de
oportunidades de geração de trabalho e renda
gerando renda familiar insuficiente e má alimentação e
falta de educação sexual, gerando má orientação sexual.
Habitat saudável

O conceito de “risco” associado à saúde e habitação


No caso das favelas é importante destacar:
1. riscos físicos (geográficos);
2. riscos quanto à falta de propriedade do solo (perigo de remoção);
3. riscos sanitários;
4. riscos gerados pela presença de animais domésticos que se
alimentariam de lixo, onde proliferariam vetores geradores de
inúmeras doenças;
5. riscos à integridade das pessoas;
6. riscos de falta de privacidade e individualidade devido à
altíssima densidade populacional;
7. riscos de confronto com o submundo;
8. riscos da violência física e moral;
9. riscos psíquicos pela falta de condições de sobrevivência, lazer e
precariedade de socorro.
Habitat saudável
O conceito de “risco” associado à saúde e habitação
10. Risco associado à localização:
A. assentamentos inadequados em encostas;
B. assentamentos ao longo de redes ferroviárias ou
rodoviárias;
C. assentamentos em alvéolos de rios;
D. assentamentos em lixões;
E. assentamentos próximos a refinarias de petróleo ou usinas
incineradoras de lixos;
F. baixa resistência de materiais empregados na construção das
casas;
G. ausência de infra-estrutura básica urbana;
H. ausência de serviços básicos urbanos como transporte
coletivo, escolas, creches, assistência médica, lazer.
Habitat saudável
O conceito de “risco” associado à saúde e habitação
Que se agrava por:
1. lentidão no processo de tomada de decisão devido a burocracias
e falta de interesse político;
2. falta de financiamento, de recursos e necessidade de adequação
dos projetos habitacionais a interesses dos órgãos financiadores e a
sua extensa burocracia;
3. perpetuação das dificuldades de acesso de infra-estrutura e
de um sistema fossilizado;
4. dificuldade de remanejamento de pessoal pela exigüidade de
espaços vagos e pela exigência de um processo de entendimento
muito sensível e complicado por parte dos moradores;
5. especulação imobiliária devido à realização de melhorias
substanciais.
Habitat saudável
Princípios gerais para a promoção da saúde na habitação

- Territorialização, vinculação, responsabilização e resolutividade


com um olhar integral sobre o ambiente em suas dimensões físicas,
socioculturais e bio-psico-sociais, nos quais estariam inseridos os indivíduos
e suas famílias.

- Integralidade da atenção à saúde e a perspectiva do intercâmbio entre


saberes técnico-científicos e o saber popular.

- Compreensão da habitação como o espaço essencial e o veículo da


construção e desenvolvimento da saúde da família.
Habitat saudável
Princípios complementares

-habitabilidade urbana
habitação entendida em seu sentido macro, conjugando-se ao direito à
cidade, ou seja, à condição de estar inserida na malha urbana, baseada
em sua relação com a rede de infra-estrutura e a possibilidade de acesso
aos equipamentos públicos - pertencimento ao território urbano e inclusão
dentro de um amplo contexto urbano.

- habitabilidade da unidade habitacional


relativo ao conjunto de aspectos que interfeririam na qualidade de vida e
na comodidade dos moradores, bem como na satisfação de suas
necessidades físicas, psicológicas e socioculturais – associado à
questões de conforto ambiental, segurança do usuário e salubridade
domiciliar e do seu entorno.
Habitat saudável
Privações que precisam ser superadas na adequação da moradia

1- condições físicas da habitação, que considera aspectos da durabilidade


própria dos materiais e estruturas, conservação e manutenção, a
forma da construção – métodos e materiais utilizados, bem como a
segurança estrutural.
2- adequação da habitação ao número de moradores, considerando
conforto e salubridade dos usuários, densidade de moradores por
cômodo, e atendimento às demandas dos moradores.
3- posse legal da terra ou proteção legal, considerando aspectos de
segurança patrimonial e garantia de acesso físico à moradia.
4- serviços de infra-estrutura considerando acesso suficiente à água,
aspectos da salubridade, energia elétrica, abastecimento de água com
canalização interna, rede de esgoto ou pluvial, ou fossa séptica, coleta de
lixo direta ou indireta etc.
5- acesso à instalações sanitárias, internamente à
moradia, considerando aspectos de salubridade e práticas cotidianas.
Habitat saudável
Privações que precisam ser superadas na habitação
inserida no contexto urbano

1- Existência e articulação à redes, serviços e equipamentos;


2- Garantia de acessibilidade e mobilidade interna e à rede
urbana;
3 – Valorização de aspectos relacionados ao território nas suas
componentes psicológicas e sócio-culturais;
4- Adequação da densidade construída e implantação do
assentamento para permitir o acesso de todas as unidades à luz do
sol e à ventilação.
5 – Adequação da estrutura urbana do assentamento às condições
ambientais pre-existentes.
Intervenções em Favelas
O Programa Favela-
Favela-Bairro
Intervenções em favelas

A Favela no Brasil
Intervenções em favelas
A Favela no Brasil

• Milhões de famílias estão excluídas do acesso à moradia digna. A


necessidade quantitativa corresponde a 7,2 milhões de novas moradias, das quais
5,5 milhões nas áreas urbanas e 1,7 milhões nas áreas rurais.

• As necessidades habitacionais, quantitativas e qualitativas, concentram-


se cada vez mais nas áreas urbanas e nas faixas mais baixas de renda
da população e, principalmente, nas Regiões Metropolitanas.
Intervenções em favelas
A Favela no Brasil

• As situações de irregularidade fundiária são diversas e envolvem


ocupações de terrenos públicos ou privados.

• Os limites estruturais do mercado de moradias para oferta de


habitações em número suficiente, com qualidade e localização adequadas sob os
aspectos ambiental e social, combinados com a ausência de políticas
públicas que tenham como objetivo ampliar o acesso à terra urbanizada, têm
levado um contingente expressivo da população brasileira a viver em
assentamentos precários.

• A única estatística existente sobre favelas, com abrangência nacional, é a


desenvolvida pelo IBGE para os chamados aglomerados subnormais, que não
considera loteamentos, cortiços e conjuntos irregulares e
deteriorados, que também representam formas de
precarização.
Intervenções em favelas
Antecendentes históricos das
intervenções em favelas – foco RJ

• Início do século até década de ´30´ –


Políticas de controle de higiene pública e as
epidemias, associada à sua erradicação nas
áreas próximas à cidade "formal”.
• Anos ´50´ e ´60´ - Surgiram alguns projetos
para o melhoramento das moradias e
condições higiênicas dos morros.
Intervenções em favelas
Antecendentes históricos das
intervenções em favelas – foco RJ

•Anos ´60´ e ´70´, a ação governamental


continuava centrada na criação de conjuntos
habitacionais novos e erradicar as favelas.
• Com a extinção do Banco Nacional da
Habitação na década de ´80´, a política
habitacional passou por um hiato, e as ações
se restringiam a ações pontuais e sem
relevância.
• Oscilando, por muito tempo, entre remoção
ou a urbanização das favelas, as ações
primaram, sobretudo, pela falta de
continuidade.
Intervenções em favelas
Antecendentes históricos das
intervenções em favelas – foco RJ
• Na década de ´90´ a fragmentação do tecido
urbano e social, chegou ao seu apogeu.
• O crescimento das favelas e loteamentos
irregulares demonstra claramente que a
produção informal de moradias precárias em
assentamentos ilegais tem sido a forma
hegemônica de “solução” adotada pela própria
população nas faixas de mais baixa renda, e
revela o baixo alcance das políticas públicas
implementadas.
• A partir dessa década mudam as
características das intervenções que “deixam de
ser centralizadoras e técnico-racionalistas e
passam a ser participativas e
sustentáveis” (Nabil).
Intervenções em favelas
O Favela Bairro

• A principal meta do Programa Favela-Bairro é


integrar a favela à cidade, dotando-a de
toda infra-estrutura urbana, serviços,
equipamentos públicos e políticas sociais,
incluindo sua regularização fundiária
transformando-os em bairros.

• Busca valorizar os valores, cultura e


tradições da população pobre, que são
urbanas, não diferenciados dos existentes na
cidade formal.

(Fonte: site PCRJ-SMH. Acesso em fev de 2008)


Intervenções em favelas
O Favela Bairro

• Componentes urbanísticos.

• Componentes sociais.

• Participação comunitária.

• Integração de ação entre secretarias.

• Integração e interdisciplinaridade entre


profissionais de mercado e da Prefeitura.

• As três fases do Programa


(PROAP I, II e III).

(Fonte: site PCRJ-SMH. Acesso em fev de 2008)


Mapa de favelas do Rio de Janeiro - 2004

(Fonte: Armazém de dados, em fevereiro de 2008)


Mapa de loteamentos irregulares ou
clandestinos do Rio de Janeiro - 2004

(Fonte: Armazém de dados, em fevereiro de 2008)


Intervenções em favelas
O Favela Bairro
Alguns elementos de análise e projeto – escopo

• Estrutura viária
• Infra-estrutura
• Equipamentos públicos
• Mobiliário
• Reassentamento de famílias em risco
• Contenção de encostas
• Reflorestamento
• Ordenamento territorial
• Regularização Fundiária
• Legislação uso e ocupação do solo
• Construção de marcos limítrofes
• Reconhecimento de logradouros
Intervenções em favelas
O Favela Bairro
Estratégias comuns adotadas

• Abertura de novos acessos, garantia de acesso carroçável, integrando a


favela à cidade e ao maior número de espaços internos da mesma
(acessibilidade externa e permeabilidade interna);

• Criação de espaços de integração entre o asfalto e a favela, utilizando-se


de equipamentos públicos para esse fim (integração social e imageabilidade)

• Valorização de centralidades existentes e de referências simbólicas, bem


como a criação de novas. Os novos equipamentos e espaços para reassentamento
tinham um grande potencial para definir novas referências simbólicas
(identidade);
Intervenções em favelas
O Favela Bairro
Estratégias comuns adotadas

• Busca-se gerar um sistema bem distribuído e permeável de conexão


entre as referências antigas e novas, às áreas de integração com o bairro,
buscando melhorar a legibilidade interna e a percepção da área como
bairro e de sua integração ao mesmo (legibilidade).

• Abertura de espaços de ventilação e insolação entre as quadras ou no


interior de quadras e intervenções que garantissem a melhoria da
qualidade ambiental e de saúde no ordenamento territorial
proposto (espaços saudáveis e sustentáveis).

• Definição de soluções urbanísticas que definam claramente os


limites da ocupação existente.
Intervenções em favelas
O Favela Bairro - Muquiço
Fase: Diagnóstico
Intervenções em favelas
O Favela Bairro - Muquiço Fase: Plano e Intervenção - conceito
Intervenções em favelas
O Favela Bairro - Muquiço
Fase: Plano de Intervenção – Partido Urbanistico
Intervenções em favelas
Urbanização de Loteamento – Elisa Maria
Fase: Diagnóstico
Intervenções em favelas
Urbanização de Loteamento – Elisa Maria
Fase: Plano de Intervenção - conceito
Intervenções em favelas
Urbanização de Loteamento – Elisa Maria
Fase: Plano de Intervenção – partido urbanístico
Intervenções em favelas
Avaliação do Programa

• No estudo realizado “Síntese da avaliação do Programa Favela Bairro


– primeira fase – 1995-2000”, algumas conclusões quanto à percepção
dos moradores foram obtidas:

• Relação com o bairro vizinho - Em 9 das 19 comunidades avaliadas,


segundo os entrevistados, não melhorou a relação com os bairros vizinhos. Em
outras 9 o percentual dos que opinam que este aspecto melhorou esteve entre
os 50 e 75%.

• Na percepção da maioria dos moradores em 9 das comunidades avaliadas, a


favela ainda não se tornou bairro, ao menos não completamente. Em outras 8
comunidades a opinião dos entrevistados foi contrária (percepção da área
como bairro e de sua integração ao mesmo).
Intervenções em favelas
Avaliação do Programa
Problemas e desafios verificados no desenvolvimento de projeto e
implantação das obras :

• A violência como risco e obstáculo à ação;


• Levantamento de campo como estratégia de guerra;
• A topografia de um espaço tão denso e irregular;
• O processo participativo apresentava dificuldades;
• Dificuldade na definição de áreas potenciais para reassentamento e
para implantação de equipamentos;
• Dificuldade em definir e efetivar as unidades a serem reassentadas
principalmente por necessidade de implantação de infra-estrutura, abertura de
vias etc.
• Não era raro verificar incompatibilidades entre o que foi implantado e
o projeto;
• Não era raro também observar problemas em relação aos
espaços reservados para implantação de equipamentos ou
reassentamento de famílias junto à comunidade.
Intervenções em favelas
Avaliação do Programa
Alguns desafios para ampliação e aprofundamento do programa:

• Com o investimento realizado, percebeu-se uma forte valorização e


especulação imobiliária dos assentamentos urbanizados, e seus impactos;

• Não houve uma política de manutenção dos investimentos


realizados que, associados à forte densificação observada nesses espaços
posteriormente às obras, tende a promover a obsolescência acelerada
da infra-estrutura, uma nova degradação dos espaços e o
comprometimento da qualidade físico –ambiental alcançada.

• Embora tenha havido um forte investimento de recursos públicos, não se


aproveitou a oportunidade criada para a retomada desses espaços
como territórios cidadãos.
Intervenções em favelas
Avaliação do Programa
Alguns desafios para ampliação e aprofundamento do programa:

• Não se deu uma integração efetiva entre a intervenção urbanística e a


intervenção de projetos sociais que buscassem promover uma efetiva
transformação da realidade local.

• A intervenção focada no espaço urbano, desconsiderando o


espaço privado da política habitacional, é insuficiente para promover a
mudança qualitativa dos indicadores ambientais e de salubridade.

• A regularização fundiária dos assentamentos não foi realizada na


grande maioria.
Intervenções em favelas
Avaliação do Programa
Alguns desafios para ampliação e aprofundamento do programa:

• A insegurança crescente na cidade e principalmente nas favelas.

• A ausência de políticas e condições financeiras e institucionais


que ampliem a oferta de novas oportunidades habitacionais não
apenas tornam ineficazes as políticas de regularização e urbanização, como
estimulam a ocupação de terras e a oferta de lotes irregulares, pois a
precariedade e a irregularidade continuarão a crescer, contando com a futura
regularização/urbanização por parte do poder público.
Intervenções em Favelas

O Programa de arquitetura
pública - PAP
Intervenções em favelas: o PAP

O PAP está inserido no Programa de Apoio às Populações


Desfavorecidas – APD, que se origina do Convênio de Cooperação
entre a União Européia e a MRJ – 1998

Ação do programa APD com foco em desenvolvimento local:


– fortalecimento das organizações de cidadãos

- articulação de ações de melhoramento do habitat, desenvolvimento


social e geração de renda
Intervenções em favelas: o PAP
Frentes de ação do programa APD :

Programa Bairrinho (SMH): Regularização Fundiária (Bento


• Urbanização (saneamento, Rubião)
paisagismo, equipamentos)
• Remoções

Programa para favelas de pequeno Melhorias Habitacionais (IAB-RJ):


porte. APD-Rio: Parque da Cidade-Gávea; • Programa de Arquitetura Pública
Benjamim Constant-Urca; Vila Moretti, Vila (PAP)
São Bento e Vila União da Paz- Bangu • Programa de Aperfeiçoamento
Profissional (PAP)
Início em setembro de 2001
Intervenções em favelas: o PAP
Processo de atuação

Assembléia de Apresentação do Programa


• Apresentação dos arquitetos
• Inscrições
Visitas domiciliares para divulgação
• Equipe serviço social
Vistoria técnica
• Equipe arquitetos (dupla)
Elaboração do projeto
• Arquiteto e orientador
Apresentação e entrega do projeto
• Visita de apresentação e ajustes do projeto
Execução da obra
• Mão de obra financiada
• Crédito CAIXA (CREDMAT) – não obrigatório (auxiliado pelo arquiteto)
Intervenções em favelas: o PAP
Prioridades de projeto de arquitetura

-Risco de vida e patrimônio – segurança e saúde

-o sítio é, muitas vezes, a maior adversidade – FMPs, encostas, etc.


-a auto construção é, também, um desafio importante

-Adequação sanitária

-Conforto ambiental

No Programa eram consideradas, ainda, questões estéticas,


funcionais e de desejo dos moradores para a melhoria da
habitação, quando os itens básicos estavam resolvidos

Não eram prioritários no projeto aspectos da sustentabilidade


ambiental – ecológica.
Intervenções em favelas: o PAP
Alguns dos principais desafios
• Sensibilização das famílias (clientes) com relação às
prioridades de intervenção, muitas vezes distintas dos seus
desejos

• Superação das adversidades físicas (geo-morfológicas),


estruturais e de exigüidade espacial

• Viabilização financeira da execução das propostas de


adequação
• CEF (apenas 8 unidades das 530 programadas e 116
concluídas)
• Recursos familiares escassos, principalmente em relação às
necessidades de adequação
Intervenções em favelas: o PAP
Favela Benjamim Constant
Aproximadamente 500
habitantes e 112 casas.
Área da união federal para
alojar funcionários do
Instituto Benjamim
Constant (1037-44) –
posteriormente expandido
Predominantemente
residencial – casas em sua
maioria de alvenaria –
revestimento inacabado
conferindo ao espaço um
aspecto de degradação
Intervenções em favelas: o PAP
Favela Benjamim Constant
Zona Sul – vista da Baía – bairro
privilegiado em termos de acessibilidade –
favela extremamente isolada (apenas dois
acessos estreitos, difíceis de identificar e
parcialmente controlados) – parte oculta do
bairro formal.

Privilégio em termos de equipamentos e


áreas livres públicas no bairro – inexistência
de equipamentos e espaços livres públicos
urbanizados para atividades de lazer na
favela.

Espaço Ímpar no contexto


das favelas cariocas
pelos motivos acima e
pela baixa densidade.
Intervenções em favelas: o PAP
Características dos casos estudados

Articulação das unidades habitacionais


Na disputa por espaço, o crescimento ou criação de uma unidade habitacional
interpenetra as unidades vizinhas ocupando todo o espaço vazio): empréstimo /
venda de lajes; ocupação do lote por mais de uma unidade
habitacional (freqüentemente da mesma família); aumento da
densidade com prejuízos enormes para a ventilação e a
iluminação
Intervenções em favelas: o PAP
Características
dos casos
estudados

A casa incompleta
A atuação do PAP reincide em casos de complementação de habitações que muitas
vezes foram precariamente construídas, sem recursos para a conclusão
ou para a expansão. Particularmente, o trabalho em Benjamim Constant destacou,
neste aspecto, uma outra característica muito interessante daquela comunidade: a
reincidência de casas “incompletas”. A questão de destaque nos
casos de Benjamim aqui expostos é a falta de partes essenciais da
estrutura da habitação, como toda a parte social ou íntima.
Intervenções em
favelas: o PAP
Os casos:

Ambos os casos aqui expostos,


tratam do estabelecimento de
um novo núcleo familiar,
composto por um casal e uma
criança, que ocupa parte do
terreno ou a laje de um outro
núcleo, com o qual o casal o
casal mantém laços familiares.
No caso 1 faltava a sala, parte
social, e um novo acesso. No caso
2 faltavam os quartos.
Intervenções em favelas:
o PAP
Caso 1
Ocupava a laje sobre a
marcenaria nos fundos da casa
original – do pai - e era
contígua a casa do irmão
que ocupava a laje na frente
do terreno. O novo acesso foi a
questão central, pois ocuparia
um pequeno cômodo da casa
original. A solução adotada
buscou não interferir na casa
existente, mas não pode ser
incluída no financiamento do
programa.
Intervenções em favelas: o PAP

Caso 1
Intervenções em favelas:
o PAP
Caso 1
Intervenções em favelas: o PAP
Caso 2
Espremida entre a casa de um parente e o vizinho. A expansão dependia de
um acordo entre parentes pois ocuparia as lajes das habitações
vizinhas. A conclusão do projeto dependeu da conclusão das obras do
Bairrinho que permitiram utilizar mais alguns metros no fundo do terreno.

O desafio de superar a exigüidade de recursos se repetiu, nesse caso


elaborando uma estratégia de construção em etapas com o
maior benefício possível na etapa inicial.
Intervenções em favelas: o PAP
Caso 2
Intervenções em favelas: o PAP
Caso 2
Intervenções em favelas: o PAP
Caso 2

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