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PODCASTS PROCESSO PENAL

1. Revelia no Processo Penal, Aury Lopes Jr e Alexandre Moraes da Rosa.

Primeiramente, não se aplica o conceito de “revelia” no Processo Penal. Segundo ponto, o


STF, já decidiu em várias oportunidades, que o réu tem o direito de não ir na audiência, exceto
se tiver obrigação legal de comparecer por conta de medida cautelar diversa. Não é obrigado a
se submeter a esse ritual, o réu vai no interesse dele, a presença no processo decorre de um
ato de próprio interesse para se defender. Quando alguém fala em “revelia”, a primeira
pergunta a se fazer, é: “Quais são os efeitos dessa revelia?”. O Direito Processual Penal não é
igual ao processo civil em que se o réu não contesta os fatos a ele imputados, presume-se a
veracidade. Não se pode presumir autoria, materialidade e culpabilidade. No processo penal, o
conceito de revelia é totalmente inadequado pois é uma importação do Processo Civil, onde lá
a revelia tem uma natureza de punição. É um instituto que pune o réu que não faz algo. Isso é
inerente ao Processo Civil, não existe no Processo Penal. Portanto, o conceito de revelia a
rigor está erroneamente empregada no Processo Penal. Os artigos 366 e 367 compreenderão
muito bem isto. Mesmo empregado, a revelia na prática vai ser um conceito despido das suas
consequências, porque nenhuma das consequências inerentes a revelia se aplicam no
Processo Penal, que é o caso de presunção da veracidade dos fatos. O artigo 366 diz que:
“Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão
suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção
antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva.”
Essa é uma situação de réu ausente, ou seja, aquele que não é encontrado, nesse caso o
processo será suspenso. Situação diferente é a do art. 367, onde o processo seguirá diante da
ausência do réu, mas que tem defensor constituído. Nesse caso, se o réu é citado ou intimado
para um ato e não comparece, mas se faz presente através de advogado, o processo
continuará normalmente sem a presença do réu. Nenhum desses casos, tem relação com a
revelia. Em suma, não se fala em revelia no Processo Penal, pois, mesmo no Processo Civil
em seu art. 345, inciso II, veda a possibilidade dos efeitos da revelia nos casos de direitos
indisponíveis. E, é claro, ao tratar de direito processual penal e presunção de inocência, não há
direitos disponíveis.

2. Reforma do CPP, Fauzi Hassan Choukr e Alexandre Moraes da Rosa.

É uma reforma que tarda 31 anos no Brasil, pois há 31 anos nós buscamos uma adequação do
Código de Processo Penal à estrutura da Constituição Federal e a estrutura da Convenção
Americana de Direitos Humanos. Os trabalhos desenvolvidos levam quase 10 anos e meio,
começando pelo Senado e por muitos anos, o projeto ficou na Câmara, sem tramitação e agora
se prepara para o segundo relatório geral. Pessoalmente, acredito que não enfrentaremos
grandes mudanças se a proposta continuar no fluxo em que está, teremos algumas discussões
que não serão suficientes para refundar o Processo Penal Brasileiro. E é exatamente esse o
problema que nos liga à tese do Processo Penal de Emergência que é um espaço construído
no vácuo de um processo democrático, é um processo construído para atender situações
momentâneas, normalmente ligadas à pressões à persecução de criminalidade organizada,
seja nacional ou transnacional, com graves riscos à estrutura democrática do Processo Penal.
Deve haver uma perspectiva que leve à sério o processo acusatório. O que nós podemos
efetivamente esperar de novo em relação ao projeto? Pessoalmente, acho pouca coisa.
Haveríamos de construir no campo das cautelares, uma lógica normativa muito mais clara e
tendente a demonstrar que a cautelaridade pessoal é a ultima ratio das cautelares, ou seja, a
prisão preventiva é a ultima ratio das medidas cautelares de caráter pessoal, pois ainda gera
um encarceramento excessivo em detrimento das medidas não encarceradoras. Me parece
que não conseguimos, nesse ponto, aclarar as coisas. Assim como, a cooperação jurídica
internacional, que é um assunto relegado a um nicho muito pequeno de especialistas e que tem
lacunas normativas muito sérias. Como não podemos fechar os olhos que a criminalidade
transnacional, seja de caráter organizado ou não, é uma criminalidade e realidade evidente.
Quanto mais frágeis foram os nossos mecanismos de cooperação internacional, mais frágil é a
adesão do Processo Penal ao Estado de direito sob qualquer ótica. Ou seja, se quer olhar para
uma ótica punitivista, é frágil porque não dá os instrumentos necessários de uma maneira clara
e evidente. Se quer olhar para uma ótica dos exercícios dos direitos de defesa, essas lacunas
normativas servem para dificultar o exercício do direito ao contraditório. Acredito também, que
temos a necessidade de rever a maneira como nós estruturamos nossos textos de lei e essa
restruturação dificulta muito o fato de que nós nos valemos de uma bibliografia muito sucateada
e ultrapassada no campo jurídico.

3. Flagrante e Prisão Preventiva, Aury Lopes Jr. e Alexandre Moraes da Rosa.

Primeira questão: Alguém pode ser preso em flagrante (art. 301 CPP), essa pessoa presa deve
ser imediatamente apresentada para a autoridade policial competente, que fará o auto de
prisão em flagrante. Nesse momento, ele tem o DEVER de comunicar (art. 304 e 306 CPP) ao
juiz, ao Ministério Público e a pessoa que o preso informar. Depois de fazer o auto em
flagrante, ouvir condutores, eventuais vitimas e testemunhas e então será formalizado esse
auto em flagrante e encaminhado para o juiz, que deverá proceder a audiência de custódia,
onde deverá ser analisado o art. 310, fazendo isso em 2 momentos: Em um primeiro momento,
feito na audiência de custodia com uso do contraditório, deverá ser analisado o aspecto
FORMAL, verificando se de fato é flagrante (art. 302 e 303), se foi feito a expedição dos
comunicados imediatamente para o juiz, se chegou no prazo de 24 horas, etc. Se formalmente
perfeito, homologa-se e irá para o segundo momento. Se houver ilegalidade, o art. 310, inciso I,
vai dizer que o Juiz deve relaxar a prisão se ilegal for. A dica é, só peça relaxamento de prisão
quando o argumento for ILEGALIDADE FORMAL da prisão em flagrante. No segundo
momento, o juiz analisa os incisos II e III do art. 310, a partir de uma necessidade cautelar, ou
seja, vai analisar, primeiro, se não é o caso de concessão de liberdade provisória, com fiança
ou sem fiança, assim como, com ou sem medidas cautelares diversas do art. 319. Sendo que,
a regra é a liberdade e as medidas cautelares diversas. Excepcionalmente, se essas medidas
forem insuficientes e inadequadas, o juiz pode decretar a prisão preventiva, que deve ser
fundamentada.

Detalhe: entre a prisão e o recebimento do auto de prisão em flagrante, não poderá passar o
prazo de 24 horas, sob pena de excesso de prazo na formação da nota de culpa e isso pode
ser causa de relaxamento.

Entretanto, o STJ aceita a conversão de oficio do flagrante em preventiva, o que parece um


grande erro. Não só porque o juiz não tem que prender de ofício, pois isso viola o sistema
acusatório constitucional e a imparcialidade do juiz. Mas, também não deve converter de oficio
o flagrante em preventiva porque o art. 311 veda a decretação de prisão preventiva de oficio na
fase de investigação. O art. permite que o juiz prenda de ofício no processo, o que também não
concordo, mas o que importa é que veda expressamente a prisão preventiva decretada de
oficio no curso do inquérito e quando o juiz converte o flagrante em preventiva, ele está
decretando, uma vez que a conversão é uma decretação, faticamente, sendo uma burla de
conceitos. Claramente, se houver um pedido de prisão e representação da polícia ou
requerimento do Ministério Público, o juiz irá avaliar e eventualmente decretar a preventiva, a
oposição é contra a decretação de ofício. A regra é a liberdade, o juiz mesmo que decrete a
preventiva deverá analisar e fundamentar a presença do Fumus Boni Iures Delicti em grau de
probabilidade (indícios razoáveis de autoria e prova da materialidade), assim como, buscar
suporte probatório que demonstre isso e comprovar que existe um periculum libertatis concreto,
não podendo ser fruto de presunção, e principalmente deve fundamentar porque não está
aplicando as cautelares diversas do art. 319. Outra dica é, peçam concessão de liberdade
provisória apenas na transição entre flagrante e preventiva, pois a liberdade provisória é uma
medida de contra cautela, para impedir a decretação da preventiva. Uma vez decretada a
prisão preventiva, deve ser pedido a revogação da prisão preventiva por ausência de periculum
ou de fumus, assim como, eventualmente a substituição por cautelares do art. 319.
4. Nulidades, prejuízo e CPP, Ricardo Gloeckner e Alexandre Moraes da Rosa.

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