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14/04/2020 A vida como cinema | Buda Virtual

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A VIDA COMO CINEMA


Dzongsar Khyentse Rinpoche
jun 14, 2016 • 9 minutos de leitura


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14/04/2020 A vida como cinema | Buda Virtual

Dzongsar Khyentse Rinpoche usa o filme como uma metáfora para o ensinamento do
Buda sobre samsara, nirvana e a vida.

Publicado originalmente em Lions Roar. / Tradução Clara Luz.

Apenas suponha que nascemos em uma sala de cinema. Nós não sabemos que o que está
acontecendo na nossa frente é apenas uma projeção. Nós não sabemos que é apenas um
filme, apenas uma película, e que os eventos no filme não são reais – que eles não têm
existência verdadeira. Tudo o que vemos nessa tela – amor, ódio, violência, suspense,
emoções – são na verdade apenas o efeito da luz projetada através de celuloide. Todavia
nunca ninguém nos disse isso, então apenas sentamos e assistimos, fixados no filme. Se
alguém tenta atrair nossa atenção, nós dizemos: ‘Cale a boca! ’ Mesmo que nós tenhamos
algo importante a fazer, não queremos fazê-lo. Estamos completamente absortos e cegos ao
fato de que essa projeção é completamente inútil.

Agora, suponha que há alguém na cadeira próxima a nós que diz: ‘Olha, isso é apenas um
filme. Não é real. Isso não está realmente acontecendo. É apenas uma projeção’. Há uma
chance de nós entendermos que o que estamos vendo é na verdade um filme, que é irreal e
não possui essência.

Isto não significa que automaticamente podemos nos levantar e sair do cinema. Nós não
temos que fazer isso. Nós podemos apenas relaxar e simplesmente observar o caso de
amor, o suspense ou o que quer que esteja passando. Podemos experimentar a sua
intensidade. E se temos uma certa confiança de que é apenas uma projeção, então podemos
retroceder, avançar ou jogar o filme novamente, como quisermos. E nós temos a opção de
deixar sempre que quisermos, e voltar em outro momento para assistir novamente. Uma
vez que estamos certos de que podemos deixar a qualquer momento que quisermos,
podemos não sentir compelidos a fazê-lo. Podemos optar por sentar confortavelmente e
assistir.

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Às vezes, uma sequência do filme pode dominar nossas emoções. Um momento trágico
pode acertar o nosso ponto fraco e nós somos levados por isso. Mas agora, algo em nosso
coração está nos dizendo que nós sabemos que não é real, que não é um grande problema.

Isto é o que o praticante do dharma precisa entender – que toda o samsara ou nirvana, é
tão sem essência ou ilusório como esse filme. Até que nós vejamos isso, vai ser muito
difícil para o dharma aprofundar em nossas mentes. Vamos sempre ser levados, seduzidos
pela beleza e glória deste mundo, por todo o aparente sucesso e fracasso. No entanto, uma
vez que vejamos, mesmo que apenas por um segundo, que estas aparições não são reais,
vamos ganhar uma certa confiança. Isso não significa que temos que correr para o Nepal
ou Índia e tornar-se um monge ou monja. Nós ainda podemos manter trabalhar, usar terno
e gravata e ir com a nossa pasta para o escritório todos os dias. Nós ainda podemos nos
apaixonar, oferecer aos nossos entes queridos flores, casar. Mas, em algum lugar dentro de
você te diz que tudo isso é vazio de essência.

É muito importante ter essa visão. Se temos um pequeno vislumbre em toda a nossa vida,
podemos ser felizes pelo o resto do tempo com apenas a memória desse vislumbre.

Pode acontecer de alguém sussurrar para nós, ‘Ei! É apenas um filme’, e não ouvirmos por
estarmos distraídos. Talvez naquele momento, ocorre um grande acidente de carro no
filme ou uma música alta, então nós simplesmente não ouvimos a mensagem. Ou então,
talvez, nós escutamos a mensagem, mas o nosso ego interpreta erroneamente esta
informação. Continuamos confusos e acreditamos que existe algo de verdadeiro e real no
filme, afinal. Por que isso acontece? Isso acontece porque não temos mérito. O mérito é
extremamente importante. Claro, que a inteligência, ou prajna, é importante. Compaixão
ou Karuna, é importante. Mas o mérito é fundamental. Sem mérito, somos como um
mendigo ignorante, analfabeto que ganha milhões na loteria, mas não sabe o que fazer com
o dinheiro e perde imediatamente.

Mas, suponha que nós temos um pouco de mérito e que a mensagem da pessoa sussurrando
chega para nós. Então, como budistas, temos diferentes opções. Do ponto de vista do
Budismo Theravada, podemos nos levantar e deixar a sala de cinema, ou fechamos os
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olhos, para não sermos levados pelo filme. Nós colocamos um fim ao sofrimento dessa
forma. No nível Mahayana, nós reduzimos o nosso sofrimento através da compreensão de
que o filme não é real, que tudo é uma projeção e vazio. Nós não paramos de assistir o
filme, mas vemos que não tem existência inerente. Além disso, estamos preocupados com
os outros no cinema. Finalmente, no Vajrayana, sabemos que ele é apenas um filme, não
estamos enganados, e apenas apreciamos o show. Quanto mais emoção o filme evoca em
nós, mais nós apreciamos o brilho da produção. Nós compartilhamos os nossos
conhecimentos com os nossos companheiros de espetáculo, que, nós confiamos, e que
também são capazes de apreciar o que nós vemos.

Por outro lado, esta transformação – de sermos pegos pelo filme, perceber o vazio dos
eventos, cuidar exclusivamente do bem-estar dos outros – pode levar muito, muito tempo.
É por isso que no Vajrayana nos movemos pela a via rápida e acumulamos méritos através
da devoção. Nós confiamos na pessoa que está sussurrando para nós e possui um
entendimento que o libertou. Não só assimilamos a informação que ele está nos dando,
mas também apreciamos a sua liberdade de espírito e a profundidade do seu ser. Sabemos
que temos o potencial para a libertação também, e isso nos faz apreciá-lo ainda mais. Um
único momento de devoção, apenas uma fração de segundo, apenas um pouco de devoção,
traz imenso mérito. Se estamos em sintonia com a pessoa que sussurrou para nós, ele pode
nos ajudar a descobrir o verdadeiro interior do amante do filme. Ele pode fazer-nos ver
como o resto do público é pego, e como é desnecessário tudo isso.

Sem que tenhamos que confiar em nossa própria luta confusa para entender o caminho,
essa pessoa nos leva a uma compreensão do que é que estamos vendo. Nós, então, nos
tornamos alguém que pode se sentar e apreciar o show. E talvez nós possamos sussurrar
para outros também.

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Breve biografia de Dzongsar Khyentse Rinpoche

Jamyang Khyentse Rinpoche, ou Thubten Chökyi Gyamtso, nasceu em 1961 no


Butão, sendo reconhecido por S.S. Sakya Trizin como a emanação da mente de
um dos maiores mestres Dzogchen de seu tempo, Jamyang Khyentse Chökyi
Lodro (1893-1959).

A linhagem Khyentse, começando com o grande Jamyang Khyentse Wangpo,


sempre se caracterizou pela visão não-sectarista. Refletindo essa tradição,
Dzongsar Khyentse Rinpoche estudou com professores de todas as quatro
escolas do budismo tibetano. Recebeu iniciações e ensinamentos de muitos dos
maiores mestres contemporâneos, incluindo S.S. Dalai Lama, S.S. o 16º
Karmapa, S.S. Sakya Trizin e seus próprios avós: S.S. Dudjom Rinpoche e
Sönam Zangpo. Seu mestre principal foi Dilgo Khyentse Rinpoche. Rinpoche
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ainda estudou com mais de 25 grandes lamas de todas as quatro escolas do


budismo tibetano.

Enquanto ainda era adolescente, foi responsável por publicar muitos textos
raros que estavam ameaçados de serem perdidos completamente e, nos anos
80, começou a restauração do monastério Dzongsar, no Tibete.

Dzongsar Rinpoche é famoso pela liberdade descontraída com que se move


entre culturas e povos e por sua dedicação incansável em trazer a filosofia e o
caminho da iluminação para qualquer pessoa com um coração aberto.

Além de supervisionar sua sede tradicional no monastério Dzongsar e seus


centros de retiro no Tibete Oriental, fundou diversas faculdades e centros de
retiro na Índia (em Bir e Chauntra) e no Butão. Conforme o desejo de seus
mestres, Rinpoche tem viajado e ensinado pelo mundo todo, estabelecendo
centros de darma na Austrália, Europa, América do Norte e Ásia.

Em 1989, S.E. Dzongsar Khyentse Rinpoche fundou a Siddharta’s Intent, uma


associação de centros budistas de alcance global, cuja intenção principal é
preservar os ensinamentos budistas assim como aprofundar a compreensão e
consciência sobre os diversos aspectos dos ensinamentos budistas em meio a
diferentes culturas e tradições.

Em 2001, Rinpoche também fundou a Khyentse Foundation, uma organização


sem fins lucrativos para funcionar como “um sistema de patrocínio para
instituições e indivíduos engajados na prática e estudo da sabedoria e
compaixão do Buda”.

Rinpoche também fundou a Lotus Outreach, uma organização sem fins


lucrativos dedicada a garantir a educação, saúde e segurança de mulheres e

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crianças vulneráveis nos países em desenvolvimento. Originalmente fundada


como suporte para a educação de refugiados, a Lotus Outreach agora também
ajuda a reabilitar sobreviventes do tráfico humano e manter estudantes em
risco na escola.

Dzongsar Rinpoche também dirige o Deer Park, centros de arte e contemplação


no Butão e Índia, o World Peace Vase Program — uma grande iniciativa de
alcance global de S.S. Dilgo Khyentse Rinpoche — e a Siddharta School, na
Austrália.

Em 2008, Rinpoche fundou a Manjugosha Edition, baseada em Berlim


(Alemanha), para publicar textos budistas raros e preciosos sob
encomenda. Alunos seus no Rio de Janeiro criaram o grupo de prática Buda de
Ipanema. Dzongsar Rinpoche visitou o Brasil algumas vezes, tendo realizado as
consagrações rituais do Palácio da Terra Pura de Padmasambhava, no Khadro
Ling (Três Coroas, RS), e do templo Odsal Ling (Cotia, SP), além de
ensinamentos e palestras.

Dzongsar Khyentse Rinpoche também é cineasta; seus dois filmes principais


são “A Copa” (1999) e “Traveller e Magicians” (2003). Ele estudou com o
cineasta italiano Bernardo Bertolucci, após atuar como consultor (e breve
coadjuvante) de seu filme “Pequeno Buda” (1993). Também é autor dos livros
“O que te faz ser budista” (2007) e “Not For Happiness” (2012).

Mais…

Amanhecer da Sabedoria
O Amor e as Relações
O que faz você ser budista? | Os quatro selos do dharma
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Carmem de Cassia
Grande Mestre, uma jóia que realiza desejos
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