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Didática

Material Teórico
Saberes Necessários à Prática Docente

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento
Saberes Necessários à Prática Docente

• Contextualização
• Introdução
• Professor na Era Digital
• Material Complementar

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Discutir sobre os saberes necessários à prática docente. Para tanto,
tomaremos por base uma análise do relatório elaborado por Delors
(1998) para a UNESCO, “Os quatro pilares para a educação do
século XXI”.
· Focar na Didática e o trabalho docente, agora sob um novo tema: o
professor na era digital.
· Não esquecer de que a aprendizagem ocorre com a informação,
participação, reflexão e comentários, portanto leiam os textos,
realizem as atividades propostas e participem do fórum.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Saberes Necessários à Prática Docente

Contextualização
O mundo atual envolve diferentes acontecimentos, além de uma complexa
organização social, mostrando que a formação escolar é elemento imprescindível
na constituição do ser humano e do cidadão modernos.

Nós, educadores, temos que ter em mente quais os tipos de conhecimentos,


saberes e habilidades que sociedade atual nos cobra. O que se espera de nós,
professores, neste cenário de novas tecnologias? Devemos conhecê-las e utilizá-las
ou somente nosso conhecimento didático é suficiente para atender às necessidades
de aprendizagem de nossos alunos?

Assista ao vídeo “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, para refletir sobre
Explor

o que nos espera. Pense na maneira como os professores estão atuando nas salas de aula,
sob quais abordagens e metodologias e se há utilização de novas tecnologias no processo
ensino-aprendizagem. https://youtu.be/sTGPxWOoeyI

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Introdução
Ao discutirmos as necessidades pedagógicas dos professores, na construção
de uma educação de qualidade e uma aprendizagem mais significativa para seus
alunos, pudemos perceber a importância da didática no trabalho docente.

Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images

As concepções que guiarão este trabalho para que seja realizado de forma eficien-
te, deverão ter início na formação inicial do professor. Segundo Carvalho&Perez
(in Domingues, 2001, p.105) é preciso que se considere uma base comum nacio-
nal para esta formação, a qual se apoia em cinco eixos:
1. Sólida formação teórica;
2. A unidade teoria e prática, sendo que essa relação diz respeito ao como se
dá a produção de conhecimento na dinâmica curricular do curso;
3. O compromisso social e a democratização da escola;
4. O trabalho coletivo;
5. A articulação entre a formação inicial e continuada.

Segundo os autores, os dois primeiros eixos são de grande importância porque


se relacionam ao “saber” (conhecimento teórico) e ao “saber fazer” (relação entre
teoria e prática) dos professores.

A formação profissional do professor deve, portanto, obedecer a um processo


pedagógico, intencional e organizado, que lhe permita preparar-se teórico,
científico e tecnicamente para desenvolver seu trabalho. Este processo deve
propiciar continuamente reflexões e relações entre teoria e prática, “a teoria
vinculada aos problemas reais postos pela experiência prática e a ação prática
orientada teoricamente” (LIBÂNEO, 1993, P.27-28).

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UNIDADE Saberes Necessários à Prática Docente

Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images

Para realizar o exercício da docência, o professor necessita de múltiplos saberes,


não somente relacionados aos conteúdos ou técnicas e métodos, mas saberes
relacionados aos alunos e à educação como um todo.

Nesse sentido, é importante que o saber e o saber fazer dos professores estejam
articulados com as novas exigências educacionais deste século, que visam preparar
os alunos para uma sociedade cognitiva, onde o conhecimento será a base das
competências do futuro.

Educação
Aprender a conhecer

Aprender a fazer

Aprender a viver

Aprender a ser

Figura 3
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images

A esse respeito, Delors (1998) nos proporciona uma visão da maneira


como o professor deve organizar seu trabalho educacional, tomando por base
quatro aprendizagens fundamentais, as quais devem constituir-se em pilares do
conhecimento de cada pessoa. Estes pilares foram elaborados baseando-se nas
quatro linhas apontadas pela UNESCO, sob a perspectiva de priorizar conteúdos
e estratégias que levem o aluno, enquanto ser humano, a realizar atividades nos

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três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva e a
experiência subjetiva. Assim sendo, apresentam-se os quatro eixos da educação
em nossa sociedade:
a) Aprender a conhecer: indica o interesse, a abertura para o conhecimento,
que verdadeiramente liberta da ignorância. Caracteriza-se pelo exercício
da atenção, da memória e do pensamento, supondo-se antes de tudo que
o aluno deve aprender a aprender. O homem é um ser inconcluso, o qual
deve estudar, pesquisar e aprender durante toda sua vida. O professor
deve desenvolver nos alunos a vontade e o impulso pelo conhecimento,
pela pesquisa e aprendizagem durante toda sua vida, seja na escola, no
trabalho ou fora deles.
b) Aprender a fazer: mostra a coragem de executar, de correr riscos, de
errar mesmo na busca de acertar. Conceito ligado à prática e à formação
profissional, porém não deve ser considerado simplesmente transmissão
de práticas rotineiras ou desenvolvimento de habilidade para executar
determinada tarefa material. É importante que o aluno possa adquirir
qualidades tais como capacidade de comunicação, de trabalhar em
equipe, de administrar e resolver conflitos. Percebe-se então que a
escola, na figura do professor, muito mais do que ensinar a fazer algo,
deve preocupar-se de maneira mais abrangente em desenvolver no
aluno competências e habilidades que o torne apto a enfrentar diferentes
situações e a trabalhar em equipe.
c) Aprender a viver juntos: traz o desafio da convivência que apresenta
o respeito a todos e o exercício de fraternidade como caminho do
entendimento. Desenvolver nos alunos uma cultura de paz, em oposição
à violência na qual vivemos, levando-os a perceber e aceitar o outro,
sabendo relacionar-se numa interdependência necessária para que
possam trabalhar juntos, realizar projetos, gerir conflitos, respeitar o
pluralismo, compreender-se mutuamente e construir a paz.
d) Aprender a ser: muito importante por explicitar o papel do cidadão e o
objetivo de viver. O ser humano é formado por um todo: espírito, corpo,
mente, sentimento, inteligência, responsabilidades, etc. A educação
deve auxiliar os alunos a desenvolverem todas as partes deste todo,
de forma a desenvolver seus próprios pensamentos e juízos, seu poder
de decisão, sua capacidade de ação com autonomia, discernimento e
responsabilidade pessoal.

Ao desenvolver seu trabalho baseado na visão dos quatro pilares do conhecimen-


to, o professor pode planejar suas ações voltando-se para o desenvolvimento dos
alunos, mas também para seu próprio crescimento como profissional da educação.

Ao citarmos a importância da didática no trabalho docente, entendemos que


o saber e o saber fazer do professor também devem estar alicerçados nos pilares
do conhecimento, proporcionando um processo ensino-aprendizagem que não se
preocupe tão somente com a assimilação de conteúdos, mas principalmente com

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UNIDADE Saberes Necessários à Prática Docente

o desenvolvimento do pensamento, da comunicação e da pesquisa, do raciocínio


lógico, da elaboração de sínteses e teorias, da independência e autonomia, tornando
alunos e professores, sujeitos competentes socialmente.

Esta educação, ao fundamentar-se nos quatro pilares sugeridos por Delors, pede
dos professores a adoção de procedimentos didáticos diferenciados, que possam
estar de acordo com o que se espera, conforme cita Rodrigues (2008):
• Relacionar o tema com a experiência do estudante e de outros personagens
do contexto social;
• Desenvolver a pedagogia da pergunta
• Proporcionar uma relação dialógica com o estudante;
• Envolver o estudante num processo que conduz a resultados, conclusões ou
compromissos com a prática;
• Oferecer um processo de auto-aprendizagem e co-responsabilidade no
processo de aprendizagem;
• Utilizar o jogo pedagógico com o princípio de construir o texto.

Segundo Rodrigues (2008) a aplicação dos quatro pilares da educação, citados


por Delors (1998) no relatório para a UNESCO, é indispensável para qualquer
instituição comprometida com uma educação e qualidade. Porém, para que se
constituam em uma forma didática eficaz, é preciso que sejam diretamente incluídos
na ação pedagógica, com um estudo aprofundado das características especificas de
cada termo e dos objetivos que se espera alcançar com a aplicação do conjunto
formado pelos quatro indicadores educacionais.
Ao estudar os quatro pilares percebe-se a relação destes com as várias áreas
de conformação do ser humano, quais sejam: a Psicologia, a Pedagogia,
a Sociologia, a Biologia e, em grande monta, a Filosofia. Mesmo sem
nomeação, não há dúvidas de que o aprender a conhecer; aprender a
fazer, aprender a conviver; aprender a ser abrangem grande parte do
conteúdo das ciências mencionadas e, consequentemente, contribuem
com a formação integral do ser humano. (RODRIGUES, 2008)

Percebemos aqui a importância da formação do professor, tanto inicial quanto


continuada, no sentido de entender a educação como um processo que envolve um
conjunto de conceitos e ações que permitem a apropriação do conhecimento e o es-
tabelecimento de ligações entre as diferentes disciplinas e correntes de pensamento.

Convido você á assistir ao curta “Escolhas da Vida” https://youtu.be/eS11klYOXbg.


Explor

Assistindo ao vídeo podemos perceber o quanto devemos estar atentos aos pequenos
detalhes, esta percepção é fundamental à docência.

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É preciso que se entenda a didática como um dos pontos que favorecerá a
aprendizagem. Para uma educação de qualidade é necessário, ainda, segundo
Rodrigues (2008) que a escola se envolva no processo, desde a direção, coordenação,
corpo docente, funcionários, alunos, enfim toda a comunidade escolar ou conjunto
humano desta instituição seja um grupo unido para compartilhar e atingir a educação
de seus alunos, fundamentando-se não somente na absorção de conhecimento, mas
nos conceitos de formação de valores, prazer de conhecer, solidariedade, liberdade
e democracia. Estudar e analisar os quatro pilares da educação nos indica caminhos
para esta educação de qualidade e comprometimento da comunidade escolar.

Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images

Como futuros educadores, independente da disciplina a ser desenvolvida com


nossos alunos, é preciso que percebamos a importância de nosso comprometimento
no desenvolvimento de uma didática voltada para a aprendizagem, mas também
para o crescimento individual de nossos alunos em sua totalidade.

Podemos perceber que os quatro pilares da educação, citados por Delors (1998)
no relatório para UNESCO, vem ao encontro de nossa visão do aluno como um
todo. Nosso trabalho deve propiciar aos nossos alunos:
• O desenvolvimento cognitivo (Aprender a conhecer) – Desenvolvimento de
capacidades mentais: ouvir, refletir, criticar, discutir, interligar com conhecimento
intelectual prévio, etc.
• O desenvolvimento de habilidades e competências (Aprender a fazer) – O
que fazer com o conhecimento? Independente da carreira, pesquisar, buscar
informações, trabalhar em grupo, trabalhar interdisciplinarmente, aplicar
conhecimentos, redação, comunicação.
• O desenvolvimento de valores e atitudes (Aprender a conviver ou viver juntos) -
Valores que envolvem o exercício de cada área profissional e a postura pessoal
de cada um: ética, moral, cultural, políticos.

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• O desenvolvimento afetivo-emocional (Aprender a ser) – Capacidade de


relacionamento: disponibilidade, interesse, respeito, etc.

A educação atual nos fornece muitos subsídios para bem desenvolvê-la. Cabe-
nos estudar, analisar, colocar em prática novas técnicas, métodos ou pesquisas.
Mas acima de tudo, cabe a nós educadores, por meio de nosso trabalho, mostrar
aos alunos a importância do exercício da cidadania, da visão analítica e crítica, da
importância da reflexão no entendimento do contexto no qual estamos inseridos.
[...] ser o ator da própria história, cultivar o sentimento de solidariedade,
lutar por uma sociedade mais justa e solidária e, acima de tudo, acreditar
sempre no poder transformador da educação. (RODRIGUES,2008)

Professor na Era Digital


Assista a animação “Evolução das Tecnologias na educação” e reflita sobre ser professor
Explor

na era digital https://youtu.be/tcLLTsP3wlo

Ao tratarmos do trabalho docente, especialmente ligado à didática desenvolvida


para que o aluno aprenda, é impossível não discutirmos um assunto tão atual e por
vezes preocupante na educação: a utilização de novas tecnologias da informação
e comunicação.

Podemos conceituar tecnologia, num significado mais abrangente, como


descobertas e invenções do homem, para suprir algo que a natureza não lhe
oferece, a fim de aumentar seu poder e facilitar seu trabalho e sua vida. Apresenta-
se como um instrumento, uma ferramenta, um equipamento ou procedimentos,
métodos e técnicas.

Chaves (2008) destaca que algumas revoluções tecnológicas, como a invenção


da fala, da escrita alfabética, da impressão tipográfica e por fim do computador
e da comunicação digital tiveram grande impacto no desenvolvimento humano.
Hoje, especialmente com a multimídia, sente-se a necessidade de criação de
espaços, tempos e ambientes tanto presenciais quanto virtuais de aprendizagem,
que extrapolem as salas de aula e as escolas. Isto porque a multimídia é uma
tecnologia que se utiliza do som, da escrita e das imagens, o que torna possível um
processo educacional mais personalizado, com base no diálogo e discussão crítica.

O que se espera dos professores, é a utilização das tecnologias para tornar a


escola um espaço inserido no mundo, onde haja aprendizagem contextualizada às
exigências de nossos alunos e da realidade social que se apresenta.

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É necessário, portanto, que se reflita sobre a necessidade dos professores se
atualizarem e saberem utilizar as novas tecnologias como recursos pedagógicos,
que possibilitarão a construção do conhecimento e favoreçam a aprendizagem.

Com o advento da Internet e a introdução de diferentes multimeios na educação,


os professores devem repensar suas formas de ensinar e aprender, pois o contexto
educacional deve ser comunicacional, interativo e vivencial.

As novas tecnologias digitais já estão presentes nas escolas e influenciam em


todas as áreas da vida social do aluno. A escola, na figura do professor deve criar
alternativas que compensem as desigualdades sociais provocadas pelo acesso
desigual à tecnologia, fora das escolas.

Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images

A aprendizagem como um processo de formação contínua, auxiliada pelas novas


tecnologias torna professores aprendizes, buscando atualização dos seus saberes e
das práticas pedagógicas, a fim de ser um facilitador da aprendizagem de seus alunos.
Os meios educacionais sofreram uma grande invasão tecnológica, considerando-
se desde a imprensa, rádio, fitas de áudio-cassete, a televisão, o vídeo, o DVD, as
televisões a cabo e mais recentemente o computador com a internet e comunicação
por satélite. Isto faz com que as escolas e professores se preocupem com a
atualização nesse sentido, para não se sentirem excluídos de um movimento que se
apresenta em toda a sociedade.
Como educação é acima de tudo comunicação, ela depende da interação com
as pessoas, não só através da fala, das atitudes ou dinâmicas, mas também da
utilização de multimeios como veículos de comunicação.
Como o professor pode estabelecer um trabalho de qualidade, desenvolvendo
este trabalho pautado numa didática que realmente o auxilie a atingir seus objetivos
educacionais, utilizando-se das tecnologias à sua disposição? Estarão os professores
preparados para abdicar de suas posições de detentores do conhecimento e do
saber, dividindo este posto com outros meios, educando para e com a tecnologia?

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Segundo Lima (2005), o professor que pretende educar para a tecnologia


deve se preocupar em preparar seus alunos para enfrentar as dificuldades que se
apresentam com a nova sociedade tecnológica. As mudanças nesta sociedade
trazem grandes dificuldades de colocação no mercado de trabalho, que se torna
cada vez mais competitivo e exigente, especialmente quanto aos conhecimentos e
utilização das tecnologias da informação e comunicação. São as características da
sociedade do conhecimento, que privilegie o capital humano com suas capacidades
cognitivas. É papel da escola e do professor preparar os alunos para esta sociedade.

Ao educar para a tecnologia, o professor deve também preparar-se para educar


com a tecnologia, ou seja, utilizar os benefícios dos recursos tecnológicos na prepara-
ção de suas aulas, no processo ensino-aprendizagem, sendo parceiro da tecnologia.

A era digital provocou uma transformação no perfil de nossos alunos, que


não querem mais aulas expositivas simples, praticamente exigem recursos visuais
modernos, mais sofisticados, que mostrem na sala de aula o dinamismo que a
realidade oferece. Com isto o professor tem que se preparar para utilizar todos
esses recursos da melhor forma. Mas é importante que entenda que não pode se
prender somente aos recursos, eles são importantes, mas não serão nada sem a
criatividade, improvisação, sensibilidade, humildade e domínio de si e do conteúdo.

Educar para a tecnologia e com a tecnologia pede atenção a certos princípios


e fundamentos que a didática nos traz: a importância do processo ensino-
aprendizagem, onde os principais sujeitos deste são professor e aluno. Os recursos
da tecnologia são elementos de apoio que, se bem trabalhados, trarão grandes
benefícios a este processo. O conhecimento tecnológico não pode ser um fim,
mas um meio, uma ferramenta para realizar um trabalho docente de qualidade e
coerente com a sociedade em que vivemos. (LIMA,2005)

Se o professor deve estimular seus alunos a pensar, refletir, criticar, tornarem-se


cidadãos formadores de suas próprias opiniões, as tecnologias poderão favorecer
esse trabalho do docente.

Os homens têm necessidade constante de aprender ao longo da vida e a


informação está na base do conhecimento, que gera reflexão e crítica. Podemos
verificar que a imprensa, o rádio, a televisão, o cinema e o teatro, e todas as demais
formas de comunicação áudio-visual podem ser utilizadas para fazer o cidadão
pensar, crítica e realisticamente sobre a nossa realidade.

Hoje em dia a maioria das casas possui televisão ou computador com internet.
São recursos que ligam nossos alunos ao mundo globalizado e os alimenta com
informações à espera de transformarem-se em conhecimento.

A internet é uma poderosa ferramenta de trabalho para se atuar em termos


educacionais, pois oferece cursos em salas de aula virtuais, atualiza informações
de qualquer área científica ou artística, além de constituir-se em um imenso espaço
aberto internacionalmente a qualquer interessado, para discussões sobre os mais
variados tópicos.

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Como professores, devemos estimular os alunos a utilizarem diferentes
tecnologias a serviço da própria aprendizagem. Muitos materiais sobre saúde,
história, geografia, meio ambiente, cultura, literatura brasileira e outros assuntos
científicos ou não, que certamente são de grande valia no processo educacional,
podem ser encontrados em jornais, revistas, programas de televisão, internet, todos
veiculados pelos multimeios de comunicação. Este é um material que certamente
poderá ser utilizado e explorado em sala de aula, por meio de gravações, exibições
e promoção de debates e críticas que trarão socialização, aprendizagem e grandes
benefícios aos alunos.

Podemos perceber que a era digital nos trouxe uma nova pedagogia, que
estabelece um novo papel ao professor, que passa a orientar e acompanhar o
trabalho do aluno, auxiliando-o a construir o conhecimento.

Por este motivo, é preciso que o professor cumpra seu papel de educador, que
ensina, mas que ao ensinar também aprende. Para Kenski (2001), o professor tem
algumas ações específicas que o tornam participante da educação de seus alunos:
• O professor é agente de memória: a ele compete a manutenção da memória
social, a transmissão da cultura, a realização de interações e intercâmbios que
favoreçam o acesso dos alunos aos equipamentos e tecnologias que favoreçam
a aprendizagem;
• O professor é agente de valores: influencia os comportamentos e atitudes dos alu-
nos, estimulando a criação da identidade individual e a sociabilidade entre alunos;
• O professor é agente das inovações: auxilia os alunos a compreenderem, utili-
zarem, aplicarem e avaliarem as inovações que se incorporam à cultura escolar.

Podemos perceber que o professor da era digital deve se preparar para realizar
seu trabalho dentro de um contexto global, não focando somente na transmissão
de conhecimentos. Deve, portanto, participar e estimular os alunos na utilização
das tecnologias para pesquisar, conhecer e aprender cada vez mais.

A pesquisa individual do aluno deve levá-lo a refletir sobre sua responsabilidade


pelo seu próprio desenvolvimento e isto deve ser trabalhado pelo professor que
auxiliará o aluno nesta reflexão.

É certo que as tecnologias que invadem nossos lares, nossas escolas e


especialmente nossas salas de aula, facilitam a transmissão da informação, mas o
papel do professor continua sendo fundamental, para que todos aprendam, pois o
conhecimento é fruto da interpretação que se dá à informação, relacionando-a e
processando-a, e o professor deverá ser o facilitador dessa interpretação.

Para Kenski (in Castro&Carvalho, 2001, p.105), o papel dos professores na


sociedade digital amplia-se e não se extingue:

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UNIDADE Saberes Necessários à Prática Docente

Novas qualificações para estes professores são exigidas, mas ao mesmo


tempo, novas oportunidades de ensino se apresentam. Os projetos
de educação permanente, as diversas instituições e cursos que podem
ser oferecidos para todos os níveis de ensino e para todas as idades,
a internacionalização do ensino – através das redes – criam diferentes
oportunidades educacionais para aqueles professores que aceitam desafios
e se colocam abertos a estas novas e estimulantes funções.

O professor da era digital é então “um professor competente, que corresponde


às necessidades de ensino do momento, é um profissional necessário”. (Kenski,
2001, p.105)

Justamente pelo medo de tornarem-se desnecessários, muitos professores são


resistentes à utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC),
em sua prática pedagógica. Com esta postura, sua didática, sua visão de educação,
seus métodos e estratégias de ensino acabam se tornando inviáveis, até mesmo
obsoletos, diante das cobranças naturais dos alunos por inovações.

Para finalizarmos assista a reportagem do Jornal Futura sobre a tecnologia na Educação.


Explor

https://youtu.be/3qcm8e2o7O0

Nesta unidade vocês conheceram as diferentes abordagens do ensino


aprendizagem, pudemos discutir sobre o fazer e o saber fazer dos professores, além
de refletirmos sobre a importância das novas tecnologias para o trabalho docente
e a aprendizagem dos alunos.

A escolha da abordagem a ser trabalhada levando em conta os quatro pilares da


educação e a nova sociedade que se apresenta, com inovações e tecnologias são
importantes conhecimentos que permitirão constituir sua identidade docente, por
meio da reflexão didática.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Escolas Públicas Apostam na Tecnologia dentro das Salas de Aula
https://youtu.be/U56apjVYR9w

Leitura
Para uma Formação de Professores Construída dentro da Profissão
A fim de proporcionar um melhor entendimento a respeito da importância dos “saberes
necessários à prática docente” em sua formação profissional, sugiro que leia o texto
indicado no link abaixo.
https://goo.gl/ppzeWN
A Integração das Tecnologias na Educação
https://goo.gl/PGbo4P
O Uso da Tecnologia da Informação e Comunicação na Educação Básica
Leia também sobre a experiência relatada no artigo “O uso da tecnologia da informa-
ção e comunicação na educação básica de Taís Cristina Silva, Karol da Silva, Marcos
Antonio Pereira Coelho.
https://goo.gl/qXWE2B

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Referências
CARVALHO, Ana Maria Pessoa; PEREZ, Daniel Gil. O saber e o saber fazer do
professor. In CASTRO, Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa,
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Pioneira Thomson Learning, 2001. Cap. 6. p.107-124

CUNHA, Emmanuel Ribeiro. Os Saberes Docentes ou Saberes Dos Professores.


Revista Cocar, v. 1, p. 31-39, 2007. Disponível em: <http://www.nead.unama.
br/prof/admprofessor/file_producao.asp?codigo=17> Acesso em fev.2009.

DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez;


Brasília, DF: MEC UNESCO, 1998. “Relatório para a UNESCO da Comissão
Internacional sobre educação para o século XXI”.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1993. Coleção magistério –
2º grau. Série formação do professor

RODRIGUES, Zuleide Blanco. Pensando na qualidade da educação, a partir do


conhecimento de “Os quatro pilares da Educação do Século XXI”. 2008. Di-
sponível em: <http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/pensandoaqualidade.
htm.> Acesso em fev.2009.

CHAVES, Eduardo O.C. Educação e Tecnologia: da fala de Sócrates à


multimídia de hoje. 2006. Disponível em: <http://palestras.net/textos-self/
edutec.htm.> Acesso em fev.2009

KENSKI, Vani Moreira. O Papel do Professor na Sociedade Digital. In CASTRO,


Amélia Domingues; CARVALHO, Anna Maria Pessoa, orgs. Ensinar a Ensinar:
didática para a escola fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2001. Cap. 5. p.95-106

LIMA, Adriana Luzia. Educar para a Tecnologia ou Educar com a Tecnologia?


2005. Disponível em: <http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?-
modulo=18&texto=1016> Acesso em fev. 2009

NASCIMENTO, Julia C.P. TIC’s – a difícil inclusão no processo educacional.


2007. Disponível em: <http://www.alvoradaplus.com.br/Docs/revista_eletronica/
edicao_3/Artigo_julia.pdf.> Acesso em fev.2009

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