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Cultura do Controle e Criminalização Urbana

Curso de Direito Episódio I – contornos para uma política criminal

Texto-base utilizado pelo Prof. Alexandre Nicoletti Hedlund para a disciplina optativa de Cultura do Controle e Criminalização Urbana do Curso de Direito
da Universidade Positivo. O presente texto não possui caráter científico e, portanto, não apresenta rigores metodológicos. Foi redigido com o único propósito
de servir de auxílio aos acadêmicos. O domínio da matéria demanda o estudo deste, em conjunto com as demais indicações realizadas ao longo da disciplina.

Contornos para uma política criminal

Música de introdução ao tema Num toque de tela, um mundo à sua mão Só te vejo na biqueira, o ativista da semana
E no porão da alma, uma escada pra solidão La La Land é o caralho
Boca de Lobo/ Criolo Via satélite, via satélite Sp é Glorialândia
15% é Google, o resto é Deep Web Novo herói da Disney
"Agora, entre meu ser e o ser alheio A guerra do tráfico, perdendo vários ente Craquinho, da Cracolândia
a linha de fronteira se rompeu" Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente Máfia é máfia e o argumento é mandar grana
Aonde a pele preta possa incomodar Está por vir, um louco está por vir Em pleno carnaval, fazer nevar em
Um litro de Pinho Sol pra um preto rodar Shinigami, deus da morte, um louco está por Copacabana
Pegar tuberculose na cadeia faz chorar vir 1 por rancor
Aqui a lei dá exemplo: mais um preto pra Véio, preto, cabelo crespo 2 por dinheiro
matar Made in Favela é aforismo pra respeito 3 por dinheiro
Colei num mercadinho dum bairro que se diz Mondubim, Messejana, Grajaú, aqui é sem 4 por dinheiro
"pá" fama 5 por ódio
Só foi meu pai encostar pros radin', tudin' Nos ensinamentos de Oxalá, isso é bacana 6 por desespero
inflamar Na porta do cursinho, sim, docim de campana 7 pra quebrar a tua cabeça num bueiro
Meu coroa é folgado das barra do Ceará Lsd, me envolver, tem a manha Enquanto isso a elite aplaude seus heróis
Tem um lirismo bom lá, louco pra trabalhar Diz que é contra o tráfico e adora todas as Pacote de Seven Boys
crianças

“Não há política criminal séria (seja ela preventiva ou repressiva) sem que se tenha um verdadeiro domínio da
realidade sobre a qual se vai intervir.” (SHECAIRA, p.139).

Para Delmas Marty (1992, p. 24), a política criminal representa


“o conjunto de procedimentos através dos quais o corpo social organiza as respostas ao fenômeno criminal”,
devendo esta ser conceituada sob uma perspectiva ampliada que analise o fenômeno criminal sob diversos
ângulos. Deste modo, busca-se introduzir ao lado da resposta “reacional (a posteriori), a resposta preventiva
(a priori)”.

O objeto da Política Criminal a questão de como se deve proceder contra as pessoas que infringem as regras básicas
de convivência social, danificando ou pondo em perigo os indivíduos ou a sociedade.
Questões como:
“Por que reagir?” (formalmente ou não), “Como reagir?” e “Quando reagir?” contra quem cometeu uma conduta
desviada.
Ponderações para se pensar em intervenção penal e seus limites.

Direito Penal Criminologia política criminal

•Transformar em normas • ocupa-se em explicar: •Representa o momento


• os processos de criminalização
jurídicas as propostas que estão na base do sistema de decisão e de
político-criminais punitivo. programação, pois a
construídas. • O que é o crime? partir dela serão fixadas
• Quem são os criminosos? as diretrizes de atuação
• Quais são os fatores que do Estado no campo da
influenciam o processo de
criminalização de determinados prevenção ou repressão
comportamentos e de ao crime.
determinados indivíduos?
• Quais os reflexos do processo de
criminalização?

Durkheim, citado por Bitencourt, afirma que


“o delito não é só um fenômeno social normal, como também cumpre outra função importante, qual seja, a de
manter aberto o canal de transformações de que a sociedade precisa.” (2008, p. 1).

Nilo Batista entende que:


“o direito penal vem ao mundo (ou seja, é legislado) para cumprir funções concretas dentro de e para uma
sociedade que concretamente se organizou de determinada maneira.” (2008, p. 19).
Quem quiser compreender, por exemplo, o direito assírio, o direito romano, ou o direito brasileiro do século XIX,
procure saber como assírios, romanos e brasileiros do século XIX viviam, como se dividiam e se organizavam
para a produção e distribuição de bens e mercadorias; no marco da proteção e da continuidade dessa engrenagem
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econômica, dessa “Ordem Política e Social” (não por acaso, designação dos Departamentos de polícia política
entre nós – DOPS) estará a contribuição do respectivo direito. (Batista, 2007, 19).

Qual a finalidade do Direito Penal?


ele existe para cumprir finalidades, para que algo se realize, não para a simples celebração de valores eternos ou
glorificação de paradigmas morais. (p 20)

Afirma que “...o direito penal é disposto pelo estado para a concreta realização de fins; toca-lhe, portanto, uma
missão política, que os autores costumam identificar, de modo amplo, na garantia das ‘condições de vida da
sociedade’, como Mestieri, ou na ‘finalidade de combater o crime’, como Damásio, ou na ‘preservação dos
interesses do indivíduo ou do corpo social’, como Heleno Fragoso.

Tais fórmulas não devem ser aceitas com resignação pelo iniciante.

O direito penal nazista garantia as ‘condições de vida da sociedade’ alemã subjugada pelo estado nazista, ou era
a pedra de toque do terrorismo desse mesmo estado, garantindo em verdade as condições de morte da sociedade”
“sem adentrar a fascinante questão de que o estado primeiro inventa para depois combater o crime, esse combate
não será algo miseravelmente reduzido ao crime acontecido e registrado?” p. 21
Ex.: abortamento e cifra oculta.

O que pode ser “interesse do corpo social” numa sociedade dividida em classes, na qual os interesses de uma classe
são estrutural e logicamente antagônicos aos da outra?

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❖Controle social:
Configura-se como a predisposição de táticas, estratégias e forças para a construção da hegemonia, ou seja,
para a busca da legitimação ou para assegurar o consenso; em sua falta, para a submissão forçada daqueles que
não se integram à ideologia dominante.

A preponderância da função de controle social é, contudo, inquestionável.

Vale lembrar também que o Direito Penal é condicionado pelas realidades do meio em que se manifesta,
entretanto, age também como elemento condicionante.
“a ameaça de pena e a execução da pena não são fenômenos isolados. Elas atuam em um campo com diversos
instrumentos e processos, dos quais elas dependem para sua eficácia, sob cuja influência elas estão e os quais elas
mesmas influenciam: instrumentos e processos de ‘controle social’. Em comparação com o Direito Penal, na nossa
vida cotidiana dominam normas e são impostas sanções ao desvio da norma. Nós as denominamos como normais
sociais, e sanções sociais.” (HASSEMER, 2005, p.413).

❖ Sistema de controle social informal: a família, escola, profissão, a religião, opinião pública, entre outros.

❖Sistema de controle social formal: identificada com a atuação do aparelho político do Estado. São eles: a
polícia, a Justiça, a administração penitenciária, o Ministério Público, o Exército entre outros.

“As sanções sociais, assim como as jurídico-penais, mantêm o seu sentido somente através da sua referência às
normas sociais.

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O mal que elas realizam tem motivo e fundamento: o desvio das normas sociais, a violação à norma.

Sem uma relação com o desvio perceptível pelos participantes as sanções seriam um infortúnio ou uma lesão; mas
dentro do contexto elas se tornam compreensíveis como conduta final, dirigida a um fim, como conduta com
sentido social.

Este sentido dirige-se à norma; a sanção confirma a norma, estabelece-a como uma expectativa contra-fática de
conduta, fixa-a. toda sanção anuncia uma outra sanção para o caso de um novo desvio da norma.” (2005, p. 413).
Existe ainda uma terceira categoria de controle social: o processo de controle.

“nós vivemos regulados não só socialmente, sob quais pressupostos se deve pronunciar um desvio e o que deve
ocorrer a partir disso, mas também, por exemplo, que a mãe presente não pune o filho desobediente quanto ao
desvio, senão o pai ao regressar ao anoitecer (responsabilidade); que após o decurso de um certo tempo uma sanção
não pode mais se dar (prazo, prescrição); que os presentes indignados entendem-se uns com os outros sobre o que
eles devem fazer melhor (deliberação_)., que se questiona ao desviante diante da sanção sobre o que ele realmente
pensou em relação à sua conduta (auto-defesa); que a criança se queixa ao professor sobre o comportamento
sancionador da classe, para induzi-lo a uma reação (recurso); que não se pode ser punido duas vezes pelo mesmo
fato (ne bis in idem).”(2005, p. 414).

Leis penais e instituições são sempre propostas, discutidas, legisladas e operadas por meio de códigos culturais
definidos. Elas são estruturadas em linguagens, discursos e num sistema de signos que corporificam significados
culturais específicos, distinções e sentimentos que devem ser interpretados e entendidos quando se quer tornar
inteligível o sentido social e aquilo que motiva a punição. Dessa forma, mesmo que alguém queira discutir que
interesses econômicos e políticos formam a base determinante das políticas penais, esses “interesses” devem,
necessariamente, operar por meio das leis, linguagens institucionais e categorias penais que estruturam e
organizam as ações penais. (GARLAND, 1995, p. 198).

Anotações

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