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Nas onze províncias do país, existem potenciais e produtos turísticos diversificados


que se localizam nas diferentes rotas turísticas, nas áreas de conservação, nas áreas prioritárias
para o investimento em turismo e nas zonas de atrações turísticas,39 conforme apresenta, de
forma sintética, o quadro 11.

Quadro 11 – Potencial turístico por regiões de Moçambique


REGIÕES PROVÍNCIAS INTEGRAÇÃO
FORÇAS-CHAVES
DO PAÍS INTEGRANTES REGIONAL
1. Costa vasta com águas quentes;
2. Qualidade excepcional de recursos
Maputo Província marinhos para mergulho;
África do Sul,
Cidade de Maputo, 3. Desportos marinhos e pesca,
Sul Suazilândia
Inhambane, 4. Parques e Reservas diversificadas;
Lesoto
Gaza 5. Ambiente cosmopolita e cultural de
Maputo e Inhambane;
6. Patrimônio histórico-cultural.
1. Áreas de selva com grande potencial
de biodiversidade com oportunidades
Sofala para caça;
Zimbabwé
Manica 2. Safaris;
Centro Zâmbia
Tete 3. Observação de aves;
Malauí
Zambézia 4. Turismo lacustre e fluvial;
5. Ecoturismo e turismo de aventura;
6. Parques e reservas.
Tanzânia
Malaui 1. Praias tropicais;
Cabo Delegado
Madagascar 2. Patrimônio cultural e histórico;
Norte Nampula
Comores 3. Selva primitiva;
Niassa
Maurícias 4. Reservas e Parques.
Seychelles
Fonte: adaptado de MITUR, 2004.

A partir da análise do quadro 11, é perceptível aferir que, em Moçambique, existem


recursos turísticos combinados e que estes se dividem em diversas tipologias de atividades
turísticas.
Desde a época colonial, a partir de 1959, quando o Departamento de Turismo foi
criado, até 1975, o setor do turismo desempenhou papel importante para a economia da

39
Para conhecer, com mais detalhe e especificidades, o potencial e os produtos turísticos do país consulte os
seguintes portais electrónicos: (1) http://www.mitur.gov.mz/potencial.htm; (2)
http://www.visitmozambique.net/uk; (3) http://www.moztourism.gov.mz/ e (4)
http://www.portaldogoverno.gov.mz/Informacao/Turism/.
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Província de Moçambique40. O Fias (2008), citado por Nhantumbo (2009), salienta que o
setor do turismo nesse período contribuiu consideravelmente para o PIB; no entanto, os
conflitos armados (guerra de libertação nacional e guerra civil) impuseram uma paragem às
chegadas internacionais, afetando, consideravelmente, a economia nacional.
O MITUR – Ministério do Turismo de Moçambique (2004), por meio do PEDTM –
Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Moçambique 2004-2013 (2004. p.
19), descreve esse momento ao afirmar que

Historicamente, Moçambique era considerado um dos destinos turísticos de primeira


classe em África e este setor jogava um papel importante na economia do país. Em
1973 Moçambique recebeu cerca de 400.000 turistas provenientes principalmente da
África do Sul, Zimbabwe e Portugal. O turismo desenvolveu-se em torno de três
temas - as praias, a fauna e o ambiente dinâmico oferecido pelos centros urbanos – e
concentrava-se principalmente nas zonas sul e centro do país. As praias tropicais, as
águas quentes e as oportunidades marcantes de pesca e de andar de barco eram
únicos na África Austral. O ambiente continental, a cozinha mediterrânea e as
cidades cosmopolitas de Maputo e Beira constituíam uma componente importante da
experiência turística. O produto faunístico encontrava-se muito desenvolvido e o
Parque Nacional da Gorongosa era considerado uma das melhores reservas de
animais da África Austral e a caça nas coutadas (áreas de caça) na zona centro
possuíam padrão internacional. As mudanças em termos de segurança, verificadas
depois de 1973, resultaram num rápido declínio do desempenho do setor. As infra-
estruturas turísticas degradaram-se devido à guerra e os recursos faunísticos, com
destaque para os grandes mamíferos, foram virtualmente dizimados (grifo nosso).

A insegurança, conforme abordado pelo MITUR (2004) na citação, constituiu um


entrave muito grande para o desenvolvimento do turismo e demais setores produtivos em
Moçambique. Ela criou uma imagem negativa do país, na escala internacional, que hoje se
busca reverter, e também contribuiu para que os indicadores de desenvolvimento fossem
baixos, criando assimetrias regionais e classes sociais bastante diferenciadas. Neste trabalho,
busca-se compreender como a segurança tem sido observada no desenvolvimento do turismo,
como forma de não se incorrer, novamente, ao declínio do setor, fato que poderá causar
impactos negativos difíceis de reverter.

Após o final da guerra civil em 1992, o País verificou significante recuperação no


número dos turistas, com uma média de crescimento estimada em 8% entre 1992 e 2002
(FIAS, 2008). Pode-se considerar que o marco importante do ressurgimento do turismo no
40
Antes de Junho de 1975, Moçambique era considerado por Portugal como província ultramarina.
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Moçambique independente ocorre com o fim da guerra civil em 1992, com a adoção de
instrumentos legais importantes e com a criação do Ministério do Turismo no ano de 2000.
O MITUR (MOÇAMBIQUE, 2004, p. 19) enfatiza esse aspecto ao abordar que

A assinatura do Acordo de Paz, em 1992, marcou o início da revitalização do setor


do turismo. A partir de meados dos anos noventa, a economia registra um
crescimento apreciável e na cidade de Maputo foram abertos vários hotéis
vocacionados para o turismo de negócio e restaurantes. A procura de lazer com base
em praias tem estado a estimular o desenvolvimento do alojamento nas estâncias
turísticas do sul: na Ponta do Ouro, Inhambane, Bilene etc. Os investimentos foram
feitos predominantemente em cabanas de praia, locais de campismo e acomodação
com cozinha própria destinados ao mercado regional. Têm estado a realizar-se
investimentos dirigidos aos mercados mais exigentes nas ilhas do Parque Nacional
do Bazaruto e na área continental de Vilankulo. Nos tempos mais recentes, os
investidores começam a mostrar interesse pelas regiões situadas a norte do país,
principalmente em Pemba, no arquipélago das Quirimbas e na zona de Nacala. Em
2001, Moçambique recebeu através das fronteiras do sul cerca de 400.000 turistas,
aproximadamente o equivalente aos números recordes registrados no tempo
colonial.

Nhantumbo (2009, p. 2) reforça essa idéia ao afirmar que o Governo de Moçambique


inicia a promoção do turismo no ano de 1994 por meio da adoção de políticas públicas como a
Lei de Terras (1997), a Lei de Florestas e Fauna Bravia (1999), a Política do Turismo e
Estratégia de sua Implementação (2003), o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do
Turismo em Moçambique 2004-2013 (2004), entre outros instrumentos, e por meio da criação
de superestruturas, como o Ministério do Turismo no ano de 2000 e as Direções Provinciais
de Turismo no ano de 2004. Esse conjunto de ações permitiu que esse setor passasse a contar
com instrumentos reguladores e instituições fiscalizadoras, com vista a permitir que o produto
oferecido pelo país obtivesse melhor qualidade e concorresse em âmbito regional e
internacional.
O potencial turístico, o relançamento da imagem do país em âmbito internacional, a
estabilidade política e a construção e expansão de infraestruturas básicas (estradas, sistemas
de comunicação, entre outras) e específicas (hotéis, lodges, restaurantes e outros)
contribuíram para criação de melhor dinâmica do setor no país em termos de entrada de
investimento e de turistas.
Dentro da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (CDAA, conhecida
sobejamente pela sigla inglesa SADC), em que o país se encontra inserido, entre 2007 e 2010,
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em termos de chegadas internacionais, Moçambique disputou lugares cimeiros com o


Zimbabué e Botswana, conforme esclarece a tabela 2.

Tabela 2 - Chegadas de turistas internacionais na região da CDAA entre 2007-2010


ANO RANKING REGIONAL
N° Países da SADC 2007 2008 2009 2010 2007 2008 2009 2010
1 África do Sul 9.091.000 9.592.000 7.012.000 8.074.000 1 1 1 1
2 Angola 195.000 294.000 366.000 425.000 13 12 11 11
3 Botswana 1.455.000 1.500.000 2.103.000 2.145.000 3 4 3 3
4 Lesoto 292.000 285.000 320.000 414.000 12 13 12 12
5 Madagáscar 344.000 375.000 163.000 196.000 11 11 14 13
6 Malawi 735.000 742.000 755.000 746.000 9 10 8 10
7 Maurícias 907.000 930.000 871.000 935.000 5 6 7 6
8 Moçambique 771.000 1.815.000 2.224.000 1.718.000 8 3 2 4
9 Namíbia 929.000 931.000 980.000 984.000 4 5 5 5
10 R.D. Congo Sem Inf. Sem Inf. 53.000 81.000 15 15 15 15
11 Seychelles 161.000 159.000 158.000 175.000 14 14 13 14
12 Suazilândia 870.000 754.000 909.000 868.000 7 8 6 7
13 Tanzânia 692.000 750.000 714.000 794.000 10 9 9 9
14 Zâmbia 897.000 812.000 710.000 815.000 6 7 10 8
15 Zimbabwé 2.506.000 1.956.000 2.017.000 2.239.000 2 2 4 2
TOTAL 19.845.000 20.895.000 19.355.000 20.609.000
Fonte: OMT, Destaques do Turismo Mundial 2009-2012.

A tabela 2 mostra que, em termos de chegadas internacionais, a África do Sul, na


região da SADC, é hegemónica neste setor, o que se justifica por sua diversidade de recursos
turísticos, pelos investimentos em infraestrutura básica e turística, pelo marketing
internacional e, ainda, pela organização consolidada do setor. A Copa do Mundo de
Futebol, realizada em 2010 naquele país, dinamizou a organização do turismo. Igualmente, a
tabela 2 mostra o crescimento substancial de Moçambique, indicando que triplicou o número
de visitantes entre 2007 e 2009, apesar das oscilações verificadas depois de 2009.
Vale esclarecer que as oscilações resultaram da crise econômica deflagrada em
meados do ano de 2008 em âmbito mundial. Nesse período, o número de investimentos e de
viagens internacionais apresentou queda em Moçambique a partir do ano de 2010. Portugal,
por exemplo, é um dos países que enviava número considerável de turistas a Moçambique e,
desde o ano de 2008, encontra-se mergulhado em problemas econômicos que se refletem na

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