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FORMULÁRIO 3
Projeto de Pesquisa do Orientador e Plano de Trabalho do Discente
(Máximo de 10 páginas)
Projeto de Pesquisa
Curso: Engenharia de Produção Ingresso por ações afirmativas: (x) sim ( ) não
RESUMO
A cadeia produtiva da construção civil além de ser uma das maiores consumidoras de
recursos naturais é responsável também por diversos impactos que estão presentes ao
longo desta cadeia. O estudo sobre o reaproveitamento dos resíduos de outras indústrias,
como o EVA, e o incremento de fibras vegetais nos compósitos cimentícios colaboram para
diminuir estes impactos. O objetivo deste projeto de pesquisa é avaliar a incorporação do
material pozolânico nas propriedades mecânicas e na degradação do compósito leve com
reforço de fibras vegetais. Ao final da pesquisa espera-se determinar aspectos de
durabilidade do compósito a partir da resistência à tração na flexão e avaliação da
degradação das fibras no interior dos corpos de prova.
Palavras Chave (máximo 4): Compósito cimentício; Fibra de piaçava; Pozolana; Durabilidade.
Avaliação das condições das fibras no interior dos corpos de prova pós ruptura.
As fibras vegetais são uma alternativa às fibras sintéticas, sendo de baixo custo, alta
disponibilidade, renovável e biodegradável. Elas podem ser utilizadas visando reforçar o
caráter frágil da matriz cimentícia, aumentando a sua deformação antes da ruptura. As
fibras quando adicionadas à mistura concede maior resistência à tração, tenacidade e
ductilidade, isto ocorre, pois as fibras adicionadas à mistura controlam a propagação das
fissuras (IZQUIERDO, 2011; DE SOUZA OLIVEIRA, DE ARAÚJO GOUVEIA, TEIXEIRA,
2015). Entretanto, as fibras vegetais apresentam baixa durabilidade no interior da matriz
cimentícia, sendo um dos principais motivos a migração dos produtos de hidratação para o
seu interior, resultando no enfraquecimento e deterioração da mesma (TOLEDO FILHO,
1997). As fibras apresentam diminuição de resistência quando expostas em meio alcalino,
causando uma diminuição das propriedades mecânicas do compósito, consequentemente
tornando menos durável o compósito (NITA, 2006).
Dentre as possíveis formas de intervenções, uma das mais eficientes é a incorporação de
algum material pozolânico, de modo que o mesmo consuma a maior parte dos produtos de
hidratação do cimento, formando uma matriz livre de hidróxido de cálcio (LIMA; TOLEDO
FILHO, 2008). O acréscimo da pozolana é uma alternativa, pois o acréscimo desta diminui
a alcalinidade e aumenta a resistência mecânica da argamassa, gerando matrizes mais
resistentes (NITA, 2006). Esse material pozolânico pode ser inserido separadamente, com
as adições minerais como o metacaulim, cinzas volantes, sílica ativa, entre outros.
Entretanto, alguns tipos de cimento já possuem esse material pozolânico incorporado a sua
composição, como o CP II e o CP IV.
Serão fixados os valores dos materiais que compõe a matriz cimentícia em estudo a partir
dos melhores resultados obtidos por , onde serão incorporados na argamassa o EVA com
16 mesh e a fibra de piaçava com 4 cm, com um teor de 6% e 2% em massa,
respectivamente, em relação ao consumo total. Também será utilizado o pó de pedra em
substituição total da areia convencional. O traço adotado será de (1:0,5), que representa
um traço mais agressivo para as fibras devido à formação de uma maior quantidade de
hidróxido de cálcio durante a reação de hidratação do cimento.
Inicialmente, após a obtenção de cada material a partir das estimativas de consumo, serão
feitas as preparações dos materiais. O EVA será triturado, passando inicialmente em dois
moinhos de facas distintos, visando uma maior redução no tamanho dos grãos, para então
ser levado ao agitador mecânico com uma série de peneiras conectadas, sendo utilizado
apenas o material retido na peneira de 16 mesh. As fibras de piaçava serão cortadas
manualmente em um tamanho de 4 cm, logo em seguida será realizado um tratamento de
alcalino nas fibras com uma solução de 10% de NaOH conforme o procedimento descrito
em Marinho (2017).
Serão moldados 6 corpos de prova para cada variação, na qual serão moldados 24 corpos
de prova cilíndricos (5x10) cm, conforme a NBR 7215 (ABNT, 1996), para o ensaio de
resistência à compressão aos 28 dias. Também serão confeccionados 48 corpos de prova
prismáticos (4x4x16) cm, de acordo com a NBR 13279 (ABNT, 2005), onde metade serão
ensaiados aos 28 dias para obter a resistência à tração na flexão, e na outra metade será
realizado os ciclos de molhagem e secagem e em seguida serão realizados o ensaio de
tração na flexão.
Para a caracterização química, será avaliada a presença do hidróxido de cálcio, Ca(OH) 2, a
partir da análise termogravimétrica (ATG) em cada um dos traços utilizados na pesquisa. A
caracterização morfológica das fibras será realizada com a microscopia eletrônica de
varredura (MEV), onde será realizado uma avaliação qualitativa do grau de degradação das
fibras de cada um dos traços.
INFRA-ESTRUTURA DISPONÍVEL: Especificar a infra-estrutura para execução do projeto
MESES – 12 meses
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 12
Metas 0 1
Revisão bibliográfica x x x x x x x x x x x x
Obtenção e preparação dos materiais x x x
Moldagem dos corpos de prova x x x
Ensaios mecânicos x x x x
Caracterização química e morfológica x x
Elaboração do relatório final x x x
Publicação dos resultados em eventos x
Espera-se também ao final deste projeto que o discente tenha aprimorado suas
capacidades de pesquisa, análise de dados e síntese de resultados.
Serão avaliados neste projeto os corpos de provas produzidos a partir de três traços com
variações apenas na matriz cimentícia, onde o primeiro será produzido com o Cimento
Portland Pozolânico (CP IV), o segundo com Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
(CP V ARI), e o terceiro com Cimento Portland de Alta Resistência Inicial com substituição
parcial por Metacaulim. Para todos os traços, serão avaliadas a resistência à compressão
aos 28 dias, conforme a NBR 7215 (ABNT, 1996), a resistência à tração na flexão aos 28
dias e após 25 ciclos de molhagem de secagem, de acordo com a NBR 13279 (ABNT,
2005).
Após os ensaios mecânicos, será realizado o ensaio termogravimétrico para cada um dos
traços para identificação da presença de Ca(OH) 2, além da microscopia eletrônica de
varredura nas fibras utilizadas em cada traço para uma verificação do grau de degradação
das mesmas.
MESES – 12 meses
Metas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Revisão bibliográfica x x x x x x x x x x x x
Obtenção e preparação dos materiais x x x
Moldagem dos corpos de prova x x x
Ensaios mecânicos x x x x
Caracterização química e morfológica x x
Elaboração do relatório final x x x
Publicação dos resultados em eventos x